Correio de Venezuela 1012

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Edição Especial #1012 - 12 de Junho de 2025 ANO 26 • DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222

SEMANA GASTRONOMICA: OS SABORES DE PORTUGAL

VÃO ENCANTAR A VENEZUELA

Caracas vibrará con la Semana Gastronómica de Portugal en Venezuela 2025

La ciudad de Caracas será el epicentro de la Semana Gastronómica de Portugal en Venezuela: un encuentro portugués que espera deleitar a los asistentes con buena comida y cultura lusitana. La iniciativa, que tendrá lugar los días 10, 11, 12 y 13 de junio, es impulsada por la Embajada de Portugal en Caracas, Correio da Venezuela y Banquetes Gales.

La Sala Windsor de la mencionada casa de eventos, ubicada en el Centro Comercial Ciudad Tamanaco (CCCT), acogerá la Semana Gastronómica de Portugal en Venezuela, cuya protagonista en esta primera edición será una arquitecto y apasionada por la culinaria lusitana.

Ana Sousa da Costa, mejor conocida como “Nita”, viajará desde la ciudad de Oporto, en Portugal, hasta la capital venezolana para resaltar los sabores de la gastronomía lusa y deleitar los paladares con un amplio menú; además, impartirá clases especiales a dos exclusivos grupos, con la finalidad de compartir sus conocimientos y experiencias.

Tres masterclass para profesionales y aficionados de la cocina

Los días martes 10 y miércoles 11 de junio, entre las 10:00am y las 02:00pm, Nita Costa impartirá dos masterclass sobre Gastronomía Tradicional Portuguesa.

Las clases estarán dirigidas a un grupo de profesionales y aficionados culinarios, con la finalidad de impulsar la confección de más platos portugueses en los establecimientos y hogares del país.

En la primera masterclass los asistentes prepararán Sopa de Peixe; Frango na Púcara; Carne de Porco à Alentejana; Açorda de Marisco; Pataniscas de Bacalhau; Ameijoas à Bolhão Pato; Peras Bêbedas; Torta de Laranja; y Papos de Anjo.

En la segunda clase, el menú a trabajar está conformado por Chanfana; Favada à Portuguesa; Bacalhau com broa; Bacalhau à Zé do Pipo; Peixinhos da horta; Bolinhos de alheira com pera bêbeda; Merengues; Formigos; y Rabanadas.

Las inscripciones para dichas clases se encuentran abiertas, estando disponible el e-mail banquetesgales@hotmail.com y el número telefónico 04122433927 para obtener mayor información.

www.correiodevenezuela.com

Dos cenas harán vibrar a la comunidad

Los días jueves 12 y viernes 13 de junio la Sala Majestic de Banquetes Gales abrirá sus puertas para recibir dos Cenas de Gala, que serán la “guinda del pastel” en la Semana Gastronómica de Portugal en Venezuela.

Un exclusivo grupo de 150 personas disfrutará, cada día, de un ambiente festivo, en el que la buena comida y el buen vino portugués serán el punto focal. Las jornadas iniciarán a las 06:00pm con un coctel de degustación y compartir.

Posteriormente, a las 08:00 pm, se dará paso a la Cena de Gala cuyo menú estará conformado por “Pataniscas de Bacalhau”

Diretor Aleixo Vieira

Sub Diretor: Sergio Ferreira Soares

Endereço: Av. Veracruz. Edif. La Hacienda.

Piso 5, ofic. 35F. Las Mercedes, Caracas. Telefones: (0212) 9932026 / 9571

E-mail: editorial@correiodevenezuela.com

(entrada), “Açorda de mariscos” (primer plato), “Bacalhau com Broa” (segundo plato), “Favas à Portuguesa” (tercer plato) y “Carne de Porco à Alentejana” (cuarto plato). Como postre, Costa y su equipo prepararán “Merengues do Algarve” y “Papos de Anjo”. Los platos estarán acompañados por los mejores vinos portugueses, traídos especialmente para la ocasión desde la Península Ibérica.

Programa cultural

Con la finalidad de crear un ambiente típicamente portugués, la Embajada de Portugal en Venezuela y el Instituto Camões, a

través de la Coordinación de Enseñanza del Portugués en el Extranjero (CEPE Venezuela), proporcionarán un Homenaje musical al Poeta Luis de Camões por el V Centenario de su nacimiento y los 100 años de Carlos Paredes, mayor exponente de la guitarra portuguesa; elementos que harán de la velada algo diferente, en la que brillarán la hermandad, la camaradería y el orgullo por las raíces lusitanas.

Un selecto grupo de empresas marcarán presencia en la sala, dando a conocer sus productos y servicios entre los asistentes y ofreciendo algunos detalles a quienes se aproximen a sus stands.

Arelys

Serafim

|Administração Jesús

|Fontes de Informação

M.

Diário

Chefe de redação Sergio Ferreira Soares |Jornalistas Mike Suárez Ferreira, Marcos Ramos Jardim, Rafael Lastra Veracierto, Vanessa Valbuena |Colaborações Catanho Fernandes, Shary do Patrocinio, Jean Carlos de Abreu, Sónia Gonçalves, Cristina Da Silba Bettencourt,
Gonçalves,
Marques, António Delgado, Daniel Bastos |Paginação Segio Ferreira |Fotografia Agostinho Perregil
Quijada,
Liliana Batista |Distribuição Luis Alvarado, Carlos A. Perregil R. |Tiragem 15.000 exemplares
Lusa,
de Notícias, DN Madeira, Portuguese News Network e outras publicações.

Ana “Nita” Sousa da Costa Paixão pela Gastronomia Lusa

Ana Sousa da Costa, a chef que irá protagonizar a primeira edição da Semana Gastronómica de Portugal na Venezuela, nasceu no Porto a 2 de fevereiro de 1969. Formada em arquitetura em 1994 e usualmente chamada por “Nita”, esta apaixonada pela cozinha desenvolveu o projeto Azeitonita, “Paparicos para amigos”, junta da sua amiga Claúdia Sofia Figueiredo, nascida em Viseu a 27 de julho de 1970 e formada em Turismo em 1992.

Amiga próxima do Embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lago, quem conhece muito bem as suas capacidades culinárias, Nita foi convidada para estar á frente da cozinha nesta edição do evento gastronómico. Numa entrevista com o CORREIO, Sousa da Costa conta a história da sua paixão pela cozinha.

Como começou a sua paixão pela gastronomia?

Não cozinhei até aos 18 anos… Depois era preciso fazer jantares com amigos, para nos podermos encontrar ao fim de semana. E correu bem! A partir daí, os encontros em minha casa eram no “restaurante Costa”. Tornou-se um hábito também porque tinha essa componente de reunião e amigos.

Quando foi a primeira vez que se lembra de cozinhar na sua vida e o que cozinhou?

Terá sido por essa altura, por volta dos 18 anos e foi bacalhau com natas. Fazia tudo com natas. Bacalhau com natas, mil folhas de camarão com natas, folhado com ovos moles e natas batidas. No fundo era o que a minha mãe me ensinava para dar de comer a muita gente (risos) ou arroz de pato.

Quando decidiu dar o salto da arquitetura para a gastronomia e porquê?

Não foi propriamente um salto, foi um amor repartido. E continua a ser, com maior preponderância agora para os paparicos. Na altura da pandemia esse hábito antigo de cozinhar para os amigos foi interrompido, e essa falta foi muito sentida. O projeto da Azeitonita surge nesse momento, com a proximidade física de uma amiga que além de gostar de cozinha gosta de escrever e fotografar. Assim encontramos forma de partilhar “paparicos para amigos”, que é o carimbo da Azeitonita.

Fale-nos um pouco do projeto Azeitonita. Que tipo de serviço oferece?

A Azeitonita tem como objetivo central fazer comida saborosa, com todo o cuidado que ela merece, e dar-lhe uma voz que construa o fio das memórias que é o da comunidade que lhe deu berço. Sabemos que cozinha é identidade e aconchego, afeto. É essa

relação que está na origem da Azeitonita, essa capacidade que a comida tem de juntar as pessoas, e de nos alimentar também a alma. A Azeitonita consegue a particularidade de entregar doces e salgados, prato principal, sobremesas, entradas. A voz da nossa comida nunca se cala nas ocasiões especiais, como provam os nossos queques-cravo que celebram a Revolução de Abril, as nossas bolachas para o Dia da Mulher ou para o Orgulho LGBTQIA+, o nosso tão badalado queque de S. João que já teve honras de Time Out.

Quais são os seus pratos preferidos? Arroz de cabidela (risos). É um prato tipicamente minhoto, a minha avó era minhota e eu comi desde que nasci… a minha filha

ainda não tinha 2 anos e já comia...

Quais são os pratos portugueses mais pedidos no vosso projeto?

Empadas de cozido à portuguesa, punhetinhas de bacalhau (que são uma adaptação original da Azeitonita da punheta de bacalhau como fingerfood).

Quais são para si as principais características da gastronomia portuguesa?

Azeite, cebola, alho, vinho e pão. Com isto se faz tudo. Aliás, tal como em toda a cozinha mediterrânica. Ia-se à horta, apanhavam-se hortaliças, conforme o que havia na época. É uma cozinha muito variada, vai desde o camponês e suas hortas aos mosteiros com muita doçura e ovos. Tudo isto

complementado por vinho de grande qualidade proveniente de cada uma das nossas regiões. Um país tão pequeno como o nosso tem uma variedade gastronómica e enológica imensa.

Que ingredientes devem estar presentes num bom prato português?

Respondido na resposta anterior. Carinho e dedicação.

Como acha que a gastronomia portuguesa reflete a idiossincrasia e o espírito do povo português?

Aproveitar todos os recursos possíveis. Por exemplo, o porco dava para o ano inteiro e comia-se tudo menos os olhos. Isto ligase com a nossa capacidade de encontrar soluções diversificadas a partir de poucos recursos.

Em breve viajará para Caracas e será a protagonista da I Semana Gastronómica Portuguesa na Venezuela. Como se sente?

Muito entusiasmada! É um privilégio poder partilhar a nossa cozinha com uma comunidade que, na época em que saiu de Portugal, não tinha ainda como referência uma verdadeira valorização da cozinha tradicional. Esse processo de reconhecimento iniciou-se em meados da década de 60, até aí a cozinha portuguesa era a que se fazia nas nossas casas. Nos restaurantes era confecionada comida de referência francesa, estrangeira. Isto foi mudando com empenho de algumas figuras de referência como Maria Emília Cancella de Abreu e Maria de Lourdes Modesto, potenciado com o desenvolvimento do Turismo que procurava a cozinha local mais tradicional.

Já viajou para a Venezuela ou para qualquer outra comunidade portuguesa? Esta é a minha primeira oportunidade. Espero que outras se sigam.

O que é que lhe disseram sobre os portugueses na Venezuela?

É unânime a capacidade de trabalho, resiliência e nobreza de caráter com que sempre foram e são ainda hoje conhecidos os portugueses nos “quatro cantos do mundo”. São um povo da saudade e do amor que suavemente dispensam em qualquer contacto. Mesmo que de início possam enfrentar algumas dificuldades na adaptação linguística, cedo a sua capacidade de “linguarejar” de “falar portunhol” conquistam amizades e afetos. Mas são também um povo da farra, da boa comida da alegria e da confraternização. Por isso a comida é sempre também uma forma alegre de estabelecer relações duradoras.

Para melhor

O SEU BANCO EM PORTUGAL

A influência de outras culturas

na culinária portuguesa

A culinária portuguesa é um reflexo da rica história e influências culturais do país. Com raízes originárias da própria Idade Média, a gastronomia portuguesa foi enriquecida ao longo dos séculos por meio de interações com outras culturas, incluindo a romana, a árabe e a africana. Essa influência pode ser vista claramente em uma ampla variedade de pratos e ingredientes, tornando a culinária portuguesa uma experiência culinária única e diversificada.

A influência romana

A presença romana em Portugal deixou uma marca duradoura na culinária local. A técnica de salgar e secar carne e peixe foi trazida pelos romanos e é amplamente utilizada na culinária portuguesa até hoje, especialmente no famoso bacalhau português e em muitos tipos de presunto. Além disso, muitos pratos de caça, como javali e lebre, foram introduzidos pelos romanos e são ainda apreciados pelos portugueses.

O tempero e os árabes

Durante a ocupação muçulmana da Península Ibérica, os árabes trouxeram novos ingredientes e técnicas culinárias que ainda são usados na culinária portuguesa atual. A técnica de refogar cebola e alho em azeite é um exemplo de influência árabe, assim como o uso de muitas especiarias, como açafrão e canela, em pratos como o cozido e o querido arroz doce, que também consumimos muito aqui no Brasil.

Além das especiarias e temperos, muitos pratos em si de origem árabe são populares em Portugal, como a Alheira, um embutido tradicional que é feito de carne de aves e pão. O uso de amêndoas em pratos doces, como o bolo de amêndoa e o pastel de nata, também tem suas raízes na influência árabe.

Aprendendo a usar carne com os africanos A presença portuguesa na África durante o período colonial trouxe uma grande variedade de ingredientes e técnicas culinárias que foram incorporados à culinária portuguesa. O uso de especiarias, como pimenta, noz-moscada e cravo, é uma influência direta da culinária africana. O prato de origem africana mais conhecido na culinária portuguesa é a feijoada, um ensopado de feijão com carne e legumes que é popular em todo o país. A galinha à africana, um prato de frango cozido com especiarias e piri-piri, é outro exemplo de influência africana na culinária lusitana.

Variedade Gastronómica

Apesar de ser um país pequeno, Portugal é conhecido pela sua grande variedade quer gastronómica, quer paisagística. Sendo o paraíso para qualquer amante de boa comida. A base da nossa cozinha está assente em três ingrediente: o pão, o azeite e o vinho. Por outro lado, somos conhecidos também pelo grande consumo de peixes, sopas e enchidos.

Uma das particularidades da cozinha portuguesa é que um mesmo prato, confeccionado em regiões diferentes do país, difere bastante na forma como é feito.

Caldo Verde

O Caldo Verde é uma sopa de couve galega, com origem no Norte de Portugal, mas bastante popular em todo o país, para

além de ser também bastante conhecido nos países povoados pelos portugueses. Acredita-se que esta sopa tenha aparecido durante o séc. XV. E que a sua origem surja da necessidade dos lavradores do Norte do país utilizarem os ingredientes que tinham em maior abundância. Como resultado, surgiu uma sopa saborosa. Composta por água, batata, couve, azeite e chouriço, esta simples sopa é ideal para iniciar uma refeição ou para comer numa ceia tardia. Devendo ser sempre servida em tigelas de barro e acompanhadas de uma broa de milho.

Pastéis de Bacalhau

Os Pastéis de Bacalhau (no Sul) ou bolinhos de bacalhau ( no Norte), aparecem pela primeira vez referenciados num livro

de receitas, Tratado de Cozinha e Copa, de um oficial do exército português, Carlos Bandeira de Melo. Ou seja, esta é a primeira receita oficialmente registada, em 1904. Contudo, há quem defenda que a primeira receita surgiu em 1841, no livro Arte do Cozinheiro e do Copeiro, do Visconde de Vilarinho de S. Romão. Mais tarde, em 1876, no livro Arte de Cozinha, de João Mata, surgem duas receitas bem semelhantes à do pastel de bacalhau. Contudo, em uma era usado queijo ralado e na outra os pastéis eram confeccionados no forno.

Os Pastéis de Bacalhau são uma das comidas típicas de Portugal mais amplamente difundidas na restauração. Estes são encontrados tanto na tasquinha mais tradicional tanto quanto no melhor restaurante.

Ameijoas à Bulhão Pato

As Ameijoas à Bulhão Pato é um prato típico da Estremadura. Contudo, acreditase que a origem deste é lisboeta, mais concretamente do antigo Restaurante A Estrela de Ouro. O seu nome surge como tributo a Raimundo António Bulhão Pato, um poeta que ajudou a inventar alguns pratos da gastronomia lusitana. Composta por Ameijoas, azeite, alho, coentros, sal, pimenta e limão, esta é uma das comidas típicas de Portugal bem conhecida nas marisqueiras e cervejarias portuguesas.

Cozido à Portuguesa

O Cozido à Portuguesa é um prato que resulta de várias décadas de aperfeiçoamento. É um dos pratos mais antigos de Portugal, contudo não se sabe ao certo a sua origem. Apesar disso, parece ser ponto assente que o pranto terá nascido numa época de mais dificuldades. Uma vez que aproveitavam todas as sobras de outros pratos.

Mas nem só os mais pobres comiam este prato, já que as famílias mais abastadas também gostavam de o comer. E no séc. XVII, existe já registo de uma receita de Cozido à Portuguesa. No tratado, escrito pelo cozinheiro da Casa Real Portuguesa, Domingos Rodrigues. Este prato era descrito como uma iguaria riquíssima, do qual faziam parte várias carnes, enchidos e vegetais.

E ainda hoje o Cozido à Portuguesa é uma das comidas típicas favoritas das famílias portuguesas, sendo preparada em datas especiais, por todo o país, sofrendo apenas ligeiras alterações na receita.

| ESPECIAL

Carne de Porco à Alentejana

A Carne de Porco à Alentejana, apesar do nome, é um prato típico da região do Algarve. Possui esta designação pois os cozinheiros algarvios usavam a carne de porco do Alentejo, já que que esta era mais saborosa. Isto porque os porcos eram alimentados com bolotas e sobreiros e não com restos de peixe, como os porcos do Algarve.

A origem deste prato é meia incerta mas há quem acredite que o mesmo foi inventado na altura da Inquisição. Uma vez que foi nessa altura que o porco entrou no regime alimentar do sul do país. Já que o porco era um animal protegido pelo judaísmo e islamismo, a igreja começou a desconfiar da população que não incluía este animal na sua alimentação.

O prato é preparado com carne de porco, ameijoas, colorau, louro, vinho e alho, entre outros temperos e acompanhado por batatas fritas em cubos e polvilhado por coentros.

Francesinha

A Francesinha é um prato típico e originário da cidade do Porto. A criação deste prato é da autoria de Daniel David Silva, um minhoto que esteve imigrado em França e que em 1953, no Restaurante Regaleira, desenvolveu o mesmo.

Daniel teve como base uma receita tipicamente francesa, chamada Croque-Monsieur. O cozinheiro decidiu pegar nesse prato e adaptá-lo aos nossos ingredientes e à nossa cultura. Tornou-o um prato cheio de vida e substância.

Segundo consta o seu nome resultou da opinião de Daniel de que “a mulher mais picante que conheço é a francesa”. A Francesinha é uma sanduíche com linguiça, salsicha, fiambre, bife de carne de vaca, queijo, ovo estrelado e guarnecido com um molho à base de tomate, cerveja e piri-piri, que é o segredo do sucesso desta iguaria.

Leitão à Bairrada

O Leitão à Bairrada é um dos pratos mais conhecidos e mais típico da região da Bairrada. O primeiro documento a fazer referência a este prato é uma receita conventual de 1743, do Mosteiro de Lorvão ou do Mosteiro da Vacariça. Uma vez que não existe uma documentação fidedigna em relação a este assunto, todos os concelhos da Bairrada reclamam a origem deste prato. Já a comercialização do leitão terá se iniciado no início do séc. XX, na localidade de Covões, Cantanhede. Contudo, o grande arranque da sua comercialização terá sido levado a cabo por Álvaro Pedro, quando este iniciou o seu próprio negócio de venda das famosas sandes de leitão, aos automobilistas da EN1, em 1941.

Mais tarde, em 1949, abre, na aldeia de Sernadelo, o primeiro restaurante que comercializa para o público o famoso Leitão assado à Bairrada

Alheira de Mirandela

A Alheira de Mirandela tem uma história muito peculiar, tendo sido criada para esconder e salvar judeus, quando estes eram

queimados vivos pela Inquisição.

Depois de se terem refugiado em Portugal, vindos de Espanha, os judeus viram-se perseguidos, a partir de 1496, também em Portugal. Dessa forma muitos foram forçados a converterem-se ao cristianismo ou a sair do país. Posteriormente, com a chegada da Inquisição a Portugal, muitos judeus foram perseguido, capturados e queimados vivos. De modo a fugir a este desfecho, muitos esconderam-se e formaram comunidades, onde se faziam passar por cristãos, escrevendo em hebreu ou até fingindo rituais católicos.

Mas foi em Trás dos Montes, que surgiu a forma mais original de disfarce desta comunidade. Uma das formas que a Inquisição tinha de descobrir judeus, era perceber se estes comiam carne de Porco ou não. Já que a sua religião proibia o seu consumo. Para enganar os investigadores, os habitantes de Mirandela criaram uma salsicha feita de pão e frango, muito semelhante aos tradicionais chouriços e farinheiras com carne suína, a alheira.

Desde Julho de 2013, a Alheira de Mirandela só pode ser produzida no concelho de origem, algo há muito pedido pelos produtores locais.

Sardinha Assada

A Sardinha Assada é um prato com origem na região de Lisboa e Vale do Tejo. Sendo vulgarmente associada ás Festas dos Santos Populares, é uma das comidas típicas de Portugal mais conhecida.

Apesar de designada como sardinha assada, a verdade é que esta é grelhada. Esta resulta de uma forte tradição piscatória, sendo um dos pratos mais saboreados na gastronomia portuguesa. Geralmente são temperadas com sal grosso na véspera e posteriormente são colocadas numa grelha, por cima das brasas. Comummente são acompanhadas de pimentos assados, batatas cozidas e são colocadas em cima de uma fatia de broa, que absorve a sua gordura natural.

A Sardinha é um peixe com forte tradição e importância em Portugal. Nomeadamente desde o séc. XVI, algo comprovado pelo recenseamento de peixes do litoral lusitano realizado por Duarte Nunes Leão.

Pudim Abade Priscos

O Pudim Abade de Priscos é uma sobremesa típica de Braga, sendo uma das poucas receitas tornadas públicas pelo Abade de Priscos. Este prato ficou conhecido, quando Pereira Júnior, director do Magisté-

rio Primário Feminino de Braga, no antigo Convento dos Congregados, pediu ao Abade receitas para ensinar no magistério. Normalmente é confeccionado num tacho de cobre e adicionados os ingredientes como a água, o açúcar, casca de limão, canela, toucinho, ovos e vinho do Porto.

Pastéis de Belém

Os Pastéis de Belém tal como o nome indica têm origem em Belém. Quando no início do séc. XIX, após a revolução liberal são encerrados todos os conventos e Mosteiros de Portugal, com consequente expulsão do clero e dos trabalhadores.Como tal, é feita uma tentativa de sobrevivência pelo pasteleiro do Mosteiro do Jerónimos. Que põe à venda numa loja ali da zona, uns doces pastéis designados “Pastéis de Belém”. Apesar de Lisboa e Belém, naquela época serem localidades distintas e até distantes, cujo percurso era feito por barcos a vapor. A verdade é que esta era uma zona que atraía bastantes turistas, graças à grandeza do Mosteiro e da Torre de Belém. O que levava a que consequentemente estes saboreassem os deliciosos pastéis oriundos do Mosteiro. A receita original é um segredo exclusivo da Fábrica dos Pastéis de Belém, existindo inúmeras receitas do Pastel de Nata.

Gastronomia Portuguesa:

Açorda de Marisco

A açorda de marisco, um prato tradicional português, tem suas raízes na herança árabe da Península Ibérica. A palavra “açorda” deriva do termo árabe “ath thurda”, que se refere a um prato básico feito com pão desintegrado em caldo aromatizado e azeite. A açorda, como sopa de pão, adaptou-se e evoluiu ao longo do tempo, com variações regionais e a adição de diversos ingredientes, incluindo mariscos. Acredita-se que a açorda tenha surgido durante a ocupação árabe da Península Ibérica, entre os séculos VIII e XIII. O prato era uma forma de aproveitar o pão, um alimento básico, e outros ingredientes disponíveis, tornando-se uma refeição acessível e nutritiva. A receita foi transmitida e adaptada, dando origem a diferentes ver-

sões, como a açorda à alentejana e a açorda de marisco, que utiliza camarão, peixes ou outros frutos do mar.

Originalmente, a açorda era uma sopa, mas com o tempo, a receita evoluiu para uma espécie de ensopado ou purê de pão, com a adição de ingredientes como alho, coentro, azeite, ovos e, no caso da açorda de marisco, frutos do mar frescos. A açorda de marisco, em particular, destaca-se pela combinação de sabores e texturas, com o pão a absorver o caldo e o sabor do marisco.

Hoje, a açorda é um prato popular em Portugal, com diversas variações regionais e adaptações modernas, mas sempre mantendo a sua essência de aproveitar o pão e os ingredientes disponíveis.

Ingredientes

400gr Pão duro

400gr Cocktail de marisco

2 cebolas grandes

10 dentes de alho

1 ramo de coentros

2 folhas de Louro

3 tomates frescos médios pelados

2 c. de chá rasas de pimentão doce

4 colheres de sopa de azeite

600ml de água

2 gemas de ovo

Preparação

Prepare os ingredientes, lave e descasque os legumes e ervas aromáticas.

Numa tigela, coloque o pão duro com 6 dentes de alho e coentros, picadinhos. Re-

gue com 1 copo de água. Reserve. Num tacho grande, coloque com 2 c. de sopa de azeite, a cebola, o alho e o tomate sem pele em pedaços pequenos e 2 folhas de louro. Deixe cozinhar um pouco e junte meio copo de água. Deixe apurar. Coloque a mariscada congelada. Deixe cozinhar 10-15 minutos.

Certifique-se que o pão está bem molhado, misture-o, mexendo bem.

Junte à mariscada 1 copo de água, quando estiver a ferver deite o pão e misture muito bem com o caldo e o marisco. Deixe ferver, mexendo sempre até estar na consistência de açorda.

Tempere com 4 c. de azeite. Junte as gemas de ovo cruas, polvilhar com coentros e servir de imediato.

Gastronomia Portuguesa:

Pataniscas de Bacalhau

Este é um prato típico da culinária portuguesa, com origem na região da Estremadura. As pataniscas consistem em pedaços de bacalhau desfiado ou em lascas frito, em polme de farinha de trigo e leite, temperado com sal, pimenta e salsa, podendo também levar ovo e cebola, nalgumas receitas mais modernas. Possuem uma forma irregular achatada ou esférica.

A primeira receita escrita e compilada que servirá de precursora da patanisca de bacalhau, surge no século XIX. Em 1795, a Academia das Ciências entrega a medalha de ouro a D.ª Teresa de Sousa Maciel, e outros reconhecidos botânicos da época, pela sua frutuosa produção de batata, em Vilarinho de São Romão. Terá sido o filho desta, o visconde de Vilarinho de São Romão,

quem publicará em 1841, no tratado culinário intitulado «Arte do Cozinheiro e do Copeiro», sob o nome de «Bolinhos de Bacalhau», aquela que se afigura como primeira precursora da receita de pataniscas de bacalhau, bem como dos pastéis.

A primeira receita moderna, já com o nome «pataniscas de bacalhau», surge em 1973, no livro «Cozinha Regional Portuguesa», de Maria Odete Cortes Valente, onde a origem da receita é atribuída à região da Estremadura, consistindo num preparado em que o bacalhau é desfiado e o polme tem farinha, leite, sal, pimenta e salsa. Mais tarde, Maria de Lourdes Modesto, no livro “Cozinha Tradicional Portuguesa”, em 1982, apresenta uma receita de pataniscas, , integrada na região da Estremadura.

Ingredientes

1 c. de chá sal

100 g farinha sem fermento

1,5 c. de sopa leite meio-gordo

150 ml azeite para fritar

1 ramo salsa

2 dente alho

2 ovos

1 posta bacalhau crescido

1 cebola pequena

½ c. de sopa vinho branco

25 ml água de cozer o bacalhau pimenta em pó noz-moscada

Preparação

Num tacho, coza o bacalhau em água a ferver durante 5 minutos. Retire e deixe

arrefecer, reservando a água da cozedura. Limpe-o de peles e espinhas e desfie-o em lascas.

Numa tigela, misture a farinha, o leite, os ovos e o vinho e mexa até obter um creme homogéneo.

Acrescente a cebola e o alho, finamente picados, e um pouco da água da cozedura do bacalhau, já fria, e mexa.

Envolva bem e deixe descansar pelo menos 2 horas.

Numa frigideira antiaderente, leve ao lume o azeite e frite as pataniscas, vertendo pequenas porções de massa com a ajuda de uma concha.

Deixe fritar até estarem ligeiramente douradas e retire para um prato com papel absorvente.

Gastronomia Portuguesa:

Bacalhau com Broa

O pão é um ingrediente base na tradição culinária portuguesa. Existem várias receitas com bacalhau e pão, tais como bacalhau à brás, açorda de bacalhau, tiborna de bacalhau, ou o gratinado bacalhau espiritual.

O bacalhau com broa é mais uma das formas deliciosas de cozinhar este ingrediente tão especial para os portugueses. Conhecido como Bacalhau com broa ou Bacalhau com boroa, com raízes pré-romanas, ambas expressões têm origem no castelhano borona, que significa «pão de milho».

Trata-se de uma receita no forno mui-

to simples que inclui bacalhau com uma crosta feita com broa, ou seja, pão de milho português. Esta é uma receita típica da região do Minho, onde historicamente o milho era ainda mais consumido do que o trigo, normalmente associado às províncias do sul de Portugal. Pode preparar bacalhau com broa com lombos de bacalhau assados no forno de forma individual, ou com o bacalhau desfiado de modo mais prático.

Ingredientes:

4 postas de bacalhau

1 kg de batatas pequenas para assar

200 gr de broa de milho

4 dentes de alho

1 cebola

Sal q.b.

Pimenta q.b.

200 ml de azeite

Água q.b.

Preparação:

Lavar as batatas com a casca e cozer durante 20 minutos em água abundante, temperada com sal.

Escorrer as batatas e transferir para uma assadeira grande.

Temperar as batatas com sal, pimenta

e regar com 100 ml de azeite. Cozer um pouco as postas de bacalhau em água abundante, cerca de 10 minutos. Escorrer e reservar.

Juntar o miolo da broa de milho com a cebola, os alhos descascados e a pimenta num processador e triturar até esmigalhar grosseiramente.

Colocar as postas de bacalhau no meio da assadeira com batatas, adicionar a mistura da broa de milho sobre o bacalhau e regar com o restante azeite. Levar ao forno pré-aquecido a 200ºC até as batatas e a crosta de broa dourar, cerca de 25 minutos.Retirar e servir.

Gastronomia Portuguesa:

Carne de Porco à Alentejana

Como afirmado em outras iguarias, este prato esta repleto de lendas. Uma delas relaciona-se com a ocupação muçulmana, durante a qual as casas dos habitantes eram invadidas pelos soldados: o propósito era abusar duma hospitalidade forçada e alimentarem-se. Como o Corão proíbe carne de porco, consta que a iguaria se inicia neste período.

Inicialmente o prato era confecionado sem batata, que só séculos mais tarde chega à Europa vinda do Novo Mundo. Em vez da batata utilizava-se no prato castanha ou bolota. A adição da batata conferiu ao prato o formato final que conhecemos atualmente: tal só aconteceu após a descoberta das Américas e depois de se ter provado que o tubérculo não era venenoso.

Após o Rei D. Manuel I ter levado à conversão forçada das populações não-cristãs em 1495 (Judeus e Muçulmanos cuja religião os proibia de consumo de tal alimento), o consumo de carne de porco no Alentejo chegou tardiamente. O ritual da matança da carne de porco à época iniciou-se, porque esta era uma forma de mostrar a conversão ao cristianismo: passaram a comer carne de porco, e esqueceram-se do Corão ou das Escrituras.

Existe uma corrente que por via de ter um produto de mar como a ameijoa, que a origem do seja no Algarve. No Algarve os porcos, eram alimentados com farinha de peixe, espinhas ou restos de indústria de conservas, dando assim à carne um sabor marinho. Daí que para disfarçar se tenha

acrescentado as amêijoas. Os defensores da origem alentejana viram a necessidade de “vender” a ideia como carne de porco à Alentejana, dado que a sua carne era de muito melhor qualidade, criada a bolota e a pasto tudo ao ar livre.

Ingredientes:

800 g de carne de porco sem osso

800 g de batatas

400 g de amêijoas

60 g de pickles

4 dentes de alho

300 ml de vinho branco

50 ml de azeite

3 colheres de sopa de massa de pimentão

Azeitonas, coentros, sal e pimenta q.b.

Óleo para fritar

Preparação:

Cortar a carne em cubos e temperá-la com dentes de alho picados, o vinho branco, a massa de pimentão, sal e pimenta. Deixar marinar de um dia para outro e depois escorra.

Descascar as batatas, cortá-las em cubos e levá-las a fritar em óleo quente.

Retirar e escorrer as batatas já fritas, sobre papel absorvente.

Aquecer o azeite num tacho, juntar a carne e deixar saltear.

Adicionar as amêijoas, regar com a marinada e deixar cozinhar.

Juntar as batatas, os pickles e as azeitonas, envolvendo depois tudo muito bem. Polvilhar com coentros picados e servir imediatamente..

Gastronomia Portuguesa:

Favada à portuguesa

A Favada à portuguesaé um dos pratos mais tradicionais da cozinha portuguesa, especialmente apreciado na primavera, quando as favas estão frescas e saborosas. Rico em aromas e texturas, este prato é uma verdadeira celebração dos ingredientes rústicos e genuínos da nossa gastronomia.

O sucesso desta receita está na escolha dos ingredientes e na forma como são cozinhados. O entrecosto, bem temperado com alho, pimentão-doce e vinho branco, confere um sabor profundo ao prato. Os enchidos, como o chouriço e a morcela, adicionam camadas de sabor intensas, tornando cada garfada irresistível. Depois de marinar, a carne é refogada lentamente com cebola e alho-francês, crian-

do uma base aromática que se intensifica durante a cozedura. A adição das favas frescas é o toque final que une todos os sabores, resultando num prato suculento e cheio de personalidade.

Este prato é normalmente servido polvilhado com coentros frescos, que realçam os aromas e dão um toque de frescura. Acompanhado de um bom pão alentejano e um copo de vinho tinto, transforma qualquer refeição num momento especial.

Ingredientes:

1,5 kg de favas descascadas

1 chouriço dcarne + 1 chouriço sangue

500 grs. de entrecosto

500 grs. de toucinho entremeado

3 colheres de sopa de polpa de tomate

1 dl de vinho branco

1 cebola grande

2 dentes de alho

1 colher de sopa de banha

3 colheres de azeite

1 molhinho de coentros

sal e pimenta moída

Confecção:

Corte o entrecosto em bocados.

Faça um refogado com o azeite, banha, cebola e alhos picados.

Logo que comece a alourar, junte o toucinho, entrecosto deixando suar um pouco, mexendo de vez em quando.

Junte depois o vinho branco, a polpa de tomate e o chouriço e volte a deixar suar

um pouco.

Adicione cerca de 5 dl de água ou caldo de carne e deixe cozer 30 minutos ou mais se carnes estiverem rijas.

Logo que o chouriço estiver cozido retire-o.

Quando o toucinho e o entrecosto estiverem quase cozidos, junte as favas, o chouriço de sangue, o ramo de coentros atados com fio de cozinha, e um pouco de água. Deixe cozer, temperando se necessário de sal e pimenta.

Depois das favas cozidas, retire as carnes e o chouriço de sangue e deixe apurar. Sirva as favas cobertas com as carnes e chouriços.

Acompanhe com salada de alface temperada e polvilhada com coentros picados.

Gastronomia Portuguesa:

Papos de Anjo

Papo de anjo é uma sobremesa tradicional portuguesa, feita a partir de gemas de ovo batidas, cozidas e depois fervidas em calda de açúcar. De origem um pouco polémica entre a Ilha Terceira e Viseu, os Papos de Anjo são sem dúvida Portugueses. É uma das receitas conventuais que tinha como objetivo, o aproveitamento das gemas dos ovos. Os Papos de Anjo correram o país e atravessaram o Atlântico, sendo uma receita muita apreciada no Brasil.

Tal como os fios de ovos, e outra doçaria tradicional portuguesa com base em gemas de ovo, pensa-se que o papo de anjo terá sido criado por

freiras portuguesas por volta dos séculos XIV ou XV. As operações de lavandaria, parte do quotidiano conventual, necessitavam de um grande número de claras de ovo para engomar as vestes e hábitos monacais, gerando um grande excedente de gemas.

De acordo com a maioria das receitas, as gemas devem ser batidas até aumentarem para o dobro do seu volume original. Algumas receitas também usam claras de ovo - uma a duas claras para cada dez gemasbatidas em castelo separadamente, e depois cuidadosamente misturadas com as gemas.

Ingredientes:

1,5 dl água

150 g açúcar

1 pau de canela

30 g casca de limão fina

30 g casca de laranja fina

3 c. de sopa vinho do Porto Tawny

7 gema de ovo + 1 ovo

50 g manteiga hortelã

Confecção:

Pré-aqueça o forno a 200° C.

Num tacho pequeno, leve ao lume a água, o açúcar, o pau de canela e as cascas dos citrinos (reserve algumas de limão).

Acrescente o vinho do Porto e deixe fer-

ver até atingir os 180°C (ponto de pérola). Encha uma colher de calda e deixe verter o líquido. Se este cair em fio, sob a forma de pérolas, está pronto. Retire do lume e deixe arrefecer. Reserve o pau de canela. Numa taça, bata as gemas e o ovo inteiro com uma batedeira até o preparado duplicar de volume e obter uma cor clara. Unte com manteiga 8 formas de queque e distribua o preparado de ovos, não ultrapassando o meio das formas. Num tabuleiro e em banho-maria, leve as formas ao forno durante 11 minutos. Retire, coloque os papos de anjo num prato fundo e regue-os com a calda de açúcar. Decore com a raspa de limão, o pau de canela e folhas de hortelã.

Gastronomia Portuguesa:

Merengues do Algarve

Os “merengues do Algarve” são um doce tradicional da região do Algarve, conhecido por ser feito com claras de ovos e açúcar, e muitas vezes recheado com doce de ovos, e finalizado com açúcar em pó. A receita tradicional envolve um processo de cozimento em forno brando, onde os merengues são moldados e secos até ficarem crocantes por fora e cremosos por dentro.

Ingredientes: 6 claras de ovos

325 g de açúcar raspa da casca de 1 limão

4 gemas

4 colheres de sopa de açúcar açúcar em pó

Confecção:

Levam-se 250 g de açúcar ao lume com 1 dl de água e deixam-se ferver até o xarope ter ponto de pérola.

Entretanto, têm-se batido as claras em castelo com a raspa da casca de limão. As claras e o ponto devem ficar prontas ao mesmo tempo. Junta-se o xarope de açúcar em fio sobre as claras e sem parar de bater. Juntam-se então os 125 g de açúcar que restam, batendo sempre até o preparado ficar bem duro.

Tem-se um tabuleiro molhado com água fria, sobre o qual se dispõe a massa de merengue moldada com duas colheres como se estivesse a moldar pastéis de bacalhau.

Levam-se os merengues a cozer em forno brando até secarem por fora sem corar muito.

Entretanto, têm-se feito as 4 gemas em ovos-moles com as 4 colheres de açúcar. Unem-se os merengues dois a dois com um pouco de doce de ovos. Polvilham-se os merengues com açúcar em pó.

Há quem coza os merengues sobre uma tábua em vez de tabuleiro. Os merengues devem ficar cremosos por dentro mas duros por fora.

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