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www.arquisp.org.br | 2 a 8 de novembro de 2016

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Brasil vai ao pódio no Mundial de Karatê, esporte olímpico em Tóquio 2020 Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

O Campeonato Mundial de Karatê, encerrado no domingo, 30, em Linz, na Áustria, foi especial não só para os mais de 1.100 atletas, de 118 países, que participaram das disputas, mas também para a comunidade esportiva internacional, já que essa é uma das modalidades que ingressará no programa olímpico a partir dos Jogos de Tóquio 2020, assim como o surfe, skate, beisebol/softbol e escalada. Competindo em provas individuais e por equipes, o Brasil concluiu o mundial na 9ª colocação geral, com destaque para Valéria Kumikazi, medalhista de prata na categoria kumite feminino -55kg, após perder a decisão, no sábado, 29, para a francesa Emilie Thouy. “Eu só tenho a agradecer a Deus, a Nossa Senhora Aparecida, à minha família, ao meu professor, que sempre acreditou em mim, e a todos que rezaram e torceram. Não foi nada fácil chegar até aqui, e só minha família sabe o que passei. Mas valeu cada lágrima, saudade, cada centavo investido neste sonho. Sim! Estou muito feliz por esta prata”, postou em sua página no Facebook a paulista de 31 anos, que é devota de Nossa Senhora Aparecida, tanto que no Pan de Toronto 2015, subiu ao pódio com um Terço para receber a medalha de ouro que conquistou. Outros bons resultados do Brasil no Mundial foram a 5ª colocação de Vinicius Figueira, no kumite masculino -67kg, a 7ª posição da equipe de kata feminino, com Nicole Yonamine, Monique Yonamine e Claudina Aguiar, e o bronze de Débora Knihs, no para-karatê para deficientes visuais, na categoria kata feminino. “O Brasil foi o país mais bem colocado das Américas. Tal resultado foi bom, no entanto, não atingiu as nossas expectativas, pois no mundial de 2014 também ficamos na 9ª colocação com uma medalha de ouro e uma de bronze. Para 2016, tínhamos uma expectativa de pelo menos três medalhas”, avaliou, ao O SÃO PAULO, William Cardoso, 34, diretor técnico da Confederação Brasileira de Karate (CBK).

World Karate Federation

Uma das medalhas esperadas era a de Douglas Brose, campeão mundial em 2010 e em 2014, mas ele foi eliminado na terceira rodada pelo francês Sofiane Agoudjil, na categoria kumite masculino -60kg.

Tóquio 2020

Passado o Mundial, a CBK já planeja a participação do país nos Jogos de Tóquio 2020, especialmente após terem sido definidas, em 25 de outubro, pela Federação Internacional de Karatê, as categorias olímpicas que estarão em disputa: kata (masculino e feminino), kumite feminino (-55kg, -61kg e +61kg) e kumite masculino (-67kg, -75kg e +75kg). Segundo William Cardoso, o Brasil tem chances de classificação em todas as categorias olímpicas, mas será preciso que a modalidade receba investimentos no país para ampliar as estruturas de treinamento e proporcionar experiências de intercâmbio aos esportistas. “Não temos apoio financeiro nenhum, no entanto, temos parcerias com diversos setores, como clínica médica, clínica de Fisioterapia, Núcleo de Alto RendimentoNAR e clubes. Não recebemos nenhuma verba governamental. O máximo são as bolsas-atleta que nossos esportistas recebem. Já é uma grande ajuda, no entanto ainda é muito longe da estrutura ideal para o karatê do Brasil”, disse o diretor-técnico da CBK. Atualmente, conforme dados da CBK, o karatê é praticado no Brasil por 250 mil pessoas ligadas a 2.085 associações e clubes filiados a 27 federações estaduais. Aproximadamente 40 mil atletas participam de competições a nível municipal e estadual, e destes saem os participantes que disputam as seletivas nacionais e campeonato brasileiros. A CBK é constituída por uma comissão técnica de 13 técnicos e a atual seleção brasileira tem 29 atletas nas categorias principais e 130 esportistas nas categorias de base. Em janeiro de 2017, haverá eleições na Confederação. “Nossas experiências ficarão registradas para que a nova gestão da CBK possa se fundamentar nas ações realizadas no período de 2014/2016”, assegura William Cardoso.

Valéria Kumizaki e a campeã mundial Emilie Thouy, finalistas da categoria kumite feminino -55kg

SOBRE O KARATÊ

É uma arte marcial fundamentada em técnicas de ataque e defesa e, principalmente, no Dojo Kun, que é o lema do karatê, que se divide em cinco princípios: - Esforçar-se para a formação do - caráter; - Fidelidade para com o verdadeiro - caminho da razão; - Criar o intuito do esforço; - Respeito acima de tudo; - Conter o espírito de agressão.

Esses princípios norteiam as regras de competição, tanto no kata (apresentação de uma luta imaginária com técnicas previamente definidas) quanto no kumite (combate entre dois atletas objetivando marcar pontos). No kata, o atleta utiliza somente o kimono e a faixa. No kumite, além destes, há o uso de protetor bucal, protetor de tórax, protetor de mão e protetor de tíbia/pé. (Com informações de William Cardoso, diretor-técnico da CBk)


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