INFORMATIVO

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Nuno Campos Inácio (pág. 20)
Carlos Manso (pág. 24)
Paulo Neves (pág. 28)
Entrevista a Marlene Guerreiro (pág. 34)
Festival da Batata-Doce em Aljezur (pág. 48)
Presépio do Sal e das Artes em Castro
Marim (pág. 60)
História do Azulejo em Portugal patente em Tavira (pág. 76)
«Alma» do Labú Teatre no IPDJ (pág. 102)
Mimo Tuga deslumbrou Faro (pág. 118)
«Mar de Fora» no Choque Frontal ao Vivo (pág. 136)


















menos de dois meses das Eleições Presidenciais, o país tenta adivinhar quem será o «senhor que se segue» no Palácio de Belém.
O estado de espírito é semelhante ao que ocorre sempre que se inicia um novo ciclo político. A maior diferença resulta na possibilidade de um cidadão independente estar a concorrer, aparentemente, em pé de igualdade com os candidatos apoiados pelos grandes partidos políticos.
Será mesmo assim?
Não!
Portugal habituou-se a viver num limbo entre o «ser» e o «dever ser». No caso da Presidência da República, pretende-se que seja um alto magistrado independente e equidistante da política partidária e governativa, mas que seja um fruto dessa mesma política partidária. Tem de ser isento na atuação política, mas com uma clara tendência ideológica e político-partidária.
O eleitor português não consegue conceber a existência de uma política de cidadania, que se sobreponha à política partidária, preferindo votar nos
candidatos apoiados pelos partidos, do que em candidatos independentes, gerados na sociedade civil.
Há décadas que a comunicação social tenta fabricar um candidato presidencial, que consiga demonstrar a influência do denominado «quarto poder». Em 1997, numa entrevista, Emídio Rangel afirmava que a SIC “vende tudo, até o Presidente da República! Vende aos bocados: um bocado de Presidente da República para aqui, outro bocado para acolá”.
A primeira tentativa de produção de um candidato presidencial por parte da comunicação foi híbrida e pretendia juntar o melhor (ou pior) dos três mundos. Manuel Alegre, antigo jornalista, poeta, histórico do PS e Deputado, pareceu a escolha certa para seguir como candidato da sociedade civil nas Presidenciais de 2006, contra Mário Soares, o candidato escolhido pelo seu partido. Ficou à frente da escolha socialista, mas a divisão de votos permitiu a vitória de Cavaco Silva à primeira volta.
Chegaram à conclusão de que um candidato saído de um partido político dividia o eleitorado do próprio partido e as escolhas seguintes evitaram repetir esse erro. Fernando Nobre, em 2011, e Sampaio da Nóvoa, em 2016, pretendiam aglutinar ideologias, sem beliscar partidarismos. Ambos falharam.

Para estas Presidenciais, a escolha do «quarto poder» foi melhor trabalhada. Começaram por fabricar um herói nacional, um mito, algo que misturasse o sentido patriótico de uma nação ligada ao mar e aos descobrimentos, com a boa imagem da força militar, juntando-lhe uma áurea de independência, de mistério, transcendência. O homem certo, para o lugar certo, burilado ao longo de quatro anos.
Será suficiente?
Dia 18 de janeiro os portugueses revelarão o seu sentido de voto e só então saberemos se essa escolha da «cidadania» conseguirá ir a uma segunda volta.
Pelas experiências do passado, particularmente não acredito nessa possibilidade. Não está em causa a
capacidade ou qualidades pessoais do candidato para o exercício do cargo, mas a falta de uma estrutura de apoio sustentável. A comunicação social é importante na promoção social, mas não dispensa, por si só, a logística e a dinâmica de vitória, que conduz à vitória.
Na fase da pré-campanha, os candidatos de «cidadania» têm sempre conseguido maior projeção do que as escolhas partidárias. No entanto, na campanha que decide votos, as máquinas equipadas e oleadas dos partidos recuperam vantagem e os resultados têm sido dececionantes.
A República Portuguesa ainda tem uma longa caminhada a fazer na valorização da «política de cidadania». Espero que a faça, com firmeza, mas… Ainda não será este o tempo.




m 2023 escrevi que envelhecer em Portugal era uma «chatice», mas que a alternativa era ainda pior. Era não chegar a essa fase da vida. Dois anos depois, os números confirmam o que então se temia e era previsível, pouco mudou, e em alguns indicadores até piorámos.
Segundo os dados mais recentes, um em cada cinco idosos portugueses vive em risco de pobreza, sendo que a taxa de pobreza para quem tem 65 ou mais anos subiu para 21,1%, apesar da melhoria geral dos indicadores sociais. A inflação recente tornou especialmente vulneráveis as pensões mais baixas, incapazes de acompanhar o custo real de vida.
É a continuação de um problema estrutural, onde décadas de trabalho traduzem-se, demasiadas vezes, em pensões mínimas; existindo uma dependência de transferências sociais quase total; e onde a oferta de habitação sénior, lares públicos e serviços domiciliários continua muito aquém das necessidades.
O país envelhece depressa, mas continua a responder devagar. Se em 2023 alertava para a «tempestade demográfica», uma pirâmide etária invertida e um sistema social sem preparação adequada, hoje confirma-se que continuamos sem uma estratégia nacional de envelhecimento que vá além de aumentos incrementais nas pensões e alguns projetos locais pontuais de resposta às necessidades crescentes. Não me levam a mal, estes são importantes, mas insuficientes perante uma realidade marcada por isolamento, habitação cara e falta de serviços essenciais para quem depende de apoio.
Para que Portugal deixe de ser um país onde a velhice é sinónimo de precariedade, é necessário muito mais do que pensões atualizadas pela inflação.
É preciso colocar a pensão mínima acima do limiar de pobreza, com indexação realista ao custo de vida; expandir a rede pública e social de lares e habitação sénior, garantindo preços acessíveis onde a habitação colaborativa deve ser implementada com urgência; é fundamental a criação de uma estratégia nacional de cuidados domiciliários, integrando saúde, assistência social, transportes e apoio à dependência;

temos que promover o envelhecimento ativo e inclusão social, combatendo a solidão que agrava a pobreza; e investir numa política demográfica duradoura, que reduza a pressão sobre o sistema e reforce a solidariedade intergeracional.
A alternativa é continuarmos a olhar para os dados com surpresa, quando deveríamos olhar para eles com responsabilidade e capacidade de decisão e planeamento. A pobreza na velhice não é inevitável, mas antes uma consequência de escolhas políticas e prioridades sociais.
Envelhecer continuará a ser uma chatice, mas não tem de ser uma condenação. O país tem de decidir se quer, finalmente, ser também para velhos, mas para velhos que possam viver com dignidade. Pensem nisto.
Nota: Este artigo de opinião apenas reflete a opinião pessoal e técnica do Autor e não a opinião ou posição das entidades com quem colabora ou trabalha.


poucos dias da anunciada greve geral, mantenhome expectante sobre que resultados se esperam alcançar de um lado e de outro da contenda – os trabalhadores/sindicatos e o governo/capital-empreendedores…
Muito simplificadamente, a situação parece-me ser esta:
Os trabalhadores não podem aceitar perder direitos alcançados, nem permitir manter salários muito baixos ou aumentar a precariedade nos postos de trabalho.
O governo quer conseguir aumentar a produtividade do trabalho, manter controlada a inflação, potenciar a alteração da estrutura da economia nacional através da captação de investimentos.
Para um cidadão comum, as posições das partes são naturais e, até, desejáveis. Por isso, enquanto partes, se estabeleceram e institucionalizaram formas e momentos negociais para cada uma delas conseguir defender e propor as posições, medidas para se alcançar objetivos mínimos para os envolvidos: trabalhadores/governo/empresários.
Claro que a parte dos empresários precisa dos trabalhadores que, já agora, integram e devem ser parte para o sucesso nas suas empresas e, óbvio, também o governo precisa das empresas fortes e não desejará mal aos trabalhadores que, assim como assim, constituem a maior parte dos cidadãos.
Assim, vistas as coisas – O Governo deveria ser o árbitro dos vários interesses. Também e mormente porque, em Portugal, uma força significativa do mundo do trabalho está na sua dependência.
O Governo, portanto, está no cume das relações do trabalho, ainda como parte diretamente interessada nestas múltiplas formas, sendo que as ações que promove moldam e impactam nas relações no setor privado.
Se o Governo, naquilo que só ele próprio pode determinar, nas alterações legislativas profundas, se tornar, por via da qualidade dessas, o elemento desequilibrador das relações no mundo do trabalho, é porque deseja de facto provocar uma alteração estrutural na comunidade produtiva.
Por princípio, admito a bondade dos objetivos de quem exerce o poder e tem a legitimidade de provocar as alterações que motivem o progresso social,

portanto, vantagens para todos – a melhoria económica pois.
No determinar se as alterações legislativas servem quem presta a força e talento no trabalho e ainda quem investe e gere as empresas é crucial no que se negoceia. Por isso há os Sindicatos e as Associações Patronais, «mediados» pelo governo.
Ora, no quadro europeu (BCE/novo Governador Banco de Portugal), propalase o controlo dos salários e discorre-se que daqui depende o controle da inflação, ao mesmo tempo que se defende o crescimento da economia na zona Euro. O(s) Governo(s) têm que se alinhar por estes objetivos que também interessam a todos em Portugal.
O problema é que, aumentando a precariedade para flexibilizar os sectores produtivos e captar investimentos por via de controlo nos salários baixos, em geral confronta com os interesses dos trabalhadores em Portugal.
Sempre se dirá que captando investimentos diferenciados se melhorará os rendimentos pela alteração da produtividade, consequência dessa alteração da estrutura produtiva. Sim, atingindo-se esses objetivos, mas, se for o caso, à custa do aprofundar das desigualdades sociais que se vão afirmando cada vez mais em Portugal.
Portanto, os trabalhadores vão viver pior. Com maior instabilidade, perdendo direitos e não conseguindo, por força das alterações legislativas, negociar melhores salários (mesmo que baixos).
Isto parece-me resultar elementar no que está em jogo.
O Governo deixou de ser mediador para privilegiar quem emprega e estes passam a ser vistos, mal, como os que entendem os trabalhadores como apenas uma variável de custos fixos das suas empresas. Visão errada que a sociedade vai aceitando. Culpando também as migrações assim aproveitadas e, de quando em vez, exploradas, neste jogo.
Nem acredito que o Governo queira o mal, nem que os empregadores sejam os exploradores. Mas é o que se intui neste extremar de posições e na forma errada como os atores da concertação se posicionaram impositivamente.
O resultado, para já, é esta Greve Geral. E, independentemente da adesão que motivar, o que virá será pior a partir das posições extremadas «ninguém quererá perder a sua razão».
A evolução (in)desejada será, a meu ver, o caminho para a negociação de alterações, à direita do espectro parlamentar, seja na batalha da aprovação de algumas medidas deste pacote laboral, que não passem na concertação social, seja das propostas de Revisão desta CRP que irão desconstitucionalizar direitos dos trabalhadores para permitir, a seguir, uma nova jurisprudência do trabalho que afinal «imponha estas medidas do progresso necessário» anunciado.
Em 2026 comemoram-se os 50 anos da aprovação da Constituição da República Portuguesa, aquela que é apelidada de «esquerdista/socialista». Antevejo que vai ficar pior.
Aliás, na minha perspetiva, a alteração profunda da representatividade parlamentar, à direita e extrema-direita, em Portugal, veio a dar este caminho em que o Governo joga com quem prefere, em cada momento, para fazer levar por diante a razão que deseja.
E não é coisa pouca, como o tempo dirá.





“Não podemos, pelos erros do passado, fechar portas ao futuro”, defende
arlene Guerreiro tomou posse, no dia 2 de novembro, como presidente da Câmara
Municipal de São Brás de Alportel, a primeira mulher a desempenhar este cargo nos 111 anos de história deste concelho, e desde então não tem parado, dividindo-se entre as múltiplas tarefas do dia-a-dia e em reuniões com Ministros e Secretários de Estado para reivindicar
mais e melhor para o seu território. “Tem sido um mês muito intenso e preenchido, porque não desistimos daquilo que nós achamos que faz falta e que faz bem às pessoas. Começámos por fazer um conjunto de reuniões internas e dedicámos a primeira semana totalmente à organização dos serviços, reunindo com todas as divisões e departamentos, culminando com uma reunião geral de trabalhadores. Apontámos como prioridades a habitação, educação, segurança, desenvolvimento
económico e solidariedade e, como tal, nestas primeiras semanas, participamos em algumas reuniões fundamentais e estratégicas para colocar em marcha alguns dos projetos mais prioritários para o concelho”, conta a edil sãobrasense.
A habitação é, como na generalidade dos municípios, a principal prioridade, porque São Brás de Alportel é dos concelhos do país que mais tem crescido em termos populacionais no passado recente e, infelizmente, já se verificam situações dramáticas de famílias sem uma casa digna para viver. “Estamos empenhados na procura de soluções para avançar com a nossa Estratégia Local de Habitação, porque as rendas aumentam e muitas pessoas são obrigadas a mudar de casa. O que está a acontecer em São Brás de Alportel, e em toda a parte, é que, para além das famílias que já estavam em situações de vulnerabilidade, agora há outras famílias que não precisariam de aceder aos serviços sociais e que vêm-nos bater à porta a pedir auxílio, porque pagavam uma renda sensata que, de repente, se tornou excessiva para os rendimentos que têm. São dramas que acompanhamos diariamente”, assume Marlene Guerreiro, que continua a ter nas suas mãos a pasta da Ação Social.
Na área da saúde, o novo executivo reuniu com a direção do Agrupamento de Centros de Saúde do Algarve Central, porque prossegue a luta pelo pleno funcionamento do Centro de Medicina Física e Reabilitação do Sul. “Temos ali um equipamento extraordinário que serve todo o sul do país, é uma
referência nacional, e precisa ter condições para ajudar tantas pessoas que precisam de renascer. Hoje, os AVC’s são a grande causa de internamentos e de cuidados destes centros de reabilitação e todos nós podemos passar, de repente, por essa situação. O meu tempo é, e já era, totalmente dedicado à população de São Brás de Alportel, agora tenho oportunidade de lidar com outros dossiers e matérias, de estar noutras reuniões, apesar de, nesta câmara, sempre termos trabalhado em equipa e sempre partilhamos os desafios. Não senti nada de completamente novo neste último mês, porque o anterior Presidente Vítor Guerreiro sempre fez uma gestão partilhada, mas a responsabilidade, claro, é maior”, reconhece.
São Brás de Alportel é, como se sabe, um concelho de pequena dimensão, situado em pleno coração do Algarve, na Serra do Caldeirão, com orçamentos municipais reduzidos, o que não facilita a realização de grandes obras ou a concretização de projetos estruturantes com fundos próprios. “É uma realidade que nos obriga a ter uma gestão rigorosa, criativa e exigente todos os dias, porque, de facto, é algo que nos preocupa muito. A gestão de um concelho com as características de São Brás de Alportel é um exercício muito exigente e uma das cartinhas que enviei para membros do Governo logo nos primeiros dias foi, precisamente, para o secretário de Estado que tutela esta área, para expor a nossa situação e apelar a uma atenção diferenciada para o nosso município”, revela Marlene
Guerreiro. “Não somos um concelho vulgarmente entendido como de «interior», porque estamos bastante perto da costa e muito equidistantes dos centros urbanos mais importantes do sotavento. Os concelhos de baixa densidade recebem uma majoração do financiamento do Estado para fazer face à ameaça da desertificação e do despovoamento. Nós estamos muito bem localizados, temos tranquilidade, qualidade de vida, segurança, o que nos torna bastante atrativos, daí o nosso forte crescimento demográfico, com tudo o que isso exige, porque as escolas estão a abarrotar e precisamos de mais lares e habitação. O problema é que não temos costa, não estamos com os pezinhos no litoral, o que faz com que não tenhamos aquelas receitas próprias que normalmente esses municípios têm, nomeadamente em termos de IMI e IMT”, desabafa a entrevistada.
Perante este cenário, o Município de São Brás de Alportel depende muito das transferências que chegam em sede de Orçamento de Estado e dos impostos que cobra à população, “razão pela qual o nosso IMI tem uma taxa mais alta do que eu gostaria” “Não é a máxima, mas está acima da média. Nós gostaríamos de baixar essa taxa, mas não podemos, porque precisamos, de facto, dessa receita para concretizar projetos e obras. Salvo erro, somos o terceiro município do Algarve a receber menos de transferências do Orçamento de Estado, cerca de 6 milhões de euros, o que é muito pouco se pensarmos em tudo o que temos para pagar, salários, luz, água, resíduos, escolas. Fazer funcionar um concelho é bastante

oneroso, portanto, só podemos lançar obras depois de recebermos os impostos e taxas que lançamos e de captarmos financiamentos comunitários. Só com parcerias, sinergias e imenso esforço é que conseguimos ter orçamentos municipais a rondar os 21 milhões de euros”, assume.

O certo é que, apesar dos constrangimentos, São Brás de Alportel tornou-se um dos concelhos mais procurados para se viver, tanto por portugueses como por estrangeiros, evidenciando um crescimento harmonioso reflexo de uma gestão autárquica rigorosa e que se ajusta continuamente entre as prioridades e as oportunidades de financiamento provenientes dos fundos comunitários,
em matéria de equipamentos sociais, escolas, estradas, reabilitação urbana e acessibilidades, ambiente e eficiência hídrica. “Sai-nos, de facto, do pelo, como se costuma dizer. Temos uma equipa pequena, mas bastante empenhada, que não se esgota nos autarcas, mas também nos trabalhadores e nos seus dirigentes. Só com este sentimento de missão é que conseguimos fazer muitas omeletes
com poucos ovos. Temos todos os dias que encontrar soluções e precisamos apelar ao governo, seja ele de que cor for, para estar atento a esta realidade. Serão poucos os concelhos no país neste cenário e merecemos um olhar diferente. Apenas desejamos ter um bocadinho mais de margem financeira para servir melhor a nossa comunidade.
Não queremos luxos, sentimos realmente dificuldades para melhorar o serviço que prestamos e para avançarmos com obras. Os fundos comunitários normalmente não são a 100 por cento, exigem uma contrapartida da parte das autarquias e, às vezes, não temos essa disponibilidade financeira”.
“Políticas de urbanismo e gestão dos solos precisavam ser mais humanizadas”
A centralidade de São Brás de Alportel é, sem dúvida, uma mais-valia para muitas empresas que se querem instalar no concelho, assim como para futuros projetos turísticos, porque o Aeroporto Internacional de Faro, e o mar, estão sensivelmente a 15 quilómetros de distância. “Aqui consegue-se respirar o ar puro da natureza, sem a pressão do litoral, mas estamos perto de tudo. É uma das razões de termos, há muitos anos, uma comunidade estrangeira que é um grande motor de desenvolvimento económico. É muito interessada, participativa, solidária, faz mover a economia, daí que São Brás de Alportel tenha um índice de sazonalidade mínimo”, destaca Marlene Guerreiro.

O reverso da medalha é, conforme referido, uma maior pressão a nível da habitação, daí perguntarmos como está a avançar a Estratégia Local de Habitação. “Permitirá resolver o problema, mas de uma forma progressiva, porque são valores muito altos e não temos oportunidade de construir tantos fogos com financiamento como desejaríamos. Em termos de PRR, das 19 candidaturas, talvez só numa

consigamos ter financiamento, em todas as outras não obtivemos esse acelerador, nós e muitos outros municípios do país”, reconhece a entrevistada. “Mas não desistimos de concretizar estes projetos, estamos a preparar o Orçamento de 2026 e queremos dar o pontapé de saída para os mais relevantes, nomeadamente, a construção de um prédio que gerará 15 novos fogos de habitação municipal.
Vamos lançar-nos através de outras candidaturas, com fundos próprios e, se necessário, recorrendo à banca. Ao mesmo tempo, estamos a apostar em habitação a custos acessíveis através de parcerias, porque não tem que ser o município a construir tudo”, adianta Marlene Guerreiro.
Quanto ao novo regime do uso dos solos, a edil esclarece que não é assim tão

fácil enquadrar projetos como parecia. “Só 30 por cento da área que se pretende edificar é que não é habitação a custos acessíveis, portanto, tem que ser um terreno grande e que permita construir com alguma quantidade para tornar o projeto sustentável. Também temos o nosso PDM em revisão e queremos praticamente duplicar as áreas urbanizáveis”, diz a presidente de câmara. “Não faz sentido num país com
falta de habitação que toda a legislação tenha por filosofia restringir a edificação. É só reduzir, reduzir, reduzir, quando nós precisamos de ampliar. Deve haver harmonia, não devemos cair nos erros do passado, mas também não podemos, pelos erros do passado, fechar portas ao futuro. Temos que andar sempre a lutar contra esse sentimento de restrição. O nosso PDM é muito ambicioso, sabemos que

não vai ser fácil de aprovar, mas não desistimos e esperamos contar com a compreensão das entidades que dão o parecer e que têm essa decisão nas suas mãos”, apela a autarca.
Marlene Guerreiro recorda as «razões ponderosas» que existiam no passado, e que foram criticadas por situações menos benéficas que aconteceram, mas que muita falta fazem neste momento,
sobretudo enquanto os planos de ordenamento de território não são todos revistos. “Em áreas que são perfeitamente infraestruturadas, junto a estradas principais, ao lado de outras edificações, há pessoas que não têm habitação própria e que podiam resolver a sua situação de forma harmoniosa. Não estamos a falar de construir casas isoladas em zonas onde não há infraestruturas e que implicavam investimentos avultados com o saneamento e o abastecimento de água. Estamos a falar de zonas perfeitamente ajustadas, onde existe casa de um lado e casa do outro, mas no meio é terreno agrícola e não se pode fazer nada. Às vezes custa-nos proibir a concretização do sonho de uma família, numa situação que não tem lógica. Uma família que passa por algumas dificuldades, tem a sua casa e bastavalhes ampliá-la com mais um quarto, mas em determinadas zonas isso não é possível. As políticas de urbanismo e de gestão de solos precisavam ser mais humanizadas”, defende Marlene Guerreiro. “Parece que a legislação parte sempre do princípio de que somos todos uns malfeitores, temos que estar sempre a provar que somos pessoas de bem”, acrescenta.
O sonho da pista de atletismo e de um pequeno auditório
A Estratégia Local de Habitação vai avançando, assim, à medida das possibilidades financeiras da autarquia, o que se traduzirá em maior pressão sobre as restantes infraestruturas, sejam de educação, saúde ou outras. “Em 2020
lançamos programas de apoio ao arrendamento que têm sido uma ajuda para cerca de 50 famílias e temos também um programa de apoio ao arrendamento específico para jovens casais, em que atribuímos provisoriamente fogos durante três anos, no máximo, e que tem sido bemsucedido. Mas, na verdade, não é só habitação que falta e este acréscimo de população que nos orgulha origina outros desafios. As escolas estão, de facto, a abarrotar, e ainda bem, mas dá-nos mais preocupações”, confirma a entrevistada.
Como se adivinha, há vários projetos preparados para executar, mas que dependem da obtenção de financiamento comunitário, nomeadamente para a ampliação da Escola EB 2,3 Poeta Bernardo Passos, construída em 1993. “O projeto é ambicioso, são mais de 6 milhões de euros, os valores atualmente são estes, com todas as exigências de eficiência energética e com todo o conforto que queremos dar às crianças. Já apresentamos uma candidatura para ampliar o Jardim de Infância e desejamos construir uma nova escola de primeiro ciclo. Estamos a estudar as melhores localizações e a avançar para a feitura desse projeto e na procura de financiamento”, aponta Marlene Guerreiro. “O nosso parque escolar é muito bom, mas precisamos de ampliálo, pois estamos perfeitamente certos e conscientes de que é pelas escolas e pelo ensino de qualidade, com segurança, bastante humano, que muitas famílias escolhem viver em São Brás de Alportel. Não há nada mais
valioso do que a nossa família e as nossas crianças e este crescimento é mel que nos deixa orgulhosos”.
O cenário é mais azul em matéria de saúde, pois está em construção um novo edifício para a Unidade de Saúde Familiar, para além do atual Centro de Saúde. “Mas é uma preocupação constante e garantir médico de família para todos os habitantes exige um cuidado contínuo. Estamos constantemente a procurar soluções para atrair médicos e a finalizar um alojamento preparado especificamente para profissionais de saúde”, revela a autarca, antes da conversa virar para as pastas do desporto e cultura. E não há dúvidas de que o parque desportivo de São Brás de Alportel é bom, tendo recebido, há poucos anos, um novo campo de futebol sintético. “O nosso pavilhão e as piscinas cobertas precisam de algumas intervenções e um plano de reabilitação e manutenção de equipamentos desportivos é sempre oneroso e pesado, mas fundamental. Estamos agora a apostar no padel, que já é uma referência no concelho, e em breve vão nascer mais alguns campos de padel e ténis, modalidade onde até temos campos cobertos. No basquetebol também tivemos um crescimento muito grande impulsionado pelo campo novo que surgiu há alguns anos e gostávamos de vir a ter uma pista de atletismo. É uma infraestrutura exigente e, como não possuímos todos os terrenos para onde está planeado o parque desportivo e de lazer, temos que ir caminhando aos bocadinhos, sendo que os fundos comunitários, nos últimos anos, não

têm estado muito focados no desporto”
A nível cultural, existe o Cineteatro Jaime Pinto, cujo projeto de reabilitação contempla várias fases, e onerosas, com vista a uma profunda modernização. “Tem 330 lugares, não nos falta uma boa sala, mas gostávamos de ter uma sala mais pequena. Tínhamos esse pequeno auditório integrado num projeto de reabilitação do Quarteirão 4 Olhos, um investimento bastante avultado que aguarda oportunidades de financiamento”, aponta Marlene Guerreiro. “Neste mandato gostaríamos de avançar com a reabilitação do Lagar de Azeite, um equipamento que o município adquiriu há muitos anos,
onde temos a Oficina de Carpintaria e onde queremos implantar uma Oficina das Artes, para apostar nos trabalhos manuais e na indústria criativa, e para recuperar ofícios que foram abandonados, mas que são essenciais”, acrescenta.
Ora, nenhum concelho funciona sem uma dinâmica económica, e São Brás de Alportel prima pelo turismo rural, a restauração, os produtos endógenos. Daí que o desejo do executivo seja continuar a apostar nos recursos naturais do território e na sua centralidade. “Não tendo ainda, infelizmente, a reabilitação da Estrada Nacional 2 como tanto exigimos, mesmo assim estamos próximos do nó de Olhão da Via do

Infante e em poucos minutos estamos em Faro, Tavira, Loulé, o que facilita a circulação dos produtos. Tentamos cativar sobretudo empresas na área da tecnologia, as chamadas «indústrias limpas», não temos naturalmente interesse em indústria pesada e em empresas que não nos permitam manter esta qualidade de ambiente. O Parque Empresarial está planeado e aprovado, com um conjunto de lotes que podem ser utilizados para desenvolver essas empresas, mas, como não temos os recursos financeiros que gostaríamos, os terrenos não são todos da posse do município. Isto exige um trabalho de sinergia e de dinamização mais exigente”, salienta Marlene Guerreiro, que não esquece a doçaria de São Brás de Alportel, uma marca e uma indústria que já emprega muita gente e é referência no Algarve.
“Mas pode ter um boost, um incremento. Queremos, sobretudo, atrair indústrias limpas, modernas, que tragam tecnologia, e que sejam um espaço para os nossos jovens crescer, porque temos extraordinários talentos no concelho e gostaríamos que tivessem a possibilidade de desenvolver as suas carreiras na terra onde nasceram e cresceram”.
A conversa vai longa e por diversas ocasiões se falou da limitada autonomia financeira da Câmara Municipal de São Brás de Alportel, o que inviabiliza a concretização de diversos projetos que até já estão preparados para avançar, assim haja dinheiro para tal… e maior sensibilidade em termos legislativos e burocráticos. “É uma descrição resumida do que sentimos no dia-a-dia. Nós temos o que é mais importante e que
não se consegue comprar: uma autarquia muito próxima das pessoas e conhecedora da realidade; equipas empenhadas, mas que precisavam de ser um bocadinho maiores; uma comunidade bastante participativa, com brio, com gosto na sua terra e com vontade de ajudar; empresas que se querem fixar no concelho; temos ar puro e segurança que queremos preservar; mas precisamos de margem financeira para aproveitar as oportunidades que estão aí. Dói mesmo muito, é revoltante, não podermos avançar com projetos porque o dinheiro não chega para tudo, mas eu e a minha equipa não vamos desistir de lutar por eles”, garante Marlene Guerreiro. “O Programa Operacional do Algarve está a lançar avisos, nós vemos oportunidades, podíamos fazer isto ou
aquilo, mas falta-nos a parte da nossa contrapartida”, lamenta. “Temos o Parque da Fonte Férrea para valorizar, uma serra extraordinária, com potencial para mais turismo de qualidade, sem massificar, naturalmente, mas é sempre preciso os municípios darem um pontapé-desaída. Nestas áreas de média dimensão, as autarquias são a chave dos investimentos, contudo, se nós não podermos fazer meio caminho, é difícil para as empresas fazerem o outro meio… e é para esse meio caminho que gostávamos de ter mais dinheiro”, reforça a edil. “Já fazemos muito pela nossa população, agradeço a todos aqueles que tornam isso possível, mas queríamos fazer muito mais”, conclui Marlene Guerreiro.




Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
Festival da Batata-Doce de Aljezur regressou, entre 28 e 30 de novembro, para celebrar o orgulho, a tradição e o sabor único da batata-doce de Aljezur – variedade lira –, um verdadeiro símbolo da identidade deste concelho. Durante três dias, o Espaço Multiusos de Aljezur transformou-se num grande palco de festa e convívio, onde os sabores autênticos, a cultura local, a música e a animação proporcionaram uma experiência inesquecível.
O público teve oportunidade de saborear as mais variadas iguarias confecionadas com batata-doce, desde os tradicionais doces e bolos até às mais criativas inovações gastronómicas. A programação contemplou ainda muita animação musical, artesanato e atividades para as famílias.
Mais do que um evento gastronómico, o certame organizado pelo Município de Aljezur é uma celebração da identidade e do saber fazer que há gerações distingue esta região do Algarve e o produto exlíbris do concelho.































Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
inauguração do Presépio do Sal e das Artes, no dia 1 de dezembro, na Casa do Sal, marcou o início das celebrações de Natal no concelho de Castro Marim. O tradicional Presépio do Sal e das Artes mistura o «ouro branco» do concelho com alguns elementos artesanais provenientes das tradições e do interior da serra do território como a empreita e a
cana, através da sabedoria ancestral emanada pelas gentes da terra.
No meio de toneladas de sal e centenas de figuras, a empreita ganha vida com várias peças feitas e trabalhadas por artesãos locais naturais da Junqueira, com a mestria de uma arte que desde sempre deu vida e forma a objetos com as mais diversos usos, tendo um papel importante na sua função de acondicionamento, transporte de bens, agricultura, pesca, salinicultura e




atividades domésticas. Um dos grandes destaques da edição deste ano é um presépio de cestaria feito em cana, produzido por Martinho Fernandes e Paula Gaspar, e que ocupa um lugar central na Casa do Sal.
Todos os anos este presépio ganha uma nova dinâmica e disposição graças aos criativos, além de serem sempre aplicadas melhorias e novas peças que recriam cenas religiosas e ofícios tradicionais. As peças de empreita têm a assinatura de Albina Sequeira, Maria Fernanda Fernandes, Sebastião Sequeira e Diamantino Romeira.
O Presépio do Sal e das Artes continua a desempenhar, ao longo dos anos, o seu trabalho na promoção e reforço do grande motor económico, social e cultural de Castro Marim, que é o sal, com o objetivo de enriquecer e valorizar a
ligação simbiótica do concelho à atividade salineira e, paralelamente, promover outros elementos da cultura e patrimónios locais, como o artesanato e as artes. “A promoção do sal e das artes ancestrais é fundamental para a reafirmação do património imaterial do concelho de Castro Marim, e para a sua continuidade com uma aposta na originalidade e numa permanente evolução e adaptação dos materiais e das técnicas tradicionais aos dias de hoje”, entendem os responsáveis autárquicos.
A exposição está patente na Casa do Sal até ao dia 6 de janeiro de 2026 e pode ser visitada todos os dias das 9h às 13h e das 14h30 às 17h30. O Presépio do Sal e das Artes é organizado pela Junta de Freguesia de Castro Marim, em parceria com o Município.



































Texto: Daniel Pina| Fotografia: Daniel Pina
naugurou, no dia 15 de novembro, no Museu Municipal de Tavira | Palácio da Galeria, a exposição «O Azulejo em Portugal. Uma História em Aberto», que reúne 70 obras de referência da coleção do Museu Nacional do Azulejo (MNAz). A mostra oferece uma viagem por mais de cinco séculos de azulejaria portuguesa, desde as primeiras encomendas quinhentistas até às criações contemporâneas, evidenciando a importância única do azulejo como expressão artística e património diferenciador da cultura portuguesa.
Organizada em colaboração com o Museu Nacional do Azulejo, a exposição, comissariada por João Pedro Monteiro (MNAz), inclui exemplares das primeiras encomendas chegadas a Portugal no século XVI, vindas de centros produtores como Sevilha e Flandres, assim como painéis dos séculos XVII a XIX que ilustram as múltiplas expressões decorativas e iconográficas desta arte. O percurso expositivo acompanha, igualmente, a evolução da azulejaria, ao longo do século XX, através do trabalho de autores como: Jorge Barradas (18941971), Almada Negreiros (1893-1970),



Querubim Lapa (1925-2016), Álvaro Siza Vieira (n. 1933) e Bela Silva (n. 1966). Destaque especial para os azulejos produzidos para o Metropolitano de Lisboa, com obras de Maria Keil (19142012), Júlio Resende (1917-2011), Júlio Pomar (1926-2018), Manuel Cargaleiro (1927-2024) e Eduardo Nery (1937-2013). Entre as abordagens contemporâneas que continuam a reinventar este património vivo, a exposição apresenta trabalhos do Estúdio Pedrita (Rita João e Pedro Ferreira), O Gringo (n. 1988) e Adriana Varejão (n. 1964).
A exposição resulta da parceria entre o Município de Tavira e a Museus e Monumentos de Portugal E.P.E., entidade que tutela o Museu Nacional do Azulejo, no âmbito de uma estratégia partilhada de descentralização cultural e
de estabelecimento de sinergias entre instituições públicas para a valorização da criação e exposição artísticas. Tavira, cidade com um importante património azulejar aplicado, constitui o cenário ideal para acolher esta mostra. Esta dialoga com o contexto artístico local, convidando os visitantes a redescobrirem os azulejos históricos que fazem parte da cidade. Nesse sentido, o Museu Municipal desenvolverá um programa de visitas guiadas mensais, oficinas para famílias e percursos dedicados à redescoberta deste património.
A exposição «O Azulejo em Portugal. Uma História em Aberto» pode ser visitada até dia 31 de maio do próximo ano, de terça a sábado, das 10h às 13h, e das 14h às 17h.





























































cidade de Faro voltou a acolher, de 6 a 9 de novembro, o MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico –Algarve 2025, certame da responsabilidade do JAT – Janela Aberta Teatro de Miguel Martins Pessoa e Diana Bernedo que se tem vindo a afirmar como um dos mais relevantes palcos para a criação contemporânea em Portugal.
No dia 9, o auditório do IPDJ acolheu aquele que viria a ser o espetáculo preferido do público, «Alma», dos espanhóis LaBú Teatre. A companhia tem como fundadores Anna Ros e Andreu Sans e abrange mais de 22 anos de um percurso partilhado, iniciado, em 2003, durante os seus estudos em Artes Dramáticas no Institut del Teatre de Barcelona. Desde então, a dupla criou um projeto artístico e de vida com uma forte marca, fiel ao impulso inicial que os
moveu enquanto criadores. Em 2016 nasceu a companhia e desenvolveram uma linguagem própria dentro do teatro não verbal, combinando a mímica corporal, a dança, a acrobacia e a poesia visual. A partir daí, o projeto tem registado um crescimento constante e orgânico, consolidando a sua linguagem única e expandindo a sua presença a nível nacional e internacional.
«Alma» é uma viagem poética e sensorial pelas quatro estações do ano, cada uma com a sua própria alma, que se vai moldar através dos objetos e materiais com que o protagonista se depara. É um espetáculo para a primeira infância baseado no teatro de objetos e no movimento, com os mais pequenos a deliciarem-se com uma proposta com materiais naturais, divertida e poética, que fala sobre a passagem do tempo e o ciclo da vida através das quatro estações. E o certo é que foi mesmo votado como o preferido do público do MOMI, miúdos e graúdos em conjunto.





































cidade de Faro voltou a acolher, de 6 a 9 de novembro, o MOMI – Festival Internacional de Teatro Físico –Algarve 2025, certame da responsabilidade do JAT – Janela Aberta Teatro de Miguel Martins Pessoa e Diana Bernedo que se tem vindo a afirmar como um dos mais relevantes palcos para a criação contemporânea em Portugal.
Um dos momentos mais eletrizantes desta jornada cultural aconteceu na tarde do dia 8, em pleno Largo do Carmo, protagonizado pelo chileno Mimo Tuga, que em 2023 foi responsável pelo

espetáculo preferido do público e assim estava de regresso à capital algarvia. Rodolfo Meneses é um artista de rua por natureza que iniciou o seu percurso em Valparaíso, tornando-se numa das figuras mais proeminentes da arte de rua e do circo no Chile nos últimos anos, levando o riso por todo o mundo.
O seu trabalho é um exemplo de mestria técnica, sensibilidade humana e consciência política. Não admira, por isso, que Mimo Tuga tenha sido um dos artistas convidados para integrar a animação do Mundial de Rugby em 2023 e dos Jogos Olímpicos em 2024 e trouxe agora a Portugal, ao Algarve e a Faro, a sua nova criação, ¿Y ahora qué?, que é uma verdadeira experiência coletiva, um



ritual de rua, uma brincadeira sem guião. Um momento único em que Tuga invoca o presente e abre espaço para o que está para vir.
Vestido de branco, chega sem artifícios. Não precisa de falar, o corpo propõe e o olhar responde. O que vieram buscar? O que procuram? Cada encontro deixa uma marca laranja e tudo começa a ganhar vida. Numa panóplia de emoções genuínas, com ternura, nostalgia e riso,
¿Y Ahora Qué? não é um espetáculo para assistir de fora. É uma experiência para viver a partir de dentro, para brincar, para nos reconectarmos, porque, no final de contas, é disso que tanto precisamos. E o público do MOMI aderiu, com naturalidade e fascínio, à proposta de Mimo Tuga, cujo novo «filho» está ainda a dar os primeiros passos, mas promete tornar-se em mais um dos seus espetáculos icónicos.









































Teatro Municipal de Portimão
voltou a ser palco, a 20 de novembro, de mais uma edição do Choque
Frontal ao Vivo, iniciativa da rádio Alvor FM que continua a aproximar artistas do público algarvio. Desta vez, os convidados foram os Mar de Fora, banda algarvia que tem vindo a destacar-se pela forma como combina referências da música tradicional portuguesa com influências contemporâneas, criando um ambiente sonoro único e vibrante.
Durante o programa, não faltaram momentos de partilha, histórias sobre a formação do grupo e curiosidades sobre o percurso dos seus membros. A noite ficou marcada pela apresentação em estreia de vários temas originais, entre os quais o recente single «Muda o Canal», já disponível para audição nas principais plataformas digitais.
A condução do evento esteve a cargo de Júlio Ferreira e Ricardo Coelho, que deram voz a mais um episódio do Choque Frontal ao Vivo, programa que esteve particularmente alinhado com o Dia Mundial dos Pobres, celebrado a 16 de novembro. Nesta edição, o público foi desafiado a contribuir com alimentos não

perecíveis, destinados diretamente ao Refeitório Social da Paróquia de Nossa Senhora do Amparo. O padre Gonçalo, responsável pelo refeitório, marcou presença para falar sobre o trabalho diário de apoio às pessoas mais carenciadas. A sessão contou ainda com a presença do enólogo André Paulo, da Quinta dos Sentidos, que representou a Comissão Vitivinícola do Algarve,
acrescentando uma nota de valorização aos produtos regionais.
Mais do que um concerto, esta edição do Choque Frontal ao Vivo reforçou a força da cultura como motor de solidariedade, aproximando artistas, comunidade e causas sociais numa noite memorável em Portimão.














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