Josp 3019 pag 17

Page 1

www.arquidiocesedesaopaulo.org.br | 18 a 23 de setembro de 2014

| Esporte | 17

Alan Fonteles: ‘O segredo de tudo é treino e empenho ao máximo’ Já em preparação para os Jogos Rio 2016, campeão paralímpico projeta bom desempenho do Brasil Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

ram no fim de semana passado, em São Paulo, durante a segunda etapa do circuito nacional, de novo nos 100 e 200 metros T44, sendo aclamado pela torcida. “Hoje sou reconhecido nos diversos lugares que vou, e não só pelas provas que eu fiz, pelos títulos que ganhei. As pessoas estão se interessando mais pelo esporte paralímpico, principal-

mente agora com a paralimpíada no Brasil, em 2016”, opinou.

Superação e amor ao esporte Com apenas 21 dias de vida, Alan Fonteles teve as duas pernas amputadas por conta de uma sepsemia (infecção generalizada), mas isso não o impediu de praticar esportes. Com 8 anos, correndo com próteses de

madeira, debutou no atletismo. Na adolescência, após ter ganhado próteses de fibra de carbono, disputou a Paralimpíada de Pequim 2008 e foi medalhista de prata com a equipe de revezamento 4x100 metros do Brasil. Hoje, Alan possui lâminas personalizadas. “Não me vejo fazendo outra coisa que não seja correr”, confessa. Porém, ele tem consciência que as oportunidaMárcio Rodrigues/CPB

Na Paralimpíada de Londres 2012 parecia impossível que alguém fosse capaz de desbancar o corredor sul-africano Oscar Pistorius. Afinal, um mês antes, ele se tornara o primeiro paradesportista a também competir nos Jogos Olímpicos. No entanto, em 2 de setembro de 2012, o paraense Alan Fonteles, então com 20 anos, derrotou o mito das pistas na final dos 200 metros rasos T44 (para amputados abaixo dos joelhos). “Foi treinamento. Eu e meu treinador, o Amauri Verissimo, a gente se empenhou bastante para conseguir aquele título. O segredo de tudo é treino e empenho ao máximo”, avaliou, ao O SÃO PAULO, Alan Fonteles, 22, ao recordar o feito que completa dois anos este mês. Alan continua a acumular títulos. No Mundial Paralímpico na França, em 2013, venceu os 400, 200 e 100 metros, sendo o atual recordista mundial destas duas últimas categorias. As vitórias mais recentes acontece-

Condenação de Oscar Pistorius e resultados futuros Para Alan Fonteles, a recente condenação de Oscar Pistorius pelo assassinato da própria namorada em 2013, “não irá mexer com a credibilidade do paradesporto mundial”. O velocista brasileiro diz ainda não pensar na próxima Paralimpíada, pois disputará antes o Mundial e o Parapan de Toronto 2015, mas já projeta um bom desempenho do País. “O atletismo paralímpico está vindo com muitas promessas para conquistar mais medalhas. O Comitê Paralímpico Brasileiro está fazendo uma base muito boa com esses jovens, como o Lucas Prado e o Edson Cavalcanti, em preparação para 2016 e 2020”.

MUNDO DOS ESPORTES

AGENDA ESPORTIVA Quinta-feira (18) 19h30 - Brasileirão de Futebol Corinthians x Chapecoense (Arena Corinthians)

Atletismo paralímpico Desde a primeira competição esportiva internacional entre pessoas com deficiência, os Jogos de Stoke Mandeville, em 1948, na Inglaterra, o atletismo é disputado como uma das modalidades. Também consta no programa da Paralimpíada desde Roma 1960. O atletismo paralímpico é praticado por atletas com deficiência física ou visual. Os competidores são divididos em grupos conforme o grau de deficiência constatado por uma classificação funcional, ou seja, restrições para a realização de movimentos, po-

des para as pessoas com deficiência no País ainda são limitadas. “As condições para as pessoas com deficiência no Brasil estão melhorando, mas ainda há uma série de coisas, pois nem todos conseguem andar pelas ruas ou são bem vistos pela população, então, há muito a ser melhorado”. Segundo o atleta, as melhorias, especialmente no campo esportivo, dependem de investimento. “Há apoio para o alto rendimento, hoje a Caixa Econômica Federal patrocina diversos atletas, mas muitas empresas privadas poderiam patrocinar quem quer começar no esporte, poderiam investir mais”, analisou.

tencialidade de músculos e de visão. Os atletas das categorias funcionais iniciadas por “F” competem em provas de campo, tais como arremessos, lançamentos e saltos e os das iniciadas com “T”, nas provas de pista, tais como corridas de velocidade, de fundo e saltos. Dentro de um mesmo grupo de classificação, quanto menor o número, maior é a limitação física do esportista. Os deficientes visuais são agrupados em 11, 12, 13, sendo os F11 e T11, considerados

completamente cegos. Os esportistas T20 ou F20 possuem deficiências mentais; Os agrupados nos grupos de 31 a 38 têm paralisias cerebrais, sendo que os dos grupos 31 a 34 só se movimentam por cadeira de rodas. As categorias F40 e T40 reúnem os atletas anões, enquanto que, no grupo de 41 a 48, competem os esportistas amputados, mas que não precisam de cadeiras de rodas para se movimentar. Por fim, nos grupos F51 a F58 encontram-se os cadeirantes sem paralisias cerebrais, como aqueles que sofreram poliomelite, lesões medulares e amputações. Essa mesma característica demarca os atletas das categorias de T51 a T54.

20h – Paulista de Basquete Masculino Palmeiras x Internacional (Ginásio do Palmeiras – rua Turiassu, 1.840, Perdizes) Sábado e domingo (20 e 21) Virada Esportiva em São Paulo (http:// viradaesportiva.prefeitura.sp.gov.br) Domingo (21) 16h – Paulista de Basquete Masculino Pinheiros x Franca (Ginásio do Pinheiros – rua Hanz Nobiling, 132) 16h – Brasileirão de Futebol Corinthians x São Paulo (Arena Corinthians)


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.