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Igreja convida à conversão ecológica Página central

Correio Riograndense CR

Natércia Lima/MMA/Div/CR

# CAMPANHA DA FRATERNIDADE

# COOPERATIVISMO

Modelo ocupa lugar de destaque na cena econômica mundial

Ivo Adamatti/Divulgação/Correio Riograndense

Ano 108 - Nº 5.531 - R$ 2,50 - Caxias do Sul - 1 de fevereiro de 2017 - (54) 3220.3232 - facebook.com/jornalcr - www.correioriograndense.com.br

As 300 maiores cooperativas têm volume de negócios equivalente à 7ª maior economia do planeta. No Brasil, há 7.000 em 13 ramos, cujos associados representam 6,2% da população Página 6

Vanin: produtor de São Marcos entrega uva à Cooperativa Nova Aliança

# MUNICÍPIOS

Tânia Mainerz/Divulgação/Correio Riograndense

Festas do interior celebram a convivência

Comida típica: na capela Nossa Senhora de Monte Bérico, Linha Blesmann, Antônio Prado, mulheres se dedicam a descascar e cortar as batatas para o preparo da maionese caseira. Pág. 4


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CR Editorial 2

Cooperativismo, sinônimo de desenvolvimento

ma em cada sete pessoas no mundo é associada a uma cooperativa. O modelo alcança cerca de um bilhão de seres humanos em 96 países e gera 250 milhões de empregos - as 300 maiores têm volume de negócios combinado de US$ 2,36 trilhões, equivalente à sétima maior economia do planeta. No Brasil, existem em torno de 7.000 cooperativas, distribuídas em 13 ramos de atividades e mais de 13 milhões de associados, representando 6,2%

da população do país. Somadas as famílias dos cooperados, estima-se que o movimento agregue 24,9% dos brasileiros e gere 366 mil empregos formais. O movimento cooperativista é feito por pessoas que trabalham umas pelas outras e, como resultado, têm ampliado sua visão acerca das questões sociais, levando em conta as mudanças do mercado e da sociedade. O modelo combina empreendedorismo e inovação em benefício das comunidades com

trabalho alicerçado na ética, transparência e atenção aos associados. Além disso, o sistema se preocupa com as condições do planeta e com o que vai deixar para as gerações futuras. Nesse quesito, as cooperativas têm feito a lição de casa e dado exemplos de iniciativas pautadas no equilíbrio, com desenvolvimento socioeconômico contínuo, sustentável e responsável, sempre atentos às necessidades locais. O movimento se preocupa com os seus

semelhantes. É instrumento capaz de estimular o trabalho conjunto a fim de que, unidas, as famílias associadas realizem sonhos, mudem suas realidades e sejam mais felizes. E com ações pautadas no respeito às pessoas e ao meio ambiente que o cooperativismo se firma como o caminho mais promissor no sentido de conduzir o país ao futuro que tanto deseja ver: um Brasil mais justo, forte e feliz, mesmo nessa época de retração da economia.

FATO EM FOTO RS abre a vindima 2016/2017 Monte Belo do Sul recebe, no sábado 4, Ato Oficial de Abertura da Colheita da Uva no Rio Grande do Sul. O evento será realizado na propriedade da família Barbieri. De acordo com o Ibravin, neste ano deverão ser colhidos cerca de 600 milhões de quilos de uva. A abertura oficial da vindima segue um rodízio entre as regiões vitivinícolas do estado. O município escolhido neste ano se destaca pela produção de uvas viníferas. Em 2013, a região de Monte Belo, que inclui áreas de Bento Gonçalves e Santa Tereza, recebeu a certificação de Indicação Geográfica (IG) pelo Instituto de Propriedade Industrial (INPI). Os primeiros rótulos com o selo chegaram ao mercado em junho de 2016. Na foto, Vale dos Vinhedos.

Silvia Tonon/Div/CR

Correio do leitor

CR Correio Riograndense Leitura crítica FUNDADO EM 13 DE FEVEREIRO DE 1909 Chapecó se nutre da força da superação Filiado à ADJORI-RS e ABRAJORI

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Marcos A. Bedin

Mas Chapecó decidiu que não vai se nutrir da dor, nem submergir na resignação. Chapecó decidiu reagir. Os dirigentes deflagraram uma corajosa operação de reconstrução do time. Em menos de ão sei se todas as lágrimas foram vertidas, se 30 dias contrataram dezenas de jogadores, técnicos todas as dores foram curadas, se os dias cin- e assistentes para recompor a capacidade operativa zentos já são pretéritos... Minha convicção do clube, renegociaram contratos, renovaram paré de que, depois da tragédia com a delegação da cerias e programaram mais de 70 compromissos Chapecoense na Colômbia, cumprimos legítima e entre Copa Sulamericana, Recopa, Libertadores, fielmente todos os ritos de passagem e iniciamos a Copa do Brasil, campeonatos brasileiro e catarinense. fase de superação. Esse mesmo sentido de recuperação impregnou Nada será fácil. Nada será como antes. A ausência de 71 pessoas será um buraco negro na vida a comunidade chapecoense que participou, ativade centenas de pessoas, famílias, empresas e or- mente, de todos os momentos desse episódio. Do ganizações. Uma lacuna eterna que, para muitos, choque da notícia, às honras militares e ao sepultamento coletivo, aquela semana de 29 de novemjamais será plenamente preenchida. bro a 5 de dezembro Todos os atores Reconstruir o clube e retomar a ficará para sempre dessa tragédia amadureceram nesses 60 normalidade significa, na essência, honrar inconclusa e viva em nossas memórias com dias pós-acidente. Faa memória de todos os que se foram suas cenas indeléveis: miliares, jornalistas, médicos, amigos, dirigentes – cada um cumpriu uma aeronave destroçada ao pé do morro, a homeseu papel. Tenho a sensação de que todos nós fo- nagem dos colombianos, as honras militares, o fumos protagonistas e coadjuvantes, expectadores neral coletivo, a despedida final... Tal qual o clube, a comunidade recolheu cada e agentes. Nenhum coração sensível permaneceu filamento de sua dor e pôs-se a trabalhar. Foi à indiferente. Ficamos admirados com a atenção e o carinho Arena para as homenagens, para o amistoso com o que o planeta nos devotou. Nenhum outro adven- Palmeiras e os jogos que se seguem; para chorar e to da história recente produziu este efeito: uma para rir, para exorcizar a tristeza, sem negá-la. Recomoção sincera e genuína que envolveu os cin- construir o clube e retomar a normalidade significo continentes. Em nenhum lugar, nenhum even- ca, na essência, honrar a memória de todos os que to cultural ou esportivo iniciou ou encerrou sem se foram e que faziam do futebol profissional um uma menção, uma homenagem, uma referência à instrumento de alegria, projeção e integração. VolChape. Tornamo-nos, subitamente, uma referência tar mais unidos, mais fortes e mais determinados é o nosso desiderato. mundial. Jornalista, diretor regional oeste da Associação Catarinense de Imprensa e da MB Comunicação, Chapecó - SC

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Agradecimento

“Recebemos com surpresa a notícia de que o “nosso” jornal está encerrando sua versão impressa. Moro em Arapongas e o Correio Riograndense acompanha minha família há várias gerações. Meu trisavô Giuseppe Paludo era assinante no RS, legado que transmitiu a filho Emílio, meu bisavô, que foi para SC em 1943. Meu avô Gemy José também era assinante e passou o gosto da leitura para mim. Assim foi o CR em nossa família. Nos acompanhou através de gerações e migrações, sempre nos mantendo informados e ‘mais próximos’ da terra mãe. Gostaria de exprimir minha gratidão à equipe do jornal, que sempre nos presenteou com ótimas reportagens e atendimento excepcional. Fica a torcida para que o “nosso” jornal não perca sua essência na versão digital”. Rodrigo Puerari Arapongas – PR “A gratidão a toda a equipe do CR que sempre cumpriu de forma exemplar a missão de fazer este ótimo jornal”. Bibiana Pignatel Criciúma – SC “Imagino a tristeza e, com certeza, a indignação que toma conta da valorosa equipe do CR, que mantendo seu profissionalismo, seguiu firme até o fim. Obrigado por terem feito, junto com gerações de outros jornalistas, um dos melhores jornais da história do Sul do país”. Jacir Bonatto Reis Santa Cruz do Sul - RS

Triste tendência

“Lamentamos o fim de circulação do centenário Correio Riograndense, versão impressa. Uma triste tendência que empobrece o jornalismo brasileiro, e, consequentemente, a democracia”. Múcio Aguiar Presidente da Associação da Imprensa de Pernambuco (AIP) Cartas e e-mails devem conter endereço completo e telefone do remetente. As correspondências não são necessariamente publicadas na íntegra.


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INTERIOR

Subprefeitos tomam posse

Olhar à vida

JAIME BETTEGA

Petter Campagna Kunrath/Divulgação/Correio Riograndense

Representantes devem ampliar contato com as comunidades

Grupo: na posse, subprefeitos junto ao chefe do executivo Daniel Guerra, o vice-prefeito Ricardo Fabris, secretários municipais e vereadores

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omaram posse na quinta 26 os dez subprefeitos e o coordenador do 1º Distrito de Caxias do Sul, que agora integram a equipe de governo do prefeito Daniel Guerra. Segundo a assessoria de imprensa do Executivo, o processo de seleção começou ainda no mês de dezembro, durante a transição da administração municipal. O secretário de Obras e Serviços Públicos, Leandro Pavan, esteve em todas as comunidades do interior e conversou com diversos líderes. Junto a assessores e vereadores, Pavan também conduziu reuniões com representantes das diferentes comunidades, incluindo agricultores, comerciantes, pastores, padres e diretores de escolas, entre outros. Depois de ouvir as demandas e as sugestões, a equipe comandada pelo secretário definiu os nomes com a participação de Daniel Guerra. “Foi uma decisão em conjunto, ouvindo principalmente quem mora e conhece essas localidades”, ressalta o secretário. Com a reforma administrativa que o governo municipal pretende realizar futuramente, a ideia é que os subprefeitos passem a ser chamados de gerentes distritais. Essa mudança, porém, precisará passar por aprovação do Legislativo. O objetivo é que esses representantes ampliem o contato com suas comunidades. No quadro, perfil dos subprefeitos.

Os líderes Primeiro Distrito: Gilmar Gomes da Silva, 53 anos, ensino fundamental completo. Há 30 anos, é servidor público concursado e trabalha como gerente interno da prefeitura. Ana Rech: João Luis Ribeiro da Silva, 48 anos, ensino fundamental completo. Trabalhou como agricultor e em terraplanagem, também foi pintor e, atualmente, é músico. Desde 2008, se dedica a programas sociais nas comunidades. Galópolis: Ivete Zinani Marchi, 64 anos, ensino fundamental completo. Tem vasto conhecimento na área rural e foi presidente da Associação de Turismo Estrada do Imigrante. Desvio Rizzo: Joares José Paproski, 49 anos, ensino médio completo. Já foi programador, chefe de tecelagem e gerente de produção. Forqueta: Ademir Pegoraro, 52 anos, técnico em agropecuária. Trabalhou em diversas cooperativas e empresas comerciais agrícolas. Criúva: Antoninho Venzon de Quadros, 57 anos, ensino médio completo. É eletricista técnico e trabalhou no setor metalúrgico por mais de 20 anos. É o atual presidente da Amob do bairro Gaúcha, mandato 2015/12017. Vila Cristina: Francispaulo Jacob Pezzi, 55 anos, ensino médio completo. Já trabalhou como montador, locutor e, por 12 anos, auxiliar administrativo. Santa Lúcia do Piaí: Jorge Luíz Andreazza, 43 anos, graduado em Administração de Empresas e cursando MBA em Controladoria e Finanças. Trabalhou como coordenador de patrimônio da UCS e professor de Matemática Financeira. Até o ano passado, foi consultor e executivo da Amob de Santa Lúcia do Piaí. Fazenda Souza: Henrique Jorge Bischoff, 54 anos, concluiu diversos cursos profissionalizantes, como o de desenho mecânico. Trabalhou em várias empresas do setor metalúrgico. Atualmente, prestava assessoria de certificação de ISO 9000 e TS para empresas. Vila Oliva: Jefferson Côrtes Torres, 27 anos, cursa Pedagogia e é técnico em Agropecuária. Desde junho de 2015, é agente comunitário de saúde em Vila Oliva. Vila Seca: Avelino Alves, 67 anos, formado em Direito. Por 24 anos, gerente de engenharia na Eberle/Mundial. Fundador e sócio-proprietário da ITC Cursos Profissionalizantes. Coordenador Distrital: João Dreher, 59 anos, ensino médio completo e torneiro mecânico, mecânico e eletricista de automóvel. Experiência como operador de equipamento de rádio, televisão, som e cinema e como chefe de terraplanagem. Também foi cabo da Brigada Militar de Caxias por seis anos.

Informe CR Recuperação de rodovias

CVV forma voluntários

Atendimento ao eleitor

Governo do RS assinou ordem de início das obras de restauração em três rodovias da Serra: ERS 431, trecho entre São Vicente do Sul e Dois Lajeados; ERS 448, entre Farroupilha e Nova Roma do Sul; e VRS 813, de Garibaldi a Farroupilha. No total, serão recuperados 30,81Km, investimento de R$ 12 milhões. Concresul Britagem fará as obras.

O Centro de Valorização da Vida está com inscrições abertas para o Programa de Voluntários. O curso de 30 horas, em 10 encontros semanais, é gratuito. Visa capacitar plantonistas para o serviço de apoio emocional e prevenção ao suicídio. Aula inaugural dia 18 de fevereiro, 13h30. Inscrições pelo e-mail caxiasdosul@cvv.org.br.

O cartório eleitoral está agendando horário para facilitar o atendimento ao cidadão. São 50 vagas por dia para efetuar recadastramento biométrico, alistamento eleitoral ou transferência do título. O agendamento pode ser feito no próprio cartório ou pelo site www.tre-rs.jus.br. O cartório funciona de segunda a sexta, das 12h às 19h.

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A busca da felicidade

um domingo desses, celebrei 31 batizados. Foi um momento único. Impossível não sorrir diante do semblante de cada criança. Fiz questão de pegar ao colo, uma por uma, para um breve registro fotográfico. A alegria dos pais e padrinhos era contagiante. Uma verdadeira festa ao redor da vida, contemplação que eleva o pensamento ao Criador: só Ele para tanta perfeição. Ninguém se repete. Cada um é único: detalhes em forma de traços, admiração sem fim, amor infinito. Uma criança simplesmente transforma residências e corações. Por mais que a ciência intensifique a busca por entender a dinâmica do humano, sempre ficará uma fresta para o inexplicável mistério que envolve a existência. Há algo mais do que apenas um corpo físico, que extrapola a substância e inspira admiração. A importância da pesquisa científica é inquestionável. Entender as funções vitais para prevenir possíveis doenças é um sensível sinal de amor à vida. Diante da grandiosidade de cada pessoa, aumenta a responsabilidade social: todos têm direito à dignidade. A felicidade é a incessante busca do ser humano. Em todos “Diante da os recantos do planeta, andam ingrandiosidade multidões quietas, entre acertos e de cada pessoa, erros, tentando descobrir uma ‘fórmula’ que aumenta a torne a vida mais leve responsabilidade e alegre. A ciência tem redobrado os esforços social: todos para validar esse desejo têm direito de felicidade. O cérebro possui neurotransmisà dignidade’’ sores que têm o papel de mensageiros: são substâncias químicas que permitem que os neurônios passem sinais entre si e para outras células do corpo, o que os torna importantíssimos na manutenção dos sinais vitais. Há muitas funções e muitos neurotransmissores, mas um deles merece destaque: a serotonina. Entre outras ‘responsabilidades’, a serotonina tem um papel inconfundível: garantir o bom humor. De fato, o toque divino pensou nos mínimos detalhes, inclusive na alegria que acompanha a existência física. O corpo humano está dotado de plenitude. Ninguém nasceu para viver triste. Naturalmente a felicidade está enraizada nas profundezas do ser. É evidente que os níveis de serotonina podem variar, de acordo com o estilo de vida. Naquela cerimônia de batizados, a serotonina alcançou o ápice. Momento inesquecível. Porém, tenho encontrado pessoas que necessitam repor urgentemente a serotonina. Fará um bem enorme para todos. Venda de veículos novos e seminovos. Nacionais e importados

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CR Municípios 4

# ANTÔNIO PRADO

Convivência é a marca nas capelas Festas celebram a fraternidade e união, preservam a história e valorizam a culinária tradicional Fotos Tânia Mainerz/Divulgação/CR

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estas de interior, misto de alegria e confraternização, são realidade em todas as capelas. Quando os convidados chegam para o almoço de domingo, a festa já está em andamento há, pelo menos, uma semana. Explica-se: a comunidade se reúne, especialmente à noite, para preparar o agnolini, lavar a louça, enfeitar o salão etc, tudo com carinho e dedicação, acompanhando a tradição dos primeiros imigrantes. O evento culmina com missa, almoço típico e jogos tradicionais. Esses são atrativos para centenas de pessoas de toda região. Cada festa tem suas características e cardápio com pequenas diferenças, resultado de pratos trazidos de regiões de cada país de origem, sejam italianos, alemães, poloneses ou outras etnias. São as pessoas o motivo real das comemorações. Nesse dia tão especial, mulheres e homens usam suas melhores roupas – roupas de festa -, se arrumam para chegar à igreja, participar da missa, do almoço e dos jogos de bodega e o peculiar rifão. Já as crianças, que podem correr livremente no pátio – as meninas com seus belos vestidos e os meninos, de calças e camisas novas – se exibem para a alegria. Ficam

Gerações: valores, tradições e religiosidade são transmitidas dos mais velhos aos mais jovens intranquilos na celebração, pensando nos quitutes, na salada de frutas, no sorvete e nas brincadeiras que encantam até os adultos. Por fim, todos exaustos, mas com a felicidade estampada no rosto, seguem para suas casas, com seus pensamentos voltados aos bons momentos. E quiçá, à espera de um novo encontro com a música alta, jogo de bochas, de

Pien: receita típica, saborosa, já compõe a Arca do Gosto do Brasil

cartas, de cavalinho, dos gritos de alegria quando é sorteado com brindes – mesmo que seja bola de plástico que fura ao ser chutada contra a cerca viva de casa. As festas do interior são reais, mas permeadas de lembranças. E a fotografia registra esses momentos tão especiais, como o que aconteceu na capela Nossa Senhora de Monte Bérico, na Linha Blesmann, em Antônio Prado, em 28 de agosto de 2015. Encontro – A festa comunitária sempre ocorre no último domingo de agosto. Reúne cerca de 500 participantes, desde moradores das comunidades próximas, como visitantes de outros municípios que nasceram no local e mantêm vínculos com o lugar, como é comum na região de colonização italiana. A fotógrafa porto-alegrense Tânia Mainerz visitou a localidade na véspera da festa em 2015 e registrou os preparativos durante o sábado, missa e o almoço comunitário no domingo.

A preparação do pien, prato típico da Serra, a maionese meticulosamente preparada, o caldo para a sopa de agnolini, a reunião das lenhas para o churrasco e galeto de domingo, além da janta dos festeiros no sábado à noite. Todos os momentos foram registrados em 60 imagens em formato 20x30, entre outras dimensões. Algumas fotos fizeram parte

da tradicional rifa após o almoço. Nas imagens da exposição também foi homenageada uma das matriarcas da localidade, Tereza Bet, 94 anos, falecida durante o trabalho da fotógrafa. Homenagem - “O objetivo da exposição é homenagear as pessoas que se dedicam a preparar esta celebração de fraternidade e união. Estas reuniões festivas preservam um tempo da nossa história, promovem o convívio comunitário, a religiosidade e valorizam a culinária tradicional. É um privilégio estar em meio a estas vivências tão ricas de humanidade e generosidade”, registra Tânia. Nestas festas de capela, além do almoço farto, costuma-se jogar bochas, cartas, a mora e a cantoria em vêneto que espontaneamente acontece puxada pelos mais velhos. Para Tânia, a exposição é uma forma de agradecimento também pelo modo carinhoso com que as comunidades recebem os visitantes e compartilham os seus saberes e tradições. “Meu desejo é que esses encontros se perpetuem com esse respeito a um modo de vida que marcou a história do Rio Grande de Sul com a saga dos imigrantes italianos”, observa.

Assadores: churrasco e galeto são atrativos à parte nas festas de capela

Missa: toda festa comunitária tem celebração religiosa, pois é o momento de agradecer as bênçãos recebidas e comemorar a produção, a saúde e as conquistas na vida social e familiar


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CR Municípios 5

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Todas estações convidam a ir a Garibaldi

odas as estações do ano são bons momentos para conhecer Garibaldi, município centenário da Serra gaúcha. A rota turística Passadas - a Arquitetura do Olhar, por exemplo, é opção de entretenimento para quem tem interesse em desbravar a história, cultura e arquitetura. O casario, datado do final do século XIX e início do século XX, fica situado no Centro Histórico. Ao todo, 35 prédios de famílias italianas, francesas e sírias se impõem na rua Buarque de Macedo e ruas adjacentes como marcas do florescimento do comércio por tropeiros, mascates e artesãos. A Buarque de Macedo foi uma das principais estradas do Sul do país - e, na época, principal via de ligação das colônias do oeste da Serra com a capital do estado. O resultado é uma composição histórico-arquitetônica que encanta os visitantes e moradores do município. A experiência de conhecer o “Passadas” é uma ‘viagem no tempo’, nas raízes da cultura e tradições locais, em um diferente modo de viver e pensar o cotidiano. O trajeto destaca uma cidade feita para o usufruto da população, não apenas para os carros e

Fotos Vicente Silveira /Divulgação/CR

# TURISMO

Mansão: construída em 1921 por Agostinho Mazzini, autor e proprietário as idas e vindas dos compromissos diários. O roteiro, lançado em novembro de 2001 e ampliado em 2013, tem o intuito de conscientizar os moradores locais acerca da preservação dessas relíquias histórico-arquitetônicas. A revitalizada rua Buarque de Macedo contribui para que a beleza do casario seja ainda mais acentuada e que ocorra a ressignificação do olhar sobre o patrimônio local, ao incentivar a sua percepção e valo-

rização. O “Passadas” pode ser visitado a pé ou de Tim-Tim – um caminhão de guerra modelo GMC, de 1944, adaptado ao transporte de turistas. É possível realizar o passeio com ou sem o acompanhamento de guias. Informações pelo telefone (54) 3462 8235, no site turismogaribaldi.com.br e na fan page Turismo Garibaldli, no Facebook.

ma passear por Garibaldi. É o Tim-Tim, um caminhão GMC de 1944, da II Guerra Mundial, adaptado para o transporte de turistas. Há mais de duas décadas, o Tim-Tim passeia pelo Centro Histórico possibilitando ao visitante um mergulho no passado e na cultura do município. A história do Tim-Tim – nome alusivo ao brinde de espumante, bebida que é um dos símbolos de Garibaldi – começa, ou recomeGMC - Um veterano costu- ça, em 1990, quando foi adquiri-

Giuseppe Sciessere: de 1922, parte superior era residência; na inferior funcionava ourivesaria

Detalhe: prédio de 1884 que abriga o Museu e Arquivo Histórico Municipal

do pela prefeitura junto ao exército brasileiro. Durante o período da guerra, de 1939 a 1945, foram fabricadas mais de 500 mil unidades destes caminhões militares, que serviam para o transporte de tropas e de suprimentos para o front. Mais de 60 anos depois, poucos continuam trafegando, e, dificilmente, algum outro tenha mudado tão radicalmente de função. Hoje, o Tim-Tim transporta 40 pessoas e percorre as ruas do Centro Histórico, onde é possível conhecer detalhes sobre a história, a cultura e a arquitetura do casario. Motorista - Há 25 anos na boleia do caminhão, Renato Corbellini já está incorporado à rotina do Tim-Tim, sendo seu fiel motorista. Corbellini conta com orgulho histórias dos turistas que já conduziu, sempre com descontração e irreverência. Os passeios, que custam R$ 10, são agendados na Secretaria de Turismo e Cultura de Garibaldi. Um guia acompanha o percurso, explicando a história do município. Aos sábados, o passeio é fixo e ocorre sempre às 11h, com saída da avenida Independência, ao lado da Cooperativa Vinícola Garibaldi.

Bom gosto: casa de Paulo Chesini, erguida no ano de 1927, exibe linhas arquitetônicas clássicas

Fachada: casa Koff Nehme, de 1923

Casa das Gaiutas: de 1897, água-furtadas ilumina e ventila o sótão


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CR Reportagem 6

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# ASSOCIATIVISMO

Mutualidade consolida a união

Modelo está em 96 países, gera 250 milhões de empregos e alcança cerca de um bilhão de pessoas Divulgação/CR

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cooperativismo alcança cerca de um bilhão de pessoas, segundo dados da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). O modelo está em 96 países e gera 250 milhões de empregos. Com crescimento consolidado, ocupa posição de destaque no cenário da economia mundial. Segundo dados de 2016 da World Cooperative Monitor (organização de monitoramento mundial, em tradução livre), as 300 maiores cooperativas do mundo têm volume de negócios combinado de US$ 2,36 trilhões, equivalente à sétima maior economia do planeta. No Brasil, existem em torno de 7.000 cooperativas (ver quadros), distribuídas em 13 ramos de atividades, cujos associados representam 6,2% da população do país. “Somadas as famílias dos cooperados, estima-se que o movimento cooperativo agregue em torno de 25% da população”, informa o presidente da Ocergs-Sescoop/ RS, Vergilio Frederico Perius. O cooperativismo gaúcho vive bom momento. Em 2015, o faturamento cresceu 15,75% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 36,1 bilhões. “O desenvolvimento do setor reflete-se no aumento dos seus ingressos, que nos últimos seis anos, registrou expansão de 94,6%, detalha Perius. Nesse contexto, destacam-se as atividades relacionadas ao ramo agropecuário, 11,6%; crédito com 33,8%; saúde 18%; infraestrutura 8,2% e transporte 35,5%. Apesar

Grande família: o sistema cooperativo é participativo, transparente e organizado, cujo lucro é repartido de forma igual entre os associados do arrefecimento da economia nacional, em 2016 estavam previstos investimentos de R$ 1,7 bilhão, valor que deve ser confirmado no relatório desse ano. As unidades cooperadas exercem importante papel econômico e social. “Somente em tributos, em 2015, as cooperativas gaúchas geraram R$ 1,8 bilhão”, informa o presidente da Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul. “Somos uma colmeia de pessoas que se comunica, o braço alongado do sócio”, define Perius ao CR.

Cooperativismo no Brasil Cooperativas: 6.673

Associados: 13 milhões

Empregados: 366 mil

Região Sul UF

Cooperativas

Associados

Empregados

PR RS SC

223 434 253

1.079.737 2.645.872 1.755.858

79.241 58.784 52.157

Total

910

5.481.467

190.182

Cooperativismo é instrumento de organização econômica da sociedade, com origem na Europa do século XIX. Caracteriza-se como uma forma de ajuda mútua por meio da cooperação e da parceria entre um grupo de pessoas para satisfazer necessidades comuns de ordem econômica, social ou cultural. A grande diferença em relação a empresas é que o lucro é repartido de forma igual entre os associados, o que representa seguro contra a crise. “A gente percebe que é em momentos de dificuldade, ou em períodos de turbulência, que as pessoas tendem a se unir e ficam mais fortes”, diz o coordenador de cooperativismo da Emater de Santa Rosa, Marcos Servat. O cooperativismo se enraíza como uma grande árvore. “Somos uma grande família, com vocação histórica para o desenvolvimento da comunidade”,

Ivo Adamatti/Divulgação/CR

Sistema tem vocação histórica para o desenvolvimento das comunidades

Exemplo: Natal Vanin, agricultor em São Marcos, entrega a produção de uvas à Cooperativa Nova Aliança afirma o presidente da Ocergs, Vergilio Perius. Conforme ele, o valor agregado, os resultados e a riqueza ficam na localidade. Assim é com os agricultores Natal Vanin, 65 anos, e com Darvi Cioatto, 71 (agente do Correio Riograndense), mora-

dores na Linha Marechal Deodoro, em São Marcos (RS), e associados à Cooperativa Nova Aliança. Com sede em Flores da Cunha, a Nova Aliança é fruto da união de cinco cooperativas. Segundo o presidente Alceu Dalle Molle, a cooperati-

va contabiliza 900 sócios em 12 municípios gaúchos. Ambos têm na fruticultura a principal fonte de renda, com ênfase à viticultura. “Meu pai Berto sempre foi cooperativista. Eu sou há 47 anos associado a cooperativas. É a melhor coisa,

mas precisa colaborar”, frisa Cioatto. “A Nova Aliança é minha casa”, emenda. Já Vanin destaca a importância da cooperativa na colocação da produção, mesmo em ‘dias maus’, e com preço justo. “O produtor familiar deve ser cooperativista. Eu jamais vou deixar de ser filiado”, enfatiza. Alceu Dalle Molle concorda. “A agricultura familiar precisa de associativismo. Não há produção em pequena escala forte, sem o cooperativismo”, reitera. Esse sistema gera e distribui riqueza e cresce mesmo na crise. “Por que cresce? Porque o dono do negócio é o próprio trabalhador”, responde. O sistema é participativo, transparente e organizado. “O cooperativismo tem compromisso com o associado e oferta segurança e tranquilidade no momento da entrega do produto pelo agricultor”, esclarece o presidente da Nova Aliança.


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# FINANÇAS

Panorama geral

Vulnerável à emergência 60% mais ricos: apenas 4,67% poupam para a fase da velhice. O estudo do Banco Mundial considera apenas a poupança financeira, que é um dos itens de patrimônio capazes de assegurar recursos diante de uma emergência. Lembrando que imóveis, veículos e outros bens duráveis podem ser vendidos e também são considerados formas de poupança. Segundo o Banco Central, a tradicional caderneta de poupança, apesar do nome, não é usada pelos brasileiros para fazer reservas. Dos 131,8 milhões de brasileiros com caderneta, 60% tinham menos de R$ 100, em 2014. O saldo médio era R$ 1,66. Estudo da instituição mostrou, na mesma época, que 45% das famílias não tinham sobra financeira regular. Divulgação/CR

Especialistas do setor observam que, quando guarda dinheiro, a maioria dos brasileiros o faz pensando em viajar ou trocar de automóvel; poucos pensam em uma reserva para emergências ou mesmo em um seguro de vida para o chefe de família. O ideal, segundo os economistas, seria ter um fundo de emergência que varia de três a 12 vezes o custo mensal da família – a variação deve considerar profissão, estabilidade de renda, estado civil etc. Porém, segundo levantamento da Serasa (2015), 73% dos brasileiros não conseguiriam cobrir seus custos por mais de 90 dias. A situação fica mais grave na velhice, pois só 3,64% dos brasileiros acima dos 15 anos economizam pensando nos desafios a enfrentar na terceira idade. E esse padrão repete-se mesmo entre os

Marcos Bedin/Div/CR

O

Senar/SC capacita quase mil mulheres rurais O protagonismo feminino no rança, o Senar/SC desenvolve meio rural é um dos focos do o programa “Com licença vou Serviço Nacional de Aprendi- à luta”. Somente em 2016 fozagem Rural (Senar/SC), órgão ram realizadas 69 turmas em vinculado à Faesc. Com o ob- todas as regiões de Santa Cajetivo de capacitar produtoras tarina, capacitando 994 mulherurais na gestão de negócios res. Para 2017 as ações serão agropecuários, com enfoque no ampliadas, com a previsão de empreendedorismo e na lide- 75 turmas.

44% dos brasileiros não têm recursos para situação extrema

s brasileiros são os mais vulneráveis da América em caso de emergência: 44%, ou mais de 70 milhões de pessoas acima dos 15 anos, consideram impossível levantar cerca de R$ 2.500,00 em uma situação de necessidade extrema, segundo levantamento do Banco Mundial - para possibilitar comparações, o órgão usou uma quantia relativa, equivalente a 1/20 do PIB per capita. No mundo, o Brasil é o 8º país mais despreparado no que se refere a economizar. Dos brasileiros que acham possível obter a quantia de R$ 2.500,00, de forma emergencial, apenas 16% podem recorrer às próprias economias. Conforme a pesquisa do Banco Mundial, mais da metade desses entrevistados pediria ajuda a amigos ou parentes.

marcelino@jornalcr.com.br

Gestão: programa realizado em Aparecida dos Pardos, Irineópolis Santa Clara/Top Santa Clara/Casca A cooperativa Santa Clara A cooperativa Santa Clara, iniciou as obras da indústria com sede em Carlos Barbosa de laticínios no município de (RS), recebeu o Certificado Casca (RS). A cooperativa vai Top Consumidor, concediinvestir R$ 115 milhões na uni- do pelo Instituto Nacional de dade. Com previsão de operar Educação do Consumidor e comercialmente no segundo do Cidadão, em parceria com trimestre de 2018, a unidade a revista Consumidor. Entrega terá capacidade instalada para da premiação ocorreu na quarta 600 mil litros/dia. 25, na sede da Fiergs.

Dinheiro: no mundo, Brasil é o 8º país no ranking dos mais despreparados no que se refere a economizar recursos

Nove entre dez brasileiros atribuem sucesso material a Deus Pesquisa Datafolha indica que nove entre dez brasileiros atribuem a Deus o seu sucesso financeiro. O índice supera os 90% entre os religiosos, mas surpreende mesmo entre os que se declaram sem religião (70%) e até entre ateus (23%). Quanto menor a escolaridade e também a renda, maior a gratidão a Deus pelas conquistas materiais. Ainda assim, 77% dos entrevistados graduados atribuem responsabilidade divina às finanças; e sete dentre dez entre aqueles com renda mensal acima de dez salários mínimos. A disparidade de opinião entre os mais e menos escolarizados, ou entre os mais e menos ricos, fica ainda mais ampla quando se

trata do dinheiro alheio. Um terço de quem fez até o ensino fundamental e 28% dos que ganham até R$ 1.760,00 por mês concordam com a frase: “As pessoas pobres, em geral, não têm fé em Deus, e por isso não conseguem sair dessa situação”. Em contraposição, são apenas 9% os graduados que atribuem pobreza à falta de fé, mesmo índice dos que ganham mais de R$ 8.800,00. O Datafolha ouviu 2.828 brasileiros maiores de 16 anos selecionados por sorteio aleatório, em amostragem representativa da população. Feita em 174 municípios, a pesquisa tem margem de erro de 2% para mais ou para menos (nível de confiança de 95%).

Religião – As causas da pobreza e as soluções para melhores condições de vida são vistas de forma diferente pelos dois principais grupos cristãos do país: católicos e evangélicos – termo que, no Brasil, designa os protestantes históricos, os pentecostais e os neopentecostais. Há mais evangélicos (28%), do que católicos, que creem que a falta de fé impede as pessoas pobres de deixarem essa condição. Enquanto a solidariedade é o caminho mais apontado pelos católicos para melhorar a situação da população pobre; entre os evangélicos a solução mais indicada é levá-los à igreja, segundo pesquisa do Instituto Pew com 2.000 brasileiros.

Ecomuseu: área de 8 hectares privilegia a natureza, as uvas e os vinhos Carne de frango Carne suína Dados da Associação BrasileiAinda conforme levantamenra de Proteína Animal (ABPA) tos da ABPA, as exportações de mostram que as exportações carne suína in natura totalizaram brasileiras de carne de frango no ano passado 628,7 mil tone(considerando todos os produtos, ladas, volume expressivo que entre in natura e processados) fe- supera em 33% as 472,7 mil tocharam 2016 totalizando 4,384 neladas embarcadas em 2015, milhões de toneladas – um recor- uma média mensal de 52,4 mil de histórico -, aumento de 1,9% toneladas. As vendas geraram em relação às vendas externas de receita de US$ 1,349 bilhão em 2015. Já a receita cambial regis- 2016, saldo 15,5% acima do retrou recuo de 4,5%, com um total sultado do ano anterior, de US$ de US$ 6,849 bilhões. 1,168 bilhão. Noruega vai abolir as rádios FM A Noruega se tornou, em ja- – sistema de transmissão digital neiro, o primeiro país do mundo de áudio, na sigla em inglês), que a trocar progressivamente a rádio permitirá enriquecer conteúdo e em frequência modulada (FM) criar novas emissoras, a um custo por um novo padrão digital (DAB 8 vezes menor que o da FM.

Rodrigo Parisotto/Div/CR

Gilmar Gomes/Div/CR

Dal Pizzol estreia evento enogastronômico A vinícola Dal Pizzol apresen- O festival ocorre a céu aberto, no ta uma novidade na Serra Gaú- Ecomuseu da Cultura do Vinho, cha – o evento enogastronômico na Rota Cantinas Históricas, em Dal Pizzol Day Festival, que Faria Lemos, Bento Gonçalves. ocorre no dia 11 de fevereiro, Entre as inúmeras atrações do locom a degustação de vinhos e cal, a vinícola mantêm uma das espumantes e o acompanhamen- três maiores coleções privadas to de sanduíches, hambúrgueres, de uvas do planeta e a maior da massas, batatas e frios, em parce- América Latina, com cerca de ria com a Estação Café Blauth. 400 variedades.


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CR Opinião 8

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Trump: uma nova etapa da história? LEONARDO BOFF

Leonardo Boff é escritor, autor de “Que Brasil queremos?” (Vozes), 2000.

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Sem qualquer experiência política, Trump pode deslanchar crises altamente ameaçadoras para o resto da humanidade

á há anos se notava, um pouco em todas as partes do mundo, a ascensão de um pensamento conservador e de movimentos que se definiam como de direita. Com isso se sinalizava um tipo de sociedade na qual a ordem prevalecia sobre a liberdade, os valores tradicionais se impunham aos modernos e a supremacia da autoridade se sobrepunha à liberdade democrática. Esse fenômeno se deriva de muitos fatores, mas principalmente pela erosão das referências de valor que conferiam coesão a uma sociedade e forneciam um sentido coletivo de convivência. O predomínio da cultura do capital com seus propósitos ligados ao individualismo, à acumulação ilimitada de bens materiais e à competição deixando parco espaço para a cooperação, contaminou praticamente toda a humanidade, gerando confusão ético-espiritual e perda de pertença a uma única humanidade, habitando uma Casa Comum. Emergiu a sociedade líquida, na linguagem de Bauman, na qual nada é sólido, acrescido com o espírito pós-moderno do vale tudo, na medida em que conta o que realiza um objetivo buscado por cada um, consoante suas preferências. Face a esta diluição de estrelas-guias surgiu seu oposto dialético: a busca de segurança, de ordem, de autoridade, de normas claras e de caminhos bem definidos. Na base do conservadorismo e da direita em política, em ética e em religião se encontra este tipo de visão das coisas. Ela está a um passo do fascismo como se verificou na

Alemanha de Hitler e na Itália de Mussolini. Na Europa, na América Latina e nos Estados Unidos essas tendências foram ganhando força social e política. No Brasil foi este espírito conservador, direitista que moldou o golpe que destituiu Dilma Rousseff. O que se seguiu foi a implantação de políticas claramente de direita, negadoras de direitos sociais e retrógradas em termos culturais. Mas essa tendência conservadora alcançou sua dimensão mais expressiva na potência central do sistema-mundo, os EUA, confirmada pela eleição de Donald Trump à presidência. Aqui o conservadorismo e a política de direita se mostram sem metáforas e de forma deslavada e até rude. Trump, em seus primeiros atos, começou a desmontar as conquistas sociais alcançadas por Obama. Nacionalismo, patriotismo, conservadorismo, isolacionismo são suas características mais claras. Seu discurso inaugural é aterrador: “De hoje em diante uma nova visão governará a nossa terra. A partir deste momento só os Estados Unidos serão o primeiro”. Radicaliza sua visão ao término do discurso com arrogância: “Juntos faremos que os Estados Unidos voltem a ser fortes. Faremos que os Estados Unidos voltem a ser prósperos. Faremos que os Estados Unidos voltem a ser orgulhosos. Faremos que os Estados Unidos voltem a ser seguros de novo”. Subjacente a estas palavras funciona a ideologia

Religião imediatista

Espiritualidade em tempos de crise Frei Betto é escritor, autor de “Fidel e a religião” (Fontanar), entre outros livros.

N

ada há de novo debaixo do sol”, sublinha Coélet, autor do Eclesiastes. De fato, tudo que nos causa preocupação e indignação – corrupção, violência, desrespeito aos direitos humanos etc – sempre ocorreu. A diferença é que vivíamos isolados em nossa aldeia. Não existiam, como hoje, meios de comunicação que globalizassem a informação. Aluno de jornalismo, aprendi que o cão atropelado na rua do meu bairro me interessa mais que dois mil chineses mortos no terremoto em Xangai. Por isso, a crise brasileira tanto nos afeta. E, A crise não por consequência, a é um acidente nossa vida espiritual. mais irritadiços, de percurso. Ficamos agressivos, pessimistas. É a essência do Deixamos a emoção se percurso. São as sobrepor à razão. Todos temos ‘dores do parto’ espiritualidade, ainda da Criação, que desprovidos na opinião de fé religiosa. Não de São Paulo se deve confundir espiritualidade e religião. Esta é uma instituição; aquela, uma vivência. E há práticas religiosas que já não são fontes de espiritualidade, como há espiritualidades que não são religiões, como o budismo. A espiritualidade é a força interior, cultivada na oração ou na meditação, que nos mantém vivos. É alimentada também pelo amor que nos une à família, a autoestima profissional, os valores que regem nossas atitudes e esperanças (sonhos, projetos etc.) e movem os nossos passos em direção ao futuro.

FREI BETTO

Em tempos de crise, todos os nossos paradigmas parecem ruir. O desemprego ameaça, a política decepciona, o horizonte utópico se apaga, os valores perdem credibilidade. É como turbulência de avião: não temos o controle de quando cessará, e em qualquer direção que se olha há um imenso vazio... O povo da Bíblia conheceu situações semelhantes à nossa. E escreveu dois livros que bem expressam a espiritualidade em tempos de crise: Eclesiastes e Jó. No primeiro, o autor nos convida a não dar importância a coisa alguma. “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. Tudo é transitório. “Travessia”, assinalou Guimarães Rosa como último vocábulo de Grande Sertão, Veredas. Assim, quem mais se desapega, menos sofre. Lição ensinada por Buda cinco séculos antes de Cristo. Jó foi vítima de uma crise profunda, que lhe tirou filhos, amigos, bens e saúde. Menos a esperança. Não lhe restou senão a confiança em Deus. Enxergava o avesso do bordado e acreditava que as linhas assimétricas formavam um belo desenho oculto a seus olhos. Até que começou a encarar os fatos por outro prisma. Deus, que ele conhecia apenas de “ouvir falar”, se tornou presença amorosa em sua vida. A crise não é um acidente de percurso. É a essência do percurso. São as “dores do parto” da Criação, na opinião do apóstolo Paulo. Frente à crise, a espiritualidade nos dá sustento e alento, sobretudo quando a encaramos pela óptica histórica, como ensinou Jesus aos discípulos de Emaús. Tanta desgraça em volta – miséria, terrorismo, assassinatos – induziu um homem indignado a querer romper o silêncio de Deus: “E o Senhor nada faz?”. E ele respondeu: “Já fiz. Você!”.

do “destino manifesto”, da excepcionalidade dos EUA, sempre presente nos presidentes anteriores, inclusive em Obama. Quer dizer, os EUA possuem uma missão única e divina no mundo, a de levar seus valores de direitos, da propriedade privada e da democracia liberal para o resto da humanidade. Para ele o mundo não existe. E se existe é visto de forma negativa. Quebra os laços de solidariedade para com os aliados tradicionais como a União Europeia e deixa cada país livre para eventuais aventuras contra seus contendores históricos, abrindo espaço para o expansionismo de potências regionais, incluindo guerras. Da personalidade de Trump se pode esperar tudo. Habituado a negócios tenebrosos como são, de modo geral, os empreendimentos imobiliários novaiorquinos, sem qualquer experiência política, pode deslanchar crises altamente ameaçadoras para o resto da humanidade, como uma eventual guerra contra China ou Coreia do Norte, onde não se exclui a utilização de armas nucleares. Sua personalidade denota características psicológicas desviantes, narcisista e com um ego maior que seu próprio país. A frase que nos assusta: “De hoje em diante uma nova visão governará a terra”. Não sei se está pensando apenas nos Estados Unidos ou no planeta Terra. Provavelmente as duas coisas para ele se identificam. Se for verdade, teremos que rezar para que o pior não aconteça para o futuro da civilização.

Escritor, compositor e intérprete de músicas.

E

xiste uma religião imediatista, mágica, às vezes infantil. Tudo é bonito, tudo é suave, tudo é maravilhoso. Pode até ser que uma parte da vida dessas pessoas seja isso. Mas existe a outra parte, também real: as incompreensões, as críticas, as ofensas, os empecilhos, as tentações, os sofrimentos e cruzes, as enfermidades não resolvidas, os conflitos, as ingratidões. Tudo isso também faz Igrejas parte da que se mesma vida pautam que Deus nos pela verdade deu. Ela não admitem acabou com a as luzes e as dor humana num estalo sombras; de seus dedos têm cruz, infinitos, dedos têm túmulo que Deus e têm não tem. Não que Deus ressurreição équeira isso; mas o fato é que acontece. Então, o certo seria anunciar uma fé feita de sim e de não, de flores e de espinhos, de águas limpas e de águas poluídas, de graças e de pecados porque esta é a realidade. Uma Igreja que admite que tem pecados e até pede perdão por eles a cada eucaristia, está muito mais perto da maturidade do que uma Igreja que esconde que

PE. ZEZINHO tem pecados e acentua apenas seus sucessos e sua santidade. É marketing cor de rosa, por conseguinte, falacioso. Igrejas que se pautam pela verdade admitem as luzes e as sombras; têm cruz, têm túmulo e têm ressurreição. Crentes deslumbrados tentam ver o milagre onde o milagre não existe, ver o demônio onde o demônio não existe e, às vezes, de tanto procurar o sobrenatural e o deslumbrante, não conseguem ver a realidade que lhes roça os olhos. Lembram o sujeito que abre um livro e não consegue ler porque o nariz está perto demais da página. Não toma a devida distância. Se quisermos desesperadamente ver milagres, veremos milagres, mas o milagre, quando existe, desafia seu questionador. Há pessoas que desesperadamente querem provar que não foi milagre embora a ciência, até onde chegou, admite que não tem explicação. Um fato difícil de explicar pode ser chamado de milagre. Que um câncer desapareça em dois ou três dias é algo que a ciência não sabe explicar. Então, os religiosos têm razão ao proclamar que milagre é fruto da oração, embora haja ateus que peremptoriamente garantam que a oração não muda absolutamente nada. Quem dos dois está mais perto da verdade? Provar que Deus existe não é fácil, mas provar que Ele não existe também não é.


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CR Saúde 9

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# CORPO EM MOVIMENTO

Esporte beneficia o desenvolvimento

Até os 12 anos, dar preferência às atividades com objetivo lúdico e recreativo, sem rivalidade demasiada Imagens Stock Photos/Correio Riograndense

A

s férias escolares são momento perfeito para incentivar as crianças a praticar esportes ou atividades físicas. O esporte beneficia o desenvolvimento infantil, contribuindo com a neuroplasticidade, ou seja, com a formação de novas conexões neuronais. A atividade física promove não só a neurogênese (formação de novos neurônios), como também a neovascularização e a reorganização neuronal, fabricando mais neurotransmissores e receptores, possibilitando o registro de novas informações, ampliando o conhecimento e o desenvolvimento global da criança. Segundo Karina Weinamann, neuropediatra, é muito mais fácil aprender na infância. “No cérebro infantil há muito mais conexões cerebrais (sinapses) que no cérebro do adulto, o que chamamos de ‘exuberância sináptica’, que pode continuar até o início da adolescência, possibilitando o aprendizado de novas habilidades na infância”, explica. “Por isso, dizemos que o cérebro infantil em desenvolvimento é plástico, ou seja, capaz de reorganizar-se em padrões e sistemas de conexões sinápticas para melhor adequar o organismo em crescimento às

1 - Contribui no desenvolvimento da motricidade, aprimorando a coordenação motora, a agilidade, a força muscular e o equilíbrio dinâmico 2 - Ajuda no aperfeiçoamento do potencial cognitivo e da habilidade emocional

Natação: o esporte deve gerar experiências motivadoras e divertidas, sempre respeitando o limite de cada um novas capacidades intelectuais e comportamentais da criança”, explica. De acordo com a médica, existe uma área no cérebro chamada de núcleo acumbens, diretamente ligada ao “sistema de recompensa”, responsável por nos proporcionar a sensação de prazer. Nas crianças, essa região está bastante ativa. “Estudos mostram, em modelo experimental, que até o fim da adolescência o núcleo acumbens perde até um terço do número de receptores de dopamina (psicoestimulante) que tinha na infância”, diz a mé-

dica. Embora o esporte tenha muitos benefícios, é preciso alguns cuidados. Para a psicóloga Thais Quaranta, o esporte deve ser escolhido por vontade própria da criança, deve gerar experiências de sucesso, que sejam motivadoras e divertidas, sempre respeitando o limite de condicionamento físico de cada um. “É muito importante que até os 12 anos não seja estimulada a competição, dando preferência às atividades com objetivo lúdico e recreativo, evitando

Imagens Stock Photos/Divulgação/Correio Riograndense

Sobrecarga por excesso é a principal responsável por lesões A atividade física não é benéfica apenas às crianças e, nesta época do ano, costuma ser mais atrativa também aos adultos, especialmente àqueles muito preocupados com a estética, que acabam por arriscar-se na chamada “operação verão”, com treinos pesados ou até mesmo exaustivos, muitas vezes, sem permitir que o corpo se adapte à nova rotina de atividades físicas, tudo em busca do corpo perfeito. A atividade física, porém, sem a devida orientação e cuidados, oferece riscos à saúde. Os “atletas de verão”, em vez de conquistarem um corpo em forma, podem acabar prejudicando, por exemplo, coluna, ombros e pernas – isso sem falar nos riscos cardíacos que a prática esportiva sem supervisão pode oferecer. De acordo com André Nogueira Ferraz, fisioterapeuta especializado em esportes, o início de uma atividade física deve ser mediado por uma prévia avaliação de um fisioterapeuta ou educador físico, para que a pessoa não sofra as consequências de uma sobrecarga nos músculos e articulações. “Após esta avaliação detalhada,

Benefícios para crianças e adolescentes

dos seus músculos, as articulações dos membros inferiores (joelhos, tornozelos e quadril) podem sentir, levando ao desgaste da cartilagem”, explica. Ferraz ressalta que, de um modo geral, as lesões levam de quatro a seis semanas para serem curadas. E, no caso de lesões mais graves, como rupturas de ligamentos, o tempo para a cura é ainda maior, cerca de seis meses. “Antes de correr, por exemplo, é fundamental ter uma boa base muscular. No entanto, o fortalecimento demanda tempo, pelo meCorrida: fortalecer os músculos antes nos um mês. Após esse período, os treinos podem ser mesclados a periodização dos treinos tem que entre corrida e fortalecimento ser respeitada para que desta forma muscular”. seja diminuído o risco de lesão. A Segundo o fisioterapeuta, entre sobrecarga por excesso é a grande os exercícios que ajudam na preresponsável por lesões”, destaca. venção de lesões para quem quer Ele observa que, a maioria das iniciar uma corrida encontram-se lesões nas articulações são causa- os agachamentos, que são indidas por excessos. Segundo ele, atu- cados por fortalecerem os memalmente, a corrida é uma atividade bros inferiores; os exercícios de física em alta e, embora pareça equilíbrio, que contribuem para muito simples sair correndo pelo um aprimoramento da postura; e rua, ou mesmo na esteira, correr os exercícios para a panturrilha, também requer preparação. “Se a que são fundamentais na prevenpessoa simplesmente começar a ção de lesões ligamentares dos correr e não tiver boa preparação tornozelos.

esportes que levam à rivalidade demasiada. Isso porque pode gerar frustrações, provocar choro, sentimentos depressivos ou até agressões, já que para a criança a realidade de perdedor é pouco aceita porque as crianças são muito concretas e têm baixa capacidade de abstração”, explica Thais. Por último, Karina recomenda que o esporte precisa sempre ser supervisionado por um educador físico, assim como, até os quatro anos, deve ser de curta duração e no máximo duas vezes por semana. ASSOCIAÇÃO ANTONIANA CALENDÁRIO ANTONIANO

3 - Melhora a capacidade de aprendizagem, por meio do aumento da concentração, atenção, memória e planejamento 4 - Aumenta a autoestima 5 - Ensina a respeitar regras, honrar responsabilidades e adquirir disciplina 6 - Combate a fadiga, diminuindo os níveis de estresse, regulando a ansiedade e combatendo o risco de depressão infantil 7 - Do ponto de vista sistêmico, aumenta a imunidade, combate a obesidade, aumenta a produção de massa óssea e ainda contribui para adequação da qualidade do sono

VIAGEM COM A ASSOCIAÇÃO ANTONIANA

22ª peregrinação: Grupo Antoniano no Monte Nebo, Jordânia

Período: 3 a 15 de maio de 2017 A 23ª Peregrinação da Associação Antoniana já está marcada. Em maio, mais um grupo visitará a Itália e a Terra Santa. A viagem é uma oportunidade de enriquecer o conhecimento acerca do cristianismo. Ainda há vagas para a próxima peregrinação. Aproveita e participa! Informações: (54) 3226-2211, com Letícia


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CORREIO RIOGRANDENSE • Caxia

Espe

# CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2017

Biomas brasileiros e defesa da vida Kátia Marcon/Div/CR

Campanha da Fraternidade é um convite a viver a conversão ecológica proposta pela encíclica Laudato Si Texto de padre Antonio Valentini Neto Diocese de Erechim-RS

H

á pessoas que, ao despedir-se de alguém, desejam: “Deus te guarde”. Valem-se da invocação de bênção proposta por Deus a Aarão para os pais abençoarem seus filhos: “O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti. O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz” (Nm 6,24). Este texto bíblico é utilizado na liturgia da solenidade de Maria, Mãe de Deus, no dia primeiro de cada ano, e que São Francisco assumiu para abençoar a quem encontrava. Por seu infinito amor, Deus nos envolve permanentemente com sua misericórdia, como foi evidenciado no recente Jubileu Extraordinário. Por outro lado, Ele pede constantemente para que guardemos sua Palavra, sua aliança, seus mandamentos, toda a criação. E quer que nos guardemos uns aos outros. A Campanha da Fraternidade (CF) de 2017, em seu lema, vem nos lembrar a missão que nos confia: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2,15), abordando o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”. É da natureza da CF, criada em 1963, ser ação evangelizadora em preparação da Páscoa, indicando ao discípulo missionário de Cristo aspectos concretos nos quais viver a conversão quaresmal, com a prática do jejum, da oração e da esmola, que são, respectiva-

Pampa: presente no Rio Grande do Sul, bioma ocupa 63% do território gaúcho. Apresenta flora e fauna próprias e uma rica biodiversidade mente, esvaziamento interior, com libertação do apego aos bens para acolher a graça do Senhor; súplica para viver a fidelidade à aliança e partilha fraterna e generosa dos dons e dos bens. Por ser a CF ação evangelizadora na Quaresma, é indispensável ter

Temática da CF 2017 valoriza diversidade biológica das regiões Em grego, vida é “bios”. A palavra bioma vem desta palavrinha unida a outra grega, “oma”, que significa “massa, grupo ou estrutura de vida”. Então, bioma é “um conjunto de vida (animal e vegetal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria”. Desta forma, os seres vivos de uma determinada região, com vegetação semelhante e continuada, com clima mais ou menos uniforme e desenvolvimento histórico comum, formam um bioma. O Brasil tem seis biomas: a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, a Caatinga e o Pampa. É evidente que hoje

as regiões do país se apresentam de forma muito diferente de quando os portugueses aqui chegaram, seguidos por outros. O que foi feito dos povos que aqui viviam? O que restou daquelas florestas, daquelas águas, daquela biodiversidade original? Na obsessão econômica que leva a transformar tudo em dinheiro, coloca-se em risco a ecologia. Unir economia e ecologia é o maior desafio para a humanidade. Uma ecologia integral, proposta pelo Papa Francisco, entrelaça todas as dimensões do ser humano com a natureza. A Igreja Católica no Brasil vem sendo voz profética na questão social e ecológica. Em muitos de seus documentos denuncia situações injustas, projetos contrários à vida e propõe princípios éticos e morais fundamentais.

sempre presente o enfoque específico dela em cada ano e a natureza permanente deste tempo litúrgico. Pela abordagem de temas sociais, a CF é também proposta a todas as pessoas de boa vontade a participar da construção de um mundo justo e solidário.

Com a reflexão sobre os biomas brasileiros e a defesa da vida, ela exorta a viver a conversão ecológica que o Papa Francisco propõe na Laudato Si, encíclica sobre o cuidado com a Casa Comum. Segundo o Papa, alguns cristãos frequentemente se omitem das preocupações

Relações fraternas com a vida Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos à luz do Evangelho é o objetivo geral da CF2017. Os específicos são: Aprofundar o conhecimento de cada bioma, de suas belezas, de seus significados e importância para a vida no planeta; conhecer melhor as populações originárias, reconhecer seus direitos, respeitando sua história, culturas, territórios e modo específico de viver; reforçar o compromisso com a biodiversidade, os solos, as águas, as paisagens e o clima variado; manter a articulação com outras Igrejas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e as pessoas de boa vontade que querem a preservação das riquezas naturais e o bem-estar do povo; comprometer as autoridades públicas para assumir a responsabilidade sobre o meio ambiente e a defesa desses povos; contribuir para a construção de um novo pa-

radigma econômico ecológico que atenda às necessidades de todas as pessoas e famílias, respeitando a natureza; compreender o desafio da conversão ecológica a que nos chama o Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si.

pelo meio ambiente. Outros, por seu comodismo, não se decidem a mudar os seus hábitos e tornam-se incoerentes. Falta-lhes esta conversão ecológica que é viver todas as consequências do encontro com Cristo também no mundo que nos rodeia.

Cultivo e guarda A consideração das belezas da criação presentes de forma específica nos seis biomas brasileiros e da sábia convivência dos povos originários com eles, à luz da Palavra de Deus e do ensino social da Igreja, deve resultar em muitas ações práticas de cultivo e de guarda da criação. O primeiro passo é a conversão pessoal e social, dos cristãos e não cristãos, para esta missão confiada pelo Criador de cultivar e guardar sua criação. O texto-base apresenta indicativos de ações de caráter geral e específicas para cada bioma. Algumas ações de caráter geral: combate ao desmatamento e outras atividades predatórias com recomposição florestal, especialmente em morros, encostas, áreas de preservação e matas ciliares; consolidar o plano municipal de saneamento básico; promover debates, estudos, celebrações sobre a CF; inserir a dimensão ecológica nas diversas atividades comunitárias, também as de piedade popular, como festa do padroeiro, romarias...; fortalecer a ecologia integral a partir de pequenos gestos, sugeridos pelo Papa Francisco, como reduzir o consumo de água, de energia.


ias do Sul, 1 de fevereiro de 2017

ecial

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Grandes contrastes marcam a natureza brasileira

2) Caatinga - Abrange oito estados do Nordeste - Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Sergipe, mais o norte de Minas Gerais, com 1.135 municípios e 27 milhões de pessoas. Em tupi-guarani, caatinga significa mata branca. É único bioma exclusivamente brasileiro. Tem um período de chuvas e outro seco, com secas cíclicas. A maioria dos rios é intermitente, isto é, correm apenas em tempo de chuvas. Isto favoreceu a imagem de um espaço empobrecido e desértico, quando, na verdade, a vegetação fica hibernada e se refaz com as chuvas. Nele há muitas árvores que retêm água ou a captam do fundo da terra. O desafio é a captação e conservação de água da chuva por meio de cisternas. A religiosidade marca muito o povo nordestino que cultiva inúmeras festas. Foi nessa região que foi criada a Campanha da Fraternidade e surgiram as Comunidades Ecle-

siais de Base (CEBs). 3) Cerrado - É vegetação típica de extensa região do Centro-Oeste, abrangendo, em proporção maior ou menor, o Distrito Federal e os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, São Paulo, Bahia, Rondônia, Paraná e Pará. Uma característica da região são as árvores de pequeno porte e galhos tortuosos. É região de muita água, contribuindo para as principais bacias hidrográficas brasileiras e para 25 rios do país. Possui grande biodiversidade, com 5% da fauna mundial, grande diversidade de tipos de vegetais. A grandeza deste bioma apresenta também sua fragilidade – pode facilmente ser comprometido pela mão humana. Muitas áreas, fundamentais para a conservação da biodiversidade são alvo de disputas entre o agronegócio e os índios e comunidades tradicionais. 4. Mata Atlântica - Abrande integralmente os estados do Espírito

Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, 98% do Paraná e mais parte do Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Era região densa, extensa e rica de variedade animal e vegetal, além de campos de altitude, mangues e restingas. Como a colonização europeia se deu a partir do litoral, tudo foi sendo explorado predatoriamente. Guarda ainda riquezas naturais e pode ser regenerada. Ela oferece inúmeros recursos ambientais. Os manguezais têm papel especial para o planeta e muitos povos no Brasil e no mundo. Nessa região situam-se sete das nove bacias hidrográficas do Brasil, com os rios São Francisco, Paraíba do Sul, Tietê, Ribeira do Iguape e Paraná. Muitos povos originários da mata atlântica foram escravizados e dizimados. Remanescentes e afrodescendentes enfrentam problemas na defesa de seus territórios e de seus direitos como seus ancestrais. Com os primeiros colonizadores, iniciou

o processo de evangelização. Hoje é grande a atuação de pastorais sociais e segmentos da sociedade em defesa da vida. 5. Pantanal - Considerado o de menor extensão territorial, apresenta exuberante biodiversidade, beleza e riqueza natural. Situa-se em parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ocupando pequena parte da Bolívia e do Paraguai. É considerado Reserva Biosfera e Patrimônio Natural Mundial pela Unesco. No período chuvoso, transforma-se numa grande planície de inundação. Na região, viviam importantes povos indígenas de várias etnias. A expansão de lavouras e de pastagens, a agropecuária, a mineração e a siderurgia transformam áreas extensas com impactos negativos. Demandas sociais são colocadas em segundo lugar. 6. Pampa - Está presente somente no Rio Grande do Sul, ocupando 63% do seu território. Constitui os pampas sul-americanos, que se

estendem pelo Uruguai e pela Argentina. É de clima chuvoso, sem período seco regular e com frentes polares e temperaturas negativas no inverno. O vento minuano é fator vital de configuração da paisagem deste espaço geográfico. Por suas planícies e muitas pastagens, favoreceu a pecuária de extensão. Com suas serras e planícies, morros, coxilhas, apresenta flora e fauna próprias e grande biodiversidade. Os povos originários eram tupi-guarani, com diversas etnias, viviam no RS. Charruas e minuanos foram os que mais contribuíram para a formação do tipo humano e social identificado como “gaúcho”. O Pampa mantém viva a cultura gaúcha com sua culinária, danças e costumes. Chimarrão, churrasco, música nativa são ingredientes dela, que se expande para regiões do Brasil e outros países do Sul. A Igreja está presente na região desde o início. Nela os jesuítas fundaram “as missões dos Sete Povos”, instituindo o cooperativismo e dando grande contribuição na defesa dos indígenas.

Foto Gustavo Heiden/Div./CR

Amazônia - Fica na região Norte e é integrado pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia e parte do Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e Tocantins (9%). Esse bioma está também nos países da Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, Suriname e Guianas Francesa e Inglesa. Apresenta números monumentais: 4.196.943 quilômetros quadrados; 2.500 espécies de árvores, 30.000 espécies de plantas; bacia hidrográfica de 6 milhões de quilômetros quadrados, com 1.100 afluentes. É a maior reserva natural de madeira tropical do mundo. A região contribui para o equilíbrio do planeta. Mas as populações locais, indígenas, posseiros, ribeirinhos, quilombolas e toda uma extensa relação de comunidades foram deixadas à margem do processo de desenvolvimento. A sua riqueza natural é alvo de cobiça de grandes grupos do país e de outros. Desde muito tempo, a Igreja Católica marca presença na região, com padres, leigos, religiosos e bispos de atuação heroica, alguns dos quais martirizados.

Fotos Divulgação/CR

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Biomas brasileiros (no sentido horário): Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa e Caatinga

A luz da Palavra de Deus e o ensinamento social da Igreja no cuidado de toda a criação

A Bíblia não trata de temas científicos, econômicos, sociológicos e outros. Mas ela oferece elementos fundamentais para entendê-los. Ela apresenta o projeto de Deus a respeito de tudo o que existe. Sua mensagem enfatiza que o mundo é obra de Deus e todos os seus componentes são interligados. Na visão bíblica, o ser humano recebe missão especial, a de cultivar e de guardar a Terra, ser o seu jardineiro, não seu predador, vivendo três relações básicas: com Deus, com o próximo e com a obra criada. Mas o ser humano, tentado pela autossuficiência, desobedeceu a

Deus e provocou profunda ruptura nessas relações, com consequências imediatas. Os profetas denunciavam o pecado, urgindo ao arrependimento e à conversão, na fidelidade ao projeto de Deus. Anunciavam com insistência um tempo novo de relações harmônicas restabelecidas. Este tempo novo se inicia com a vinda de Cristo. Seu modo de ser, seu jeito de se relacionar com o Pai, com as pessoas e com a criação comprova o que ensina aos seus discípulos. Com parábolas, com elementos da criação, explicita sua catequese para todos viverem sua relação filial com o Pai, confiados à

sua providência, solidários com todos, livres da ganância e da obsessão possessiva que cria a escravidão dos bens. A Igreja, em seu magistério bimilenar, explicita para cada época a mensagem bíblica sobre o projeto de Deus. Embora recente, o ensino social da Igreja sobre a ecologia já está suficientemente consolidado. Seu ponto alto é a encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, de 24 de maio de 2015. Paulo VI deu início à reflexão do magistério da Igreja sobre ecologia com a encíclica Octogesima adveniens, que assinalava os 80 anos da

Rerum Novarum (das coisas novas... advindas com a industrialização), de Leão XIII, primeira encíclica sobre Doutrina Social da Igreja, de 15 de maio de 1891. João Paulo II continuou a reflexão acentuando as ligações entre todos os seres e as raízes bíblicas da questão ecológica. Na encíclica Centesimus Annus, 1º de maio de 1991, enfatizou que não se pode dispor arbitrariamente da Terra. Bento XVI, na mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2007, retomou e consolidou a relação inseparável existente entre ecologia da natureza, ecologia humana e ecologia

social. O Papa Francisco aprofunda uma ecologia integral, acentuando que seres humanos, natureza e ambiente, criação e sociedade estão ligados entre si. Assim, ecologia humana e ecologia ambiental andam juntas. Aborda a questão na Evangelii Gaudium e com a Laudato Si chega ao primeiro documento da Igreja sobre a ecologia, urgindo a necessidade do empenho de todos no cuidado com a Casa Comum. À luz da Bíblia e do ensinamento da Igreja, fica claro que a busca de uma ecologia integral e a convivência harmônica com os nossos biomas é uma exigência da fé.


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CR Meio Ambiente 12

# BIOLOGIA

Plantas podem ver, ouvir e até reagir

s plantas podem ver, ouvir, cheirar e até reagir? Sim! Na visão de Jack Schultz, professor da Divisão de Ciências Vegetais, da Universidade de Missouri (EUA), elas são como animais muito lentos: conseguem ver, ouvir, cheirar e até têm comportamentos. O cientista passou quatro décadas investigando as relações entre vegetais e insetos. Segundo Schultz, as plantas lutam por território, procuram alimentos, evitam predadores e fazem armadilhas para suas presas. Logo, estão vivas no mesmo sentido que os animais. “Assim como eles, exibem condutas”, declara. “Para ver isso, basta você fazer filme rápido de uma planta em crescimento. Ela vai se comportar como um animal”, observa Olivier Hamant, cientista especializado em vegetais da Universidade de Lion, na França. “Qualquer pessoa que tenha visto documentários sobre a natureza, pode verificar que vídeos em time-lapse demonstram claramente o comportamento das plantas”, emenda. As plantas registradas nessas imagens em alta velocidade estão se movendo com um objetivo, o que significa que elas devem ter alguma consciência do que está acontecendo em volta. “Para responder corretamente, as plantas também precisam de dispositivos de detecção sintonizados às condições que variam”, explicou Schultz. Mas o que a planta sente? Se o leitor acreditar no que afirma Daniel Chamovitz, da Universidade de Tel Aviv, em Israel, os sentimentos delas não são tão diferentes dos sentimentos humanos. Quando decidiu escrever What a Plant Knos (“O que uma Planta Sabe”, em tradução livre), livro lançado em 2012, o qual explora a vida delas com base em pesquisas científicas rigorosas e avançadas, o cientista ficou apreensivo. “Eu estava extremamente preocupado com a reação que (o livro) iria causar”, disse. Música - Tanta cautela tinha motivos. As descrições em seu livro, de plantas vendo, cheirando, sentindo e até sabendo o que se passava à sua volta, lembra A vida secreta das plantas, de Peter Tompkins e Christopher Bird, publicado em 1973, mas tinha pouca coisa em termos de fatos. Uma das coisas que o livro afirmava, na qual muitos ainda acreditam, é a ideia totalmente desacreditada que as plantas rea-

Divulgação/CR

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Diversas pesquisas confirmam que elas são ‘como animais muito lentos’ e têm comportamentos variados

Árvore: documentários comprovam que as plantas exibem condutas e possuem sentimentos não muito diferentes dos verificados nos seres humanos gem de forma positiva à música clássica. Mas o estudo da capacidade de percepção das plantas avançou muito desde a década de 1970, e nos últimos anos houve um aumento nas pesquisas sobre o assunto. A motivação para esse trabalho não foi simplesmente demonstrar que as plantas também têm sentimentos, mas também tentar saber porque e como uma planta sente seu ambiente. Audição - Heidi Appel e Rex Cocroft, colegas de Schultz em Missouri, estão tentando descobrir a verdade a respeito da audição das plantas. “A principal contribuição de nosso trabalho foi fornecer uma razão para as plantas serem afetadas pelo som”, enfatiza Appel. Uma sinfonia de Beethoven não causa muita coisa em uma planta, mas a aproximação de uma lagarta faminta é outra história. Em suas experiências, Appel e Cocroft descobriram que gravações do barulho que as lagartas fazem ao mastigar fizeram as plantas inundarem suas folhas com defesas químicas para afastar predadores. “Mostramos que

plantas respondiam a um som de relevância ecológica”, afirmou Cocroft. E a relevância ecológica é a chave. Consuelo de Moraes, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique, e colaboradores demonstraram que além de ouvir insetos se aproximando, algumas plantas também podem sentir o cheiro deles, ou sentir o cheiro de sinais voláteis emitidos por plantas próximas em resposta a eles. Em 2006 ela demonstrou como uma planta parasita, a Cuscuta europaea, consegue farejar um hospedeiro em potencial. A espécie de videira avança pelo ar e se enrola em volta de seu hospedeiro, extraindo seus nutrientes. Em termos conceituais, não há muito que difere essas plantas de nós. Elas sentem o cheiro ou ouvem algo e então reagem, assim como os humanos. Mas existe uma diferença importante, é claro. “Na verdade não sabemos o quanto os mecanismos de percepção de odores das plantas são parecidos com os dos animais, já que não sabemos muito sobre esses mecanismos

nelas”, disse Moraes. De fato: nós temos narizes e orelhas. Mas, e uma planta? A falta de órgãos sensoriais óbvios torna mais difícil o entendimento dos sentidos delas. Nem sempre este é o caso – os fotorreceptores, que as plantas usam para “ver”, por exemplo, são bem estudados -, mas com certeza esta é uma área que precisa de mais pesquisa. Appel e Cocroft esperam descobrir que parte ou partes da planta respondem a sons. Os candidatos mais prováveis são as proteínas mecanorreceptoras encontradas em todas as células delas. Estas microdeformações ainda podem reagir ao barulho de insetos. Tudo indica que, para uma planta, não há necessidade de algo tão incômodo como uma orelha. Sexto sentido - “Outra habilidade que nós e plantas temos é a propriocepção, o sexto sentido que permite que saibamos onde as várias partes de nosso corpo estão no espaço”, observam. Pelo fato desse sentido não ser intrinsecamente ligado a um órgão em animais – depende de

um circuito de retorno entre os mecanorreceptores e o cérebro -, a comparação com as plantas é mais clara. Os detalhes moleculares são um pouco diferentes dos nossos, mas elas também têm mecanorreceptores que detectam mudanças em seu ambiente e respondem de acordo. “A ideia geral é a mesma”, disse Olivier Hamant, que foi coautor de uma pesquisa de avaliação de propriocepção (cinestesia) em 2016. “Até agora sabemos que (a propriocepção) em plantas tem mais a ver com os microtúbulos (componentes estruturais da célula), respondendo ao esticamento e deformação mecânica.” Na verdade, um estudo publicado em 2015 parece mostrar semelhanças que vão ainda mais longe, sugerindo que a proteína actina – componente importante do tecido muscular – tem um papel importante na propriocepção das plantas. “Isso não tem tanta base, mas há algumas provas de que as fibras de actina em tecido estão envolvidas, quase como músculo”, explicou Hamant.

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CR Meio Ambiente 13

# BIOLOGIA

Vegetal não é versão inferior de animais, dizem cientistas

Complexidade: sinais elétricos e fotorreceptores refletem sistemas sensoriais do mundo vegetal tabelecer diretrizes para proteger a ‘dignidade das plantas’, seja lá o que isso quer dizer. E enquanto muitos consideram os termos ‘inteligência das plantas’ ou ‘neurobiologia vegetal como metafóricos, outros fazem críticas. Até Inteligência - a percepção da mesmo Chamovitz. existência dessas semelhanças e Limites - É útil descrever que as plantas têm uma habilidade muito maior de sentir o mun- plantas em termos antropomórfido do que as aparências sugerem cos para facilitar a explicação de levou a algumas teorias sobre in- ideias. Mas há limites. O risco é teligência das plantas e até gerou que as plantas acabem sendo vistas como versões inferiores dos uma nova disciplina. Sinais elétricos em plantas fo- animais, o que é errado. “Nós, pesquisadores das planram um dos fatores principais do nascimento da “neurobiologia tas, ficamos felizes em falar vegetal” (termo usado apesar da sobre as semelhanças e diferenfalta de neurônios das plantas) e ças entre os estilos de vida das hoje há pesquisadores estudando plantas e dos animais quando áreas não tradicionais no estu- apresentamos os resultados de do de vegetais como memória, alguma pesquisa sobre plantas aprendizado e resolução de pro- para o público”, afirma Cvrcková. No entanto, ela acredita que blemas. Essa forma de pensar até le- usar essas metáforas para descrevou legisladores na Suíça a es- ver plantas tem um preço. “Você levou a um certo número de mecanismos potenciais para comunicação, e você até pode chegar a isso de formas diferentes, mas o fim ainda é o mesmo”, conta Chamovitz.

quer evitar (essas metáforas), a não ser que esteja interessado em um debate (geralmente inútil) sobre se as cenouras conseguem ou não sentir dor quando são mordidas”, diz. Adaptação - Plantas são extremamente adaptadas para fazer exatamente o que precisam. Elas podem não ter um sistema nervoso, mas superam isso em outras áreas. Por exemplo: apesar de não ter olhos, plantas como a Arabidopsis possuem pelo menos 11 tipos de fotorreceptores. “Nós temos apenas quatro. Isso significa que, de certa forma, a ‘visão’ delas é mais complexa que a nossa”, revela Cvrcková. A verdade é que as plantas têm prioridades diferentes das nossas, e seus sistemas sensoriais refletem isso”, enfatiza. Como Chamovitz escreve em seu livro “luz para uma planta, é muito mais do que um sinal;

luz é comida”. As plantas podem enfrentar os mesmos desafios que os animais, mas suas necessidades sensoriais também são moldadas pelas coisas que as diferenciam. Raiz - “O enraizamento, o fato de elas não se moverem, significa que precisam ser muito mais atentas ao ambiente do que eu ou você”, explica Chamovitz. Para entender totalmente como as plantas percebem o mundo, é importante que os cientistas e o público em geral apreciem os vegetais pelo que eles são. “Gostaria de ver as plantas reconhecidas mais como os seres vivos incríveis, interessantes e exóticos que são e menos como apenas fonte de nutrição e biocombustíveis para os humanos”, acrescenta Cvrcková. Esse tipo de atitude pode beneficiar a todos. Genética e eletrofisiologia são apenas alguns exemplos de áreas que começaram com pesquisas em plantas e provaram ser revolucionárias. Por outro lado, perceber que temos coisas em comum com as plantas pode ser uma oportunidade para aceitar que somos mais parecidos com elas do que gostamos de imaginar, assim como as plantas são mais parecidas com os animais do que nós pensamos. Para Chamovitz, as semelhanças devem nos alertar para a surpreendente complexidade das plantas e para os fatores em comum que conectam todas as formas de vida na Terra. “Então poderemos começar a apreciar a união na biologia”, encerra. Fotos/Divulgação/CR

Marcello Casal Jr./ABr/Divulgação/CR Sabrina Schuster/Divulgação/CR

Gustavo Porpino/Divulgação/CR

A

s descobertas não são as únicas. Enquanto as pesquisas sobre plantas avançaram, pesquisadores descobriram padrões repetidos que dão pistas de paralelos mais profundos com animais. Em 2014, uma equipe da Universidade de Lausanne, na Suíça, mostrou que, quando uma lagarta ataca a planta Arabidopsis, ela desencadeia onda de atividade elétrica. A presença de sinais elétricos em plantas não é ideia nova. O fisiologista John BurdonSanderson propunha, ainda em 1874, que eles eram mecanismo usado pela planta carnívora dioneia (ou vênus-papa-moscas). Contudo, o que surpreende é o papel de moléculas chamadas receptoras de glutamato – o mais importante neurotransmissor em nosso sistema nervoso central -, que tem exatamente o mesmo papel em plantas, exceto por uma diferença crucial: plantas não têm sistema nervoso. “A biologia molecular e o genoma nos mostram que plantas e animais são compostos de um número surpreendentemente limitado de blocos de construção moleculares, que são muito parecidos”, detalha Fatima Cvrcková, pesquisadora da Universidade de Charles, em Praga, na República Tcheca. Comunicações elétricas evoluíram de duas formas diferentes, cada vez usando uma série de blocos de construção que podem datar de antes da separação entre plantas e animais, há cerca de 1,5 bilhão de anos. “A evolução


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# WESTVLETEREN

Melhor cerveja do mundo Produção de monges trapistas belgas é eleita a melhor há anos Divulgação/CR

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produção da cerveja artesanal considerada a melhor do mundo não é obra de fábrica ou marca conhecida mundialmente, mas de um mosteiro de monges trapistas – a abadia de São Sixto de Westvleteren, na fronteira da Bélgica com a França. Os monges mantêm a fórmula há séculos e tanto a produção como a venda são limitadas. Os monges não querem aumentar a produção para não por em perigo o recolhimento de sua vida monástica. Eleita a melhor cerveja do mundo há anos, ela é produzida sem finalidade de lucro, notoriedade ou fama, mas apenas para a sobrevivência dos monges. A melhor cerveja do mundo não é produzida o ano todo e até a venda é feita num período limitado. Com formato delicado e elegante, a garrafa não tem rótulo. Todas as informações estão na tampinha. A produção é limi-

Tradição: abadia São Sixto de Westvleteren, na fronteira da Bélgica com a França tada a 450 mil litros e a venda ao público é feita num período de 70 a 75 dias apenas. No dia em que começa a venda a região é literalmente invadida e a polícia é mobilizada para garantir a ordem, pois chegam a se formar filas de carros de três

quilômetros. Cada pessoa pode comprar no máximo duas caixas com 12 garrafas e, apesar de os monges recomendarem que ela não seja revendida com fins lucrativos, uma garrafinha chega a ser oferecida na internet por até US$ 450.

# TURQUIA

Cai último reduto do jornalismo independente na Europa Matéria publicada na última edição da revista Mundo e Missão (jan/fev/2017) revela que não existe mais um país democrático chamado Turquia. Em vez disso, há uma organização mafiosa que decide tudo no país. Não é de hoje que a Turquia passa por turbulências quanto às liberdades por questões políticas e geopolíticas. O país é presidido por Recep Tayyp Erdogan, do Partido de Justiça e Desenvolvimento (AKP), que há 15 anos está no poder. A tendência autoritária, iniciada em 2010, hoje é uma clara ditadura e ainda conta com o apoio popular. A tentativa de golpe em julho do ano passado, até agora não escla-

recida, tornou-se um “presente de Deus”, conforme Erdogan, para ele implantar a sua ditadura. Nos últimos meses de 2016, mais de 120 mil pessoas foram expurgadas, 75 mil delas presas, incluindo milhares de juízes, jornalistas e acadêmicos. Com a constituição suspensa, foram flagrados casos de tortura e estupro nas prisões, sem direito a defesa no tribunal. Mas no cenário nacional e internacional é praticamente nula a repercussão das violações de direitos humanos na Turquia. O controle da imprensa é uma das faces dessas violações. O jornal Cumhuriyet, um dos poucos

grandes veículos críticos que restam no país, foi encampado pelo governo e seus diretores presos. Can Dundar, o editor-chefe do jornal, que documentou o envio de armas do governo turco para o Estado Islâmico, foi processado por espionagem e obrigado a exilar-se no exterior. A organização mafiosa que controla tudo, executa os curdos que buscam seus direitos; transforma em reféns as esposas e filhos para prender os dissidentes que saíram da Turquia; fecha jornais e prende jornalistas, juízes e acadêmicos; confisca os bens dos empresários e os distribui a seus apoiadores.

# NOVA PETRÓPOLIS Adriana Monteiro Arrial/Div/CR

Festa do Figo, a maior do interior, de ocorre dias 4 e 5

Trio: soberanas divulgaram a festa em municípios da região

A 44ª edição da Festa do Figo de Nova Petrópolis ocorre dias 4 e 5 de fevereiro, na Sociedade Cultural e Esportiva Linha Araripe. A abertura oficial será realizada no sábado, 4, às 10h, com a presença da rainha Kátia Arend e das princesas Bruna Scherer e Cátia Götz. A 44ª edição é uma realização da Associação da Sociedade Cultural e Esportiva Linha Araripe e prefeitura e conta com o apoio de Emater/RS Ascar. Para mais informações acesse www.novapetropolis.rs.gov.br e curta Nova Petrópolis RS e Festa do Figo NP no facebook.

Loterias

# PANTANAL

Nova planta Após 30 anos de coleta na natureza, uma nova espécie de planta foi descoberta e catalogada pela ciência. Encontrada somente no Pantanal, a Ipomoea pantanalensis J.R.I.Wood & Urbanetz havia sido depositada na década de 90 pelo pesquisador da Embrapa Pantanal (MS) Arnildo Pott, que a armazenou no herbário. Dois exemplares da espécie nova foram coletados por Pott e catalogados como sendo de espécies conhecidas (Ipomoea subrevoluta e Ipomoea emetica). O pesquisador John Wood, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, visitou o herbário brasileiro e percebeu que o material armazenado não correspondia às espécies conhecidas. Em 2016, a nova planta foi oficialmente reconhecida. A Ipomoea pantanalensis é espécie da família da batata-doce. “É um cipó, bastante delicado e ornamental, com flores lilases”, descreve Catia Urbanetz, da Embrapa. A descoberta foi possível graças à disponibilização dos dados do herbário. Isso permitiu que pesquisadores de qualquer lugar do mundo tivessem acesso ao seu conteúdo. Consultando a rede Species Link, à qual o herbário está conectado, o botânico inglês encontrou, na coleção brasileira, exemplares que ele pesquisava. Ana Maria Dantas/Div./CR

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LOTERIA FEDERAL 28/01/2017 1º .............................70.190 2º .............................14.099 3º .............................58.902 4º .............................28.283 5º .............................15.274 QUINA Concurso 4292 19 – 41 – 67 – 74 – 79 Concurso 4293 01 – 02 – 16 – 29 – 52 Concurso 4294 17 – 22 – 27 – 36 – 57 Concurso 4295 06 – 19 – 23 – 48 – 74 Concurso 4296 07 – 25 – 26 – 52 – 63 Concurso 4297 13 – 42 – 64 – 73 – 80 LOTOFÁCIL Concurso 1465 02 – 05 – 07 – 08 – 09 10 – 12 – 14 – 16 – 19 20 – 21 – 22 – 23 – 24 Concurso 1466 02 – 03 – 04 – 06 – 10 11 – 12 – 14 – 19 – 20 21 – 22 – 23 – 24 – 25 Concurso 1467 01 – 04 – 05 – 06 – 09 10 – 11 – 12 – 19 – 20 21 – 22 – 23 – 24 – 25 MEGA-SENA Concurso 1897 09 – 22 – 25 – 47 – 52 – 58 Concurso 1898 12 – 34 – 45 – 53 – 55 – 58 LOTOMANIA Concurso 1731 15 – 16 – 20 – 31 – 36 – 37 – 38 40 – 41 – 43 – 45 – 54 – 56 – 58 61 – 76 – 77 – 79 – 83 – 99

Rara: espécie endêmica do Pantanal COOPERATIVA CAXIAS DE MÓVEIS LTDA - CNPJ 03.996.735/0001-05 CAXIAS DO SUL – RS CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA Convocamos os Senhores Sócios para se reunirem, em nossa sede social, sita a Rua João Alberto Dambroz,747, em Caxias do Sul – RS no dia 16 de fevereiro de 2017 às 17h30min em primeira chamada e às 18h30.min em segunda chamada, afim de em Assembleia Geral Extraordinária, deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1- Reforma do Estatuto Social; 2- Assuntos Gerais. Caxias do Sul, 25 de Janeiro de 2017 José Ivan Silveira dos Santos Presidente

COOPERATIVA CAXIAS DE MÓVEIS LTDA - CNPJ 03.996.735/0001-05 CAXIAS DO SUL – RS CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Convocamos os Senhores Sócios para se reunirem, em nossa sede social, sita na Rua João Alberto Dambroz,747, em Caxias do Sul – RS do dia 23 de fevereiro de 2017 às 17h30min em primeira chamada e às 18h30min em segunda chamada, afim de em Assembleia Geral Ordinária, deliberarem sobre seguinte ordem do dia: 1- Aprovar as Demonstrações Financeiras de 31 de Dezembro de 2016; 2- Aprovar e destinar as sobras do exercício 2016; 3- Assuntos Gerais. Caxias do Sul, 26 de Janeiro de 2017 José Ivan Silveira dos Santos Presidente


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CR Variedades 15

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FÉRIAS

Na estrada, com segurança também engrossam as estatísticas. “As ocorrências mais graves tendem a acontecer com o tempo favorável, quando o motorista se sente seguro para desafiar a velocidade, mas a despreocupação em relação ao estado dos pneus, freios, direção e suspensão também pode determinar um acidente”, afirma o perito criminal e especialista em acidentes de trânsito. O nível de óleo e o risco de superaquecimento do carro também merecem atenção especial em temporadas de veraneio, quando os deslocamentos costumam ser maiores e em maior número do que o habitual. “Para eliminar essas possibilidades, o ideal é que o motorista leve o veículo para uma manutenção preventiva na oficina, que costuma já ter um checklist específico para as férias”, recomenda. Noite - Viajar à noite é outro comportamento que deve ser revisto. “É de extrema importância evitar deslocamentos noturnos, quando se tem menos visibilidade e a inadequação da sinalização das vias fica evidenciada”, aconselha Kleinubing. “Mesmo de dia, o uso do farol, agora obrigatório, é um avanço em termos de segurança viária, pois aumenta a visu-

Dica: respeitar a capacidade máxima de pessoas do veículo e acomodar crianças nas cadeirinhas alização do veículo pelos demais usuários da via”, orienta. Ele pondera que, apesar dos riscos, viajar à noite é a alternativa de muitos condutores para fugir de horários de pico. “Dirigir durante a noite ou em dias de pico tornam o deslocamento mais cansativo e arriscado”, reforça. “Planejar a viagem e conhecer o trajeto é essencial para antecipar ou prorrogar a ida e a volta, se

de transporte adequadas. Todos sempre com cinto de segurança”, orienta o perito. As bagagens, por sua vez, não podem obstruir a visão do motorista em hipótese alguma. “Mais importante do que o excesso de bagagens é a maneira como são transportadas, pois em caso de colisão podem ser arremessadas, agravando o acidente ou provocando outro”, frisa.

Receitas Talharim primavera

Ingredientes: ½ xícara de margarina; 1 berinjela média, sem miolo, cortada à julienne; 1 abobrinha, sem miolo, cortada à julienne; 2 e ½ colheres (sopa) de tomilho fresco; sal e pimenta-do-reino a gosto; 500g de talharim; 2 dentes de alho picadinhos; 2 cenouras médias cozidas no vapor, cortadas à julienne. Modo de fazer: em uma panela, levar água com sal para ferver. Acrescentar o talharim e cozinhar até o ponto de al den-

te. Retirar da água e reservar. Em frigideira com revestimento antiaderente, colocar a margarina e, em seguida, o alho para dourar. Juntar os legumes, colocando primeiro as cenouras, depois as berinjelas e finalmente as abobrinhas, e salteá-los por alguns minutos (até que fiquem ligeiramente cozidos por fora, mas firmes por dentro). Temperar a gosto, juntar à massa cozida, misturar bem e decorar com folhinhas de tomilho. Rende oito porções.

Salada de alho-poró Ingredientes: 5 folhas de alface-mimosa; 5 folhas de alface-roxa; 10 folhas de rúcula; 1 alho-poró pequeno cortado em rodelas; 1 cenoura pequena ralada no ralo grosso; 1 maçã média cortada em fatias finas; ½ xícara de mussarela picada; 1 cubo de caldo de legumes; ½ xícara (chá) de iogurte natural; ½ xícara (chá) de creme de leite; 2 colheres (sopa) de nozes picadas.

travessa, colocar as folhas das alfaces, a rúcula, o alhoporó, a cenoura, a maçã e a mussarela. Reservar. Em uma tigela, dissolver o cubo de caldo de legumes no creme de leite quente, esperar amornar e acrescentar o iogurte. Misturar até ficar homogêneo. Distribuir sobre a salada reservada e polvilhar as nozes. Servir em seguida. Rende quatro porções.

Dica: se preferir, substituir as folhas por outras de Modo de fazer: em uma sua preferência. Knorr/Divulgação/CR

Velocidade excessiva Rodrigo Kleinubing, especialista em acidentes de trânsito, ressalta que, embora apresente menor gravidade, a ocorrência mais comum durante as férias escolares, carnaval e feriados é a colisão traseira. Ele atribui a alta incidência à combinação entre engarrafamentos e desrespeito à distância mínima entre os veículos. “São, porém, as colisões frontais, laterais e as saídas de pista, respectivamente, as que mais matam nas estradas, pois geralmente envolvem excesso de velocidade”, compara. Conforme a Polícia Rodoviária Federal, somadas à adoção de velocidades incompatíveis com a via, outras grandes motivadoras de acidentes de trânsito durante o período são a falta de atenção e a ingestão de álcool. “Deve ficar claro para o motorista que exceder a velocidade nunca vale a pena; além de gastar combustível, provoca um ganho de tempo mínimo. E, nos casos de ultrapassagens, o motorista precisa ter consciência de que, quando proibida ou mal realizada, a manobra pode ser fatal”, alerta Kleinubing.

preciso”, recomenda. Atenção também deve ser direcionada aos cuidados com os demais passageiros, sejam eles crianças ou animais de estimação. Foco de distração para o motorista, esses ocupantes devem ser transportados com segurança. “É importante respeitar a capacidade máxima de pessoas do veículo e acomodar crianças nas cadeirinhas e animais em caixas

Bunge Brasil/Divulgação/CR

A

s confraternizações de fim de ano acabaram, mas muitas famílias continuam aproveitando a alta temporada de verão e as férias escolares para pegar a estrada. Mais frequentes nessa época, os deslocamentos rodoviários aumentam os riscos de acidentes de trânsito. Conforme a assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, foram registradas 14.262 ocorrências nas rodovias federais. Embora seja alarmante, o dado revela uma redução de 28% em comparação ao mesmo período de 2014 e 2015 – os números do atual período não foram finalizados. A Perkons, empresa de tecnologia para segurança no trânsito, disponibilizou um especialista em acidentes de trânsito, Rodrigo Kleinubing, para falar sobre posturas que garantem mais segurança na estrada durante as férias. Segundo ele, não são apenas as atitudes nitidamente inadequadas e sujeitas à punição pela legislação de trânsito, como exceder a velocidade permitida, as causadoras de acidentes. Aquelas que são fruto de descuido e desatenção do condutor, como, por exemplo, deixar de checar as condições do veículo,

Stock Photos/Div./Correio Riograndense

Conforme especialista, viajar sem pressa e durante o dia reduz riscos de acidentes


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 1 de fevereiro de 2017

Você sabia?

HISTÓRIA

Joelhos de Nefertari

Museo Egizio Turin/Divulgação/CR

Cientistas atestam que ossos mumificados são de rainha egípcia

• Terra curiosa: no Egito antigo, as crianças começavam a usar roupas a partir dos cinco anos de idade. Os meninos usavam tanga e cinto, enquanto as meninas usavam vestido. Grande parte das roupas era feita de linho. No dia do casamento, os noivos costumavam levar alimentos aos templos como oferenda para os deuses. Faziam isso para pedir bênçãos à união.

Palavras Cruzadas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br Festa popular origiPeças que nária do transmitem entrudo a força na português engrenagem da bicicleta

desenhos da rainha. Quando da descoberta do sepulcro, faltava um item: a múmia de Nefertari. A única coisa que os escavadores encontraram, no começo do século XX, foi um par de joelhos mumificados. Agora, uma nova pesquisa confirma que os joelhos pertenceram, de fato, a Nefertari. Por meio de análises químicas, de raios-x e de datações de carbono, os pesquisadores confirmaram que os pedaços da perna pertenceram a uma mulher de aproximadamente 40 anos, que foi mumificada com os rituais dedicados à realeza. Os cientistas acreditam que ela tenha sido en-

terrada com joias ao redor da cabeça e dos braços, o que fez com que a sua múmia acabasse sendo destruída durante os saques. Análises da tíbia da múmia mostram que ela sofreu diversas fraturas já depois de morta. A pesquisa descobriu, também, que a rainha era de alta estatura para a época. Nefertari mediu algo em torno de 1,65m, nove centímetros a mais do que a média das mulheres do Egito Antigo. “Penso que é triste e muito irônico que jamais poderemos comparar sua beleza lendária com os restos mortais, já que tudo que temos são seus joelhos”, disse o cientista Joann Fletcher à revista Discover.

Verdadeiro, em italiano Tu e ele (Gram.)

(?) qual: do mesmo modo que

Onomatopeia do latido do cachorro

Estrada, em inglês Peças para os pés

(?) do Fico: 9/1/1822 (Hist.)

Vai e (?), clássico brinquedo infantil Públicoalvo das campanhas políticas

Assim, em espanhol Sintoma da diabete

Medida Provisória (sigla)

(?) curta: controle total (fig.) Juiz de Israel (Bíb.) Muito culta

Doutora (abrev.) Afrodite, na mitologia

Emiliano Zapata: o Caudilho do Sul

Adélia Prado, poetisa mineira Guilherme (?), ator Roçar em (algo)

Colar de pedras coloridas (Umbanda)

Regozijo (?) déco, estilo decorativo

Lei, em latim 2, em romanos

Tina Turner, cantora dos EUA Mouse (?), apoio Estado de Tucuruí

"(?) amada, Brasil!", últimos versos do Hino Nacional Profissional como o "sniper"

BANCO

30

Solução O F E R T A R

Divulgação/CR

Oxford elege “pós-verdade” a palavra do ano

N Ç Õ D E I S A D O E M Z E T R D O

# INGLATERRA

T E S A S I TA L A B A

Com diversas conotações, “verdade” é uma palavra de significado forte. Seja na sociedade, na vida profissional e em seus diversos âmbitos, a verdade é um termo de grande importância. Mas, o que seria uma “pósverdade”? Todos os anos, a editora de dicionários da universidade britânica de Oxford elege a palavra que, naqueles meses, atraiu um grande interesse. Em 2016, o título ficou com a “pós-verdade”. Segundo o próprio glossário inglês, o verbete significa “relativo a ou que denota circunstâncias nas quais fatos objetivos são menos influenciadores na formação da opinião pública do que apelos à emoção ou crença pessoal”. As palavras candidatas ao prêmio são debatidas por um júri

Fora de (?): enfurecido Fazer uma doação

Atitude da pessoa "zen" (ing.)

PA

Q

uando se fala em Egito, logo vem à memória pirâmides, múmias, sarcófagos e deserto. E não é que a ciência está retornando a essa época! Na quinta 22 de dezembro, pesquisadores divulgaram que encontraram parte da ossada da rainha Nefertari, esposa do faraó Ramsés II, cujo nome significa “a mais bela”. Falecida em 1254 a.C., teve o túmulo encontrado em 1904. Embora já tivesse sido alvo de inúmeros saques no decorrer dos séculos, ainda é um dos mais luxuosos que se conhece. De 520 m², as paredes da tumba são inteiramente enfeitadas por

(?) falho: lapso revelador do inconsciente Afeto de um amigo em relação ao outro

3/art — así — eli — lex — pad. 4/road — vero. 5/relax.

Tumba: local onde a rainha estava enterrada foi saqueado diversas vezes; sua ossada sofreu várias fraturas

© Revistas COQUETEL

Os empregos que au- Cada impulso expiramentam no fim de ano Pontos co- tório que "Nacional", mo Joana Bezerra, Sé forma a em BNDES e Central (PE-SP-RJ) palavra

É percebido na fala do estrangeiro Antigo território do Guaporé (sigla)

T R R E N MP O V O S U E R E RO A D M R E E L I I T O R A S E S A L P R A A LE X R I A T I R A

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CR Sabe -Tudo 16

jornalcr@jornalcr.com.br I www.correioriograndense.com.br

S C O A T R A BE N Q A U V E A E L E D R D E U R D G U I P A T A

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Tempo de estar em família

EUA: palavra escolhida foi muito utilizada na campanha de Trump que, segundo a instituição, leva em consideração a significância cultural do termo. Depois de quatro anos elegendo verbetes que se tornaram comuns dentro

da cultura digital do país, em 2016 a escolha tem conotação política e ganhou popularidade, sobretudo, nas eleições norte-americanas.

Em Quietinho feito um sapo, Eline Snel apresenta uma introdução à meditação mindfulness dfulness, uma técnica a ser feita em família, por meio de brincadeiras que fortalecem os vínculos entre pais e filhos. A autora fala como essa prática pode ajudar as crianças a se tornarem menos agitadas e mais focadas, a dormirem melhor e se sentirem bem. Editado pela Rocco Jovens Leitores, o livro faz parte da coleção Bicicleta Amarela.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 1 de fevereiro de 2017

Vita, stòria e fròtole Gambetela e el catessismo

Arlindo Luiz Dallegrave Loreto, Caxias do Sul - RS

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CR Cultura 17

marcelino@jornalcr.com.br I www.correioriograndense.com.br

ti ani ndrio la gente gera più interessadia in religion do che adesso, tuti i genitori co i gavea fioi cola età de imparar qualcoss che sia, i stradea sti fioi perché i ndesse ala cesa par studiar el catessismo, imparar la dotrina e el viver del mondo. E tute le frassion le gavea i catechisti che podea esser tanto òmeni come done. Tuti sti tosati, co rivea la doménega i ndea al catessismo ma col pensier de dopo la dotrina poder giugar bola ntela piassa dela cesa. Là, chi sbordelea, chi ndea scondéndosse drio la cesa, chi se corea drio uno co’laltro, chi giughea la bola, chi smachea in tera i altri tosati, chi barufea... E pò, ghe gera tosati par far de tuto. Malani e matità no ghen manchea mai. E sto Gambetela, anca lu el fea tute le arte che’l se imaginea da far. Lu turmentea i altri tosi e tosate, no’l obedia i catechisti e quel che’l gavea par la testa gera solche matità. Per quel che del catessismo el imparea poco, par no dir gnente, perché no’l studiea el catessismo, no’l fea gnanca el dover de casa, che saria stat quel che i insegnanti i ghe disea che el gera par studiar, par saver risponder ala doménega drio. I soi genitori i ghe disea: - Gambetela stùdia el catessismo se te vol passar la prima comunion el ano che vien, perché senò te vien massa vècio e dopo i altri i te ride drio e i te ciama de sucon! I catechisti anca i ghe ciamea la atension perché no’l savea risponder gnente de quel che i ghe dimandea sora el catecismo. I disea che’l gera pròpio un sensa vóia de imparar. E nantra roba: el gera anca rispondon, sensa rispeto, malenducà, ma no par colpa dei altri nò, che i proea far de tuto par méterlo a posto, ma par colpa de lu pròpio che no’l se interessea imparar quel che i catechisti e i genitori i ghe insegnea. Dele dimande de religion che ghe gera ntel catessismo no’l savea mai gnente. Ma el tempo ga passà e ze rivà la ora del prete vegner farghe l’esame par veder chi che gavea imparà el catessismo polito, quei che podea confessarse par poder far la prima comunion. Quei che no gavea imparà ghe tochea ripeter el ano de dotrina. Sto prete el scomìnsia a far dimande a uno, dimande a l’altro. Chi che gavea studià i savea risponder ben; chi che gavea studià poco rispondea maisomeno e se la passava. Alora riva la ora del Gambetela rispónderghe al prete. Ala domanda de quando Dio se ga fato omo el toso tase un poco e dopo el risponde: Quando el ga fato la barba! Dopo nantra dimanda: Perché bisogna ndar a messa ala doménega? La risposta: Par giugar la bola coi amighi. El prete ghe fea le domande col catessismo in man a sto Gambetela che rispondea robe che no gavea gnente da veder co religion. Cada volta el prete lo corigia. Ma fa na domanda, fa due, fa trè e el Gambetela no le ga saveste. A cada una el prete ghe spieghea vardando ntel libro del catessismo. Alora el Gambetela se ga inrabià e el prete ghe ga dato na brontolada, Ma come Gambetela gera un rispondon, el ghe dise al prete: - Dame qua el catessismo che col libro in man sò anca mi risponder. Ze più fàssile leser quel che ghenè scrito do che imparar de memòria quel che ghe vol imparar! Sta volta el Gambetela la ga guadagnada del prete! Sicuro, col libro in man tuti i sa risponder quel che ze scrito.

El ritorno de Nanetto Pipetta (902) Ilustração Derli Dutra, São José do Ouro (RS)

Vui deventar bismul se i me la fraca...

L

uni de matina bonora, la Gelina va a Bento far esami. La va dal ginecologista e anca far na mamografia. Bisogna ténderghe ben dela salute e la mèio roba ze i esami preventivi. Fenio far sto tanto, la zera drio ndar ntela calsada, arente la agéncia del Banrisul, quando un omo, ben vestio, la ciama: - Parona, parona, mi son del Paranà, no cognosso sta cità, no go conta ntel banco... E ciamàndola de banda, el ghe dise che’l ga comprà un bilieto dela loteria e guadagnà vinti mila conti, ma no’l sà come trucarlo. - Varda, go pressa! La lìnea se partisse da qua vinti minuti, go el bilieto comprà belche e no sò cossa far! Go pensà: vutu mia darme sinque mila e te dao el bilieto dela loteria!?... Ciò, co quela proposta la Gelina ga tacà pensarghe sora. ‘Òspia, ciapo quìndese mila nte sto negòssio! Ze mia tuti i giorni che la sorte casca davanti la gente cosi fàssile...”. Quel birbante ga visto che la se ga interessada e alora la ga infagotada su de na maniera che la ze restada squasi sorda. La ga cascà drita ntela tràpola de quel vigarista. Alora la va al banco e la ghe parla ala gerente Juliana che la vol tirar sinque mila conti. La gerente ghe domanda se zera par un bon negòssio e la ghe conta del bilieto. Mariassanta! - Gelina, Gelina! Se no te domando te geri drio cascar ntel raconto del vigàrio! Quel bilieto là ze falso! Ndove zelo el vigarista? Speta che

Marcelino Dezen

a metà strada dele due cese. La paròchia par la qual el mul ndava restaria cola Madona. El mul ze ndato in diression ala cesa del prete che gavea fato la proposta. Più tardi i ga descobrio chel mul zera del prete de quela cesa! Gelina la ringràssia mila volte e la va casa. La ghe conta ai soi e a Nanetto, che resta cativo: - Stùpida, ghetu mia desconfià che la gràssia zera massa grossa? Mi nò no casco mia te na stòria de queste! Vui deventar bismul se i me la fraca! Ciò, giorni dopo, che’l zera casa de Àndolo lu sol, el va fora dela cantina e el vede un omo che vien zo dele scale. - Bongiorno! - Bongiorno! Zelo qualche roba che posso giutar? - Nò, nò! Volea vender sto tapete ala parona, ma ghe ze nissuni casa. Vegno nantra volta! El zera drio ndar quando Nanetto ghe domanda par veder el tapete. - Ma varda! Te ghè perso el viaio, caro, perché la Catina ga un pròpio compagno! Quelaltro se la tol par la pi curta. Riva la Catina e la Gelina e ndove zelo el tapete dela sala?! Fato le ale. El ladro gavea inganà Nanetto polito. - Sta sera, par sena, te parécio na brassada de erba e un cadin de mìlio, dà che te si deventà bismul! Se vinga la Gelina. - È, dise la Catina, el nostro tapete persa adesso ze un tapete perso!

Caxias do Sul - RS

ciamo la polìssia! Gelina sudava fredo! Ghe ga tocà darghe aqua con sùchero par acalmarse fora. Quando riva la polìssia, quel òstrega se la gavea fiocada. Quando Gelina se ga chietà, la ringràssia la Juliana e vol saver cossa ze sto raconto del vigàrio. - Varda, ze na imbroiada che i furbi ghe parécia ai stùpidi... pardon, ai desavisai, par ciavarghe soldi fàssile. - Mai sentisto dir! E perché sto nome? - La version più giusta ze che na volta due vigarii disputava cadaun par la sua paròchia na stàtoa dela Madona. Come no i ze ndati intesi, un ga proponesto che i ligasse la santa ntela schena de un mul che pascolava ntela piassa. El mul dovaria esser molà

# PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE

# MÚSICA

Museu das Missões passa por obra de recuperação Em abril de 2016, o tornado que atingiu a cidade de São Miguel das Missões (RS) causou danos no Sítio Histórico de São Miguel Arcanjo. A força do vento atingiu algumas partes do sítio, como o edifício que abriga o Museu das Missões, afetando a estrutura. Para recuperar a área atingida, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vem realizando obras de restauração do local, que está fechado à visitação. O museu teve sua cobertura seriamente comprometida, com destelhamento e desalinhamento de madeira, destruição das esquadrias de ferro e vidro e danificação de algumas esculturas do acervo. Também a Sacristia Velha da igreja de São Miguel Arcanjo teve o telhado afetado, com entrada das águas das chuvas e risco de desabamento da cobertura. Contratada em ocasião de emergência, a obra de recuperação do museu e do sítio histórico (Casa do Zelador, Pa-

Gramado in Concert Acervo Iphan/Div/CR

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Missões: obra de recuperação do Museu vilhão Lúcio Costa e Sacristia Velha) conta com os serviços de restauração e deverá ser concluída até o final de março. Orçada em R$ 1,68 milhão, a obra é fiscalizada pelo Iphan.

De 3 a 12 de fevereiro, Gramado (RS), promove a 3ª edição do Gramado in Concert. O festival ocorre em diversos pontos da cidade e o objetivo, conforme o secretário de turismo, Edson Néspolo, é ampliar a democratização da música erudita. O festival conta com atrações internacionais. Mais informações no site www.gramadoinconcert.com.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 1 de fevereiro de 2017

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Olhar diferente

ALDO COLOMBO

Aposte nas pequenas coisas

N

CR Igreja 18

marcelino@jornalcr.com.br I www.correioriograndense.com.br

a vida, todos somos aprendizes. O aprendizado não é igual para todos. Há os que repetem os erros, outros, mais inteligentes, procuram aprender com os erros dos outros. A pior nota fica com aqueles que se recusam a reconhecer os próprios erros. E para isso procuram sempre culpados para as próprias falhas. Grande parte de nossa vida transcorre no cotidiano. Logicamente, nossa felicidade, nossa realização e nosso sucesso passam pelo dia a dia. Ou seja, pelas pequenas coisas. Aposte nestas pequenas coisas. 01 – Domine sua língua. Diga sempre menos do que pensa. Sobretudo, não diga coisas amargas e não fale nos momentos de irritação. Os antigos aconselhavam, na hora da irritação, contar até 100 antes de falar. 02 – Pense antes de fazer uma promessa, sobretudo na vida familiar. Uma vez feita, mantenha a palavra, mesmo sendo tarefa difícil. 03 – Nunca deixe passar uma oportunidade para dizer uma palavra agradável à pessoa ou a respeito dela. Deixe que os outros sintam a ternura que existe em você. Isto vale também para o homem. Não guarde o Grande parte da carinho para as grandes ocasivida transcorre ões. O amor se revela também pequenos gestos. no cotidiano. nos 04 – Interesse-se pelos Logicamente, outros, pelas suas ocupações, nossa felicidade pelo seu bem-estar, pela sua e nossa família. É importante que os realização outros percebam que você está mesmo interessado neles. passam pelo Evite começar a frase com o dia a dia pronome pessoal eu. É importante que o foco esteja sempre na outra pessoa. 05 – Mantenha o bom humor e a alegria mesmo quando as coisas não vão bem. O coração é seu, pode chorar, mas o rosto pertence aos demais e você deve sorrir. Quando errar, com toda a tranquilidade, admita que errou. Afinal, você é humano. 06 – Conserve a mente aberta para todas as questões. Tente perceber o alcance das novas ideias. Diante de uma proposta nova, admita para você mesmo: talvez ele tenha razão. Existem sempre alternativas novas. A humanidade ainda não descobriu tudo o que tinha de descobrir. 07 – Recuse-se falar das falhas, reais ou aparentes, dos outros. Procure falar apenas coisas boas dos outros e da vida. Com elegância, tente desviar conversas que diminuem as pessoas. Abelha e vespa sugam a mesma flor, mas somente a abelha produz mel. 08 – Tenha cuidado com os sentimentos dos outros. Gracejos, ironias e críticas podem magoar. Não faça ou não diga aos outros o que você não gostaria que os outros fizessem ou dissessem de você. São Paulo aconselhava: alegrar-se com os que estão alegres e chorar com os que choram. 09 – Não deixe que as críticas o derrotem. Quando ocorrerem, procure ver o que existe de real e não deixe que a amargura tome conte de seu espírito. A crítica pode mostrar seus pontos fracos e, neste sentido, ela trabalha a favor de você. A vida é curta demais para ser preenchida com amarguras. 10 –Jamais descreia do amor. Existem dois grandes mandamentos: amar a Deus e amar o próximo. O caminho da felicidade passa por aí. Há mil maneiras de amar o próximo, mas uma só maneira de amar a Deus: amando o próximo.

ROMARIA DA TERRA

Luta e memória das conquistas A Fazenda Annoni recebe a 40ª edição do evento que lembra a luta pela terra

No dia 28 de fevereiro de 2017, a Fazenda Annoni, primeira ocupação brasileira de famílias organizadas dentro do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), localizada no município de Pontão, receberá milhares de romeiros para a 40ª Romaria da Terra do Rio Grande do Sul. A edição comemorativa do evento, que acontece sempre na terça-feira de Carnaval, por ocasião do aniversário de morte de Sepé Tiaraju, será norteada pelo tema “Romaria da Terra: 40 anos de luta e memória das conquistas” e pelo lema “Terra de Deus, terra de irmãos”. O evento está sendo organizado desde o mês de maio do ano passado por representantes da Comissão Pastoral da Terra do Rio Grande do Sul (CPTRS), da CNBB Regional Sul 3, da arquidiocese de Passo Fundo, à qual Pontão está vinculada, e do MST que, em reuniões ampliadas, debatem sobre a atual situação agrária do país e, ainda, planejam os momentos que farão parte do encontro e definem as equipes de serviço. Juventude - Jovens de todo o estado e de várias regiões do país participam do Acampamento da Juventude que, desde 2005, faz parte da Romaria e busca debater, refletir e celebrar o tema

CPT-RS/Div/CR

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Situação agrária: cruz símbolo da caminhada anual na busca por mais igualdade, justiça e direitos no campo proposto pelo evento a partir de suas vivências e anseios. O acampamento, espaço sócio-políticoformador que surgiu por iniciativa da própria juventude, acontece, neste ano, nos dias 26 e 27, na área um da Fazenda Annoni e vai refletir o tema “Juventude construindo projeto popular” e o lema “Prefiro morrer na luta do que morrer de fome”, em memória a Roseli Nunes, militante da luta pela terra morta em um protesto, em 1987. Os jovens serão envolvidos em diferentes plenárias, falas e exposições, além de oficinas práticas. Também, participarão de uma noite cultural e da Celebração dos Mártires,

ponto alto dos momentos de espiritualidade, no qual fazem memória aos irmãos e irmãs que tombaram lutando por justiça, direitos, igualdade, terra, pão, vida em abundância. Programação – No dia 28 de fevereiro, a Ro-

Indagações da fé

maria será composta por diferentes momentos de debates, integração e espiritualidade, pautando sempre questões ligadas à terra, valorizando de forma especial os pequenos produtores, a agroecologia, o cuidado com a água e com o meio ambiente e a agricultura familiar através da Feira da Reforma Agrária. A programação inicia às 7 horas, com acolhida. Às 9 horas, início da caminhada, seguida de celebração; almoço partilhado às 12 horas e, às 15h30, mística de envio dos romeiros. O local do evento: Assentamento Nossa Senhora Aparecida, área 9, Fazenda Anonni, RS 324, Km 174.

BRUNO e MÁRIO GLAAB

E-mail: freiglaab@gmail.com

Para ser padrinho ou madrinha do batismo de uma criança basta ser batizado? Rafael Lima

Rafael, não é tão simples assim. Para alguém ser padrinho ou madrinha de batismo de uma criança é necessário ser batizado, sim. Mas isso não é tudo. Em primeiro lugar, sempre que se batiza uma criança, exige-se que alguém peça o batismo para ela, e assim automaticamente se comprometa para que o batismo seja vivido cristãmente; isto é, o pedinte deve assumir o compromisso de educar a criança na fé. Essa tarefa é primeiramente dos pais, mas como eles querem e precisam ser ajudados nessa missão, a tradição da Igreja

vem em seu auxílio com os padrinhos, livremente escolhidos pelos pais. Os padrinhos, então, devem ser de total confiança dos pais, pois estarão ao lado deles na séria e nobre tarefa de transmitir a fé e a vivência cristã à criança. Neste caso, muito mais do que perguntar se os padrinhos são batizados ou não, os pais devem questionar sobre seu engajamento cristão na comunidade de fé; se dão verdadeiro testemunho de vida cristã. Na prática pastoral, a maioria das dioceses oferece – e exige – que, tanto pais quanto padrinhos se pre-

parem para o batismo com encontros onde se estuda e reflete sobre o verdadeiro sentido do batismo e sobre as obrigações dos pais e padrinhos. São iniciativas da Igreja que auxiliam os casais para melhor desempenhar seu papel cristão na sociedade. Portanto, para ser padrinho de batismo é preciso ser batizado, mas é necessário ser cristão convicto que se disponha com alegria para ajudar os pais na missão de educar na fé a criança à qual se pede o batismo. (Por padre Mário Fernando Glaab, www.marioglaab.blogspot.com)


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 1 de fevereiro de 2017

CR Igreja 19 # MENSAGEM

Francisco convida a comunicar esperança

LUIZ TURRA

Andreas Solaro/AFP/CR

C

omunicar esperança e confiança no nosso tempo “ é o título da mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais, que será celebrado no Brasil em 28 de maio, festa da Ascensão do Senhor. A mensagem tradicionalmente é publicada no dia 24 de janeiro, festa de São Francisco de Sales, padroeiro dos comunicadores. O texto, como define o próprio Pontífice, é um encorajamento a todos os que trabalham neste campo para que comuniquem de modo construtivo, isto é, rejeitando preconceitos e promovendo uma cultura do encontro. O protagonista da notícia, escreve o Papa, não pode ser o mal, que leva as pessoas à apatia, ao desespero e a anestesiar a consciência, mas a solução aos problemas, com um estilo de comunicação aberto e criativo. “Gostaria que esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que, diariamente, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, ‘moem’ tantas informações para oferecer um pão fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação”, afirma Francisco. A realidade não tem um significado unívoco, conforme o Papa, pois tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos ‘óculos’ que decidimos usar para ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diferente. “Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do

No coração da vida

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Francisco: é preciso superar a lógica de que uma boa notícia não desperta a atenção medo, resultante do hábito de se fixar “Visto sob esta luz, acrescenta o a atenção nas ‘notícias más’ (guerras, Papa, qualquer novo drama que aconteterrorismo, escândalos e todo tipo de ça na história do mundo torna-se cenáfraquezas humanas)”. rio possível também duma boa notícia, uma vez que o amor consegue sempre Boa notícia – Portanto, diz Francis- encontrar o caminho da proximidade e co, o ponto de partida bom para ler a suscitar corações capazes de se comorealidade é a boa notícia por excelência, ver, rostos capazes de não se abater, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo. mãos prontas a construir”. “Esta boa notícia não é boa porque nela Quem se deixa conduzir pela boa não se encontra sofrimento, mas porque notícia no meio do drama da história, o próprio sofrimento é vivido num qua- conclui a mensagem, torna-se farol na dro mais amplo, como parte integrante escuridão deste mundo, ilumina a rota do amor de Cristo ao Pai e à humani- e abre novos caminhos de confiança e dade”. esperança.

# RIO URUGUAI

# BRASIL

Festa dos Navegantes mobiliza Porto Mauá Intolerância religiosa com mondongo, vinho e pão. Às 8h30 início da procissão com a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes saindo da capela com destino ao local da festa, onde haverá solene missa presidida por dom Vilson Basso e concelebrada por dom Vital Chitolina, o pároco padre Guido Boufler e sacerdotes convidados. Dom Vilson é bispo de Caxias (MA) e dom Vital, de Diamantino (MT). Ambos são gaúchos, naturais de Tuparendi. Por volta das 10h30 inicia a procissão fluvial nas águas do rio Uruguai. Às 12 horas, almoço; às 14 horas, bênção da saúde (São Braz) e às 15 horas retorno da imagem à capela. Vilson Winkler/Div/CR

Como ocorre em diversas partes do país, especialmente nas comunidades religiosas ribeirinhas, Porto Mauá, às margens do rio Uruguai, também celebra a Festa dos Navegantes. Neste ano, na quinta-feira 2 de fevereiro, a cidade realiza a 86ª Festa dos Navegantes, o maior evento religioso da região. Nos dias 29, 30 e 31 houve tríduo em preparação à festa, com as missas celebradas pelos padres Cenir Sturm, Afonso Werle e Nelson Loro, respectivamente. A do dia 31 foi precedida de procissão luminosa até a Gruta do Porto. No dia 2, a programação inicia às 6 horas, com alvorada festiva e às 7h, café

A alegria como necessidade

Devoção: milhares de pessoas acompanham a procissão fluvial com imagem de Nossa Senhora

Às vésperas do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, lembrado em 21 de janeiro, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com outras entidades, lançou a publicação “Intolerância Religiosa no Brasil – Relatório e Balanço”. Com mais de 160 páginas, o estudo revela, entre outros dados, que de 2001 a 2015 o país registrou 697 casos de intolerância religiosa. Depois de atingir o pico em 2013, com 201 episódios, o número quase dobrou de 2014 para 2015, passando de 149 casos para 223. O documento também aponta que vizinhos, professores e familiares estão entre os agressores mais comuns.

# CAMPOS NOVOS

Ordenação sacerdotal O diácono haitiano James Mercure, que atuou durante quatro meses na paróquia São João Batista, de Campos Novos (SC), será ordenado sacerdote no dia 25 de fevereiro, em Porto Príncipe, no Haiti. James faz parte da congregação dos scalabrinianos, tem 32 anos e a sua primeira atividade como sacerdote será em Manaus (AM), onde inicia atividades no dia 2 de abril. Na capital do Amazonas, ele vai atuar junto aos imigrantes, especialmente com os caribenhos e latino-americanos.

ma das mais sérias observações feitas ao nosso tempo e à nossa sociedade pósmoderna refere-se ao roubo da alegria de viver. Aqui não são nomeados assaltantes. Eles não têm rosto, nem armas, mas subliminarmente agem sem ação, tiram ser ter mãos e passam sem ter pés. O roubo da alegria parece ser um dos mais sérios prejuízos à convivência humana. Por que andamos assim, tão sérios, com rostos fechados, de mau humor? O que nos rouba a alegria? Como um raio de luz na escuridão, o Papa Francisco presenteou a humanidade com um programa de vida para a Igreja do nosso tempo com a Exortação Apostólica “A alegria do Evangelho”. “O grande risco do mundo atual, com sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é a tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada... Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida” (EG 2). Logo em seguida a essa advertência, o Papa convida a nos deixarmos encontrar pelo Senhor. “Da alegria trazida pelo Senhor, ninguém é excluído... Quem arrisca, o Senhor não o desilude” Temos o sagrado (EG 3). Esta é a alegria direito da alegria! de base que o mundo não Ela é o reflexo de pode roubar. Para cultivá-la e garanti-la necessitamos uma vida rica de uma luta paciente, de sentido, perseverante e teimosa, de horizontes pois as ofertas de alegrias passageiras invadem nossa amplos e superficialidade e querem esperançosos se tornar agentes de uma alegria imediata, mas fugaz. Ser uma pessoa alegre ou ter apenas algumas alegrias, é o que faz a diferença. Temos o sagrado direito da alegria! Essa é o reflexo de uma vida rica de sentido, de poder andar em caminhos abertos, de horizontes amplos e esperançosos. É a alegria de sentir-nos habitados e não solitários na aventura da vida. Encontrar Cristo é o mesmo que encontrar o verdadeiro mestre da alegria. O sermão da montanha abre-se com a solene proclamação da alegria dos pobres, dos pacientes, dos aflitos, dos que têm fome e sede de justiça, dos misericordiosos, dos puros de coração, dos perseguidos por causa da justiça e dos que promovem a paz. “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos!” (Fl 4,4). O que intriga, nas palavras do apóstolo Paulo é a palavra “sempre”. Algum tempo de alegria e algumas experiências rápidas acontecem, mas “sempre” é a questão. Em sua experiência com o Senhor, Paulo se dá o direito de dizer que é possível cultivar sempre este tipo de alegria de base. Ao pensarmos em Francisco de Assis e sua definição da “perfeita alegria”, ficamos admirados quando o grande santo diz ser possível vivê-la no desconforto total da rejeição, até mesmo dos próprios confrades. Talvez o seu “Cântico das criaturas”, verdadeira explosão de alegria, seja a maior prova daquela alegria que ele sempre cultivou na raiz de seu ser redimido. No meio da dor proclamou e compôs o mais significativo hino de amor e de alegria.


CR

Correio Riograndense

Caxias do Sul 1 de fevereiro de 2017

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# ROMARIA DA TERRA

Movimento de luta pela terra chega aos 40 anos, com celebração na Fazenda Annoni

João Carlos Romanini/CR

A marcha da agricultura familiar

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___

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_________________ RESPONSÁVEL

Palavras “Eu canto esses heróis que governam o Brasil e mando todos eles para o céu de anil” MILLÔR FERNANDES (1924-2012), humorista e poeta brasileiro

“Os tolos dizem que aprendem com seus próprios erros; eu prefiro aprender com os erros dos outros” OTTO VON BISMARCK (1815-1898), político e diplomata prussiano

“Aquele que domina os outros é forte. Aquele que domina a si mesmo é poderoso” Caminhada: milhares de pequenos produtores rurais participam do evento realizado anualmente na terça-feira de Carnaval. Pág. 18

LAO-TSÉ (século VI a.C), filósofo e alquimista chinês

Igreja no mundo “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” será o tema da próxima Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos convocado pelo Papa Francisco para outubro de 2018. E uma das abordagens será a relação entre a juventude, os processos digitais e as práticas sociais em rede, que se explicitam como um verdadeiro “enigma digital” para a Igreja. Movimento Santuário Passa de 800 o número de congregações religiosas nos Estados Unidos dispostas a oferecer abrigo para imigrantes em situação irregular desde que Donald Trump foi eleito presidente e ameaçou deportações em massa. Denominada Movimento Santuário, a iniciativa prevê amparo aos imigrantes sem registro não apenas dentro das quatro paredes de uma igreja, mas também nas suas comunidades, escolas e locais de trabalho. Diocese de Nova York Numa tentativa de economizar dinheiro, o cardeal de Nova York, Timothy Dolan, informou ao seu clero que estuda vender a sede da arquidiocese, que hoje ocupa um prédio no centro de Manhattan.

Jornada Mundial da Vida Consagrada A Igreja celebra, no dia 2 de fevereiro, data que se recorda a apresentação de Jesus no templo, o 21º Dia Mundial da Vida Consagrada. Nesse dia, o Papa Francisco presidirá celebração eucarística na basílica de São Pedro, às 17h30 (14h30 no horário de Brasília). Neste ano, segundo

nota da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, a data adquire um sentido de ação de graças e oração pelo dom das vocações na perspectiva do Sínodo dos Bispos dedicado ao tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Osservatore Romano/AFP/CR

Mídias digitais

Vida consagrada: Papa Francisco em audiência com religiosas Não ao aborto Visão favorável Donald Trump assinou, na seUma pesquisa do Centro de gunda 23, uma ordem executiva Pesquisas Pew, dos Estados Unireinstaurando a “política da Ci- dos, mostra que 7 em cada 10 dade do México”, uma regulação adultos americanos, indepenpró-vida internacional que im- dente de religião, têm uma visão pede que o governo dos Estados muito favorável do Papa FrancisUnidos financie ou promova o co. Entre os católicos, 87% veem aborto no exterior. o Papa favoravelmente.

Vocação religiosa

Problemas financeiros

Um relatório do Conselho de Superioras Maiores de Religiosas dos EUA revela importante presença jovem e vital de religiosas, noviças e postulantes no país. Uma pesquisa com 120 comunidades membros do conselho, que reúne 6 mil do total de 48.546 religiosas dos EUA, revela que há quase mil jovens fazendo a formação inicial e a procura pela vida religiosa é cada vez maior. Lei da blasfêmia

Uma pesquisa feita pelo Serasa Experian, no Reino Unido, mostra que as finanças são a causa de 56% dos divórcios durante os três anos que durou o estudo.

Freiras de Cássia As religiosas agostinianas que cuidavam do santuário de Santa Rita, em Cássia, Itália, e moravam no mosteiro anexo, foram obrigadas a abandonar o convento e a célebre basílica onde se venera o corpo incorrupto da santa italiana por causa dos graves No Paquistão há, atualmente, danos estruturais nos prédios, mais de mil condenados à morte ocasionados pelos terremotos de por causa da Lei da Blasfêmia. 2016. O santuário de Cássia é um Perseguidos e discriminados, os dos locais de peregrinação mais cristãos são 2% da população. visitados da Itália. Casa de Francisco será restaurada Padre Gianmarco Arrigoni, primeira casa onde o santo vipároco do santuário de São veu junto com seus companheiFrancisco em Rivotorto, As- ros, danificada pelos terremotos sis, Itália, anunciou que em que destruíram o centro da Itália breve iniciará a restauração da em agosto e outubro de 2016. Espiritualidade Não praticante O mundo não deve abandoMartin Scorsese, 74 anos, que nar a espiritualidade, apesar se define um católico não pratidos atuais “acontecimentos cante, salienta que a espirituaterríveis”, afirmou o famoso lidade é parte integrante do ser cineasta Martin Scorsese, em humano. O filme, estrelado por Paris, ao apresentar o filme Liam Neeson e Adam Driver, é “Silence”, sobre as dificulda- uma obra muito pessoal do cinedes dos missionários jesuítas asta nova-yorkino e foi planejano Japão do século XVII. da durante décadas.


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