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www.arquidiocesedesaopaulo.org.br | 22 a 28 de outubro de 2014

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Seleção brasileira 100 dias após o vexame Rafael Ribeiro/CBF

O técnico mudou, as vitórias voltaram, mas as reformas extracampo ainda não aconteceram Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Renovar o futebol brasileiro foi a retórica mais utilizada por analistas esportivos, treinadores e dirigentes após a vexatória derrota da seleção por 7 a 1 para a Alemanha, nas semifinais da Copa do Mundo de 2014. Na quinta-feira, 16, passaram-se cem dias do “Mineiraço” ou “Mineiratzen” como ficou conhecida aquela partida de 8 de julho no Estádio do Mineirão. Desde então, Dunga voltou a ser técnico da Seleção (já havia comandado de 2006 a 2010), que venceu os quatro jogos disputados contra Colômbia, Equador, Japão e a Argentina. Especialmente após a vitória de 2 a 0 contra “os hermanos”, a comissão técnica tem tratado como fato passado a campanha decepcionante no Mundial. “Acho que a forma como a equipe vem jogando, a postura e a maneira como os jogadores têm se imposto, é aquilo que o torcedor queria ver. Não fiz parte do trabalho da Copa do Mundo, logicamente é uma marca que fica, mas é passado”, afirmou Dunga, em coletiva de imprensa na última semana.

Vitorioso em quatro jogos, técnico Dunga orienta jogadores durante preparação para amistosos da seleção brasileira

Olhando o futuro com uma solução do passado Dias antes de seu primeiro jogo no retorno à seleção, Dunga, relativizou a campanha do Brasil no Mundial. “Não é porque houve aquelas duas derrotas [Alemanha e Holanda] que temos de achar que está tudo errado. Temos de partir de uma base e os jogadores que continuaram na seleção merecem estar aqui”. Dos 23 atletas que participaram da Copa 2014, 11 foram convocados para as partidas diante da Colômbia e Equador. Já para os jogos contra Japão e Argentina, a lista de remanescentes caiu para oito. Dunga promoveu o retorno de atletas experientes,

como Kaká e Robinho, deu chance a novatos, como Phillipe Coutinho, e abriu oportunidades para outros anteriormente testados na seleção, como Diego Tardelli, que marcou os dois gols no jogo contra a Argentina. “Os jogadores que têm sido convocados são bons nomes, mas eles chegam já com a obrigação de fazer parte desse esquema montado pelo Dunga, e não acho que eles têm muita liberdade, tanto dentro quanto fora de campo”, opinou, ao O SÃO PAULO, o jornalista Arthur Franco Kleiber, 29, do Portal UOL. Para ele, nada de significativo foi feito para reformular o futebol brasileiro. “Foi contratado um treinador com

Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos

Campeões Mundiais

No sábado, 18, em Hong Kong, os brasileiros Allan do Carmo, 25, e Ana Marcela Cunha, 22, tornaram-se campeões da temporada 2014 da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas, no percurso de 10 quilômetros. O título de Allan no masculino foi inédito para o País, já Ana Marcela alcançou o tricampeonato mundial feminino (venceu também em 2010 e 2012) , sendo a primeira esportista a obter medalhas em todas as etapas disputadas em uma temporada.

AGENDA ESPORTIVA Quarta-feira (22) 19h30 – Paulista Feminino de Vôlei - Pinheiros x São Bernardo (Ginásio do Pinheiros - Rua Hans Nobling, s/n° - Jardim Europa).

Sábado (25) 16h20 – Brasileirão de Futebol Palmeiras x Corinthians (Pacaembu)

Segunda-feira (27) 20h30 – Brasileirão de Futebol São Paulo x Goiás (Morumbi)

ideias atrasadas, de comportamento discutível, com o objetivo de ‘colocar ordem na casa’. A CBF não mudou absolutamente nada, seja em relação ao Campeonato Brasileiro, à organização do futebol nacional, ou no tratamento dado à seleção”, completou.

Seleção olímpica e categorias de base Integrar os trabalhos da seleção principal com as categorias de base também tem sido um discurso recorrente na CBF. Amistosos com as seleções Sub 21 e Sub 23 – que formarão a base da seleção olímpica de 2016 - têm acontecido com maior frequência, mas isso aumentou a reclamação

dos clubes que cedem atletas à seleção, pois nas datas desses jogos também há partidas dos campeonatos nacionais. A CBF tem tentado aproximação com as categorias de base dos clubes. No começo de outubro, por exemplo, antes do jogo da seleção Sub 23 contra a Bolívia, em Cuiabá (MT), o treinador Alexandre Gallo, coordenador das categorias de base da CBF, palestrou a técnicos da base de clubes do Mato Grosso. “Buscamos passar nossa experiência para os representantes dos clubes locais, mas também aprender com eles. É uma troca de informações, em que quem ganha é o futebol brasileiro”, declarou. A CBF também diz ter uma proposta de unificação da preparação física das seleções de base com os clubes. Na avaliação de José Astolphi, 84, que por 41 anos foi responsável pelo Campeonato Paulista de Futebol Dente de Leite, investir nas categorias de base não é missão apenas da CBF, mas também do Estado. “Antigamente, na final estadual do Dente de Leite, times de 35 regiões jogavam numa cidade, mas tudo isso foi diminuindo com o tempo. Antigamente, uma criança jogava 30, 40 partidas por ano. Hoje só há um trabalho feito no particular, campeonatos em que os times pagam para jogar”, lamentou. “O investimento tem que ser no desporto escolar”, enfatizou à reportagem.

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