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8 a 14 de outubro de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

‘Avançar o Brasil’ é discurso de Dilma e de Aécio, no 2º turno Petista venceu 1º turno com 43,2 milhões de votos; tucano deve ter apoio de Marina Silva, terceira colocada Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Os dois candidatos mais votados nas eleições presidenciais realizadas no domingo, 5, iniciaram a campanha do 2º turno enfatizando que vão fazer o Brasil avançar. Líder das votações, com 43,2 milhões de eleitores, a atual presidente, Dilma Rousseff (PT), afirmou, já no domingo, que se reeleita haverá “governo novo, ideias novas”. Ela garantiu ter entendido o recado das urnas de “que o povo brasileiro anseia por mais avanços, e disse ver no projeto que eu

represento a mais legítima e confiável posição de mudança”. Aécio Neves (PSDB), segundo colocado, com 34,8 milhões de votos, afirmou que no 2º turno sua candidatura “carrega a possibilidade concreta de o Brasil se reencontrar com o desenvolvimento, com a recuperação dos

empregos, com a melhoria da saúde e da segurança”. Na segunda-feira, 6, o tucano sinalizou que buscará o apoio de Marina Silva (PSB), terceira colocada nas eleições, com 22,1 milhões de votos. “Vejo absoluta convergência com aquilo que pensamos e com aquilo que

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41,6% 33,5%

queremos para o Brasil”, afirmou. “Todos aqueles que têm, como nós, o sentimento de que o Brasil precisa mudar para avançar, serão muito bem-vindos nessa caminhada”, complementou. Além dos eleitores de Marina e dos outros oito candidatos que concorreram no 1º turno, Dilma e Aécio buscarão votos entre os mais de 11 milhões brasileiros que votaram em branco ou nulo e os 27,6 milhões que não compareceram às urnas (19,4% do eleitorado). Para o cientista político Pedro Fassoni Arruda, 39, professor da PUC-SP, no 2º turno serão intensificadas as comparações entre PT e PSDB. “Fica um cenário de polarização entre dois projetos que são bem diferentes: um social desenvolvimentista, representado pelo PT, e um mais liberal, identificado com as forças do mercado, que é o projeto do PSDB”, avaliou ao O SÃO PAULO.

Com 12 milhões de votos, Alckmin é reeleito em São Paulo da redação

“Não vamos partir do zero. Vamos acelerar aquilo que está dando certo, consolidar avanços, melhorar os serviços públicos, como a educação, saúde e segurança, trazer novas soluções e ter humildade para corrigir o que precisa ser corrigido”, afirmou Geraldo Alckmin, 62, no domingo, 5, ao ser reeleito governador de São Paulo. O candidato do PSDB, partido que venceu as eleições estaduais pela sexta vez seguida,

foi escolhido por 12,2 milhões de eleitores, tendo 57,3% dos votos válidos, superando Paulo Skaf (PMDB) - 21,53% dos votos - e Alexandre Padilha (PT) - 18,22%. Em seu discurso após a vitória, o Governador reeleito descartou a possibilidade de racionamento de água, por conta a crise hídrica no Estado, e afirmou que pretende zerar os atrasos de cronograma das obras do Metrô. Na avaliação do cientista político Pedro Fassoni Arruda, a vitória de Alckmin não foi uma

surpresa. “Era o favorito para vencer a reeleição, pois embora a popularidade dele tenha caído a partir de junho do ano passado, não houve nenhum grande partido que pudesse se mostrar como uma alternativa efetiva nas eleições. O que surpreendeu foi a vantagem que ele conseguiu logo no 1º turno”. Ainda segundo o cientista político, com a maioria dos deputados estaduais sendo da base aliada, “Alckmin vai ter muito mais tranquilidade para governar e inclusive para enfrentar as de-

núncias de corrupção envolvendo o governo dele, como o cartel do Metrô, além do problema da Sabesp com o fornecimento de água. Diante de denúncias de corrupção, a oposição dificilmente vai conseguir instalar uma CPI”, avaliou. São Paulo foi um dos 13 estados em que a eleição para governador foi decidida no 1º turno. O PMDB elegeu quatro governadores, o PT três e o PSDB dois. PSD, PDT, PSB e PC do B também saíram vitoriosos, um em cada estado. (DG)

senadores 2010 2014

PMDB 20 PT 15 PSDB 10 DEM 7 PTB 6 PR 4 PP 4 PDT 4 PSB 3 PCdoB 2 PSOL 2 PPS 1 PMN 1 PRB 1 PSC 1

PMDB 19 PT 13 PSDB 10 PSB 7 PDT 6 DEM 5 PP 5 PSD 3 PR 3 PTB 3 PCdoB 1 PPS 1 PRB 1 PROS 1 PSC 1 PSOL 1 SD 1

Deputados Federais 2010 2014

PT 88 PMDB 78 PSDB 54 PP 48 DEM 42 PR 38 PSB 33 PDT 26 PTB 21 PSC 17 PCdoB 15 PV 14 PPS 12 PRB 9 PMN 4 PSOL 3 PTdoB 3 PHS 2 PRP 2 PRTB 2 PSL 1 PTC 1

PT 70 PMDB 66 PSDB 54 PSD 37 PP 36 PR 34 PSB 34 PTB 25 DEM 22 PRB 21 PDT 19 SD 15 PSC 12 PROS 11 PCdoB 10 PPS 10 PV 8 PHS 5 PSOL 5 PTN 4 PMN 3 PRP 3 PEN 2 PSDC 2 PTC 2 PRTB 1 PSL 1 PTdoB 1

Deputados estaduais 2010 2014

PT PSDB PV DEM PSC PPS PTB PDT PMDB PSB PRB PC do B PP PR PSOL

24 23 9 8 4 4 4 4 4 3 2 2 1 1 1

PSDB 22 PT 14 DEM 8 PV 6 PSB 6 PMDB 5 PRB 4 PPS 3 PTB 3 PR 3 PSD 3 PSC 3 SD 2 PC do B 2 Psol 2 Pen 2 PP 2 PTC 1 PHS 1 PDT 1

O número de cadeiras por partido pode sofrer alterações após a posse dos chefes do executivo e/ou tramitações judiciais

O Legislativo após as eleições Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

As eleições não chegaram ao fim, ainda haverá o 2º turno para presidente e em alguns estados para governador, mas após a divulgação dos primeiros resultados para deputados e senadores é possível traçar o perfil do eleitorado e dos eleitos. Muito se tem dito sobre uma renovação na Câmara dos Deputados, mas até que ponto essa renovação aconteceu de fato? Para Lara Mesquita, 32, professora do Núcleo de Cidadania e Política da

Oficina Municipal, doutoranda em Ciência Política no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UFRJ e mestre em Ciência Política da USP, esse “fenômeno” deve ser observado com atenção, pois é preciso analisar quantos deputados tentaram a reeleição. De acordo com ela, alguns pleitearam outros cargos ou simplesmente, temendo uma derrota, não se candidataram. Analisando os que tentaram a reeleição, comenta a professora, a taxa de reeleitos foi muito alta, três em cada quatro. Outro detalhe salientado por Lara, que

faz ver com cautela a questão da renovação no Parlamento, é o número de “herdeiros políticos” sendo eleitos, ou seja, filhos, netos e sobrinhos de candidatos que já possuem uma “longa careira política”, como no caso de Eduardo Bolsonaro (PSC), que se elegeu deputado federal por São Paulo. Ele é filho de Jair Bolsonaro (PP), deputado mais votado do Rio de Janeiro. No balanço geral, PT e PMDB perderam cadeiras no Parlamento, mas ainda assim são as maiores bancadas do Congresso o que, em uma ree-

leição da presidente da República, garantirá a governabilidade ou, em um cenário de eleição do candidato do PSDB, criará uma forte oposição ao governo, ao menos em teoria. Em São Paulo, além de conseguir a reeleição do chefe do Executivo, o PSDB conquistou mais uma cadeira no Senado, com uma das maiores votações no País, mais de 11 milhões de votos para José Serra. Na Assembleia Legislativa, o partido do governador terá 22 cadeiras. Somando com os outros partidos que estavam na coligação durante as

eleições, esse número sobe para 45, sem contar os partidos que podem migrar para a base aliada após o início do mandato. Para a professora, esse cenário em São Paulo se dá pelo fato de o “eleitor paulista ser extremamente antipetista”. Além disso, Lara destaca que o fato de o PSDB estar a muito tempo governando o Estado, faz com que “o partido seja o partido com maior estrutura no Estado, além de controlar um grande número de prefeituras e ter uma grande rede de mobilização para fazer a campanha eleitoral”.


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