Dom Maurício Grotto de Camargo celebra 25 anos de episcopado
Arcebispo celebrará seu jubileu na festa de Sant’Ana
Gesiel Júnior
Especial para o Diário da Cuesta
O chefe da Igreja Católica na região vai celebrar seu jubileu episcopal neste sábado, 26 de julho, às 10 horas, na Catedral Metropolitana de Botucatu, durante a missa da solenidade de Sant’Ana, padroeira da cidade . Dom Maurício Grotto de Camargo completa 25 anos de episcopado no próximo dia 30. Ele foi escolhido para a função de bispo coadjutor da Diocese de Assis no ano 2000, pelo papa João Paulo II.
“É um dado especial de gratidão, fé e comunhão, na qual queremos render graças a Deus pela vida e ministério de dom Maurício, que tem sido fiel testemunha do Evangelho. Por isso convidamos os padres e representantes paroquiais para participarem deste momento histórico e festivo”, afirmou o padre Gustavo Viaro, responsável pelo Jubileu da Esperança na Arquidiocese.
Também está programada outra celebração na próxima quarta-feira, reservada aos padres, bispos da Sub-Regional de Botucatu e de todo o estado, e para os familiares do arcebispo, que completará 67 anos daqui a dois meses.
PRUDENTINO – Nascido em Presidente Prudente no dia 26 de setembro de 1957, aos doze anos iniciou no seminário da terra natal, onde após o ensino médio cursou filosofia. Já a teologia foi estudada no Instituto Paulo VI, em Londrina (PR). Recebeu o sacramento da ordem na Catedral de São Sebastião, de Prudente, em 11 de abril de 1981.
Começou seu ministério como coordenador de pastoral e chanceler da Cúria Diocesana de Presidente Prudente. Em 1987 atuou como diretor espiritual do Seminário Provincial de Marília, onde também foi reitor até 1999, quando se tornou subsecretário de pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF).
Na capital federal, em 3 de maio de 2000 foi nomeado bispo coadjutor de Assis e sua ordenação teve lugar no Ginásio de Esportes de Presidente Prudente no dia 30 de julho, quando foram seus sagrantes dom Agostinho Marochi, bispo local; dom Antônio de Souza, bispo de Assis; e dom Antônio Mucciolo, arcebispo emérito de Botucatu.
Por oito meses, entre 2003 e 2004, dom Maurício exerceu a função de administrador apostólico da Diocese de Araçatuba, e em seguida assumiu como titular de Assis, quando integrou, na CNBB, a Comissão Episcopal para o Serviço da Caridade, da
EXPEDIENTE
Justiça e da Paz e foi responsável pelo setor da Mobilidade Humana.
Promovido a arcebispo de Botucatu pelo papa Bento XVI em novembro de 2008, tomou posse em 15 de fevereiro de 2009. Para o sé botucatuense, nestes 16 anos ele criou as quase-paróquias Divino Pai Eterno, Nossa Senhora de Guadalupe e São Judas Tadeu , e busca os padres os botucatuenses Carlos Eduardo de Vasconcelos, Carlos Eduardo Rodrigues Lima e Ricardo Vieira Pinto .
Fotógrafo amador, dom Maurício recebeu o título de Cidadão Honorário de Botucatu em2014 e, no ano seguinte, foi admitido como Membro Efetivo da Academia Botucatuense de Letras, quando assumiu a cadeira nº 15, cujo patrono é o poeta e médico José Martins Fontes.
Uma exposição comemorativa do jubileu com imagens e documentos contando a vida do arcebispo será aberta no Colégio Santa Marcelina no dia 30 de julho e poderá ser visitada até o fim de agosto.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
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“Palavra , pequeno rumor entre a eternidade e o momento”
Cecília Meireles
“Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
E te pergunta , sem interesse pela resposta
Pobre ou terrível que lhe deres
Trouxeste a chave?”
Lygi Fagundes Telles
“A Chave”
Quem não passou a vida tentando se encaixar nos moldes de alguma situação ou lugar?
Buscando a forma de se amoldar, aparando arestas, suavizando-se ou sendo mais agressivo para agradar uns e outros?
Leu livros de autoajuda achando que iria ser mais fácil?
Buscou roupas adequadas e aprendendo comportamentos sofisticados?
Sapatos desconfortáveis que machucaram seus pés na tentativa de um caminhar mais leve e elegante?
Pesquisou nas enciclopédias e estudou duro. Leu todas as revistas culturais para em grupos considerados
muito inteligentes não emitir conceitos ridículos.
Até jogos de futebol, conhecer o nome de cada jogador.
Arvorou-se em estudos políticos, defendeu dogmas e conceitos.
Tentou aprender muitas novas palavras, refletiu sobre sua etimologia e o sentido da vírgula em cada frase.
Decorou a gramática.
Ouviu música clássica e frequentou aulas para aprender algum instrumento.
Bateu duro na própria cara para lapidar a gema perfeita.
Frequentou aulas de dança porque tinha que dançar conforme a música.
E passados os anos de vida, certo dia, enquanto calmamente olhando o céu azul, o vento na copa das árvores, e a calma das águas de um rio seguindo seu curso, deu-se conta que nada foi em vão, mas foram apenas caminhos que seguiu momentaneamente.
De algo serviu todo o processo.
Em algumas circunstâncias de forma torta para se chegar até a estrada reta.
E quando se viu frente ao alto muro com a porta estreita, com sua fechadura para ascender, buscou nos bolsos algo para passar para a próxima etapa do jogo da vida e não a encontrou?
Ficou atônito sem saída.
E desalentado, concentrou-se no vazio.
Apresentou-se nova e extraordinária alternativa dentro do nada.
A chave estava em se ligar a mente ao coração e nessa conexão íntima respirar a energia Sagrada e enviar ao Universo.
MARIA DE LOURDES CAMILO SOUZA
Uma cidade tranquila com câmeras por todos os lados
PO R PATRYCK RUBIM
Reconhecida como a “cidade dos bons ares”, Botucatu vem ganhando destaque por apresentar uma das menores taxas de criminalidade entre os municípios brasileiros em 2025. Situada no interior do estado de São Paulo, a cidade alcançou a segunda posição no ranking de segurança, demonstrando um compromisso sólido com a proteção de seus habitantes. O ambiente pacato e a sensação de tranquilidade em Botucatu refletem o sucesso contínuo das ações implementadas pelas autoridades locais, como explica o site Brasil Perfil.
O índice de homicídios, que chega a 1,4 por 100 mil habitantes, reforça a ideia de que Botucatu está à frente em relação à segurança pública. Essa marca é resultado de investimentos crescentes em tecnologia, políticas públicas integradas e participação ativa da comunidade. O exemplo da cidade serve de referência para outras regiões do Brasil que buscam aprimorar a segurança urbana e a qualidade de vida dos moradores.
Como
a cidade alcançou um dos menores índices de criminalidade do Brasil?
O avanço de Botucatu no cenário nacional de segurança não ocorreu por acaso. O município adotou uma abordagem estratégica, focando em ações de prevenção e no desenvolvimento de ferramentas tecnológicas para monitoramento. Uma das iniciativas mais comentadas é a chamada Muralha Digital, um sistema inovador que permite o acompanhamento em tempo real de diferentes pontos da cidade.
A presença marcante de câmeras de monitoramento, aliada à análise de dados, otimizou o trabalho das forças policiais locais. Isso possibilitou maior agilidade nas respostas a incidentes e uma vigilância mais eficiente. Atualmente, o centro de controle de Botucatu opera sem interrupções, realizando intervenções rápidas sempre que uma atitude suspeita é identificada.
Por que a Muralha Digital é considerada fundamental para a segurança em Botucatu?
A chamada Muralha Digital transformou a dinâmica da segurança pública local desde sua implantação Utilizando centenas de câmeras inteligentes espalhadas estrategicamente, o sistema permite não apenas o monitoramento de vias movimentadas, mas também a identificação de veículos e pessoas suspeitas.
Monitoração 24 horas por dia, garantindo a rápida detecção de ocorrências.
Capacidade de acionar rapidamente os órgãos competentes em situações de emergência.
Análise automatizada de veículos que entram e saem do município. Redução de crimes patrimoniais e delitos de rua graças à vigilância constante.
Essa camada extra de proteção tem influência direta na percepção de segurança da população, uma vez que inibe a ação de criminosos e contribui para a resolução ágil de eventuais incidentes.
Como a tecnologia amplifica a sensação de segurança dos moradores?
Além das câmeras, outros recursos tecnológicos vêm sendo aplicados em Botucatu para ampliar o escudo protetor da cidade. Sistemas de inteligência artificial auxiliam na previsão e mapeamento de áreas de risco, ajudando a polícia a atuar de forma preventiva. Drones são empregados em patrulhamentos aéreos, permitindo a cobertura de lugares mais afastados ou de difícil acesso.
Aplicativos móveis para segurança comunitária também ganharam espaço, promovendo interação entre moradores e autoridades. Por meio deles, cidadãos podem reportar situações suspeitas em tempo real, formando uma
Botucatu (Créditos: depositphotos.com / Ranimiro)
rede de cooperação que fortalece o sentimento de pertencimento e proteção coletiva.
Envio de alertas rápidos em situações de emergência.
Facilidade de comunicação entre os moradores e a polícia.
Integração de informações relevantes, otimizando o trabalho de investigação.
Quais benefícios essas medidas proporcionam ao cotidiano em Botucatu?
Os reflexos do baixo índice de criminalidade em Botucatu vão além da segurança direta dos moradores. O cenário favorável atrai novos investimentos, impulsiona o turismo e favorece o desenvolvimento econômico. Ao se sentirem mais protegidos, os habitantes tendem a frequentar áreas públicas com maior frequência, participar de eventos e integrar-se à vida em comunidade. Outro aspecto relevante é o fortalecimento dos laços sociais e da confiança no poder público. Tal ambiente também serve como diferencial para empresas que buscam municípios seguros para suas operações, estimulando empregos e crescimento sustentável. Esses fatores, combinados, consolidam Botucatu como uma referência nacional em qualidade de vida e segurança urbana.
O que esperar para o futuro da segurança na cidade?
A busca constante pela inovação está no centro da estratégia de Botucatu para manter os bons resultados na área de segurança pública. Estão previstos investimentos em novos equipamentos de monitoramento, ampliação do uso de drones e aprimoramento dos sistemas de inteligência artificial até o próximo ano. O objetivo permanece o mesmo: garantir que a cidade seja um local tranquilo, estimulando o bem-estar de seus moradores e servindo de inspiração para outros municípios brasileiros.
O que esperar para o futuro da segurança na cidade?
A busca constante pela inovação está no centro da estratégia de Botucatu para manter os bons resultados na área de segurança pública. Estão previstos investimentos em novos equipamentos de monitoramento, ampliação do uso de drones e aprimoramento dos sistemas de inteligência artificial até o próximo ano. O objetivo permanece o mesmo: garantir que a cidade seja um local tranquilo, estimulando o bem-estar de seus moradores e servindo de inspiração para outros municípios brasileiros.
Com planejamento e integração de recursos tecnológicos, Botucatu demonstra que a segurança pode ser planejada, mantida e aprimorada de maneira contínua, assegurando não só índices baixos de criminalidade, mas também qualidade de vida para as próximas gerações. (Correio Brasiliense)
Visitando, na Cidade Eterna, a igreja de Santa Bárbara dos Livreiros
omo que encravada entre edifícios invasores, no topo do chamado Largo dei Librari, perto do Campo de’ Fiori, no centro histórico de Roma, uma capela me cativou desde que a visitei, pela primeira vez, em 2006, não só pela fachada. É a “Santa Barbara dei Librari”, a igreja de Santa Bárbara dos Livreiros.
Parei lá para tirar uma foto do seu exterior perfeito de dois andares, espremido entre estruturas muito mais altas, numa fria manhã de domingo, quando soltei um largo suspiro por nunca imaginar que, na Cidade Eterna, a padroeira da minha pequenina terra natal (Águas de Santa Bárbara) lá também era dignamente louvada.
No interior dessa capela, os bancos começam na entrada estreita para maximizar o uso do espaço minúsculo. Ela se alarga um pouco para acomodar mais 3 fileiras de bancos à medida que se avança em direção ao altar simples.
Os pisos de mármore preto e branco com padrões atraem o olhar para baixo, mas quando se volta a vista para cima admirável é o teto com pinturas que parecem impor-se e dominar o espaço limitado da parede, obras do bolonhês Guido Reni (1575-1642) e do toscano Luigi Garzi (1638-1721).
Pessoalmente, para mim nem é isso que torna a capela romana de Santa Bárbara tão especial. O melhor é o mármore arco-íris que cobre o seu interior, composto de uma nave única com capelas laterais. No seu acervo há um valioso órgão do século XVII, um crucifixo de madeira do século XIV e um tríptico de 1453 representando uma Madona com o Menino, ladeada por São João Batista e o Arcanjo Miguel. Historicamente, sabe-se que ali é lugar de culto desde o século II. Em 1680, a igreja atual teria sido erguida em estilo barroco às custas do livreiro florentino Zenobio Masotti, tendo a mesma sido confiada à Confraria dos Livreiros, integrada também por escritores e editores. Durante o pontificado do Papa Inocêncio XI (1676-
1689) a fachada barroca do templo, refeita pelo artista romano Giuseppe Passeri (1654-1714), passou a ter um óculo encimado pela estátua da padroeira num nicho, obra do escultor Ambrogio Parisi (1676-1719). Aos pés de Santa Bárbara há representações de raios, uma referência ao seu papel como protetora dos incêndios.
Utilizada pelos livreiros até 1878, quando foi abandonada e desconsagrada, a igreja de Santa Bárbara, restaurada em 1982, acha-se desde então reaberta aos fiéis.
Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 54 livros sobre a história regional.
