Jornal No Meio de Nós - Edição 240 - agosto de 2018

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NO MEIO DE NÓS INFORMATIVO DA DIOCESE DE MARÍLIA Ano 20 | Edição 240 | Agosto de 2018

www.diocesedemarilia.org.br

“Eu disse SIM!”

Começa a votação para a escolha do brasão diocesano

A vocação é um dom que Deus concede a cada um e, neste mês dedicado às vocações, o Informativo NO MEIO DE NÓS trará relatos de pessoas que deram seu sim a este chamado. Foto: Arquivo

No final de julho, foi lançada a votação para escolha do brasão da Diocese de Marília. Os dois modelos foram elaborados pelo heraldista eclesiástico, Pe. Rodrigo Catini Flaibam, da Arquidiocese de Campinas (SP). As opções foram elaboradas com base em elementos e informações específicos sobre a Diocese e constam no edital publicado no dia 16 de julho. Para votar, os fiéis poderão acessar o portal diocesano até o dia 23 de agosto, em www.diocesedemarilia.net.br. Página 13

Bispos mobilizam fiéis contra lei que descriminaliza aborto

Na clausura do Mosteiro Santa Clara, em Marília, religiosas recebem o Núncio Apostólico, no ano passado

Agosto é o mês dedicado às vocações e esta Edição do Informativo NO MEIO DE NÓS traz destaque ao assunto. Acompanhe, neste exemplar, como alguns leigos e leigas, religiosos e sacerdotes, são Sal da Terra e Luz do Mundo (Cf. Mt 5,13-14). A partir deste mês, a Diocese

de Marília inicia a ação evangelizadora “Cada Comunidade uma Nova Vocação”, que objetiva rezar pelas vocações e suscitar uma cultura vocacional em todas as comunidades paroquiais. O Informativo NO MEIO DE NÓS destaca, ainda, a vocação religiosa e os trabalhos realizados pelas congregações no território

diocesano. Atualmente, existem na Diocese de Marília nove casas religiosas masculinas e doze femininas, que atuam em diversas áreas, como educação, saúde, e no cuidado com os dependentes químicos. Páginas 8 e 9

ESPIRITUALIDADE

FORMAÇÃO

Dom José Roberto Palau, referencial da Pastoral Vocacional da CNBB, fala sobre a vocação sacerdotal

A direção espiritual na vida do futuro presbítero é o tema abordado pelo Pe. Irineu Castro de Oliveira, de Lins (SP)

Júlia Fernandes, presidente do Movimento Serra, de Marília, explica a missão dos leigos em favor das vocações

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Foto: Site da Diocese de São Carlos (SP)

Bispos se posicionam contrários à descriminalização do aborto

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ENFOQUE

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A Comissão em Defesa da Vida, do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), emitiu nota em detrimento dos riscos da descriminalização do aborto, proposta pelo partido PSOL. Pelo mesmo motivo, os bispos do Rio de Janeiro conclamaram povo ao compromisso com a defesa da vida dos nascituros.

Semana Jovem movimenta paróquias da Diocese No mês de julho, o Setor Juventude propôs a celebração da Semana Jovem. Muitas paróquias aderiram à proposta e promoveram atividades espirituais e de recreação, reunindo suas diversas expressões juvenis.

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| Ao Leitor |

NO MEIO DE NÓS

Agosto de 2018

Editorial Chamados à vida e à santidade

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radicionalmente, no mês de agosto, a Igreja medita sobre a vocação. Mais do que pensar nas características dos vários estados de vida, esta reflexão nos faz olhar atentamente para a graça de Deus que vem ao encontro do homem e a resposta que livremente damos a este apelo. Aquilo que une os vários ca-

minhos vocacionais é o amor incondicional a Deus e à vida para a qual Ele nos chamou. O serviço consciente na Igreja e no mundo brota sempre de um coração generoso, capaz de partilhar os presentes que o Senhor oferece, inclusive o chamado vocacional. Antes de ser agente na Igreja, o vocacionado é ser humano, convidado por Deus a viver uma

vida plena, em abundância (Cf. Jo 10,10). Hoje, infelizmente, assistimos à banalização da vida por meio de propostas que ferem o direito do nascituro em nome de um suposto bem social. No entanto, pela Bíblia sabemos que Deus nos fez e somos Seus (Cf. Sl 100,3): a vida humana não nos pertence e não pode ser por nós manipulada. Matar nunca será solução!

Afirmemos a dignidade da vida humana, pois em cada coração reside um convite divino à felicidade. Recordemos também a igual importância de todas as vocações, pois, apesar dos dons e carismas distintos, somos igualmente convidados à mesma missão. Vivamos a santidade batismal com nosso engajamento na Igreja e o compromisso na sociedade.

Enfoque

Padre, testemunha do Mistério de Deus Ilustração: Alex Augusto

DOM JOSÉ ROBERTO PALAU

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o primeiro domingo de agosto, celebramos o “Dia do Padre”. Mas, afinal, quem é o padre? São Paulo responde: é o administrador dos mistérios de Deus (Cf. 1Cor 4, 1). O padre não é um simples prestador de serviços religiosos. Ele é o “administrador” dos mistérios de Deus. Ou melhor, antes de administrar os mistérios Deus, o padre é testemunha do “Mistério de Deus”. Justamente, por isso, o padre não administra tão somente os sacramentos, ele os vive. Antes de fazer pastoral é pastor. A unção sacramental o atinge em seu ser e não apenas em seu fazer. “Vive o Mistério que é colocado em tuas mãos”. É esta a interpelação

que a Igreja dirige ao padre no rito da ordenação, no momento que lhes são entregues o pão e o vinho para o sacrifício eucarístico. Ela resume a identidade sacerdotal: “Homem do Mistério de Deus”. Homem do Mistério, isto é, “testemunha”. Antes de falar e anunciar, experimenta em si próprio o Mistério do Deus Vivo. Tomado pelo “Mistério de Deus”, mas sem deixar de ser humano. São Paulo expressou muito bem essa realidade, quando escreveu à comunidade de Corinto: “carregamos este tesouro em vasos de barro” (2 Cor 4, 7). Apesar das fragilidades comuns a todas as pessoas, o padre é revestido de uma graça especial que o capacita a ser um educador da fé. Antes de falar e anunciar, o padre experimenta em si próprio o Misté-

rio do Deus Vivo. Homem do Mistério que administra ‘os mistérios de Deus’; que administra ‘as graças de Deus’ em favor de seu povo. E à semelhança de Cristo ensina, santifica e conduz sua comunidade para Deus. Conduz seu povo para Deus construindo “pontes”, vencendo as contendas. O padre é o homem da comunhão, que sabe mediar conflitos e articular as diferenças, a fim de levar as diversas posições à reconciliação. Neste primeiro domingo de agosto, reze pelos padres de sua paróquia, assim, como também pelas vocações sacerdotais: “Enviai, Senhor, operários para a vossa messe, pois a messe é grande e os operários são poucos”. Dom José Roberto Palau é bispo auxiliar de São Paulo (SP) e referencial da Pastoral Vocacional da CNBB.

EXPEDIENTE BISPO DIOCESANO: Dom Luiz Antonio Cipolini | BISPO EMÉRITO: Dom Osvaldo Giuntini | CÚRIA DIOCESANA: Av. Nelson Spielmann, 521 - Marília/SP - CEP 17500-970 - Fone/fax: (14) 3401-2360 - E-mail: curia@diocesedemarilia. org.br | CENTRO DIOCESANO DE PASTORAL: R. José Bonifácio, 380 - Marília/SP - CEP 17509-004 - Fone/fax: (14) 3413-3124 - E-mail: cdp@diocesedemarilia.org.br | ASSESSOR DE COMUNICAÇÃO: Diácono Tiago Barbosa - MTB n° 79971/SP | JORNALISTA RESPONSÁVEL: Márcia Welter - MTB n° 35.160-DRT-SP - Fone: (14) 99195-5452 (MW Editora) - E-mail: jornalnomeiodenos@yahoo.com.br | DIAGRAMAÇÃO: Danilo Cordeiro Silva | REVISÃO: Diácono Tiago Barbosa | ORIENTAÇÃO PASTORAL: Pe. Ademilson Luiz Ferreira | CONSELHO EDITORIAL: Diácono Tiago Barbosa e Márcia Welter | VERSÃO ELETRÔNICA: www.diocesedemarilia.net.br | IMPRESSÃO: Jornal da Cidade de Bauru LTDA | TIRAGEM: 13.000 exemplares | AUTORIZAÇÃO: Permite-se a reprodução de matérias desta edição, desde que sejam mencionadas as fontes


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| Nosso Pastor |

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Palavra do Bispo À procura da Igreja perfeita... DOM LUIZ ANTONIO CIPOLINI

(Continuação da edição anterior). — Já perguntei também ao Apóstolo Pedro para ver se ele podia indicar uma comunidade perfeita, onde eu me sentisse bem. Mas ele disse que, também nas comunidades que ele acompanha, as coisas não são perfeitas. Há gente que continua a seguir as paixões mundanas e carnais, há divisões e continuam os mesmos vícios dos pagãos (Cf. 1Pd 2,1-11). É verdade, e conheço isso também nas minhas comunidades. Para alguns, está difícil entender que a fé cristã não tem seu fundamento nos pregadores, mas em Cristo, único fundamento da fé e da vida cristã (Cf. 1Cor 3 e 4). — Sabe, Paulo, já pensei até em me mudar para a Igreja-mãe de Jerusalém, mas me disseram que há muita gente preconceituosa por lá (Cf. Gl 2,12-13), além de murmuradores (Cf. At 6,1) e alguns até mentem aos ministros, buscando lugar de destaque na comunidade (Cf. At 5,1-11). Falei também com Tiago e me informei sobre as comunidades que ele acompanha. É tudo a mesma coisa: lá há brigas feias (Cf. Tg 4), gente de língua afiada, falando mal dos outros (Cf. Tg 3) e até discriminação dos pobres durante as celebrações da comunidade (Cf. Tg 2). E agora, como faço, Paulo? — Caríssimo irmão, você precisa entender uma coisa: que não existe Igreja perfeita neste mundo, pois ela é formada por seres humanos. Há joio no meio do trigo e Jesus sabia que seria assim. Mas não quis que se arrancasse o joio, enquanto era tempo de crescimento. Ele disse que isso vai acontecer só no julgamento final. Até lá, Deus tem paciência e dá tempo para que o joio se converta e o trigo mostre sua fortaleza e não vire joio também. Você precisa entender que Deus nos chamou à Igreja não porque já somos perfeitos, mas para que, com sua graça, fôssemos crescendo em perfeição ao longo de toda a vida. Entre os irmãos de sua comunidade, há muitos que são bons e generosos, estão cres-

cendo em santidade e se tornando trigo maduro para Deus. Outros precisam ainda ser ajudados e têm muito pela frente. A Igreja perfeita não é deste mundo, mas estamos a caminho, para participar da assembleia dos santos de Deus, que estão nos céu (Cf. Hb 12,23). — Meu irmão — continuou o Apóstolo Paulo — o conselho que lhe dou é que você desista de procurar uma Igreja perfeita para você participar. Seja você alguém que ajuda sua Igreja a se aperfeiçoar, com a graça de Deus e vivendo a caridade. Fique com a Igreja que tem líderes verdadeiros, que estejam firmados na sã doutrina, mesmo se eles também não são perfeitos. Não deixe de participar da sua comunidade (Cf. Hb 10,25) e abandone essa mentalidade de cliente, que vai atrás da loja mais simpática,

mais barata ou que faz mais propaganda. Coloque-se à disposição de Deus para ser um membro vivo e participativo na edificação do Corpo de Cristo para a salvação de muitos e para a glória de Deus (Cf. Ef 4,1-16). Seja sal da terra e luz do mundo! — Entendo, isso é verdade! Obrigado, Paulo. Me ajudou a compreender melhor também que, quando vamos à Igreja, não vamos pensando logo no ministro que preside a celebração, reparando nos defeitos dos outros, ou julgando se gostamos disso ou daquilo. A gente vai à Igreja para prestar culto a Deus e para aprender a servir aos irmãos, não para tirar uma satisfação pessoal. A comunidade eclesial é o lugar de oferecermos um culto agradável a Deus. Obrigado, Paulo!

AGENDA DO BISPO 02 e 03/08 – Missas na Catedral, às 7h15. 04/08 – Rito de Admissão às Ordens Sacras, Ministérios de Leitor e Acólito e confraternização com seminaristas no Seminário Propedêutico São Pio X, em Marília, às 10h. 05/08 – Posse do Pe. Luciano Romero da Silva, CSS, na Paróquia Santo Antônio, em Marília, às 19h30. 06/08 – Confraternização do Clero por ocasião do Dia do Padre | Missa na Paróquia Bom Jesus, em Arco Íris, às 19h. 07/08 – Reunião da Sub-Região de Botucatu, em Marília, no Itra. 08/08 – Reunião da Coordenação Diocesana de Pastoral, em Tupã. 14/08 – Reunião do Conselho de Presbíteros, em Adamantina. 15/08 – Encontro com Seminaristas na Residência Episcopal, às 15h | Visita Pastoral à Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, em Marília. 16/08 – Terço no Lar São Vicente de Paulo, às 15h | Visita Pastoral. 17 a 19/08 – Visita Pastoral. 21 a 23/08 – Curso de Atualização do Clero, em Adamantina, na Casa Diocesana Pastoral. 24/08 – Missa na Catedral, às 7h15. 26/08 – Curso de Atualização dos Leigos e Consagrados, em Osvaldo Cruz, na matriz de São José.


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| Vida Cristã |

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Assessoria Litúrgica Espiritualidade O Domingo PE. ANDERSON MESSINA PERINI

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m ponto litúrgico importante é o destaque do dia semanal por excelência que permeia toda a vida de culto e oração do cristão: a vivência do domingo. O domingo surgiu como preceito de dia de culto e descanso semanal pelos cristãos a partir da ressurreição de Jesus. Nosso Senhor ressuscitou no primeiro dia da semana, dia que o Senhor criou o céu e a terra, tornou-se o dia em que Ele fez novas todas as coisas a partir de seu Filho Jesus Cristo. Para nós, cristãos, o domingo tem valor fundamental. Tanto que deixamos de observar o sábado, o último dia, para observarmos como preceito o domingo, que significa (do latim dies dominica) dia do Senhor. Ao longo da história cristã, entretanto, a grande maioria dos cristãos passa a viver o domingo sob a regra fria do cumprimento legal, sem nenhuma motivação espiritual-teológica. Simplesmente se guardava o domingo como dia de ir à missa porque existia uma lei na Igreja que a obrigava. Hoje em dia a situação é bem diferente. Nós chegamos a viver o fim de semana. Vivemos numa época em que o domingo é o dia de folga, de suspensão de trabalhos. Este dia de lazer por excelência inicia na sexta-feira. Tornou-se oportunidade para passear, viajar, fazer turismo, visitar amigos e familiares, se divertir, ir à praia, fazer uma pescaria. É dia próprio para dormir até tarde, assistir ao jogo de futebol, ir ao cinema, ao teatro, a um show, à igreja, comer num restaurante, etc. Tantas coisas que se realizam não só no domingo, mas sim no fim de semana. Inclusive existe uma indústria e comércio para atender esta demanda de lazer para atender a folga de finais de semana. Para outros, não se torna um dia de lazer, mas um final de semana fatigoso de trabalho. Certas necessidades do mundo moderno obrigam as pessoas a trabalharem no domingo. Neles, incluem-se o serviço de transportes,

A direção espiritual na vida do futuro presbítero hospitais, grandes empreendimentos, indústrias e comércio do lazer, etc. Outras pessoas, devido a dificuldades econômicas aproveitam a folga de domingo para fazer alguns negócios. Outros aproveitam para trabalhos voluntários e caritativos, entre outros. Em 1989, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou o documento 43 sobre “Animação da vida litúrgica do Brasil” e aponta as seguintes dificuldades em relação ao domingo: “Sentimos fundo no coração a deturpação do Domingo, imposta pelas injustiças e pelo consumismo de nossa época dominada pelo espírito secularista. Alguns são obrigados a trabalhar no Domingo por imposição de suas profissões. A caridade com que exercem seus deveres é seu sacrifício espiritual, já que estão impedidos de celebrar plenamente o Dia do Senhor. Inaceitável, outrossim, é a sociedade que obriga multidões à luta pela sobrevivência por causa do trabalho mal remunerado, que desfigura o Domingo feito dia de horas-extras. Corremos também o risco de esvaziar o sentido do Domingo com o excesso e superposição de comemorações, que pretendemos realçar neste dia, sem notar que não sobra espaço para celebrar o mistério pascal” (n. 117-119). Diante destes desafio cabe apontar a autêntica espiritualidade para o cristão viver plenamente o Domingo, o que aprofundaremos nos próximos artigos.

Pe. Anderson Messina Perini é assessor diocesano da Pastoral Litúrgica

PE. IRINEU CASTRO DE OLIVEIRA

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mandato que Jesus deu aos Apóstolos: “Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15) é uma realidade contínua na caminhada da Igreja. O anúncio deles, em todas as épocas da história, alcançou o coração de muitos. Dentre estes, alguns responderam e ainda continuam respondendo ao chamado do Mestre de forma mais específica e de maneira mais profunda. É o caso dos vocacionados que deixam tudo para o seguimento de Cristo a fim de se prepararem para o ministério sacerdotal. Para que o candidato possa concretizar este chamado especial de Cristo, faz-se necessário passar por um período de sua vida dentro do seminário – local dedicado à formação do clero. Nesse espaço, ele é inserido numa caminhada formativa, tendo como objetivo formar pastores a imagem de Jesus, o Bom Pastor (Cf. Jo 10,11a), e como finalidade colocar-se à serviço dos fiéis, o rebanho de Cristo. A maioria dos documentos referentes à formação presbiteral tem como eixo promover a formação integral do candidato ao sacerdócio, estruturados em dimensões que perpassam por toda a vida da pessoa: formação humana, comunitária, espiritual, pastoral-missionária e intelectual. Cada uma dessas recebe especial atenção no decorrer do processo formativo, mas nenhuma se sobrepõe à outra, ao contrário, se entrelaçam, tendo como centro a pessoa de Jesus Cristo. Tampouco, nenhuma é menos importante que a outra, desde que o seminarista seja compreendido como um ser integrado. Sendo assim, um dos objetivos da formação presbiteral é proporcionar meios e apontar caminhos para que o candidato se abra ao amadurecimento dessas dimensões. Dentre estas, estamos levando em consideração aqui somente a dimensão espiritual. E, a partir desta, que ilumina todas as outras, centramos nosso texto no tema da direção espiritual: serviço que um ou demais sacerdotes prestam

dentro dos institutos, seminários e casas de formação sacerdotal. Dada a relevância deste ministério, o Papa emérito Bento XVI em discurso aos seminaristas, por ocasião da jornada mundial da juventude na Colônia em 2005, disse que “o seminário é um tempo de caminho, de busca, mas, sobretudo, de descoberta de Cristo”. É, pois, neste local que o candidato é inserido numa dinâmica formativa inicial para percorrer um caminho de amadurecimento integral, considerando a formação do próprio coração, em uma relação íntima, profunda e existencial com o Cristo. “É um movimento do espírito que deve percorrer toda a vida”, conclui o Papa Emérito. Esse movimento, necessariamente, passa pelos encontros de direção espiritual. A direção espiritual é um instrumento à serviço da Igreja, tendo como finalidade formar o coração do futuro sacerdote, para que este, no desempenhar do ministério que lhe será confiado, possa atender essa necessidade tão urgente, que é o acompanhamento espiritual dos cristãos leigos que frequentam as nossas paróquias. No exercício da direção espiritual nós lidamos com o mistério humano que se abre ao mistério de Deus. Consideremos, então, que a atividade da direção espiritual nos seminários, deve ser vista como um serviço humilde, um serviço à Igreja de Nosso Senhor, um serviço aos bispos, a fim de formar o coração dos futuros pastores numa íntima união com Deus, para que, também, possam desempenhar tão nobre missão no cuidado das almas que lhes serão confiadas. O serviço da direção espiritual deve ser visto como uma obra do Espírito Santo que sopra aonde quer. A direção espiritual não deixa de ser um serviço de amor. Portanto, direção espiritual se faz com o coração e, para isso, temos a obrigação de tirar as sandálias para pisarmos no solo sagrado daqueles que o Senhor nos confia (Cf. Ex 3,5). Pe. Irineu Castro de Oliveira, do clero de Lins, é diretor espiritual do Instituto Teológico Rainha dos Apóstolos (Itra), de Marília.


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| Vida Cristã |

Teologia e Pastoral O Movimento Serra e as vocações Foto: A12.com

JULIA FERNANDES DE OLIVEIRA

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Movimento da Igreja Católica denominado “Serra” é formado por fiéis leigos, homens e mulheres, que se dedicam ao trabalho vocacional, sempre rezando e trabalhando pelas vocações, vocacionados e consagrados: sacerdotes, religiosos e missionários. Seus membros têm como lema: “sem padre, não há Igreja; sem Igreja, não há Eucaristia; sem Eucaristia, não há Santidade”. Criado na década de 30, nos Estados Unidos, o Movimento Serra é o único da Igreja Católica oficialmente reconhecido pela Sé e hoje existe em todos os continentes. A denominação Serra veio da necessidade de seus fundadores de escolher um patrono e, o escolhido, foi o frade franciscano Frei Junípero Serra, que é o símbolo do movimento. Ele foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 25 de setembro de 1988 e canonizado pelo Papa Francisco em 23 de setembro de 2015 na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição, em Washington-EUA. No Brasil, o movimento chegou na

Integrantes do Movimento Serra participam de missa na Basílica Nacional de Aparecida

segunda metade da década de 60, trazido pelo cardeal Jaime de Barros Câmara, então Arcebispo do Rio de Janeiro. Em Marília acontece há 50 anos. Foi criado em 25 de outubro de 1967, com o apoio do Padre Ferrúcio Tribos, na época pároco da Matriz de Santo Antônio. Desde então, com a graça de Deus, temos dado prosseguimento ao movimento, sempre rezando com o objetivo de favorecer e promover vocações sacerdotais, religiosas e missionárias. Atuamos na Igreja com a missão especial de servir e apoiar aos sacerdotes em seu sagrado ministério, ajudar os membros a reconhecer

e responder com sua própria vida ao chamado de Deus a sua Santidade em Jesus Cristo, inspirado pelo Espírito Santo. Atualmente, eu, Julia Fernandes de Oliveira, sou a presidente e Elizabeth Satome Zaha é a governadora, bem como seus integrantes Amélia, Anizia, Aparecida, Celia, Davi, Elaine, Ester, Felipe, Gabriel, Geraldo, Hiromi, Layde, Maiumi, Massanobre, Martiminiano, Neuza, Nivaldo, Osvaldo, Patrícia, Valdeci e Zelinda. Nós nos dedicamos a várias atividades, dentre elas, rezamos o terço todas as segundas-feiras junto as famílias,

Vocação: entrega de amor PE. DIEGO CARVALHO

O amor é a vocação fundamental do ser humano. Cada um de nós nasce do amor, vive do amor e peregrina para o amor, esse amor que é o próprio Deus. O amor de Deus não é incondicional. Seu amor transborda por nós, a tal ponto que nos convida a estar perto Dele, vivendo na sua presença. Com isso, Deus chama a todos, esperando de nós uma resposta de amor. É por amor que Deus nos chama a levar sua presença aos nossos irmãos e irmãs. É neste chamado primeiro ao amor que surgem todas as vocações, como nos ensi-

na o Papa Francisco: “Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno”. Só respondemos ao chamado de Deus pela fé, pois a vocação exige renúncia, abandonar o velho homem, a velha mulher, e se colocar inteiramente nas mãos Daquele que nos ama e nos chama, com isso, as palavras do Apóstolo Paulo nos ajuda a sair dessa situação de incertezas, pois sabemos que “quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor” (Rm 14,7-8). Portanto, devemos estar dis-

postos a abrir mão desse velho mundo e olhar para o Senhor, com fé e coragem, pois todo aquele que não é capaz de renunciar algo em sua vida por um bem maior não está apto a viver a vocação que foi chamado. Unidos pela vocação, homens e mulheres, crianças, jovens, casados e solteiros, sacerdotes, leigos e leigas assumiremos, de forma integral, a responsabilidade, a missão de levar a boa nova do Evangelho a todos e salvar muitas almas para Deus. Pe. Diego LuizCarvalho de Souza é vigário paroquial das paróquias Sagrada Família, de Lucélia, e Santa Luzia, de Pracinha.

realizamos visitas ao Seminário Propedêutico, participamos da missa “Amigos do Seminário” e romaria em Aparecida. Também fazemos por meio de orações a Manhã de Espiritualidade, a Hora Eucarística, rosário (terço) e vigílias, bem como eventos: jantares dançantes e festas comemorativas, esses com a finalidade de arrecadar fundos para o seminário e o conselho do movimento. Cuidamos das nossas próprias vocações para sermos Sal da Terra e Luz do Mundo, temos nossos altos e baixos, mas não desanimamos, sempre avante, jamais retroceder, como diz nosso Patrono, São Junípero Serra: “a oração é a alma do ministério vocacional.” Deixamos em aberto o nosso convite para que toda a comunidade venha conhecer e participar do nosso Movimento Serra. Precisamos fortalecer nosso grupo e formar outros na Diocese, pedimos também o apoio dos padres, pois a messe é grande e os operários são poucos e, por isso, pedimos ao Senhor que envie mais operários. Julia Fernandes de Oliveira é presidente do Movimento Serra, de Marília.

ANIVERSARIANTES

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ANIVERSÁRIO NATALÍCIO 09/08 — Pe. Manoel L. Pereira - Tupi Paulista; 10/08 — Côn. João Carlos Batista - Marília; 14/08 — Pe. José Afonso Maniscalco - Pauliceia / Santa Mercedes; 21/08 — Pe. Luciano Pontes - Marília; 22/08 — Pe. Guilherme Massoca Baptista - Marília; 24/08 — Valdo Bartolomeu de Santana - Junqueirópolis; 24/08 — Diác. Silvio Cesar Quaio - Marília; 30/08 — Pe. Joaquim Carlos Bogalhos, CP - Osvaldo Cruz / Salmourão. ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL 04/08 — Pe. Júlio Pereira de Souza Neto - Marília; 04/08 — Pe. Luciano Ruiz Talarico - Queiroz; 04/08 — Pe. Luiz Henrique de Araújo - Ouro Verde; 10/08 — Pe. Francisco José del Barrio Tosantos, SM Marília; 13/08 — Pe. Marcos Roberto Cesário da Silva - Tupã; 25/08 — Fr. Lucas Lisi Rodrigues, OFM - Garça 29/08 — Pe. José Afonso Maniscalco - Pauliceia / Santa Mercedes ANIVERSÁRIO DE ORDENAÇÃO DIACONAL 01/08 — Diác. Cecílio Davi - Marília;


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ERA UMA VEZ...

Diocese

Um de vocês é o Messias

Catequistas recebem formação sobre laicato e evangelização de crianças

Era uma vez um sábio meditando em sua caverna no Himalaia, que, abrindo os olhos, descobriu um visitante inesperado sentado diante dele: o abade de um mosteiro conhecido. — O que procura? – perguntou o sábio. O abade desfiou seus infortúnios. Antigamente o mosteiro fora famoso em todo o mundo ocidental. Suas celas estavam cheias de jovens aspirantes e a igreja ressoava com o cântico dos monges. As pessoas não mais afluíam para ali nutrir o espírito, a torrente de jovens aspirantes secara, a igreja estava silenciosa. Só restava um punhado de monges e estes cumpriam as tarefas com o coração pesado. O que o abade queria saber era isto: — É por causa de algum pecado que cometemos que o mosteiro foi reduzido a esse estado? — Sim – respondeu o sábio — um pecado de ignorância. — E que pecado é esse? — Um entre vocês é o Messias disfarçado e vocês ignoram isso. Tendo dito isso, o sábio fechou os olhos e voltou à sua meditação. Durante toda a dura viagem de volta ao mosteiro, o coração do abade batia forte com o pensamento de que o Messias – o Messias em pessoa – voltara à terra e estava bem ali no mosteiro. Como é que deixara de reconhecê-lo? E quem seria ele? O Irmão cozinheiro? O Irmão Prior? Ah, ele não, ele tinha muitos defeitos. Mas, então, o sábio dissera que ele estava disfarçado. Seriam aqueles defeitos um dos seus disfarces? Pensando bem, todos no mosteiro tinham defeitos. E um deles tinha de ser o Messias! De volta ao mosteiro, reuniu os monges e contou-lhes o que descobrira. Olharam uns para os outros com incredulidade. O Messias? Aqui? Incrível! Mas supunha-se que ele estava aqui disfarçado. Uma coisa era certa: se o Messias estava ali disfarçado, não era provável que o reconhecessem. Por isso, começaram a tratar todos com respeito e consideração. — Nunca se sabe – diziam a si mesmos, quando tratavam uns com os outros – talvez seja este. O resultado disso foi que o ambiente no mosteiro tornou-se vibrante de alegria. Logo, dezenas de aspirantes estavam procurando ser admitidos à Ordem. E mais uma vez a Igreja ressoava com os cânticos santos e jubilosos dos monges que estavam vivendo no espírito do AMOR.

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a última semana de julho, as paróquias da Diocese de Marília realizaram as formações catequéticas. Muitas paróquias se reuniram para formações microrregionais e, neste ano, o tema central foi o Documento nº 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “Cristãos leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5, 13-14)”. Em Marília, todas as paróquias da cidade se reuniram na São Miguel Arcanjo, juntamente com a paróquia de Vera Cruz. Andresa Cristina Pereira Rocha, coordenadora da Crisma da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, participou da formação junto com um grupo de 15 pessoas. “Gostei do encontro pois reforçou o valor do catequista. Considero que reacendeu uma chama que estava meio apagada. Não buscamos valorização, mas alguns não dão importância ao catequista, apesar de ser um trabalho essencial na Igreja”, disse. Na Região II, uma das catequistas que participou da formação foi Aline Ciaranicole Loureiro, da Paróquia São Pedro Apóstolo, de Tupã. Ela contou que este foi o primeiro encontro do qual participou e que ficou impressionada com a adesão e o interesse dos catequistas. “Sou pedagoga e não imaginava que na Catequese tinha tanto envolvimento e comprometimento. Achei muito interessante”, comentou ela, que foi recentemente convidada para ser catequista e terá uma turma de catequizandos em 2019. O assessor da Catequese na Região III, Diá-

cono Edson Barbosa, contou que na Região Pastoral as paróquias foram divididas em microrregiões e que foram quatro polos. Ao todo, três seminaristas se revezaram para dar a formação aos catequistas. “Cerca de 80% de todos os catequistas participaram. Os assessores foram muito felizes em abordar o documento, a partir do ofício do catequista. Percebi deles a motivação e a busca pelo conhecimento”, afirmou. CRIANÇAS Nos dias 4 e 5 de agosto, a Paróquia Maria Mãe da Igreja, de Marília, sediará a Formação para Catequistas, Bonecos e Evangelizadores de Crianças, que deverá reunir pessoas de outras paróquias. Este ano, quem estará na Diocese, conduzindo a formação, será a Turminha Coração de Criança, de Taubaté (SP). “Conheci esse grupo em congressos nacionais que participei e quis trazê-los para cá. Creio que nos trarão atrativos para evangelizarmos melhor as crianças”, comentou Valdirene da Costa, a boneca Val, que atua há 10 anos nas missas com as crianças da Catedral Basílica de São Bento, em Marília. O encontro também será voltado para os catequistas, para que tenham uma linguagem mais atualizada para trabalhar com os pequenos. “A ideia não é só seguir o livro, mas ter dinâmicas e músicas próprias para as crianças”, complementou a idealizadora da formação. “Não posso deixar de agradecer ao pároco, Pe. Adriano (Alves Pereira), que nos deu todo apoio, estrutural, espiritual e financeiro”, concluiu Val. Foto: Paróquia Sagrada Família | Lucélia

Pe. Valdo Bartolomeu Santana é pároco da Paróquia Santo Antônio, de Junqueirópolis Em Lucélia, reuniram-se 200 catequistas de Adamantina, Inúbia Paulista, Lucélia, Parapuã e Pracinha


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Danilo Cordeiro lança livro sobre estudos acadêmicos

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seminarista Danilo Cordeiro Silva, que está no último ano do curso de Teologia, lançou, no início de junho, o livro “Seremos julgados pelo Amor: a justiça escatológica como horizonte da praxis cristã”. A obra, da editora Clube de Autores, é fruto de três anos de pesquisas e foi baseada na monografia do seminarista, feita no curso de bacharelado em Teologia, na Faculdade João Paulo II (Fajopa), em Marília, e entregue no ano passado. “O objetivo da publicação foi compartilhar com os agentes de pastoral de nossa Diocese um pouco daquilo que eu aprendi”, disse Danilo. Segundo ele, durante o processo formativo, a Igreja oferece muitas oportunidades de crescimento intelectual. “Acredito que o conhecimento é um dom a ser partilhado”, afirmou. O livro trata da escatologia, um tema

Foto: Divulgação

O seminarista Danilo escreveu o livro a partir de seus estudos do curso de Teologia

que provoca espanto e, ao mesmo tempo, curiosidade nas pessoas. “Falar em morte e juízo final faz as pessoas terem medo, mas também provoca interesse. E eu sempre gostei desse tema. Quando

dava formação catequética, ouvia muitas dúvidas das crianças, trazidas pelas catequistas. Então, decidi partilhar o resultado dos meus estudos”. Danilo lembrou que, para responder a estas ques-

tões escatológicas, a Igreja se baseia no Evangelho. “Muitas pessoas têm medo da morte. Eu quero mostrar que, se vivermos segundo o Amor que Jesus Cristo nos ensinou, não temos o que temer. O julgamento de Deus é o momento da verdade, e não precisamos ter medo da verdade”, garantiu o seminarista. O contato com a editora ocorreu pela internet. O único custo foi da impressão, pois o próprio autor fez a diagramação do livro, que tem um total de 167 páginas. Cada exemplar é vendido a R$ 40,10 e somente é possível comprá-lo pelo site da editora, www.clubedeautores.com.br. Danilo contou que o incentivo maior foi da própria Diocese de Marília, que lhe permitiu estudar o assunto durante o processo formativo. “O livro não é para mim. É para a Igreja. Ela me deu muito conhecimento e esta é uma forma singela de retribuir”, finalizou Danilo.


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NO MEIO DE NÓS

Agosto de 2018

Destaque: “Eu disse SIM!” Mês Vocacional estimula reflexão sobre o chamado de Deus

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este mês de agosto, a Igreja chama os fiéis a rezarem e refletirem sobre a vocação, o chamado de Deus para cada um. Vocação é uma proposta de Deus, a cumprir uma missão, que tem a finalidade de realização plena. O primeiro chamado que cada um recebe é o chamado à vida, a ser filho de Deus, a ser Igreja, viver no Espírito e buscar a santidade. Depois, vem a vocação específica. Ela é a maneira própria como cada um realiza a sua vocação fundamental, como leigo e leiga, religioso ou sacerdote. O chamado para a vocação específica geralmente surge na vida em comunidade. A vocação leiga, que está sendo amplamente estimulada neste Ano Nacional do Laicato, é assumida por homens e mulheres, que, agindo à luz da fé e da Palavra de Deus, e também movidos pela caridade, assumem suas famílias e atuam em suas mais diversas realidades sociais e profissionais. Os cristãos leigos e leigas receberam de Deus a missão de testemunhar a fé no seu ambiente de vida comum: na família, no trabalho, no estudo, na comunicação, na política, ou seja, em todo lugar. A atuação do leigo em todas as frentes, inclusive no campo político, é defendida pela Igreja e o coordenador do Conselho Diocesano de Leigos (CDL), Antônio Vieira, explica o porquê: “sem pessoas que têm o Evangelho como base para suas vidas não dá para esperar que o bem comum prevaleça. Dessa maneira, é essencial, senão imprescindível, que os cristãos se envolvam, cada vez mais, no mundo político como alternativa a tantos outros, que defendem somente seus interesses em detrimento da população que mais precisa das políticas públicas”. Segundo Vieira, não há outro lugar para criar e mudar leis, ou impedir que outras sejam aprovadas, senão na política. “De qualquer forma, participamos da política, ou por ação, ou por omissão. E cada um deve saber o papel que quer desempenhar, assumindo as consequências de sua opção”, complementou. Ana Ramos Marcos, de Lucélia, é casada, tem uma filha, e faz parte da Pastoral Vocacional, além de também ser catequista. Ela considerou que, neste ano dedicado aos leigos, tem refletido mais sobre sua vocação leiga e sobre a importância que tem na vida da Igreja. “Sentimo-nos cada vaz mais compromissados com o Reino de Deus. Costumo dizer que adoro a Deus e amo a Igreja. Sou muito feliz na minha missão. Caminhamos com a

Fotos: Arquivo

Leigos refletem sobre protagonismo neste Ano do Laicato

esperança de um dia participar do Reino definitivo. Vamos superando as dificuldades junto com os outros irmãos. E essa comunhão fraterna é maravilhosa”, considerou. Já na vocação religiosa, o religioso é chamado a testemunhar Cristo de uma maneira radical, com uma consagração total e vivência dos votos de pobreza, castidade e obediência. Os religiosos vivem a total disponibilidade a Deus, à Igreja e aos irmãos. “Fiz um voto de pobreza e não posso ter nada. Se for designado a ir para outra comunidade, vou somente com a roupa do meu corpo. Nossa missão é sermos itinerantes”, contou o Frei Airton Carlos Grigoleto, OFMCap, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Dracena. Ele é da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, uma das maiores congregações religiosas masculinas no Brasil e que recebem este nome por causa do capuz que está em seu hábito. Aos 27 anos de vida religiosa, a Irmã Ana Maria Hermenegildo da Silva contou que, como carioca, gostava de samba e de pagode, mas sentia uma vazio. Foi à Igreja e se envolveu com o trabalhos dos vicentinos e, sentindo o chamado de Deus, ingressou na Congregação das Irmãs Franciscanas Alcantarinas, que completou, em 30 de julho, 86 anos de presença no Brasil. “Hoje, sintome realizada. Eu me identifiquei com o carisma da minha congregação. Gosto dessa itinerância. Estou em Pompéia há apenas um mês e aqui trabalho com crianças. Estava em Porto Alegre (RS) há três anos, onde atuava com cerca de 40 idosas. Antes, ainda, estive no sertão da Bahia, com uma equipe missionária. Gosto de fazer novas amizades, de conhecer outras realidades. A vida religiosa me proporciona sempre esse recomeçar. É como São Francisco sempre dizia aos seus irmãos frades: ‘Até agora nada fizemos. Vamos recomeçar’”, afirmou ela, que ingressou na congregação aos 21

anos de idade. Na vocação sacerdotal, o padre é ordenado para ser sinal sacramental da presença de Cristo, Profeta, Sacerdote e Rei. “Ele é sinal sacramental de Cristo, que convoca e envia a Igreja. Sua missão é animar a fé e presidir a comunidade”, explicou o Pe. Valdo Bartolomeu de Santana, ordenado presbítero em janeiro de 2000, que atualmente está em Junqueirópolis, como pároco da Paróquia Santo Antônio, e é membro da Pastoral Presbiteral. No ano em que foi eleito Papa, Francisco se reuniu com 60 jovens pertencentes ao grupo vocacional da Diocese de Bréscia, na Itália. Havia, no grupo, casais de namorados, seminaristas, catequistas, que fizeram a pé a peregrinação até o Vaticano. Ao falar a eles, especificamente àqueles que aspiravam o sacerdócio, o Santo Padre recomendou que iniciassem esse novo caminho com seriedade. “Vocês verão que é uma alegria, mas não uma brincadeira. É uma coisa séria. É como casar-se. Então, é uma escolha séria na vida. Porém, quando se leva uma coisa à sério, então ela torna-se bela. Mesmo se difícil”, observou o Sumo Pontífice. Sobre as vocações, o Pe. Valdo lembra que Deus chama na luta do dia a dia. “Ele nos convida pelos valores que nos atraem, pela comunidade, pelo irmão que sofre, por mediadores diversos — amigos, padres, leigos. E chama também por sua Palavra, pela oração e escuta. “A vocação é um chamado à alegria. Deus, em seu plano de amor, respeita a liberdade humana. É necessário um coração simples e orante, capaz de ouvir a proposta, e aberto e generoso, capaz de discernir e responder ao chamado de Deus. Silencie, ouça o chamado do Senhor, e diga sim generosamente. Vale a pena. Vale a vida plena”, concluiu.


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Agosto de 2019

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Congregações religiosas atuam em diversas cidades

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xistem, na Diocese de Marília, nove casas religiosas masculinas e 12 casas femininas. Centenas de homens e mulheres que deixaram tudo para ouvir o chamado de Deus. Na década de 50, após a criação da Diocese, Dom Hugo Bressane de Araújo, primeiro bispo, foi responsável pela vinda de diversas congregações religiosas, que assumiram muitas paróquias. Foi assim que chegaram em Marília os Irmãos do Sagrado Coração, que administram o conceituado Colégio Cristo Rei, de 60 anos de fundação, e também a Escola Irmão Policarpo, onde os religiosos fazem umas das etapas de formação. Também em Marília, tem renome o Colégio Sagrado Coração de Jesus, administrado pelo Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, que chegou em território diocesano em 1933. A congregação é a que mais religiosas tem em território diocesano. Em Marília, seis irmãs estão no colégio e outras 42 fazem parte da Betânia Charitas Christi, que cuida das religiosas idosas. Outras seis irmãs estão em Adamantina, onde está outro importante centro educacional, o Colégio Clélia Merloni. Muitas congregações têm como missão o trabalho com crianças, seja em colégios ou creches. É o caso do Instituto das Irmãs Missionárias dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, que atende 170 crianças no Cantinho Dona Alice, em Osvaldo Cruz. O Lar Santo Antônio, em Tupã, também atende crianças e é administrado pela Congregação das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena, que está na diocese desde a década de 1940. Em Lucélia, a Congregação das Irmãs de São José de Cluny cuida da Creche Ana Maria Jahoey, com a assistência a 89 crianças. A congregação, que está na Diocese desde 1960, tem duas comunidades com um total de 10 religiosas. Além da creche, elas também administram o Lar São Vicente de Paulo, onde atendem cerca de 30 idosos. As Irmãs Franciscanas de Siessen estão no território diocesano desde 1949 e, em Garça, trabalham na Creche Dona Maria Leonor. Na vizinha cidade de Álvaro de Carvalho, atuam na Creche Nazaré, as Irmãs da Misericórdia. O trabalho com crianças também existe em congregações masculinas. Em Garça, a Ordem dos Frades Menores atende crianças em situação de vulnerabilidade, no Patronato Juvenil Garcense. E, em Dracena, a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos administra a Associação São Francisco de Assis, que existe há 10 anos e proporciona reforço escolar e outras atividades. As congregações franciscanas são as que mais

Foto: Arquivo

Educação infantil é missão de muitos religiosos na diocese

têm religiosos no Brasil. Existem cerca de cinco mil frades franciscanos e aproximadamente 1.100 franciscanos capuchinhos. Uma congregação menos numerosa, que tem três religiosos na Diocese de Marília e seis em todo o Brasil, é a Companhia de Maria, de origem espanhola, que tem pouco mais de 200 anos. A congregação está no Brasil há 41 anos e atua no Lar São Vicente, em Marília. Na sede da Diocese também se encontram os Religiosos de São Vicente de Paulo, que chegaram em 1958 e tem como missão a evangelização dos meios populares com a espiritualidade vicentina, e a Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo, que administra a Paróquia Santo Antônio. Outra centenária é a Congregação da Paixão de Nosso Senhor, em Osvaldo Cruz, Sagres e Salmourão. Seus religiosos são chamados passionistas e têm a missão de anunciar a Paixão de Jesus Cristo como expressão maior de Deus. Alguns religiosos dedicam-se, ainda, ao cuidado com os dependentes químicos, como os capuchinhos em Dracena, na Pousada Bom Samaritano. A mesma recuperação e reinserção é feita em Tupã, no Cervida, entidade conduzida pela Associação dos Irmãos e Irmãs Samaritanos, fundada com o apoio do sacerdote diocesano Antônio Padula. Em Junqueirópolis, está o Lar Santa Terezinha, que acolhe adictas do sexo feminino, e é administrado pela Associação das Irmãs da Copiosa Redenção. Existe ainda, em Marília, o Instituto das Irmãs Missionárias de Nossa Senhora de Fátima, que conduzem o projeto Aurora Boreal, de reinserção social dos dependentes químicos. A mesma congregação está presente em Herculândia, onde administra o Hospital Beneficente São José. A área da saúde tem atuação de muitos religiosos, que têm a missão de cuidar dos doentes e trabalhar em hospitais. É o caso da Congregação das Irmãs Franciscanas de Cristo Rei, que trabalham no Hospital São Lucas, em Garça. Algumas religiosas também se dedicam às Pastoral da Saúde,

como a Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, de Oriente, que tem como carisma ir em busca dos mais necessitados. Enquanto algumas congregações trabalham com crianças, idosos e doentes, existe uma que se dedica a cuidar dos padres. Este é o trabalho da Congregação de Jesus Sacerdote, de Marília, que tem como missão servir os padres nas suas necessidades humanas e pessoais. A congregação tem o sacerdote mais idoso da Diocese de Marília, com 95 anos. O Pe. Pio Milpacher foi um dos primeiros missionários da congregação no Brasil. Outros religiosos, ainda, têm como carisma a oração. Em Lucélia, os monges da Divina Misericórdia têm uma vida de oração e, em Marília, as irmãs clarissas vivem em clausura no Mosteiro Santa Clara. “Devemos sustentar os membros fracos da Igreja com a nossa oração, como nos pede Santa Clara, a fundadora da Ordem”, contou a Irmã Miriam Gabriela da Santa Cruz. AÇÃO EVANGELIZADORA Na última Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada no mês de abril, em Aparecida (SP), foi apresentada a ação evangelizadora Cada Comunidade uma Nova Vocação, pelo então Monsenhor Mário Spaki, ordenado, dias depois, bispo para a Paranavaí (PR). A iniciativa foi desenvolvida no Regional Sul 2, que compreende as dioceses do Estado do Paraná, e está baseado em dois eixos: o primeiro é rezar pelas vocações e o segundo é divulgar, nos meios de comunicação, testemunhos vocacionais. O bispo diocesano de Marília, Dom Luiz Antonio Cipolini, voltou de Aparecida decidido a abraçar a motivação e implantá-la na Diocese. Ele incumbiu o assessor diocesano da Pastoral da Comunicação (Pascom), Diácono Tiago Barbosa, de iniciar a implantação. “Ele se baseia no trecho bíblico ‘Pedi ao Senhor da Messe que envie operários para Sua Messe’. Enquanto Igreja, unida em um único corpo, precisamos rezar e trabalhar para suscitar uma cultura vocacional, para despertar mais vocações”, afirmou. O diácono explicou que uma equipe foi montada para pensar o desenvolvimento da iniciativa na Diocese e disse que a ideia é criar um ambiente positivo em todas as comunidades, no que se refere às vocações e também aos vocacionados. O projeto será uma parceria entre o Setor Juventude e as pastorais da, Catequese, Litúrgica, Vocacional e da Comunicação e a inovação na diocese vai envolver também o Terço dos Homens, os seminaristas e os candidatos ao diaconato permanente. “A ideia é iniciá-lo já neste mês vocacional”, relatou.


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Agosto de 2018

Projetos sociais recebem R$ 109 mil do Fundo de Solidariedade

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o mês de junho, o Conselho Gestor do Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS) fez a distribuição dos cheques aos projetos sociais escolhidos este ano. Ao todo, foram contemplados 20 projetos de diversas cidades da Diocese de Marília. A entrega foi feita na

sede da Cáritas Diocesana, que administra o FDS. Os representantes legais dos projetos puderam apresentar seus trabalhos e falar da importância desses repasses. Confira, na tabela ao lado, a relação dos projetos e os valores recebidos. O repasse total foi de R$ 109.475,64.

Cáritas Diocesana inicia projeto para terceira idade em Marília Além dos 20 projetos sociais contemplados pelo Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS), o Conselho Gestor também reservou um total de R$ 20.215,43, para um projeto que será administrado pela Cáritas Diocesana. O Espaço Conviver é um serviço de convivência e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários para pessoas idosas. O projeto, que começou no dia 1º de agosto, será realizado de segunda a sexta-feira, das 13h às 16h, na sede da Cáritas Diocesana. Segundo o presidente da entidade, Pe. José Carlos Vicentin, foram abertas vagas para 50 pessoas e todas foram preenchidas durante o período aberto para as inscrições. Os assistidos pelo projeto têm acima de 60 anos e, de acordo com o sacerdote, haverá também participante com mais de 80 anos. Durante o período em que estiverem na Cáritas, os idosos terão diversas atividades, pedagógicas e lúdi-

cas, como artesanato, música, dança e teatro, informática, esporte e lazer, reflexão e oração. Cada participante pode optar pelas atividades de interesse. “Respeitaremos as limitações de cada um e teremos profissionais qualificados, como educadores físicos e um assistente social”, informou o Pe. Vicentin. Para ele, esta experiência será um novo desafio para a Cáritas que, por 20 anos, realizou um projeto voltado para crianças e adolescentes. “Agora percebemos a necessidade dessa faixa etária. E as pessoas vieram com muito boa vontade. Isso nos anima a ter alegria e esperança para começar”, comentou. O projeto começa com recursos do FDS e também da Cúria Diocesana. Foi necessário reformar e adequar o espaço. “É necessário destacar o apoio do nosso bispo, Dom Luiz Antonio Cipolini, em todo o processo”, concluiu o presidente da Cáritas. Foto: Gustavo Uriel | Pascom Diocese de Marília

PROJETO POR UM MUNDO MAIS COLORIDO Entidade: Centro Social Mariano de Álvaro de Carvalho OBS.: compra de mesas/cadeiras para refeitório de crianças

6.600,00

NUNCA É TARDE PARA SER QUEM VOCÊ DEVE SER Entidade: Lar dos Velhos “Frederico Ozanan” de Garça OBS.: aquisição de equipamentos

4.984,00

UM ESPAÇO MAIS ACONCHEGANTE - II Entidade: Patronato Juvenil Garcense - Garça OBS.: continuação da colocação de toldos

5.000,00

FUTEBOL: PÉ NA BOLA BOM NA ESCOLA Entidade: Associação Brasileira das Franciscanas de Garça OBS.: reforma do campo de futebol

5.000,00

REFORMA EM COZINHA E BANHEIRO DA ENTIDADE Entidade: Ass. Recuperação Depend. Químicos - Projeto Vida Nova - Marília OBS.: readequação às exigências sanitárias e de segurança

6.600,00

AURORA BOREAL Entidade: Irmãs Missionárias de Nossa Senhora de Fátima - Marília OBS.: aquisição de equipamentos

6.432,60

RENOVAÇÃO DE ENXOVAL - CAMA E BANHO Entidade: Lar São Vicente de Paulo de Marília OBS.: aquisição de equipamentos

6.000,00

ACABAMENO DE CONSTRUÇÃO E MOBILIÁRIO Entidade: Associação Amor de Mãe - Marília OBS.: acabamento/construção do salão e mobiliário

5.000,00

PROJETO HORTA COMUNITÁRIA Entidade: Associação Vinha do Senhor - Marília OBS.: aquisição de equipamentos para padaria artesanal

2.558,00

ADEQUAÇÃO E SEGURANÇA Entidade: Centro de Assistência Nossa Senhora de Fátima - Pompéia OBS.: colocação de toldos e divisórias

4.500,00

INSTALAÇÃO DE CALHAS NO SALÃO SOCIAL Entidade: Lar Santo Antonio - Tupã OBS.: restauração de calhas e infraestrutura

5.815,63

TRANSPORTE SOLIDÁRIO Entidade: Pastoral da Moradia - Tupã OBS.: restauração do caminhão

7.803,00

ESPAÇO VICENTINO Entidade: Recanto Vicentino - Obra Unida à SSVP - Tupã OBS.: reforço de fundação e benfeitorias

5.600,00

PROJETO BOM SAMARITANO Entidade: Associação Leão de Judá - Bastos OBS.: reforma de banheiros

5.000,00

SEGURANÇA E PREVENÇÃO NA PROTEÇÃO DE VIDAS Entidade: Lar São Vicente de Paulo de Osvaldo Cruz OBS.: regularização / nova caixa d’água

5.000,00

COZINHA ESPAÇO 21 Entidade: Associação Síndrome de Down - Osvaldo Cruz OBS.: aquisição de equipamentos para cozinha industrial

4.607,14

MELHOR CONFORTO PARA IDOSOS Entidade: Lar dos Velhos de Inúbia Paulista OBS.: aquisição de colchões e geladeira

6.010,00

COZINHA NOVA Entidade: Creche e Centro de Orientação Familiar Ana Maria Javouhei - Lucélia OBS.: troca de equipamentos muito antigos

5.965,57

OPORTUNIDADE E NECESSIDADE Entidade: Lar Santa Terezinha Amor e Vida - Junqueirópolis OBS.: aquisição de equipamentos, conforme exigências legais

6.000,00

AR QUE SE RENOVA Entidade: Associação de Assistência Social Santo Antônio de Junqueirópolis OBS.: aquisição de equipamentos

5.000,00

PROJETOS CONTEMPLADOS PROJETO - CÁRITAS DIOCESANA (15% FDS) Idosos atendidos pelo projeto, inaugurado no dia 1º de agosto, na sede da Cáritas

DOAÇÃO FDS

TOTAL

109.475,64 20.215,43

129.691,07


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Agosto de 2018

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Nove paróquias completaram 60 anos em 16 de julho Criadas em 1958, no dia de Nossa Senhora do Carmo, os decretos foram assinados pelo então bispo Dom Hugo Bressane de Araujo. As paróquias aniversariantes são de Arco-Íris, Monte Castelo, Nova Guataporanga, Ouro Verde, Panorama, Pauliceia, Pracinha, Santa Mercedes e São João do Pau D’Alho.

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á 60 anos, em 16 de julho, o então bispo diocesano, Dom Hugo Bressane de Araújo, criou nove paróquias. No dia dedicado a Nossa Senhora do Carmo, foram criadas as paróquias Senhor Bom Jesus, de Arco-Íris; Santa Cecília, de Monte Caste-

lo; Nossa Senhora Aparecida, de Nova Guataporanga; Nossa Senhora Aparecida, de Ouro Verde; São José, de Panorama; São Pedro, de Pauliceia; Santa Luzia, de Pracinha; Nossa Senhora das Mercês, de Santa Mercedes; e São João Batista, de São João do Pau D’Alho. Fotos: Divulgação

Dom Osvaldo, convidado para presidir missa pelos 60 anos em Pauliceia

Dom Luiz presidiu missa em Pracinha, onde fiéis festejaram restauração

Em Panorama, foi inaugurada a imagem do padroeiro, em frente à igreja

O Jubileu de Diamante foi celebrado em algumas dessas paróquias. Foi o caso de Pracinha, que teve um mês de festejos. Os fiéis participaram de missas, presididas por padres que já passaram pela paróquia, e também celebraram a restauração da igreja matriz. No dia 14, o bispo Dom Luiz Antonio Cipolini esteve na cidade para presidir a missa solene. Em Santa Mercedes, uma missa também foi celebrada no dia 14, sendo presidida pelo bispo emérito, Dom Osvaldo Giuntini. A Paróquia Nossa Senhora das Mercês também inaugurou uma exposição no salão paroquial, para relembrar essas seis décadas. No dia 15, Dom Osvaldo presidiu a missa do jubileu em Pauliceia. Estiveram concelebrando o Pe. Eduardo Cardoso de Sá, de Marília, e o pároco, Pe. José Afonso Maniscalco. “Desde 1958, a comunidade vivenciou momentos inesquecíveis na presença de Deus, superou desafios e cresceu na fé”, afirmou o Pe. Afonso. A paróquia de Panorama celebrou o jubileu com uma romaria para Aparecida (SP). Dois ônibus de fiéis estiveram na Basílica Nacional em 13 de julho, e participaram da missa das 9h. No dia 15, o bispo Dom Luiz presidiu a missa em ação de graças em Panorama, com a presença de cerca de 800 fiéis. Em São João do Pau D’Alho, os 60 anos foram lembrados nas missas do final de semana. Algumas paróquias deixaram para celebrar o jubileu em outra data. Em Arco-Íris, o ponto alto da comemoração será em 6 de agosto, no dia do Senhor Bom Jesus, quando haverá carreata, missa solene presidida por Dom Luiz e quermesse. Já as paróquias de Nova Guataporanga e Ouro Verde comemorarão o jubileu em outubro, no dia da padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Assim como também Monte Castelo, que celebrará em 22 de novembro, dia de Santa Cecília.

Equipes de liturgia e de música têm formação diocesana em Bastos No dia 22 de julho, a Paróquia São Francisco Xavier, de Bastos, sediou o 3º Encontro Diocesano de Liturgia, com formação para as equipes de Liturgia e grupos de música litúrgica de todas as paróquias. Estiveram reunidas cerca de 450 pessoas, o que foi considerada uma participação expressiva. Neste ano, o tema proposto foi “Liturgia, Eucaristia e Música” e quem falou sobre o assunto foi o assessor diocesano de Liturgia, Pe. Anderson Messina Perini, que idealizou o encontro diocesano, realizado pela primeira vez em 2016. Os outros assessores da formação foram o seminarista Vítor Hugo Pinheiro, auxiliar de cerimônias, o Diácono Tiago Barbosa, assessor diocesano da Pastoral de Comunicação (Pascom), e o músico e compositor Frei Zilmar Augusto, OFM, que atualmente trabalha no Santuário Nossa Senhora de Lourdes, de Garça. Ele ficou conhecido, nacionalmente, por ter composto o Hino da Campanha da Fraternidade 2018. Além de assistirem às palestras, os participantes receberam todo o material apresentado, em apostila, bem como um CD com todas as músicas apresentadas durante o encontro. “O conteúdo foi apresentado de forma clara e bem dinâmica. Depois, houve também o momento de esclarecimentos de várias dúvidas”, contou Terezinha de Souza e Silva, coordenadora diocesana de Liturgia. Na opinião de Marisa Francelin, de Marília, esta formação foi melhor, em comparação aos anos anteriores. “Foi bem explicado. Estávamos precisando tirar dúvidas”, comentou ela, que faz parte, há seis anos, da Liturgia da Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Regina Maria Ribeiro Perreira, de Osvaldo Cruz, também considerou proveitoso o encontro. “Achei interessante recebermos apostilas. Agora, quando tivermos dúvidas, estamos com o material na mão”, afirmou ela, que faz parte da equipe de música da Paróquia São José há três anos. Foto: Marcela Yanase I Pascom Paróquia São Francisco Xavier

Encontro reuniu fiéis na matriz de São Francisco Xavier


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NO MEIO DE NÓS

Agosto de 2018

Clero, leigos e consagrados terão cursos em agosto

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ando continuidade à formação permanente dos ministros ordenados, a Diocese de Marília promoverá, de 21 a 23 de agosto, a Atualização do Clero, com os temas “Teologia do Laicato” e “Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB)”. Para falar sobre o assunto, foi convidado o professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, Dr. Cesar Augusto Kuzma, e a assessora do CNLB do Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Fátima Aparecida Ferre, de Bauru. O evento será realizado na Casa Pastoral Diocesana “Dom Osvaldo Giuntini”, em Adamantina. No domingo seguinte, dia 26, será a vez de os leigos e consagrados se reunirem em Osvaldo Cruz, na Paróquia São

José. A Atualização dos Leigos e Consagrados seguirá a mesma abordagem sobre o ano dedicado aos leigos, e o assessor do tema “Teologia do Laicato” será o Pe. André Luiz Martins dos Santos, administrador paroquial de Pró-Paróquia Santa Edwiges, de Marília. De acordo com o Centro Diocesano de Pastoral (CDP), são convidadas dez pessoas por paróquias, porém, quem desejar mais vagas, pode entrar em contato com o CDP. “Neste Ano Nacional do Laicato, contaremos com a presença de um teólogo leigo e pai de família para assessorar a Atualização do Clero – o que será, certamente, uma grande riqueza. Quanto à Atualização dos Leigos, temos convidado assessores da própria Diocese nos últimos anos. E mais uma vez, faremos encontro de um dia, para ser acessí-

Cônegos são homenageado em missa em louvor a São Bento No dia 11 de julho, em Marília, houve a celebração eucarística em louvor a São Bento Abade, padroeiro da Catedral Basílica. Na oportunidade, os fiéis acolheram o Cabido da Catedral de Marília. Trata-se de colégio de sacerdotes que realizam as funções litúrgicas solenes na Igreja Catedral, juntamente com o bispo diocesano, além de desempenhar alguns trabalhos específicos a seu pedido, como, por exemplo, a guarda do patrimônio histórico e artístico da Diocese. Atualmente, compõem o cabido o Monsenhor Nivaldo Resstel; o Monsenhor Achiles Paceli de Oliveira Pinheiro, que reside em Campos do Jordão (SP); o Cônego Antônio Flumignan; o Cônego João Carlos Batista, que também desempenha a função de vigário geral da Diocese; o Cônego José Carlos Dias Tóffoli, e o Cônego Valdemiro Cândido do Símbolo. A instalação do Cabido dos Cônegos da Catedral de Marília ocorreu em 6 de janeiro de 1956, pelo primeiro bispo diocesano, Dom Hugo Bressane de Araújo. Outro integrante do Cabido foi o Cônego Maurício Pilon, que faleceu em Vera Cruz, em 9 de março deste ano. Na missa, os fiéis agradeceram a Deus pela sua doação e trabalho pastoral desenvolvido na Diocese de Marília. A cerimônia na catedral foi presidida pelo bispo Dom Luiz Antonio Cipolini, e contou, ainda com a presença do bispo emérito, Dom Osvaldo Giuntini, e Dom Pedro Carlos Cipolini, irmão do bispo diocesano, que esteve em visita. Esteve também em Marília o Pe. Camilo Gonçalves de Lima, secretário de Dom Pedro, da Diocese de Santo André, e o Pe. Maurílio Alves Rodrigues, do clero de Assis (SP). Foto: Ana Júlia Xavier de Barros | Catedral São Bento

Alguns membros do Cabido junto com bispos e Pe. Guilherme (à dir.)

vel a mais pessoas”, disse o coordenador diocesano de pastoral, Pe. Ademilson Luiz Ferreira. FOLDER ELEIÇÕES No início de julho, o CDP lançou um folder intitulado “Os Cristãos e as Eleições 2018”. Trazendo as palavras do Papa Francisco — na Mensagem aos participante de um encontro de políticos católicos, em Bogotá, na Colômbia, em dezembro de 2017 — e do episcopado brasileiro — na Mensagem da 56ª Assembleia Geral da CNBB ao Povo Brasileiro — o objetivo do folder é levar aos fiéis eleitores informações para melhor escolherem seus representantes. Neste ano, o Brasil escolherá novos nomes para a presidência da República, Senado, governo dos Estados e Câmaras

de deputados federais e estaduais. Para que os eleitores saibam analisar as propostas dos candidatos, o folder explica as atribuições de cada cargo e também o tempo de mandato. O material traz, ainda, informações a respeito das principais leis que norteiam a administração pública e as eleições. Uma delas é a Lei 9840, de combate à compra de votos. Ela se originou de uma iniciativa popular, que teve à frente a Igreja Católica, em 1999. Outra lei, de 2010, é a de número 135, conhecida com Lei da Ficha Limpa. Ela torna inelegível quem tenha sido “condenado em decisão proferida por órgão judicial colegiado”. As paróquias adquiriram o folder e muitas farão a distribuição aos seus fiéis durante as missas.

FIQUE DE OLHO FORMAÇÃO RCC Adamantina sediou, nos dias 21 e 22 de julho, o Retiro Diocesano de Formação para o Ministério das Crianças. Promovido pela Renovação Carismática Católica (RCC), o evento reuniu cerca de 70 pessoas no Lar Cristão. A formação foi conduzida por Rosicler Correa Azevedo, da Diocese de Ourinhos (SP), conhecida como Tia Rose no Ministério para Crianças. DOAÇÃO DE LEITE A Pastoral da Criança está apoiando o Projeto de Doação de Leite Materno, iniciado pelo Ministério da Saúde. O projeto objetiva conscientizar mães que estão amamentando a doarem leite materno para auxiliar bebês prematuros, que não podem ser alimentados pelas progenitoras. De acordo com o coordenador diocesano da Pastoral da Criança, Moisés Soudário Inácio, a divulgação está sendo feita em todas as paróquias da cidade de Marília, onde estão afixados os cartazes da campanha. A parceria é entre a Pastoral da Criança e o Banco de Leite de Marília,

que atende o território de Garça a Pacaembu. Até o fechamento desta edição, o aumento na doação de leite tinha sido de 30%. PASTORAL FAMILIAR Do dia 12 ao dia 18 de agosto será celebrada, em todo o país, a Semana Nacional da Família, evento promovido pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O tema do evento será “O Evangelho da Família, alegria para o mundo”, que está em consonância com o IX Encontro Mundial das Famílias com o Papa Francisco, que acontece em Dublim, na Irlanda, neste mês de agosto. Na Diocese de Marília, a orientação é que todas as paróquias realizem atividades para celebrar a Semana Nacional da Família, de acordo com sua realidade. MARIANINHOS No dia 19 de agosto, ocorrerá, em Marília, o 37º Encontro Diocesano de Marianinhos. O evento, que terá início às 8h30 e encerramento às 15h30, será

realizado na Paróquia São Miguel Arcanjo. O período da manhã será de oração, partilha, louvor e a celebração da Santa Missa. E à tarde, após o almoço, começará a tradicional gincana, com atividades recreativas e de formação. O encontro deverá contar com a participação de marianinhos de Parapuã, Sagres, Salmourão e de paróquias de Marília. ESCOLA DIACONAL No último domingo de julho, dia 29, a Escola Diaconal São Lourenço promoveu um encontro com as esposas e os candidatos ao diaconato. Atualmente, a escola tem 47 candidatos e praticamente todas as esposas compareceram. O evento ocorreu na Casa Pastoral Diocesana Dom Osvaldo Giuntini, em Adamantina. Quem assessorou o encontro foi o casal Luiz Roberto Marques e Ângela, de Pardinho, Diocese de Botucatu (SP). Ele é diácono desde 2014 e eles falaram sobre suas experiências. O encontro teve vários momentos e os dois assessores ser revezaram para falar, tanto com as esposas quanto com os candidatos ao diaconato.


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Atualidade Igreja pede mobilização dos fiéis contra o aborto

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o final de julho, o Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que compreende as dioceses do Estado do Rio de Janeiro, publicou mensagem se manifestando em face da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental 442/2017 (ADPF 442), proposta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que visa descriminalizar o aborto até a 12ª semana de gestação. No documento, os bispos do Rio de Janeiro reafirmam posição firme e clara da Igreja: “explicitamente manifestamos nosso irrenunciável compromisso com a vida, desde a concepção até a morte natural, com especial atenção à vida mais fragilizada, que, no caso em questão, é a vida do nascituro”. O episcopado exorta que os católicos e todas as pessoas que desejam um país democrático, pacífico e protetor da vida se posicionem contrá-

Foto: PortalConservador.com

O aborto é uma forma de pena de morte para quem não cometeu crime algum

rios ao que está sendo proposto através da presente medida judicial, que permite o aborto até doze semanas de gestação. Os bispos pedem, ainda, que os fiéis leiam a mensagem, reunindo familiares, amigos e membros das comunidades. No dia 25 de julho, Dom Pedro Luiz Stringhini, presidente do Regio-

nal Sul 1, da CNBB, que compreende as dioceses do Estado de São Paulo, e o bispo referencial da Comissão de Defesa da Vida do Regional, Dom Eduardo Malapina, também emitiram nota sobre o assunto. O texto faz referência ao Catecismo da Igreja Católica (CIC), no parágrafo 2270, que ressalta que “a vida humana deve

ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção”. “Com esta nota, desejamos afirmar e conscientizar que ‘desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida’ (CIC 2270)”, expõe a nota. A doutrina católica lembra que o direito natural e fundamental à vida deve ser protegido e promovido, sobretudo, pelos Poderes da República e, por meio de políticas públicas para todos, entre os quais se incluem os nascituros, ou seja, aqueles que ainda não nasceram. A Comissão de Defesa da Vida conclama os fiéis das paróquias e comunidades a se empenharem em defesa do nascituro, “promovendo e favorecendo um amplo debate acerca do inalienável valor da vida desde sua concepção até seu ocaso natural”, conforme ressalta a nota do Regional Sul 1 da CNBB.

Diocese lança edital e abre votação para escolha do seu brasão Os fiéis terão a oportunidade de votar para escolher o brasão da Diocese de Marília, que tem 66 anos de existência. O edital foi lançado no mês de julho e explica a importância do brasão na tradição da Igreja e sua aplicação nos impressos oficiais da Diocese. De 31 de julho, dia da Reunião Geral do Clero, a 23 de agosto, os fiéis poderão escolher entre dois modelos, desenvolvidos pelo heraldista eclesiástico, Pe. Rodrigo Catini Flaibam, da Arquidiocese de Campinas (SP). O sacerdote aplicou os elementos à heráldica com base nas orientações repassadas pelo Diácono Tiago Barbosa, assessor diocesano da Pastoral da Comunicação (Pascom). “A proposta foi profissionalizar cada vez mais o trabalho de comunicação na Diocese”, justificou. Os elementos presentes nas duas artes são a cor vermelha, que remete

Foto: Divulgação

Modelos que podem ser escolhidos, na votação que começou no dia 31 de julho

ao martírio do padroeiro da Diocese, São Pedro Apóstolo, também representado pela chave. A cor representa a atuação de todos os clérigos, religiosos e leigos, que doaram a vida em prol da evangelização, ao longo

dessas quase sete décadas de história. “Remete, ainda, ao desafio pastoral que os cárceres representam em nossa Diocese, uma vez que temos a maior população de encarcerados da América Latina”, complementou

Tiago. Outra cor utilizada é o amarelo, que representa a nobreza, além de também simbolizar a simplicidade dos colonizadores da Alta Paulista. E de tudo que foi plantado em território diocesano, recebeu destaque o café. A água presente nos brasões simboliza o Batismo, assim como também as divisas do território com os rios Peixe, Aguapeí, e Paraná. Após a votação, o brasão escolhido será anunciado no Curso de Atualização dos Leigos e Consagrados, marcado para o dia 26 de agosto, em Osvaldo Cruz, na matriz de São José. O anúncio será feito pelo bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, e, simultaneamente, será divulgado, via internet, nos meios de comunicação oficiais da Diocese. Confira, ao lado, as opções de brasão. Todos que quiserem, podem votar para escolher o Modelo 1 ou o Modelo 2. O link de votação está, desde o dia 1º, no site www.diocesedemarilia.net.br.


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Região I Celebração marca criação da 18ª paróquia da cidade de Marília

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m 13 de julho, dia dedicado à Nossa Senhora Rosa Mística, o bispo diocesano, Dom Luiz Antonio Cipolini, assinou o decreto de criação da 18ª paróquia da cidade de Marília e 63ª da Diocese. A então Quase-Paróquia Nossa Senhora Rosa Mística, localizada no Bairro Esmeralda, foi iniciada em janeiro de 2015 e tem à frente o Pe. Danilo Nobre dos Santos. Durante missa solene, o bispo também dedicou o altar da nova construção. “Foram três momentos importantes desse ritual: são aspergidos o povo e as paredes, incensados o povo e as paredes e, então, ungidos o altar e as paredes. Isso é feito em templos religiosos para distingui-los de outras edificações”, explicou o administrador paroquial. Ele destacou a emoção vivida na data. “Foi a realização de um sonho de 25 anos da comunidade e eles chegaram

Foto: Érica Montilha | Pascom Diocese de Marília

Paróquia Nossa Senhora Rosa Mística é a 63ª comunidade paroquial da Diocese

a pensar que não seria possível. Os fiéis se mobilizaram todo esse tempo. Eu acompanhei os últimos três anos, que foi a construção física do templo. Pude perceber a emoção pela colheita de um fruto, que veio de uma semente plantada há muito tempo”, comentou. Uma dessas fiéis emocionadas, presente à cerimônia de criação da paróquia, foi Vera

Rovigatti, que faz parte da comunidade desde 2002. “Estou com a certeza do dever cumprido. Tudo o que somos hoje é reflexo do nosso pastor, Pe. Danilo. Foi ele quem nos orientou todo esse tempo”, disse ela, que assumiu o compromisso, em uma reunião realizada com o bispo há alguns anos. Ela deu suporte ao sacerdote nesses últimos anos, em que as mis-

sas eram realizadas no Colégio Criativo. O templo está concluído e a parte administrativa, com local para reuniões, ainda não está finalizada. O arquiteto responsável pelo projeto foi o leigo Waldemir Mendes da Silveira, que reside na comunidade há 16 anos. “Fiz o templo com a ideia do acolhimento, amplitude, e para que as pessoas sintam que existe alguém maior que nós. E tudo foi feito com base nas cores da Rosa Mística: vermelho, branco e amarelo. É um templo voltado à nossa época”, afirmou ele, que atua como arquiteto há 50 anos. De arquitetura moderna, a nova igreja de Marília traz em seus 220 metros de vitrais, confeccionados no estilo mosaico, elementos abstratos que retratam o céu, a terra, a vegetação e os rios, e também rosas, símbolo da imagem da padroeira, com feixes de luz em direção à terra, em sinal de bênçãos sobre o povo.

Região II Associação Síndrome de Down presta assistência a famílias de especiais

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á três anos, foi criada, em Osvaldo Cruz, a Associação Síndrome de Down – Uma Nova Visão, com o objetivo dar acolhimento às famílias e mostrar o potencial das pessoas com necessidades específicas. Tudo começou com um casal que teve um filho com Síndrome de Down e que decidiu sair de São Paulo e vir para o interior do Estado. “Alguns acham que essas pessoas não têm condições de estar na escola e de ter uma vida independente. Trazemos conhecimento para que elas acreditem e, consequentemente, a sociedade também”, disseram Fabiana Nery Calarga Di Santi e Luiz Fernando Grande Di Santi, que começaram a associação com seu filho, João, então com 1 ano de idade, e outras cinco crianças, todas com a mesma síndrome. Ela revelou que, posteriormente, o grupo viu a necessidade de ampliar o

Foto: Associação Síndrome de Down - Uma Nova Visão

Atividade com crianças assistidas na sede da entidade, em Osvaldo Cruz

atendimento, para pessoas com outras necessidades, como cadeirantes e autistas. Este ano de 2018 foi de conquistas para a Associação, que conseguiu uma sede própria, com aluguel e despesas, de água e luz, pagas por 12 meses. O grupo, que está localizado na Rua Nicholson

Taives, 26-A, também obteve a doação de R$ 4.608,00, advindos do Fundo Diocesano de Solidariedade (FDS). Com o montante, foi comprada uma geladeira, uma televisão, para passar vídeos dos cursos de alfabetização, e utensílios domésticos, para as oficinas de culinária.

“Para nós, foi maravilhoso. Essa ajuda chegou em boa hora”, garantiu Fabiana. De acordo com ela, a sede é um local de convivência, interação e brincadeiras. A Associação está aberta em segundas, quartas e a sextas-feiras, das 13h às 17h. As oficinas são feitas aos sábados à tarde, com a participação das famílias. A manutenção da Associação ocorre com promoções, como almoços, e também com repasse mensal de 10 empresas, que estamparam um banner na entrada da sede. Além dos familiares, a Associação conta com o trabalho voluntário de pessoas da área da saúde, educação e de outras famílias. Fabiana afirma que a Associação está aberta a todos que precisam. “Crianças como o meu filho acabam tendo uma vida como qualquer outra pessoa. Quando acreditamos nos nossos filhos, eles crescem acreditando neles”, concluiu.


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Região III Grupo Bom Pastor é criado na paróquia de Nova Guataporanga

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asais em segunda união têm a oportunidade de retomarem a atuação a vida da comunidade através do Grupo Bom Pastor, ligado à Pastoral Familiar. Na Diocese de Marília, existem vários grupos e agora há um também na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Nova Guataporanga. A equipe foi formada por meio de um convite da paróquia vizinha, a Nossa Senhora da Glória, de Tupi Paulista, onde o Grupo Bom Pastor existe há mais de três anos. No mês de abril, alguns casais em segunda união estiveram em Nova Guataporanga, onde apresentaram a proposta ao administrador paroquial, Pe. Ivã Luís de Oliveira Baisso. A partir de então, foi feita uma lista de casais da cidade, que poderiam ser convidados para formar esse Grupo Bom Pastor. A lista foi feita por Flávia Giro Trevisan Ortega Sanches, que faz parte da Pastoral Litúrgica. Um dos casais convidados foi Paula Renata da Silva e Wanderson Dias. Ela contou que, no passado, trabalhou muitos anos como catequista, mas depois de se divorciar e entrar em outro relacionamento, com seu atual companheiro, sentiu-se excluída da Igreja. “A Flávia me convidou, mas não botei muita fé. Mesmo assim, participei da reunião”, lembrou. Todos os casais de Nova Guataporanga, e também dois casais de São João do Pau D’Alho, que também é administrada pelo Pe. Ivã, participaram de um retiro, realizado no mês de maio em Tupi Paulista. Ao todo, estiveram reunidos, no centro pastoral, 45 casais.

A partir de então, os casais que formaram esse novo Grupo Bom Pastor, passaram a ter reuniões semanais e, no dia 15 de julho, foram apresentados à comunidade de Nova Guataporanga, em uma missa presidida pelo vigário paroquial, Pe. Marcelo Henrique Gonzalez Dias. Em Nova Guataporanga, as missas ficam por conta das pastorais e movimentos, sendo que cada final de semana um grupo fica encarregado de preparar a celebração. Agora, o Grupo Bom Pastor também está encarregado de preparar as missas. Quanto à Paula, ela contou que agora, fazendo parte do Grupo, seu envolvimento na comunidade é bem maior. “Participo com alegria e me sinto mais importante na comunidade. E quando estamos meio desanimados, encontramos força nos outros. Fiquei seis anos afastada. Mas agora entendi que, mesmo um casamento não dando certo, podemos continuar fazendo parte da comunidade. Ser membro do Grupo Bom Pastor nos abriu portas”, disse Paula. “O Grupo Bom Pastor tem se tornado fundamental porque está trabalhando unido com a Pastoral Familiar e o Encontro de Casais com Cristo (ECC). Buscam fazer essa ponte, chegar a essas famílias, primeiramente para realizar esse movimento de acolhida. O grupo faz as pessoas perceberem que existem outros passando pela mesma situação. Esses casais podem vivenciar a própria fé e se sentirem, de fato, membros da Igreja”, concluiu o Pe. Ivã. Foto: Paróquia Nossa Senhora Aparecida | Nova Guataporanga

Missa de apresentação à comunidade dos casais do Grupo Bom Pastor, com Pe. Marcelo

Igreja de Ouro Verde passa por reforma de ampliação e adequação A igreja Nossa Senhora Aparecida, de Ouro Verde, está em reforma desde fevereiro deste ano, após a demolição de uma parte da edificação. As obras foram iniciadas para ampliar o templo e para adequá-lo às normas do Corpo de Bombeiros. “O forro era em madeira e a fiação era velha. Tudo foi modificado. A nova área tem 570 metros quadrados e, juntamente com a antiga, o total construído passará a ser de cerca de 1.000 metros quadrados. Já foi feita a sacristia e a capela do Santíssimo Sacramento”, informou o pároco, Pe. Luiz Henrique de Araújo. Segundo ele, a expectativa é de que a primeira etapa, que é o reboco e o contrapiso, deva ser concluída até 15 de agosto. Depois, será a vez do aca-

bamento. “Queremos finalizar tudo até dezembro, mas no dia da padroeira, 12 de outubro, celebraremos nosso Jubileu de Diamante — de 60 anos de criação — dentro da igreja, mesmo inacabada”, afirmou. Por enquanto, as missas são celebradas no salão paroquial, construído em 2016, depois que o Pe. Luiz Henrique assumiu a paróquia. Os recursos para a reforma da igreja vieram de doações dos fiéis, contribuições do dízimo e também de promoções. “Tem sido desafiante. Estamos realizando as missões redentoristas e a obra é um reflexo de que nosso coração também está buscando renovação. Estamos vendo a alegria dos fiéis de verem a casa de Deus sendo reformada”, finalizou o pároco. Foto: Raemy Imagens Aéreas

Com reforma de ampliação, templo passará a ter 1.000 metros quadrados de área

Paróquia de Dracena celebra Jubileu de Vinho com duas missas No dia 8 de agosto, a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Dracena, completará 70 anos de criação. O Jubileu de Vinho será celebrado em uma missa em ação de graças, presidida pelo pároco, Frei Airton Carlos Grigoleto, OFMCap. Na ocasião, será transmitido um vídeo de felicitações de Dom Luiz Antonio Cipolini, bispo diocesano de Marília. Após a missa, será inaugurada, na secretaria paroquial, a galeria de fotos de todos os párocos. Nesses 70 anos de história, a paróquia sempre teve à frente os frades menores capuchinhos. Ao todo, foram cerca de

20 sacerdotes. No dia 10, será celebrada a missa solene do jubileu, presidida por Dom José Soares Filho, OFMCap, bispo emérito de Carolina (MA). Também estará presente, concelebrando, o provincial, Frei Carlos Silva. Além do Frei Airton, atualmente, a paróquia também conta com o trabalho dos vigários paroquiais, freis Cláudio Moraes Messias e Clóvis Barbosa. Na oportunidade, será inaugurado o nicho construído especialmente para abrigar a imagem da padroeira, que ficará em local de destaque no templo, para a veneração dos fiéis.


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Paróquias promovem atividades para Semana Jovem

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ovens de diversas paróquias da Diocese de Marília tiveram dias repletos de atividades no mês de julho. O Setor Juventude propôs a realização da Semana Jovem, que objetivou reunir todas as expressões juvenis, para momentos de louvor, oração, reflexão e também confraternização. O tema proposto para 2018 foi “Jovem, fé e discernimento” e esteve em sintonia com o Sínodo dos Bispos para a Juventude, que será realizado no Vaticano, no próximo mês de outubro. Mas cada paróquia pôde dar seu destaque ao evento. De acordo com o assessor diocesano do Setor Juventude, Pe. Marcos Roberto Cesário da Silva, durante esse período, os jovens tiveram pregações de temas variados, recitações do Santo Terço nas igrejas e praças públicas, missas, louvores, luais e festas juninas. Em Garça, a Paróquia São Pedro Apóstolo teve atividades nos dias 24, 25 e 26 de julho. O tema refletido foi “Despertar”, com o intuito de fazer os jovens acordarem para o chamado e passarem a frequentar as missas, os grupos de jovens e as atividades da paróquia. “Tenho certeza de que não fui o único jovem a participar da Semana Jovem e ser transformado. Eventos como este deixam a

Foto: Paróquia São Pedro Apóstolo | Garça

Jovens em Garça reunidos em uma das atividades realizadas durante a Semana Jovem

juventude mais próxima de Deus”, considerou João Vitor Ponciano, de Garça. Uma das propostas do Setor Juventude foi os sacerdotes se envolverem com a Semana Jovem em suas paróquias. Foi o que ocorreu em Tupã, na Paróquia São Pedro Apóstolo. Lá, a Semana ocorreu de 8 a 15 de julho e o pároco, Pe. Carlos Roberto dos Santos, falou sobre “Namoro e castidade”. Outra palestra, intitulada “O papel do jovem na Igreja”, foi ministrada por Alex Silva, missionário de Lucélia. A Semana Jovem da paróquia de Tupã também teve gincana, Sessão Pipoca, com a exibição do filme “Paulo Apóstolo”, terço luminoso e noite de louvor, animada pela Banda Laetare, de Marília. “Ficamos felizes

pois tanto o Pe. Carlos, quanto o diácono Renan Takisawa, abraçaram a Semana e nos apoiaram totalmente”, disse o jovem Douglas Mendes Pereira, um dos organizadores. “Foi enriquecedor. Com todas as experiências trocadas, vimos que o jovem também tem seu papel na Igreja”, comentou a jovem Beatriz Lopes Ferrari. Na Região III, a Semana Jovem também foi realizada na Paróquia Santo Antônio, de Junqueirópolis. Lá, os jovens tiveram diversas programações do dia 7 ao dia 14. Um dos destaques foi a celebração da Missa Jovem Vocacional, presidida pelo Pe. Sérgio Luiz Roncon, vocacionado da paróquia e que comemorou seu jubileu de prata de ordenação. Os

fiéis também tiveram o Cine Jovem, com a apresentação do filme “Paulo Apóstolo”, Momento Mariano Jovem, Terço da Misericórdia e Evangelizashow no Trio Elétrico. O pároco, Pe. Valdo Bartolomeu de Santana, considerou que o destaque foi o envolvimento dos jovens e de todas as pastorais da paróquia. “A juventude assumiu e a paróquia toda abraçou a Semana”, afirmou. DNJ Neste ano, o Dia Nacional da Juventude (DNJ) será realizado na cidade de Pompeia. O evento diocesano será realizado em 21 de outubro e a preparação já começou. “No encerramento da Semana Jovem em Pompeia, foi anunciado que o DNJ será lá e foi apresentada uma das três cruzes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013, que rodou todas as paróquias. Ela foi transformada em um ícone do DNJ”, explicou o Pe. Francisco dos Anjos Andrade. Segundo ele, a cruz foi entregue aos jovens de Pompeia como sinal concreto de que o DNJ será sediado por eles. “Até outubro, a juventude de lá preparará o evento e também fará atividades dando destaque para a presença da cruz”, explicou.


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