REVISTA ALGARVE INFORMATIVO #497

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ALGARVE INFORMATIVO

27 de setembro, 2025

FESTIVAL DE FLAMENCO VOLTOU A ENCANTAR LAGOS

ÍNDICE

Júlio Ferreira (pág. 20)

Carlos Manso (pág. 24)

João Ministro (pág. 28)

Paulo Neves (pág. 32)

Piscina Municipal da Mexilhoeira da Carregação (pág. 36)

Taça de Portugal de XCM em Lagos (pág. 42)

«Nuno Júdice - O Prazer das Imagens» em Portimão (pág. 54)

Festa em Honra de Nossa Senhora das Dores e São Sebastião (pág. 66)

«Bright Horses» no Cineteatro Louletano (pág. 80)

Festival de Flamenco em Lagos (pág. 98)

Cara de Espelho em Lagoa (pág. 112)

Se você quer se sentir bem, torne-se um Extremista — O Viagra da Política

omecei a escrever estas primeiras linhas no passado dia 15 de setembro, Dia Internacional da Democracia. Uma data que, em teoria, deveria ter sido de festa. Na prática, passou ao lado da maioria das pessoas e soa cada vez mais a sirene de alarme. Celebrar a democracia, hoje, significa defendê-la contra quem a quer desfazer ponto por ponto — e faz isso com a arrogância de quem se sente imune às regras do jogo. É um facto que nós todos andamos fartos das políticas e políticos de sempre e das suas promessas vazias, mas o extremismo nunca foi e nunca será a solução — a história já provou isso, vezes sem conta, com resultados sempre desastrosos.

Por coincidência, ou não, no dia em que o outono tem início, voltei a pegar neste texto após mais um dia de trabalho para recordar com um sorriso daqueles, um sketch brilhante em que John Cleese (Monty Python), satiriza sobre as supostas «vantagens do extremismo», enunciando precisamente alguns dos seus maiores perigos. Uma das melhores explicações que terão a oportunidade de assistir sobre o poder de atração dos extremismos, que não surgiu da boca de qualquer sociólogo, político ou filósofo,

mas sim de um humorista. O memorável trecho de pouco mais de dois minutos podia ter sido feito ontem, mas tem já quase 40 anos, vem de um tempo onde não havia sequer internet e soa como um retrato incrivelmente real dos dias que correm, com uma sociedade globalmente ameaçada por extremismos amplificados pelos canais televisivos ou por plataformas digitais, nas quais passamos demasiado tempo.

O extremismo é o atalho perfeito para o bem-estar emocional de algumas almas sensíveis — pouco esforço, muita raiva e um ego sempre ereto. E assim, de repente, lembro-me do Sr. Laranja e do 4.º Pastorinho de Fátima. Façam lá o exercício: imaginem estes dois personagens com uma boa dose de sarcasmo à mistura e verão que há, de facto, algo de prático e até libertador no extremismo. Ele simplifica a vida: oferece inimigos prontos a usar, embalados e com garantia de ódio vitalício. O melhor de tudo? Ter inimigos é fabuloso, porque permite despejar neles toda a maldade do mundo e reservar para si e para a sua tribo a exclusiva patente da bondade. Problema resolvido: todo extremista pode sentir-se herói sem esforço. Se a coisa apertar, basta adicionar «Deus» ao discurso — com a conveniente aura de «menino da lágrima» — e tudo se compõe. Assim, não é preciso encarar

contradições, nem admitir dúvidas. Basta apontar o dedo, gritar mais alto e sentirse moralmente impecável. Convenhamos: é libertador, dá adrenalina… e poupa imenso trabalho.

Então, tal qual uma publicidade numa TV a preto e branco (tipo pasta medicinal

Couto): Se você quer se sentir bem, tornese um extremista! Com tudo o que vamos vendo e ouvindo, chegamos à conclusão que o extremismo é uma espécie de viagra da política. Levanta egos, endurece raivas, dá prazer imediato. Não precisa de esforço intelectual, nem de paciência democrática. Basta escolher o seu inimigo favorito, apontar o dedo e gritar mais alto do que os outros. Em segundos, sentirá aquela onda quente de superioridade moral a percorrer-lhe o corpo. Funciona em qualquer lado: na Assembleia da República, na televisão, no café, nas redes sociais ou até no jantar de amigos ou família.

A escolha é sua! Se quiser pertencer à esquerda radical, já inclui (gratuitamente) a lista de inimigos autorizados: extremistas de direita; quase todos os tipos de autoridade, especialmente a polícia; juízes; empresas multinacionais; Escolas e Hospitais privados; comunicação social; caçadores; traidores do movimento; patrões; moderados, etc.

Se você preferir a extrema direita radical (sem problemas, tudo bem, até alguns dos meus amigos já o fizeram e tentam vender as suas ideias como Jeovás a tentar espalhar a sua palavra batendo às portas das pessoas em horas menos convenientes), você também recebe uma lista adorável de inimigos, só que diferentes: minorias barulhentas ou não… todas; sindicatos; extremistas de esquerda; moderados, mesmo que sejam de direita; comunicação social, comentadores e humoristas que exponham erros, omissões e agendas secretas; trabalhadores; comunistas; grevistas; assistentes sociais, e, claro, todos os que sejam contra as suas ideias.

Efeitos secundários: perda de capacidade de diálogo, alergia a consensos, aumento de ódio no sangue e dependência crónica em aplausos fáceis. Disponível em versão «esquerda radical» e «direita radical». Escolha já a sua embalagem.

Ambos os extremos são hipermercado de ódios onde cada um enche o carrinho ao gosto da sua indignação. A partir desse momento, pode ser tão desagradável quanto queira e ainda sentir-se moralmente justificado. Humilhar, insultar, ameaçar — tudo embrulhado num laço de «missão superior». É reconfortante, dá adrenalina e rende aplausos na TV e nos comícios. Só tem um pequeno defeito: NÃO RESOLVE NADA!

Simplesmente porque resolver problemas é aborrecido, exige paciência, dá trabalho, exige ouvir quem tem

opiniões diferentes e às vezes (depois de muito trabalho) fracassar. O que é isso, comparado com a emoção de esmagar um «inimigo»?! Para os extremistas, negociar soluções parece quase uma tortura. Se, por outro lado, alguém ousar dizer em voz alta perante os outros extremistas: “Talvez nos devêssemos sentar, ouvir e tentar resolver isto juntos”, será imediatamente eliminado do roteiro. Porque isso não dá claque. Não dá adrenalina. Afinal, atacar duramente está sempre revestido de glamour e daquela sensação de pertença.

É cómico, não fosse trágico, mas este problema e (muitas vezes) espetáculo tem consequências. O extremismo divide, acende fogueiras, transforma a política numa arena de gladiadores, onde a vitória está em esmagar o adversário e não em melhorar a vida das pessoas. Basta olhar para muitos exemplos ao longo da história da humanidade e perceber como a farsa pode virar tragédia num instante. O ódio nunca se satisfaz com palavras: pede sempre mais. Em todo o Mundo, a violência dos extremistas já deixou muitos cadáveres de um e outro lado. Sinal brutal de até onde pode chegar a espiral sem travão. O que Cleese disse em riso, nós vemos agora em carne e osso. E se a sátira de ontem soa a retrato de hoje, é porque deixámos a mentira ganhar espaço. O extremismo não é uma brincadeira, não é uma opinião. É um projeto político que mina os alicerces da democracia. É um ataque frontal aos direitos humanos.

Concorrência ou submissão? O século XXI nas mãos das Big Tech

Carlos Manso, economista e membro da Direção Nacional da Ordem dos Economistas

o virar do século XX, os Estados Unidos foram palco de um dos episódios mais paradigmáticos da história económica: a luta contra os monopólios industriais. A Standard Oil dominava mais de 90% do mercado do petróleo, controlando preços, acesso a transporte e esmagando a concorrência através de práticas agressivas.

O governo federal respondeu com o Sherman Antitrust Act (1890), que culminou em 1911 na divisão da Standard Oil em 34 empresas independentes. O objetivo era claro: impedir que um único conglomerado tivesse poder suficiente para distorcer os mercados, condicionando a inovação, a concorrência e, por arrasto, o crescimento económico.

Essa política de fragmentação industrial revelou-se visionária. Ao dispersar o poder económico, os Estados Unidos criaram as bases para um capitalismo mais dinâmico, assente na concorrência. A competição forçou as empresas a inovar, a investir em eficiência e a melhorar as condições oferecidas aos trabalhadores.

Importa sublinhar que o aumento do poder de compra e a valorização salarial

que marcaram o século XX não resultaram apenas desta fragmentação: foram também fruto de uma forte sindicalização, de políticas públicas de redistribuição (como o New Deal) e da difusão do modelo «fordista» de produtividade. Em síntese: a intervenção do Estado visava não apenas a proteção do consumidor, mas também a defesa da vitalidade do próprio sistema capitalista.

Avançando um século, o cenário é radicalmente distinto. Vivemos num mundo onde as chamadas «Cinco Magníficas» — Apple, Microsoft, Alphabet (Google), Amazon e Nvidia (a que se junta muitas vezes a Meta, consoante a métrica) — concentram não apenas capital e quota de mercado, mas também o controlo sobre as infraestruturas críticas da economia digital. Ao contrário dos monopólios industriais do passado, que controlavam bens tangíveis como petróleo ou aço, estas empresas dominam hoje ativos intangíveis: dados, algoritmos, inteligência artificial e plataformas globais de intermediação.

O desafio atual é mais profundo do que no passado, porque a concentração atual não se limita a condicionar preços ou expulsar concorrentes, molda os comportamentos dos consumidores, influencia a circulação de informação e, em última instância, condiciona até a esfera

política. A capacidade destas empresas em investir somas colossais em lobbying, em engenharia fiscal e em relações públicas faz com que os governos, em vez de lhes imporem restrições, frequentemente se vejam na posição de negociar ou até de depender delas — seja em contratos de defesa, em infraestruturas digitais ou em projetos estratégicos de transição energética e tecnológica.

Do ponto de vista macroeconómico, a diferença é clara, no início do século XX, a fragmentação dos monopólios ajudou a criar um ambiente onde os ganhos de produtividade foram amplamente partilhados com a classe trabalhadora, fortalecendo a classe média. Hoje, a concentração nas «Cinco Magníficas» gera enormes lucros acumulados e uma valorização bolsista sem precedentes, mas a redistribuição desses ganhos para o conjunto da sociedade é muito mais limitada.

O fosso entre capital e trabalho está a acentuar-se, já que, enquanto os acionistas destas empresas acumulam riqueza a um ritmo histórico, a maioria dos trabalhadores enfrenta estagnação salarial e precarização.

A história económica mostra-nos que o capitalismo só prospera de forma sustentável quando existe concorrência efetiva, sendo que excessiva concentração corrói os incentivos à inovação de longo prazo, cria barreiras de entrada intransponíveis e enfraquece a coesão social. A lição do passado — da Standard Oil à AT&T — é inequívoca: sempre que o poder económico ultrapassa os limites do equilíbrio democrático, o Estado deve intervir.

O grande desafio do nosso tempo é que os monopólios de hoje são globais, digitais e multifacetados, tornando mais difícil a sua regulação por um único Estado. O que está em causa já não é apenas a eficiência dos mercados, mas a autonomia política das democracias.

Sem uma resposta coordenada e internacional, corremos o risco de no presente século os governos responderem às grandes plataformas, em vez de as plataformas responderem aos governos.

Talvez esteja na hora de revisitarmos a coragem política do passado e de recuperar o espírito antitrust — adaptado ao mundo digital e globalizado — para assegurar que o crescimento económico não seja capturado por cinco gigantes, mas sim partilhado de forma mais ampla pela sociedade. Pensem nisto.

Nota: Este artigo de opinião apenas reflete a opinião pessoal e técnica do Autor e não a opinião ou posição das entidades com quem colabora ou trabalha.

Viver para os máximos João Ministro, engenheiro do ambiente e empresário

abituamo-nos a viver para atingir sempre os máximos. Máximo de visitantes. Máximo de participantes. Máximo de inscritos. Máximo de festivaleiros. Máximo de dormidas. Máximo de chegadas. Máximo de contributo para o PIB. Máximo de créditos habitação. Máximos e mais máximos. De preferência consecutivos e sempre no sentido ascendente. Parece que não temos mais outra ambição a não ser a de querer bater recordes, mesmo que, no essencial, tal não traga consigo uma real melhoria na qualidade de vida das pessoas ou impactos positivos no território. Isso, aparentemente, não interessa. É secundário. Até porque, na verdade, esses números aparecem de tal forma que não são escrutinados. São e basta. Quem tentar perceber o que significam esses «máximos» ou ouse questioná-los, são alcunhados como «os do contra», fundamentalistas ou antidesenvolvimento. Já alguém leu uma notícia sobre uma qualquer festarola de verão, daquelas promovidas por municípios, por exemplo, cujo comunicado pós-evento diga “houve menos participantes”? Ou que “procurouse reduzir os participantes, mas melhorar a qualidade da oferta”? Nunca vi tal. Mas admito poder estar desatento.

Nos casos mais célebres destes recordes, veja-se o revelado há dias, sobre o histórico contributo do Turismo para o PIB nacional. Sem querer retirar mérito à notícia e ao sucesso em si, a pergunta que me surge é: à custa do quê? Mão-de-obra barata? Impactos nocivos do foro ambiental? A exemplo, veja-se o que se passa com a incapacidade das regiões em processar a quantidade de resíduos produzidos durante o verão, como recentemente foi noticiado no Algarve.

Outro bom exemplo é o que vem da venda de casas e do preço das mesmas. Novo máximo foi atingido em Portugal no segundo trimestre de 2025. Certamente uma excelente notícia para alguns. Mas para muitos outros, uma realidade pouco animadora, para não dizer mesmo dramática. Como consequência temos uma miríade de graves situações a acontecer na região, nomeadamente a descontrolada proliferação de casas de madeira, contentores e barracas por esse barrocal fora.

Em vez de celebrarmos máximos e recordes supérfluos devíamos sim, celebrar objectivos concretizados com reflexos directos na qualidade de vida das populações, na boa gestão territorial e dos seus recursos, na criação de economia local sustentável ou no de

colmatar das fortes assimetrias regionais que hoje tanto sentimos.

Mas nem tudo é mau. Há exemplos que inspiram ou deviam inspirar. Veja-se o Fundão que, em final de ciclo autárquico, fixou milhares de jovens qualificados e várias empresas tecnológicas, implementou uma política de sucesso na inserção de imigrantes – valendo-lhe mesmo um reconhecimento internacional – apoiou as actividades primárias e culturais, e posicionou aquele território para o futuro. Sem grandes alaridos. Sem grandes recordes e nunca procurando máximos.

Máximo seria se mais autarcas houvessem com a mesma visão e capacidade de trabalho e execução.

«A gente preocupa-se»

Paulo Neves, «ilhéu», mas nenhum homem é uma ilha

mundo está um desconcerto e a ideia que vamos assumindo é a de que «os homens são cruéis», «a humanidade está perdida».

São sentimentos legítimos, tanta é a informação que nos chega de todo o lado. Até da comunidade que pensamos conhecer melhor, de repente, um sobressalto que nos surpreende pela maldade próxima, no país, na região.

A ideia que melhor é não ligar e do salve-se quem puder, aprofunda o egoísmo e um espírito de sobrevivência, focado nos nossos problemas que já sobejam só por si e, tantas vezes, nem sabemos como ultrapassar.

Aliás, a ideia de que os nossos problemas são causados por causa da maldade, do mundo que nos rodeia e nos outros, faz-nos desconfiar, afastar e desinteressar da comunidade. Portanto, da responsabilidade de olharmos para fora do que nos aflige. Como que uma desistência.

Isto está difícil.

E, no entanto, de quando em vez e até mais frequente do que nos queremos dar conta, há gestos de preocupação que

expressamos ou com os quais somos confrontados, que nos fazem colocar em causa a desconfiança na sua genuína boa vontade. Ainda acreditamos, embora…

Como não acreditar nas centenas de bombeiros que durante horas, dias e noites a fio combatem os fogos, acodem nas inundações e até nos nossos esquecimentos caseiros, ou com animais de estimação.

Toda a estrutura de Proteção Civil que, com sofrimento pessoal, nos protege e evita males maiores sobre pessoas e bens, seja por forças da natureza, seja por acidentes dos mais variados, e ficam expostos aos perigos físicos e psicológicos, além de deixar a família em cuidados ou outras ocupações em segundo plano.

Como não acreditar nos deslocados profissionalmente que ainda assim fazem das «tripas coração» para ensinar, cuidar, apoiar os demais.

Os que em trajetos mais curtos ou mais longos, por baixas remunerações, com turnos, diariamente se continuam a abnegar por prestar serviço de interesse para a comunidade, para contribuir para a sua família, tendo de se manter felizes durante o trabalho e com qualidade na prestação aos outros.

Aqueles que nos servem de forma apaixonada nas cozinhas, nos recebem às mesas, nos esperam nas receções.

Ou quando recebemos, sequer, quem nem conhecemos bem e subsiste a preocupação para que tudo esteja bem.

Sim, «a gente preocupa-se».

Subsiste a generosidade autêntica a par da penosidade.

Mesmo quando é difícil, ficamos mal porque não temos as melhores condições para atender melhor tanta gente.

Somos mesmo gente de sucesso, uma região de sucesso. Porque ainda há bondade sob a capa do cansaço e da vida difícil de cada um.

As dores do crescimento não são acompanhadas pelos cuidados da distribuição dos benefícios do desenvolvimento e isso nota-se.

Depois ligamos ao que se escreve e ao que se diz na comunicação social e acreditamos que «isto está tudo perdido», que ninguém já liga a ninguém. Desligamo-nos.

Mas, no fundo, as pessoas interessamse.

Só temos de dar oportunidade para que as pessoas possam voltar a fazer a diferença, entre vizinhos, na comunidade de proximidade.

Se não acreditarmos, seremos vencidos pela desesperança e não será melhor do que está. Será ainda pior.

Interessemo-nos. Comecemos por ouvir, com a tolerância de conhecer os outros e os seus pontos de vista, problemas e caminhos que cada um empresta às soluções que importam.

E e eis que o outono começa. Preparemos o que aí vem para que a próxima primavera seja melhor que a deste ano.

Cuidemos da humanidade, a começar por aqui mesmo.

Município de Lagoa inaugurou

Piscina Municipal da Mexilhoeira da Carregação

exilhoeira da Carregação, situada na Urbanização

Boca do Rio. A nova infraestrutura desportiva vem dar resposta à crescente procura por espaços dedicados à adaptação ao meio aquático, ensino da natação e atividades de grupo em

contexto recreativo, desportivo e terapêutico.

A cerimónia contou com a presença do presidente do Município de Lagoa, Luís Encarnação, que procedeu ao descerrar da placa inaugural, seguindo-se a primeira aula de hidroginástica «Áqua Dinâmica». Estiveram ainda presentes várias personalidades ligadas à vida desportiva e institucional da região, entre

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

as quais Custódio Moreno, diretor regional do IPDJ, Fábio Bota, presidente da Associação de Natação do Algarve, e Águas da Cruz, presidente da Assembleia Municipal de Lagoa. A piscina apresenta 17 metros de comprimento por 12 metros de largura, com profundidade variável entre 80 cm e 1,30 m, e dispõe ainda de jacuzzi. O espaço está equipado para acolher múltiplas atividades, reforçando a rede

de equipamentos desportivos do concelho. Estará aberta de segunda-feira a sexta-feira, entre as 13h e as 20h, e ao sábado, entre as 8h30 e as 13h.

Com esta inauguração, o Município de Lagoa reafirma a sua aposta no desporto e na promoção de estilos de vida saudáveis, criando mais oportunidades de prática para a população.

Melissa Maia e Filipe Francisco dominam Taça de Portugal de Maratona BTT em Lagos

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo

elissa Maia conquistou, no dia 21 de setembro, a Taça de Portugal de Maratona BTT (XCM) entre a elite feminina ao vencer a quarta prova pontuável da competição, em Lagos. A atleta da Guilhabreu MTB Team, Campeã Nacional de XCM, completou o percurso de 74,7 quilómetros em 03h54m31s, com mais de 17 minutos de vantagem para Celina Carpinteiro

(CDASJ/Cyclin´Team/Município Albufeira), segunda classificada. Alessia Teixeira (Bombos S. Sebastião/LusoPrint/ ElectroMinho) fechou o pódio, a cerca de 21 minutos da vencedora. Com esta vitória, Melissa Maia soma agora 1.200 pontos e garante matematicamente o título da Taça de Portugal de XCM.

Na elite masculina, Filipe Francisco (CDASJ/Cyclin´Team/Município Albufeira) triunfou ao cabo de 03h56m24s nos 98 quilómetros do percurso, com Guilherme Mota (Guilhabreu MTB Team) em segundo, a

quase dez minutos, e Andrew Henriques, colega de equipa do vencedor, em terceiro. Ainda no masculino, mas nos masters, Rui Carvalho (Clube de Ciclismo de Castelo Branco) venceu em M30, Renato Ferreira (MR3EVENTUS / PROZIMBRAL) em M35, João Rodrigues (ADECT / CMSANTOS.PT) em M40, Martinho Saragoça (BTTGARDUNHA/FUNDÃO) em M45, Pedro Sousa (CDASJ/Cyclin´Team/Município Albufeira) em M50, António Passos (Rompe Trilhos / Ajpcar) em M55, Fernando Gonçalves (SAERTEX Portugal / CRIAZinvent) em M60 e Rui Norte (ARLU BTT) em M65.

Nas masters femininas, Joana Barros (SPAC) foi a mais rápida em M30, Ângela

Gonçalves (SAERTEX Portugal / CRIAZinvent) em M40 e Carmelita António em M50. No paraciclismo C, Ricardo Mendes (SAERTEX Portugal / CRIAZinvent) triunfou à frente de Roberto Soares (Bombos S. Sebastião/LusoPrint/ ElectroMinho) e Duarte Velho (SPAC). Por último, nas bicicletas elétricas, Cátia Cristóvão (Team Correia) sorriu no fim da prova feminina, com vantagem para Ana Santos (RÓÓDINHAS / Master Vantagem) e Patrícia Grelha (A.C.D. Coobital). No masculino, João Martins (Mirachoro Hotels-Centro de Ciclismo de PortimãoChurrasqueira Guerreiro) foi o mais rápido do dia, à frente de Rafael Clino e

Carlos Brás (BTT Conceição de Faro/Algarve Bike Challenge).

Contas feitas, na elite masculina, Filipe Francisco lidera com 1.100 pontos, mas o título ainda está em aberto, com Carlos Cruz a 240 pontos de distância. Já na elite feminina, como referido, Melissa Maia tem a vitória garantida matematicamente. O mesmo acontece com os masters masculinos Renato Ferreira (M35), Pedro Sousa (M50), António Passos (M55) e Rui Norte (M65). Nos restantes escalões, as contas seguem para a última jornada, que tem lugar, a 5 de outubro, em Manteigas.

Portimão celebra Nuno Júdice e a sua relação poética com as artes plásticas

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

uno Júdice – O Prazer das Imagens» é o nome da exposição que o Museu de Portimão inaugurou, no dia 20 de setembro, e que poderá ser visitada até 18 de janeiro de 2026. Com curadoria de José Gameiro, Manuela Júdice e Filipa Leal, esta exposição convida-nos a atravessar a escrita de Nuno Júdice como se fosse uma estrada sempre paralela à de alguns dos seus companheiros de viagem.

Os portugueses Graça Morais, Júlio Pomar, Jorge Martins, Rui Chafes, Manuel Amado, Duarte Belo e os franceses Bernard Cornu, Colette Deblé e Julie Ganzin, são alguns dos artistas desta exposição, que inclui poemas inéditos de Nuno Júdice e depoimentos de nomes como o do ator e encenador Luís Miguel Cintra ou Donatien Grau, Conselheiro da Presidência do Museu do Louvre, para os programas contemporâneos. Igualmente serão exibidos os filmes - documentários «Eco, Nuno Júdice», de Rita Féria e

Teresa Júdice da Costa, e «Nuno Júdice,3», do Arquivo-RTP, gravado no Programa «Com Todas as Letras», de agosto de 1975, coordenado por Eduardo Prado Coelho, Manuel Alberto Valente e Manuel Costa Silva.

Durante toda a sua vida, Nuno Júdice desenhou, fez collages e fotografou, a par da sua produção poética. As obras estão nos mais de 20 cadernos inéditos do seu espólio. Uma destas páginas, pelo menos, poderá ser vista pela primeira vez na exposição «Nuno Júdice – O Prazer das Imagens», no Museu de Portimão, a partir de 20 de setembro. A página inclui o poema (não só em tons de azul) «Derrapagem» e uma data: 30/12/2015. Dez anos depois, este poema inspirou Manuela Pimentel a criar uma obra homónima, que será mostrada pela primeira vez nesta exposição. Mas a

pintora do Porto, uma das mais jovens representadas na mostra, já tinha uma obra inspirada noutro poema de Nuno Júdice, porventura um dos mais célebres: «Receita para fazer o azul».

Este não é o único poema que encontramos nesta exposição para ver e para ler. Logo à chegada, um inédito escrito à máquina, em tons de azul, de 1967. Podemos ler: “Um Chagall, le poète et son double, rosto azul, cavalo. Rússia/ O porto de Lisboa com guindastes e gaivotas, dia nublado, sem horizonte”. Foi escrito na época da sua primeira ida a Paris, com o ator e encenador Luís Miguel Cintra, colega e amigo durante todo o tempo de liceu (e seguiram juntos para a Universidade). Cintra é uma das vozes que podemos escutar nesta exposição, além de Graça Morais, Jorge Martins ou o programador do Louvre Donatien Grau.

Em 2023, Nuno Júdice recebeu o convite de Donatien Grau, que preparava, no Museu do Louvre, a edição de um livro de poemas suscitados pelo próprio museu ou por obras nele expostas. Nasceu então o livro «100 Poètes d’aujourd’hui: Poésie du Louvre», no qual Júdice participa com «A Inspiração do Poeta», ao lado de nomes como Tahar Ben Jelloun, Jon Fosse, Hélène Dorion e Jacques Darras. A obra chega às mãos de Nuno Júdice

alguns dias antes da sua morte em Lisboa, aos 74 anos.

Boliqueime honrou Nossa Senhora

das Dores

e São Sebastião

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Jorge Gomes

oliqueime celebrou, nos dias 12, 13 e 14 de setembro, no adro da Igreja, a Festa em Honra de Nossa

Senhora das Dores e de São Sebastião, com organização e apoio da Paróquia de São Sebastião, do Município de Loulé, da Junta de Freguesia de Boliqueime, da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime e do Agrupamento 1174 –Boliqueime.

O programa arrancou, no dia 12 de setembro, com as Confissões, ao passo que o dia 13 foi preenchido pela Oração Mariana e o Arraial com Baile com DUO 64. O dia grande, 14 de setembro, começou com a Celebração da Santa Missa, prosseguiu com a Procissão e terminou com o Arraial, animado pelos concertos de fado com Jorge Fernando, Fábia Rebordão e Custódio Castelo.

PROJETO CASA LEVOU HORSES» AO CINETEATRO

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

LEVOU «BRIGHT CINETEATRO LOULETANO

Cineteatro Louletano assistiu, no dia 19 de setembro, a «Bright Horses», o novo espetáculo das coreógrafas

Carminda Soares & Maria R. Soares inserido no Projeto CASA. Trata-se de uma peça para 6 intérpretes – 3 duplas de irmãos gémeos – que faz uso de dinâmicas internas e familiares para refletir criticamente sobre a competição na sociedade capitalista atual.

Trazendo a experiência real para palco através do seu elenco, desenvolvem-se três diálogos coreográficos entre irmãos que se posicionam em territórios de disputa, agressão, luto, despedida, afeto e ilustram a complexidade das relações familiares como microcosmos de dinâmicas sociais mais amplas. Usando a

intimidade como método de resistência, «Bright Horses» procura inverter a lógica da competição na sociedade atual.

Com Direção Artística e Coreografia de Carminda Soares e Maria R. Soares e Cocriação Coreográfica de André Cabral e Gonçalo Cabral, Alena Krutskikh e Alina Krutskikh, a interpretação está a cargo de André e Gonçalo Cabral, Carminda e Maria R. Soares, e Alena e Alina Krutskikh. O espetáculo é uma coprodução de O Espaço do Tempo, A Oficina e Cineteatro Louletano (no âmbito do Projeto CASA), Teatro Municipal do Porto e Cine-Teatro São Pedro de Alcanena. Conta com o apoio da República Portuguesa – Cultura / DGARTES – Direção-Geral das Artes.

FLAMENCO VOLTOU CENTRO CULTURAL

Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina

VOLTOU A ESGOTAR CULTURAL DE LAGOS

Centro Cultural de Lagos vibrou, de 11 a 13 de setembro, com o 22.º Festival de Flamenco de Lagos, organizado pela Ibérica Eventos & Espetáculos. O evento surgiu em 2000 e é o mais antigo do género em Portugal, evidenciando as três formas de ver e sentir o flamenco – o cante, o toque e o baile – que se fundem e tornam-se num espetáculo de vanguarda, fantasia e ilusão flamenca, com sons orquestrados sob o ritmo e a pureza do flamenco.

O festival é composto por concertos nos quais estão representadas as distintas artes do flamenco, com guitarras mágicas com identidade própria, baile de beleza e paixão e, sobretudo, vozes carregadas de emoção e festa. Um evento que aposta numa programação equilibrada, juntando artistas já consolidados com jovens referências e que se garantem sempre lotação esgotada no Centro Cultural de Lagos, como se comprovou, no dia 11 de setembro, com a maravilhosa atuação dos Terciopelo, constituídos por José Manuel Tudela (guitarra), Inma La Carbonera (al cante), Letizia Domínguez e Manuel Bellido (al baile) e Pablo Nuñez (percussões).

CARA DE ESPELHO ASSINALAM FIM DE DIGRESSÃO E INICIAM

Texto: Ricardo Coelho| Fotografia: Ricardo Coelho

ASSINALAM EM LAGOA INICIAM NOVO CICLO

a noite de 13 de setembro, o Auditório Municipal Carlos do Carmo, em Lagoa, foi palco de um momento simbólico para os Cara de Espelho. A banda colocou um ponto final na sua primeira grande digressão nacional e abriu caminho para o próximo capítulo da sua história. E o concerto trouxe consigo uma surpresa: a estreia de «D de Denúncia», single que viu a luz do dia oficialmente a 26 de setembro.

O tema, carregado de energia e de mensagem, foi recebido com entusiasmo e tornou-se um dos momentos altos de um espetáculo que serviu também como balanço de 19 meses de estrada. Durante esse tempo, o coletivo percorreu o país a apresentar o seu álbum de estreia

homónimo, editado em janeiro de 2024, que rapidamente conquistou público e crítica. A ousadia das composições valeulhe lugar nos principais balanços do ano da Rádio Radar, da Blitz e do Expresso, que não hesitaram em destacar o disco como um dos mais inovadores da música portuguesa recente.

Ao longo da digressão, canções como «Corridinho Português» e «Livres Criaturas» afirmaram-se como bandeiras de uma identidade própria, conquistando prémios de peso: Melhor Banda nos Futurawards e o PLAY – Prémio da Música Portuguesa para Melhor Reinterpretação da Música Tradicional. Além disso, o disco valeu-lhes nomeações para Melhor Álbum, reforçando o estatuto da banda como uma das mais promissoras do panorama nacional.

As etapas desta viagem foram muitas e marcantes. Da estreia no Theatro Circo

(Braga), ao duplo esgotado no Teatro Maria Matos (Lisboa), passando por festivais como o FNAC Live, o FMM Sines ou o Bons Sons, em todos eles os Cara de Espelho deixaram a sua marca. Também pisaram palcos de referência como a Casa da Música (Porto), o Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), o São Luiz Teatro Municipal (Lisboa) e a Festa do Avante!, cimentando uma reputação de banda interventiva e de presença magnética em palco.

Essa mesma intensidade rendeu-lhes ainda duas nomeações para os Iberian Festival Awards, na categoria de Best Live Act, após atuações memoráveis nos festivais Bons Sons e MED (Loulé). Mas o percurso não parou aí. Em 2025, já de regresso ao estúdio, a banda deu a conhecer novas canções que rapidamente se tornaram destaques nos seus concertos: «Elefante no Hemiciclo» e «O

Que Esta Gente Quer». O público rendeuse a estes temas em atuações vibrantes no MEO Kalorama, no OVAR Festa e no Teatro Municipal de Vila Real, confirmando que o coletivo continua em plena forma criativa. Agora, com o lançamento de «D de Denúncia» e a promessa de um novo álbum previsto para o início de 2026, os Cara de Espelho preparam-se para escrever uma nova página da sua trajetória, sem nunca perder o espírito crítico e a energia que lhes têm valido reconhecimento.

A formação reúne músicos de diferentes percursos e sensibilidades: Luís J Martins, Carlos Guerreiro, Gonçalo Marques, Nuno Prata, Sérgio Nascimento, Pedro da Silva Martins e Maria Antónia Mendes. Juntos, têm mostrado que a música portuguesa pode ser tão ousada quanto enraizada, tão interventiva quanto celebratória.

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