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www.arquisp.org.br | 14 a 20 de setembro de 2016

Brasil chega à metade da paralimpíada entre os cinco primeiros colocados

Daniel Dias é o destaque na natação

Até o fim da tarde da terça-feira, 13, o Brasil já havia conquistado 13 medalhas na natação (dois ouros, cinco pratas e seis bronzes). O maior medalhista até então era Daniel Dias, com cinco pódios, sendo dois ouros nos 50m e 200m livre masculino S5. Recordista de medalhas para o Brasil em paralimpíadas, Daniel não conseguirá repetir a performance da última edição dos Jogos, quando venceu as seis provas que nadou, já que foi superado na final dos

Papa: ‘esporte é uma oportunidade de crescimento e amizade’ Ao saudar os participantes dos Jogos Paralímpicos Rio 2016, na segunda-feira, 12, em sua conta no Twitter (@Pontifex), o Papa Francisco afirmou: “O esporte é uma oportunidade de crescimento e de amizade”. Anteriormente, no dia 6, o Pontífice, em mensagem assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, o Cardeal Pietro Parolin, e enviada ao arcebispo do Rio de Janeiro, o Cardeal Orani João Tempesta, já havia comentado que as paralimpíadas “celebram muito mais a vitória sobre as dificuldades impostas pela fragilidade da natureza humana do que a conquista de uma medalha”, e desejou que os Jogos no Rio “sejam não somente um instrumento para a prática da virtude em vista do crescimento integral humano, mas, acima de tudo, uma ajuda para superar as barreiras do preconceito e da exclusão”.

Alexandre Urch/MPIX/CPB

O apoio da torcida no estádio do Engenhão tem feito a diferença para o atletismo do Brasil. Até o fechamento desta edição, o país já havia conquistado 21 medalhas (sete ouros, nove pratas e cinco bronzes) nesta modalidade nos Jogos Rio 2016, superando os 18 pódios da última paralimpíada. Entre os medalhistas, um dos destaques é o paraibano Petrúcio dos Santos, 19, ouro nos 100m masculino T45/46/47 e prata no revezamento 4x100m T42-47, com Renato da Cruz, Yohansson Nascimento e Alan Fonteles. “Passou todo um filme na minha cabeça, tudo o que eu vinha trabalhando. Àqueles dias que eu chorei no treino, àqueles dias que eu suei, que eu cheguei em casa cansado... eu diria que esta é a recompensa”, declarou Petrúcio, que aos 2 anos sofreu um acidente com uma máquina de moer capim e perdeu parte do braço esquerdo. Outra conquista marcante foi a de Mateus Evangelista, que alcançou a prata no salto em distância da classe T37, para atletas com paralisia cerebral. “É a prata mais dourada que eu já ganhei na minha vida”, afirmou o esportista, que em 2015, após três ouros no Parapan de Toronto, fraturou o fêmur durante um treinamento e só voltou a treinar em junho deste ano. “Eu não queria desistir dos meus sonhos”, enfatizou.

Cezar Loureiro/MPIX/CPB

Atletismo já supera desempenho de Londres

NOS JOGOS RIO 2016

Daniel Zappe/MPIX/CPB

A meta do Comitê Paralímpico Brasileiro de que o Brasil esteja entre os cinco primeiros colocados nos Jogos Rio 2016 está perto de ser alcançada. Até o fechamento desta edição do O SÃO PAULO, no início da noite da terça-feira, 13, o Brasil já havia conquistado 43 medalhas (dez ouros, 21 pratas e 12 bronzes) e ocupava a 5ª posição no ranking de medalhas, sendo seguido de perto por Nova Zelândia (8 ouros), Austrália (7), Holanda (7), Uzbequistão (6) e Nigéria (6). A quantidade de medalhas douradas determina a classificação dos países. Com atletas favoritos a mais medalhas, especialmente na natação e no atletismo, além dos esportes coletivos, o Brasil deve estabelecer neste Jogos, que terminam no domingo, 18, sua melhor campanha paralímpica da história, superando os 47 pódios (com 16 ouros) de Pequim 2008 e os 43 (com 21 ouros) de Londres 2012.

Bocha mista BC3, Evânio Rodrigues e Petrúcio dos Santos ganham algumas das medalhas do Brasil

100m peito masculino SB4, na qual alcançou a prata, e nos 50m borboleta masculino S5, em que foi medalhista de bronze. No entanto, o brasileiro, que também compôs a equipe de prata no revezamento 4x50 livre misto 20 pontos, tem prevista até o fim da paralimpíada a participação em mais quatro provas. Caso chegue ao pódio em todas, somará 24 medalhas paralímpicas na carreira, superando o australiano Matthew Cowdrey, que tem 23 medalhas, e é o maior nadador paralímpico da história.

Inédita prata no tênis de mesa

Na segunda-feira, 12, Israel Pereira Stroh, 30, que tem o movimento de braços e pernas comprometido, conquistou uma inédita medalha de prata para o Brasil no tênis de mesa. Na final da classe 7, ele foi derrotado por 3 sets a 1 pelo britânico William John Bayley, atual líder do ranking mundial. “Eu não era favorito, a gente veio surpreendendo rodada a rodada. Foi muito difícil!”, comentou Israel.

Ouro nas duplas mistas da bocha BC3

Evani Soares, 26, nasceu em Pernambuco, Antonio Leme, 48, em São Paulo. Os dois tiveram suas vidas marcadas pela falta de oxigenação no cérebro na hora em que nasceram, resultando em uma paralisia cerebral. Na segunda-feira, 12, junto a Evelyn de Oliveira (que tem atrofia muscular espinhal), eles, sem moverem os pés ou as mãos, em suas cadeiras de rodas e com auxílios de instrumentos para lançar as bolas, conquistaram a medalha de ouro para o Brasil nas duplas mistas da bocha BC3, ao derrotarem os representantes da Coreia do Sul na final por 5 a 2. No mesmo dia, o Brasil também esteve no pódio com Dirceu Pinto,

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Eliseu dos Santos e Marcelo dos Santos, que conquistaram a prata nas duplas mistas BC4, ao perderam a decisão para os atletas da Eslováquia por 4 a 2.

Antonio Tenório chega à sexta medalha paralímpica

Foram concluídas no sábado,10, as disputas de judô na paralimpíada do Rio, e o Brasil terminou a competição com quatro medalhas, todas de prata, com Lucia Teixeira (57kg feminino), que repetiu o resultado alcançado em Londres 2012; Alana Maldonado (70kg feminino) e Willians de Araújo (+100kg masculino), que chegaram a inéditas conquistas paralímpicas; e Antonio Tenório (+100kg masculino), que manteve a tradição de ir ao pódio em paralimpíadas desde Atlanta 1996. Após a sexta medalha na história dos Jogos (quatro ouros, uma prata e um bronze), Tenório não descartou participar da paralimpíada de Tóquio 2020. “Se o Brasil necessitar da minha pessoa, eu estou a postos para representar o meu país mais uma vez. São 24 anos em cima do pódio”, comentou, após perder a decisão por ippon para o sul-coreano Gwangeeun Choi, que se tornou bicampeão paralímpico.

Evânio Rodrigues abre caminho do pódio ao halterofilismo

O baiano Evânio Rodrigues, 32, alcançou na terça-feira, 13, a primeira medalha do Brasil no halterofilismo na história dos Jogos Paralímpicos. O atleta, que tem a perna direita mais curta que a esquerda, por conta de uma sequela de poliomielite, ficou em segundo lugar na final da categoria até 88kg, após erguer 210kg. (DG) Fontes: CPB, Rio2016 e CBTM

Ouro mudará a vida de jovem indiano Medalhista de ouro no salto em altura na classe T42 (atletas amputados), o indiano Mariyappan Thangavelu, 21, deve melhorar significativamente sua condição de vida, com o prêmio equivalente a R$ 367,5 milhões que receberá do Ministério do Esporte da Índia. De origem pobre, Mariyappan teve a perna direita esmagada da cintura para baixo por um ônibus quando criança, o que fez sua mãe adquirir um empréstimo para pagar o tratamento médico do garoto. Ainda hoje, a família não conseguiu saldar totalmente a dívida. Com a premiação, ele também pretende montar uma academia para promover o atletismo em seu país.

Melhor que o recorde olímpico Na noite do domingo, 11, o argelino Abdellatif Baka se tornou campeão dos 1.500m da classe T13 (atletas com baixa visão), com o tempo de 3m48s29, marca superior à alcançada em agosto pelo vencedor desta mesma distância na olimpíada, o norte-americano Matthew Centrowitz, que concluiu a prova em 3m50s.

Apoio popular O Parque Olímpico da Barra, que concentra a maior parte das competições desta paralimpíada, registrou recorde de público no sábado, 10, quando por lá estiveram 170 mil pessoas, número superior aos 157 mil visitantes de 7 de agosto, durante a olimpíada. Na sexta-feira, 9, o Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 informou que dos 2,5 milhões de ingressos disponíveis para os Jogos, 1,8 milhão já foram vendidos. O apoio dos brasileiros aos Jogos Paralímpicos Rio 2016 também é verificado pelas redes sociais, com postagens referentes às conquistas dos atletas e críticas ao fato de o megaevento não ter transmissão das emissoras comerciais de maior audiência no Brasil. Para quem deseja ver a paralimpíada pela tevê, as alternativas são o canal por assinatura Sportv e a TV Brasil, com sinal aberto. Fontes: Ansa, rádio Vaticano, ONU e Rio 2016


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