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Diário da Cuesta

CAPITAL DO CICLISMO

Diário da Cuesta

MENINAS

Sensacional

13ª Edição do Festival Brasil Ride, o maior evento de Mountain Bike do Brasil. Página 2

A tipologia da Estação de Vitoriana era padrão à época: são dois blocos e a Plataforma no meio. A distância entre Vitoriana e Botucatu é de 16Km e o desnível entre as cidades é de 251m... É muita subida para pouca quilometragem. Assim, saindo de Vitoriana a cada 4 km tinha uma Estação para abastecer e dar fôlego para as Marias Fumaça. (Voluntários do Túnel). Página 3 e 4

Festival Brasil Ride traz para Botucatu os maiores ciclistas do Brasil e de diversos países do mundo

Os competidores irão percorrer, aproximadamente, 175 km de trilhas em um evento que contempla toda a família, em diversos níveis técnicos e de dificuldade

No feriado de Corpus Christi 2025, teve início a 13ª edição do Festival Brasil Ride, evento que conta com o apoio da Prefeitura de Botucatu. Com a participação de atletas de todo o Brasil e de diversos países do mundo, o maior evento de Mountain Bike do país será ainda maior e mais completo.

De 18 a 21 de junho, os competidores percorrerão aproximadamente 175 km de trilhas em um evento que contempla toda a família, em diversos níveis técnicos e de dificuldade.

Na Arena, montada desta vez atrás do Ginásio Mario Covas e com uma vista privilegiada da Cuesta, lounges de interação, shows ao vivo, praça de alimentação e experiências exclusivas oferecidas pela organização se juntam a um novo espaço para expositores, com o que há de melhor do universo do Mountain Bike.

Calendário de provas

DATA: 18 a 21 de junho de 2025 PERCURSOS: MTB 3 DIAS | E-MTB 3 DIAS | MTB 1 DIA | TOUR | KIDS

MTB 3 DIAS DATA: 19 a 21 de junho 1ª ETAPA | 19/06: Distância 13 km | Altimetria 420 m* 2ª ETAPA | 20/06: Distância 93 km | Altimetria 2.120 m* 3ª ETAPA | 21/06: Distância 61,2 km | Altimetria 1.460 m

E-MTB 3 DIAS DATA: 19 a 21 de junho 1ª ETAPA | 19/06: Distância 13 km | Altimetria 420 m* 2ª ETAPA | 20/06: Distância 93 km | Altimetria 2.120 m* 3ª ETAPA | 21/06: Distância 61,2 km | Altimetria 1.460 m*

MTB 01 DIA DATA: 21 de junho PERCURSO: Distância 38,3 km | Altimetria 874 m*

CATEGORIA TOUR DATA: 21 de junho PERCURSO: Distância 16,4 km | Altimetria 490 m*

PASSEIO KIDS DATA: 21 de junho PERCURSO: Distância 1 km VAGAS LIMITADAS

Saiba mais sobre o evento https://www.brasilride.com.br/press/prova/ FESTIVAL_BRASIL_RIDE_2025

Trânsito alterado - A Prefeitura de Botucatu, através da Semutran, informa que neste feriado haverá alterações no trânsito de veículos na Avenida Raphael Serra e imediações, em função da realização do Festival Brasil Ride. As interdições acontecerão por etapas.

Interdição geral - A partir das 18 horas desta terça-feira (17) até as 22 horas de sábado (21), a Av. Raphael Serra estará interditada para a montagem da estrutura da prova de ciclismo no trecho compreendido entre a Rua Otacílio Nogueira e a Rua Professor Vagner.

Ampliação do trecho: Já a partir das 14 horas desta quarta-feira (17), a interdição será ampliada contemplando a Av. Raphael Serra no trecho compreendido entre as Ruas Dr. José Freire Villas Boas e a Rua Major de Moura Campos, além das vias transversais Rua Professor Vagner e a Rua Otácilio Nogueira, que terão restrição de circulação no cruzamento da Rua Vicente Bertocchi até a Avenida Raphael Serra.

Atenção: trânsito totalmente fechado: Na quinta-feira (19) será realizada a primeira etapa do Festival. As saídas de atletas começam às 12 horas, com largadas programadas a cada 10 minutos, até as 16 horas. Neste período, a Av. Raphael Serra estará totalmente interditada no trecho compreendido entre a Travessa Vitorio Madarena e o cruzamento da Avenida Roberto Sidney Bueno. Também durante este período, a Avenida Roberto Sidney Bueno estará interditada do trecho Avenida Raphael Serra até a Avenida Marcos Bravim.

Mais uma etapa de interdições: Para a realização da segunda etapa do Festival na sexta-feira (20), o trânsito na Av. Raphael Serra estará totalmente interditado das 07h45 às 08h30 no trecho entre a Travessa Vitorio Madarena e o cruzamento da Avenida Roberto Sidney Bueno. Também durante este período, a Avenida Roberto Sidney Bueno estará interditada do trecho Avenida Raphael Serra até a Avenida Marcos Bravim.

Fase final

Já para a etapa final, que acontece no sábado (21), haverá as largadas das categorias PRO, Sport e Tour, iniciando às 9 horas. Para a realização desta etapa, o fluxo de trânsito nas proximidades do Ginásio Mário Covas estará interditado das 08h45 às 10h30 nas Ruas Dr. José Freire Villas Boas, Maria Joana Felix Diniz, Prof. Vagner, Vicente Bertochi, Major de Moura Campos, Rua José Domingos Corte e Travessa Vitorio Madarena.

Cuidado nas estradas rurais

Também é necessária a atenção de condutores da travessia de ciclistas na Estada Municipal Alcides Soares, na qual ciclistas estarão trafegando durante a realização das provas.

Durante os períodos de prova, agentes de trânsito da Semutran, Guardas Civis Municipais e Policiais Militares estarão posicionados em pontos estratégicos da Avenida e vias adjacentes para orientar os condutores e minimizar possíveis transtornos. A recomendação é que os motoristas evitem trafegar pela região e optem por rotas alternativas, especialmente no horário de maior concentração de atletas

(Tribuna de Botucatu)

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Edil, fazer numa faixa em fundo preto os dizeres:

SEXTA PÁGINA

Vitoriana

Ed 956

ra e daí rumo ao interior do Estado. A conquista coube à Estrada de Ferro Sorocabana e com isso a vitória alcançada. Daí o nome Vitória. Transformada em distrito no ano de 1929, teve posteriormente seu nome mudado para Vitoriana para diferenciar do nome Vitória, capital do Estado do Espírito Santo Durante muitos anos, ficou Vitoriana como ponta de linha da referida E.F.Sorocabana dadas as dificuldades para vencer o trecho “Vitoriana-Botucatu” pela íngreme serra que, apesar de poucos quilômetros uma da outra, apresenta desnível de 400 metros, mais ou menos. O problema da subida da serra só solucionou com a vinda de engenheiros ingleses, encarregados da construção da mesma ferrovia. Daí se tornar Vitoriana o local de desembarque de um grande número de imigrantes, onde eram procurados por fazendeiros de café de toda a região, para serem conduzidos para suas propriedades, em substituição ao trabalho dos negros escravos, extinto com a Lei Áurea.

Meus avós – lado paterno – com toda a família, inclusive meu pai, foram levados para a então “Fazenda São Bento”, das famílias Dinucci e Lunardi, com centenas de milhares de cafeeiros. Juntamente com eles foram encaminhados muitos outros imigrantes, a maioria italianos e, em número menor, portugueses e espanhóis. Donde a razão, nesta região, Botucatu, São Manuel, Pardinho, Vitoriana, etc., existir, na época, total prevalência da raça italiana. Foram tempos em que a Vila passou por grande progresso. Aos sábados e domingos, os trabalhadores rurais iam à vila para as compras necessárias e, como atrativo, à Estação para assistirem à chegada de trens de passageiros com parada

A ESTAÇÃO DE VICTÓRIA

DA EFS

Mudar o número da página

obrigatória por alguns minutos, quando se ofertavam às pessoas suculentas frutas da região e deliciosos doces. Além do mais, assistiam às missas, batizados, crismas e às famosas festas em louvor à Nossa Senhora das Vitórias Importa dizer que a planta, bem como a imagem da Santa que até hoje o nicho do altar principal foram ofertas da Condessa de Serra Negra, sendo a imagem oriunda da França. A zona rural, afora latifundiários com seus milhões de cafeeiros, já era tomada por centenas de minifúndios de propriedade de italianos que foram os que mais se adaptaram ao tamanho da terra. Dadas as facilidades e vantagens proporcionadas, inclusive pelo Governo, permitindo compras a longos prazos e juros insignificantes, milhares de imigrantes se tornaram proprietários de seu “pedaço de terra”, de onde tiravam seus sustentos e de sua família com o plantio de café e outras culturas. Foi um modelo de “Reforma Agrária” que talvez servisse de exemplo para os dias de hoje, quando tanto se tem falado sobre essa questão.

Na Vila, propriamente dita, portanto zona urbana, se estabeleceram com lojas de armarinhos, secos e molhados, etc., diversos imigrantes árabes (o Jacó, o Meserani o Zacharias por sinal, grande latifundiário na região e empresário). Registra-se, também, o comércio do italiano Bissacot com seu célebre armazém de secos e molhados e padaria, onde com apenas um tostão ou 100 réis, se comprava um “sanduichão” de mortadela Fale-se, também, de seu filho Guido Bissacot exímio violonista, autor de diversas músicas, inclusive “Sinos de Vitoriana” que na época, foi executada pelo Brasil inteiro. Já havia, como grande orgulho, o Grupo Escolar Conde de Serra Negra. Dentre os habitantes ou moradores da Vila, existiam duas personagens a respeito das quais muito se falava. Uma, João Jacó, árabe, primeiro agente dos Correios e Telégrafos e dono de terras no distrito. Outra, Chico Grandi fabricante de forma artesanal de famosas botinas “ringideira”, feitas todas com o que de melhor havia em termos de material e altamente disputadas por

fazendeiros, administradores de fazendas e, inclusive, por pessoas da zona urbana. Davam ela “status” de poder. Só figuras importantes tinham o privilégio de calçar as referidas botinas que “rangiam” durante as passadas. Ficou-se sabendo também que Chico Grandi era um tanto temido por fazer parte de certa sociedade secreta, adoradora do “Bode Preto”. Rumava ele semanalmente para fora do distrito, para fazer parte das sessões. Seria a Máfia? Maçonaria? - Pela grandeza de seu coração estaria ele mais para maçonaria. Pois bem, as duas figuras acima, por motivos nunca descobertos, viviam às turras. Viviam recíproca e verbalmente se agredindo através de palavrões os mais diversos, colhido do idioma próprio da origem de ambos. O italiano xingando o “turco” de “Testone” ( cabeça dura, cabeçudo, teimoso), “Leda Cullo” (puxa saco). “Orechione” (nojento, veado), “Malcazone” (bandido), “Maledeto” (maldito), etc. O arábe por sua vez, não deixava por menos e sacava as suas: “Ibem Charmura” (filho da p.), “Kizeb” (mentiroso), “Harone” (ladrão), “Hasta Tirra” (cabeça dura), etc., etc. Contudo, quando alguém, se achegando do italiano, entendia de falar mal do “turco” caía no desaponto, pois era logo contido pelo italiano com advertência de que, falar mal daquele “turco”, era um direito que só a ele assistia e a mais ninguém. De outra banda, o “turco” procedia do mesmo modo, não admitindo que se falasse mal daquele “Ibem Charmuta” o direito era só dele. Ou melhor, o direito de se maltratarem mutuamente cabia a ambos e a mais ninguém. Geralmente a polêmica acabava com a promessa de aquele que morresse primeiro, o sobrevivente seria levado pelo morto, se possível, no mesmo dia ou então dentro do menor tempo possível.

Acontece que João Jacó acabou por morrer antes, para tristeza de Chico Grandi fato ocorrido no dia 01/04/1958. Exatamente sete dias depois do falecimento (07/04/58) de João Jacó, o velho italiano recebe a visita do velho “amigo turco”, que o encontra em sua residência muito enfermiço. Nesse instante, os espíritos se encontram e se confraternizam em um abraço tríplice e partem juntos para o Oriente Eterno, onde certamente ainda se acham. Assim, a promessa de busca ao sobrevivente se cumpre, também por vontade do G.A.D.U., que é DEUS.

ESTRADA DE FERRO SOROCABANA

de

A localidade de Vitoriana, um distrito pouco habitado e afastado da sede do município de Botucatu, já foi um ponto importante da ferrovia Sorocabana entre os anos de 1888 e de 1954.

A linha, que buscava o centro de Botucatu para dali seguir para a promissora aldeia de Bauru (e também para a foz do rio paranaense Tibagy no Paranapanema), chegou a Victoria, nome original da estação em 1888.

Mapa da região, desenhado durante a revolução de 1924, quando os revoltosos fugiram de São Paulo

Na mesma época, a Sorocabana havia ganhado a sua Batalha de Pirro: conseguiu ficar com as linhas da Ytuana que vinham de Piracicaba por navegação fluvial através do rio Piracicaba e depois do Tietê, depois de longa batalha jurídica advinda dos famosos “direitos de zona” e ficou com as linhas férreas da concorrente que vinham de Porto Martins, no Tietê, e seguiam até a estação de Igualdade e São Manuel. Porém, as linhas, além de terem bitola diferente (0,96 m contra um metro das da Sorocabana), eram mal construídas e teriam

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

de se unir com as desta última, que estavam chegando ao mesmo ponto na mesma época. Isso significava altos custos não previstos para uma empresa que já não estava bem das pernas. Finalmente, em 1892, quebrou. Daí surgiu a CUSY (Companhia União Sorocabana-Ytuana), que viveu um longo período de dificuldades até ser adquirida pelo Governo Paulista em 1905. Victória acabou sendo a estação escolhida para juntar-se às linhas da Ytuana. Isto fez do lugarejo um entroncamento. O nome parece não ter sido nenhuma homenagem à rainha Victoria da Inglaterra, nem aos feitos da Guerra do Paraguay, mas, sim, à própria vitória jurídica contra o rival. Mas as linhas, nem de uma ferrovia, nem de outra, eram maravilhas. Acidentes nas linhas próximas a Victória não eram incomuns O primeiro relatado ocorreu meses depois da inauguração do trecho Alambary-Victória. No fim de novembro de 1888 houve um descarrilamento em Alambary, fazendo os passageiros pernoitar ali (outro lugarejo; pergunta-se: onde se enfiava esse pessoal?). Em 4 de dezembro, outro, perto de Piramboia, onde um dos carros rodou fora dos trilhos por mais de duzentos metros, sem também deixar mortos. Os dois foram relatados pela diretoria da ferrovia como “falhas do pessoal da manutenção”.

Adriano Martins Outros desastres devem ter acontecido. Dois foram reportados e “descobertos” por mim na imprensa. Um em 1929 quando um acidente com um trem cargueiro matou o maquinista bem próximo a Victória e outro em 1948, quando o trem noturno N-5 da Sorocabana sofreu dois descarrilamento seguidos mataram uma pessoa no primeiro, próximo à estação de Oiti, e, seguindo viagem mais rapidamente depois de conseguirem realinhar o trem nos trilhos, quase em Victória outro carro de segunda classe descarrilou, gerando mais pânico e tentou incendiar a composição. Em 1954, com a entrega da linha nova entre Conchas e Botucatu, que mudou totalmente o traçado entre as duas cidades, Victória, que já se chamava Vitoriana desde 1945, foi desativada, junto com o ramal que seguia para Porto Martins. De lá para cá, Vitoriana pouco cresceu. A estação, construída no mesmo estilo das estações erigidas por volta de 1911 na ferrovia (como Itararé, Angatuba, Luiz Pinto, Indaiatuba e Piapara

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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Estação
Vitoriana (ex-Victória) em 2011. Foto Daniel Gentili
Estação de Alambary (hoje Piapara), em 2002 - Foto
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“Acervo Peabiru”

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A R T I G O MEU PEDACINHO DE CHÃO

Uma História / Uma Paixão / Muitas Saudades / Meu tributo a ti, Terra Querida, minha Pequena Grande e Soberana VITORIANA . . . Terra natal dos meus sonhos; cheiro de mato; de terra molhada e gosto de mel. Pés ainda a sentir a terra que os encardiam, mãos a sentir as pedras ao longe arremessadas sem destino.

Que saudade, querida... Do verde campo que encantava meus olhos ao azul do céu, que me contemplava. Ora o sol ora a lua, a protagonizarem o espetáculo diário de cores no horizonte com efeitos naturais indescritíveis. Assim eram os teus alvoreceres e entardeceres diários. Mãos a tocar a límpida e cristalina água da mina, pés a sentir a maciez da relva fria do inverno. Meu saudoso abacateiro de galhos fortes a me sustentar num balanço feito em cordas e em peripécias inimagináveis, como que longos braços a me abraçarem, a me proteger. Se terra tombada pelo homem, a frutificar, és terra tombada como patrimônio deste coração a sonhar. Doce berço onde nasci, pé de serra querido das longas procissões de Maio com o “Andor de Nossa Senhora das Vitórias” a glorificar nossas caminhadas resistentes ao sol, às chuvas ou ao intenso frio. Velas em mãos a derreterem sobre nossos dedos,

que, se queimados, eram como indulgências de nossas almas em favor do irrestrito perdão, homenageando o mês Mariano

Ao seu final, quermesse e festa da Padroeira encerravam as festividades do mês de Maria Um “serviço fixo de alto-falantes”, fundado em 1950 (há 70 anos atrás) por seu então mantenedor, e meu pai Cármino de Léo, encerrava suas atividades diárias no coreto da paróquia voltando às suas dominicais apresentações musicais, partindo do estabelecimento comercial da nossa família, com a razão comercial Bar Central, na rua Condessa de Serra Negra (antiga Rua do Comércio, 85 - centro).

Tudo agora era triste. O sepulcral silêncio noturno tomava conta do pequenino

lugarejo, das vielas mal construídas sem conservação, sem iluminação e de trânsito impossível. Com isso, dando início à contagem regressiva para as próximas festividades da Paróquia. Saudades, muitas saudades. Consagrados deveres, devotos respeitos e sagrados hábitos, eram a tríade a sustentar nossos dias. Lá, os educadores amigos; entremeio escola e lar as filhas de Maria e congregados Marianos cumpriam seu papel, e, de outro lado, na consagrada família nossos pais a nos ensinar, pregavam seus ensinamentos para um futuro melhor. Encantos perdidos, aos dezesseis anos, chorando tive que partir para estudar. Tudo o que “Um dia aqui deixei”, inspiraram-me a te homenagear. “Eis o teu tributo” Vitoriana, Minha Terra querida; meu inesquecível pedacinho de chão; meu pé de serra querido; meu rincão florido”

Sensacional! Sucesso!

Concerto de abertura da temporada da Orquestra Sinfônica Municipal de Botucatu, na Igreja de São Benedito, com o Maestro Fernando Ortiz de Villate, em homenagem a Cármine De Léo Filho que compôs a linda canção à Vitoriana: “Meu Pedacinho de Chão”

ACONTECÊNCIAS

ENTREVISTA

A entrevista de hoje é mais que especial com as MENINAS DA CUESTA, um grupo de pedal de Botucatu, que se iniciou desde 2015, através de sua idealizadora Marcia Sodre e hoje conta com mais de 90 mulheres ciclistas e independentes.

Serão 7 as entrevistadas, as quais tive a honra e a oportunidade de conhecer melhor. Show!

Bora lá!!!

- Marcia Sodre, 49 anos, idealizadora do grupo

MENINAS DA CUESTA

Como vocês iniciaram o pedal e sentiram dificuldade no começo? Quando se trata de pedal a conversa vai longe, é algo que eu adoro falar. Me lembro que quando iniciei o pedal, só falava nisso, que até fiquei chata (risos), porém, saudável e feliz. Comecei em 2015 e naquela época não tinham muitas mulheres pedalando. Éramos um número muito pequeno, então, a ideia foi montar um grupo feminino para incentivar mais mulheres e também ter algumas amigas para te acompanhar. Foi então que tive a ideia de montar um grupo só com mulheres que, no início ele servia para a gente combinar em qual pedal iríamos com os homens, mas com o tempo fomos aprendendo a trocar pneu e nos tornamos independentes. E assim surgiu o grupo Meninas da Cuesta.

Como é ter um grupo das Meninas da Cuesta e fazer os passeios?

Hoje o grupo tem mais de 90 mulheres e cada uma com o seu jeito, seu ritmo e sua perspectiva. Algumas gostam de passear e tirar foto, outras gostam de conversar (chamamos de pedal terapia), tem as que gostam de sair pedalar, mas no final tem que ter a hidratação (aquela cerveja gelada), mas também tem as que treinam forte e gostam das competições, gostam de subir do podium e também não posso deixar de citar as que amam viajar de bike, sair por aí com a ela e a mochila nas costas. Acho que o grupo ajuda essas mulheres a encontrarem aquele pedal que mais se identificam com o seu perfil.

O que diria para quem quer começar a pedalar, mas está desanimada? Bora lá, chega de mimimi e vamos pedalar!!! A felicidade está logo ali : você, sua bike, o vento no rosto, a sensação de liberdade.. Bora ser feliz!!!

- Ju – Juliana Cardoso Lautenschlager – 31 anos; Juja – Juliana Thiago Teixeira Pinto – 39 anos; Nani – Heliane Scolastrici – 55 anos; TinaCristina Scolastrici Soares – 51 anos; Eliane Balestero – 53 anos; Miga –Eliane Rua – 44 anos

O que o pedal mudou na vida de vocês? O pedal para mim foi encontrar a criança que estava adormecida. Me lembro exatamente da sensação que senti em meu primeiro pedal. Fomos fazer um percurso e na saída tinha uma cerca e tínhamos que pular para seguir em frente. Então, costumo dizer que depois de ter pulado aquela cerca para seguir em frente, nunca mais parei.

Como vocês iniciaram o pedal? Sentiram dificuldade no começo? As respostas foram variadas : desde quando criança, com passeios em família; há alguns poucos anos atrás, como forma de fazer um exercício a mais.

O que o pedal mudou na vida de vocês? Maior contato com a natureza (pedal terapia); superação física, foco nos treinos, conhecer pessoas e fazer amizades; ultrapassar limites; observar pequenas coisas, contemplar a natureza; sensação de liberdade; interagir com pessoas, qualidade de vida, melhora no condicionamento físico.

Como é ter um grupo das Meninas da Cuesta e fazer os passeios? É maravilhoso! As meninas são incentivadas umas pelas outras a não desistirem; o pedal é só alegria e a diversão é garantida, além do pedal todo final de semana e durante a semana ficamos preparando o percurso; viagens de ciclo turismo e fortalecemos a nossa união; as mais experientes dão dicas para as iniciantes.

O que diriam para quem quer começar a pedalar, mas está desanimada? Compre uma bike e vá pedalar com as Meninas da Cuesta!!! Comece devagar, respeitando seus limites e vá avançando aos poucos. O mais legal é pedalar e curtir a natureza! A hora que você sentir aquele banho de endorfina e o ventinho no rosto, curtindo lindas paisagens, os dias ganham mais cor e leveza! Nunca desista de seus objetivos, foco e determinação é tudo!

Viagens # Fé

No Duomo de Orvieto, a esplêndida igreja eucarística da Úmbria

Embora hoje seja mais conhecida por conservar as peças de um fenômeno eucarístico, a Catedral de Orvieto, na Úmbria, região central da Itália, é uma belíssima igreja dedicada à Assunção da Virgem Maria, cuja construção feita sobre um maciço vulcânico durou quase três séculos.

Cidade originalmente etrusca, tornou-se romana e era chamada de Urbs Vetus, de onde deriva seu nome italiano, Orvieto foi sede de um ducado lombardo e de um condado toscano antes de se tornar uma comuna independente no século XII.

Erguida sob as ordens do Papa Urbano IV para abrigar adequadamente o corporal de Bolsena (pano de linho quadrado que se estende sobre o altar durante a missa), a igreja guarda as marcas do milagre ocorrido em 1263 na vizinha cidade, quando um padre, ao duvidar da veracidade da transubstanciação, observou que a hóstia que segurava verteu sangue e manchou a toalha do altar, ainda hoje conservada nessa catedral.

Inicialmente projetado no estilo românico, o templo, também chamado de Duomo de Orvieto, paulatinamente foi moldado em formas góticas toscanas. Obra clássica, ela contém uma grande rosácea, mosaicos dourados e três enormes portas de bronze. No seu interior há duas capelas com afrescos do Juízo Final, tendo no seu campanário cinco sinos, que datam do Renascimento, afinados em mi bemol.

A sua fachada dourada em estilo gótico é uma obra-prima do final da Idade Média. O projeto de três frontões é atribuído ao arquiteto e escultor Lorenzo Maitani (1255-1330), que a decorou com grandes baixos-relevos e estátuas com os símbolos (Anjo, Boi, Leão, Águia) dos evangelistas, entre os anos 1325 e 1330. Já o escultor Matteo di Ugolino adicionou em

1352 o Cordeiro de Deus em bronze acima do frontão central e a imagem de São Miguel Arcanjo em bronze no topo do frontão da entrada esquerda.

O interior do edifício é ricamente decorado com o trabalho de vários escultores e pintores medievais notavelmente os afrescos de Luca Signorelli (1445-1523) e do Beato Fra Angelico (1395-1455). Outras tantas esculturas do século XVI adornam o Duomo, concluído em 1580.

Cronista e pesquisador, membro da Academia Botucatuense de Letras, é autor de 54 livros sobre a história regional.

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