Cr3011

# MUSCAP

Tratamento reduz em 45% as mortes anuais pela doença em todo o mundo

Exposição revisita vida, missão e legado de São Francisco

Página 11

Muscap/CR

Simon Maina/AFP/CR

# HIV/AIDS

Página 14

Correio Riograndense CR

Ano 108 - Nº 5.524 - R$ 2,50 - Caxias do Sul - 30 de novembro de 2016 - (54) 3220.3232 - facebook.com/jornalcr - www.correioriograndense.com.br

# AQUECIMENTO GLOBAL

Descarbonizar economia é o desafio

Philippe Huguen/AFP/Correio Riograndense

Para frear efeito estufa, países têm que mudar modelo de desenvolvimento, evitando combustíveis fósseis

# TURISMO

Atividade movimenta R$ 7,4 bilhões no RS

Região da Uva e do Vinho: está entre as quatro de maior peso econômico no turismo gaúcho. Passeio de Maria Fumaça é atração entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa. Página 5

Giordani Turismo/Divulgação/Correio Riograndense

Dióxido de carbono: em média, cada pessoa libera seis toneladas por ano. Economia de baixo carbono exige emissão per capita de no máximo duas toneladas do gás. Página central

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

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CR Editorial 2

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Fatura da mudança climática chega primeiro ao pobre

E

agora, José?, nome do poema mais famoso de Carlos Drummond de Andrade, agora é alcunha do relatório do Greenpeace, que compila os resultados dos principais estudos publicados de 2008 a janeiro de 2016 sobre os impactos das mudanças climáticas no Brasil.

A pergunta de Drummond vale para o mundo, pois o tema não se resume a debates entre diplomatas, cientistas e ambientalistas que se reúnem sob a égide da Organização

das Nações Unidas. É preciso convergência entre a opinião desses e o compromisso político para transformar a urgência ambiental em ação.

Contudo, os prejuízos de um planeta mais quente são caros. Trata-se também de uma questão do cotidiano e que já traz fortes impactos negativos. Hoje mais de 300 mil pessoas morrem a cada ano e mais de 300 milhões são severamente afetados por secas, tempestades e enchentes.

É bom lembrar que o aquecimento global não significa apenas temperaturas mais quentes, mas principalmente a alteração de padrões de comportamento do clima.

No Brasil, quem vai pagar a maior parte dessa fatura será a população mais pobre, alertou o coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Márcio Astrini (leia página central).

A mesma realidade é desenhada para a maioria das nações com clima tropical

e/ou em desenvolvimento. As projeções consideram cenários de aumento da temperatura média global de 1,4°C a 5,4°C até 2100. Apesar das vantagens naturais, como a abundância de terra, água e insolação, o Brasil terá problemas com a produtividade agrícola, com a proliferação de insetos transmissores de doenças, fornecimento de água de qualidade, só para citar alguns. E agora, você?, continua perguntando o poeta.

Correio do leitor

FATO EM FOTO

Fidel Castro sai de cena

Fue el Comandante (foi-se o Comandante), noticiou a imprensa mundial, sobre a morte, aos 90 anos, do líder cubano Fidel Castro, na noite de sexta 25, madrugada no Brasil. O governo cubano decretou luto oficial de nove dias. Fidel será enterrado no domingo, 4 de dezembro. Suas cinzas foram transportadas para a cidade de Santiago de Cuba, onde ele fez o anúncio da vitória da Revolução Cubana, em 1959. Fidel, um dos nomes mais controversos da história do século XX, se despediu da cena política mundial dividindo opiniões: tirano para uns, profeta revolucionário para outros. Seu irmão Raúl Castro é o atual mandatário de Cuba.

Divulgação/CR

Obras públicas

CR Correio Riograndense Leitura crítica FUNDADO EM 13 DE FEVEREIRO DE 1909 A cidadania exige dignidade Filiado à ADJORI-RS e ABRAJORI

Diretor de Redação: frei João Carlos Romanini Editora-chefe: Andressa Boeira Editores-assistentes: Maria de Fátima Zanandrea e Marcelino C. Dezen Editado por: ASSOCIAÇÃO LITERÁRIA SÃO BOAVENTURA/EDITORA SÃO MIGUEL

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nhos adequados ao espírito humanista, aquele que confere a perspectiva da supremacia da dignidade da pessoa humana na construção da nação.

O Brasil nasceu neste contexto cultural e nele ós, cristãos leigos, estamos muito quietos desenvolveu-se. Agora corre o risco de tudo perder frente ao caos moral e à anarquia institucio- por conta da ação de um bando de malfeitores que nal que está se instalando na sociedade. Não tomou o poder político.

Por que as Igrejas cristãs estão caladas? Há basta orar, ter compaixão, fé no Deus misericordioso “redentor dos homens”. Também é preciso muito tempo elas já deveriam estar a denunciar a testemunhar nossa fé na política, na vida diária de corrupção, a incompetência instalada nos órgãos uma sociedade. O Estado brasileiro é laico, mas os governamentais. Em outros momentos souberam homens e mulheres que o compõem, na sua maio- se manifestar na defesa dos direitos humanos. A ria, são fiéis de alguma religião e devem, por co- democracia, a liberdade, o ideal da justiça, da paz e da solidariedade são os erência com sua crença, mais belos frutos coletino dia a dia de suas viA população brasileira sabe que vos da pregação evangédas e profissões, praticar lica. as orientações da fé que sem a competência e dignidade dos Cidadãos de todas as professam. funcionários públicos nada de bom e denominações religiosas O processo democráde permanente será construído e colorações políticas tico no Brasil aperfeidemocráticas precisam çoou-se. No entanto, o povo brasileiro elegeu representantes que foram se unir e exigir, não o apoio a partidos desmoraliresponsáveis pela grave crise que agora estamos zados ou a nomes de lideranças ultrapassadas. Não. atravessando: a corrupção generalizada e a incom- O que deve ser exigido é que os valores éticos que constituem nossa base cultural cristã sejam respeipetência irresponsável se apossaram da pátria.

Nós, o povo, a maioria do eleitorado, somos os tados. Os candidatos não podem ser ladrões, não culpados por esta insustentável situação. Fomos podem ser demagogos.

O que se exige é que a moralidade seja restaurada enganados? Fomos irresponsáveis? Fomos coniantes da aprovação de quaisquer planos para a salventes? Precisamos corrigir o erro praticado.

A democracia, fruto da genialidade da civiliza- vação da economia, do meio ambiente, da seguranção ocidental, surgiu na Europa que, por sua vez, ça ou do emprego. A população brasileira sabe que é resultado da pregação cristã. Assim sendo a civi- sem a competência e a dignidade dos funcionários lização ocidental, nos seus fundamentos, é cristã. públicos, em todos os níveis – operadores que são É a este substrato cristão que precisamos recorrer da promoção do bem comum - nada de bom e de neste instante dramático para reencontrar os cami- permanente será construído.

Eurico Borba

Ex-vice-reitor da PUC do Rio e ex-presidente do IBGE, Ana Rech, Caxias do Sul – RS

N

“Nossa grande estrela, a estatal Petrobras, semidestruída por corruptos de dentro e de fora, pelos superfaturamentos nas obras. Enquanto houver de um lado o setor público e de outro o privado (as empreiteiras), haverá sempre probabilidade de corrupção, a ser combatida. Até a metade do século passado a maior parte das obras públicas era executada pela administração direta. Como era incipiente ainda a nossa indústria, quando necessário, o governo importava os equipamentos e assim as obras fluíam bem. Havia boa estrutura em pessoas e maquinário, e idealismo nos objetivos. Mas no decorrer dos anos houve um desmonte progressivo em favor da iniciativa privada, que absorveu as obras e serviços. Trata-se de um ovo de Colombo. Não havendo faturamentos, não há corrupção. A remontagem é longa e difícil, não só pelo atual vulto do desenvolvimento atual, como pelos interesses econômicos internos e externos”.

A.L. Pereira de Lucena Porto Alegre – RS

Leonardo Boff

Há alguns anos que leio o Correio Riograndense. Mais que pelas notícias, espero ansiosamente pelas colunas, em especial do Leonardo Boff.

Muitos leigos têm sua formação teológica e espiritual através deste jornal de ótima qualidade.

Pergunto: o que é possível fazermos para que ele não saia de circulação na forma impressa?”.

Leandro Luiz Ludwig

Haiti

“Impressionante a reportagem sobre a devastação no Haiti (CR de 2/11). Além da miséria que aflige aquele povo humilde e bom, a natureza também não contribui com eles. Que a solidariedade possa realmente ajudar nossos irmãos haitianos”.

Helena de Almeida Viamão – RS Cartas e e-mails devem conter endereço completo e telefone do remetente.

As correspondências não são necessariamente publicadas na íntegra.

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

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CR Caxias do Sul 3

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# MEIO AMBIENTE

Cidade mais verde

Olhar à vida

JAIME BETTEGA

Algumas lembranças

Inventário de arborização indica avanços e pede cuidados Foto CR

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Inventário nos orgulha”, disse o vice-prefeito, Antonio Feldmann, na apresentação do Inventário Municipal de Arborização Urbana, realizado na terça 22. Elaborado pela empresa Legalize Assessoria Ambiental, o levantamento inédito demandou um investimento na ordem de R$ 600 mil.

Ele integra o Plano Municipal da Mata Atlântica (PMMA), que visa desenvolver ações de preservação do bioma.

Dividido em duas linhas de ação, o censo arbóreo analisou as áreas verdes e as vias e canteiros públicos do município. Considerado um instrumento fundamental para a gestão ambiental, deve provocar uma mudança a ser sentida num prazo de 20 anos.

Em relação às áreas verdes, foram realizados laudos de cobertura vegetal de 589 espaços. Desses, 45 são consideradas prioritários para a conservação da Mata Atlântica. O que chama atenção, positivamente, em Caxias, é que o Índice de Área Verde (IAV) é de 14,22m²/ habitante. Um recorde, se remetido à média nacional e do mínimo indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 12m² por pessoa.

Já nas vias e canteiros públicos, o estudo visa fundamentar o plano de trabalho da equipe de Parques, Praças e Jardins (PPJ), da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma). O levantamento permite conhecer a espécie, seu porte, bem como seu estado fitossanitário e os “conflitos com equipamentos públicos”.

O mapeamento apontou a presença de 463.982 árvores em áreas verdes, num total de 593 hectares de extensão urbana florestada. Em 147 desses locais, no entanto, 51% das espécies encontradas são exóticas.

De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Adivandro Rech, o inventário servirá para a criação do Plano de Arborização Urbana. “De posse destas informações, que são cruciais para o gestor ser capaz de planejar e de direcionar esforços, tenho certeza que ações mais efetivas na melhoria dos serviços ambientais de nossa cidade serão possíveis”, aponta.

Com relação às vias públicas e canteiros urbanos, foram inventariadas 64.122 plantas. Dessas, 35.713 são exóticas e a mais comum dentre elas é o Ligustrum lucidum, popular ligustro, com 5.626

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Araucária: espécie nativa da região Sul está em risco de extinção, aponta estudo Apontamentos do inventário • Áreas verdes: 589, sendo 45 prioritárias – 593 hectares • Indivíduos arbóreos: 463.982 – 647 espécies (498 nativas, 151 exóticas e 18 ameaçadas de extinção) • Índice de arborização: 14,22m²/hab • Árvores em canteiros ou vias públicas: 64.122 • Nativas: 25.888 – a mais comum é a pitangueira • Exóticas: 35.713 – a mais comum é o ligustro

55.829 árvores em conflito • Passeio: 30.306 • Fiação: 9.351 • Pista: 3.725 • Prox. esquina: 3.100 • Com outra árvore: 2.654 • Edificação: 2.293 • Prox. boca de lobo/hidrante: 1.881 • Rede elétrica ou iluminação: 1.660 • Placas de sinalização: 769 • Semáforo: 52

Em risco de extinção • Xaxim – Dicksonia sellowiana • Araucária – Araucaria angustifolia • Figueira – Ficus cestrifolia • Cabreúva – Myrocarpus frondosus • Corticeira-da-serra – Erythrina falcata

unidades. Outras 25.888 são nativas do RS. Foram listadas 3.988 espécimes de pitangueira, cujo nome científico é Eugenia uniflora.

A contagem deflagrou, ainda, que 55.829 desses indivíduos arbóreos das vias apresentam algum tipo de conflito com equipamento público. A maior parte, 9.351 plantas têm contato com a fiação.

Já reparou a diversidade de árvores que existe na rua? O estudo mostra um dado preocupante: a biodiversidade das espécies arbóreas é baixa. Numa escala de zero a 1, no Coeficiente de Mistura de Jentsch QM, Caxias chega a 0,006. Com o mapeamento pronto,

as equipes da Semma irão iniciar um trabalho minucioso para aumentar a biodiversidade e cuidar da arborização já existente.

“Devemos ampliar o horizonte para que as pessoas tenham acesso a isso.

Pode ser como fonte de pesquisa, de ações, de atividade da rede de ensino da cidade. A comunidade deve ter acesso para que possa aprimorar este estudo”, concluiu Feldmann.

Maesa no registro de imóveis

StartUCS abre inscrições

Central de resíduos

O prefeito Alceu Barbosa Velho assinou, na quarta 23, a rerratificação da escritura do prédio do Complexo Maesa. O governo do RS repassou a área ao município, em março de 2016. Entretanto, havia a necessidade de incluir um contrato de locação de parte do espaço. Com a liberação do registro, será concluído o processo de tombamento do espaço.

Seguem até 7 de abril de 2017 as inscrições para a terceira edição do StartUCS. Integrante do Programa de Empreendedorismo da Universidade de Caxias do Sul (UCS), o projeto tem o objetivo de dar suporte e condições para inserir negócios inovadores no mercado. Para participar, basta acessar www.ucs.br/ site/startucs e preencher o cadastro.

A Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca) iniciou a quinta fase de ampliação da Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Rincão das Flores, localizada em Vila Seca. A CTR recebe 360 toneladas de lixo orgânico/dia e terá sua área majorada em 27.500m². O chorume, depois de tratado, é devolvido ao meio ambiente.

Informe CR

a entrada do convento, ao lado da escadaria central, estão dois pés de coqueiros. Sempre gostei de coqueiros. Eles até têm um nome científico e as variedades são muitas. Lembro bem: um frei amigo queria plantar dois coqueiros e meu irmão conseguiu as plantas já adultas. A adaptação foi imediata. Os anos passaram e lá estão os coqueiros. Não faz muito tempo, o cacho estava florido, as abelhas faziam visitas frequentes em busca do néctar. Nestes dias, num daqueles momentos de olhar e pensar longe, percebi que os coquinhos estão todos maduros. O amarelo das frutinhas, então, me transportou à infância.

Um sabor inesquecível: as tardes de domingo eram simples, as brincadeiras tinham as marcas da inocência, o mundo possuía o formato do alcance dos olhos. A intensidade, porém, não dependia de nenhum incremento. Comer coquinhos era um programa muito especial. Os domingos eram aguardados com certa ansiedade.

A simplicidade proporcionava profundas alegrias.

Tudo era motivo para gargalhada. Os brinquedos eram naturais ou fabricados manualmente. Os córregos, “Sempre é com espécies comuns de possível voltar peixes, reuniam os decididos pescadores mirins. O lanche no tempo era feito de frutas silvestres. havia pipoca doce e reavivar Quando ou rapadura, a festa alcançamomentos que va a sofisticação.

O cacho repleto de coquiconfirmam nhos amarelados provocou que, quanto um feliz intervalo. Foram instantes rápidos, num mais simples a tempo de tanta velocidade. é viver. As lemvida, maior a Recordar branças conseguem aliviar as felicidade” preocupações e as crescentes exigências diárias. É maravilhoso ter um ontem capaz de roubar alguns minutos do hoje. O passado é mágico: não ocupa espaço e, ao mesmo tempo, elimina distâncias. Impossível viver bem o hoje sem os parâmetros do ontem. Tudo é aprendizado, conteúdo necessário para novos sonhos. Apenas um pequeno lamento: a grande maioria perdeu a simplicidade das brincadeiras, a transparência dos relacionamentos, o encantamento pela natureza.

Evidente que havia desencontros. Era comum ouvir a expressão: ‘vai catar coquinho.’ Emoções passageiras, trocadilhos sem rancor. O respeito nunca ficava no esquecimento. Os tempos são outros. Tomara que o ritmo acelerado dos dias não roube a oportunidade de olhar, mesmo que seja de forma rápida, os ‘coquinhos’ que amadurecem. Por uns instantes, sempre é possível voltar no tempo e reavivar aqueles momentos que continuam confirmando que quanto mais simples for a vida, maior será a felicidade. Nos próximos dias, no real sentido, irei catar alguns coquinhos maduros, que estão prestes a se soltar do cacho.

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CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

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CR Municípios 4

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# SANTA CATARINA

Projetos beneficiam Alto Vale do Itajaí Empreendedoras levam mais renda e qualidade de vida para o meio rural Divulgação/CR

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gricultoras do Alto Vale do Itajaí se unem e se tornam empreendedoras do meio rural. As amigas Salete de Lourenzi, Marlise Voigt Dalke e Varlene Bastos Bleichvel viram na produção de pães e bolachas chance para prosperar. O Programa SC Rural foi parceiro nessa jornada, com investimentos de R$ 21.298,00, o que representa a metade do valor da agroindústria.

As agricultoras de Trombudo Central se tornaram proprietárias da Indústria de Panificados Aroma Rural, que hoje produz cerca de 1.500 quilos de biscoitos e fatura em torno de R$ 20 mil por mês.

O apoio do SC Rural foi um divisor na história das três agricultoras. Salete conta que antes do projeto estruturante os biscoitos eram fabricados na cozinha da sua casa e eram vendidos somente para os vizinhos e na escola. “O SC Rural nos deu um forno maior, a geladeira e a balança. De contrapartida colocamos as mesas, a fatiadeira, o esqueleto, as caixas, as bacias

Trombudo Central: amigas Salete, Marlise e Varlene apostam na produção de pães e bolachas e reformamos uma peça de 25 m² para ficar de acordo com as normas sanitárias”, relata.

A produção que era de cinco quilos por dia ficou dez vezes maior. Segundo Varlene, a

produção pode aumentar. “Se precisar, fazemos 200 quilos de biscoitos”, afirma. Aliás, as

empreendedoras estão otimistas e pensam em novas conquistas. “Estamos muito felizes por termos chegado aonde chegamos, e queremos continuar, ir mais longe”, avisa Marlise.

Com a panificação, as agricultoras conquistaram a autonomia financeira e melhoraram também a autoestima. A extensionista rural da Epagri, Leonir Lanznaster, acompanha o projeto e acredita que Salete, Marlise e Varlene são exemplo de determinação. “Elas ganham autoestima, socialização, que desenvolve nelas outras potencialidades”, comenta.

Investimentos - O programa SC Rural, que termina em junho de 2017, é responsável pelo investimento de R$ 6,62 milhões no Alto Vale do Itajaí, dos quais R$ 3,9 milhões são provenientes de contrapartidas dos beneficiários e R$ 2,7 milhões em recursos não reembolsáveis. São 16 projetos estruturantes implantados, com 366 agricultores familiares beneficiados.

# NATAL

São Jorge - O grupo da terceira idade Vivendo Melhor, de São Jorge, encerrou as atividades do ano, na Associação Cultural e Recreativa. “A professora Nádia Trevisan orientou a encenação

Vilson Paludo/Divulgação/CR

Flores da Cunha: missas do Galo e do Obrigado marcam evento Divulgação/CR

O Grupo Tholl, com o espetáculo Natal Daquele Ano, é atração do XX Sinos de Natal de Flores da Cunha, dia 3 de dezembro; e em Erechim, dia 10 de dezembro, na programação festiva Cidade do Papai Noel. O espetáculo é gratuito.

Em Flores da Cunha, o evento é gratuito e ocorre no Parque da Vindima Eloy Kunz, às 20h30.

Nesse dia, haverá ônibus com saída do Museu Municipal (av. 25 de julho, 1608) às 19h30 e às 20h, com retorno às 22h, gratuito para toda a comunidade.

Outro evento gratuito ocorre no dia 10 de dezembro. A Orquestra de Teutônia se apresenta na Praça da Bandeira. Nesse dia também ocorre a Feira de Arte e Artesanato ‘Natal & Arte’, com gastronomia e apresentações artísticas.

No dia 24 de dezembro, como de costume, haverá a Missa do Galo, no largo da Igreja Matriz, às 20h. Já no dia 29 de dezembro, ocorre a Missa do Obrigado, na igreja matriz, às 20h.

Gisele Feraboli/Divulgação/CR

Música, danças e espetáculos teatrais são atrações da programação

Encantado: grupo de coral resgata a tradição do canto natalino sobre o Natal”, relata a primeiradama, Jovane Trevisan.

Salvador do Sul - A Secretaria da Cultura, Turismo, Desporto e Lazer de Salvador do Sul e a Associação dos Amigos da Oficina Municipal de Artes (Aaoma) promovem o Natal Fé e Luz. A abertura será com o Natal das Escolas, dia 2, às 20h.

No dia 7, será a vez das mostras de danças. No dia 11, o Coro Municipal realiza o Concerto de Natal. Já a edição do Jipe Noel, com participantes de Salvador do Sul,

São Pedro da Serra e São José do Sul, ocorre dia 18. No dia 20, acontece o Natal da Esperança, no bairro Esperança, às 19h.

Encanto - O Coral de Encantado promove a 28ª edição do Natal Encanto, dia 11 de dezembro, na igreja matriz São Pedro, a partir das 21h. A programação resgata a tradição do canto coral. Serão apresentadas 13 músicas natalinas, sob a regência do maestro Leo Fuhr com acompanhamento do pianista Alexandre Constantino. O evento é gratuito.

São Jorge: terceira idade encerra atividades com peça natalina

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

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CR Reportagem 5

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# RIO GRANDE DO SUL

Turismo movimenta R$ 7,4 bilhões Com 9,2%, região das Hortênsias puxa o valor adicionado; seguem capital, litoral e Uva e Vinho

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Sabrina Schuster/Divulgação/CR

s Atividades Características do Turismo (ACTs), no Rio Grande do Sul, movimentam R$ 7,4 bilhões, o equivalente a 4% do Valor Adicionado Bruto (VAB) do setor de serviços ou, ainda, 2,6% do VAB total do estado. Os números são da Fundação de Economia e Estatística (FEE) e referem-se ao último levantamento, publicado no início do mês com dados de 2013.

Em comparação com o resultado para o Brasil, essa participação fica abaixo da média nacional. Alojamento e alimentação respondem por 50,2% (R$ 3,7 bilhões) do valor adicionado pelas atividades. Quatro regiões se destacam no Rio Grande do Sul: Hortênsias, Porto Alegre, Litoral Norte e a região da Uva e do Vinho (leia baixo).

O fluxo de turistas vem aumentando no mundo com deslocamentos mais acessíveis e aumento das viagens de lazer, estudo e negócios, impulsionados pelo aumento da integração econômica e da renda média mundial. “Conhecer a dimensão deste setor no total de atividades econômicas realizadas numa região possibilita a elaboração de

Rota Romântica: Hortênsias é a região do estado gaúcho, na qual o turismo tem o maior peso políticas públicas para aproveitar melhor o potencial, atrair turistas e dinamizar o desenvolvimento da região”, pondera Guilherme Risco, economista do Centro de Indicadores Econômicos e Sociais da FEE.

Polos - Além das quatro regiões destacadas, ao menos outras três apresentaram o Valor Adicionado Bruto do turismo em proporção do seu VAB total que merece atenção: Central, Costa Doce e Cultura e Tradição. Os 36 muni-

cípios dessas três regiões somam cerca de 11,2% de todo o VAB do turismo do estado, em grande parte pela contribuição dos seus municípios de categoria B (desempenho, como fluxo de pessoas) no Mapa do Turismo.

Na região Central, o destaque é de Santa Maria, quinto município mais populoso do estado em 2013, com quase 84% da sua estrutura produtiva baseada em serviços e principal núcleo urbano da região. Na região Cultura e Tradição, por sua vez, a concentração ocorre sobre o município de Passo Fundo, que é o 12º mais populoso do estado, mas apresenta características estruturais muito similares a Santa Maria e aos demais polos regionais gaúchos.

Ambos os municípios podem ser considerados núcleos de aglomerações urbanas não metropolitanas em ascensão, mesmo que não estejam legalmente constituídos dessa forma.

Por outro lado, Pelotas e Rio Grande, ambos na região Costa Doce, são os dois principais polos da Aglomeração Urbana do Sul. Enquanto Pelotas se assemelha a Santa Maria e Passo Fundo em sua estrutura produtiva concentrada em serviços, Rio Grande apresenta uma participação um pouco mais significativa nos setores da indústria. O que todos esses municípios apresentam em comum é que os quatro são polos de educação para o interior.

Eduardo Seidl/Divulgação/CR

A região das Hortênsias é a região do Rio Grande do Sul na qual o turismo tem o maior peso, o que também é resultado da longa trajetória histórica da população gaúcha no ambiente serrano.

Do Valor Adicionado Bruto total da região, 9,2% são oriundos de atividades características do turismo, número que chega a 16,8% no município de Gramado e 7,1% em Canela, respectivamente a primeira e a segunda colocação como municípios nos quais as atividades do turismo têm maior peso sobre a economia local em todo o estado. Mais da metade do VAB das atividades do setor das Hortênsias é de oferta de hotéis, pousadas e similares.

Porto Alegre é a segunda região em destaque na análise da Fundação de Economia e Estatística, com a peculiaridade de ser constituída por um único município, a capital do estado. Com cerca de 13,2% da população e 17,3% do PIB, a capital abrange 37% de todo o VAB do turismo no RS. Embora conte com grande concentração de eventos nacionais e internacionais, profissionais, esportivos, de lazer e culturais, a capital gaúcha exerce prioritariamente a função de núcleo

Divulgação/CR

Cenários deslumbrantes e rica herança cultural popularizam as regiões

Laçador: atração na capital distribuidor. A cidade se destaca em serviços como agências, operadores de turismo e locação de automóveis, categoria na qual o estado detém uma média de 9,5% no VAB do turismo e Porto Alegre registra 21,8%.

Segundo o economista Tomás Fiori, coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Regional,

Torres: Parque da Guarita, beleza, praia e natureza preservadas pode-se supor que mesmo as empresas que atendem ao interior do RS estejam operando a partir de uma base na capital. “Uma boa parcela do turismo da região das Hortênsias, por exemplo, chega ao estado pelo aeroporto Salgado Filho e, de lá, parte para a região serrana em veículos alugados ou mesmo em ônibus fretados por

operadores sediados em Porto Alegre”, observa.

A região do Litoral Norte do Rio Grande do Sul é a terceira em destaque, com 2,5% do total estadual, em 2013. Desde a primeira metade do século XX o Litoral Norte já contava com a presença de veranistas nas praias da região e um incipiente negócio hote-

leiro, impactando no perfil do desenvolvimento das atividades turísticas da região.

Com 18 municípios, entre os quais Torres, a região pertencente à melhor categoria do Mapa do Turismo Brasileiro (A) quanto à infraestrutura adequada para atender ao turista.

O Litoral Norte é uma região relativamente pobre quando observada do ponto de vista da geração própria de riqueza. Com 75% de sua estrutura produtiva baseada nos serviços, boa parte está associada ao fluxo sazonal dos turistas no verão, especialmente na rubrica que agrega os serviços de alimentação.

A quarta região do Rio Grande do Sul a ser destacada nos indicadores do turismo é a da Uva e do Vinho. Pela sua importância global na economia gaúcha, essa região, com 27 municípios, detém a segunda maior fatia do VAB turístico do RS, com 9,2% do total.

Caxias do Sul é o segundo município que mais contribuiu para o VAB do turismo em 2013, com 5,46% do total do estado e 59,2% da região, ao passo que Bento Gonçalves ocupa a 12ª colocação, com uma fatia de 1,4% do VAB turístico estadual e 15,3% da região.

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

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CR Opinião 6

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A vitória de Trump e a perplexidade generalizada

MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER

A teóloga é autora de “Simone Weil – Testemunha da paixão e da compaixão” (Edusc).

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O futuro da grande nação do Norte passou a vislumbrar-se mestiço e marrom, tendo as peles brancas passado a escassear no panorama

eleição de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos causou perplexidade generalizada. Houve os que se indignaram e levantaram suspeitas de fraude; os que foram para as ruas gritar, reclamar e declarar que não aceitavam a sinistra figura de Trump como seu presidente; outros utilizaram as estatísticas para mostrar que, na verdade, a senadora Clinton ganhara – embora por mínima diferença - no voto popular. A imensa abstenção de quase 50% do eleitorado estadunidense terminara por dar a vitória ao candidato republicano.

Nada disso adianta agora. E o grande irmão do Norte ainda está digerindo a imensa tragédia que lhe aconteceu: a vitória de um candidato despreparado, conservador, sectário e que declara, sem pudor nem vergonha, que pretende deportar oito milhões de migrantes, construir um muro entre o México e os EUA e mandar a conta para os mexicanos etc.

De nada serve chorar sobre leite derramado. A indubitável democracia estadunidense encarregouse de dar início aos rituais de transição. O presidente Obama já recebeu seu sucessor na Casa Branca, de forma a assegurar que os princípios democráticos não sejam agredidos e os resultados das eleições, respeitados.

Mas o mundo treme de medo. O que acontece nos EUA repercute em todas as latitudes. E enquanto alguns temem sérios revezes em seus sistemas econômicos, outros preveem novos surtos de violência, invasões e bombardeios por parte de um país que desde a Segunda Guerra Mundial não

passou um só dia sem envolvimento em alguma guerra.

Trump triunfou apoiado sobre o descontentamento de uma classe média branca revoltada por pagar impostos altos e temerosa de ver os imigrantes latinos crescerem além do previsto. Ocupou o espaço daqueles que alimentam sentimentos nostálgicos em relação ao passado do país com maior prosperidade e sem tantas minorias pretendendo ascender e tomar parte nos privilégios que deveriam pertencer apenas a alguns.

O slogan de campanha de Trump, “Make America great again” (Fazer a America grande novamente), é bastante expressivo dessa mentalidade que deseja voltar aos anos dourados, quando a riqueza estadunidense era exposta na cara de um mundo que, maravilhado, aplaudia, invejava e imitava.

Hoje, os movimentos sociais dentro do próprio país trouxeram para a frente da cena os afrodescendentes, os chicanos e os latinos de todas as proveniências. O futuro da grande nação do Norte passou a vislumbrar-se mestiço e marrom, tendo as peles brancas e leitosas, que se tornam vermelhas como lagostas ao menor raio de sol, passado a escassear no panorama.

Por tudo isso e ainda mais, Trump foi eleito por quatro anos e talvez por oito, quem sabe. O fato é que agora é preciso lidar com a realidade de tê-lo como homem mais poderoso do mundo e não baixar os braços nem desistir da luta. Pois, pior que sua eleição é o desânimo e o desalento que pode povoar corações e mentes, desmotivando sonhos

A religião do medo Frei Betto é escritor, autor de “Reinventar a vida” (Vozes), entre outros livros.

M

uitos cristãos foram educados na religião do medo. Medo do inferno, das chamas eternas, das artimanhas do demônio. E quando o medo se apodera de nós, adverte Freud, transforma-se em fobia.

Recurso sempre utilizado por instituições autocráticas que procuram impor seus dogmas a ferro e fogo, de modo a induzir as pessoas a trocar a liberdade pela segurança.

Quando se abre mão da liberdade, demite-se da consciência crítica, omite-se perante os desmandos do poder, acovarda-se agasalhado pelo nicho de uma suposta proteção superior. Foi assim na Igreja da Inquisição, na ditadura Religião que estalinista, no regime nazista. enche de belas É assim a xenofobia ianque, palavras o terrorismo islâmico e os os ouvidos segmentos religiosos que dão dos fiéis, mais valor ao diabo que a Deus, prometem livrar os fiéis de enquanto limpa emales através da vulgarização seus bolsos de exorcismos, curas milagrosas em flagrante e outras panaceias para estelionato, não enganar os incautos.

Em nome de uma ação passa de um “covil de ladrões” missionária, milhões de indígenas foram exterminados na colonização da América Latina. Em nome da pureza ariana, o nazismo erigiu campos de extermínio. Em nome do socialismo, Stalin ceifou a vida de 20 milhões de camponeses. Em nome da defesa da democracia, o governo dos EUA semeia guerras e, no passado recente, implantou na América Latina sangrentas ditaduras.

Convencer fiéis a abdicarem de recursos científicos, como a medicina, e de boa parte da renda familiar para sustentar supostos arautos do divino é explorar os efeitos sem alertar para as causas. Já que, no Brasil, milagre é o povão ter acesso ao serviço de saúde de qualidade, haja engodo

e lutas importantes não só para o país como para muitos outros segmentos da humanidade.

Ressalte-se aqui como elemento de beleza positiva e elegante no momento pós-eleitoral o discurso sincero e de uma dignidade a toda prova de Hillary Clinton. Nem uma lamentação, nem uma palavra mais ferina, nem uma nostalgia inútil. Só dignidade, altivez e disposição, encorajando os correligionários a continuarem lutando pelo que acreditam. É bom ver uma mulher fazer bonito.

Porém, o comentário mais sério e pertinente veio sem dúvida do Papa Francisco. A sentença do Papa sobre o candidato vitorioso já havia sido pronunciada antes. Referindo-se à declaração de Trump de que pretendia construir um muro na fronteira do México com os EUA, sua Santidade declarou: “Quem constrói muros não é cristão”.

E, após a eleição, disse ao jornal italiano La Republica: “Não faço julgamentos sobre pessoas e homens políticos, quero apenas entender que sofrimento o comportamento deles causa aos pobres e aos excluídos”.

Não parece ser mera coincidência que o novo superior-geral da Companhia de Jesus, o venezuelano Arturo Sosa, recém-eleito, tenha centrado seu discurso final sobre a necessidade de “olhar o mundo com o olhar dos pobres”. Em vez de permanecermos imobilizados em perplexidade inócua ou queixarmo-nos indefinidamente com a eleição de Trump, observemos seu governo com os olhos dos pobres. Aí, sim, poderemos avaliá-lo com mais propriedade e agir segundo os meios e as possibilidades que temos.

Fé narcisista FREI BETTO

religioso travestido de milagre!

A religião do medo alardeia que só ela é a verdadeira.

As demais são heréticas, ímpias, idólatras ou demoníacas.

Assim, reforçam o fundamentalismo, desde o bélico, que considera inimigo todo aquele que não reza pelo seu livro sagrado, até o sutil, como o que discrimina os adeptos de outras tradições religiosas e sataniza os homossexuais e os ateus.

A modernidade conquistou o Estado laico e separou o poder político do poder religioso. Porém, há poderes políticos travestidos de poder religioso, como a convicção ianque do “destino manifesto”, como há poderes religiosos que se articulam para ocupar os espaços políticos.

Até o mercado se deixa impregnar de fetiche religioso ao tentar nos convencer de que devemos ter fé em sua “mão invisível” e prestar culto ao dinheiro. Como afirmou o Papa Francisco em Assis, a 5 de junho de 2013, “ se há crianças que não têm o que comer (...) e uns sem abrigo morrem de frio na rua, não é notícia. Ao contrário, a diminuição de dez pontos na Bolsa de Valores constitui uma tragédia”.

Uma religião que não pratica a tolerância nem respeita a diversidade religiosa, e se nega a amar quem não reza pelo seu Credo, serve para ser lançada ao fogo. Uma religião que não defende os direitos dos pobres e excluídos é, como disse Jesus, mero “sepulcro caiado”. E quando ela enche de belas palavras os ouvidos dos fiéis, enquanto limpa seus bolsos em flagrante estelionato, não passa de um “covil de ladrões”.

O critério para se avaliar uma verdadeira religião não é o que ela diz de si mesma. É aquela cujos fiéis se empenham para que “todos tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10,10) e abraçam a justiça como fonte de paz.

Deus não quer ser servido e amado em livros sagrados, templos, dogmas e preceitos. E sim naquele que foi “criado à Sua imagem e semelhança”: o ser humano, em especial aqueles que padecem fome, sede, doença, abandono e opressão (Mt 25,36-41).

Escritor, compositor e intérprete de músicas.

F

az muitos anos, mas não é ficção. Aconteceu na Itália.

Escreveu um livro, vendeu dez mil exemplares e o sucesso subiu-lhe à cabeça. Saiu criticando a tudo e a todos, mesmo quem tinha escrito sessenta livros.

Compôs um poema e assim que Há apareceu, milhares de saiu cidadãos que criticando têm o que ou ignorando dizer e encar- seus am a cultura colegas ou como arte precursores. maior Seu poema do que chegara ao vender Vaticano! sabonete ou Falava como se simpatia antes dele nada de bom tivesse acontecido na Igreja.

Agora era tudo mais moderno, mais tchan, mais, mais... Ele sabia dizer as coisas.

Comunicação era com ele. Só citava seus colegas de editora.

Grandes pensadores, só os de sua linha espiritual. O resto era lixo. Por melhores que fossem,

PE. ZEZINHO ele os ignorava.

Caiu em si no dia em que, num grande congresso de escritores, ele não foi nem notado pelos participantes. Conheceu mais de quarenta autores de destaque, com mais de vinte obras cada um e todos elogiavam o trabalho um do outro e a maioria lia o que os outros escreviam.

Calou-se. Estava diante de gente que sabia das coisas e cujos livros e obras ele nem sabia que existiam. Ele era o único que nunca tinha lido, nem ouvido o trabalho dos outros.

Encantado com a sua obra e com os elogios recebidos, não tinha tido tempo de ver que há milhares de cidadãos que têm o que dizer, mas sabem como, onde e porquê. E encaram a cultura como arte maior do que vender sabonete ou simpatia. Pediu desculpas e nunca mais desvalorizou a obra dos outros. Naquele dia começou a ser um bom escritor. Aprendera a elogiar e valorizar os concorrentes.

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

CR Estado 7

jornalcr@jornalcr.com.br I www.correioriograndense.com.br

Calamidade financeira

Sartori anunciou pacote de medidas para enxugar a máquina Elza Fiúza/ABr/CR

C

om um cenário de professores em risco de greve, falta de repasses à saúde e a violência crescente, o governador do RS, José Ivo Sartori, anunciou, na segunda 21, um pacote de medidas para conter a crise. Dividido em três grandes áreas, prevê a modernização administrativa, mudanças no serviço público e ajuste fiscal.

Entre as medidas está a redução do número de secretarias. Das 20 existentes, haverá a fusão de três.

A Secretaria-Geral do Governo e a do Planejamento formarão a Secretaria de Planejamento, Segurança e Gestão. As repartições que tratam de justiça e direitos humanos e do trabalho e desenvolvimento, terão designação de Secretaria do Desenvolvimento Social, Trabalho e Justiça. Turismo, Esporte e Lazer será juntada à Cultura, formando a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte.

Das 19 fundações, nove serão extintas. A Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), bem como a Fundação Estadual de Produção (Fepps) e a de Ciência e Tecnologia terão as atividades encerradas, se o pacote for aprovado pela Assembleia.

O governo composto, até então, por 11 companhias estaduais, também passará por reformulações. O pacote de medidas prevê a extinção da Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas (Corag) e a privatização de outras quatro, como a Companhia Estadual de Energia Elétrica (Ceee), a Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM) e a Companhia de Gás do Estado do Rio

Governador RS: José Ivo Sartori Grande do Sul (Sulgás).

As medidas também incluem alteração nas regras do estatuto do funcionalismo público, sobretudo com relação às licenças e o seu impacto nas contas do estado.

Além disso, aumenta a alíquota da previdência dos servidores ativos e inativos dos atuais 13,25% para 14%. Essa alteração daria aos cofres públicos uma receita de R$ 130 milhões. Também limita as pensões previdenciárias ao teto constitucional dos desembargadores do estado. A projeção é que haja a demissão de 1.200 seletistas.

Em entrevista à RedeSul de Rádio, Sartori deixou claro que está cumprindo com suas promessas de campanha. “O que estamos plantando agora, não é para o meu governo. Vamos entregar para os que nos sucederem um Rio Grande melhor do que recebemos”.

O calendário de quitação salarial do funcionalismo também será alterado. A mudança retira a obrigação de pagamento até o

último dia útil do mês. A transferência seria realizada num intervalo entre o quinto dia útil, para os que recebem até R$ 1.300, e o vigésimo, acima dos R$ 6.000.

A maior parte das matrículas, no entanto, deverá receber até o décimo dia.

Outra proposta é de pagar apenas metade do 13º salário dos servidores até o último dia útil de 2016. A segunda parcela seria quitada em novembro de 2017.

Também reduz em 30% os créditos fiscais presumidos referentes a 2016, 2017 e 2018, com impacto financeiro de R$ 300 milhões por ano e antecipa o recolhimento do ICMS pelas empresas do dia 21 para o dia 12.

O pacote, com 38 projetos, foi entregue à Assembleia na terça 22, pelo vice-governador, José Paulo Cairoli. Ele terá de ser votado em dois turnos e terá 30 dias para entrar na pauta dos deputados. A última sessão ordinária do ano está marcada para o dia 23 de dezembro. Caso as medidas não sejam votadas em tempo hábil, Sartori poderá convocar os legisladores de forma extraordinária e sem despesas ao estado.

Ford – O Superior Tribunal de Justiça homologou, na terça 22, o acordo firmado entre a fabricante de automóveis Ford e a Procuradoria-Geral do estado. Com isso, o RS passa a contar com R$ 216 milhões em seus cofres. A entrada de recursos é referente a um processo instaurado em 2000, fruto de desavenças entre o Estado e a empresa sobre a instalação do complexo industrial, em Guaíba.

Panorama geral

marcelino@jornalcr.com.br

Troféu Três Porteiras A Emater/RS-Ascar foi, recen- ria de serviço de apoio ao agrotemente, agraciada com o Troféu negócio. O projeto premiado foi Três Porteiras, da Federação das o “Emater/RS-Ascar e as ações Associações Comerciais e de de assistência técnica e extensão Serviços do RS (Federasul). A rural em apoio ao cooperativisentidade foi destaque na catego- mo”.

Divulgação/CR

# RS

Premiação: apoio ao agronegócio Foragidos Um terço em SP As polícias paulistas têm, hoje, 130.985 foragidos da Justiça para prender. De acordo com dados públicos, esse número representa 57% da população carcerária do estado, que em maio deste ano estava em 229.543 presos. Somente os foragidos paulistas lotariam 170 presídios.

Os presos custodiados nos presídios paulistas representam cerca de um terço da população carcerária de todo país. Dado mais atualizado de todo Brasil tem por referência dezembro de 2014, quando havia 622.202 presos no país. O número atual no estado de São Paulo equivale a 36% disso.

Randon/Troféu Equilibrista O diretor financeiro e de relações com investidores da Randon S.A., Geraldo Santa Catharina conquistou o troféu Equilibrista 2016.

A entrega foi realizada na sexta 18, em Porto Alegre. Conferida pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças/RS, a distinção valoriza os administradores que se destacam pelas estratégias para o equilíbrio das finanças da empresa.

João Carlos Lazzarotto/Div./CR

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Premiado: Geraldo Santa Catharina

# RECONHECIMENTO

Associação Riograndense de Imprensa homenageia jornalista do CR e freis capuchinhos João Carlos Romanini/Div./CR

A Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI) realizou, na segunda 28, durante reunião-almoço na Câmara de Indústria Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), a entrega da nona edição do Troféu ARI Serra Gaúcha.

Foram condecorados jornalistas e outros profissionais da comunicação que se destacaram em seus meios de atuação (quadro).

Entre os homenageados, quatro colaboradores dos meios de comunicação dos freis capuchinhos. Na categoria jornalismo impresso, foi reconhecido Marcelino Carlos Dezen, que trabalha como editor-assistente do Correio Riograndense desde 1983. Frei Osébio Distinção: 13 profissionais da comunicação foram homenageados por sua atuação Borghetti, vanguardista da imprensa regional, recebeu distinção especial. O tradicionalista Omair Trindade também decorado por sua contribuição especial palestra sobre “A nova sociedade da recebeu o troféu, na categoria Comuni- à comunicação. Ele foi o escolhido informação”, do presidente da Assocador. O superintendente da RedeSul e para falar em nome dos agraciados. ciação Nacional de Jornais, Marcelo Maisnova, frei Jaime Bettega, foi conA cerimônia foi acompanhada de Rech.

Troféu ARI Serra Gaúcha Categoria Comunicador

Homenageado Omair Trindade

Contribuição Especial à Comunicação Frei Jaime Bettega Homenagem Especial

Frei Osébio Borghetti

Comunicação Organizacional

Fúlvia S Angeli Gazola

Fotografia e Cinegrafia

Paquito Masiá

Jornalismo Impresso

Marcelino Dezen

Marketing

Eloisa F Venzon

Telejornalismo

Adriana Antunes

Publicidade e Propaganda

Felipe Andreola

Relações Públicas

Giovana Schmitt

Radiojornalismo

Luiz Carlos Souza

Destaque Estadual

Daniel Scola

Destaque Nacional

Paula Sperb

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CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias

Meio Am

# AQUECIMENTO GLOBAL

“Descarbonizar” é o desafio

U

ma palavra ainda pouco conhecida promete ocupar cada vez mais espaço na pauta dos governos e no dia a dia da população mundial nos próximos anos: “descarbonizar”. No jargão das mudanças climáticas, isso significa reduzir as emissões de gases do efeito estufa — especialmente o dióxido de carbono (CO2), gerado na queima de combustíveis fósseis.

Descarbonizar a economia é a missão dos países que se reuniram em Marrakech, na 22ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-22). Para conter o aumento da temperatura da Terra, eles terão de reduzir as emissões desses gases até eliminá-las por completo em algumas décadas.

No encontro, destinado a discutir meios de colocar em prática o Acordo de Paris (construído na COP-21, realizado em 2015), cerca de 200 países confirmaram o compromisso de agir para limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC, ou no máximo 2ºC, em relação ao nível observado no período pré-industrial. Em Marrakech, as nações reunidas decidiram que o “livro de regras” para a implementação do acordo será concluído em 2018.

A transição para uma economia de baixo carbono é “urgente, irreversível e irrefreável”, segundo a secretária-executiva da Conven-

AFP/Correio Riograndense

Para frear o efeito estufa, países terão que mudar modelos de desenvolvimento

Sinais de alerta

Estudos divulgados durante a COP-22 reforçam urgência de combater o aquecimento • 2016 caminha para ser o ano mais quente desde o início das medições, em 1880, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Quinze dos 16 anos mais quentes registrados ocorreram no século XXI. O aquecimento da Terra de janeiro a setembro de 2016 chegou a 1,3ºC acima da média pré-industrial.

• De 79 eventos extremos registrados no mundo entre 2011 e 2015, mais da metade foi parcialmente causada pelas mudanças climáticas ou teve seu risco aumentado por elas, segundo outro relatório da OMM. A seca da Amazônia em 2014 e 2015 é um deles.

Dióxido de carbono: Brasil é o sétimo no ranking de emissões, liderado por China e Estados Unidos ção-Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, Patricia Espinosa. Mas, como disse ela, essa transição vai exigir mais do que mudanças pontuais em atividades econômicas. Será preciso alterar os modelos de desenvolvimento dos países, que terão de abrir mão de fontes de energia como petróleo e carvão. “Seremos a geração que terminará com os combustíveis fósseis”, decretou a diretora-executiva do Greenpeace, Jennifer Morgan, também presen-

• A concentração de dióxido de carbono na atmosfera, neste ano, atingiu o recorde de quase 410 partes por milhão. O nível seguro seria de 350 partes por milhão.

Pegada de carbono • Hoje o mundo libera 36 bilhões de toneladas de CO2 por ano – média anual de seis toneladas por pessoa. Para chegar a uma economia de baixo carbono, a emissão per capita teria que ser de no máximo duas toneladas.

• Uma tonelada de carbono é o mesmo que emite, em um ano: um carro popular a gasolina ou um boi ou um passageiro de avião em voo de 12 horas. Cada tonelada de CO2 liberada provoca perda de três metros quadrados de gelo polar.

te na COP-22.

O Brasil é visto como um dos países-chave nessa mobilização global para frear o aquecimento do planeta. O chefe da delegação brasileira no encontro de Marrakech, o ministro do Meio Ambiente Sarney Filho, garantiu que “vamos passar de fonte de carbono a sumidouro de carbono”. Hoje, o Brasil é o sétimo no ranking de emissões de gases de efeito estufa. A lista é liderada pela China, seguida dos Estados Unidos.

• Se a emissão de gases continuar no nível atual, em 2050, o Ártico ficará completamente sem gelo no verão.

Seria a primeira vez em 125 mil anos.

• No Brasil, as emissões brutas de CO2 aumentaram 3,5% em 2015, relativamente a 2014, segundo o Observatório do Clima. Passaram de 1,86 bilhão de toneladas em 2014 para 1,92 bilhão em 2015. O aumento foi puxado pelo desmatamento na Amazônia, que cresceu 24% em 2015, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Na COP-21, no ano passado, as nações signatárias do Acordo de Paris apresentaram suas metas de redução de emissões. O Brasil se comprometeu a cortar 43% de suas emissões até 2030, em relação aos níveis de 2005. Para isso, pretende investir em fontes renováveis de energia, eliminar o desmatamento ilegal e recuperar pastagens e florestas degradadas Com a recente entrada do acordo em vigor, em 4 de novembro, as metas do Brasil já não são apenas intenções. São um compromisso oficial, ratificado pelo Senado em agosto. Agora é hora de discutir as mudanças necessárias, de definir como as metas serão incorporadas ao planejamento nacional, defende o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), que participou da COP-22.

Cumprir as metas de redução das emissões será uma tarefa complexa, avalia o consultor legislativo do Senado Habib Fraxe Neto. “Um exemplo é a meta de recuperação de 15 milhões de hectares de pastos degradados.

Uma área dessa dimensão en-

Camila Domingues/Div/CR

Brasil precisa investir em fontes renováveis de energia e eliminar desmatamento ilegal Mudanças no dia a dia • A gasolina e o óleo diesel devem dar lugar a biocombustíveis, como biodiesel e etanol. Em 2015, esses combustíveis renováveis atenderam 21% do abastecimento do país.

Osório (RS): parques eólicos ajudarão no cumprimento das metas volve milhares de propriedades rurais, tem que providenciar assistência técnica, juros diferenciados para que os produtores busquem financiamento, capacitação de agentes financiadores. Não são desafios simples”, aponta.

Quanto à redução do desmatamento, segundo ele, é preciso encontrar formas de preservar a floresta e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento econômico da respectiva região, pois a população local muitas vezes depende da mata.

• A agropecuária e a indústria terão que melhorar suas formas de produção, para reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

• Os carros elétricos devem substituir os de motor a combustão. Eles ainda são raros no Brasil e não passam de 1,3 milhão no mundo, mas estima-se que serão ao menos 150 milhões em 2040.

• Eliminar o desmatamento ilegal é essencial para que o Brasil consiga cumprir suas metas. Isso exigirá o cumprimento do Código Florestal e uma maior articulação dos governos no combate aos crimes ambientais.

• O transporte público deverá ser priorizado nas cidades, que deverão adotar também veículos não motorizados, como bicicletas.

• Muitos países poderão adotar uma “taxa de carbono” para atividades, empresas e produtos relacionados a emissão de gases de efeito estufa.

• Será preciso investir em energia limpa, como a eólica e a solar. Formas de energia que usam combustíveis fósseis, como a das termelétricas, deverão ser abandonadas.

• Teremos que adotar um consumo consciente, com combate ao desperdício (alimentos, água e luz) e valorização de produtos menos poluentes e produzidos localmente, que não exigem transporte.

Um mecanismo que pode ajudar no alcance das metas do clima é a atribuição de um “preço” às emissões de carbono feitas por empresas e produtos. A ideia é tornar mais vantajosos modelos de produção limpos e deixar mais onerosos os poluentes. Isso

poderia ser feito por meio de uma “taxa de carbono”, imposta a quem emite mais, ou por meio de mercado de carbono, que busca incentivar empresas e serviços a reduzir emissões. Mais de 40 países já precificam o carbono.

s do Sul, 30 de novembroo de 2016

mbiente

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CR

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Mudanças climáticas vão agravar as desigualdades Considerando um aquecimento global entre 1,4ºC e 3,7ºC, o pior cenário para a atividade em cada região, em relação à perda de áreas produtivas, seria:

SUL Milho: diminuição de até 3,4 milhões de hectares – ou de até 10,2% Soja: diminuição de até 19,4 milhões de hectares – ou de até 98,8% Arroz: redução de até 9,7 milhões de hectares – ou 28,6% SUDESTE Milho: diminuição de até 22 milhões de hectares – ou de 40,2% Soja: redução de 4,8 a 7 milhões de hectares – ou de 74% Arroz: diminuição de até 27,8 milhões de hectares – ou 51% NORDESTE Milho: diminuição de até 8,1 milhões de hectares – ou 21,1% Soja: diminuição de até 3,9 milhões de hectares – ou de até 15,6% Arroz: diminuição de até 7,1 milhões de hectares – ou 22,5%

Soja: com aquecimento entre 1,4ºC e 3,7ºC, Sul perderia 98,8% da área produtiva para a cultura e de pastagens deve impactar no preço que nós, consumidores, pagamos pelos alimentos. Isso ocorrerá para a carne, além de milho, soja, algodão, arroz, feijão, açúcar e etanol - muitos destes produtos fazem parte da cesta básica brasileira. A carne bovina, por exemplo, pode ficar até 25% mais cara para os consumidores. Isso abriria espaço para

o mercado de outras carnes, como lizando perdas de R$ 3,6 trilhões a de frango e a suína, por exemplo. daqui até lá. Um dos fatores mais relevantes para a grande perda no PIB - Entre 2002 e 2016, eventos PIB são justamente os impactos climáticos extremos causaram uma previstos para a agropecuária. Muperda econômica média de 0,68% danças nos padrões das chuvas e a no PIB - ou de R$ 278 bilhões no diminuição de áreas de baixo risco período. Até 2050, se o aquecimen- para o plantio podem trazer grandes to global superar 1,4 °C, o PIB pode prejuízos para a produtividade no diminuir até 2,3% a cada ano, tota- campo.

Vulnerável: Nordeste mais afetado

País viverá nova onda migratória Segundo o relatório do Greenpeace, as perdas no PIB decorrentes do aumento da temperatura da Terra não serão uniformes entre os estados. Aqueles com maior vulnerabilidade econômica e fragilidade social, como os do Nordeste, sofrerão mais perdas. A queda no PIB regional pode levar ao aumento da pobreza e impactar principalmente a população de menor renda. É possível que isso leve a uma nova onda migratória em direção a cidades e estados com mais oportunidades de emprego e renda. E são justamente esses brasileiros mais pobres que terão mais dificuldade para migrar e lidar com os impactos das mudanças climáticas.

Os estudos projetam, até 2070, intensa migração principalmente

para estados da região Norte, de pessoas partindo, em sua maioria, do Nordeste.

Amazônia - A intensa migração para a região Norte vai gerar pressão sobre a Floresta Amazônica.

Algumas análises podem ser feitas com base em dados já existentes.

Em períodos mais quentes e com mais nuvens, observou-se na região a redução de produtividade da floresta. Isso significa que foi menor a taxa de crescimento de árvores e vegetações e, portanto, menor também foi a absorção de gás carbônico contido no ar. Os períodos de seca na Amazônia seriam tão intensos e longos que a floresta daria lugar a uma vegetação de características de savana.

CENTRO-OESTE Milho: diminuição de até 5,5 milhões de hectares – ou de até 8,2% Soja: diminuição de até 13,5 milhões de hectares – ou de até 20,4% Arroz: redução de até 8,7 milhões de hectares – ou 12,9% NORTE O estudo não mostra impactos relevantes na quantidade de área de baixo risco para a agricultura, mas não considera os riscos do desmatamento nem o crescente aumento de temperatura que tem sido associado à perda de floresta.

Se durante este século a temperatura da Terra subir 4ºC, a maior parte do território brasileiro apresentará estresse muito forte ou extremo devido ao calor. Ocorrerá maior proliferação de doenças.

Se o aquecimento global chegar a 4ºC, o Brasil se tornaria um lugar ainda mais propício para disseminação do Aedes aegypti – mosquito vetor de doenças como dengue, chikungunya e zika. Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo passariam a ter ambientes favoráveis para a proliferação de um dos mosquitos transmissores da leishmaniose.

Com um aumento a partir de 1,4ºC, a seca no semiárido brasileiro deve aumentar de forma progressiva e sem precedentes. Quem não tiver condições econômicas para deixar suas terras, terá de encarar o aumento da desnutrição e a perda de até 80% da produção de subsistência.

Aedes aegypti: proliferação

Wilson Dias/ABR/CR

Mais mosquitos

Divulgação/CR

ABr/CR

Agricultura - Tão dependente das condições naturais, a atividade agropecuária brasileira, fundamental também para a economia, está muito suscetível aos efeitos do aquecimento global. Mudanças nas condições climáticas regionais podem provocar realocação de algumas culturas. A produção de mandioca, por exemplo, deve sair do Nordeste, muito seco, e migrar para áreas de Cerrado e da Amazônia.

A redução de área agricultável

A agricultura até 2040

Carina Domigos/Divulgação/CR

Contas de luz mais altas, falta de água de qualidade para a população, proliferação de algumas espécies de mosquitos transmissores de doenças, queda de produtividade de culturas como milho e feijão, impactos negativos na economia, fatores que podem diminuir a renda média e a qualidade de vida dos brasileiros.

Essas são algumas das consequências das mudanças climáticas previstas para o Brasil por dezenas de pesquisas e projeções analisadas que consideram, em sua maioria, cenários de aumento da temperatura média global entre 1,4°C e 5,4 °C até 2100. E serão as populações mais pobres e vulneráveis as principais afetadas pelo fenômeno.

Esses dados estão no relatório “E agora, José? O Brasil em tempos de mudanças climáticas”. Lançado pelo Greenpeace durante a COP22, o relatório analisa 46 estudos publicados entre 2008 e 2016 e traz, pela primeira vez, uma síntese do conhecimento acumulado até então.

Santa Catarina: deslizamentos crescem no país

Cenário é de secas e inundações Uma das consequências das mudanças climáticas mais enfatizadas é o aumento de eventos climáticos extremos e, por consequência, de desastres naturais. Os tipos que mais afetam o Brasil são as secas, inundações e deslizamentos de terra. O número de desastres no país já vem aumentando nos últimos anos.

Deslizamentos de terra são o tipo de desastre que mais crescem no país. Na maior parte dos casos, ocorrem em regiões de ocupação irregular e as pessoas em situação de pobreza são as mais afetadas por sua vulnerabilidade.

Litoral - Com um planeta cada vez mais quente, as calotas polares irão se derreter mais rápido e a água do mar, se expandir, aumentando os níveis dos oceanos. No longo prazo, isso trará grandes impactos para as cidades litorâneas e para a infraestrutura costeira.

No Brasil, podem acontecer desde prejuízos à estrutura de portos, até a redução da superfície terrestre de cidades. Em um cenário de aumento médio de temperatura global entre 3°C e 5°C, a elevação do nível do mar pode gerar risco de prejuízos materiais de até R$ 207,5 bilhões ao longo de toda a costa brasileira.

Caderno Litúrgico

CR Correio Riograndense Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016 – Edição nº 5524

Equipe de liturgia da paróquia Imaculada Conceição* Bairro Rio Branco, Caxias do Sul - RS

PERÍODO DE 18 DE DEZEMBRO DE 2016 A 26 DE MARÇO DE 2017

Deixar-se guiar pelas coisas de Deus – 18 de dezembro (Roxo)

Vem, Jesus, nossa alegria e esperança

Felizes são os pobres em espírito, os que reconhecem a sua pequenez diante da grandeza, da misericórdia sem medidas, do amor incondicional de Deus e nele depositam toda sua esperança, como destaca a reflexão da liturgia de 29/01/2017.

No sermão das bem-aventuranças está o manual do discípulo de Jesus Philippe de Champaigne/Reprodução/CR

F 4º domingo do Advento

(Preparar: Acolhida: Mulher grávida e esposo ou uma família acendem a 4ª vela da coroa do Advento; Ato Penitencial: Coração, pacote de presente e livro de novena; Evangelho encenado; Preces: erguer o Coração) Acolhida Animador: Irmãos e irmãs, alegremo-nos, pois a festa tão esperada, o Natal, está chegando.

Acendendo a 4ª vela da coroa do Advento estamos completando uma caminhada de preparação, oração e cultivo interior para acolhermos o Salvador. Maria, em sua absoluta disponibilidade à vontade de Deus, aceita ser a Mãe do Messias, o Filho de Deus. Que o exemplo de fé, amor e doação de Maria transforme os nossos corações, e que o mundo se torne um grande presépio. Acompanhemos a procissão de entrada, cantando.

Ato penitencial Animador: Com o desejo de conversão, pedimos perdão a Deus e aos irmãos: - Por não nos preocuparmos em preparar nosso coração para acolher Jesus Menino, Senhor tende piedade de nós.

- Por darmos demasiada importância aos presentes e festas, esquecendo d’Aquele que é o grande presente, Jesus, centro da nossa vida, Cristo tende piedade de nós.

- Por procuramos desculpas para justificar a nossa ausência nos encontros de família na preparação do Natal, Senhor tende piedade de nós.

Liturgia da palavra Animador: Deus preparou o seu povo para receber o Messias, nascido de uma Virgem por obra do Espírito Santo. Ouçamos com atenção.

1ª Leitura: Is 7,10-14

nosso sim a Deus possibilitará que Jesus continue presente entre nós.

O sim de José e Maria representou um compromisso com Deus e a humanidade. Nosso sim também representa um compromisso semelhante. Somente que diz sim a Deus consegue dizer não às coisas que não são de Deus. Para celebrar verdadeiramente o Natal do Senhor, é preciso dizer sim a ele e não às coisas que desagradam a Deus.

Preces da comunidade Animador: Jesus irá chegar!

Confiantes, rezemos, afirmando: Vem, Jesus, nosso coração te acolhe!

1 – Quando nos preparamos para a chegada de Jesus através da oração e dos encontros em família, afirmamos: 2 – Quando vivemos a acolhida, a solidariedade e o amor, afirmamos: 3 – Quando vamos ao encontro de quem sofre, de quem necessita de uma palavra de ânimo e esperança, afirmamos: 4 – Quando deixamos de ver o Natal como uma festa de presentes, do colorido e de preparações externas, afirmamos: Ofertório Animador: Pão e vinho são transformados no corpo e sangue de Cristo. Neste ofertório, entregamos nosso coração para que se transforme, e se torne repleto de paz e esperança.

2ª Leitura: Rm 1,1-7 Evangelho: Mt 1,18-24 Reflexão: Aproximando-nos da solenidade do Natal, a liturgia nos convida a olhar para dois personagens muito importantes na história da salvação: José e Maria. Ambos são modelo de humildade, fidelidade e de justiça, elementos essenciais para que o Natal não seja apenas mais uma festa de final de ano.

Isaías nos fala de um grande sinal: “Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome

de Emanuel”. É um sinal estranho e confuso, porém, grandioso. O grande apelo deste domingo é que estejamos atentos aos sinais dessa presença de Deus conosco. Todos os dias Deus emite inúmeros sinais na nossa vida, mas nem sempre percebemos. Às vezes a nossa insensatez, nossa falta de fé e senso de justiça nos impedem de percebê-los.

Paulo, nos fala da obediência na fé. A mesma fé e senso de justiça que levou José a aceitar Maria como esposa depois do anúncio de que ela estava grávida. Estamos

acostumados a refletir sobre o sim de Maria, mas hoje é o sim de José que ecoa em nossos ouvidos. José e Maria estão sintonizados. Ambos tiveram dúvidas, receio, medo, insegurança e outros sentimentos humanos quando o anjo lhes anunciou a gravidez. Porém, ambos, pela fé, por serem pessoas de Deus, tiveram a atitude mais acertada, aceitando a vontade de Deus. Para ouvir e entender a voz de Deus é preciso que sejamos como José, pessoa justa, sem maldade no coração. O sim de José e Maria possibilitou que Jesus nascesse para a humanidade. O

Comunhão Animador: Maria guardava e meditava no silêncio do seu coração o mistério de Deus. Que ela nos ajude a participar dignamente desta Eucaristia, nossa força e alimento.

Mensagem final Animador: Neste Natal, sejamos receptivos ao sentimento do puro amor que os personagens do presépio revelam, preparando o nosso coração como uma manjedoura para acolhermos aquele que dá sentido a esta data e, assim como Maria e José deram o seu sim, possamos dar o nosso sim à chegada do Menino Jesus.

*Adélia Fontana • Clari Brustolin • Daiane Maria Gaiardo • Geni Onzi Isoppo • Maria Inês Palavro • Marinês Zitkoski • Nilo e Milena De Cesero • Frei Carlos Rockenback

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CADERNO LITÚRGICO Reprodução/CR

F Natal do Senhor – 25 de dezembro (branco)

Converter-se para a partilha justa e fraterna

Acolhida Animador: Alegrai-vos e exultai de alegria! É Natal! Nasceu para nós o Salvador na gruta de Belém, um ambiente simples e pobre, mas de caráter plenamente nobre, porque Deus está aí, nas feições de uma criança. Queremos acolhê-lo na manjedoura de nossa alma, em nosso ambiente familiar e comunitário. Unindo-nos às alegrias natalinas de crianças e jovens e de todas as pessoas de boa vontade, acolhamos a imagem do Menino Jesus que será trazido por uma família, cantando.

Ato penitencial Animador: Jesus nasceu pobre entre os pobres. Ele não encontrou acolhida nos corações fechados, prepotentes e indiferentes.

- Porque muitas vezes fechamos o coração a Cristo presente nos pobres, Senhor, tende piedade de nós.

- Porque não reconhecemos nele a Palavra viva e libertadora do Pai, Cristo, tende piedade de nós.

- Porque as vezes esquecemos

o verdadeiro sentido do Natal, fazendo dele uma mera festa social, Senhor, tende piedade de nós.

Glória Animador: Unamos nossa voz, ao coro dos anjos e com alegria exultemos, cantando glórias a Deus.

Liturgia da palavra Animador: A Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós. Ouçamos com alegria esta Boa Notícia.

1ª leitura: Is 52,7-10 2ª leitura: Hb 1,1-6 Evangelho: Jo 1,1-18 Reflexão: Celebramos com alegria o Natal do Senhor, o cumprimento da promessa de Deus. Nasceu para nós o Salvador, o Príncipe da Paz, a Luz das luzes. É a luz que ofusca totalmente as outras luzes. É a luz eterna, a luz de Deus. É de luz que fala a liturgia desse dia de Natal.

O profeta Isaías fala da beleza dos pés de quem anuncia e prega essa luz, figurada na paz. Nasceu aquele que é o Príncipe da Paz. É a sua paz que devemos agora anunciar e testemunhar. É tempo de ale-

F Santa Maria, Mãe de Deus – 1º de janeiro de 2017 (branco)

Maria, missionária da paz (Preparar: Procissão de entrada: Imagem de Nossa Senhora. Glória: Número 2017 grande. Ofertório: Calendários de 2016 e 2017) Acolhida Animador: Irmãos e irmãs, sejam todos bem-vindos, para celebrarmos a Ação de graças ao Senhor, no término de mais um ano e o início de um ANO NOVO. Que seja um ano de esperança, de amor e paz. Na liturgia, celebramos a festa de Maria, Mãe de Deus, e por meio do Filho, Mãe de cada pessoa que nasce para a vida de Deus. Comemoramos também o Dia Mundial da Paz, aquela paz que Maria encontrou no abraço de Deus e que seu Filho Jesus veio trazer ao mundo, como Príncipe da Paz. Com alegria e fé, acolhamos a imagem de Maria, a Rainha da Paz, cantando.

Ato penitencial Animador: A paz nasce da justiça e do perdão. Peçamos a paz para o mundo e para o nosso coração. Supliquemos a misericórdia de Deus, para iniciarmos, com Maria, uma vida nova.

- Somente um coração em paz pode levar paz para o mundo. Pelas vezes que acalentamos violências, vinganças e invejas dentro de nós, Senhor, tende piedade de nós!

- Somente existe paz onde há justiça. Pelas vezes que enganamos, que exploramos ou prejudicamos os outros, para levar vantagem, Cristo, tende piedade de nós!

gria. Não uma alegria superficial, passageira, mas uma alegria verdadeira e duradoura. Deus, através da vinda do seu Filho, consolou o seu povo, devolveu-lhe a esperança, resgatou-nos do pecado. É Deus mostrando seu poder e sua misericórdia. Deus revelando o quanto nos ama a ponto de vir até nós de forma tão acessível.

A segunda leitura nos apresenta Deus falando conosco através do seu Filho. Ele falou a fala de muitas maneiras, mas agora fala por Jesus e em Jesus. É Deus que se fez um de nós para que pudéssemos ter acesso a ele. Jesus é “o esplendor da glória do Pai”, a quem devemos adorar. Mas adorar significa cumprir sua Palavra, viver os seus ensinamentos, conformar a vida de acordo com os seus preceitos de amor e de justiça.

O Evangelho nos fala do verbo Reprodução/CR

(Preparar: Procissão de entrada: Uma família entra com a imagem do Menino Jesus e o coloca no Presépio)

- Somente existe paz onde há perdão. Pelas vezes que fomos insensíveis e intolerantes, fechando o coração para a reconciliação, Senhor, tende piedade de nós!

Glória Animador: Unidos a Maria, a Rainha da Paz, Mãe de Deus e nossa Mãe, cantemos glórias a Deus por nos ter dado Jesus, o Príncipe da Paz. Liturgia da palavra Animador: A presença de Deus é bênção de vida, liberdade e paz, para toda a comunidade humana. Ouçamos.

1ª leitura: Nm 6,22-27 2ª leitura: Gl 4,4-7 Evangelho: Lc 2,16-21 Reflexão: Celebramos neste primeiro dia do ano, a solenidade de Maria, Mãe de Deus. Abrimos o ano sob a proteção daquela que, melhor do que ninguém, soube ser obediente a Deus, fator primordial para um mundo de paz, sendo que hoje celebramos também o Dia Mundial da Paz. Comemoramos o ano terminado com suas vitórias e derrotas, e suplicamos as bênçãos de Deus por um ano de saúde, paz e prosperidade para todos.

Na primeira leitura, acolhemos a “Bênção de Aarão”, que mostra o desejo de Deus que seu povo trilhe seus caminhos, que seja um povo obediente a ele e que o tenha como único Deus e Senhor. Essa bênção

estreita a sintonia e os laços com Deus, algo fundamental na nossa vida espiritual para que tenhamos um ano bom. Quem tem Deus junto a si e trilha os seus caminhos, certamente terá um ano abençoado e multiplicará com os outros as bênçãos recebidas.

Bênção é desejar o bem, buscá-lo em sua fonte que é Deus, e fazer o bem, lutando pela justiça, paz, igualdade e dignidade de todos, tornando-se, assim, bênção para os outros. Acolhamos, portanto, as bênçãos de Deus, e abençoemos nossos irmãos e irmãs.

Se assim procedermos, teremos todos nós uma vida repleta de bênçãos e um ano de graças abundantes. A última súplica da bênção é que Deus nos conceda a paz. A paz tão sonhada, desejada por todos; a paz de Cristo que não é mera ausência de guerra, mas é fruto da justiça, da igualdade, da fraternidade; a paz da qual São

de Deus que se fez carne e habitou entre nós. Deus, que no princípio era a Palavra, agora se concretiza na pessoa de Jesus, luz do mundo.

João veio anunciar esta grande luz para a humanidade. Luz no sentido de dissipar as trevas, o poder da morte e tudo aquilo que representa escuridão na vida do povo. Ao acolher essa luz em nossa vida, tornamo-nos também filhos de Deus.

Renascemos do próprio Deus. Assim, o que era Palavra passa a ser carne, se concretiza na nossa vida.

Preces da comunidade Animador: Deus se faz um de nós. Ele está entre nós, partilha conosco a vida, escuta e atende nossas súplicas. Após cada prece, rezemos: Deus de amor, escutai nosso clamor.

1 – Por toda a Igreja, para que acolha com alegria a Palavra viva

do Pai, presente entre nós nas feições do Deus Menino nascido em Belém, rezemos.

2 – Por todos os excluídos e descartados da sociedade, para que sintam o amor e a ternura de Deus que nasce com e como eles, rezemos.

3 – Por nossas comunidades, para que anunciem e testemunhem com alegria a Palavra viva do Pai presente entre nós na pessoa de Jesus Cristo, rezemos.

4 – Por todos os enfermos e abandonados, para que encontrem conforto e alegria, nas pessoas que vivem o verdadeiro sentido do Natal, rezemos.

Ofertório Animador: Junto ao pão e ao vinho ofereçamos a Deus o presépio de nosso coração, para acolher Jesus que vem a nós em cada irmã, em cada irmão.

Comunhão Animador: Hoje é dia de festa.

A palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós. Ele é o Pão descido do céu para a vida do mundo.

Recebamo-lo com alegria.

Mensagem final Animador: Deus se faz gente como nós para revelar o amor fiel que tem para conosco. Acolhamos este amor no presépio de nosso coração, e com alegria, testemunhemo-lo amando os nossos irmãos e irmãs

Francisco de Assis foi instrumento; a paz que o Papa Francisco anuncia com tanta insistência.

Maria, por sua fidelidade à vontade de Deus, nos apresenta, na pobre manjedoura de Belém, o Príncipe da Paz, que é reconhecido, acolhido e adorado pelos pobres pastores. A paz só é possível se conformarmos nossa vida com a do Deus Menino. Precisamos reconhecê-lo e encontrá-lo hoje.

Ele continua nas manjedouras dos nossos tempos, e não nos palácios e maternidades de primeira linha; ele continua nascendo onde menos se espera, embaixo dos viadutos, nas favelas, nos grandes bolsões de miséria, nos lugares que sobram para os pobres nascerem. A manjedoura é um lugar impróprio para uma mãe dar à luz, mas Deus quis estar ali em solidariedade a todas as mães que não tem onde dar à luz; ele quis se aproximar dos excluídos para resgatá-los e devolver-lhe a dignidade perdida.

Maria, a Rainha da Paz, contemplava e guardava todos estes acontecimentos maravilhosos que Deus realizava em seu coração, numa atitude de plena confiança em Deus, deixando que ele guie a vida, suas ações e todos os acontecimentos. Neste Ano Santo Mariano, sigamos o seu exemplo.

vida, em todos os dias do novo ano, supliquemos.

2- Jesus é ESPERANÇA do mundo. Para que possamos viver e irradiar a esperança em todos os dias do novo ano, supliquemos.

3- Jesus é PAZ do mundo. Para que possamos ter paz no coração e promovê-la no mundo, em todos os dias do novo ano, supliquemos.

4- Jesus é LUZ do Mundo. Para que possamos ter luz no coração e sermos portadores de luz para o mundo, supliquemos.

5- Jesus é AMOR do Mundo. Para que possamos nos envolver no amor e testemunhá-lo para os irmãos e irmãs do mundo, em todos os dias do novo ano, supliquemos.

Preces da comunidade Animador: Com Maria, a Mãe de Jesus - Príncipe da Paz, peçamos, para que, neste novo ano, o mundo seja abençoado, como uma comunidade de paz. Supliquemos: Senhor, dai-nos a vossa paz!

Mensagem final Animador: Ao desejarmos Feliz Ano Novo, lembremo-nos de que somente a felicidade e a paz que damos aos outros são a felicidade e a paz que teremos para nós. Que a bênção da nossa Mãe, a Missionária da Paz, desça sobre nós, nossa família e nossa comunidade, para termos paz e alegria neste Ano Novo.

1- Jesus é VIDA do mundo. Para que possamos respeitar e promover a

Ofertório Animador: Ofereçamos ao Senhor tudo o que aconteceu em nossa história, no ano que termina, juntamente com nossas esperanças e planos para o Ano Novo que confiamos ao Deus da Paz. Comunhão Animador: Com Maria, acolhamos a Jesus, o Príncipe da Paz, que nasce em nós, como amor e vida e nos une aos irmãos e irmãs, em comunhão de paz.

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CADERNO LITÚRGICO

F Epifania do Senhor – 08 de janeiro (branco)

Jesus, a luz que une os povos

(Preparar: entrada: uma estrela com a palavra PAZ. Para a Liturgia da Palavra, 3 personagens representando os Reis magos trazendo uma vela cada um e saindo de vários lugares na igreja. Eles podem fazer o Evangelho dialogado ou encenado.

Para o ofertório, 3 caixas de presente com a palavra AMOR, SOLIDARIEDADE e JUSTIÇA. Depois levar as caixas até o presépio) Acolhida Animador: A festa da Epifania, celebramos Jesus manifestando-se a todos os povos, representados pelos magos. Eles visitam Jesus, seguindo a estrela e o acolhem como Messias que vem salvar e reunir a humanidade. O amor é a estrela que guia a unidade entre os homens. Quando uma multidão de raças, povos e línguas saúda a Deus, a família humana se compraz e começa um novo tempo de paz e harmonia.

Ato penitencial Animador: Os magos seguiram a estrela e vieram adorar o Menino Deus. E nós, a quem seguimos? A quem adoramos?

- Porque nos deixamos levar e iludir, seguindo as falsas luzes do mundo que apontam para o individualismo, Senhor, tende piedade de nós!

- Porque achamos que todos devem pensar, sentir e fazer tudo como nós, não aceitando as pessoas que são diferentes, Cristo tende piedade de nós!

- Há brilho e barulho demais ofuscando a estrela do amor de Deus. Por nossa indiferença e negligência no

conhecimento de Deus, Senhor, tende piedade de nós.

Glória Animador: Com os magos adoremos a Deus, que se manifesta em Jesus, como luz que ilumina os povos, reunindo a todos na fraternidade e no amor.

Liturgia da palavra Animador: O profeta se alegra porque a luz divina se ergue sobre Jerusalém e atrai povos de todos os lugares da terra para conhecerem as maravilhas de Deus. Alegremo-nos, pois a luz divina brilha sobre nós.

Acompanhemos a cena e escutemos.

(As velas que trazem, podem ser colocadas embaixo da estrela com a palavra PAZ e podem permanecer no altar se o evangelho for dialogado e fazer a fala dos magos).

1ª Leitura: Is 60,1-6 2ª Leitura: Ef 3,2-3a.5-6 Evangelho: Mt 2,1-12 Reflexão: Celebramos hoje a manifestação do Senhor a todos os povos. A liturgia nos convida a perceber como Deus se manifesta, hoje, entre nós.

Quais são os sinais dessa manifestação? Como estamos reagindo diante deles? O que nos ensinam?

Isaías nos fala de uma Jerusalém iluminada pela luz, que é o Cristo Jesus. Uma Jerusalém que se encontrava em meio a nuvens escuras e trevas. Agora ela está iluminada pela estrela de Deus, a luz de brilho eterno.

Com isso podemos perguntar: Quais

F 2º domingo comum – 15 de janeiro (verde)

Deus está vivo entre nós (Preparar: um quadro com a imagem de Jesus amoroso; no ofertório colocar aos pés do quadro a expressão: Vida Nova) Acolhida Animador: Queridos irmãos e irmãs, sejam todos bem-vindos! João Batista proclamou que Jesus é o Filho de Deus e que, na condição humana, habitou entre nós. Felizes, nos juntamos a João Batista, e queremos experimentar esta revelação: Deus está vivo e caminha conosco! Cantemos jubilosos.

Ato penitencial Animador: Para viver a experiência divina precisamos testemunhar, através de nossas vidas, que amamos e que conhecemos Jesus. Porém, muitas vezes, faltam-nos palavras, ações e uma verdadeira e profunda fé. Peçamos perdão, cantando.

Glória Animador: “É feliz quem a Deus se confia!” A humanidade, através dos séculos, esperava um Salvador, um Messias. Nosso tempo é o tempo da realização dessa promessa: Deus está conosco! Que nossa vida seja um contínuo louvor a Deus! Cantemos.

Liturgia da palavra Animador: Luz das nações! Santo entre os Santos! Cordeiro de Deus!

Filho de Deus! Desde sempre Jesus foi esperado e agora nos é revelado.

Ouçamos com atenção as leituras.

1ª Leitura: Is 49,3.5-6 2ª Leitura: 1Cor 1,1-3 Evangelho: Jo 1,29-34 Reflexão: Neste segundo domingo do tempo comum, somos convocados a seguir Jesus em sua missão, buscando fazer a vontade de Deus, com dedicação e prazer.

Na primeira leitura, Isaías fala de um servo no qual Deus é glorificado.

Um servo preparado por Deus desde o seu nascimento, que vem para unir as pessoas, os povos e promover a vida. Essa união é a glória de Deus.

Deus é glorificado cada vez que nos irmanamos na sua causa em favor da vida e da construção do seu Reino.

Este servo será a luz para as nações.

Iluminará os caminhos, indicará a direção a ser seguida, as ações a serem feitas, e levará a salvação aos confins de toda a terra. Este servo é o Messias, o Filho de Deus enviado ao mundo para fazer a vontade do Pai e

são as nuvens escuras que ainda insistem em envolver nosso mundo, nosso país, nossa vida? Como percebemos a estrela de Belém em meio a tudo isso?

No evangelho, estes tempos tenebrosos têm um nome: Herodes e suas ações malévolas. Nascer no tempo de Herodes significa nascer num tempo muito difícil, de profunda escuridão.

Mesmo assim a estrela do Menino Deus não é ofuscada. Seu brilho chega a terras distantes, no Oriente, e atrai os magos que vêm para adorá-lo. Eles seguem a estrela até chegar aonde o Menino se encontra. Ao chegar próximo do palácio de Herodes, a estrela deixa de brilhar e eles perdem o rumo. A estrela do Menino Deus não brilha onde há maldade, perversidade, desrespeito à vida. Sem a estrela para guiá-los eles vão pedir informações a pessoas próximas de Herodes. O rei fica perturbado quando informado que um novo rei nasceria na insignificante Belém. Desse lugar anônimo os profetas previram o nascimento de um chefe que iria ser

pastor de Israel e que iria governar o mundo. Ao se afastar do palácio de Herodes a estrela volta a brilhar, e eles encontram o local onde o Menino está. Ajoelham-se diante do Menino e oferecem-lhe ouro, incenso e mirra.

O ouro representa a realeza de Jesus. Um rei distinto de todos os reis que até então a história de Israel havia produzido. O incenso, representa sua divindade. Estavam diante um rei divino. A mirra significa que este rei divino daria a vida pela vida dos seus. A mirra era usada para embalsamar os corpos na ocasião da morte.

Oferecer mirra significou não o reconhecimento da morte, mas da doação da vida até as últimas consequências, a missão desse novo rei. Depois de render-lhe estas homenagens, retornaram seguindo outro caminho.

Uma vez percebida a manifestação de Deus, nossa vida não será mais a mesma, iremos por outros caminhos, os caminhos de Deus, e como presentes ofereceremos a Deus e ao mundo: o amor, a justiça e a paz.

fazê-la com prazer, como nos diz o salmo: “Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade.

Paulo e Sóstenes se apresentam à comunidade de Corinto como enviados de Deus. Eles, por palavras e, sobretudo, pelo exemplo mostram que Deus é glorificado quando praticamos a sua vontade. Porém, naquele tempo como hoje, muitas vezes a vontade humana se sobrepõe à vontade de Deus, e sofremos as consequências de escolhas erradas. Quando isso ocorre, costumamos culpar a

Deus.

João Batista nos apresenta Jesus como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Ele é o Cordeiro Pascal que dará a vida pela vida da humanidade. Sua missão é tirar o pecado do mundo. Ele veio para erradicar as causas que levam as pessoas a errar, que as fazem sofrer, que atentam contra a sua vida e dignidade. João o coloca muito acima de si.

Seu batismo é com o Espírito Santo.

Quem o recebe tem sua vida transformada radicalmente. Em síntese, a liturgia deste domingo nos introduz na missão de Jesus e nos ensina a segui-lo com fidelidade, dando testemunho dele, fazendo com alegria e prazer a sua vontade.

Preces da comunidade Animador: Façamos nossas preces com a alegria e o entusiasmo,próprios de quem está vivendo uma experiência transformadora. A experiência da vida nova. Após cada prece rezemos: Senhor, confiamos em vós!

1 – Pelo Papa, bispos e sacerdotes, que, iluminados por Deus, saibam indicar caminhos seguros para toda a humanidade, rezemos.

2 – Para que todos os cristãos, abençoados por Deus, testemunhem Jesus Cristo na convivência fraterna e em todos momentos de suas vidas, rezemos.

3 – Para que todos os movimentos, grupos de oração e espiritualidade,

Preces da comunidade Animador: Os magos vieram de longe para adorar a Jesus. Façamos nossas preces em forma de adoração, dizendo: Nós vos adoramos, Senhor, nosso Deus.

1. Porque nos deste a Igreja e seus pastores para continuar a alimentar a chama da fé e do amor universal, dizemos.

2. Porque sois a luz que ilumina a caminhada dos povos rumo à paz e à fraternidade, dizemos.

3. Porque nos cercas de pessoas portadoras de vossa luz e trazem consolo e alívio na caminhada do dia-a-dia, dizemos.

4. Pelos povos do mundo inteiro, para que se incremente tudo o que contribui para o entendimento e a fraternidade universal e os governos procurem, sobretudo, os interesses da justiça e da paz, dizemos.

5. Pelo discernimento de que a salvação e a verdadeira felicidade não vêm dos poderosos, mas da singeleza do amor partilhado e vivido entre todos, dizemos.

Ofertório Animador: Os magos ofereceram presentes. O que nós temos a oferecer? É urgente ofertar um pouco do nosso tempo e nossos dons. Com eles poderemos construir mais AMOR, SOLIDARIEDADE e JUSTIÇA, presentes que transformarão o mundo. Cantemos.

Comunhão Animador: Na Eucaristia podemos adorar o Menino Deus que se faz presente no alimento sagrado. Ele é a estrela que acende a luz do amor em nossos corações.

serviços e pastorais da nossa comunidade, reunidos na mesma fé, vivam e contagiem a todos pela sua feliz experiência cristã, rezemos.

4 – Pelas nossas famílias, primeiras células formadoras da Igreja, sejam centros de luz que iluminam nossos passos para uma sociedade mais amorosa, justa, coerente e responsável, rezemos.

Ofertório Animador: Oferecemos, junto ao pão e ao vinho, nossa alegria, nossa caminhada E também nossas dificuldades; mas, sobretudo, nossa confiança, nossa fé e nosso desejo de participar desta Nova Vida que só é plena em Jesus Cristo. Cantemos o canto do ofertório.

Comunhão Animador: Aproximemo-nos da mesa sagrada onde comungamos a revelação que nos faz João Batista: Deus está conosco!

Queremos viver este profundo encontro com Jesus. Cantemos com alegria.

Mensagem final Animador: Neste mundo onde as travas da confusão de toda ordem parecem triunfar, ouçamos a voz do Filho amado do Pai, que é luz que dissipa todas as trevas, e é o Cordeiro de Deus que tira todo mal, todo pecado do mundo.

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CADERNO LITÚRGICO Reprodução/CR

F 3º domingo comum – 22 de janeiro (verde)

Jesus é a luz que começa a brilhar

Acolhida Animador: Irmãos e irmãs, bem-vindos. Jesus é a novidade para um coração sedento de luz. Ele é o caminho para a conversão. Deixemo-nos transformar pelo seu chamado através de sua Palavra, abrindo nosso coração para bem vivermos esta celebração. O Círio Pascal será aceso, ele representa a Luz de Cristo e confirma que, pela conversão, somos chamados a sermos portadores da luz. Acompanhemos este momento e a procissão de entrada, cantando.

Ato penitencial Animador: Jesus pregava, dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. Sua proposta implica na acolhida ao seu chamado. Pelas vezes que não conseguimos nos desapegar das ocupações e preocupações materiais para viver a dinâmica da Boa Nova do Reino, peçamos perdão, cantando.

Glória Animador: Glorifiquemos a Deus pela presença de seu filho Jesus que pelo seu chamado sempre nos acolhe através da conversão divina.

Liturgia da palavra Animador: A Palavra profetiza

uma luz que porá fim às trevas. Jesus, em sua pregação, faz um convite a cada um de nós. Ouçamos.

1ª Leitura: Is 8, 23b - 9,3 2ª Leitura: 1Cor 1,10-13.17 Evangelho: Mt 4,12-23 Reflexão:Jesus, a partir da profecia de Isaías, apresenta explicitamente a sua missão, a de seus discípulos e a nossa, de batizados, discípulos missionários. Missão esta que consiste em estar nos lugares mais desafiadores, nos territórios assolados pela violência e exclusão, e ali anunciar a esperança e apontar uma luz no fim do túnel, recuperando a alegria de viver. A liturgia deste domingo nos dá algumas dicas para viver esta missão.

O profeta Isaías apresenta Zabulon e Neftali como terra de ninguém, lugar de gente explorada e humilhada.

Porém, em meio a todo este abandono, que o profeta classificou como lugar de escuridão, trevas, onde as pessoas habitavam nas sombras da morte, surge a esperança. Uma luz brilhou na escuridão para dissipar as sombras da morte, fazendo germinar e crescer a alegria, a felicidade. É a luz do Messias que nasceu na manjedoura de Belém, que veio tirar dos seus ombros os pesados fardos da exploração e da opressão. Com esta luz protetora as pessoas sentem-se encorajadas a lutar por seus direitos,

F 4º domingo comum – 29 de janeiro (Verde)

Bem-aventurados os pobres

(Preparar: um pão e jarra de vinho para o ofertário) Acolhida Animador: Queridos irmãos e irmãs, sejam bem-vindos à montanha das bem-aventuranças. Jesus nos convocou à conversão, pois o seu Reino está próximo. Hoje, no início do Sermão da Montanha, o “Manual do discípulo”, ele nos revela explicitamente os segredos da felicidade, da santidade, da salvação, e as condições para nos tornar participantes do seu Reino. Iniciemos nossa celebração cantando.

Ato penitencial Animador: “Bem-aventurados os misericordiosos por que alcançarão misericórdia”. Coloquemo-nos nas mãos misericordiosas e no coração compassivo de Deus, suplicando com humildade e confiança seu perdão.

- Pelo orgulho, prepotência e autossuficiência, que nos impedem de viver a pobreza em espírito, Senhor, tende piedade de nós.

- Pela indiferença, prejulgamentos e soberba, que nos impedem de sermos misericordiosos, Cristo, tende piedade de nós.

- Pela ganância, egoísmo, individualismo, que nos impedem de lutar em favor da justiça, da partilha em favor dos pobres e oprimidos, Senhor, tende piedade de nós.

Glória

Animador: Por tantos que vivem com alegria e fidelidade as bem-aventuranças, trilhando o caminho da santidade, glorifiquemos a Trindade Santa, cantando.

Liturgia da palavra Animador: Felizes são os que ouvem a Palavra de Deus, nela creem e a praticam. Participemos com alegria da Mesa da Palavra, ouvindo com atenção as leituras.

Primeira Leitura: Sf 2,3; 3,12-13 Segunda Leitura: 1Cor 1,26-31 Evangelho: Mt 5,1-12a Reflexão: Neste domingo somos convidados a refletir sobre a felicidade. Mas, o que é a felicidade? Como Deus a vê e como nós a vemos? Para muitos, felicidade é ter muito dinheiro, poder, beleza, status, sabedoria humana. Já para Jesus, felicidade consiste em ser pobre em espírito, que significa, entre outras coisas, deixar-se guiar pelas coisas de Deus. Assim sendo, a bem-aventurança é sinônimo de felicidade. A liturgia de hoje nos indica o caminho para ser feliz.

Todos fomos criados para sermos felizes. Por não entendermos o que realimente é a felicidade, a busca desenfreada por ela faz com que o ser humano provoque a infelicidade de outros. Tudo isso porque a sociedade coloca como caminho da felicidade o ter, o poder e seus derivados. Para alcançar estes objetivos, provoca-se

e não se calar diante das injustiças, a dar um basta a todos os desmandos que as oprimem.

Esta profecia de Isaías se concretiza no Evangelho de Mateus. Num contexto de violência e perseguição, no qual João Batista é tirado de circulação, por meio de sua prisão, Jesus começa a sua missão, num momento nebuloso num território historicamente envolto pelas trevas. Ali é o lugar da missão. É neste lugar inóspito que Jesus começa a pregar a conversão, pois “o Reino de Deus está próximo”. Ele é a proximidade desse Reino. A partir do momento em que ele escolheu este lugar de morte para anunciar a vida, o Reino se aproximou daquelas pessoas até então sem esperança. Mas para que esta alegria muito sofrimento e dor, oprimindo, subjugando e até matando pessoas.

Deus nos mostra que a felicidade consiste na prática da justiça. Não é possível ser feliz quando muitos são infelizes, ainda mais quando esta suposta felicidade foi obtida à custa da infelicidade de outros. O reino de Deus só será possível quando todos forem felizes e não apenas alguns.

Para isso é preciso inverter a ordem das coisas, resgatando a dignidade dos pobres e libertando-os de toda forma de opressão que provoca aflição, desigualdade, insensibilidade e todas as situações que degradam a vida.

Felizes são os pobres em espírito, os que reconhecem sua pequenez diante da grandeza, da misericórdia sem medidas, do amor incondicional de Deus, e nele depositam toda sua esperança. Pobre em espírito é o contrário do orgulhos, do prepotente, do autossuficiente, do egoísta que põe toda sua confiança nas coisas materiais. São felizes os aflitos, que choram por causa da dor, da perda de alguém, que choram de indignação diante das injustiças, choram de alegria e saudades. São felizes por que buscam sua consolação em Deus.

São felizes os mansos, os pacíficos, que não se deixam contaminar pela cultura da violência, da perversidade dos que se fazem donos do mundo a qualquer preço. São felizes os que têm sede e fome de justiça, pois não se acovardam e ficam insensíveis e passivos diante das injustiças, mas movidos pela fé e pela vocação profética, lutam por um outro mundo possível. São felizes os misericordiosos, que sabem colocar-se na pele dos

e esperança não sejam mais uma situação de alienação como tantas vividas até então, é preciso a conversão, a mudança de vida, a conscientização da opressão vivida e o compromisso para sair dela. Jesus não veio transformar este lugar num passe de mágica, sozinho. Ele precisará da ajuda de todos, começando por Pedro, André, Tiago e João, os demais discípulos que ele chama, e neles todos os que ele tinha e tem presente até os dias de hoje. Paulo nos adverte da importância da unidade na missão, todos servindo a Jesus Cristo e ao povo que nos é confiado.

Preces da comunidade Animador: Confiantes, estendamos nossa mão em direção ao Círio

Ofertório Animador: Ao nos chamar para segui-Lo, o Senhor nos pede que aprendamos e pratiquemos a partilha como valor do Reino. Junto ao pão e ao vinho, ofereçamos nosso compromisso de adesão ao seu pedido.

Comunhão Animador: O Senhor afirma: “Eu sou a luz do mundo, aquele que me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida”. Vamos ao seu encontro na Eucaristia, cantando.

Mensagem final Animador: Façamos ressoar em nosso coração e em nossa mente o convite de Jesus: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”.

A exemplo dos discípulos, que também nós sejamos capazes de deixar as nossas redes e segui-lo, para que onde Ele estiver, estejamos também nós.

Reprodução/CR

(Preparar: Acolhida: Acender o Círio Pascal; Preces: a cada resposta estender a mão em direção ao Círio)

e façamos nossos pedidos, cantando: “Oh, Luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós” 1 – Para que nosso coração se fortaleça e transmita ao mundo paz e esperança, cantemos.

2 – Para que nosso olhar irradie acolhida e serenidade, cantemos.

3 – Para que nossas mãos revelem a grandeza dos gestos de amor, cantemos.

4 – Para que nossa vida seja plena diante do chamado de Jesus, cantemos.

que sofrem, sabem sentir no próprio coração a dor, a miséria dos pobres.

Felizes os que são instrumentos de paz, estes conhecerão a Deus e sentirão a verdadeira felicidade e receberão como herança o maior tesouro: o Reino de Deus.

Preces da comunidade Animador: Deus ouve a atende os que a ele recorrem com fé e confiança. Após cada prece, rezemos: Conduzi-nos, Senhor, no caminho da felicidade.

1 – “Bem-aventurados os pobres em espírito”. Para que cultivemos a humildade, reconhecendo-nos necessitados da graça de Deus e da ajuda dos outros, rezemos...

2 – Felizes os puros de coração.

Para que não nos deixemos contaminar pela maldade e perversão deste mundo, rezemos...

3 – Felizes os que têm sede e fome de justiça. Para que, movidos pela fé e pelo fervor profético, lutemos por um outro mundo possível, rezemos 4 – Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia. Para que, movidos pela compaixão, sai-

bamos ir ao encontro dos que sofrem e são excluídos do banquete da vida, rezemos...

Ofertório Animador: A felicidade só é possível onda há amor, partilha, vida digna para todos. Junto com o pão e vinho oferecemos os incontáveis gestos de gratuidade realizados em nossas comunidades.

Comunhão Animador: Felizes são os convidados que aceitam o convite do Senhor a participar de sua mesa, pois receberão dele o Pão da Vida.

Mensagem final Animador: O caminho da felicidade está em um mapa que nos foi entregue gratuitamente por Jesus Cristo. É uma proposta alegre e gentil do Filho de Deus encarnado que se faz caminho de vida e estilo de ação.

Para atingir a esta plenitude de vida que todos almejamos, é preciso seguir e viver com alegria e fidelidade as oito etapas do amor que Jesus nos propõe.

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F 5º domingo comum – 5 de fevereiro (verde)

ções são muito oportunas para a missão e a pessoa do discípulo missionário de Jesus Cristo. Não é a pessoa do discípulo que deve aparecer, mas sim, suas ações em favor da vida, da dignidade, da justiça e da paz devem brilhar como a luz.

O profeta Isaías nos mostra que para brilhar diante de Deus e neste mundo é preciso praticar atos de amor e solidariedade: partilhar, acolher bem, fazer algo para suprir as necessidades do próximo, não humilhar as pessoas com atitudes arrogantes e prepotentes. A nossa luz brilhará diante de Deus se em nosso coração houver bondade e misericórdia. Fazer o bem ao próximo é muito benéfico para quem o faz. Quantos são os que estão doentes, depressivos e estressados porque vivem para si mesmos e muito ocupados em não fazer nada. O sedentarismo adoece e mata.

Quem ajuda o próximo obtém saúde.

Quando fazemos bem ao nosso semelhante, os primeiros beneficiados por essa ação somos nós mesmos.

O evangelho nos mostra que a gratuidade em servir, sendo sal da terra e luz do mundo, é que dá verdadeiro sentido à vida. É preciso promover o gosto de viver a tantos que têm uma vida insípida e infeliz. É preciso ser luz para tantos que vivem na escuridão, na incerteza e na confusão.

Tudo isso deve ser feito sem visar a autopromoção, sem visar aparecer.

As boas obras, essas sim devem ser

Portadores da esperança e da alegria de crer

Acolhida Animador: Com alegria e afeto, acolhemos a todos os irmãos e irmãs, para celebrarmos, juntos, a missão recebida de Jesus de sermos portadores da alegria de crer e de esperar neste mundo agitado e insatisfeito.

Nos gestos de bondade e de amor, ao fazermos o bem, damos testemunho da luz e do sabor de crer e de viver.

Ato penitencial Animador: Junto com o progresso e o bem-estar crescentes do mundo moderno existem as sombras do desespero, angústia e desordem, que parecem tomar conta de tudo e nos levam ao desânimo e à descrença de fazer o bem e de esperar com fé e amor. Peçamos perdão.

- Da nossa falta de alegria de crer, Senhor, tende piedade de nós!

- Da nossa falta de amor, em fazermos o bem, Cristo, tende piedade nós!

- Da nossa falta de esperança, ante os acontecimentos do mundo, Senhor, tende piedade de nós!

Glória Animador: Louvemos o Senhor, pela luz de Cristo que veio iluminar o mundo e enchê-lo de vida e esperança, afastando as sombras e a solidão de tantos irmãos e irmãs.

Liturgia da palavra Animador: A luz do amor fraterno é maior que os formalismos legais e vazios das práticas religiosas. A luz do anúncio de Jesus Cristo vem do Espírito Santo e não da sabedoria humana. O cristão é portador dessa luz e é sal, para dar sentido e sabor à vida.

1ª Leitura: Is 58,7-10 2ª Leitura: 1Cor 2,1-5 Evangelho: Mt 5,13-16 Reflexão: A liturgia deste quinto domingo do tempo comum foca a ação missionária, nas boas obras, e as compara ao sal da terra e à luz do mundo, dois elementos bem distintos em sua visibilidade, mas essenciais para a vida.

O sal, embora não apareça, dá gosto aos alimentos, sentido à vida. A luz é muito visível, aponta caminhos, dissipa as trevas. Ambas as compara-

F 6˚ domingo comum – 12 de fevereiro (verde)

A lei do amor, caminho para a justiça e a paz

(Preparar: Palavra LIBERDADE para o Glória. Um coração para o ofertório) Acolhida Animador: Bem-vindos, irmãos e irmãs, para esta Eucaristia. Nela revivemos os ensinamentos sempre atuais de Jesus. Ele veio para implantar uma nova lei, a lei que brota do coração. Quando ouvimos o coração, onde está a voz de Deus, nossas ações serão de fraternidade, amor, justiça, misericórdia e paz. Ouvir essa voz é escolher a Vida. Acolhemos a todos, preparando nosso coração, cantemos.

Ato penitencial Animador: É no coração que se decide a atitude que tomamos diante da proposta de Jesus. Ele quer que pratiquemos a sua lei. Peçamos perdão por nossas infidelidades e fraquezas.

- Queremos viver o amor, mas nos deixamos levar pela impaciência, irritação e egoísmo. Senhor, tende piedade de nós!

- Queremos viver a justiça, mas nos deixamos levar pela cobiça e pela dominação do mundo. Cristo, tende piedade de nós.

- Queremos viver a fé e a Palavra de Deus, mas fraquejamos na escuta e na oração constante, e o tempo passa a ser ocupado por superficialidades. Senhor, tende piedade de nós.

Glória Animador: Louvemos ao Senhor pelo dom da liberdade e da fé que

divulgadas, evidenciadas para serem imitadas. Há, felizmente, muitos heróis anônimos, lideranças que contagiam pela alegria de serem discípulos missionários de Cristo, que dão gosto e sentido à vida de comunidade, são verdadeiramente sal e luz no meio do povo.

Preces da comunidade Animador: Para que possamos realizar a nossa missão de iluminar e dar sentido e alegria à vida humana, precisamos crer e testemunhar a nossa fé com convicção e entusiasmo.

Por isso peçamos: Senhor, dai-nos a alegria de crer!

1 – Quando as mil propostas do mundo criarem dúvidas e confusões em nossa mente e coração, supliquemos.

2 – Quando os comodismos e des-

culpas das nossas escolhas nos afastarem da participação e colaboração na comunidade e na família, supliquemos.

3 – Quando procuramos acolher a Palavra do Senhor e a praticá-la com fé e amor, testemunhando-a e anunciando-a com entusiasmo a todos, supliquemos.

4 – Quando vemos os pobres e oprimidos gritarem por justiça e ajuda, para que possam encontrar, em nós e nos cristãos, solidariedade na luta por libertação e promoção humana, supliquemos.

Ofertório Animador: Levar a Luz da alegria e o Sal da esperança ao mundo é nossa missão de cristãos. Este propósito oferecemos ao Senhor, como oferta de redenção e vida.

Comunhão Animador: A Eucaristia que recebemos é a fonte de toda luz e esperança, que nos nutre na fé e no viver.

Mensagem final Animador: Nossa celebração e reflexão, de hoje, nos animem a aceitar o desafio da nossa sociedade confusa e perdida que espera dos cristãos palavras e atitudes de verdade, de bem e de esperança, para iluminar e dar sentido à vida humana. Que Jesus seja sempre a luz e o sal da nossa vida, das nossas decisões e do nosso amor.

Flicker/Divulgação/CR

(Preparar: Ofertório: Vela acesa e um pote com sal)

Reprodução/CR

CADERNO LITÚRGICO

nos permitem escolher. Louvemos pelo Espírito de Deus que habita em nós e nos ajuda a escolher o bem e a paz.

Liturgia da palavra Animador: Deus nos deu a liberdade. Podemos escolher a vida ou optar por outros caminhos. Todavia o caminho da felicidade está em seguir a lei ensinada por Jesus. Escutemos.

1ª Leitura: Eclo 15,16-21 2ª Leitura: 1Cor 2,6-10 Evangelho: Mt 5,17-37 Reflexão: Os mandamentos, revelam a sabedoria de Deus, devem guiar nossos passos e nossas ações.

O livro do Eclesiástico nos diz que, os mandamentos de Deus, quando observados e colocados em prática, são para nós um porto seguro. Deus nos guarda e nos protege através da vivência dos mandamentos. Viver os mandamentos é a forma mais eficaz de estarmos com ele. É a prova que cremos nele. Ele, porém, nos dá liberdade de escolha: viver ou não os seus ensinamentos. Ele nos diz: estão diante de você o fogo e a água, o bem e o mal, a vida e a morte. Cada um pode escolher aquilo que desejar.

Mas ele nos adverte das consequências de nossa escolha. Seremos sábios se pautarmos nossa vida na sabedoria de Deus, assim, tudo tenderá a dar certo e seremos felizes.

Paulo fala da sabedoria de Deus, que é acessível àqueles que vivem na

lei do Senhor. Os que, de fato, amam a Deus e ao próximo tornam-se partícipes da sabedoria divina.

Jesus mostra para seus discípulos que não basta cumprir os preceitos religiosos para ser salvo. As leis de Deus e seus mandamentos não podem ser reduzidos a meros códigos de normas restritas, desconectadas da realidade. É preciso ir além para não ser considerado o menor no Reino de Deus. Pouco adianta ir à missa todos os domingos e comungar, contribuir fielmente com o dízimo e dar esmolas nas missas, se houver um coração endurecido dentro de nós na hora de ajudar o nosso próximo, de perdoar as ofensas, de socorrer os necessitados, enfim, de amar como Jesus amou. Na autêntica vivência dos mandamentos, a vida sempre deve ter prioridade, ser respeitada em todas as suas dimensões. Não basta não matar, pois já maltratando, difamando, explorando, escravizando, é uma forma de matar. A morte também acontece pela calúnia, pela inveja, pela raiva, pelas agressões físicas, verbais e morais... Jesus retoma e redefine o sentido e a abrangência dos mandamentos. Fica para nós

a pergunta: será que a nossa vivência religiosa não está resumida a práticas sacramentais superficiais, desconectadas da realidade e do compromisso com a vida?

Preces da comunidade Animador: Confiantes na Palavra de Jesus que nos indicou o caminho do bem para construir o Reino de Deus aqui e na eternidade, façamos nossas preces, supliquemos: Senhor, ajudai-nos a escolher o caminho do bem.

1. Pela Igreja e seus pastores, para que ajudem a construir comunidades formadoras para a paz, o bem e a justiça, pedimos.

2. Pelas famílias, para que saibam educar e formar as crianças com estruturas de amor e cuidado, para que possam desenvolver a bondade de coração, que gera a justiça e a paz, pedimos.

3. Pelas comunidades, para que seus líderes sejam exemplos de fé, bondade, justiça e amor, pedimos.

4. Pelos governantes e líderes nacionais, para que primem os serviços públicos pela ética e que, de fato, sirvam ao bem comum, pedimos.

Ofertório Animador: É do coração que brotam as decisões em favor da vida quando ligado ao coração de Deus.

Por isso entregamos nosso coração a Ele, para que o transforme a cada dia segundo o coração manso e humilde de Jesus. Cantemos.

Comunhão Animador: A Eucaristia é o alimento para nos aproximar do coração de Jesus. Amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, escolher a Vida como Ele ensinou.

Assim, motivados, vamos receber o alimento da verdadeira vida, cantando.

Mensagem final Animador: O que nos faz evoluir na caminhada para um mundo mais justo e humano? As decisões que brotam de um coração manso e humilde como o coração de Jesus. E como ter esse coração? Aproximando-nos dele, inspirados e iluminados pela sua palavra. Queremos a alegria, a justiça e a paz? Não há outro caminho, somente seguindo aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.

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CADERNO LITÚRGICO Reprodução/CR

F 7º domingo comum – 19 de fevereiro (verde)

Meu mandamento é o amor nosso Deus! Ele é o nosso Senhor!

Cantemos.

Acolhida Animador: Irmãos e irmãs, Paz e Bem! Alegres, iniciemos esta celebração que nos faz meditar sobre o amor. Somente amando ao próximo podemos nos aproximar da perfeição do amor que é Deus. Diante dos desafios da nossa sociedade, o cristão é chamado a fazer a diferença. Iniciemos cantando.

Liturgia da palavra Animador: O Antigo e o Novo Testamentos se juntam para anunciar que Deus é santo, sábio e amoroso.

A Palavra de Deus abre nossos olhos para a realidade que deve ser mudada até atingirmos a perfeição desejada por Deus. Ouçamos as leituras.

Ato penitencial Animador: Muitos são os empecilhos para que sejamos verdadeiros cristãos e viver o mais importante e fundamental mandamento. Rezemos contritos: - Senhor, tende piedade de nós, todas as vezes que falhamos julgando erradamente pessoas e situações. Senhor, tende piedade de nós!

- Cristo, tende piedade de nós, por não conseguir dedicar um amor desprendido e sincero aos mais necessitados, Cristo, tende piedade de nós!

- Senhor, tende piedade de nós, por não termos coragem de denunciar as injustiças, a discriminação, a violência que tanto se incorporou em nossa sociedade. Senhor, tende piedade de nós!

Glória Animador: O Senhor disse a Moisés: “Sede santos, porque eu, vosso Deus, sou santo”! Louvemos nosso Deus pela sua revelação e por termos a graça de viver este dom: Ele é o

1ª Leitura: Lv 19,1-2.17-18 2ª Leitura: 1Cor 3,16-23 Evangelho: Mt 5,38-48 Reflexão: Deus nos ama incondicionalmente.

Ele quer que sejamos, de fato, como ele nos criou: à sua imagem e semelhança. Por esta razão somos chamados à santidade: ser santos porque aquele que nos criou é santo. Somos filhos da perfeição e da santidade e podemos atingi-las se seguirmos seus ensinamentos e trilharmos seus caminhos.

No livro do Levítico, Deus nos chama à santidade: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. Como ser santo, sem ser Deus?

A primeira recomendação é não ter ódio no coração contra o irmão.

Quem tem ódio vai se autodestruindo, tornando-se uma pessoa amarga, rancorosa, que faz de sua vida e da vida dos outros um inferno. A segunda recomendação é não sermos omissos diante do pecado do próximo, para não ser coniventes com ele, e de certa forma seus cúmplices. Ou-

F 8º domingo comum – 26 de fevereiro (verde)

Buscai o reino e a sua justiça

(Preparar: Pai-Nosso cantado) Acolhida Animador: Irmãos e irmãs, somos chamados a reavivar a nossa confiança no Senhor. Somente quem vive a liberdade diante d’Ele é capaz de fazer escolhas e experimentar uma vida cheia de significados, pois Deus cuida da sua obra da criação, sobretudo da sua obra-prima, o ser humano.

Busquemos o Reino de Deus, vivendo a sua justiça. Acompanhemos a procissão de entrada, cantando.

Ato penitencial Animador: Jesus disse “buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo mais vos será acrescentado”.

Pelas vezes que o Reino de Deus não faz parte das nossas buscas mais profundas, juntos confessemos os nossos pecados...

Glória Animador: Glorifiquemos a Deus que nunca nos esquece e continuamente nos mostra o caminho para que a vida se torne plena em toda a criação.

Liturgia da palavra Animador: Precisamos refletir sobre nossas escolhas e preocupações diante do projeto de vida e salvação.

Ouçamos.

1ª leitura: 2Rs 5,14-17 2ª leitura: 2Tm 2,8-13 Evangelho: Lc 17,11-19 Reflexão: A liturgia de hoje trata da confiança em Deus e do serviço a ele como nosso único Senhor. Quando não confiamos em Deus, nosso coração se volta para as coisas materiais, o dinheiro, a riqueza. Na sua busca as pessoas se desgastam, têm preocupações excessivas, insensibilizam-se com o sofrimento alheio e esquecem-se do amor de Deus, deixando-o de lado. Tudo isso gera estresse e outras consequências que desqualificam a vida e fazem perder a noção daquilo que é realmente importante, essencial: o Reino de Deus e sua justiça.

Para entendermos bem esta realidade, os textos bíblicos nos apre-

tra recomendação é não cultivarmos o desejo de vingança no nosso coração. O desejo de vingança é indício de que o coração está cheio de ódio e rancor. Por fim, o texto nos dá a chave da santidade: o amor. Quem ama o próximo como a si mesmo consegue trilhar o caminho da santidade. Para amar o próximo é preciso ter sempre diante de si um Deus misericordioso, que perdoa incondicionalmente.

Paulo nos diz que somos “santuários de Deus”. Deus habita em nós e por isso todo ser humano é digno de amor e respeito. Quando odiamos o próximo, ou deixamos de amá-lo, violamos esse santuário. Toda vez que o ser humano é agredido em sua dignidade, Deus é agredido nele.

Quando a criatura é atingida, atinge-se também o seu Criador. Quem nos liga a esse Criador é seu Filho Jesus, que no evangelho de hoje nos ensina o caminho da santidade, o caminho da perfeição. Diante da lei da vingança: “olho por olho e dente por dente”, Jesus apresenta como solução o amor. Combater a violência com amor e perdão é a essência da

proposta de Jesus. Não é a violência da vingança que irá recuperar aquele que errou, mas o amor. Não é odiando o inimigo que vamos solucionar os males do mundo. O ódio é o combustível que fomenta a violência e os demais tipos de males. Por isso, Jesus nos diz: amem os inimigos, rezem por aqueles que vos perseguem. Esta é a forma de tornar-nos perfeitos, santos como Deus quer que sejamos.

sentam um Deus que ama mais do que um pai ou uma mãe, isto é, um amor gratuito, desinteressado, pronto a dar sua vida para que a tenhamos em plenitude. Mas nem sempre conseguimos entender este amor. Somos como aqueles filhos ingratos, rebeldes e egoístas que querem a todo custo que os pais façam todas as suas vontades e, quando elas não são satisfeitas, ficam magoados, birrentos, e acham que não são amados, que são esquecidos. Deus nos diz através do profetas Isaías: “Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre?” Se para um ser humano abandonar um filho pequeno não é algo comum, para Deus isto é impensável. Seu amor por nós é sem limites e é incondicional. Ele jamais irá nos abandonar, e nele sempre podemos confiar plenamente. Quando confiamos em Deus, nossos trabalhos na comunidade se tornam mais eficazes, porque não damos ouvidos Reprodução/CR

(Preparar: Coração com a frase: Meu Mandamento é o AMOR)

Rezemos.

3 – Pelas nações do mundo, para que possamos viver e transmitir para as futuras gerações que a violência, a guerra, a opressão econômica e descuido com a natureza estão muito longe do bem e da paz. Rezemos.

4 – Pelas nossas famílias, para que o exemplo dos pais e a boa convivência do diálogo e do bem querer sejam o que marque o coração dos filhos e, por extensão, de toda a sociedade.

Rezemos.

Ofertório Animador: Chegou a hora de oferecer nossas vidas num gesto pleno de caridade fraterna. Precisamos nos desprender do materialismo, vencer o egoísmo; devemos Amar como Jesus amou. Unamo-nos a este pão e a este vinho que logo mais serão o corpo e sangue de Jesus Cristo, memória de seu amor por nós. Cantemos.

Preces da comunidade Animador: As reflexões deste domingo exigem de nós uma mudança de vida; somos convocados a nos aproximar da perfeição. Rezemos, após cada prece: Senhor, ensina-nos a amar.

Comunhão Animador: A Eucaristia é o sinal da comunhão entre Deus e todas as pessoas prontas para receber esta doação. Deus, o mais puro amor, quer entrar em nosso coração e transformá-lo para sempre. Aceitemos este convite que é também uma convocação para viver o amor verdadeiro.

Cantemos.

1 – Pela Igreja, na pessoa do Papa, de cada bispo e de cada um dos sacerdotes, saiba conclamar todos os cristãos para que exista uma verdadeira mudança no mundo, fundamentada no evangelho. Rezemos.

2 – Pela união de todas as Igrejas cristãs, para que possamos dar o exemplo de reconciliação e unidade.

Mensagem final Animador: Todos somos vocacionados à perfeição, à santidade.

Porém, só trilharemos o caminho da perfeição e da santidade se formos misericordiosos como o nosso Pai do céu é misericordioso. Continuemos praticando sempre, em qualquer situação, as obras de misericórdia.

a intrigas e falatórios que não procedem. A comunidade que confia é uma comunidade que não desanima na sua missão evangelizadora, mesmo que sejam muitos os obstáculos e dificuldades.

O evangelho de hoje nos adverte que “ninguém pode servir a dois senhores, pois ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro”. Jesus se refere ao dinheiro que, muitas vezes, é colocado no lugar de Deus. A busca desenfreada pelo dinheiro pode fazer com que Deus não tenha mais lugar na nossa vida. O dinheiro passa a ser o “senhor”, e a ele passamos a servir, tornando-nos escravos dele. Uma vez escravizados pelo dinheiro nos tornamos pessoas duras, mesquinhas, insensíveis e insaciáveis, que querem sempre mais, a qualquer preço, e canalizamos, assim, todas as nossas forças para os bens materiais, esquecendo-nos do essencial, de Deus, dos irmãos e dos valores que permanecem para sempre. A advertência e o convite que Jesus nos faz é de vital importância para a nossa felicidade e salvação: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça, que todas essas coisas vos serão dadas em acréscimo”. Numa sociedade onde as pessoas buscam em primeiro lugar a justiça, o Reino de Deus acontece, e todos terão o necessário para viver dignamente.

digamos “Senhor, escutai a nossa prece!”

Preces da comunidade Animador: Após cada pedido,

1 – Para que os momentos sofridos desta vida não retirem de nós a confiança em Deus, rezemos.

2 – Para que Deus nos livre do apego ao dinheiro e aos bens materiais, rezemos: 3 – Para que nossa esperança e confiança em Deus gerem atitudes de perdão e reconciliação, rezemos.

4 – Para que as alegrias momentâneas e supérfluas não nos façam esquecer da alegria duradoura trazida pelo amor e pela fé, rezemos.

Ofertório Animador: Crescer na fé é a proposta a quem acredita na felicidade duradora. No altar do Senhor, junto ao pão e ao vinho, ofereçamos nosso esforço pela busca do Reino de Deus e sua justiça.

Pai-nosso (cantado) Comunhão Animador: Vamos confiantes ao encontro de Jesus na Eucaristia, cantando.

Mensagem final Animador: Jesus nos encoraja a priorizar a busca dos valores espirituais que são eternos e alimentam nossa alma. Deixemos nossas preocupações materiais em segundo plano na certeza de que nossa fidelidade a Deus nos garantirá sua providência.

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CADERNO LITÚRGICO

Fé, espiritualidade e compromisso com a vida (Preparar: Procissão de Entrada: Imagem de JESUS. Glória: GLOBO TERRESTRE) Acolhida Animador: Irmãos e irmãs, alegres por nos encontrar, saudamos a todos, no amor de Cristo. Encerrando o Ano Litúrgico, com a solenidade de Cristo Rei, encerramos também o Ano Santo da Misericórdia. Jesus exerce seu reinado revelando o rosto da misericórdia do Pai, pelo serviço humilde, pelo amor sem limites, pela justiça e o direito em favor dos excluídos, pelo dom da própria vida em resgate de muitos. Acolhamos com júbilo e festa a imagem de Jesus, o nosso rei, junto com o cartaz das Obras de Misericórdia, cantando.

Glória Animador: Com júbilo e festa, glorifiquemos a Jesus, o nosso rei, que governa toda a Terra com amor, misericórdia e justiça, oferecendo-nos um reino de paz, de amor e de alegria.

Liturgia da palavra Animador: Davi é ungido rei de Israel, tornando-se símbolo da autoriReprodução/CR

Ato penitencial Animador: Jesus Rei, coroado de espinhos, no alto da cruz, recebeu zombarias e desprezo. Todavia,

unidos ao bom ladrão, que não o desprezou, reconheçamos os nossos pecador e supliquemos a sua misericórdia.

- Em nosso coração, às vezes, reina o egoísmo, o ódio e a inveja. Senhor, tende piedade de nós!

- Em nosso coração, às vezes, reina a vaidade, a ganância e a mentira.

Cristo, tende piedade de nós!

- Em nosso coração, às vezes, reina a intolerância, a violência e a indiferença. Senhor, tende piedade de nós!

F 2º domingo de Quaresma – 12 de março (roxo)

A transfiguração da morte à vida plena (Preparar: Ato Penitencial: Apresentar a Cruz de Jesus. Ofertório: Apresentar o cartaz da Campanha da Fraternidade de 2017) Acolhida Animador: Damos as boas-vindas a todos, para celebrarmos a vida plena de Jesus. Jesus se transfigura, revelando-nos o brilho da sua face divina de vida plena. Ele nos desafia a transfigurar as situações da existência humana e da natureza desfiguradas pela maldade humana e pela morte, procurando dar vida nova, beleza e amor.

Ato penitencial Animador: A cruz de Jesus nos lembra que o pecado e todo o mal contra Deus, as pessoas e a natureza, desfiguram aquela imagem bela e fascinante da vida e do amor transfigurados. Peçamos perdão.

- Das desfigurações do egoísmo e da ganância, Senhor, tende piedade de nós!

- Das desfigurações da violência, das drogas e da corrupção, Cristo, tende piedade de nós!

- Das desfigurações das depredações e poluição da natureza, Senhor, tende piedade de nós!

Liturgia da palavra Animador: O Senhor chama Abrão para ser o pai do povo de Deus e o

abençoa com a bênção da vida. Deus nos chama e nos ilumina com o brilho da vida e da imortalidade. Jesus se transfigura, mostrando o esplendor da vida plena que nos aguarda.

1ª Leitura: Gn 12, 1-4 2ª Leitura: 2Tm 1,8b-10 Evangelho: Mt 17,1-9 Reflexão: Neste segundo domingo da Quaresma, Deus nos convoca a transfigurar nosso coração para poder enxergar com os olhos de Deus as realidades humanas que nos cercam e carecem de transfiguração, de mudança, de libertação.

A transfiguração de Jesus está relacionada com a missão. Na primeira leitura, Deus convoca Abraão para uma missão com promessa de terra e descendência. Para isso, precisa desinstalar-se, desacomodar-se, colocar-se nas mãos de Deus e partir.

A tendência do ser humano é acomodar-se, buscar um lugar onde se sinta seguro e ali armar sua tenda, como queria Pedro no Monte Tabor, depois da transfiguração. Abraão, o pai da fé, aceitou o desafio e com a bênção de Deus deixou sua pátria e partiu.

No evangelho, Jesus toma consigo três dos seus discípulos. Talvez os três que mais precisassem de provas de que Deus estava com eles. Pedro, tinha muita dificuldade de entender

dade justa, que defende o seu povo e implanta a justiça. Jesus é a imagem do Deus invisível, o primeiro de toda Criação. No alto da cruz, Jesus manifesta a plenitude da misericórdia.

Ouçamos com atenção.

1ª Leitura: 2 Samuel 5,1-3 2ª Leitura: Colossenses 1,12-20 Evangelho: Lucas 23,35-43 Reflexão: Fechamos este Ano Litúrgico com chave de ouro, celebrando a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, e o encerramento do Ano Santo da Misericórdia.

A primeira leitura nos apresenta Davi um pastor de ovelhas, ungido rei dentro da tradição judaica, para pastorear o povo de Deus. Ele era rei, mas era humano, e por ser humano, era limitado. Jesus é apresentado como descendente de Davi. Jesus, porém, vem inaugurar um novo reinado, diferente dos reinos desse mundo. Seu reino é simplesmente surpreendente. Ele inverte totalmente os valores dos reinos humanos.

Enquanto os reis eram servidos, ele veio para servir; os reis viviam em palácios, ele vivia peregrinando entre os pobres, sem ter onde reclinar a cabeça, fixou sua tenda entre os pobres da terra, entrou na história dos pobres e a assumiu como própria; seu trono foi a cruz e sua coroa foi de espinhos.

Ele apropriou-se da condição dos pobres, sofreu com eles, teve compaixão por eles, lhes revelou a misericórdia do Deus do Reino, do Deus da vida, e se comprometeu com sua causa libertadora. Quando ele entra em Jerusalém montado num jumentinho, a proposta de Jesus e resistiu muito a seus planos, não admitiu que Jesus lavasse os pés dos apóstolos e que o Messias sofresse. Tiago e João são aqueles que queriam um lugar de destaque, estar acima dos demais, quando Jesus estivesse na sua glória.

No Monte Tabor, Jesus se transfigura diante dos três discípulos, revelando o seu lado divino, de Filho amado de Deus, o qual deveria ser escutado e obedecido. Esta cena se completa quando aparecem junto dele Moisés e Elias, representando a lei e os profetas. A tentação dos discípulos era de se instalar no alto da montanha.

O que Jesus não permitiu, por causa dos incontáveis rostos desfigurados, de uma natureza toda desfigurada pela maldade e ganância de alguns.

Por isso, é preciso desinstalar-se e assumir a mesma missão de Jesus para que toda criação, de modo particular, todo ser humano participe da transfiguração de Jesus. É preciso transfigurar nosso coração para podermos transfigurar a realidade que nos cerca. Somente convictos de que Deus está conosco seguiremos firmes e não desanimaremos diante dos obstáculos.

Preces da comunidade Animador: A luz da transfiguração quer brilhar na Igreja, em nós e no mundo. Peçamos ao Senhor o resplendor de sua transfiguração, suplicando: Senhor, vossa luz brilhe em nós!

1 – Chamados a viver na luz, peçamos ao Senhor que nos ajude a não

surpreende a todos, pois muitos o aguardavam vindo numa carruagem digna de um rei. Quando os apóstolos Tiago e João, almejam prestígio e lugares de destaque, ele afirma que, no Reino de Deus, o maior é aquele que serve humildemente, e é capaz de dar sua vida em favor da vida de muitos. Seu ser, seu agir, seu estilo de vida, suas palavras, revelamnos o rosto da misericórdia do Pai. Ele deixa bem claro que o critério máximo de nosso julgamento final consistirá no que tivermos feito ou deixado de fazer em favor dos mais pequeninos e necessitados, pois é ao próprio Cristo que o teremos feito.

Neste mundo marcadamente individualista e egoísta, para ter parte com Jesus e de seu reino, temos que aprender a lavar os pés uns dos outros como Jesus nos ensinou na Última Ceia. Pedro, contaminado pela mentalidade do mundo, a princípio rejeitou duramente esta forma de Jesus exercer seu reinado. A prova de que somos discípulos de Cristo Rei, Servo e Pastor, é fazer o que Jesus fez. Viver o amor na sua radicalidade.

Cuidar das ovelhas fracas e doentes, buscar as ovelhas perdidas, extraviadas e abandonadas. Empenhar-nos para construir um mundo sem senhores e sem escravos, lutar contra um mundo desigual de uns abastados e a quase totalidade do povo desprovida do mínimo necessário para viver dignamente. Participar do reinado de Jesus, como membros de seu corpo, somos chamados a sermos misericordiosos como o Pai, e lutar para que “todos tenham vida em abundância”.

O Papa Francisco tem buscado dar exemplo concreto desde reinado no

seu pontificado. Age com humildade: dispensa formalidades e pompas; acolhe os pequenos e humilhados; fala uma linguagem que toca o coração das pessoas. Traz nova esperança para vivermos aqui o reinado de Cristo: o reinado do amor e do serviço, pautado na justiça e na humildade dos que servem.

nos deixar envolver pelas desfigurações do egoísmo e da ganância, supliquemos.

2 – Chamados a viver na luz, diante dos nossos irmãos enfermos e deficientes, com seu corpo desfigurado pelas doenças, pelas deficiências e sofrimentos, supliquemos.

3 – Chamados a viver na luz, muitas vezes vemos irmãos nossos envolvidos pelas desfigurações da violência, das drogas e da corrupção, por eles, supliquemos.

4 – Chamados a viver na luz, vemos a beleza e o brilho da Criação de Deus ser destruída pelas depredações e pela poluição do ar, da água e de toda a natureza, por isso, supliquemos.

5 – Chamados a viver na luz, muitas vezes vemos irmãos nossos desfigurados pelo desânimo, pela depressão e pela exclusão, por eles, supliquemos.

Ofertório

Animador: Nossa missão é a de sermos discípulos e missionários da vida, transfigurando as realidades de morte que encontramos em nosso caminho e na natureza. Queremos, agora, colocar tudo sobre o altar da oferta.

Preces da comunidade Animador: Confiantes no amor e na misericórdia de Cristo Rei, apresentemos a ele os pedidos da comunidade, suplicando: Jesus, venha a nós o vosso Reino!

1 – O mundo precisa de um Reino de fraternidade, de amor e de paz.

Peçamos.

2 – O mundo precisa de um Reino de entendimento, de justiça e de misericórdia. Peçamos.

3 – O mundo precisa de um Reino de mais igualdade e partilha, de combate à miséria e à fome. Peçamos.

4 – O mundo precisa de um Reino de mais solidariedade, de luz, de vida e de alegria. Peçamos.

5 – O mundo precisa de um Reino de mais convivência pacífica, fraterna e misericordiosa. Peçamos.

Ofertório Animador: Jesus é o rei da nossa vida que, com misericórdia e amor, se coloca a serviço dos irmãos e irmãs. Ofereçamos ao Pai a nossa vida de trabalho, de convivência, de família, de sofrimentos e alegrias.

Comunhão Animador: Na Eucaristia, Cristo Rei, como expressão máxima de misericórdia e amor, se faz alimento da nossa fé, para a vida do mundo.

Comunhão Animador: O mesmo Jesus, que se transfigurou, vem a nós na Eucaristia, como luz, para transfigurar a nossa vida, na sua imagem gloriosa.

Mensagem final Animador: Vivemos num mundo envolto por trevas e medo, por sinais de morte e destruição. Que a transfiguração de Jesus, que, hoje, revivemos e celebramos, seja uma luz viva que ilumine a nossa vida e o nosso coração, com o esplendor da esperança, e nos anime, em nossa caminhada, rumo à Páscoa da vida transfigurada!

Pintura de Rafael/Reprodução/CR

F 1º domingo de Quaresma – 05 de março (roxo)

Venha saciar sua sede na fonte de água viva

(Preparar: Um cântaro com água para ser levado por uma mulher na procissão de entrada; e água benta para aspergir o povo no momento do Ato Penitencial) Acolhida Animador: Queridos irmãos e irmãs: Paz e Bem! Caminhando pela aridez do nosso deserto espiritual, desejamos, como a samaritana, encontrar a fonte da água viva, para saciar nossa sede de justiça, paz, fraternidade, e assim podermos ser “pessoas-cântaro”, para poder levar a Agua Viva, Jesus Cristo, aos nossos irmãos e irmãs. Iniciemos nossa celebração, cantando.

Ato penitencial Animador: Muitas vezes buscamos saciar nossa sede interior em poços errados, por vezes poluídos pela mentalidade perversa, consumista, individualista, da vida fácil sem compromisso. Conscientes de que só a Agua Viva, Jesus Cristo, pode saciar nossa sede e purificar a nossa alma, supliquemos sua misericórdia.

Enquanto, somos aspergidos pela água purificadora da graça de Deus, cantemos.

Liturgia da palavra Animador: Jesus não julga e não condena a samaritana pecadora, mas lhe fala ao coração e faz dela uma grande discípula missionária. Escute-

mos com alegria a Palavra que transforma, liberta e salva.

1ª Leitura: Ex 17,3-7 2ª Leitura: Rm 5,1-2.5-8 Evangelho: Jo 4,5-42 Reflexão: Neste terceiro domingo da Quaresma encontramo-nos diante do poço inesgotável de água viva que é Jesus, que sacia nossa sede, ensinando-nos, a exemplo da samaritana, a fazer o mesmo com os que ainda estão distantes dessa fonte. Vivemos num mundo cheio de desertos, porém com fontes ocultas, aguardando a nossa aproximação como peregrinos sedentos de misericórdia e do amor de Deus.

O livro do Êxodo nos apresenta o povo hebreu no deserto, rumo à terra prometida. Foram quarenta anos, dentre os quais houve momentos de muita aridez, falta de esperança e revolta contra Deus e contra os líderes que o conduziam. Num certo momento se veem sem água, e água é indispensável para a vida, é como o “combustível” necessário para continuar caminhando. Nos desertos de nossa vida, quando algo importante nos vem a faltar, há quem se revolte contra Deus. Quando isso ocorre, indica que a nossa fé é fraca; que nosso relacionamento com Deus não é sólido e não está baseado na confiança; que Deus não passa de alguém que

F 4º domingo de Quaresma – 26 de março (roxo)

CF-2017: despertar para a luz

(Preparar: Cartaz da CF 2017; Cruz e na hora do creio o sacerdote dá sentido à simbologia da luz e o creio; acender uma luz com foco na cruz ou acender e elevar a vela do altar; evangelho dialogado; folheto com a oração da CF) Acolhida Animador: Sejam todos bem-vindos para rezarmos juntos neste quarto domingo em preparação à Páscoa do Senhor. Ele é a luz! Ele é a vida nova!

As leituras de hoje e a Campanha da Fraternidade nos desafiam para que despertemos e sejamos cristãos que transmitam a luz de Jesus. Iniciemos cantando.

Ato penitencial Animador: A consciência nos faz pedir perdão pelo nosso consumismo exagerado e pela falta de compromisso pessoal, no que se refere ao cuidado ecológico. Peçamos perdão, também, pelo modo como o mundo se relaciona com a natureza: ganância, desperdício, indiferença, valor de mercado. Peçamos perdão e juntos confessemos nossos pecados: Confesso...

Liturgia da palavra Animador: Ouçamos as leituras que nos impulsionarão a superar os valores do mundo e seu materialismo e nos ajudarão a despertar para a ver-

dadeira luz que é Jesus.

1ª Leit. : 1Sm 16,1b.6-7.10-13a 2ª Leitura: Ef 5,8-14 Evangelho: Jo 9,1-41 Reflexão: Este quarto domingo da Quaresma, também conhecido como o domingo da alegria, aponta com mais evidência os sinais da Páscoa que se aproxima.

A primeira leitura mostra, no processo de escolha e unção de Davi, o apelo para olharmos as pessoas e não julgar pela aparência, como costumamos fazer. Deus envia Samuel à casa de Jessé, para ungir um de seus filhos como rei de Israel. Samuel olha e julga pelos critérios humanos e não os de Deus. O escolhido não estava presente. Era o menor de todos, Davi, desclassificado pelos critérios humanos, mas escolhido de Deus, que vê o coração e não a aparência dos seus filhos. Deus ensina a ver as pessoas com o seu olhar. Para ter o discernimento de não fazer julgamentos precipitados é preciso viver como filhos da luz. Os filhos da luz mostram quem são de fato, por seus frutos, por suas ações. Elas consistem em atos de bondade, justiça e verdade. O filho da luz sabe discernir o que agrada a Deus e procura fazer a sua vontade.

O filho da luz não compactua com as obras das trevas. Ao contrário, tem

eu manipulo de acordo com as minhas vontades. Mas não é isso que ele quer de nós. Ele libertou-nos para que mantivéssemos com ele uma relação filial, de liberdade e não de escravos. É nos momentos de dificuldade, de sofrimento, de deserto de nossa vida que podemos verificar que tipo de relação temos com Deus e qual é o tamanho da fé que afirmamos ter.

Jesus atravessa a Samaria, tida como lugar de exclusão, uma espécie de “deserto”. Os judeus discriminavam os samaritanos. Jesus para junto ao poço de Jacó. Sua parada é estratégica. Ele sabe que os samaritanos são um povo sedento de Deus, porém buscam a água na fonte da vida errada. Jesus, à beira do poço, tem sede. A sede de Jesus, porém, não é da água desse poço, mas é sede de justiça. Encontra uma samaritana com um cântaro em seus braços. Ele manifesta sua sede à mulher. Se faz de necessitado diante de uma mulher samaritana de má fama, o que para os judeus era inconcebível, inaceitável.

Mas esta atitude de Jesus abre um canal de diálogo, uma possibilidade de oferecer-lhe a verdadeira água da vida, de conhecer o dom de Deus.

Aos poucos a mulher vai percebendo quem estava ali diante dela. Jesus a conscientiza de sua condição.

Ela pertence a um povo excluído, que ainda não encontrou o caminho, mas que o busca incessantemente, ela muda radicalmente sua vida e se torna discípula missionária de Jesus.

Vai anunciar aos demais quem havia encontrado junto ao poço.

Diante disso, somos convidados, nesta caminhada no deserto quaresatitude profética e as desmascara. O filho da luz anda com a cabeça erguida, não por orgulho, mas porque tem a consciência tranquila.

O evangelho de hoje, que nos apresenta a cura do cego de nascença, mostra que Deus nos resgata da lama dos nossos pecados e nos propõe vida nova, transformando nossa vida. O objetivo do texto é mostrar que, no batismo, renascemos para uma vida nova, libertos da escuridão do pecado, da cegueira que impede de vermos a realidade com o olhar de Deus. O batismo, porém, por si só não basta, é preciso ser discípulo, seguir Jesus, como fez o cego do evangelho de hoje. Jesus nos ensina que, enquanto nosso olhar estiver condicionado àquilo que as estruturas opressoras nos propõem, não estamos prontos ainda para as obras da luz. É preciso libertar o nosso olhar,

mal, a nos aproximar dessa fonte de água viva que é Jesus e permanecer com ele, como fizeram os samaritanos. Quem bebe dessa água muda radicalmente sua vida e torna-se discípulo missionário do Senhor, conduzindo outros à única e verdadeira fonte.

Preces da comunidade Animador: Jesus conhece o coração sedento da samaritana e lhe oferece a água que mata a sede para sempre. Após cada súplica, rezemos juntos: Dá-nos, Senhor, a água viva.

1 – Quando damos mais credibilidade às desinformações dos grandes meios de comunicação e ignoramos a Palavra de Deus e os sábios ensinamentos de nosso Papa Francisco...

2 – Quando a indiferença diante de um mundo impiedosamente desumano endurece o nosso coração e desertifica nossa alma... nossa consciência, para enxergarmos a realidade de outra maneira. Somente assim estaremos prontos para segui-lo.

Preces da comunidade Animador: Nossa oração quer se unir comunitariamente com todas as vozes que sonham com uma nova terra e com um novo céu. Por isso, rezemos após cada prece: Senhor, ensinai-nos a cuidar do que é vosso.

1-Senhor, ao criar o Universo, disseste que tudo era muito bom. Para que saibamos habitar e desfrutar de nossa casa comum com sabedoria, rezemos.

2-Senhor, tu abriste os olhos ao cego. Para que nossos olhos também sejam tocados para que possamos ver e viver uma vida mais santa, rezemos.

Reprodução/CR

F 3˚ domingo de Quaresma – 19 de março (roxo)

Reprodução/CR

Caderno Litúrgico CADERNO LITÚRGICO LITÚRGICO CADERNO

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3 – Quando o descompromisso diante da destruição voraz da maravilhosa natureza nos fecha e nos acomoda covardemente...

4 – Quando a insensibilidade diante de tantos irmãos e irmãs excluídos do banquete da vida tampar nossos ouvidos, fechar nossos olhos e trancar nosso coração...

Ofertório Animador: Jesus nos oferece a Água Viva que mata a sede para sempre. Ofereçamos a ele nosso coração sedento de justiça, dignidade, vida e paz, cantando.

Comunhão Animador: Jesus, a água viva, e o Pão da Vida, deseja ardentemente saciar nossa sede e fome de um outro mundo possível. Vamos ao seu encontro, com alegria, cantando...

3-Senhor, tu que és a luz do mundo, dai coragem às autoridades e encarregados pela formulação das leis, para que prevejam o uso responsável da natureza, rezemos.

4-Senhor, tu que ouviste do cego: Eu creio, Senhor. Peçamos pelo Papa Francisco para que, com sua fé e palavras proféticas, contagie toda a humanidade, rezemos.

Ofertório Animador: Com entusiasmo vamos colocar sobre o altar nosso compromisso que demonstre, nos grandes e pequenos gestos, ações e palavras, o cuidado com a natureza, para que possamos cantar e entregar ao Criador e às próximas gerações, um ambiente saudável e belo, como o recebemos de Deus. Cantemos.

Comunhão Animador: Na caminhada para a Páscoa, já próxima, queremos receber Jesus que abre nossos olhos para a realidade tirando-nos da cegueira dos materialismos e do egoísmo. Assumimos, com Ele, uma visão e uma missão nova, iluminadas por sua vida e por sua palavra. Cantemos.

Mensagem final Animador: Deus não olha as aparências, mas olha o coração. Permitamos que ele transforme nosso coração de pedra em coração de carne, semelhante ao coração de seu Filho Jesus, e assim, vejamos as pessoas e todas as criaturas com os olhos de Deus.

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

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CR Agricultura 10

mariadefatima@jornalcr.com.br I www.correioriograndense.com.br

# CONFLITOS AGRÁRIOS

Medo ronda colonos do Norte gaúcho

Em Sananduva e Cacique Doble, índios queimam 500 hectares de lavoura e causam prejuízos de R$ 1,5 milhão

Bom Conselho - Uma nova ocorrência decorrente da disputa de terras entre indígenas e agricultores foi registrada no domingo 20, na localidade de Bom Conselho, em Sananduva, e pequena área de Cacique Doble. O local fica próximo de onde ocorreu confronto em julho de 2013, que deixou quatro feridos após uma briga entre índios e agricultores.

Segundo a Brigada Militar, cerca de 100 indígenas, que estão

Fotos Divulgação/CR

V

iver com medo, em permanente angústia, com desânimo e tristeza. Essa é a realidade que centenas de famílias de agricultores no Rio Grande do Sul enfrentam, por conta dos conflitos agrários que se arrastam há anos. Cerca de 30 mil produtores podem perder as terras, o equivalente a 10 mil hectares mapeados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e considerados territórios indígenas.

As demarcações atingem quatro áreas na região Norte gaúcha: Mato Preto (Erebango, Erechim e Getúlio Vargas); Forquilinha (Sananduva e Cacique Doble), Rio dos Índios (Vicente Dutra) e Mato Castelhano. Em todo o estado, os indígenas reivindicam 100 mil hectares em novas áreas e ampliações de propriedades já delimitadas, o equivalente ao dobro do tamanho de Porto Alegre.

Enquanto os governos não se entendem, os indígenas espalham terror: invadem casas, destroem bens públicos, brigam com os colonos e até vendem as sementes e os adubos recebidos pelo governo para o próprio plantio. Conforme denúncias ao CR, alguns são instigados por ‘brancos” que têm interesse em arrendar as terras desapropriadas.

Prisão: Polícia Federal e Brigada Militar levam índios responsáveis pelo incêndio às lavouras acampados na região, atearam fogo nas lavouras de trigo, pastagens secas e soja recém-plantada.

Cinco áreas foram consumidas pelo fogo, que também atingiu regiões de mata fechada.

O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas.

Além da Brigada Militar, policiais do Pelotão de Operações Especiais e da Polícia Rodoviária Federal, que monitoram permanentemente o local, também se deslocaram para atender a ocorrência.

O presidente da Associação dos Produtores de Sananduva, Zilmar Bogoni, classificou o ocorrido como tragédia. “Foram queimados 500 hectares de trigo, aveia e soja, com prejuízos superiores a R$ 1,5 milhão, sem contabilizar os danos ambientais”, lamenta Bogoni. “Sobraram só as cinzas”, emenda.

Para as comunidades é uma agonia sem fim. Assim resumem

Perdas: lavoura de trigo queimada no dia 19 de novembro as famílias rurais, cujas propriedades foram invadidas ou estão sob ameaça constante de invasão pelos indígenas. “Os colonos vivem tristes e com medo”, resume Caetano Sérgio Sagiorato, zelador da paróquia São José Operário, de Sananduva.

PEC 215 - O presidente da Associação dos Produtores de Sananduva defende a revisão das demarcações e espera pela apro-

vação da Proposta de Emenda à Constituição 215, que transfere a responsabilidade para o Congresso.

De autoria do ex-deputado Almir Sá, de Roraima, a proposta de emenda constitucional de 2000 é alvo de protesto de grupos indígenas. Isso porque a PEC 215 transfere a competência da União na demarcação das terras indígenas para o Congresso Nacional.

Para entender • Cerca de 110 famílias de agricultores de Sananduva e Cacique Doble, no norte do Estado, temem perder 152 propriedades devido a demarcação de terras indígenas nos municípios.

• Os índios reivindicam 1,9 mil hectares, onde residem e trabalham agricultores familiares, com propriedades de 12 hectares em média.

• A Fundação Nacional do Índio (Funai) iniciou o estudo preliminar da área em Sananduva e Cacique Doble em 2005 e concluiu o documento em 2009.

• Em 2011, o Ministro da Justiça assinou a portaria que declarou a área como terra indígena.

• Em março de 2011, iniciou o processo de demarcação. Os agricultores, que têm escrituras com mais de 100 anos, lutam na Justiça pelas áreas.

• No início de julho de 2013, um grupo de 50 índios invadiu uma propriedade na comunidade São Caetano (Sananduva) e acirrou o conflito agrário no município.

• Uma semana depois, um protesto dos agricultores, com o bloqueio das estradas que ligam o centro de Sananduva com essa comunidade, terminou em briga. O conflito, que teve tiroteio e pedradas, deixou quatro pessoas feridas. Três agricultores e um indígena tiveram de ser encaminhados ao hospital.

• Áreas da região foram novamente invadidas, inclusive com quebradeiras (salão de Bom Conselho foi destruído duas vezes), em 2014 e 2015.

Conciliar os interesses de indígenas e de produtores rurais para pôr fim à disputa por terras é desafio a ser enfrentado pelo governo. Antes que mais mortes aconteçam, ele terá de encontrar meios para fazer o que a Constituição determinou em 1988 - demarcar e homologar as terras tradicionais reivindicadas pela população indígena. Muitas delas são ocupadas por produtores rurais, mas foram adquiridas e reconhecidas em cartório há mais de 100 anos.

A decisão implica numa tomada de posição diante de duas diferentes visões de mundo, duas concepções de desenvolvi-

Silvia Bogoni/Divulgação/CR

Terras adquiridas são reconhecidas em cartório há mais de 100 anos

Sananduva: famílias protestam em silêncio contra invasões

mento, sustenta a antropóloga e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Oiara Bonilla. “A resposta a tudo isso exige uma tomada de posição clara por parte dos governos”, diz a antropóloga. “O problema é que se não há vontade política para tentar resolver logo essa questão, ela vai se tornando cada vez mais complicada”, avalia.

A Constituição Federal de 1988 reconhece o direito dos povos indígenas às terras que ocupavam no passado. Por terras tradicionais, os constituintes entendiam os territórios habitados por comunidades indígenas em caráter permanente, bem

como as por elas utilizadas para suas atividades produtivas ou que sejam imprescindíveis à preservação dos recursos naturais necessários ao bem-estar comunitário e à reprodução física e cultural desses povos, segundo seus próprios costumes e tradições.

Embora destinadas à posse permanente e usufruto indígena, essas terras pertencem à União, que deveria concluir a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos a partir da promulgação do texto constitucional - ou seja, até 5 de outubro de 1993. Isso até agora não aconteceu.

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

@

CR Saúde 11

andressa@jornalcr.com.br I www.correioriograndense.com.br

# HIV/AIDS

Mais de 18 milhões recebem tratamento Mortes anuais pela doença caíram 45% no mundo. Campanha alerta para diagnóstico precoce

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Alexander Joe/AFP/Correio Riograndense

ais de 18 milhões de pessoas estão recebendo tratamento para Aids, 1,2 milhão a mais do que no final do ano passado, informou o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Em um relatório sobre a pandemia de Aids, que já infectou 78 milhões de pessoas e matou 35 milhões desde que teve início, nos anos 1980, a Unaids disse que a intensificação consistente dos tratamentos fez as mortes anuais relacionadas à doença diminuírem 45%, chegando a 1,1 milhão em 2015 - o pico foi de cerca de 2 milhões em 2005.

“Agora que mais pessoas com o vírus vivem mais tempo, temos que enfrentar os desafios de cuidar delas à medida que envelhecem, de evitar que o vírus se dissemine e de reduzir novas infecções, embora os remédios possam diminuir os níveis de vírus no sangue dos pacientes para quase zero e reduzir significativamente o risco de transmiti-lo”, afirmou a Unaids. “O progresso que fizemos é notável, particularmente nos tratamentos, mas também é incrivelmente frágil”, disse o diretor-executivo da Unaids, Michel Sidibé, por ocasião da publicação do relatório, às vésperas do Dia Mundial de Combate à Aids, celebrado em 1º de dezembro.

O documento revela que as pessoas são especialmente vulneráveis ao vírus em certas épocas

Remédios: tratamento prolonga a vida.

Em 2015 havia 5,8 milhões de pessoas acima de 50 anos vivendo com HIV

(2015 /*2016)

Número de pessoas vivendo com HIV Total: 36,7 milhões Adultos: 34,9 milhões Mulheres: 17,8 milhões Crianças (<15 anos): 1,8 milhão Número de novas infecções Total: 2,1 milhões Adultos: 1,9 milhão Crianças: 150.000 Mortes relacionadas à Aids Total: 1,1 milhão Adultos: 1,0 milhão Crianças: 110.000 Número de pessoas em tratamento *Total: 18,2 milhões (em junho 2016) Fonte: Unaids

da vida. O estudo fez uma abordagem de “ciclo de vida” para oferecer ajuda e medidas preventivas a todas as pessoas em todas as fases da vida. Uma das constatações é que, à medida que as pessoas portadoras do HIV envelhecem, correm o risco de desenvolver efeitos colaterais do tratamento, criando resistências aos medicamentos e necessitando de cuidados para outras doenças, como tuberculose e hepatite C. Em 2015, quase metade (440.000 de 1,1 milhão) das pessoas que morreram de uma doença relacionada à Aids morreram de tuberculose, incluindo 40.000 crianças.

O relatório também citou dados

CNBB lança campanha nacional A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com o Departamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, lança a campanha “Nós podemos construir um futuro sem Aids”. Será realizada pelos agentes da Pastoral da Aids e de outras pastorais nas dioceses do Brasil, a partir desta quinta-feira, 1º de dezembro.

A campanha focará dois grandes objetivos. O primeiro é sensibilizar a população para buscar o diagnóstico precoce para o HIV, ou seja, procurar um serviço de saúde para realizar o teste anti-HIV, mesmo sem ter sinal ou sintoma de doença. O outro é acompanhar e apoiar as pessoas que se descobrem com HIV na realização do tratamento, pois quanto mais cedo a pessoa inicia o tratamento menos possibilidades de desenvolver a doença e melhor a qualidade de vida. A

RESUMO GLOBAL DA EPIDEMIA

ação se inscreve na estratégia proposta pela Unaids de “testar e tratar”, e tem em vista a eliminação da epidemia da Aids até o ano de 2030.

Com a campanha, a CNBB pretende colaborar no alcance da meta 90-90-90. Esta meta busca diagnosticar 90% das pessoas com HIV; vincular ao tratamento 90% das pessoas diagnosticadas e que 90% das pessoas em tratamento alcancem carga viral indetectável.

Com o alcance destas metas, há uma redução do vírus circulante e, consequentemente, menor possibilidade de novas infecções, já que as pessoas com carga viral indetectável têm 96% a menos de chance de transmitir o HIV. Além disso, há um benefício para o indivíduo que está infectado, pois ao iniciar precocemente o tratamento, ele se previne de doenças oportunistas, evita o colapso do sistema imunológico e se mantém saudável.

da África do Sul, onde mulheres jovens que se infectam com o vírus, com frequência, o recebem de homens mais velhos, e disse que a prevenção é vital para acabar com a epidemia entre esse grupo e interromper o ciclo de infecção de HIV. “As mulheres jovens estão enfrentando uma ameaça tripla”, disse Sidibé. “Elas têm alto risco de infecção de HIV, taxas baixas de exame de diagnóstico e pouca adesão ao tratamento”, completou.

O documento, que afirma que o número de pessoas com HIV recebendo remédios que salvam suas vidas é de 18,2 milhões, também mostrou que o progresso

rápido na obtenção de medicamentos para Aids para os necessitados está tendo um impacto significativo no prolongamento de suas vidas. Em 2015 havia 5,8 milhões de pessoas acima de 50 anos vivendo com HIV, mais do que nunca.

Por ser o país mais populoso da América Latina, o Brasil é também o que mais concentra casos de novas infecções por HIV na região. O país responde por 40% dos novos casos, segundo a Unaids, enquanto Argentina, Venezuela, Colômbia, Cuba, Guatemala, México e Peru respondem por outros 41% desses casos.

Em 2015, havia 830.000 pesso-

as vivendo com HIV no país. No mesmo ano, estima-se que tenham ocorrido 44.000 novas infecções.

O número de mortes relacionadas à Aids no Brasil foi estimado pela Unaids em 15.000 no ano passado.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o crescimento da Aids na juventude (15 a 24 anos) continua preocupando e as ações nesse segmento têm de ser intensificadas. De 2005 a 2014, a taxa de detecção de casos de Aids entre aqueles com 15 a 19 anos mais que triplicou (de 2,1 para 6,7 casos por 100 mil habitantes) e entre os jovens de 20 a 24 anos, quase dobrou (de 16 para 30,3 casos por 100 mil habitantes).

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CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

CR Geral 12

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Loterias LOTERIA FEDERAL 26/11/2016 1º .............................11.645 2º .............................43.456 3º .............................86.938 4º .............................71.594 5º .............................02.042 QUINA Concurso 4238 04 – 08 – 10 – 44 – 70 Concurso 4239 28 – 39 – 40 – 42 – 64 Concurso 4240 06 – 07 – 21 – 28 – 30 Concurso 4241 54 – 55 – 62 – 71 – 78 Concurso 4242 13 – 15 – 24 – 36 – 44 Concurso 4243 14 – 19 – 32 – 37 – 70 LOTOFÁCIL Concurso 1438 01 – 04 – 07 – 08 – 09 10 – 11 – 12 – 14 – 15 17 – 20 – 21 – 22 – 24 Concurso 1439 01 – 02 – 03 – 05 – 11 12 – 13 – 14 – 15 – 16 17 – 18 – 19 – 22 – 24 Concurso 1440 02 – 03 – 08 – 10 – 12 13 – 14 – 16 – 17 – 18 20 – 21 – 22 – 24 – 25 MEGA-SENA Concurso 1879 05 – 10 – 20 – 57 – 58 – 59 Concurso 1880 05 – 16 – 19 – 37 – 51 – 56 LOTOMANIA Concurso 1713 01 – 04 – 14 – 21 – 25 – 26 – 29 30 – 35 – 41 – 43 – 50 – 60 – 61 73 – 80 – 82 – 88 – 94 – 99

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# RIO GRANDE DO SUL

# CONSÓRCIO

Pequenas frutas Feira valoriza a agricultura familiar

A

14ª edição da Feira de Pequenas Frutas, Artesanato e Mel e 4ª Feira de Frutas Nativas do RS, que acontece de 9 a 11 de dezembro, no mercado público de Vacaria, foi lançada na quarta, com a presença de autoridades, produtores rurais, artesãos e representantes de instituições de ensino e pesquisa.

A feira tem o objetivo de valorizar e divulgar os produtos da agricultura familiar. Além da comercialização de frutas in natura (morango, amora, mirtilo e framboesa), terá venda de mel e produtos artesanais processados pelas famílias rurais.

A programação da feira terá apresentações culturais, ações com estudantes, visando à promoção da alimentação saudável; oficinas de artesanato e de culinária, à base de pequenas frutas e frutas nativas; mateada e caminhada da longevidade. “O evento cresce, oportunizando a comercialização e promovendo contatos e negócios”, diz o en-

genheiro agrônomo da Emater Eduardo Pagot.

Todas as atrações são gratuitas.

A feira é promovida pela Emater/ RS-Ascar, prefeitura de Vacaria e Associação dos Artesãos, Associação dos Produtores de Pequenas Frutas e Cooperativa Vacariense de Apicultores.

Safra - A colheita das pequenas frutas iniciou na região. A estimativa, segundo a Emater, é uma produção de 700 toneladas de amora, 70 toneladas de framboesa, 120 de mirtilo e 2.000 de morango, o que representa o dobro daquela da safra passada.

O técnico da Emater de Vacaria, Nicolas Brandt, explica que, com exceção do morango, a geada tardia, de 12 de setembro de 2015, prejudicou a safra passada, mas a atual está ocorrendo normalmente. “Teve frio suficiente, não teve excesso de chuva na florada, não houve geada tardia de alta intensidade e nem prejuízos com granizo”, explica.

Cisga regionaliza a inspeção O Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (Cisga), com o objetivo de fortalecer a agroindústria familiar dos municípios consorciados, desenvolve o projeto de Sistema de Inspeção Regional.

Ele serve de modelo a outros consórcios públicos e consiste na adesão das agroindústrias ao Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa).

O Programa de Trabalho de Inspeção e Fiscalização foi protocolado no início desse mês, junto à Secretaria de Agricultura para a adesão de estabelecimentos dos municípios de Bento Gonçalves, Cotiporã e Nova Roma do Sul ao Suasa.

Segundo o presidente do Cisga

Sottili: entrega uniforme e prefeito de Fagundes Varela, Jean Fernando Sottili, na visão do consumidor também é importante porque se constitui em uma garantia da qualidade do produto que irá consumir e em possibilidade de ter ao seu dispor produtos de diferentes regiões do estado.

SINDICATO DOS ODONTOLOGISTAS DE CAXIAS DO SUL EDITAL DE CONVOCAÇÃO O presidente do Sindicato dos Odontologistas de Caxias do Sul, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Estatuto Social, bem como na forma da legislação vigente, convoca os integrantes da categoria para se fazerem presentes na Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada na sede do Sindicato, na Av. Júlio de Castilhos, 1188 – salas 41 e 42 – no dia 29 de novembro de 2016.

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA: às 19:00 horas e 19:30 horas, respectivamente em primeira e segunda convocação, com a seguinte Ordem do Dia: 1. Reforma do Estatuto Social: discussão e aprovação.

Caxias do Sul, 23 de novembro de 2016.

SERGIO CALLEGARI Presidente

CASAMENTOS

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO - COMARCA DE CAXIAS DO SUL SERVIÇO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DA 1ª ZONA

Rua Alfredo Chaves, 557 NICÉIA VERONESE FACCHIN, Registradora Designada Fone 3221 7645

PELO REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS E DE INTERDIÇÕES E TUTELAS DA 2ª ZONA DESTA CIDADE, HABILITARAM-SE PARA CASAR AS SEGUINTES PESSOAS:

CASAMENTOS

Fone: 3226-7980 ROBERTO RUSCHEL DA SILVA - Oficial Registrador do Registro Civil das Pessoas Naturais da 1ª Zona.

FAZ SABER, que por este Serviço, habilitaram-se ao casamento as seguintes pessoas:

Editais nº 33.593 à 33.604:

- MARCIEL RUDI PEREIRA BORGES E KÁTIA MASCARELLO PALAVRE - AGNALDO SANTOS DE ALMEIDA E LUANA CRIS DE BRITO - ANDRÉ BOSSLE DE CASTILHOS E CLÁUDIA ALVES DA SILVA - RONALDO CÉSAR CORSO E MELINA DEBASTIANI - MAURÍCIO RODRIGUES E MARIVÂNIA GARCIA DE REZENDE - MARÇAL SALATINO CASTILHOS DOS REIS E DÉBORA NICOLAO CAVALI - GUSTAVO DE OLIVEIRA DE MEDEIROS E KREICY GABRIELA BARCAROLO DE GODOY - ALAN CARLOS TURELLA E JANAINA FORMIGHERI - LUIZ FRANCISCO PEREIRA E MARLI FRANCO BATISTA - MAICON CHANDRO GOMES MACHADO E ANDRESSA MENDES PAIM DA SILVA - OSVALKER RODRIGUES DE LIMA DIAS DE OLIVEIRA E XÊNIA OLIVEIRA BAPTISTA ALCYONE FERNANDES MARQUES DA SILVA ROSA E LARISSA MONTASSIEUR VIEIRA

Divulgação/CR

@

(Editais nº 29.542 ao 29.550)

- DANIEL GUADAGNIN e GISELE MARIA ZABLOSKI

-

ÉLISON DANIEL BRAZIL FRÓES e CRISLEIDE DE FARIAS PAULO SOUZA DA SILVA e LAUREN DA SILVA DA FONTOURA JOÃO ROSA DE SOUZA e TEREZINHA FAGUNDES ROCHO CLÉBER DUARTE DA CUNHA e ROSILEINE DE LOURDES BARBOZA OMIZZOLLO - LUIZ ROGERIO PAIM CEZAR e MÁRCIA TIZATTO - GABRIEL ALBERNAZ CARDOSO e FRANCIELE CAMILA DA SILVA - DANIEL FABIANO DA SILVA MONTEIRO e FRANCIELE DUARTE DA SILVA - MARCIO RIBEIRO DA ROSA e ELIZABETE MINÉIA CANALI *SE ALGUÉM SOUBER de algum impedimento, oponha-o no prazo e na forma da lei.

Caxias do Sul, 28 de novembro de 2016.

Caxias do Sul, 28 de novembro de 2016 ROBERTO RUSCHEL DA SILVA Oficial Registrador

Fone: (54) 3220 3232 100

comercial@jornalcr.com.br publicidade@jornalcr.com.br

Y = 100

K = 10

CR Correio Riograndense EXTRAVIO DE TALÃO DE PRODUTOR RURAL

CR Correio Riograndense

SADI DE GREGORI, inscrito no CPF 583.441.360-91 – Inscrição Estadual 0291084290, residente em São Valentim da Sexta Légua do Bairro Cruzeiro, Caxias Sul Riograndense CR Correiodo (RS), comunica para os devidos fins que foi extraviado um TALÃO DE PRODUTOR RURAL de número 919144, não se responsabilizando pelo uso indevido do mesmo.

Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016.

Aproveitar o melhor de cada safra, com a produção própria dos mais variados sucos, pode ser mais fácil do que se imagina. A Stamp Inox, empresa de Caxias do Sul, apresenta exclusiva Suqueira, equipamento que permite extrair o máximo de sabor, aroma e vitaminas de frutas, em um processo higiênico, que preserva as características naturais.

A Stamp Inox, especializada em utilidades domésticas, peças sob medida, equipamentos e componentes para terceiros, fabrica quatro modelos de Suqueira, de 7, 18, 30 e 80 quilos, inteiramente em aço inox, material durável e que não libera resíduos químicos nos sucos.

Você pode fazer sucos com uma grande variedade de frutas, como: uva, maçã, pêra, pêssego, damasco, morango, maracujá, kiwi, amora, goiaba, abacaxi, ameixa, araçá, beterraba, carambola, manga, tomate, mirtilo, entre outros, exceto frutas cítricas.

Stamp Inox tem ainda, em sua linha de produtos, pias sob medida, com ou sem prateleiras e armações.

Ref. 398 – 7 kg / Ref. 400 - 18 kg / Ref. 396 – 30 kg / Ref 397 – 80 kg STAMP INOX INDÚSTRIA METALÚRGICA LTDA Rua Machado de Assis, 1413 – B. Floresta - Caxias do Sul – RS Fone/Fax: (54) 3225.2988 / (54) 3225-7907 / (54) 3225-3180

www.stampinox.com.br - stampinox@stampinox.com.br Atenção – Antecipe seu pedido, estaremos de férias coletivas de: 19/12/16 à 09/01/2017, contate pelo celular (54) 999541579

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

CR Cultura 13

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El ritorno de Nanetto Pipetta (895) Le trè sorele

Vita in corte Cláudio Chiaradia Passo Fundo - RS

Quando vedo par la TV, palassi che no se finisse più, pieni de finestre e porte come se i fusse busi de ave, senza gnente de verdo o de tera, magari, co piante fate de plàstico, parché le vere piante more par l´inquinamento. Ghe penso sora ai putèi che i ze la drento quei cassoni de cimento coi òcii incolai su la television parché no i ga gnanca ndove andare a giugar. Me par sia la era del cimento.

Anca ai tosati de oncoi i scomìnsia sento robe e no i fa una: dansa, esporte, mùsica ecc. Andove zeli i tosi de questa època che no se li vede in corte a giugar e a sbecolar.

Andove se trova le mame che le se riuniva ognuna col so laoro e tante a taconare, cusire e via... tute insieme soto na bela ombra e anca le tendeva e tosatini giugando in corte.

Gera pròpio in setembre cole giornade che fasea tépide e i persegari i meteva i primi fiuri che le corte ralegrava da zughi e sighi de tusi, ciapando, cossi, forsa, salute e vita.

Mama, che belo ritrovarse insieme! La corte la gera tuta nostra. Noantri tusi, co’n balon (bola) de pessa imbutìa de strasse e du pari de bussoloti grandi, de conserva, pieni de sassi, marcàvimo le nostre golere e cossí scominsiàvimo na partia de cálcio (futbol).

Le tosete, invense, più chiete, zugava campaninon, disegnà in par tera co un toco de gesso te on canton dela corte; le saltava la corda, se trava la bala o coi pareciti e le bámbole, le se perdeva via.

Man, man che le giornade se slongava e insieme, el tempo de zugare, se cambiava el zugo: a omo nero: “Avete paùra del omo nero”, uno domandava e i altri in coro diseva: “No ghemo paùra ne del nero e ne del bianco” e via a corsa pa no èssere ciapai.

L´incanto vignea roto quando la mama ne ciamava par la sena, alora gèrimo strachi, morti de tanto zugare. Onti come porsèi, magari de sotegon co un sete ntele braghe e sbregae ai zenoci. Prima da métarse a tola la ne fasea la broa dentro del mastelo: aqua calda, saon e bruscheto.

Altro zugo el gera el pantegan de pano nero, fato cossi ben chel parea vero, ligà a un toco de gaveta vignea messo tacà a na porta da l´altra parte dela strada e noantri, sconti drio el porton che dava sula corte, co vedìvino passare tose o qualche dona nela calsada piampian tiràvimo el spagheto: un sigo, un urlo de terore, on gran spaurasso ghe fasea ciapare a scampare via. E noantri che se pissàvimo dosso da tanto rídare.

Par rider un pochetin Manca luce: Piereto va ala bodega e domanda na bira ben gelada. El balconista ghe retruca: - Scuseme, ma semo sensa energia lètrica. E Piereto: - E mi co questo?

Son vegnesto qua par bever na bira e no ‘tomar’ choque!

Cartiero: Nte un concorso par cartiero, la prima domanda ze: Quala la distansa intrà la Terra e la Luna? Un dei candidati leva su e devolve la prova in bianco al esaminador. – Se ze par laorar nte questo percorso, no vui sto impiego.

Ilustração Derli Dutra, São José do Ouro (RS)

N

anetto vea fenìo el suo lavoro in quela setimana e adesso bisognea pareciarse par la Sagra de Sant’Antoni in Pipo Impissà. Lu’l savea che in tute quele feste se magnea sorasco de carne de vaca e de porco e anca rosto de galina. Anca se magnea carne lessa, dopo bever el brodo.

I più grandi i bevea vin o bira e i più cèi i bevea gasosa o sinò aqua pura.

Ma no gera solche magnar. Ghe zera anca zugo de bòcie, de bolon, de carte, de futibol, etessètera. Par i tosatèi i pareciea diversi schersi come pesca, roleta, ciapaciapa e altri. Par i tosati e le tose con vóia de inamorarse i gavea scherso batedà de Coreio Legante.

E ze sta questo scherso che trè sorele, belche a punto de passar par el posto de “zie”, le ga volest coionar Nanetto. Prima ze sta Dozolina, la più vècia dele trè. La ga inderessà a Nanetto questo scrito: “Avaria molto piaser che to mare me ciamasse de nora!”

Nanetto ghe à rispondest:

(Retomada do texto de Eduardo Grigolo, interrompido na edição de 19 de outubro de 2016).

“Ma come far se la mama ze in Itàlia e gnanca la sa che son qua?”

Dopo el ga ricevest nantro: “Nanetto vutu maridarte? Mi son una bela ragassa e el mio piaser saria sposarte!”

Nanetto ghe risponde: “Non me basta solamente la belessa sterior! El più bel fior anca lu el se fiapisse!”

Dopo el ga ricevest el terso: “Volaria scónderme del sol soto l’ombrìa del tuo capelet!”

E la risposta: “Poreta che te si! Bisognea ver un capel messican!”

Nanetto gera molto furbo. Col canton dei òcii el ga visto le trè ragasse a ciacolar e rìder come

sirigaite. Gnessun ghe ga dita ma lu el savea che gera ele che volea vanti de tuto coionarlo, par véderlo perder la tramontana o sinò farlo restar rosso come un pomidoro. Ma lu el ze restà drito come se’l vesse ingiutio do la méscola de far polenta. E par serarghe el porton, vanti ndar via, Nanetto se ga fato darente e sensa serimònia el ghe dise ale sorele: - Ve ringràssio la premura! Ma non posso chissà ingambelarme con qualcuna tosa, fora la Gelina. Sò anca mi che valtre trè gavaré de rangiar, ogniuna, un toso spessial e anca bel. Se volé un consìlio scoltelo, mò: Vanti maridarse solche par scampar via del cognome de “zia”, l’è mèio ciapar na scàtola piena de puldi e sgorlarla su par le gambe, per gratarse e scampar via; vanti maridarse e scaldar le culate col sicoto o sinò ver la fàcia rossa de svéntole! Gaveo capìo o bisogno ripèterlo?

Come no le ga verto el bec, lu piampianeto, el ze ndà via.

# DIVERSIDADE

Encerra projeto que valorizou manifestações culturais e linguísticas Lançado em fevereiro, durante a Festa da Uva, o projeto “Juntos na Diversidade” encerrou as atividades dessa edição com um evento cultural ocorrido no sábado 19, no UCS Teatro. O projeto foi realizado pela Universidade de Caxias do Sul, com apoio do governo do RS, por meio da Secretaria da Cultura.

Ao longo desse período, 24 grupos artísticos e culturais se inscreveram e atenderam os requisitos solicitados por meio de edital. O total de R$ 50 mil (valor do patrocínio disponibilizado pelo Banrisul) foi dividido entre as entidades participantes. Por meio delas, a iniciativa buscou estimular a diversidade de línguas nativas, como o kaigang, ou trazidas pela imigração, como o talian, polonês e alemão, especialmente entre crianças e adolescentes.

O governador José Ivo Sartori esteve presente ao evento e reforçou a importância da preservação de línguas e dialetos falados no estado. O reitor da UCS, Evaldo Kuiava, reforçou o papel que a linguagem estabelece para a cultura. “É através da palavra que se acessa o mundo.

Por meio da língua moldamos nossa fala, nosso jeito de ser e a forma como nos co-

Vagner Espeiorin/Div/CR

Vita, Stòria e Fròtole

Preservação: Lisiane (com certificado) e alunos de kaigang (ao alto) e grupo de danças da Braspol (ao lado) municamos”, disse.

No caso do kaigang, a comunicação por meio desse idioma é comum na aldeia da tribo, em Farroupilha, onde vivem 25 famílias. Lisiane Ribeiro, 20 anos, é a responsável pelo ensino do idioma a crianças e adolescentes.

Aldo Toniazzo/Div/CR

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CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

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CR Variedades 14

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# MUSCAP

Exposição reverencia Il Poverello

Museu recebe mostra que reúne imagens em barro de São Francisco de Assis; estátuas chegam a 65cm Fotos João Carlos Romanini/Divulgação/Correio Riograndense

P

Arte: esculturas são inspiradas pelas orações do Poverello, como o Cântico do Sol, e a simplicidade franciscana Muscap/Div./CR

essoas que se interessam por cultura regional e religiosidade têm uma ótima opção de passeio, aprendizado e reflexão. O Museu dos Capuchinhos (Muscap) inaugurou, na quarta 23, uma exposição que revisita a vida, a missão e o legado de São Francisco de Assis.

Intitulada Il Poverello d’Assisi, a mostra é assinada pela artista Benedita Ceccato. Natural do município gaúcho de Veranópolis, cresceu na comunidade São Francisco. Filha de um casal de costumes religiosos ligados à Ordem Franciscana Secular, sempre teve uma ligação muito forte com a devoção ao santo. A paixão pelo barro também vem de berço. Seus pais mantinham uma orlaria artesanal, onde fabricavam tijolos.

Ao longo da vida, Benedita viu no barro a possibilidade de expressar sua arte. Suas maiores inspirações vêm da Oração da Paz, do Cântico do Sol e da simplicidade franciscana. A professora aposentada, de 67 anos, que já foi secretária de Turismo e é uma das fundadoras e integrantes do Filó Italiano de Vila Flores, onde reside, se dedica ao ateliê L’Arte Ceccato.

A exposição, que pode ser visitada até o dia 20 de dezembro, foi escolhida por meio do edital #OcupaMuscap. A paixão por

Terço: além dos ícones do santo, mostra dá espaço à devoção mariana

Acervo e preservação são temas centrais de revista

Na mesma ocasião da abertura da exposição, a direção do Muscap lançou a segunda edição da revista Le Musée. O material, editado pelo frei Moacir Molon, jornalista, traz matérias que versam sobre a conservação e o restauro dos acervos preservados. Uma entrevista com o arquiteto e paisagista Carlos Delphim convida à reflexão sobre as paisagens culturais.

Lançamento: frei Molon (e), frei Celso Bordignon, a museóloga Mirella Honoratto e Benedita Ceccato O leitor pode conferir e admirar, por meio de fotografias, o trabalho realizado no museu. Com a missão de preservar as memórias que contam a história da presença capuchinha no RS e as particularidades de cada frade, o Muscap é reconhecido nacionalmente pela riqueza de seus acervos.

São Francisco, presente em sua vida desde a infância, trouxe a inspiração para criar uma mostra tão simples quanto a vida do Poverello. “As peças são um retrato da vida de São Francisco, o amante da natureza, o cuidador de animais, o que rezava cantando, o apaixonado pelo Cristo, enfim, um exemplo não apenas para o século, mas para todo o milênio”, conta.

Benedita trouxe esculturas de diferentes tamanhos para propiciar às pessoas momentos de

Barro: artista preza pelos detalhes admiração e reflexão. Algumas têm apenas 3 cm. Entre as peças de barro, o visitante poderá conferir Il Poverello d’Assisi, O Pereregino, Meu Deus e Meu Tudo, Homem do Século, dentre outras.

A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h, na rua General Mallet, 33A, próximo à igreja Imaculada Conceição (Capuchinhos), com entrada franca.

Outros horários e finais de semana podem ser agendados pelo e-mail educativo@muscap.org.br.

Manuscritos traduzidos para o português A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) lançou, na segunda 28, a tradução da obra “A vida descoberta de Francisco de Assis.”

O ato contou com a presença do autor, o francês Jacques Dalarun, durante o congresso da instituição sobre a Idade Média.

O texto do manuscrito é atribuído por Dalarun a Tomás de Celano (1200-1265) e foi encontrado em um pequeno pergaminho que estava sendo vendido online no início de 2015. Ele traz fatos, até então, desconhecidos sobre a vida de um dos santos mais populares de todos os tempos. A obra de Dalarun, publicada na França

em 2015, já recebeu traduções para idiomas como alemão, inglês, italiano, espanhol e, agora, português.

A tradução da obra para o português “possibilitará ao público brasileiro acesso a um manuscrito medieval inédito, cuja descoberta teve repercussão mundial, principalmente pela importância de seu protagonista, Francisco de Assis”, comenta o tradutor do livro, o professor Igor Salomão Teixeira.

A publicação engloba atividades do projeto de pesquisa “Os Tempos da Santidade: Processos de canonização e Relatos hagiográficos dos santos mendicantes (séculos XIII e XIV)”, da universidade.

CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 30 de novembro de 2016

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CR Igreja 15

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# CAXIAS DO SUL

Imaculada celebra padroeira

Olhar diferente

ALDO COLOMBO

Missa Maranatha é ponto alto da festa da paróquia dos capuchinhos Osébio Borghetti/Correio Riograndense

C

om o lema “Maria, Mãe da Misericórdia”, a paróquia Imaculada Conceição (igreja dos capuchinhos), do bairro Rio Branco, Caxias do Sul, celebra a padroeira com a Missa Maranatha. A tradicional celebração vai ser realizada no sábado, 10 de dezembro, às 20 horas, e no domingo 11, em três horários – 8, 10 e 18 horas.

Após a missa das 18 horas haverá a procissão luminosa pelas ruas próximas à igreja Imaculada Conceição. A equipe organizadora da festa solicita aos fiéis que levem velas com proteção para a caminhada. A festa da Imaculada inicia nesta quarta-feira 30 de novembro, com a visita da imagem de Nossa Senhora Aparecida, que chegou à paróquia no domingo 27. Também nesta data inicia a novena preparatória na paróquia, com a presença de diversas comunidades em cada celebração.

A programação religiosa prossegue até o dia 8 de dezembro, data litúrgica de Nossa Senhora Imaculada Conceição, quando será celebrada missa mariana, às 20 horas, animada pelo Grupo Maranatha.

Além das celebrações religiosas,

Maranatha: dezenas de pessoas participam do coral e das encenações durante a missa dois eventos sociais também integram a programação da festa da Imaculada. No dia 7, após a missa da novena, será realizado filó no salão dos capuchinhos, com participação do Coral Radize d’Italia. E no domingo 11, ao meio dia, almoço festivo no salão comunitário, ao preço de R$ 40,00 por ingresso adulto e R$ 20, crianças.

A Missa Maranatha foi idealizada por frei Wilson João Sperandio, que por 12 anos foi pároco da Imaculada

# VIDA CONSAGRADA

Franciscanas Missionárias celebram jubileus

Irmã Irma Furian

Irmã Therezinha

Irmã Gema Talita

Irmã Dilecta Picolli

Irmã Gesualda Dozza

Irmã Maria Anna

Irmã Maria Thereza

Irmã Elza Capitânio

A congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora festeja, no dia 4 de dezembro, os jubileus de oito irmãs, que celebram 70, 60 e 50 anos de vida religiosa consagrada.

O encontro será realizado na sede da província, em Passo Fundo (RS).

Irmã Irma Furian celebra 70 anos de vida consagrada. Natural de Pejuçara, 91 anos de idade, atualmente mora em Passo Fundo. Seis comemoram 60 anos de vida consagrada: irmã Therezinha Bordignon, natural de Marau, hoje residente na casa de repouso, em Passo Fundo; irmã Gema Talita Padova, nascida em Aratiba; irmã Dilecta Picolli, natural de Júlio de Castilhos, continua sua missão no asilo São José, em Passo Fundo; irmã Gesualda Dozza, de Getúlio Vargas, vive em Cruz

Alta, no asilo Santo Antônio; irmã Maria Anna Dalmagro, de Três Arroios, atualmente reside e atua em Camargo; e irmã Maria Thereza Cella, de Serafina Correa, reside em Marau e auxilia nos serviços da casa das irmãs.

Irmã Elza Capitânio, natural de Chapecó (SC), completa 50 anos de consagração religiosa. Conheceu a vida religiosa a partir do Correio Riograndense. Atualmente, administra o asilo Santo Antônio, em Cruz Alta.

Todas se destacaram atuando nas áreas da saúde, educação, administração, missões, pastoral paroquial e outras atividades. “Nosso reconhecimento pelo testemunho e pela vida doada destas irmãs nestes 70, 60 e 50 anos de consagração”, salienta o governo provincial.

Conceição, gravou vários discos, publicou diversos livros e manteve uma coluna permanente no Correio Riograndense durante quase 40 anos. A celebração é inspirada em um LP do Pe. Zezinho, lançado em 1977 com o título de Maranatha, expressão hebraica que significa “Vem, Senhor Jesus”.

A missa reúne um coral formado por dezenas de vozes e vários atores responsáveis pelas danças, coreografias e encenações.

# IGREJAS-IRMÃS

Protejo da CNBB articula mudanças

Animando a missionariedade e a colaboração mútua entre igrejas particulares (dioceses) no Brasil desde 1972, o projeto Igrejas-irmãs será revitalizado, com a revisão e atualização de suas perspectivas. É o que foi proposto em encontro realizado na cidade de Belém (PA), dias 17 e 18 de novembro. Várias sugestões foram apresentadas na ocasião, quando 53 bispos, 22 sacerdotes, 11 leigos, três religiosas e dois diáconos avaliaram a caminhada do projeto. Dezesseis propostas surgiram do encontro sobre as Igrejas-irmãs; entre elas levar em conta as realidades sociais, ambientais e urbanas da Amazônia. No início, o projeto teve forte repercussão e um grande número de missionários foi enviado para a Amazônia e Nordeste.

Somente a diocese de Caxias do Sul, pioneira nesse projeto, enviou de 1972 a 1985, mais de 100 missionários.

# LANÇAMENTO

Doutrina Social para a juventude A Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB lançou, na quarta 23, o Compêndio da Doutrina Social da Igreja para os Jovens – Docat. O Docat visa aproximar ainda mais os jovens da DSI. Ele pode ser acessado por celulares e outros dispositivos móveis, por meio de um aplicativo (app). O livro, já disponível, é organizado em 12 capítulos.

Nossa Senhora do Advento

N

o meio do Advento, a Igreja coloca a festa da Imaculada Conceição. É um dos quatro dogmas marianos. Em antecipação dos méritos de Cristo, Maria foi preservada da mancha do pecado original.

Os outros dogmas marianos: Maternidade Divina, Virgindade Perpétua e Assunção ao Céu. Foi, inegavelmente, Maria quem soube melhor preparar o Natal. Isaías, seiscentos anos antes, exortou o povo a manter viva a esperança; João Batista proclama que o Messias está próximo, mas foi o “sim” de Maria que colocou em marcha a redenção. O seu sim foi o sinal verde entre o céu e a terra.

Uma mulher, pequena e pobre, situou-se na encruzilhada do tempo. Seu nome: Maria.

Descendente de homens de esperança, filha de um povo que tinha aprendido a buscar a Deus e que tinha o hábito de olhar para o céu e para as nuvens na expectativa de que Ele se manifestasse. Mulher, pequena e pobre, vestia-se de Deus. Seu coração estava constantemente voltado para o Altíssimo, Senhor até do impossível.

Tudo nela era ordem, tudo era harmonia. Deus veio visitá-la. Queria dela um Maria respondeu sim. Queria ter carne com um sim de homem, sonho incondicional de homem, coração para todas as de homem. Queria caminhar pelos nossos propostas: estou caminhos, queria ter disposta a acolher história como todos os a aventura homens. Queria inaude Deus em gurar um novo tempo, instaurar uma minha vida queria nova ordem de coisas.

Maria hesita apenas um momento. Sua humildade é superada pela disponibilidade.

O sim é proferido e esse sim vai dividir o tempo: antes e depois dele.

A hesitação de Maria é feita de honestidade. Ela não quer voltar atrás depois de responder. O anjo sussurra-lhe que Deus quer nascer em seu seio. Diz que a força de Deus será colocada à sua disposição. Assim como tinha agido no seio estéril de Sara, assim como tinha atuado na dureza do deserto, assim como havia habitado o coração dos profetas, assim também agiria no seio de Maria.

Aquele que iria nascer de Maria seria o Filho do Altíssimo, seria a esperança dos povos. Mas era preciso que Maria desse o seu sim. Deus nunca age contra a vontade do homem. Nada pode fazer se o coração do homem se fecha. O Altíssimo está pronto a agir maravilhosamente quando o homem deixa espaço para agir.

Maria respondeu com o sim, um sim incondicional para todas as propostas e para sempre: estou disposta a acolher a aventura de Deus em minha vida. Estou pronta a deixar que Deus realize grandes coisas em mim.

Porque eu sou a serva do Senhor. Foi assim que o Natal aconteceu.

CR

Correio Riograndense

Caxias do Sul 30 de novembro de 2016

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# CADERNO LITÚRGICO

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___

Uma luz brilhou na escuridão

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Jesus e a Samaritana, Pintura de Paolo Veronese/Reprodução/CR

Encarte engloba celebrações do período de 18 de dezembro/2016 a 26 de março/2017

_________________ RESPONSÁVEL

Palavras “A misericórdia é a condição fundamental do Evangelho e a chave de compreensão da vida humana” FREI LUIZ TURRA, coluna de No coração da vida

“O ciúme é contrário ao amor. Logo, o ciúme não é efeito do amor” SANTO TOMÁS DE AQUINO (1224-1274), teólogo italiano

“Nascemos para amar.

O amor é o princípio da existência e o seu único fim” BENJAMIN DISRAELI (1804-1881), estadista inglês

“A delicadeza, que é sempre bem sucedida, talvez seja a maior de todas as forças” Celebrações: Caderno inclui momentos marcantes, como o Natal, festa da Mãe de Deus, Epifania e quatro domingos da Quaresma

Indagações da fé

Igreja no Mundo Papa diz que críticas de cardeais não tiram seu sono Em entrevista ao jornal católico ditas. Quando não há um espírito Avvenire, o Papa Francisco disse bravo, elas também ajudam a caque a carta que recebeu de alguns minhar. Outras vezes, você vê que cardeais conservadores questio- as críticas dadas aqui e ali são para nando sua exortação “Amoris la- justificar uma posição já assumida, etitia” não tira seu sono. “Quanto não são honestas. São feitas com às opiniões, é preciso sempre dis- um espírito bravo para fomentar a tinguir o espírito com que elas são divisão”, disse Francisco.

Conservadores cobram explicações do Pontífice Segundo o Papa Francisco, os em setembro pelo cardeal Rayataques à “Amoris laetitia” nascem mond Burke e outros três cardeais/ de um certo legalismo que pode ser arcebispos conservadores, mas que ideológico. “Alguns continuam a Francisco não respondeu. Como não compreender: ou é branco ou Burke tornou público o pedido de é preto, mesmo que esteja no fluxo explicações na semana passada, o da vida o discernimento”. O Pontí- Papa manifestou-se através da enfice refere-se a uma carta enviada trevista ao jornal italiano.

Carta questiona política de abertura de Francisco A carta questiona situações que que as igrejas pelo mundo não exteriam sido contraditórias a ou- cluam os divorciados que estão em tros textos católicos ou a práticas nova união porque eles “não estão seculares da Igreja na questão dos excomungados”, justificando que divorciados. Com sua política de ninguém deve ser punido para abertura, o Papa Bergoglio pediu sempre”. Burke contesta isso.

Gesto de clemência no Paquistão Acolhendo pedido do Papa do ministro para direitos humanos Francisco, por ocasião do Jubileu do país, o senador católico Kada Misericórdia, o governo do mran Michael, acompanhado pelo Paquistão libertou 69 detentos do bispo de Faisalabad, dom Joseph cárcere de Faisalabad. O gesto de Arshad. Muitos outros ainda serão clemência ocorreu durante visita libertados nos próximos dias.

E-mail: freiglaab@gmail.com

Dia mundial dos pobres No âmbito da carta apostólica “Misericordia et misera” apresentada no dia 21 de novembro no Vaticano, o Papa Francisco decidiu instituir o “Dia Mundial dos Pobres”, a ser celebrado sempre no penúltimo domingo do ano litúrgico (33º domingo do tempo comum). Esse dia é fruto do Ano Santo da Misericórdia.

No âmago do Evangelho O Papa afirma, na carta, que este dia é uma forma de promover a identificação da Igreja com os “mais pequenos e os pobres”. Ele observa que “não poderá haver justiça nem paz social” enquanto “Lázaro jaz à porta da nossa casa”.

“Não podemos esquecer-nos dos pobres: trata-se de um convite, hoje mais atual do que nunca, que se impõe pela sua evidência evangélica”, afirma o texto da carta.

Irmã morre em incêndio Uma religiosa de 82 anos, da Ordem das Irmãs Clarissas Franciscanas, faleceu em um incêndio que atingiu o mosteiro São Francisco, em Belo Horizonte, na madrugada da quarta 23. Irmã Valéria Carvalho residia no mosteiro com outras 49 religiosas.

HONORÉ DE BALZAC (1799-1850), escritor francês

BRUNO e MÁRIO GLAAB

É válida a confissão em idioma estranho ao confessor?

Dorvalino João Uez, Iraí - RS

Dorvalino. Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça de Deus, isto é, por meio daquilo que é perceptível aos nossos sentidos, Deus concede sua graça; mas não como consequência de gestos mágicos, porém a partir da fé que é expressa nos mesmos sinais. Partindo daí, pode-se dizer que deve haver verdadeira comunicação entre o penitente e o ministro do sacramento (confessor).

Que um entenda o outro.

Aliás, o penitente dirige-se ao confessor, vendo nele, como representante da Igreja, o próprio Cristo que acolhe os pecadores arrependidos. Abre seu coração para ouvir palavras de misericórdia – a absolvição dos pecados. E o confessor, mais do que um ouvinte qualquer, procura, como Jesus, entender e acolher o pecador, oferecendo-lhe o perdão. Sendo assim, não faz muito sentido falar de idiomas estranhos entre penitente e confessor.

No entanto, o próprio Direito Canônico fala de intérprete no ato da confissão (cf. Cân. 983), mas isto não é prática comum. Seria até constrangedor e humilhan-

te para um penitente. Quem, na prática, aceitaria de um intérprete para confessar?

Porém, como todo o processo sacramental está baseado na fé e na vontade firme de conversão, não se deve ter dúvidas quanto à validade da confissão de quem não sabe confessar seus pecados na língua do confessor. Caso o penitente não encontre um sacerdote que o possa entender no seu idioma, pode e deve confessar-se tranquilamente com o que está à disposição. Aliás, isso acontece frequentemente entre nós no sul do Brasil em comunidades onde ainda existem pessoas idosas que têm dificuldades para confessar em português, por serem de origem polonesa, ucraniana, alemã etc. O padre, nesses casos, mesmo não entendendo a língua das pessoas, fica contente em poder atender as confissões, e absolve tudo, sabendo que a misericórdia de Deus é maior do que nossas limitações.

(Por padre Mário Fernando Glaab – www.marioglaab.blogspot.com)