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www.arquidiocesedesaopaulo.org.br | 6 a 11 de novembro de 2014

| Esporte | 17 Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Um Brasil que não quer deixar a peteca cair Atletas brasileiros do badminton melhoram desempenho em competições; na última semana, foram três pódios em torneio internacional, em São Paulo Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

A peteca, feita com asas de ganso, pode alcançar até 440 km/h. Às vezes, parece que vai atingir o teto do ginásio, mas rapidamente desce em direção à quadra adversária. Após ser rebatida com uma raquete, por vezes chega aos limites do outro lado da quadra ou passa “por um triz” de tocar na rede. Assim são os jogos de badminton, que puderam ser vistos na última semana no Club Athletico Paulistano, em São Paulo, durante a Copa Internacional de Badminton, que reuniu atletas de 20 países, entre os quais 69 brasileiros. A prática do badminton no Brasil é algo relativamente recente, foi iniciada nos anos 1980, e já há evolução de resultados. Em outubro, o País obteve quatro medalhas no Panamericano da modalidade, em Toronto, no Canadá. “Hoje o Brasil é terceiro colocado na América. Esse posto antes era do Peru. Estamos fazendo um trabalho mais a longo pra-

zo, com um técnico exclusivo para a seleção brasileira. Vemos que o nível dos jogadores está melhorando, há brasileiros entre os cem primeiros do mundo”, enfatizou, ao O SÃO PAULO, Cássio Toledo, 57, que há 14 anos é um dos organizadores da Copa Internacional de Badminton em São Paulo.

Trabalho de base Lohaynny Vicente, 18 (imagem em destaque), é o melhor exemplo dessa evolução do badminton no Brasil. Ela conheceu a modalidade em um projeto social no Rio de Janeiro, e aos 15 anos representou o País no Pan de Guadalaraja 2011, alcançado às quartas de final no individual. Em 2012, conquistou medalha de bronze no Internacional de Badminton em São Paulo. Em 2013, na mesma disputa, foi medalhista de prata, posição que repetiu na

última semana, quando perdeu apenas na final para a norte-americana Iris Wang. “A gente está treinando bastante, até porque a estrutura no esporte brasileiro mudou. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) tem ajudado, principalmente por causa das olimpíadas de 2016. Todo atleta precisa do apoio de um fisioterapeuta, psicólogo, profissional de alimentação e de um bom técnico, como é o Marco Vasconcelos [português, treinador da seleção]”, opinou. Em teoria, Lohaynny tem ao menos mais de dez anos para chegar ao ápice de sua performance. “Hoje se você for ver os dez melhores jogadores do mundo, a idade média deles vai ser acima dos 30 anos. É difícil ter um jogador entre os dez melhores com 20 anos”, comentou Cássio Toledo. Daniel Paiola, 25, que no torneio em São Paulo conquistou bronze na dupla masculina

Copa Internacional de Badminton acontece no Club Athletico Paulistano, com atletas de 20 países

MUNDO DOS ESPORTES

• Feitas com 16 penas de ganso, as petecas utilizadas em competições oficiais podem alcançar a velocidade de 440 km/h.

• Esse esporte se assemelha ao tênis: é jogado com raquetes, mas em vez de bolas há petecas, as dimensões da quadra são menores e a rede é mais alta. O

• As primeiras aparições dessa modalidade em olimpíadas aconteceram em Munique 1972 e Seul 1988, como esporte demonstração. Oficialmente,

objetivo do jogo é mandar a peteca ao chão da quadra adversária. Em competições oficiais, vence a partida quem ganhar dois sets primeiro, cada um com duração de 21 pontos.

Crescimento nos estados e perspectivas para o Rio 2016 Oficialmente, o badminton está organizado em 16 estados brasileiros. Segundo Francisco Ferraz, 35, presidente da Confederação Brasileira de Badminton, a proposta é difundir a modalidade em todo o País. “Este é o nosso projeto: desenvolvimento nos estados, com parcerias no processo educativo, para a formação de professores de badminton e criação de talentos da modalidade”. Francisco ressaltou que o Governo Federal e o COB têm colaborado financeiramente para o aperfeiçoamento dos atletas da seleção, mas que a conquista de uma medalha olímpica no Rio de Janeiro é pouco provável. “A gente espera passar da fase de grupos na olimpíada de 2016, mas está pintando uma surpresa com a dupla feminina Lohaynny e Luana Vicente, que foi montada esse ano e evoluiu muito rápido: em seis torneios, subiu mais de cem posições no ranking mundial”, comentou.

AGENDA ESPORTIVA Quinta-feira a domingo (de 6 a 9) GP Brasil de Fórmula 1 (Autódromo de Interlagos) Treinos entre os dias 6 e 8; e prova no domingo, 9, às14h

Badminton • Segundo esporte mais praticado do mundo, atrás apenas do futebol, o badminton guarda semelhanças com o tamborete, praticado na Grécia Antiga, em um jogo que consistia no rebater de petecas com tacos. Porém, foi apenas em 1870, na Índia, que oficiais do exército britânico sistematizaram as primeiras regras do badminton.

ao lado de Hugo Arthuso (o Brasil ainda teve bronze no individual feminino com Fabiana Silva), apontou para o avanço do nível técnico da modalidade no País. “Os juniores estão vindo com uma base muito melhor do que tive. Na minha época, era um esporte 100% amador, nenhum atleta se dedicava integralmente. Hoje, já existe badminton nas escolas, as pessoas sabem o que é o esporte, como que faz e como funciona. O badminton está crescendo no País”, afirmou o jogador, que foi medalhista de bronze no Pan de Guadalaraja 2011.

consta como modalidade olímpica desde Barcelona 1992, sendo dominado por esportistas asiáticos. • No Brasil, há registros de jogos de badminton desde os anos 1980, mas a confederação da modalidade foi fundada em 1993. Até hoje, nenhum brasileiro se classificou para as olimpíadas, mas três já conseguiram medalhas de bronze em jogos Pan-americanos: Rio 2007 (Guilherme Pardo e Guilherme Kumasaka, na dupla masculina); Guadalaraja 2011 (Daniel Paiola, no individual).

Sexta-feira (7) 19h30 – Liga Nacional de Basquete Paulistano x Macaé Basquete (Ginásio do Paulistano – rua Colômbia, 77, Jardim América) Sábado (8) 19h30 – Brasileirão de Futebol Palmeiras x Atlético Mineiro (Pacaembu) Domingo (9) 19h30 – Brasileirão de Futebol Corinthians x Santos (Arena Corinthians)


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