ed1458

Page 1


Diário da Cuesta

Sensacional

Absolvida: 6 x 1

A ré: CAPITU

Os Jurados

O emocionante Sarau da ABL – Academia Botucatuense de Letras com a apresentação da peça teatral “A Defesa de Capitu”, sobre a obra de “Dom Casmurro” de Machado de Assis, de autoria da Acadêmica Carmem Lúcia Eburneo da Silva, empolgou o seleto público presente. CAPITU é culpada ou inocente?!? CAPITU traiu?!? Por 125 anos o tema tem empolgado gerações e gerações de leitores da obra de Machado de Assis...

O Juiz e a Meirinho

CAPITU foi absolvida: 6 x 1

O Acadêmico João Francisco Gabriel (Juiz aposentado) atuou como JUIZ e a Acadêmica Carmem Silvia Martin Guimarães atuou como Meirinho. A defesa de CAPITU coube à Acadêmica Carmem Lúcia Erbuneo da Silva, autora da peça teatral e que atuou como CAPITU, fazendo sua própria defesa: “... estudando a personagem CAPITU, de Machado de Assis, como maior representante feminina da Literatura Brasileira, escolhemos dar voz a ela...”. Página 3

Festival de Inverno de Botucatu 2025

Entre as atrações está o espetáculo “Frida” –da Companhia Estável de Dança de Bauru que evidencia a expressividade corporal como linguagem de denúncia e libertação.

Veja programação / Página 3

O 53° Aniversário da ABL e “A absolvição de Capitu”

Acadêmica Maria De Lourdes Camilo Souza

Comemorando o 53° Aniversário da ABL - Academia Botucatuense de Letras, as 17.30 horas de 09/07/2025 na Pinacoteca de Botucatu - Forum das Artes.

O confrade Olavo Godoy começou a sessão discorrendo sobre o aniversário, fundação e história da nossa ABL.

Apresentou os componentes da mesa: Presidente da ABL, a confreira Prof. Dra. Cristina Mattos, a Secretária de Cultura, Cris Cury, representando no ato o Prefeito Fábio Leite, que também tiveram a palavra.

Seguiu-se o emocionante Sarau com a apresentação da Peça “A defesa de Capitu” sobre a obra “Dom Casmurro” de Machado de Assis, encenada pela confreira Carmen Lúcia Eburneo da Silva

O cenário constituido pela sala de julgamento da ré no caso, Sra. Maria Capitolina de Pádua Santiago, onde o austero Juiz, encenado pelo confrade Dr. João Gabriel e a Meirinho, confreira Carmen Sílvia Guimarães

Foram sorteados 7 dentre os 24 jurados. Composto o Júri, adentrou a ré acompanhada de dois guardas.

O Meritíssimo Juiz questionou-a sobre seu advogado de defesa, e Dona Maria Capitolina arvorou-se em defesa própria.

Em três atos de uma pungente e magistral autodefesa, en-

cantou um público atento e silente, na sua narrativa de vida.

Foi absolvida por 6x1.

Terminado o Júri, o confrade Bahige Fadel foi convidado a expor sua opinião sobre o julgamento e a extraordinária obra de Machado de Assis, “o bruxo do Cosme Velho” reiterando que a personagem de Dom Casmurro, a Capitu “dos olhos de ressaca” continuaria sempre envolta em um permanente, indelével mistério.

Seguiu-se um pequeno e delicioso coquetel com os presentes que ainda comentavam encantados sobre como foram embrenhados nessa trama machadiana.

Festival de Inverno de Botucatu 2025 apresenta várias atrações culturais gratuitas

Entre as atrações está o espetáculo “Frida” – da Companhia Estável de Dança de Bauru que evidencia a expressividade corporal como linguagem de denúncia e libertação

A Prefeitura Municipal de Botucatu, por meio da Secretaria de Cultura, destaca a programação para os dias 12 e 13 de julho do Festival de Inverno de 2025:

Show de Tom Ribeira – Turnê “Pedaço”

Data: 12 de julho de 2025 (sábado)

Horário: 20 horas

Local: Teatro Municipal de Botucatu (Praça Coronel Rafael de Moura Campos, 27 – Centro)

Entrada gratuita sem necessidade de retirada prévia dos ingressos (Sujeito à lotação do espaço, que dispõe de 514 lugares)

Classificação indicativa livre

Neste fim-de-semana, o teatro será palco do cantor e compositor Tom Ribeira para a apresentação de sua primeira turnê solo: Pedaço. O espetáculo propõe um formato intimista e sensível, reunindo canções autorais inéditas e releituras significativas que marcaram a trajetória do artista.

Após se apresentar em palcos de destaque nacional e internacional, como La Cigale e Elysée Montmartre, em Paris, Tom retorna à sua cidade natal para dividir com o público um novo momento criativo, em que suas raízes se unem à maturidade artística. A apresentação destaca a musicalidade brasileira em arranjos que mesclam balanço, poesia e emoção.

Espetáculo “Frida” – Companhia Estável de Dança de Bauru

Data: 13 de julho de 2025 (domingo)

Horário: 19h30

Local: Teatro Municipal de Botucatu (Praça Coronel Rafael de Moura Campos, 27 – Centro)

Entrada gratuita sem necessidade de retirada prévia dos ingressos (Sujeito à lotação do espaço, que dispõe de 514 lugares)

Classificação indicativa livre

Apresentado pela Companhia Estável de Dança de Bauru, sob a coordenação e direção de Sivaldo Camargo e com coreografia assinada por Arilton Assunção, o espetáculo propõe uma experiência sensorial e contemporânea, inspirada na força e no legado da artista Frida Kahlo.

A montagem, que transita entre dor, arte, resistência e força feminina, tem como trilha sonora a composição Carnaval dos Animais, de Camille Saint-Saëns. O espetáculo evidencia a expressividade corporal como linguagem de denúncia e libertação. Além disso, Sivaldo Camargo também assina a produção executiva e a criação dos adereços, reforçando o comprometimento da Companhia com a excelência artística e a valorização da dança contemporânea. (Fonte: Tribuna de Botucatu)

Capitu traiu Bentinho?

O romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, é um clássico da literatura brasileira que ficou muito conhecido pelo grande mistério insolucionável: Capitu traiu Bentinho?

Afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho? Esse mistério marca Dom Casmurro, romance de Machado de Assisque se tornou um dos grandes clássicos da Literatura brasileira. Vamos entender melhor a obra para, então, poder desvendar esse mistério?

Dom Casmurro

O romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, foi publicado em 1899, já na segunda fase do autor, que ficou conhecida como a fase realista, por causa de suas críticas à sociedade, que vivia de aparências. Dom Casmurro é o narrador e personagem principal que, por meio de uma autobiografia, conta sua história a fim de amenizar a monotonia de um velho homem de poucos amigos e para que, dessa forma, vivesse novamente tudo o que já havia vivido. O autor então conta sua jornada enquanto filho prometido ao seminário, sua paixão pela vizinha, Capitu, e como conseguiu casar-se com ela até o ponto em que se afastam.

O que significa Casmurro?

No romance, Bentinho explica que ganhara a alcunha de Dom Casmurro por ser sozinho, contando que Casmurro significa ‘homem calado e metido consigo’, influenciando o leitor a dispensar consulta ao dicionário, no entanto, se desconfiarmos do narrador-personagem, ao olhar o significado de Casmurro, vemos que se trata de uma pessoa teimosa, sorumbática (triste, carrancudo, sombrio), fechada em si, que insiste e não desiste, triste, sempre macambúzio (tristonho e mal-humorado.). Percebe-se, a partir da primeira página do livro, de que não se trata de um narrador confiável, dando a entender que toda a narrativa é parcial. Basta levar em conta que o acesso à história é dado apenas a partir de uma perspectiva sobre os fatos.

Por que Bentinho acha que Capitu o traiu?

A desconfiança de Bentinho com Capitu sempre foi presente no romance, desde o começo, quando ainda eram crianças. Um dos motivos mais fortes que levaram Bentinho a se afastar de Capitu foi o fato de ele achar que seu filho, Ezequiel, fosse, na verdade, filho de seu amigo, Escobar, em virtude de uma semelhança na aparência e nos modos de agir.

ido só, encontrou, por acaso, Escobar na porta de sua casa, o que se somou as suas desconfianças de que, de fato, Ezequiel era filho de Escobar.

A defesa de Capitu

Capitu, apesar de se mostrar muito esperta e astuta, jamais deu indícios reais de que estaria com Escobar. Os acontecimentos que pautaram as desconfianças de Bentinho são ambíguos e, por isso, não há como defender nem Capitu nem Bentinho.

Além disso, Bentinho e Capitu tiveram muita dificuldade para engravidar, tentando por anos até que conseguissem. Atrelado a essas desconfianças, houve uma ocasião em que Bentinho, ao chegar da ópera que havia

No entanto, é possível presumir que alguns desses casos de desconfiança sejam frutos de uma má interpretação por parte de Bentinho, tais como a demora para engravidar, que poderia ser justificada como um problema congênito, tendo em vista que Dona Glória também demorara para engravidar de Bentinho; ou como o garoto assemelhava-se aos modos de Escobar, o que poderia ser uma brincadeira de criança, tendo em vista que o garoto tinha esse costume de imitar; a fisionomia parecida poderia ser o acaso, tal qual a semelhança entre Capitu e a mãe de Sancha, que nada tinham de parentesco e, ainda assim, pareciam-se.

Afinal, Capitu traiu ou não traiu Bentinho? Várias conjecturas são possíveis nesse clássico romance brasileiro de Machado de Assis: Bentinho pode ter razão em suas desconfianças, assim como Capitu pode não ter traído Bentinho. As circunstâncias apresentadas no romance não são capazes de confirmar nada, pois se trata de uma história contada pelo próprio personagem: não há outro ponto de vista que não o do próprio Bentinho. (Fernando Marinho)

Viagens # Fé

Em Castel Gandolfo, o palácio de verão dos papas

Uma joia escondida na Itália está aninhada nas exuberantes

Colinas Albani, a apenas 25 quilômetros de Roma. É onde fica Castel Gandolfo, uma vila medieval com tanta história quanto beleza. Estivemos lá, Regina Célia e eu, na inesquecível companhia de um sacerdote amigo, Padre Luigi De Micco (1943-2015), que nos guiou e nos fotografou nesse agradável passeio.

Desde 1620 os papas – a exceção de Francisco (1936-2025) – passavam os verões na residência pontifícia de Castel Gandolfo, desfrutando da natureza e da cultura italiana, longe da agitação da Cidade do Vaticano. O último a residir lá foi Bento XVI (1927-2022), quando escreveu a trilogia “Jesus de Nazaré” e antes dele, dois ali faleceram: Pio XII em 1958 e Paulo VI em 1978.

Historicamente, nesse lugar o imperador Domiciano (81-96dC) construiu a sua grandiosa residência de campo que se estendia por 14 km² no lado ocidental da colina, numa posição dominante sobre o mar Tirreno

Com a queda de Roma, a área ficou no abandono e depois ocupada, nos anos 1200, por famílias nobres que lá ergueram suas residências. No fim do século XVI, os papas, por sua vez, receberam o imóvel, que se tornou patrimônio inalienável da Santa Sé.

Urbano VIII (1623-1644) foi o primeiro a lá passar férias na primavera de 1626, uma vez concluídas as primeiras obras de arranjo e ampliação do palácio confiadas ao arquiteto Carlo Maderno. Coube a Alexandre VII (1655-1667) concluí-lo

Em 1870, com o fim dos Estados Pontifícios, o local iniciou um longo período de esquecimento que durou sessenta anos. Somente após o Pacto de Latrão, entre a Santa Sé e a Itália (1929), Castel Gandolfo voltou a ser a residência de verão dos chefes da Igreja Católica.

Em 1934, o Observatório Astronômico, confiado aos padres jesuítas, foi transferido do Vaticano para lá em consideração ao fato de que a área não era mais escura o suficiente para permitir a observação da abóbada celeste na cidade-estado.

Hoje, a pequena Castel Gandolfo tem por volta de 7 mil habitantes e fica às margens do Lago Albano, que ocupa cerca de 6 km², na região do Lácio. Circundada por belos jardins, a área que tem enorme horta com vários tipos de produtos agrícolas, acolhe neste mês de julho o Papa Leão XIV, que lá descansa no verão europeu e reza com os fiéis e os abençoa na Praça da Liberdade.

Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 54 livros sobre a história regional.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.