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# OTÁVIO ROCHA

Austeridade pauta discurso de gestores. 48% das prefeituras estão no vermelho

Eleitas rainha e princesas da 13ª edição da Festa Colonial da Uva

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Airton Nery/Div./CR

# MUNICÍPIOS

Página 5

Correio Riograndense CR Fotos Divulgação/Correio Riograndense

Ano 108 - Nº 5.528 - R$ 2,50 - Caxias do Sul - 11 de janeiro de 2017 - (54) 3220.3232 - facebook.com/jornalcr - www.correioriograndense.com.br

# AGRICULTURA

Desigualdade marca o Brasil rural Menos de 1% das propriedades agrícolas detém quase a metade da área produtiva do país

Concentração: o país ocupa o quinto pior lugar no ranking da América Latina do coeficiente de Gini, que mede o desequilíbrio na distribuição de terras. Página central

# SAÚDE

Ouvido, nariz e garganta exigem cuidados no verão Página 9

# MEIO AMBIENTE

# TEOLOGIA

Página 12

Páginas 14 e 15

Código Florestal favorece o Publicadas respostas do 3º desmatamento na Amazônia módulo do curso a distância


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 11 de janeiro de 2017

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CR Editorial 2

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Após farra com o dinheiro público, é hora de pagar a conta

O

s novos prefeitos tomaram posse falando em economizar. Não podia ser diferente, já que a arrecadação própria e os repasses federais e estaduais para as prefeituras registram queda nos últimos anos, empurrada pela crise econômica e política. Como resultado, levou muitos administradores municipais a não fecharem as contas de 2016. Além das prefeituras, os governos de 14 estados vivem a crise financeira. Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro - talvez a fila engrosse - decretaram calamidade financeira por não terem com que saldar

seus compromissos. Depois da farra com o dinheiro público, chegou a dura hora de pagar a conta. O modelo de economia pública adotado pelos governos militares, que centralizou na União a maior parte da arrecadação tributária e passou a devolver uma parte aos estados e municípios por meio dos fundos de participação, teve como motivo declarado o combate à corrupção. Haja fôlego! Com o passar do tempo, no entanto, o propósito se perdeu quando estados e municípios pressionaram politicamente e se endividaram - com o aval da União - além de

suas capacidades. A consequência não podia ser outra: as três esferas do poder, federal, estadual e municipal, estão em dificuldades para cumprir seus compromissos. Isso sem contabilizar que o país é detentor de uma das maiores cargas tributárias do mundo. Além de eliminar despesas dispensáveis, como cargos comissionados ou apadrinhados e muitos gastos escabrosos, os administradores públicos precisam encontrar fórmulas sustentáveis de dividir os recursos. Há muito tempo os gestores reclamam que a União fica com a maior parte da arrecadação e que estados e municípios

vivem em déficit. Considerando-se que todos vivem nos municípios, conforme lembra a Confederação Nacional dos Municípios, é urgente uma reforma que garanta que os tributos sejam distribuídos de forma igualitária ou, ao menos, suficiente para a prestação dos serviços essenciais à população. Não haverá estelionato eleitoral, pois os atuais prefeitos, ontem candidatos, sabiam da crise. Que cumpram o que prometeram durante a campanha. A maioria convenceu o eleitor porque garantiu que tinha a solução dos problemas. Ao trabalho!

FATO EM FOTO

Correio do leitor United Nations Photo/Div./CR

Guterres assume em meio a crises O português António Guterres (com a mão levantada) é o novo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Ele assumiu dia 1º, substituindo o sul-coreano Ban Ki-moon. Ex-primeiro-ministro e exchefe da Agência para os Refugiados (Acnur), Guterres tem a missão de renovar e fortalecer a ONU em um contexto de crises. Guterres foi indicado e aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU, e aprovado pela Assembleia-Geral em outubro. Quando prestou juramento na Assembleia-Geral, no dia 12 de dezembro passado, Guterres afirmou que a ONU deve estar preparada para mudar. "A organização não consegue prever crises”, observou.

Giordana B. Righi Cascavel - PR

CR Correio Riograndense Leitura crítica FUNDADO EM 13 DE FEVEREIRO DE 1909 Filiado à ADJORI-RS e ABRAJORI

Civilização da aparência

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Gabriel Bocorny Guidotti

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A

Dia Mundial da Paz “Impressionante e profunda a mensagem do Papa Francisco para o 50º Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro (reportagem do CR de 21 de dezembro, pág. 6). De fato, vivemos uma guerra mundial aos pedaços, como afirma o Pontífice. Que os cristãos (e não cristãos) se espelhem nas palavras de Francisco e possamos ser arautos e construtores da paz num mundo tão conturbado pela ganância, violência, ódio, insensibilidade e insensatez”.

pessoa vistosa se destaca em um ambien- tantas pessoas de idade desejarem permanecer te”. Frase corriqueira dita no cotidiano. jovens. Porém, alguns casos são alarmantes, preO consenso é claro: ser bonito garante ocupantes e beiram ao absurdo, para não dizer ao algumas vantagens, pois, independentemente de ridículo: a cara está tão repuxada que se mostra sua competência, você dará um motivo a mais incapaz de demonstrar sentimentos. Ser bonito está arraigado na sociedade. Para tanpara as pessoas lhe olharem com atenção. A busca exagerada pela beleza, todavia, pode se tornar to, surgiram nos últimos anos inúmeros tratamenum grilhão. O ser deu lugar ao parecer. A essência tos estéticos que tornaram o corpo humano uma à aparência. O uso de máscaras esconde quem as verdadeira massinha de modelar. Muitos têm dificuldade de encontrar a beleza da idade e, menos pessoas realmente são. Em uma academia qualquer, uma mulher ma- ainda, aceitar que os anos passam sem que possamos congelá-los. lhava freneticamenSe um estilo ou te. O ritmo frenético jeito é imposto, eis condenava a frequênMuitos têm a dificuldade de encontrar a o desafio pessoal cia com que aquela beleza da idade e aceitar que os anos de cada um. Afimulher permanecia nal, interessa o que no ambiente. Muito passam sem que possamos congelá-los você pensa de si tempo, desde cedo ou o que os outros pela manhã. Tornar-se pensam de você? ‘malhada’ era sua amA beleza, a bem da verdade, está ao alcance de bição e, paralelamente, sua maldição. Sem perder a pose, se via obrigada a reforçar a pesada maquia- cada de um. Não existe regra ou padrão. Existem, gem a cada exibição. O suadouro fazia a máscara sim, pessoas que desejam lhe vender algo. Não há entrar em colapso. O personagem precisava ser pessoa feia. Feia é a pessoa que se sente infeliz do jeito que é. Se você quiser mudar, faça isso. Mas mantido. Sem a maquiagem, a mulher era uma; com, era não seja escravo da vaidade. Ceda à otimização outra completamente diferente. Isso afora o fato de traços naturais, isto é, evite a submissão a idende ela sofrer para a realização das séries. A bele- tidades artificiais, padronizadas. De outro modo, za nunca insurgiu com tanta evidência como nos você nunca será feliz. Os padrões mudam constempos atuais. Estar fora do padrão é sentir-se ex- tantemente. Você, por outro lado, é único para o cluído, à margem. Talvez seja essa a razão para resto da vida.

Nanetto Pipetta “Ao ler os textos da coluna El Ritorno de Nanetto Pipetta me faz voltar no tempo e lembrar as estórias de meu avó. É muito bom!”. José Saggin (Comentado no site, a respeito do texto “De un segnà de Dio, trè passi indrio”, de 4/12/2016) Nota: Resposta à pergunta de Elton Torres, feita na coluna Correio do Leitor de 21/12: Alguns autores que escreveram para a coluna El Ritorno de Nanetto Pipetta publicaram seus textos em livro através da EST Editora.Informações com a Editora e Livraria Frei Rovílio Costa (EST Edições) pelo telefone (51) 3336.1166 ou pelo e-mail vendas@esteditora.com.br Frei Jaime Bettega “A respeito da coluna “A simplicidade do Natal”, de 21/12, são sempre uma bênção as palavras do frei Jaime. Desejo um 2017 de muita paz a todos”. Lizete Dambrós (Comentado no site do CR) Cartas e e-mails devem conter endereço completo e telefone do remetente. As correspondências não são necessariamente publicadas na íntegra.


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CR Caxias do Sul 3

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# PREFEITURA

Primeiras ações de Guerra

Olhar à vida

JAIME BETTEGA

Petter Campagna Kunrath/Divulgação/Correio Riograndense

Prefeito prioriza redução de gastos e alterações no trânsito

Equipe: novo governo municipal tem secretariado com perfil mais técnico, como defendia Daniel Guerra desde a campanha eleitoral

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aniel Guerra (PRB) assumiu a prefeitura de Caxias do Sul pedindo contingenciamento de despesas e reforçando como prioridade de seu governo a saúde, a educação e a segurança. Na primeira reunião de trabalho com secretários, presidentes de autarquias e empresas públicas determinou o corte de 30% nos gastos de cada secretaria. Solicitou ainda a avaliação de todos os imóveis do município, além da revisão dos contratos de aluguéis e empresas terceirizadas. Viagens para outros municípios gaúchos terão corte de 50%. Para fora do RS precisarão de justificativa e autorização do gabinete. As viagens internacionais foram canceladas. CCs - Para colocar em prática uma de suas promessas de campanha, Guerra convocou os vereadores para uma sessão extraordinária, na quarta-feira 4, para a apreciação de projeto de lei que determinava extinção da verba de representação de 50% dos cargos em comissão (CC) da administração direta e indireta e de autarquias e fundações e de 80% do CC de Chefe da Controladoria-Geral de Caxias do Sul. A proposta do Executivo, aprovada por unanimidade pelo Legislativo e já sancionada pelo prefeito, manteve apenas a verba de representação de 50% para o cargo de procurador, seja CC ou servidor.

Secretariado Procuradoria-geral - Leonardo da R. de Souza* Chefia de Gabinete - Júlio César F. da Rosa Trânsito, Transportes e Mobilidade - Cristiano de A. Soares* Educação - Marina Matiello Recursos Humanos e Logística - Vangelisa F. C. Lorandi Turismo - Renata A. Carraro Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Camila S. Sirena* Urbanismo - Mirangela Rossi Habitação - Tatiane Cristina Zambelli Planejamento - Fernando Antônio G. Mondadori Esporte e Lazer - Marcia R. da Cruz Codeca - Amarilda Bortolotto Fazenda - José Alfredo Duarte Filho Meio Ambiente - Patrícia Rasia Saúde - Darcy Ribeiro P. Filho Cultura - Adriana Antunes Desenvolvimento Econômico - Carlos Heinen Obras - Leandro Pavan Segurança - José Francisco Mallmann Samae - Gerson Panarotto Festa da Uva - Cleiton De Bortoli* Fundação de Assistência Social (FAS) - Rosana S. Menegotto* Ipam - André Francisco Wiethaus Coordenadoria de Relações Comunitárias - Rafael Henrique G. Bado Procon - Luis Fernando Del Rio Horn Coordenadoria de Acessibilidade - Tibiriçá V. Maineri * Interino

SIM – O novo governo também promoveu, na primeira semana de gestão, alterações no Sistema Integrado de Mobilidade (SIM-Caxias). Liberou para o trânsito de todos os veículos, em tempo

integral, os corredores das ruas Sinimbu e Pinheiro Machado que até então eram de uso exclusivo do transporte coletivo nos chamados “horários de pico”. Também voltam a ser permitidas as conversões à direita na maioria dos cruzamentos dessas duas vias, na região central. Segue proibida a conversão à direita apenas nos cruzamentos da ruas Sinimbu com a Dr. Montaury e da rua Pinheiro Machado com as ruas Visconde de Pelotas e Marechal Floriano. Contrariada com as mudanças no trânsito, a União das Associações de Bairro (UAB) entrou com uma representação no Ministério Público na tentativa de impedir que as alterações sejam definitivas. A ideia, segundo a entidade, é forçar a prefeitura a apresentar estudo de viabilidade e promover o debate. O ex-prefeito Alceu Barbosa Velho também recorreu ao MP. O órgão começou a avaliar os documentos nesta semana, na volta do recesso. Daniel Guerra também derrubou o aumento de 8,11% na tarifa de água, que havia sido aprovado pelo ex-prefeito no dia 26 de dezembro. Em novo decreto, estabeleceu reajuste de 6,45%, pois “os novos gestores do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) concluíram que o índice proposto pela antiga administração era maior do que o necessário”, segundo ele.

# LEGISLATIVO A Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, cujos parlamentares tomaram posse em 1º de janeiro, será presidida neste ano por Felipe Gremelmaier (PMDB). Apenas uma chapa se inscreveu para a eleição e obteve a aprovação unânime do plenário. Além de Gremelmaier na presidência, integram a atual Mesa Diretora do Legislativo os vereadores: Alberto Meneguzzi (PSB), como 1º vice-presidente; Gustavo Luis Toigo (PDT), 2º vice-presidente; Paula Ioris (PSDB), 1ª secretária; e Renato Oliveira (PCdoB), 2º secretário.

Matheus Theodoro/Div./CR

Felipe Gremelmaier é o presidente da Câmara de Vereadores

A

A orquídea floresceu

vida conventual sempre foi pautada por horários definidos. A capela é o espaço onde o dia é acolhido e ofertado. Uma tradição bem distante da disciplina, nada de rigidez, pois o amor é a inspiração que faz subir aos céus as preces de gratidão e de comunhão. A dedicação e o carinho de um dos confrades tornam de praxe que as orquídeas recebidas são preferencialmente colocadas na capela. Nestes dias de início de um novo ano, entre uma meditação e outra, o olhar alcançou a orquídea presenteada por ocasião do meu aniversário, ainda no mês de maio. Algo incrível: algumas flores continuam lá, apesar do tempo decorrido. Novas flores surgiram, o ontem e o hoje continuam embelezados por essa maravilhosa orquídea. Sem a intenção de ficar distraído durante a oração matinal, o pensamento percorreu outros horizontes. Impossível não ficar admirado diante daquela maravilhosa orquídea. Lembrei das mãos que a ofertaram. Pensei também na durabilidade das flores. Veio presente a capacidade de produzir novas flores. Pensei no ano que acabou de findar. Apesar “A orquídea, com de tudo, muitas flores foram colhidas. Alguns suas novas flores, resumem diferentemente dias, salientando que inspira e desafia: os foram mais espinhos do independente que flores. Talvez não estivéssemos mais acosda situação, tumados com exigências é necessário e carências. A abundância não prepara pessoas continuar resistentes e resilientes. A orquídea, com suas florescendo” novas flores, inspira e desafia: independente da situação, é necessário continuar florescendo. Um novo ano é feito de 365 novas oportunidades. As condições externas nem sempre serão favoráveis, mesmo assim é importante não perder de vista a lição da orquídea: em qualquer situação, não deixar de florescer. Evidente que, em alguns momentos, as exigências superarão o ânimo e as próprias forças. Apesar de tudo, é possível continuar avançando, adaptando-se às circunstâncias adversas, realimentando a esperança, aberto às novas possibilidades. Em tempos de gigantesca complexidade, a criatividade deverá estar em contínuo movimento. Voltando à capela conventual, as preces resumem o desejo para este novo ano: ser como a orquídea, continuar florescendo e acreditando no melhor. Não desejar facilidades, mas pedir forças para ser capaz de colorir cada situação, principalmente quando o sofrimento for por demais insistente. Agradecer cada instante, saber viver com menos, sentir a alegria de viver, jamais cansar de fazer o bem. Amém. Venda de veículos novos e seminovos. Nacionais e importados

(54) 3292.2399

Mesa diretora: Oliveira, Paula Ioris , Gremelmaier, Meneguzzi e Toigo

Av. 25 de Julho, nº 3883 | Flores da Cunha www.itacarveiculos.com.br


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CR Municípios 4

# FINANÇAS

Prefeituras com cofres raspados

Brasília: situação deve unir prefeitos para a XX Marcha em Defesa dos Municípios que ocorre em maio municípios. A situação se agrava quando se sabe que, no início de 2016, a expectativa dos prefeitos era de que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) tivesse uma arrecadação de aproximadamente R$ 99 bilhões, mas fechou

o ano com pouco mais de R$ 80 bilhões. Há outros desafios dos prefeitos que tomaram posse para a nova gestão municipal. O líder municipalista apontou que os custos oriundos da nomeação e admi-

# FARIA LEMOS

nistração do quadro de servidores municipais serão temas importantes que os gestores devem enfrentar neste mandato. Ziulkoski lembrou que, na estrutura administrativa do país, de 6,3 milhões de servidores con-

Capacitação - Paulo Ziulkoski também ressaltou a necessidade de o gestor nomear profissionais que realmente entendam como funciona a administração municipal. Nesse sentido, reforçou que o próprio prefeito também precisa aprimorar conhecimentos. “Se o prefeito não entender como funciona a gestão, ele não poderá cobrar muito de quem o está assessorando. Ele também deveria se qualificar”, ressaltou. O líder municipalista citou outras dificuldades que os administradores municipais irão enfrentar ao longo da nova gestão com poucos recursos disponíveis. Entre elas estão a destinação correta dos resíduos sólidos, restos a pagar, o pagamento do piso dos professores e a construção de creches, prevista no Plano Nacional de Educação.

# FLORES DA CUNHA

# PIRATUBA Fotos Divulgação//CR

tratados de todas as formas pelas prefeituras do Brasil, quase 4 milhões são de cargos efetivos. Na sua avaliação, esse número significa custos que são permanentes no orçamento dos municípios. Dessa forma, Ziulkoski aconselhou que os gestores devem ter calma neste início de mandato. “Os prefeitos estão muito conscientes da crise e da realidade dos seus municípios. Pelo que percebi, todos estão retraídos e entrarão devagar com essa questão da nomeação de servidores e funcionários”, disse.

Alevinos povoam lago de Machadinho Peixes das espécies dourado e grumatão foram soltos no lago da Usina Hidrelétrica Machadinho, localizada no rio Pelotas, principal afluente do rio Uruguai, que fica na divisa dos municípios de Piratuba, em SC, e Maximiliano de Almeida, no RS. Os alevinos foram produzidos a partir da reprodução de indiví-

Carolina Antoniazzi//Divulgação/CR

usteridade. Essa foi a palavra mais usada pelos prefeitos ao tomarem posse no dia 1º de janeiro. Muitos dos gestores municipais encontraram os cofres vazios. Dezenas de prefeituras estão em situação de calamidade financeira. Em consequência, os novos gestores iniciam a administração sob aperto e com preocupações imediatas, que vão exigir sacrifícios de todos. Conforme dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), os resultados do primeiro semestre de 2016 apontam que 48% das prefeituras no Brasil estão no vermelho, ou seja, estão gastando mais do que arrecadam. “Na nossa intuição e avaliação, isso deve ter aumentado no segundo semestre”, alertou o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski. O levantamento da CNM mostra que 47,3% dos gestores que responderam ao estudo acabaram deixando restos a pagar para quem assumiu agora. Além disso, 676 prefeituras, quase 15%, não conseguiram pagar o salário dos funcionários no mês de dezembro. E 51% dos prefeitos destacaram que estão devendo a fornecedores, com atrasos que chegam a oito meses. Um dos principais motivos para esse cenário é a recessão, que provocou uma grande queda na arrecadação de impostos, além da falta de envio de recursos previstos por parte do governo federal aos

Abr/CR

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Os novos gestores brasileiros iniciam a administração municipal sob forte aperto econômico

duos da primeira geração de matrizes selvagens capturadas no alto rio Uruguai. Todos os peixes soltos receberam marcação química que produz uma marca fluorescente, visível sob microscopia, permitindo o acompanhamento dos resultados da ação através da recaptura dos indivíduos soltos.

Trânsito: Estrada das Indústrias

Lombada Arte: estudantes são da Escola Professor Angelo Chiamolera

Alunos pintam motivos regionais A partir da leitura das obras do artista plástico brasileiro Romero Brito, os alunos da Escola Professor Angelo Chiamolera, localizada em Faria Lemos, distrito de Bento Gonçalves, apresentaram trabalho de conclusão

na disciplina de Artes. Os estudantes criaram símbolos que identificam a economia da região. “A partir desses motivos pintaram e decoraram os bancos da escola”, relata a vice-diretora Nádia Lovato.

Soltura: peixes receberam marcação que produz marca fluorescente

A Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito de Flores da Cunha instalou nova lombada eletrônica na Estrada das Indústrias, mais conhecida também como desvio do pedágio. A lombada está localizada próximo ao campo do Funil. Está funcionando desde a última quinta 5. A velocidade máxima é de 50 quilômetros por hora.


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CR Municípios 5 # OTÁVIO ROCHA

esfile de carros alegóricos, gastronomia, atividades culturais e a típica diversão das festas de colônia. Essas são algumas das atrações que a rainha, Evelyn Visentin Marzarotto, e as princesas Ingrid Spuldaro Molon e Kellen Piroli Casagranda, da 13ª Festa Colonial da Uva (Fecouva) e da 3ª Festa do Moranguinho irão divulgar. O trio foi eleito no sábado 7. Evelyn, 20 anos, representa o Grêmio Esportivo Otávio Rocha; Ingrid Spuldaro Molon, 19, o capitel São João Batista, e Kellen Piroli Casagranda, 18, o SER Duque de Caxias da Linha 60. A programação ocorre de 18 a 26 de fevereiro de 2017, em Otávio Rocha, distrito de Flores da Cunha. No baile de escolha, seis embaixatrizes desfilaram com trajes típicos, os quais relembraram as imigrantes italianas e a cultura regional. As vestes alternam as cores verdes, vermelho e bordô. “Vestido representa muito mais que um traje. As peças retratam a mulher regional, e todo o trabalho e riqueza que a uva e o moranguinho trazem para a festa”, valoriza a

Airton Nery/Divulgação/CR

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Evelyn é a rainha da Festa Colonial da Uva e do Moranguinho

Soberanas: Kellen Piroli Casagranda, Evelyn Visentin Marzarotto e Ingrid Spuldaro Molon (esq. à dir.) estilista florense Cristina Guarese Turra, autora do desenho e responsável pela confecção das peças. Para marcar as cinco décadas, levando frescor e mantendo a autêntica tradição de ares interioranos, a Fecouva foi remodelada. O local das exposições e shows não

é mais o prédio da antiga Cantina Slaviero. A nova estrutura está sendo montada entre a igreja matriz e o salão paroquial. “Será uma festa para promover, valorizar e degustar o que se faz em Otávio Rocha, os produtos típicos e a hospitalidade, envolvendo a comunidade na

Divulgação/CR

Integração: soberanas e coordenador do evento divulgam a festa típica em Sarandi e na região

Chapada Fest preserva a tradição e a cultura alemã panhadas do coordenador do evento, Sadir Herbert, divulgam a festa na região. Em Sarandi, foram recebidos pelo prefeito Leonir Cardozo. A Chapada Fest tem por ob-

# FLORES DA CUNHA

Cartaz: prefeito (ao centro)

Linha Araripe prepara Festa do Figo A comunidade da Linha Araripe, localidade de Nova Petrópolis, está focada nos preparativos da 44ª Festa do Figo. O maior evento do interior do município integra o calendário oficial de eventos do Rio Grande do Sul. A 44ª edição será realizada nos dias 4 e 5 de fevereiro de 2017. As comunidades de Linha Araripe e Linha Brasil, ambas situadas ao longo da RS-235, destacam-se no cultivo do figo e, de forma alternada, realizam anualmente a Festa do Figo. O evento deste ano contará

# VERANÓPOLIS jetivo preservar a tradição e a cultura alemã, possibilitando integração regional, além de demonstrar as potencialidades do A Feira do Vinho Doce, município por meio de feira e Agroindústrias e Artesanato de exposição. Veranópolis realiza-se até o dia 11 de fevereiro, todos os sábados, das 8h às 11h30. Os produtos serão comercializados na Praça XV. A feira é tradicional e acontece anualmente na época da vindima, no município de 18 de feverei- quando o vinho doce é fabricado ro a 19 de março de 2017. A pelos agricultores familiares. Mostra Flores exibe o potencial A bebida surge do processo de econômico do município, ali- transformação do suco de uva em cerçado na indústria do vinho, vinho e é consumido no início da confecções e móveis. sua fermentação. Por isso, não é A feira acontece aos sábados alcoólico e lembra suco de uva e domingos, no Parque da Vin- gaseificado. dima Eloy Kunz. Os horários de Além da degustação e venda do funcionamento são aos sábados vinho doce, há comercialização das 11h às 20h; aos domingos, de uvas in natura, cucas, biscoidas 10h às 19h. A entrada e o es- tos, pães, queijos, salames, tortas, tacionamento são gratuitos. mel e artesanato, tudo diretamen-

Mostra Flores e Feira Agroindustrial exibem potencial O prefeito de Flores da Cunha, Lídio Scortegagna, recebeu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Flores da Cunha e Nova Pádua, Olir Schiavenin, e o diretor executivo da Terra do Galo Eventos e da Mostra Flores, Ricardo Vignatti. A reunião teve como objetivo divulgar o evento e captar recursos para a 8ª Mostra Flores e 5ª Feira Agroindustrial, que ocorre

Cinquentenária - O distrito de Otávio Rocha é um dos principais destinos turísticos de Flores da Cunha. Com a presença de empreendimentos vinícolas de porte

# NOVA PETRÓPOLIS

# CHAPADA

Chapada promove a 28ª Chapada Fest, de 14 a 22 de janeiro. As soberanas, a rainha Josiane Regina Uebel, e as princesas, Bruna Trentini Soares e Emanueli Crestani Tolotti, acom-

celebração”, frisa o presidente da Fecouva, Darci Dani.

e a produção de uvas, fez que, no distrito florense, em 1966, surgisse a ideia da realização de uma festa para celebrar a uva em plena colônia. Nascia ali uma das primeiras celebrações do gênero na região. Hoje é o principal evento do distrito, integrando o calendário oficial de eventos de Flores da Cunha. Com o passar dos anos e a diversificação nas propriedades rurais, em 2009, a Fecouva passou a celebrar também o morango. Assim incorporou na programação a 1ª Festa do Moranguinho - Otávio Rocha é um dos principais produtores da fruta do estado. Sendo desde sua origem um evento paroquial, a Festa Colonial da Uva conta com a integração das comunidades pertencentes à paróquia São Marcos. Travessão Carvalho, capitel São João, São Francisco, Nova Brasília, Linha 60 e sede, além das localidades de Santa Justina e São Luiz da 9ª Légua - que embora territorialmente estejam inseridas em Caxias do Sul, suas capelas pertencem a Otávio Rocha -, se envolvem na maior festa do distrito.

com a comercialização de frutas in natura, variados produtos a base de figo, máquinas e implementos agrícolas, automóveis, caminhões, artesanato, flores, entre outros. Além disso, oferece distintas apresentações culturais, envolvendo a comunidade e visitantes. À exposição do figo, somam-se exposições de materiais e equipamentos agrícolas, artesanato, gastronomia, apresentações teatrais, participação de grupos folclóricos de dança e canto, apresentação de orquestra e grupos musicais.

Inicia a Feira do Vinho Doce te dos produtores locais. Conforme o extensionista da Emater Edemilson Simonato, a feira tem grande participação da comunidade. “A expectativa é que sejam comercializados de 800 a 1.000 litros da bebida em cada dia de feira”, afirma. A promoção é da Emater/RS e da prefeitura, por meio das secretarias de Turismo e Agricultura e Meio Ambiente.


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CR Reportagem 6

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# ONU

Ano do Turismo Sustentável

Mais de um bilhão de pessoas viajam pelo mundo. O turista precisa ter atitude consciente Camila Domingues/Divulgação/CR

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om mais de um bilhão de turistas viajando pelo mundo - em 2030, atingirá o marco de dois bilhões -, o turismo é uma força econômica poderosa e transformadora que faz a diferença no cotidiano dos municípios. Todo esse potencial, com enfoque no turismo para o desenvolvimento sustentável, é reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como um dos principais setores de geração de emprego do mundo. Por isso, decretou 2017 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável. A atividade oferece oportunidade de subsistência, ajuda a reduzir a pobreza e direciona as atividades produtivas para o desenvolvimento e inclusão social. A meta da Organização Mundial do Turismo (OMT), braço da ONU, é ampliar a compreensão e conscientização da importância do turismo no compartilhamento do patrimônio natural, cultural e distribuição da riqueza proporcionada pelas viagens. O turismo sustentável também valoriza as diferenças culturais e contribui para o fortalecimento da paz no mundo. A sustentabilidade tem como base três pilares: econômico, social e ambiental. O turismo, se bem concebido e gerido, proporciona emprego e renda em harmonia com a natureza, a cultura e a economia dos destinos. O consumo responsável dos serviços turísticos também minimiza impactos negativos ambien-

Sustentável Turismo sustentável é aquele que busca minimizar impactos negativos ambientais e socioculturais. Ao mesmo tempo promove benefícios econômicos para comunidades locais e destinos.

Ecoturismo Ecoturismo é turismo sustentável em áreas naturais. Beneficia o meio ambiente e as comunidades visitadas. Promove o aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais.

Praia do Barro Duro, Pelotas: uso sustentável de águas e fontes marinhas é meta da Organização Mundial do Turismo tais e socioculturais e, ao mesmo tempo, promove benefícios econômicos para as comunidades locais e no entorno dos destinos. Na adoção dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela ONU e que têm por horizonte o ano 2030, o turismo foi inserido em três deles: promover crescimento econômico sustentável e inclusivo, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos; consumo e produção sustentável; e conserva-

ção e uso sustentável dos oceanos, mares e fontes marinhas para o desenvolvimento sustentável. Com esses três objetivos, o ano de 2017 é oportuno para a sensibilização de viajantes e destinos sobre a contribuição do turismo sustentável para o desenvolvimento econômico e social. A mobilização conjunta torna a atividade catalisadora de mudanças positivas com ações políticas, práticas de negócios e comportamento de consumo que contribuem para o

Bonito é melhor destino de turismo responsável no mundo

desenvolvimento racional do destino. O secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, afirmou que o documento é o ponto de partida e que agora é necessário colocar em prática as ações que promovam políticas e estratégias de negócios que monitorem e minimizem os efeitos negativos do desenvolvimento do turismo. Para o ministro do Turismo, Max Beltrão, a inclusão do setor em um documento que aponta

caminhos para o futuro do setor comprova a importância do turismo como vetor de geração de emprego e renda. “O turismo tem grande potencial de gerar renda e desenvolver comunidades locais, valorizando o patrimônio genuíno do país”, disse. Premissas - A sustentabilidade é uma das premissas do Ministério do Turismo. Desde 2004, a pasta desenvolve programas para valorizar e inserir a sustentabilidade no setor. Entre as ações realizadas estão o Programa de Regionalização, o Programa Talentos do Brasil Rural, o Viaje Legal, a Produção associada ao turismo (artesanato e turismo de base comunitária, entre outros) e o Programa Turismo Acessível.

Encíclica alerta para preservação Fotos Divulgação/CR

Polo do ecoturismo no Brasil, Bonito, no Mato Grosso do Sul, recebeu em 2013 o prêmio de melhor destino de turismo responsável do mundo, o World Responsible Tourism Awards, na Feira World Travel Market, em Londres. O prêmio avalia vilas, cidades, regiões ou países que promovem o turismo responsável. A distinção deve-se aos cuidados do município com a natureza. De acordo com os organizadores do evento, o controle do número de visitantes, que garante que o excesso de pessoas não prejudica a natureza, foi o grande destaque e motivo da vitória. O município conta com cerca de 40 atrativos, que possibilitam aos visitantes várias opções de atividades. Os interessados em contemplar as belezas da região podem, por exemplo, visitar as grutas e tomar banho em cachoeiras e rios de águas cristalinas. Bonito surgiu como um des-

O que é

A encíclica do Papa Francisco ‘Laudato si’ lança luzes sobre o cuidado da casa comum. O documento lançado em maio de 2015 propõe a vivência de uma nova ecologia: a Ecologia Integral, que é baseada em princípios cristãos, mas que diz respeito a toda a humanidade. O texto oferece diretrizes ao desenvolvimento e fortalecimento de ações que colaborem para a tomada de consciência dos turistas acerca da preservação. Na Bonito, no MS: região é famosa pela beleza de rios, cavernas e fauna última encíclica, o papa Francisco convida a se aproximar da tino turístico devido a suas bele- asseguradas com o parque e 10 natureza com “a abertura para a zas naturais em 1990. As águas áreas de reservas privadas pelo admiração e o encanto”, falando cristalinas, cavernas, montanhas poder público. “a língua da fraternidade e da e as florestas quase intocadas são beleza na nossa relação com o

mundo” (Laudato si’, n. 11). Quem se desloca para um país diferente do seu, diz o texto papal, fá-lo com o desejo, mais ou menos consciente, de despertar a parte mais recôndita de si através do encontro, da compartilha e do confronto. O documento atenua o conceito clássico de turista, ao passo que se reforçou o de viageiro, ou seja, aquele que não se limita a visitar um lugar, mas, de alguma forma, torna-se parte integrante. Agora, não é mais ver, mas pertencer, não curiosar, mas viver, não mais analisar, mas aderir - não sem o respeito do que ou de quem se encontra”, encerra o texto da encíclica.


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CR Nacional 7

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# FINANÇAS RS

Panorama geral

Férias seguram pacotão mento dos órgãos resulte numa economia de R$ 120 milhões por ano. Uma comissão especial, que será instituída por decreto, vai gerenciar a execução e o acompanhamento da modernização das estruturas do estado. Rejeitado – A única emenda que recebeu mais votos contrários dos parlamentares foi a PEC 260. A medida mudava o cálculo dos repasses dos duodécimos, isto é, subsídios de final de ano dos poderes Legislativo e Judiciário. As quitações seriam baseadas na arrecadação e não no orçamento, como atualmente. De acordo com o líder do governo no Legislativo, deputado estadual Gabriel Souza (PMDB), o governador “provavelmente” convocará uma sessão extraordinária no final de janeiro. Na continuação da apreciação do pacote, o Piratini terá o desafio de aprovar matérias como as PECs que retiram direitos trabalhistas dos servidores públicos, como a licença-prêmio. Outra polêmica gira em torno da proposta que retira a obrigatoriedade de plebiscito para privatizar a Companhia Estadual de Energia Elétrica (Ceee), a Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM) e a Sulgás.

Formatura: festa no salão comunitário da paróquia São José

Juarez Junior/Agência ALRS/Div/CR

cretarias e medidas relacionadas à previdência dos servidores. Somando todas as medidas de redução da máquina pública, mais de 1.200 servidores nãoconcursados serão demitidos. Por meio do projeto de lei (PL) 246/2016, foram extintas as fundações de Zoobotânica (FZB), Ciência e Tecnologia (Cientec), Economia e Estatística (FEE), Desenvolvimento e Recursos Humanos (FDRH), Piratini (TVE e FM Cultura) e Metroplan. O placar foi de 30 votos favoráveis e 23 contrários. Entre os órgãos extintos estão também a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) e a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps). O projeto foi aprovado com duas emendas. A primeira estabelece que a extinção da Fundação Zoobotânica ocorrerá após os serviços prestados serem efetivamente assumidos pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema). A segunda define que os valores arrecadados com a alienação de imóveis ou produtos das fundações serão utilizados para investimentos nas áreas de Saúde e Segurança Pública. O PME prevê que o enxuga-

Ivo Adamatti/Div/CR

O

Paróquia São José forma turmas do Projeto Pescar A paróquia São José, de Ca- so, eles receberam o certificado xias do Sul, formou mais duas de Leitura e Interpretação de Deturmas em 2016 (a 5ª e a 6ª), senhos e Metrologia, pelo Senai. num total de 39 jovens. Eles Na paróquia, o Projeto Pescar é concluíram o curso de Iniciação coordenado por Agenor Fortuna Profissional em Produção Mecâ- de Carvalho, que no ano passado nica, com duração de 840 horas/ foi escolhido Empresário Cristão aula. Além do certificado do cur- do Ano pela ADCE.

Sob protestos, deputados avaliaram 15 das 27 propostas

pacote de austeridade, também chamado de Plano de Modernização do Estado (PME), do governador do RS, José Ivo Sartori (PMDB), está trancado na Assembleia Legislativa em virtude do recesso parlamentar do fim de ano. O plano inicial do chefe do Executivo era encerrar a votação antes do Natal. No entanto, somente 15 dos 27 projetos foram apreciados. Os deputados gaúchos iniciaram a discussão sobre os projetos em 19 de dezembro e encerraram as atividades na quinta 22. Foram quatro dias marcados por inúmeros confrontos entre policiais militares e servidores, dentro e fora da Casa. Na Assembleia, as sessões avançaram noite adentro em longos discursos, seja da oposição, da base aliada ou do governo. Catorze projetos foram aprovados e um rejeitado. Das proposições que ainda precisam de apreciação, a maioria são Propostas de Emendas à Constituição do RS, as chamadas PECs. Essas, por sua vez, precisam do voto favorável de 33 dos 55 legisladores gaúchos. Em resumo, das propostas avalizadas, foram confirmadas as extinções de nove fundações e uma companhia, a redução de 29 para 17 se-

Assembleia gaúcha: ao fim de 2016, deputados aprovaram, sob protestos, extinção de fundações e secretarias

Dívida dos estados sofre nova reviravolta Aprovado pela Câmara dos Deputados na terça 21 de dezembro, o projeto de lei que permite a renegociação das dívidas dos estados com a União foi parcialmente vetado pelo presidente Michel Temer. O veto atingiu apenas a parte do texto que trata do Regime de Recuperação Fiscal, mecanismo criado para socorrer as Unidades da Federação que estão em situação de calamidade financeira, como é o caso do RS. O texto previa carência de 36 meses no

pagamento das dívidas com a União. O veto ocorreu porque a Câmara alterou o capítulo que tratava do Regime de Recuperação Fiscal. Os trechos que descreviam as condições, forma de supervisão do plano e outras disposições foram mantidos. O que estabelecia as contrapartidas dos estados foi eliminado pelos deputados no texto final, encaminhado para sanção de Temer. Com a decisão de vetar o texto, o governo ainda estuda o formato de reapresentação da

marcelino@jornalcr.com.br

proposta para incluir novamente as contrapartidas dos estados para a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Entre as medidas que entram em vigor está a possibilidade de refinanciamento dos débitos com a União por 20 anos. O Planalto, no entanto, impôs como contrapartida a regra que atrela o crescimento anual dos débitos ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na prática, o gasto dos estados não poderá ultrapassar a inflação.

Cursos beneficiam jovens em vulnerabilidade social Os cursos do Projeto Pescar social para mercado de trabalho. existem há 40 anos e, geralmen- A paróquia São José é pioneira, te, são oferecidos em empresas. no Brasil, em adotar esse projeto. Visam preparar jovens que vi- Em fevereiro, a paróquia inicia vem em risco de vulnerabilidade as aulas das turmas 7 e 8. ACI Carlos Barbosa reelege presidente O empresário Fabiano Paloschi Ferrari (foto) foi reeleito presidente da Associação do Comércio, Indústria e Serviços (ACI) de Carlos Barbosa para a gestão 2017/18. A escolha foi definida por votação, em dezembro, durante assembleia no CTG Trilha Serrana. Os associados também votaram pela renovação de 1/3 do Conselho Deliberativo da ACI, bem como pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo da entidade. Vendas de veículos A comercialização de veí- em 2016, totalizando 1,68 miculos novos caiu 20,29% em lhão de unidades, contra 2,1 mi2016, em comparação com o lhões do ano anterior. Ônibus e ano anterior. Conforme balan- caminhões registraram a maior ço divulgado pela Fenabrave retração ao longo do ano. Fona semana passada, foram em- ram vendidos 13,6 mil ônibus, placadas 3,17 milhões de uni- 32,82% menos do que em 2015; dades, contra 3,98 milhões em e 50,2 mil caminhões, queda de 2015. Os automóveis tiveram 29,92% na comparação com o queda de 20,47% nas vendas ano anterior. Espumante da Nova Aliança recebe medalha na França A Cooperativa Nova Foram avaliadas 540 Aliança comemorou amostras inscritas por mais uma conquista invinícolas de 24 países. ternacional no final do O concurso, anual, disano. O espumante Santribuiu 179 medalhas ta Colina Demi-Sec gana sua 14ª edição. O nhou medalha de prata espumante Santa Colino Effervescents du na é elaborado com as Monde 2016, realizado variedades pinot griss em Dijon, na França. e trebiano. Carlos Bem/Div/CR

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Endividamento das famílias gaúchas O ano de 2016 encerrou com (67,8%). As mais afetadas são alta no nível de endividamen- as famílias com renda mensal to das famílias gaúchas, per- de até 10 salários mínimos. centual que chegou a 70,7%, Dados da Fecomércio-RS moselevando-se na comparação tram que já são 15 meses consecom o mesmo período de 2015 cutivos de alta.


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CR Opinião 8

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Que venha 2017. E assim seja!

MARIA CLARA LUCCHETTI BINGEMER

A teóloga é autora de “O mistério e o mundo – Paixão por Deus em tempo de descrença”, Editora Rocco.

É Éa esperança que faz o mundo prosseguir, continuar e não explodir como fruto da inconsequência humana

difícil fazer votos de Ano Novo quando se trata do ano que findou. Provavelmente os de nossa geração, assim como os mais novos, jamais viveram tal quantidade de negatividades, desgraças, decepções, dores e horrores. O Brasil conhece a pior fase de sua história. Recessão cruel, levantando às alturas os níveis de desemprego e subtraindo os índices de crescimento. O cenário político não pode ser mais preocupante. Sem lideranças de peso, as eleições de 2018 se aproximam como um grande vácuo, um abismo desabitado e inominável, que permite esperar que as coisas piorem ainda mais. Ladrões foram presos e a enxurrada de delações premiadas só faz revelar um número crescente dessa espécie que parece especializada em apropriar-se indebitamente da terra pródiga e fértil. Os bancos na Suíça estão locupletados dos recursos roubados dos trabalhadores e a repatriação acontece não com a celeridade que se espera. Os direitos trabalhistas, grande orgulho nacional há muitas décadas, foram feridos de morte. E os trabalhadores se deparam com o triste cenário de receberem seus salários parcelados ou não receberem de todo. E veem a própria aposentadoria como um horizonte longínquo e inexpugnável, cada vez mais distante no tempo, aonde chegarão apenas se gozarem de inusual longevidade. No mundo, nada melhor acontece. O Mar Mediterrâneo continua a ser uma goela esfaimada

que engole migrantes vindos de terras devastadas, arrasadas, destruídas. Mulheres grávidas, bebês de colo, famílias inteiras morrem afogadas, levando consigo sonhos, esperanças e vida. A Europa conheceu atentados os mais diversos, que semearam o terror onde antes havia bem-estar e despreocupação. A segurança passou a ser um mito do passado. No lado de cá do Atlântico, ao norte da América, o ano fechou com a má notícia temida, mas não esperada. O republicano Donald Trump ganhou as eleições presidenciais e governará os Estados Unidos por pelo menos quatro anos. Derrotado no voto popular, Trump venceu Hillary Clinton no intrincado e inexplicável sistema eleitoral estadunidense. As primeiras declarações, ações e convocações do candidato vitorioso semeiam a incerteza e o temor entre os migrantes de todas as procedências e entre as pessoas de bem. Tempos sombrios se anunciam ao norte do continente. Procuram-se razões para esperar. Esperar que o ano novo possa ser melhor que o velho. Esperar que as coisas melhorem sobretudo para os pobres e as vítimas do progresso. Esperar que haja mais justiça, mais paz, mais concórdia. Neste exercício esperançoso, vejamos o que se pode resgatar de 2016. O Papa Francisco firmou-se e confirmou-se como o grande líder do planeta. Reservou aos que de todos os cantos do globo observam seu pontificado uma surpresa diária, fez coisas como, por exemplo,

Ano Novo, vida nova Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros.

C

hegamos a 2017! Estamos a nos aproximar mais perto de nós mesmos? Há uma abissal distância entre o que somos e o que queremos ser. Um apetite de Absoluto e a consciência aguda de nossa finitude. Olhamos para trás: a infância que resta na memória com sabor de paraíso perdido; a adolescência tecida em sonhos e utopias; os propósitos altruístas. Agora, nas atuais circunstâncias, a ameaça de desemprego; o salário exíguo em um país tão caro; o (des)governo sem rumo; a sombra de Donald Trump. Em volta, a violência da paisagem urbana Feliz Ano Novo e a nossa dificuldade a quem se de conectar efeitos propõe a trocar e causas. Como se o lamento pela moradores de rua cogumelos ação, a queixa fossem espontâneos e não pela pressão, o frutos do darwinismo protesto pela econômico que segrega proposta a maioria pobre e favorece a minoria abastada. O mesmo executivo que teme sequestro e brada contra bandidos, abastece o crime ao consumir drogas e corromper o poder público. Ano Novo, vida nova. No fundo da garganta, o travo. Vontade de remar contra a corrente e, enquanto tantos celebram a pós-modernidade, pedir colo a Deus e resgatar boas coisas: a oração em família, o amor sem pressa, a leitura dos místicos, o diálogo amigável com os filhos, a solidão entre matas, o gesto solidário capaz de amenizar a dor de um enfermo.

FREI BETTO

Reencontrar, no ano que se inicia, a própria humanidade. Despir-se do lobo voraz que, na arena competitiva do mercado, nos faz estranhos a nós mesmos. Ano Novo de incertezas. Olhemos a cidade, o estado, o país. As obras que beneficiam empreiteiras trazem proveito à maioria da população? Melhoram o transporte público, o serviço de saúde, a rede educacional, o saneamento? Nosso bairro tem bom sistema sanitário, as ruas são limpas, há áreas de lazer? Participamos do debate sobre o orçamento municipal? Os políticos em quem votamos têm desempenho satisfatório? No combate à violência, eles remetem às áreas de conflito policiais ou professores? Em política, tolerância é cumplicidade com maracutaias. Voto é delegação e, na verdadeira democracia, governa o povo através de seus representantes e de mobilizações diretas junto ao poder público. Quanto mais cidadania, mais democracia. Ano de nova qualidade de vida. De menos ansiedade e mais profundidade. Aceitar a proposta de Jesus a Nicodemos: nascer de novo. Mergulhar em si, abrir espaço à presença do Inefável. Braços e corações abertos também ao semelhante. Recriar-se e apropriar-se da realidade circundante, livre da pasteurização que nos massifica na mediocridade bovina de quem rumina hábitos mesquinhos, como se a vida fosse uma janela da qual contemplamos, noite após noite, a realidade desfilar nos ilusórios devaneios de uma telenovela. Feliz Ano Novo a quem se propõe a trocar o lamento pela ação, a queixa pela pressão, o protesto pela proposta. E está disposto a sair de si para organizar a esperança.

encontrar-se com o Patriarca Kiril, da Igreja Ortodoxa Oriental. Foi o primeiro encontro entre os líderes das duas maiores igrejas do cristianismo por mais de mil anos. O abraço dos dois líderes em Havana, no mês de fevereiro, foi selado com a frase de Francisco: “Finalmente! Somos irmãos”. E as Olimpíadas aconteceram no Rio de Janeiro. E bem, apesar de todas as Cassandras de plantão, que torceram pelo fracasso e o insucesso. O Brasil ficou para sempre na história como o anfitrião dos mais memoráveis e fantásticos Jogos Olímpicos da história recente. Por todos esses fatos, podemos olhar para 2017 e ter esperança. Charles Péguy, poeta francês do século XX, escreveu que a fé é uma esposa fiel, a caridade é como mãe ardente, cheia de coragem. A esperança, por sua vez, é uma menininha insignificante, que só caminha de braço dado com as duas outras, grandes e sábias. Em que ela difere? Qual o seu encanto? Qual sua graça especial? Na verdade, ela é a única – diz Péguy – que vê e ama não o que é, mas o que será. Na realidade, é ela que faz o mundo prosseguir, continuar e não explodir como fruto da inconsequência humana. É essa esperança que nos permitirá olhar com paz e coração disposto para 2017. Podia ter sido melhor o que passou? Pois seja. Podemos esperar que seja melhor o que vem? Sim, com a esperança que é criança ainda, vestida de futuro e que nos perfuma o coração. Que venha 2017. E assim seja!

O fim do compromisso Escritor, compositor e intérprete de músicas.

A

era do individualismo, do pragmatismo, do vencedor a qualquer preço, do eu demais e do capitalismo selvagem expulsou o nós e inaugurou o fim do compromisso. É o que os adolescentes explicam pelo verbo ficar, que significa “por enquanto fico com você, mas não aposte em mim, eu sou livre”. Isso também explica porque, em países como o Brasil, de cada quatro jovens, um tem pais separados. Seus pais não se comprometeram para sempre ou, se compromisso houve, doeu demais É o mundo em mantê-lo e eles o Melhor que vivemos. quebraram. separar-se do que Não há mais viver sofrendo ao compromissos. lado de quem deixou As coisas valem de ser “meu bem”. enquanto se Uma das características leva vantagem da era “fim de compromisso” é que, não importa qual seja o contrato, não importa qual o sentimento, se aparecer algo mais vantajoso a pessoa troca; troca de igreja, troca de partido, troca de família, troca de clube e troca de empresa. Trocar é, hoje, um dos verbos mais vividos por uma geração que não aceita sofrer além da quota. Não existe mais fidelidade à palavra dada. E, mesmo quando é vendida e assinada, se aparecer oportunidade maior, o indivíduo paga as multas que

PE. ZEZINHO tiver que pagar, mas vai em busca da oportunidade maior e troca. A mentalidade invadiu também as religiões. Pessoas trocam de religião, pregadores trocam de grupo de igreja, fiéis trocam de fidelidade, de altar e de púlpito e até de profeta com a mesma facilidade com que se rompe um contrato no qual ele ou ela sentia-se parte lesada. Vale o indivíduo. A cada dia o nós vale menos do que o eu. A nossa é uma era de egos superinflados; o outro é um mero detalhe. O cristianismo que é a religião com o Cristo, em Cristo e por Cristo é, também, a religião do outro, com o outro e pelo outro. Quando tudo o que vale é o sucesso do indivíduo ou do seu grupo em particular e quando o outro a quem a palavra foi dada fica para trás porque ele não conta, já não estamos mais falando de cristianismo. Jesus nos mostra o Deus que é totalmente Outro, e nos ensina a vivermos para Ele e para os outros. Numa sociedade onde o outro me serve enquanto me é útil, a derrota é da moral e da ética. É o mundo em que vivemos. Não há mais compromissos. As coisas valem enquanto se leva vantagem. Não é à toa que o poeta Vinicius de Moraes dizia, traduzindo o pensamento de uma geração: “Que seja eterno enquanto dure”. A frase é muito bonita, mas aberta à ideia da troca de parceiro, típico da modernidade libertária, mas nem por isso mais livre!


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CR Saúde 9

# VERÃO

Ouvido e garganta exigem cuidados

Calor e umidade favorecem o surgimento das otites. Bebidas e alimentos gelados reduzem a imunidade Imagens Stock Photos/Divulgação/Correio Riograndense

A

chegada do verão é também época de férias. Para se refrescar e aproveitar os dias de folga, nada melhor do que piscina, praia, bebidas geladas e muito sorvete. Porém, alguns cuidados são importantes para que os excessos não comprometam a saúde, especialmente do ouvido, do nariz e da garganta. De acordo com a médica otorrinolaringologista e especialista em otoneurologia, Jeanne Oiticica, o clima quente favorece especialmente o surgimento das otites, e isto ocorre devido a dois principais fatores: primeiro, porque as pessoas ficam mais expostas à água (piscina, praia, sauna, rios, lagos), tanto em frequência, quanto em tempo de exposição; e segundo porque o calor dilata os vasos sanguíneos, favorece o suor e a umidade, fatores que deixam a pele do ouvido mais quente, úmida e molhada, o que contribui para a proliferação de micro-organismos (bactérias, fungos, vírus) causadores de otites. A primeira dica para evitar a otite é não se banhar em águas sabidamente contaminadas. Outra medida importante é limpar o conduto do ouvido e enxugar com uma toalha. “Apenas passar água, no banho, não precisa ficar colocando sabão e nem jogando mais água”, observa

Sorvete: diminui secreções da garganta ricas em anticorpos, facilitando as infecções em pessoas com baixa imunidade Jeanne. “O mais importante é não usar cotonete”, afirma. O cotonete é o maior responsável pelo surgimento de inflamações. Isso porque o conduto auditivo tem menos “gordurinha” do que a parte externa da orelha, sendo mais fácil de machucá-lo, segundo informa a especialista. O uso de tampão de ouvido é eficaz, mas o recurso é indi-

cado geralmente para pessoas expostas regularmente à água ou àquelas predispostas a otites de repetição ou crônica. Os nadadores eventuais e sem histórico de problemas no ouvido não precisam se preocupar. O ideal, segundo a médica, é um modelo de silicone que molde toda a orelha e não aqueles colocados dentro do ouvido em si. Quanto aos sorvetes, picolés e

bebidas geladas em geral, o problema é para quem está com a imunidade baixa, explica a médica. Produtos gelados causam vasoconstrição – contração dos vasos sanguíneos – na mucosa da garganta. Isto reduz a circulação local de sangue e a produção de secreções da garganta, como a saliva, por exemplo, que é rica em anticorpos. “Portanto, se a imunidade já está compro-

Uso de repelente é eficaz na prevenção de alergia a picada de insetos É preciso proteger a pele dos efeitos do sol, mas sem deixar de lado os cuidados com as alergias a picadas de insetos. Segundo Julinha Lazaretti, bióloga com pós-graduação em Imunologia e especialização em Cosmetologia, todos podem estar protegidos contra os raios solares e os insetos, simultaneamente. “No caso das alergias a picadas de insetos, o uso do repelente é a maneira mais eficaz de evitá-las”, explica Julinha. Segundo ela, o ideal é primeiro aplicar o protetor solar, esperar 15 minutos para o produto fixar na pele e, depois, passar o repelente. “Os repelentes, em geral, devem sempre ser usados por último. A mesma regra vale para uso conjunto do repelente com hidratante ou maquiagem”, afirma. No caso das crianças, não é indicado passar repelente ou protetor solar na palma das mãos, pois o produto pode ser levado até a boca. A especialista alerta que o tempo de ação do produto varia de uma marca para outra. “O ideal

colo, pescoço e rosto, recomenda-se que a aplicação do spray seja feita primeiro na mão e depois espalhada nestas regiões.

Aedes aegypti: de hábitos diurnos, age à meia altura, nas pernas da pessoa é que se repita a aplicação do repelente na frequência do menor tempo indicado no rótulo, pois os testes são feitos em ambientes controlados, diferente do que encontramos no dia a dia”, afirma. Os produtos à base de icaridina oferecem ação mais prolongada, por até sete horas nas temperaturas abaixo de 30ºC e por quatro horas nas temperaturas acima de 30ºC. E qual o melhor horário para a aplicação do repelente? Conforme a bióloga, cada inseto possui um hábito diferente. O Aedes aegypti, por exemplo, responsá-

vel pelos surtos de zika, chikungunya e dengue, tem o hábito de se alimentar mais ao amanhecer ou ao entardecer e costuma agir a meia altura, ou seja, nas pernas de um indivíduo em pé. Os pernilongos agem mais à noite. Julinha ensina que o repelente deve ser aplicado uniformemente nas áreas expostas do corpo. “Vale ressaltar que sua ação só é observada muito próxima ao local aplicado, por isso é muito importante que a aplicação seja uniforme”, diz. Para evitar a inalação direta do repelente, nas partes altas do corpo, como braços,

Gestante - Sempre antes da utilização de qualquer produto, a gestante deve consultar seu médico para que ele faça uma avalição e recomende a melhor dosagem e cuidados. Isso vale também para os repelentes. Como regra geral, as grávidas devem evitar qualquer tipo de repelente caseiro, pois além de não terem passado por nenhum tipo de teste de segurança, como ocorre obrigatoriamente com os comercializados, podem não ser eficientes, deixando a grávida exposta aos riscos de contaminação pelo vírus da zika. Segundo Julinha, é recomendado ainda que a gestante reaplique o repelente no máximo três vezes ao dia com intervalos de quatro horas. “É muito importante utilizar outros métodos de proteção, como ficar longe dos focos de mosquito e o uso de roupas compridas”, finaliza.

metida, ou se a pessoa possui algum tipo de predisposição individual a ter infecções recorrentes de garganta, alimentos e bebidas gelados facilitam as chances de infecções na região”, afirma. O ar-condicionado também pode prejudicar a garganta, conforme Jeanne. O principal efeito do aparelho é que ele promove o ressecamento do ar e, consequentemente, da mucosa da garganta também. Isto reduz a produção local de secreções, ricas em anticorpos, o que torna a região suscetível e predisposta ao ataque de micro-organismos. Pessoas predispostas não devem exagerar no uso do ar-condicionado. Uma medida bem-vinda é beber bastante líquido quando exposto ao aparelho e “lavar” as vias aéreas com soro nasal. O cloro das piscinas é outro componente que pode causar incômodos no verão. O produto, irritante da mucosa das vias respiratórias, é capaz de sensibilizar e favorecer o aparecimento de crises de rinite e bronquite em pessoas suscetíveis e predispostas. “O uso regular de piscinas tratadas com cloro e o contato prolongado aumentam em até três vezes as chances de crises respiratórias”, afirma a médica. Hoje, o cloro já está sendo substituído pelo ozônio no tratamento da água das piscinas de clubes e escolas de natação.

# CIÊNCIA

Identificado novo órgão humano O mesentério, que até pouco tempo era apenas um ligamento do aparelho digestivo, acaba de ser reclassificado. Após seis anos de estudo, cientistas concluíram que a estrutura é, na verdade, um órgão único e contínuo. A reclassificação foi publicada em artigo assinado por J. Calvin Coffey, pesquisador do University Hospital Limerick, na Irlanda, e por seu colega Peter O’Leary, na prestigiada revista científica The Lancet Gastroenterology & Hepatology. O mesentério é uma dobra dupla do peritônio - revestimento da cavidade abdominal - que une o intestino com a parede do abdômen e permite que ele se mantenha no lugar. Embora o funcionamento do aparelho digestivo não mude, a confirmação de que esta estrutura é um órgão abre caminho para novos estudos. O conhecimento das funções deste órgão pode resultar em novos métodos cirúrgicos do aparelho digestivo, por exemplo.


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CR 10

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Agricu

# QUESTÃO AGRÁRIA

Terras nas mãos de poucos

Divulgação/Correio Riograndense

Apenas 1% detém quase a metade da área rural brasileira, concentração maior é no Norte

Concentração: estabelecimentos rurais a partir de 1.000 hectares (0,91%) detêm 45% de toda a área de produção agrícola, de gado e plantação florestal em território nacional Não ter a propriedade significa relação de poder do homem sobre a mulher. Essa desigualdade diminui quando passa para as propriedades menores, mas ainda é grande”, diz. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que a autarquia garante às mulheres assentadas a titularidade do lote ocupado pela família. À ONG, Incra citou ainda ações de assistência técnica, na organização de grupos femininos, para ampliar a renda nos assentamentos e consolidar a participação das mulheres no planejamento e gestão de empreendimentos da reforma agrária.

dessa realidade, onde os latifúndios ocupam 75,35% da área total dos estabelecimentos agropecuários. Nesse, a pobreza atinge 45% da população rural e 31,8% da população geral. Os municípios com maior concentração de terra apresentam os menores índices de Desenvolvimento Humano e aqueles com a menor concentração tinham os melhores indicadores sociais. “A concentração de terra gera desigualdade em todos os setores vinculados à produção da terra”, declara a diretora executiva da Oxfam Brasil. “Quanto maior a concentração de terra, maior a concentração de investimento, de maquinário, que Ranking - O estudo mostrou vai se expandindo para diferentes que menos de 1% das propriedades setores. A modernização da agridetém quase metade da área rural. cultura não demonstrou melhora Os estabelecimentos rurais a partir de 1.000 hectares (0,91%) concentram 45% de toda a área de produção agrícola, de gado e plantação florestal. O levantamento mostrou que o Brasil ocupa o 5º pior lugar no ranking da América Latina do coeficiente de Gini - mede a desigualdade na distribuição de terra. Estabelecimentos com menos de 10 hectares representam cerca de 47% do total das propriedades, mas ocupam menos de 2,3% da área rural total (mini propriedades caíram de 8,2% para 7,8% da área total de imóveis; as pequenas propriedades, de 15,6% para 14,7% e as médias, de 20% para 17,9%.). Esses pequenos produtores produzem mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro, já que as grandes monoculturas exportam a maior parte da produção. Emblemático - O estudo mostra o município de Correntina, na Bahia, como exemplo emblemático

na condição de vida da população”, comentou Katia. “Números preliminares mostram que os municípios com maior concentração têm nível maior de pobreza”, emenda. Crédito - As grandes propriedades rurais com mais de 1.000 hectares concentram 43% do crédito rural, enquanto para 80% dos menores estabelecimentos esse percentual varia entre 13% e 23%. A reforma agrária é fundamental para reverter o quadro, mas não basta, argumentou a diretora da ONG. “O governo pode assumir medidas e políticas no mundo rural para incentivar maior distribuição, especialmente na área de investimentos, apoio técnico e programas, como o Programa Nacional de For-

talecimento da Agricultura Familiar e o Programa Nacional de Alimentação Escolar”, acrescentou. A concentração de terra também contribui para a incidência de trabalho escravo, alerta o estudo. De 2003 a 2013, 82% das autuações do Ministério do Trabalho por atividades análogas ao de escravo ocorreram no oeste da Bahia, com grande concentração de terra. Somente em Correntina, 249 trabalhadores foram encontrados nessas condições. O estudo da instituição agrupou os municípios de acordo com a relevância agropecuária: 1% com maior concentração de terras, os 19% seguintes e os 80% restantes, com base no Censo Agropecuário do IBGE, de 2006, e do IBGE Cidades, de 2010.

Familiar: áreas com menos de 10 hectares representam 47% das propriedades, mas ocupam menos de 2,3% da área total

Ubirajara Machado/Divulgação/CR

M

ais de 12% das terras no Brasil pertencem às mulheres e essas propriedades representam pouco mais de 5% das áreas rurais. Os homens são donos de 87,32% das propriedades, que equivalem a quase a totalidade das áreas rurais. A maioria das agricultoras com terra tem propriedades com áreas menores de 5 hectares. As informações são do estudo Terrenos da desigualdade: terra, agricultura e desigualdades no Brasil rural, divulgado pela organização britânica não-governamental (ONG) Oxfam Brasil. Dos produtores rurais sem posse da terra, 4,5% são homens e 8,1% são mulheres - quase o dobro. A agricultora Ana Maria Azevedo dos Santos, 50 , produz legumes e verduras orgânicos há mais de dois anos para fins comerciais. A propriedade, localizada em Pedro do Rio, na região serrana do Rio de Janeiro, é da família, mas está no nome do irmão, que é seu sócio. “A maioria dos produtores da região não é dona da propriedade e os donos são todos homens. Em geral, as mulheres não se metem nessa questão financeira, o homem é o provedor e a mulher é a mantenedora”, comentou Ana Maria. “O homem, dentro dessa visão patriarcal, tem medo de perder o seu papel, sua função, se a mulher passar a ter a posse da terra e das finanças e se tornar provedora”, afirmou. Para a diretora executiva da Oxfam, Katia Maia, a posse dos estabelecimentos rurais dominada por homens tanto em número quanto em tamanho da terra acentua as desigualdades de gênero. “Metade da população brasileira é composta por mulheres, que também têm papel importante no mundo rural.


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ultura

11 CR

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729 pessoas têm áreas que assentariam 215 mil famílias

Conflitos no campo - A modernização da agricultura e os assentamentos e demarcações de terras indígenas não foram capazes de aplacar os conflitos, que já mataram 2.262 pessoas entre 1964 e 2010, de acordo com o estudo. A violência no campo pela disputa da terra ocasionou 50 mortes no ano passado e 1.217 conflitos, segundo dados da Co-

Divulgação/CR

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ados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) indicam que 729 pessoas físicas e jurídicas se declaram proprietárias de imóveis rurais com dívidas à União de mais de R$ 50 milhões cada, aproximadamente R$ 200 bilhões. Esse grupo, segundo a pesquisa, tem propriedades de área suficiente para assentar quase 215 mil famílias, quase duas vezes o número de famílias que estão acampadas no Brasil esperando por reforma agrária. A mesma realidade ocorre na América Latina, em que 1% concentra 51,19% de toda a superfície agrícola da região. O dado está no relatório "Terra, Poder e Desigualdade na América Latina", que analisa o cenário de concentração das propriedades rurais em 15 países da região com base nos censos agropecuários locais. O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking da região do coeficiente de Gini - que mede a desigualdade na distribuição de terra, em que 0 corresponde à completa igualdade e 1 corresponde à completa desigualdade. A nota brasileira é 0,87. O Paraguai aparece com o pior índice de Gini (0,93), seguido do Chile (0,91) e da Venezuela e Colômbia (0,88), onde 0,4% das propriedades concentram mais de 67% da terra produtiva.

Acampamentos: 1,3 milhão de famílias foram assentadas pelo Programa Nacional de Reforma Agrária, criado em 1996 missão Pastoral da Terra (CPT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O Brasil está no topo da lista dos países onde mais ativistas ambientais e da terra foram mortos em 2015, segundo a ONG Witness. Os estados mais violentos são Rondônia e o Pará. No período, foram registrados momentos de pico, em especial na década de 80, quando aumentaram as mobilizações sociais e as lutas por terra, década que também marcou a fundação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

(MST). Um novo pico foi registrado durante o primeiro governo Lula, de 2003 a 2006. Apenas em 2003 ocorreram 496 ocupações – em 2010 foram 180. Incra - De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mais de 1,3 milhão de famílias já foram assentadas desde o início do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA). O programa foi criado em 1996. Ao todo, 977 mil famílias vivem atualmente em assentamentos e áreas reformadas.

As titulações estão sendo efetivadas, informou o instituto, por meio de trabalhos de revisão ocupacional em campo, “o que está sendo feito com maior expressão neste último bimestre do ano, a partir do desbloqueio de recursos destinados ao órgão”, diz a nota. “Todas as 30 superintendências estão mobilizadas neste sentido, já que foi estabelecida como meta a emissão de cerca de 70 mil títulos de propriedade até o fim do próximo ano”. Ainda segundo o Incra, as metas para os próximos anos depen-

dem da aprovação do orçamento a ser destinado à autarquia no início de 2017. O instituto ressaltou que o contingenciamento de gastos deste ano reduziu em cerca de 40% os recursos destinados à reforma agrária. Além disso, informou o Incra, houve alteração de diretrizes e um passivo ocasionado pelo bloqueio determinado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que paralisou o acesso de famílias beneficiárias às políticas públicas asseguradas pelo Programa Nacional da Reforma Agrária (PNRA).

Terras indígenas são cinco vezes menores que a área total das propriedades rurais do país Marcello Casal/ABr/Divulgação/CR

Uma das questões geográficas e históricas mais polêmicas no espaço brasileiro é a dos territórios indígenas. Antes da chegada dos povos europeus no continente sul-americano, existiam milhares de povos indígenas habitando aquilo que é hoje considerado como o território do Brasil. Desse total, existem ainda 305 etnias atualmente, com cerca de 180 línguas distintas, a maioria filiada ao Tupi e ao Jê. Diante disso, existe uma profunda questão a ser resolvida com esses povos, que é a demarcação das suas terras, ou seja, a delimitação legal das áreas indígenas. A Constituição Federal define as Terras Indígenas como todas as áreas permanentemente habitadas Dourados (MS): índios guarani-kaiowá que vivem no acampamento conhecido como Laranjeira Ñanderu pelos índios, sendo elas utilizadas União - As áreas indígenas para suas atividades produtivas mais do que simplesmente a área usado pelos índios para garantir e também para a preservação de de moradia direta, as terras indíge- sua sobrevivência, incluindo áreas do Brasil são de propriedade da União, de forma que os recursos suas culturas e tradições. Portanto, nas devem envolver todo o espaço de caça e extrativismo.

naturais existentes dentro de seus limites são de pertencimento único e exclusivo dos índios que habitam esse território. Além disso, somente com autorização legal da Fundação Nacional do Índio (Funai), é possível chegar a essas áreas não sendo um membro pertencente às etnias indígenas, sendo, vedado, portanto, o acesso irrestrito. Conforme o Sistema Nacional de Cadastro Rural, no Brasil existem 544 terras indígenas, sendo a maior parte localizada na área da Amazônia Legal. Desse total, 426 estão regularizadas, 38 estão delimitadas, 66 estão declaradas e 14 estão homologadas, havendo ainda mais 129 locais em estudo. As terras indígenas são cinco vezes menores que a área total das propriedades rurais do país. Vivem nelas 230 povos e 567 mil pessoas.


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CR Agricultura 12

# MEIO AMBIENTE

Nilton Pires Araújo/Divulgação/CR

Código Florestal contribui com desmatamento

Taxas: alta do desmatamento, desde a aprovação do novo código, em 2012, é de quase 75%. Amazônia é a região que sofre maior impacto em território nacional

O

desmatamento na Amazônia voltou a crescer. A floresta perdeu cerca de 29% da vegetação, ou seja 7.989 km², no período de agosto de 2015 a julho de 2016. O índice foi divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É a primeira vez em 12 anos que o desmatamento na maior floresta tropical do planeta apresenta aumento consecutivo. Segundo especialistas, esse problema está relacionado às alterações no Código Florestal, realizadas em 2012. Os números falam por si. “A taxa oficial de desmatamento do governo mostra alta de 75% desde que as mudanças do Código Florestal foram aprovadas”, afirma Antônio Fonseca, um dos responsáveis pelo boletim de desmatamento do Instituto do Homem e

do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Uma das mudanças mais polêmicas aprovadas no novo Código foi a anistia para quem desmatou até 2008. “Essa decisão passa a mensagem de que desmatar compensa. Porque, assim como houve essa anistia, provavelmente virão outras”, enfatiza Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima (OC), que reúne 40 organizações ligadas à preservação ambiental. Em 2012, o desmatamento amazônico alcançou seu mínimo histórico, com 4.571 km² de área destruída, segundo dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). A validação do Código, no fim daquele ano, coincide com

Desmatamento (em km²)

2010: 7.000 2011: 6.148 2012: 4.571 2013: 5.891 2014: 5.012 2015: 6.207 2016: 7.989 a inversão da trajetória de queda. Em 2013, já houve alta de 20%. O impacto fica visível quando se compara a área total destruída, que teve alta de 74,8% desde a aprovação das novas regras.

Outros problemas também estão colaborando para a devastação da Amazônia. Um deles é o desmatamento especulativo, no qual grandes áreas de floresta são destruídas - em geral substituídas por pastos - com a função de sinalizar uma ocupação, visando algum benefício futuro com aquele terreno. E a criação de novas Unidades de Conservação e Terras Indígenas - instrumentos eficazes no combate ao desmatamento - praticamente parou. Efeito estufa - Além da perda ambiental, o desmatamento pode comprometer também os compromissos de redução de emissão de gases de efeito estufa, firmados no Acordo de Paris, com o objetivo de limitar o aquecimento do planeta em 1.5ºC e evitar as graves consequências

das mudanças climáticas. Vale lembrar que a perda de cobertura florestal é a principal fonte das emissões do país. O país está comprometido por lei a reduzir a derrubada da floresta amazônica em 80% em relação à média do período entre 1996 e 2005. Os números de desmatamento são praticamente o dobro daqueles que o Brasil precisa ter daqui a quatro anos. A estimativa é de que essa destruição tenha liberado na atmosfera 586 milhões de toneladas de carbono equivalente – o mesmo que 8 anos de emissões por todos os automóveis no Brasil. Isso faz com que o país se distancie das ações necessárias para limitar o aquecimento do planeta em no máximo 1.5ºC e evitar graves consequências das mudanças climáticas.

# NOVA PETRÓPOLIS

O Centro de Qualificação Profissional de Agricultores de Nova Petrópolis (Cetanp) oferece, em 2017, 35 cursos técnicos, nas áreas de bovinos de leite, qualidade do leite, processamento artesanal de carne suína (módulos 1 e 2), plantas medicinais, condimentares e aromáticas e de fruticultura. Os primeiros cursos iniciam no mês de março, sendo que o de plantas medicinais, aromáticas e condimentares acontece no período de 13 a 17, e o de bovinos de leite, de 20 a 24. Informações: www.emater.tche.br, nos escritórios da Emater ou no Cetanp, pelo telefone (54) 3298-8037.

Divulgação/CR

Centro de Qualificação de Agricultores oferta 35 cursos Da terra

Cetanp: cursos técnicos são coordenados pela Emater/RS

Itá/faixa ciliar

Feira do Produtor/Marau

A Usina Hidrelétrica Itá realiza ações ambientais junto à comunidade lindeira. Um exemplo é a manutenção da faixa ciliar do reservatório da UHE Itá, atividade que tem como objetivo principal fazer o replantio de espécies nativas e a manutenção das cercas. Em 2016 foram concluídas as atividades de plantio de mudas nativas. Ao todo foram recuperados cerca de 50.000m², com o replantio de 3.160 espécies nativas em área de preservação permanente.

As obras da sede da Feira do Produtor de Marau devem ser concluídas no primeiro trimestre de 2017. O local vai abrigar também a sede da Secretaria de Agricultura, Emater e da Inspetoria Veterinária. “A agricultura familiar se caracteriza pela venda direta para os consumidores”, disse o chefe do escritório da Emater, o engenheiro agrônomo Renato Serafini. O orçamento é de R$ 575 mil, sendo R$ 375 mil disponibilizados pelo MDA e R$ 200 mil do município.


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CR Sabe -Tudo 13

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Você sabia?

DESCOBERTA

Nova aranha pop

Fotos Sumukha J.N/AFP/CR

Indianos encontraram espécie e a batizaram com nome curioso

• Aracnofobia: ao contrário do que muitos pensam, as aranhas não são insetos. Pertencem ao filo Artropoda, isto é, animais artrópodes invertebrados. Atualmente, são conhecidas mais de 40 mil espécies, que podem ser encontradas em muitos ambientes do planeta, inclusive nas regiões desérticas. Pesquisas revelam que 50% das mulheres e 16% dos homens têm “aracnofobia”, uma espécie de “medo irracional”.

Palavras Cruzadas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

Dinheiro Muito (?): (gír.) gelada Grupo sanguíneo do doador universal

Problema intestinal melhorado com o uso de fibras na alimentação

(?) Marinho, fundador de "O Globo"

Processo de cozimento lento Calmo (gír.)

Instrumento musical comum no Nordeste

Dar preferência a (?) Ravache: atuou em "Guerra dos Sexos" Fazer uma prece É usado no frio

Atração turística da Itália

A esposa do rei Julgamento; análise

(?) Vegas, cidade dos EUA

Nitrogênio (símbolo) Último; final

Sufixo de "formol"

Uma das camadas da pele Machado de (?), autor de "Helena" Armação da roda da bicicleta

Colocar dia, mês e ano (?) Campos, atriz brasileira

Chapéu Seletor: pesquisadores indianos descobriram nova espécie de aracnídeo e homenagearam Harry Potter provocou uma onda de manifestações nas redes sociais. “Estou realmente honrada”, disse a autora de Harry Potter, J.K. Rowling, no Twitter para Ahmed. “Quantos têm a oportunidade de descrever uma espécie, e muito menos nomeá-la, em homenagem a um ícone da cultura pop?”, recordou o pesquisador. A descoberta foi feita depois do lançamento do filme “Animais fantásticos e onde habitam”, uma espécie spin-off, isto é,

uma obra baseada num livro lançado por Rowling, em 2001. A Eriovixia gryffindori não é a primeira espécie a ser nomeada em homenagem a um ícone popular. David Bowie também ganhou um animalzinho com seu nome: uma aranha amarela, descoberta na Malásia, em 2009. Três anos depois, uma mosca foi batizada de “Beyonce”. No mesmo ano, em 2012, Johnny Cash teve seu nome atribuído a uma tarântula.

Sepultura; túmulo Congênito; inerente

Órgão social da indústria (sigla)

Tecla de TVs Caminhar; dar passos Então (pop.) Metro (símbolo) Que ocorre a cada 30 dias

Inundação; enchente

Boletim de Ocorrência (sigla)

Tecla de computadores

Ensino da escrita correta

BANCO

Acidez estomacal (Med.)

Consoantes de "fome"

Preceitos; princípios

3/tab — zen. 5/cheia — inato. 7/coliseu — realejo. 9/priorizar.

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Solução P O R I C A S Ã C O D S E V H C E N T O R E

G F R I O R A R I N R A A C O R D L I S E A T A R S I R C OV A I A D N M E A B I T O G R O N O

A N D A R O I R I N E U

B Z A R E N E N H A O L R M E A J A R O S I S A P I A S A L Z M F I A M A S

J.

K. Rowling ficou muito honrada ao saber que o nome de um dos personagens da saga Harry Potter foi utilizado para batizar uma nova espécie de aranhas. Pesquisadores indianos estavam visitando a cordilheira dos Gates Ocidentais quando avistaram um ser que parecia, “estranhamente”, com o Chapéu Seletor. O anúncio foi feito à imprensa na quinta-feira 15 de dezembro. O adereço é um “objeto mágico” que distribui os alunos nas diferentes casas da Escola de Hogwarts, na ficção Harry Potter. Os cientistas, fãs ardorosos do pequeno bruxo, se depararam com a aranha de sete milímetros em outubro de 2015. “Meus colegas e eu pensamos: ‘ei, essa aranha se parece exatamente com o Chapéu Seletor. Era extremamente similar’, declarou Javed Ahmed. Em junho de 2016, Ahmed, que vive em Mumbai, e seus colegas tiveram a certeza absoluta de que esses animais pertenciam a uma espécie nova. Pontiaguda e de hábitos noturnos, a aranha foi nomeada de Eriovixia gryffindori, em homenagem ao dono do Chapéu Seletor, Godric Gryffindor. Uma análise feita por especialistas concluiu que a aranha, que imita a forma de folhas para despistar os predadores, é, de fato, uma espécie recémencontrada. A descoberta foi publicada no Indian Journal of Arachnology de dezembro e

Capital do Estado de Tocantins

Educar para a liberdade

Godric Gryffindor: personagem da trilogia era o dono do Chapéu

Em Não falta nada, a autora Tatiana Filinto narra a história de um menino que cresce cercado de cuidados. Assim, lembra que, muitas vezes, acreditando proteger os filhos dos “perigos do mundo”, os pais atropelam tempos, iniciativas e descobertas infantis. As ilustrações do artista plástico Visca mostram que a diversidade pode expressar a liberdade. Editado pela Petrópolis, tem 32 páginas.


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CR Teologia 14

# CURSO A DISTÂNCIA

Bondade está na essência humana

No Ano Extraordinário da Misericórdia, o 3° módulo do CTD trata do modo de agir de Deus

O

3º módulo do Curso de Teologia a Distância foi publicado no Correio Riograndense no período de 14 de setembro a 16 de novembro. Em consonância com o Ano da Misericórdia, “Jesus, o rosto da misericórdia do Pai” foi o tema abordado por frei Vanildo Luiz Zugno, capuchinho e professor da Estef, parceira do CR desde a primeira edição do CTD. Como o jornal vai deixar de circular a partir de fevereiro, o Curso de Teologia a Distância será mantido pela Estef, via internet. A Escola deverá repassar as orientações aos interessados. A seguir, as respostas das 10 lições do módulo 3, escolhidas pelo coordenador do tema entre os milhares de participantes da edição de 2016. Lição 01 - Toda vez que o fizestes ao menor dos meus irmãos

Respostas de Edith Cardoso do Nascimento 1) Ler Mt 25,31-45. 2) Como a Igreja, na nossa realidade local, responde às necessidades materiais e espirituais das pessoas? R: Nos serviços de acolhida dos pobres, abandonados; visitando os doentes presos; fornecendo alimentos para quem não tem, moradia, roupas; acolhendo as crianças; dando abrigo aos desamparados. Dando uma palavra de fé e encorajamento aos doentes. Dando atendimento nas catástrofes, fortalecendo os desanimados. 3) Quais os serviços organizados (pastorais, movimentos, associações) que atendem aos que sofrem na nossa realidade local? R: Pastoral da criança, do idoso, pastoral da saúde, pastoral dos doentes, pastoral social, pastoral da acolhida, pastoral carcerária, Cáritas e outros. Liderando campanhas. Lição 02 - Tive fome e me destes de comer Respostas de Ana Sirley Cargnin 1) Ler: Ex 12, 1-14;Ex 16, 1-20;Is 25, 6-8; Jo 2,1-12;Jo

redes sociais ou outros movimentos pela internet. São 2) Em que estas leituras nos meios que podemos usar para ajudam a pensar a realidade defender o uso correto da água e o respeito ao meio ambiente. da fome no mundo? R: No mundo que Deus Lição 04 - Estava nu e criou e desejou para o home vestiste mem, um mundo sem fome e sem miséria. Essas leituras Respostas de Madalena Minos fazem lembrar que não é isso o que está acontecendo. chelon Pires O que há, na verdade, é um 1) Conhecemos, em nossa mundo com guerras, sem parrealidade local, alguma forma tilha e cheio de miséria. de exploração no trabalho in3) O que podemos fazer fantil ou exploração sexual? R: Existe, sim, em nossa como pessoas, comunidade cristã e sociedade para acabar realidade local, exploração com a fome na cidade onde no trabalho, também infantil. Basta ver a forma e o quanvivemos? R: Podemos realizar cam- to de pagamento que muitos panhas para recolher alimen- trabalhadores recebem. Na tos e doar para as famílias ca- sociedade em que vivemos as rentes da nossa comunidade. pessoas são vistas como mercadorias, valem enquanto produzem, o quanto consomem. Lição 03 - Tive sede e Muitos não são valorizados, me destes de beber nem conseguem se fazer ouRespostas de Helena Bies- vir, subordinados pelo sistema que valoriza o ter e o poder, a dorf aparência. Quanto à explora1) Ler: Salmo 29. Em que ção sexual, também há, geraleste salmo nos faz pensar mente as vítimas não se masobre a presença de Deus na nifestam. Mas ouve-se casos e pouco é feito, principalmente criação? R: O salmo 29 mostra o po- se as vítimas são pobres, neder de Deus sobre as águas, gras ou mulheres. O que aconáguas torrenciais... Sua voz tece no mundo, nos grandes poderosa tem poder sobre as centros, em menor proporção coisas que Ele criou. Deus é acontece também nos lugares maior e está acima de toda a pequenos. criação. 2) O que podemos fazer, 2) O que podemos fazer, como comunidade cristã, para no dia a dia de nossa casa, de que o trabalho e os corpos das nosso trabalho, para preservar pessoas, especialmente os das mulheres, sejam respeitados e a água e o meio ambiente? R: Em nosso dia a dia, pre- tratados com a devida dignicisamos em primeiro lugar dade? R: Primeiro, em hipótese altomar consciência de nossa responsabilidade e não pen- guma, nunca compactuar com sar que isso é problema dos tais atitudes; depois, denunoutros, do governo etc. Em ciar os agressores bem como relação à água, penso que o os locais onde isso acontece; cuidado para não desperdi- defender, proteger e acolher çar já ajuda muito. Também o as vítimas, informar as autoricuidado com o lixo é uma prá- dades competentes e acompatica que envolve nosso dia a nhar para que as providências dia e ajuda a preservar o meio sejam tomadas. Formar grupos de apoio e trabalhar com ambiente. as pessoas vítimas dessas in3) O que podemos fazer, en- justiças, para conscientizá-las quanto cidadãos, para exigir da necessidade de respeitar e do poder público e das em- exigir respeito, de agir com presas o respeito à água e ao dignidade e ser tratadas como tal. Trabalhar as consequênmeio ambiente? R: Enquanto cidadãos, pen- cias na vida das pessoas, que so que o melhor caminho é não fomos criados para isso nos mobilizarmos através de e como cidadãos e filhos de movimentos, organizações ou Deus devemos construir uma da própria Igreja. Unidos cria- sociedade onde se viva a solimos mais força. Outro meio dariedade mútua. 3) O que podemos fazer também pode ser através das 6, 1-16; Cor 11, 17-34.

junto às autoridades públicas para que não continuem acontecendo situações de exploração do trabalho e dos corpos das pessoas? R: Criar projetos para envolver essas pessoas em atividades que promovam a vida e a dignidade das que vivem em situações de vulnerabilidade, acreditar nas pessoas, no seu potencial, ensinar diferentes trabalhos para que possam se defender na vida, serem sujeitos de sua história e protagonistas na construção de um mundo melhor, para que possam viver melhor e com dignidade, sonhar e lutar para que isso possa acontecer. Quando as pessoas se conhecem, sabem do seu valor e do que cada um é capaz, o porquê de sua existência e da contribuição de cada um para mudar sua história e o mundo. A sociedade não ensina isso e espera isso. O interesse e o poder da ideologia dominante agem de forma tão agressiva e as pessoas com menos esclarecimento nem sempre conseguem saída de uma realidade da qual elas são vítimas. Deve haver punição severa aos agressores, responsáveis por tamanhas barbaridades. Lição 05 - Era peregrino e me acolheste Respostas de Adelina Garlet 1) Você conhece a história de alguém que foi obrigado a deixar sua terra de origem e hoje vive no estrangeiro? R: Sim, conheço a história dos meus familiares. O bisavô, com seus filhos, rumou da Itália para o Brasil em busca de terra para sobreviver. Vieram de Belluno. Sofreram muito no início da colonização, era tudo mato, montanhas, onde eles receberam a terra. O lugar dos meus antepassados chama-se Nova Palma. Hoje é cidade, porém, naquele tempo, somente mato. Os filhos foram se colocando em terras do interior, portanto hoje, onde meu pai viveu, é Pinhalzinho, por ter muitos pinheiros, sementes trazidas por eles. Além da minha família outras muitas famílias vindas da Europa se estabeleceram nas regiões próximas para colonizar. Hoje a região é chamada de 4ª Colônia. No início as casas

eram construídas com barro e pedras. 2) Como nossa comunidade trata os forasteiros e estrangeiros que vêm no meio de nós? R: A comunidade aqui de Jaguari recebe bem todas as pessoas que aqui chegam. São a maioria de origem italiana que vieram também em épocas remotas para morar e plantar, formar famílias as e possuir terras para o plantio, para sobreviver. Por ser cidade pequena aparecem poucas pessoas realmente estrangeiras em nosso meio, porém sempre é lembrado às lideranças para acolherem bem as que se achegam em nossa comunidade-igreja. As lideranças se responsabilizam de informar sobre a vivência da fé, os sacramentos, mandamentos, o necessário para bem viver. Estar com eles, acolhê-los com dignidade, escutá-los, auxiliá-los a encontrar trabalho com paz, segundo a vontade de Deus. 3) O que podemos fazer, para acolher os forasteiros e estrangeiros que vivem no meio de nós e fazer com que se sintam membros de nossa comunidade? R: Com certeza se aparecerem forasteiros e estrangeiros para viverem no meio de nós serão acolhidos com muito carinho. Serão ajudados para que possam fazer a vida. No início terão dificuldade de viver em terra desconhecida, em meio a um povo estranho, falando uma língua que não é a sua, numa cultura diferente. Deus criou as pessoas para se acolherem mutuamente. Respeitar e amar a todos como irmãos. Jesus deixou, em sua missão, o exemplo acolhendo o centurião romano que está na Palestina e coloca-o como modelo de fé. O mesmo faz com o leproso samaritano. Para eles anuncia a boa nova do Reino. Nós somos convidados a seguir Jesus anunciando a boa nova, a fé e o amor mútuo para viverem sabiamente na família e na comunidade. A prática de Jesus fez com que a comunidade cristã aprendesse que, para os que professam a fé no Deus criador, formamos a mesma família humana e precisamos aprender a conviver como membros da mesma humanidade.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 11 de janeiro de 2017

CR Teologia 15 # CURSO A DISTÂNCIA Lição 06 - Estive doente e vieste me visitar Respostas Gialdi

de

Francisco

1) Ler: Mt 8,3; 8,15; 9,20-21; 9,29; 14,46; 17,7; 20,34. Por que Jesus toca as pessoas para curá-las? R: Assim elas sentem, percebem, entendem e seguem Jesus, que vai dar a vida. Diante da doença e da morte, a palavra de Jesus é clara: elas necessitam ser vencidas para que o Reino de Deus possa acontecer. Sua missão é curar enfermos e superar toda espécie de sofrimento (Lc 4,12-20). As curas e vitórias sobre a morte que Jesus faz são sinais de que o Reino de Deus está presente no meio do povo (Mt 11,2-6). Jesus não tem medo de se aproximar e acolher as pessoas doentes. Pelo contrário: faz questão de estar junto delas, tocá-las com as próprias mãos, deixar que o toquem e dirigir-lhes uma palavra de consolo e esperança. Somos seres que precisamos tocar e ser tocados: o aperto de mão, o abraço, as carícias... transmitem “vida”. É a maneira de se fazer presente ao próximo, não a partir da distância, mas a partir da proximidade corporal. Quem abraça se identifica com o outro, quem o toma pela mão lhe transmite a mensagem de que não está à margem, na solidão. O Evangelho de Mateus nos recorda Jesus quando tocava os leprosos. Por que fazia isso se, segundo o Evangelho, podia curá-los só com a palavra? Para dizer-lhes que estavam vivos. Jesus conhecia a vida marginalizada dessas pessoas, e como ninguém queria ter contato com elas. Ele as tocava para curá-las e fazê-las sentir que estavam vivas. Tocar e deixar-se tocar. Este é, talvez, um dos gestos mais característicos de Jesus e também um dos mais desafiantes e reveladores. Tocar ou nos sentir tocados é, em determinadas circunstâncias, a linguagem mais inteligível do amor. Jesus demonstra seu amor... “tocando”. Ele não ama à distância, mas, a cada passo aproxima-se das pessoas, gosta de sentir-se apertado entre elas. Tocar é sentir que uma corrente de vida passa de um para o outro. 2) Como as pessoas, hoje, se sentem diante da doença e da morte? R: Desde os primórdios da civilização, a morte é um tema que por um lado fascina e por outro aterroriza a humanidade. A doença produz em nós sofrimento, mas também pode ser ocasião para novas aprendizagens vitais. Na nossa so-

ciedade moderna e funcional, a enfermidade, assim como outros momentos difíceis da existência humana, é vivida cada vez mais de forma individual. A cultura do êxito e da performance faz com que a doença seja estigmatizada e sejamos levados a ocultá-la. Os hospitais tornam-se verdadeiros esconderijos onde a sociedade procura ocultar seus doentes e os doentes esconder suas doenças. E do isolamento nasce a angústia e a depressão que, não raro, são piores que as doenças do corpo. Enquanto estamos vivos, habitaremos em corpos frágeis, sujeitos à degradação com centenas de tipos de doenças. A morte é o destino inexorável de todos. Caminhamos em sua direção todos os dias desde o nascimento. Apesar de pouco pensarmos nela, não há quem não almeje um fim de vida tranquilo, sem sofrimento. É pena que nem sempre seja assim. O final da vida de algumas pessoas pode ser marcado por dores atrozes e muito padecimento. Quando nada mais se pode fazer contra a doença, a medicina moderna conta com recursos para tornar mais suave a progressão dos sintomas e o processo de morte. De um modo geral, a ideia da morte nos remete aos sentimentos de perda, portanto, em tese, nos desperta sentimentos dolorosos. Durante a fase de enfrentamento da morte, o paciente é estimulado a profundas reflexões sobre a própria vida; se lhe foi satisfatória sua trajetória de vida, se houve algum desenvolvimento emocional, se pode criar vínculos afetivos fortes e permanentes, se ele pode auxiliar a outros seres humanos. Orientado psicologicamente poderá ser possível que, apesar de doloroso, esse momento possa ter um importante e saudável balanço emocional.

é uma expectativa de que coisas boas acontecerão conosco, ou seja, é ela que nos dá força e vontade de experimentar os planos que Deus tem para nós. No Evangelho de João (10,10) Jesus disse que o ladrão veio somente para roubar, matar e destruir, mas Ele veio para nos dar uma vida em abundância! Jesus quer que a pessoa seja esperançosa, não apenas com a eternidade, mas com uma vida vitoriosa aqui na Terra. Ter esperança não custa nada, mas viver sem ela, nos custa muito, pois a vida perde o sentido e se torna um tédio. Todos nós, em algum momento, precisamos renovar nossa esperança. As lutas vêm para nos derrubar, mas com Deus podemos encontrar o encorajamento que precisamos. Há muitas passagens bíblicas que precisam estar gravadas em nosso coração, para que nos dias difíceis, elas possam nos fortalecer. “Porque eu estou bem certo de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem as coisas do presente nem do porvir, nem os poderes nem as forças das alturas ou das profundidades, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 8,38-39). “O importante é caminhar ao lado do homem que sofre. Talvez, mais do que da cura, ele precise da nossa presença, do homem, do coração humano repleto de misericórdia e da solidariedade humana” (Papa Francisco). Lição 07 - Estive preso e me libertaste Respostas de Enecle Gindri

mente na sociedade. Isto seria o correto... Mas o preconceito já vem carimbado - que dificilmente vai conseguir se retratar, pois se não tiver ajuda... A falta de investimento em infraestrutura nos locais em que essas pessoas vivem dentro da carceragem é assustador. São espaços muito pequenos, sem poder sonhar, vivendo de ilusões ou do obscuro sem horizontes. Essa força é muito grande, é o lado negativo do mal. Lição 08 - Enterrar os mortos Respostas de Gema Citolin Menegazzo 1) Que importância damos à memória dos mortos em nossa família e em nossa comunidade? O que faz com que nos lembremos deles? R: Depende da família e da cultura, mas de modo geral em nossa cultura de influência ocidental europeia é cultuar os mortos, colocar seus corpos em locais de destaque. Nesta geração dos mais novos percebe-se um descaso e falta de sensibilidade diante da morte e do culto aos mortos. Em termos de comunidade religiosa cultua-se e reza-se mais para os mortos em datas que lembram o ente querido. Lembramo-nos dos mortos pela importância que a pessoa teve em nossa vida, na história, por saudade. 2) Como nossa sociedade vive e celebra a morte? Vemos a morte como algo que faz parte da existência ou temos medo de falar dela? Por quê? R: Nossa sociedade vive e celebra a morte de maneira bem forte nas datas, enterro, finados e datas que lembram a história das pessoas, e os cristãos participam das celebrações de maneira forte e intensa, bem como nas sextas-feiras santas. As capelas, nesses dias, são pequenas.

1) Ler Lc 18,1-8. Como funciona a justiça em nosso país? Ela trata a todos igualmente ou faz discriminação de pessoas? R: Não! Tem diferença social, principalmente para quem tem nível superior, tudo fica 3) O que, como cristãos, fa- mais fácil... Para o leigo, como zemos para dar força e esperan- sempre, cela comum... O crime 3) Lembrar pessoas que morça às pessoas que sofrem? pode ser o mesmo. reram, mas continuam vivas R: Como cristãos, seguindo na memória de nossa comunios ensinamentos de Jesus, não 2) Ler Mt 18,23-25. Como dade, de nossa igreja, de nossa podemos separar a doença da gostaríamos de ser tratados se família. pessoa doente. Quem está en- um dia tivéssemos a infelicidaR: As pessoas mais próxifermo é uma pessoa e, como de de cometer algum crime? mas, pais, amigos, conhecidos, tal, ela precisa manter as reR: Com igualdade, sem dife- outros pela história, santos, lações sociais que a caracteri- rença. Quando percebemos as historiadores, heróis... Jesus zam. Afastar a pessoa para um humilhações nos coloquemos Cristo. lugar isolado ou afastar-se dela no lugar desse irmão e imagié um ingrediente social que nemos a falta de oportunidade, Lição 09 - Ensinar os quase sempre agrava a doença a falta de uma estrutura familiar ignorantes que a pessoa porta. O carinho, que levou a gerar esse crime... a presença, a manutenção dos Respostas de Eusébio Vargas laços de sociabilidade, são um 3) O que é feito para ajudar ingrediente fundamental para as pessoas que cometeram algo 1) Qual é a situação das eso restabelecimento da saúde de errado, e estão pagando por colas em nosso bairro, cidada pessoa doente. Precisamos isso, a não mais reincidir na cri- de, estado? São oferecidas, de buscar a Deus constantemen- minalidade? fato, condições para a aprendite para que o nosso coração R: Retratando e socializando zagem? não fique doente. A esperança esse ser para integrar ele novaR: A cidade é servida por es-

colas públicas, tanto estaduais como municipais, existem também escolas particulares todas de 1º e 2º graus, sendo oferecido por essas escolas o apoio para o bom desempenho e condições para um bom aprendizado. 2) Além das escolas, quais são os outros instrumentos disponíveis para educar as novas gerações? Como estão sendo usados? R: Além do Campus da URI (Universidade Regional Integrada) que oferece diversos cursos superiores, existem vários cursinhos, cursos de línguas, EJA, faculdades que operam no sistema online etc. Todas com um bom número de alunos, inclusive de outros municípios limítrofes. 3) O que nós, como cristãos, podemos fazer para melhorar a educação em nosso município, estado e no país? R: Nos mantendo atentos sobre as normas que regem o ensino fundamental, médio e superior. Lição 10 -Consolar os aflitos Respostas de Helena Pierina Sachet Mezzomo 1) Quais são os lugares e tempos que temos em nossa família para o encontro, o diálogo, a intimidade do lar? R: Infelizmente está terminando o que era de mais sagrado: “Encontrar-se com as pessoas e conversar sobre tudo e sobre todos”. Época maravilhosa e gratificante. Agora tudo rápido, tudo via celular ou redes sociais... E o contato face a face como fica?! 2) Na nossa comunidade cristã, há lugares e tempos para o encontro gratuito ou nossos encontros são funcionais, apenas para decidir e executar tarefas? R: Geralmente são encontros operacionais em que tudo acaba acontecendo materialmente, mas emocionalmente ninguém se envolve com ninguém... Isso é um dos grandes males do momento atual. 3) Existem pessoas que vivem sozinhas, isoladas, na solidão, aqui perto de nós? O que podemos fazer para integrá-las em nossos espaços de convivência? R: Existem muitas pessoas nesta situação, por isso há tanta depressão e a alegria em viver diminui muito. Estamos tentando criar grupos de convivência por aproximação, outros por localização, outros por afinidades e também reunindo pessoas para visitas fraternas.


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CR Geral 16

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Loterias

SEGURANÇA PÚBLICA

Governo lança plano nacional Prevista construção de cinco presídios Marcelo Camargo/ABr/CR

E

m meio à perplexidade nacional diante da chacina ocorrida semana passada no complexo penitenciário de Anísio Jobim, em Manaus (AM), que deixou 60 presos mortos – muitos esquartejados e decapitados - e culminou na fuga de cerca de 200, e da morte de outros 33 detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista (RR), o governo federal lançou o Plano Nacional de Segurança Púbica, na sexta 6. O novo plano tem três objetivos principais: reduzir homicídios, feminicídios e a violência contra a mulher; promover o combate integrado à criminalidade transnacional – ligada a grandes quadrilhas que atuam no tráfico de drogas e de armamento pesado – e a racionalização e modernização do sistema penitenciário. “Esses três objetivos estão interligados por terem relação direta com o narcotráfico e a criminalidade organizada. Combatendo isso, os demais são crimes reflexos e cairão”, destacou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Segundo ele, este será um plano operacional e não de intenções, já que “tudo que está previsto tem previsão orçamentária”. Segundo pronunciamento do presidente Michel Temer, na quinta 5, uma das primeiras determinações do Plano será a exigência de que novos presídios tenham prédios separados para presos de diferentes níveis de periculosidade, como já exige a Constituição, mas que, segundo ele, não está sendo cumprido. Temer ainda anunciou a construção de cinco presídios federais para abrigar “lideranças de alta periculosidade”. Cada unidade deve contar com até 250 vagas. O investimento, segundo o presidente, ficará entre R$ 40 milhões e R$ 45 milhões por unidade. Ainda não foram definidos os locais que abrigarão os novos presídios nem o prazo para a conclusão dos empreendimentos. Temer disse também que serão liberados R$ 150 milhões para a instalação de bloqueadores de celular em pelo menos 30% dos presídios em cada estado. Segundo o Ministério da Justiça, a verba fará parte de mais R$ 1,8 bilhão em recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) a serem liberados até o final do primeiro semestre deste ano. De acordo com a pasta, cada estado irá indicar

Justiça: Alexandre de Moraes quais presídios devem ser priorizados para a implementação do sistema. O Plano ainda prevê nova matriz curricular para a formação policial e elaboração de estatísticas de mensuração da eficácia da atividade de Polícia Judiciária. Também estabelece implantação de núcleos de inteligência nos 26 estados e no Distrito Federal, com interligação dos sistemas de videomonitoramento; ampliação do número de radares do Alerta Brasil nas rodovias; investimentos nas perícias criminais. RS - O Rio Grande do Sul vai receber uma das novas unidades prisionais, conforme anunciou o presidente Michel Temer em visita ao estado, na segunda 9. Parte dos recursos do Funpen anunciados no Plano já estão nos cofres do RS, desde 31 de dezembro. R$ 31,9 milhões para construção de duas casas prisionais, em Rio Grande e São Leopoldo, totalizando 600 vagas; e R$ 12,8 milhões para melhorias nas demais penitenciárias do estado. CNBB - A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil emitiu uma Nota a respeito do massacre no complexo penitenciário de Manaus. No texto, os bispos afirmam que estão unidos a dom Sérgio Castriani, arcebispo de Manaus, e, com ele, manifestam “repúdio contra a mentalidade daqueles que banalizam a vida achando que a mesma é descartável e que se pode matar e praticar todo tipo de crime e violência contra os cidadãos”. Os bispos ainda pedem “às autoridades competentes a rigorosa apuração dessa tragédia, na sua complexidade conjuntural e estrutural, e, acima de tudo, a busca de um sistema penitenciário mais justo, digno e humano”.

LOTERIA FEDERAL 07/01/2017 1º .............................25.345 2º .............................25.015 3º .............................67.435 4º .............................78.707 5º .............................79.103 QUINA Concurso 4274 31 – 39 – 70 – 71 – 76 Concurso 4275 27 – 35 – 72 – 73 – 76 Concurso 4276 12 – 13 – 22 – 24 – 63 Concurso 4277 17 – 36 – 57 – 66 – 71 Concurso 4278 06 – 16 – 41 – 74 – 79 Concurso 4279 20 – 25 – 55 – 64 – 71 LOTOFÁCIL Concurso 1456 01 – 02 – 06 – 07 – 08 09 – 12 – 13 – 14 – 15 19 – 20 – 21 – 24 – 25 Concurso 1457 01 – 02 – 03 – 04 – 07 08 – 09 – 10 – 11 – 13 14 – 15 – 18 – 23 – 24 Concurso 1458 01 – 02 – 03 – 05 – 07 09 – 11 – 14 – 17 – 18 19 – 20 – 22 – 23 – 24 MEGA-SENA Concurso 1891 01 – 03 – 19 – 23 – 47 – 58 Concurso 1892 06 – 17 – 22 – 30 – 37 – 50 LOTOMANIA Concurso 1725 00 – 04 – 07 – 10 – 19 – 25 – 27 31 – 36 – 41 – 48 – 56 – 60 – 64 69 – 78 – 79 – 87 – 90 – 95

SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DE JOALHERIA, LAPIDAÇÃO DE PEDRAS PRECIOSAS, SEMIPRECIOSAS, BIJUTERIAS DE OURO, PRATA, RELOJOARIA E ASSEMELHADOS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – SINTRAJÓIAS/RS - CNPJ 88.662.374/0001-13. EDITAL DE CONVOCAÇÃO

Pelo presente edital convoco todos os associados deste Sindicato, quites com a tesouraria, para uma sessão de assembleia geral ordinária, a realizarse no dia 13 de janeiro de 2017, na sede do Sindicato, sita a Rua Pinheiro Machado, 1640, 2° andar, em primeira convocação às 17h30min e em segunda convocação às 18h30min a fim de ser deliberada a seguinte ordem do dia. 1 – Aprovação ou não da compra de um terreno no município de Cidreira. 2 – Assuntos Gerais Caxias do Sul, 26 de dezembro de 2016. ADILSON FRANCISCO DA COSTA Presidente

Bodas de Ouro O casal Armindo e Barbara Andreazza, junto aos três filhos, genro, noras, netos, familiares e amigos, celebrou Bodas de Ouro, dia 22 de outubro de 2016. A missa de ação de graças aconteceu na igreja de Nossa Senhora da Saúde, na paróquia Santa Catarina, em Caxias do Sul. Foram celebrantes os padres Renato Ariotti, Diego Bettoni e Miguel Schroeder. Contou com a presença da Banda Santa Cecília, de Nova Pádua, e do Coral da Pastoral da Pessoa Idosa, da paróquia. Os convidados foram recepcionados no salão comunitário. O casal foi agraciado com a presença do bispo dom Alessandro Ruffinoni e dos padres Jairo Gusbert e Norberto Coltro. Armindo e Barbara se uniram em matrimônio dia 29 de outubro de 1966, na igreja matriz de Nova Pádua. Filha de Severino Menegat e Leonilda Vedana, Barbara é natural de Nova Pádua e 9ª filha do casal que teve 10 filhos. Já Armindo nasceu em Caxias do Sul, no dia 20 de fevereiro de 1942. É filho de Vitório Andreazza e Rosina Casagrande. É o mais novo da família de quatro irmãos. Barbara é assinante do CR e zeladora do Calendário Antoniano há mais de 30 anos.

Aniversário Noemia Maria Engel Ely festejará 91 anos de vida, no dia 2 de fevereiro de 2017, em Peritiba, Santa Catarina. A comemoração irá reunir os familiares. Casada com Ignácio Ely, desde 7 de fevereiro de 1948, Noemia tem 10 filhos (um em memória), 25 netos e 12 bisnetos. Os desejos são de muitas felicidades.

COVENTYA QUÍMICA LTDA.

CONFIDOR

CNPJ Nº 04.405.220/0002-37 // NIRE Nº 432.065.156-72 CONVOCAÇÃO

Em conformidade ao disposto no Artigo 11 do Contrato Social, convoco os Senhores Quotistas desta Sociedade para a Reunião dos Sócios, a ser realizada na sede da Sociedade, sita na cidade de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, na Rua Jacob Luchesi, nº 4852, CEP 95032-000, Bairro Santa Lúcia, às 14:00 horas, do dia 1º de fevereiro de 2017, a fim de discutirem e deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA: 1) Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar o Balanço Patrimonial e demais demonstrações financeiras, correspondentes ao exercício social de 2015/2016; 2) Deliberar sobre a destinação do resultado do exercício; 3) Deliberar sobre possível distribuição de lucros, fixando-se-lhes os respectivos critérios aplicáveis; e 4) Outros assuntos de interesse social. Caxias do Sul, 12 de dezembro de 2016. BRUNO AVELINO MATTANA - Diretor Presidente.

COVENTYA QUÍMICA LTDA.

CNPJ Nº 04.405.220/0002-37 // NIRE Nº 432.065.156-72 CONVOCAÇÃO

CONFIDOR

Em conformidade ao disposto no Artigo 11 do Contrato Social, convoco os Senhores Quotistas desta Sociedade para a Reunião dos Sócios, a ser realizada na sede da Sociedade, sita na cidade de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, na Rua Jacob Luchesi, nº 4852, CEP 95032-000, Bairro Santa Lúcia, às 14:00 horas, do dia 17 de janeiro de 2017, a fim de discutirem e deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA: 1) Deliberar sobre a eleição do Conselho Consultivo da Sociedade; 2) Deliberar sobre a correlata Alteração do Contrato Social, afim de refletir a possível eleição do Conselho Consultivo, conforme item acima, bem como Consolidar o Contrato Social, para que possa refletir todas as demais alterações contratuais levadas a efeito anteriormente, em especial a nova composição da Diretoria e a alteração de endereço e objeto social das filiais sitas em Diadema-SP e Sumaré-SP e 3) Outros assuntos de interesse social. Caxias do Sul, 01 de dezembro de 2016. BRUNO AVELINO MATTANA - Diretor Presidente.


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CR Cultura 17

marcelino@jornalcr.com.br I www.correioriograndense.com.br

Vita, stòria e fròtole

El ritorno de Nanetto Pipetta (899)

La fine de una stòria Arlindo Luiz Dallegrave Loreto, Caxias do Sul - RS

I

nfati, per quel che se sente parlar el nostro giornal Correio Riograndense ga più pochi giorni de vita. Robe gnanca da creder. Dopo 108 ani no credo che ghe sia una persona, cato mi, co’na idea sensa princìpio e sensa fine. Che persona sarala che no vol più publicar questo giornal, scrito in carta, per i letori poder leser tuto quel che interessa ala gente? Perché sto giornal, fin i di de ncoi, el ga contentà tanta gente ntela so stampa scrita e ga portà sempre cose che la gente ama leser. Specialmente quei de più età, che no i vede l`ora che rive el giornal par vardar e leser, perché em CR parla sempre sora tuto quel che interessa ala gente. Me ricordo del mio popà, de quando rivea el giornal lu se sentea a capo tola par lèserlo e quanti e quanti che ga fato cosi al lungo de sti cento passa ani . I ga dito che sto giornal el restarà pùblico ntela internet, un giornal online. Par chi che ga computador e internet a casa i podarà leser in questo modo; per i più gióvani tuto ben! Ma gnanca tuti ga computador o internet e ghe ze posti che gnanca segnal de internet ghe ze. Come farali se nol vien più scrito in carta? Tocherà restar sensa leser el giornal par forsa! Pensemo anca ntei più veci, che no i sa sfrugnar ntel computador e internet. Par colpa de gente che no pensa pal futuro del giornal, tut s’un colpo ghe tocarà restar sensa! Securamente, ghenè de quei che paga par ricever el CR a più de cinquanta ani. Cato che no l’è mia giusto che adesso i reste sensa sto giornal, de tanta stima e interesse par lori. Per tuto questo mi digo: atenti vanti assar de imprimer questo incomparàbile Correio Riograndense, giornal de tanta stima par i nostri vecioti e anca par la gente dela colònia, che fin el di de ncoi i ga tanta passion de ricever e leser sto giornal che tanto ben fa ala mente e a l’ànima. Mi, Arlindo Dallegrave, che a tanti ani ricevo, leso e anca scrivo nte questa coluna, protesto contra la decision de fenir col giornal impresso. Nota dela redassion: Come l’Arlindo, centinaie de altri abonanti, agenti e letori ga scrito al Correio Riograndense parlando del giornal che adesso sera le porte, dela passion che i sente de no poder più ricéverlo a casa e lèserlo, del amigo e missionàrio che tute le setimane rivava co tante bone informassion par tuti. Ma la diression no vol che le metemo zo, come un registro perene par la stòria. E si che la censura ga fenio fa tempo... Far ché? Solo ne resta domandar scuse a tuti. E par finir: no ghe sarà gnanca CR online, come se parlava a un par de mesi. Tuto finio.

Pensieri taliani - Pensa in quel che te pol far mèio, sertifìcate che ze pròpio questo e falo co tute le to forse. - Chi dise quel chel’ vol, el scolta quel che no’l vol. - Due persone che varda fora de na stessa finestra pol veder due realtà: una le tenebre, quelaltra le stele. - El saver e la rason i parla; la gnoransa osa.

Ilustração Derli Dutra, São José do Ouro (RS)

Nanetto e le mission dei capucini in Anta Gorda

Q

uande ze rivà el mese de giugno, i “Trè moschetieri” i gavea nantro afare. Ghe bisognea ndar pregar le mission ntel mulissìpio de Videira, in Santa Catarìna. Alora i se ga parecià e anca i ga invità Nanetto. Coi ze rivai, dopo trè di de viàio de tren, i gera tanto strachi che ghe à bisognà nantri trè par rifarse dea strachitùdine. I quatro i se ga ospedà ntea casa de Ilia, agente del giornal “La Stafetta Riograndense”. - Signore Ilia, ghe dise frate Achile, vu, mi e i altri due frati ndaremo de casa in casa dei abitanti, una setimana a ogni capela. Ale doméneghe finiremo sempre cola messa. Nanetto pol restar qua e giutar a far qualcossa, almanco come paga del magnar e riposo. D’acordo? - Sì, sì! I tosati i darà conta da far i mistieri dea colònia. In questo tempo l’è tuto medo fermo ntei nostri lavori. Alora, l’è un piaser poder giutarli. - Gràssie e tante gràssie, prima per la ospitalità e anca per la vostra compagnia! Ghe dise Achile. I frati e Ilia i ga scominsià pel Imbuial, dopo San Piero, Sede Etelvina, Rondigna e per ùltimo Anta Gorda. Cìnque setimane piene de pregassion. Benigno e Florénsio i ga invità Nanetto per giutarli ntea colònia distante disdoto

Eduardo Grigolo Jundiaí - SP

chilòmetri. Come gera distantot de casa i ndea al luni e i ritornea al sabo. Par riposar e damagnar i se ga fato un rancieto coerto de costanere e sensa soàio. Par la polenta i metea el brondin sora un trepié fato in tera. I trè i se sentea intorno’l brondin e ogniuno col suo piron ter na man e in quelaltra un toc de formàio o salame i magnea come fa i “magna de gusto”. -

Setu Benigno, ghe dise Nanetto, go mai magnà na polenta tanto bona come questa! La ze pròpio bona perché la ze freschina! E anca caldina! Dopo senar i trè i se rangiea sora el paion postà nte un canton del ranciet. Vanti s-ciarar el di i levea su, i bevea simaron, i ciapea la colassion e i ndea laorar, dopo darghe damagnar ai cagni. Co ze rivà el fin dea setimana Nanetto gera altro che straco, ma’l se mostrea sicuro de ritornar ntea setimana drio. E cosi i ga fato per quatro setimane. L’ùltima setimana de mission gera ntea capela Sant’Antoni de Anta Gorda, alora tuti i antagordensi i se ga infatiotà e i ga pregà come mai i gavea fato in questa vita. Dopo messa tuti i abitanti del posto i ga ofertà ai frati una sorascada con brodo, rosto de galina, carne lessa, tortèi, agnolini, salata e, par bever, vin e bira. Par i picinini gasosa o sinò aqua. I frati e Nanetto i ze restà da Ilia ancora trè giorni e dopo darghe ciao a tuti i ga imbarcà de retorno a casa sua de tren, nantra volta. Nanetto gera el pì fassero. Come sempre!

# BENTO GONÇALVES

# LEITURA

Livro destaca missão dos capuchinhos franceses no RS MTG realiza congresso “Estudar o passado é uma forma de nos compreendermos no presente e assim termos bases sólidas para projetar o futuro que sonhamos ser”. Com essa frase, frei Vanildo Luiz Zugno justifica sua tese de doutorado que virou um volumoso livro de 536 páginas, o recém-lançado Capuchinhos Franceses no Rio Grande do Sul – presença e missão na Região Colonial Italiana e Campos de Cima da Serra. A obra destaca a presença e missão dos capuchinhos nessas duas regiões e foi lançada com o objetivo de marcar os 120 anos de presença da Ordem no Rio Grande do Sul. Vanildo Zugno, 51 anos, é capuchinho da província do RS e possui vasto currículo na área de assessoria à vida religiosa, e atividades acadêmicas nas faculdades de Teologia da Estef e La Salle. Defendeu sua tese de doutorado em agosto de 2016, na Escola Superior de Teologia (EST) de São Leopoldo. O objetivo enunciado na tese, conta o autor, foi o de tirar “as barreiras e limites e clarear a participação dos frades capuchinhos de Saboia na reforma romanizante da Igreja Católica na região, dos anos de 1896 a 1913”. Os dois primeiros capítulos dão

Divulgação/CR

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Para a história: frei Vanildo Zugno com a obra recém-lançada conta do contexto global para situar a investigação eclesial e política no Rio Grande do Sul. Os capítulos seguintes delineiam os roteiros por eles prosseguidos; a educação e a romanização, o protagonismo dos leigos, a organização paroquial dos capuchinhos; as missões populares e as visitas pastorais; a participação dos frades na organização da imprensa regional; na

educação do clero diocesano em Porto Alegre e outros temas. Os avaliadores da tese, na EST, atribuíram a mais alta distinção conferida por aquele instituto de educação. A apresentação da obra é do professor frei Adelino Pilonetto e a publicação da editora da Estef. O livro pode ser adquirido com o autor, pelo e-mail zugno1965@hotmail.com

O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), a 11ª Região Tradicionalista e a prefeitura de Bento Gonçalves realizam, de 13 a 15 de janeiro, o 65º Congresso Tradicionalista Gaúcho. A exemplo de 2015, o evento será realizado em Bento, no CTG Laço Velho (Rua Quinze de Novembro, 125). Entre os eventos previstos está o lançamento do livro Desfile e Cavalgadas com Bandeiras e eleição do conselho diretor. O congresso conta com longa programação, que pode ser obtida pelo telefone (51) 99370.0619 ou pelo e-mail imprensa@mtg.org.br.

# ENCONTRO

Família Ló Será realizado dia 15 de janeiro de 2017, na cidade de Realeza (PR), o 8º Encontro da Família Ló. A família é originária da região da Lombardia, norte da Itália. Domênico e a esposa Maria Martinelli Ló, com os filhos Paola e Caetano, receberam o lote 95, na Linha Costa Real, em Garibaldi, no dia 3 de janeiro de 1884. Hoje estão presentes em vários estados do país.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 11 de janeiro de 2017

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GARIBALDI

Presença e missão no RS

ALDO COLOMBO

Quero ser feliz

inverno fora duro e parecia nunca mais ter fim. Impaciente e magro, um urso olhava para a paisagem desolada e para o lago congelado. Ele precisava, de qualquer maneira, encontrar alimento. Uma lufada de vento trouxe ao urso um inegável cheiro de comida e ele partiu, imediatamente, em sua busca. Seu instinto lhe sugeria muita prudência. Acabou encontrando um acampamento de caçadores, providencialmente, deserto. E lá, em meio a uma vigorosa fogueira, um panelão cheio de comida. O urso enfiou a cabeça nas gostosas iguarias e sem hesitar, abraçou a panela. Um calor insuportável começou a lhe queimar a boca, as patas e o peito. Era uma sensação que ele não conhecia, mas interpretou como uma coisa que queria roubar-lhe a comida. Continuou abocanhando a comida e apertou com força a panela, mas teve de rugir de dor. Quanto mais rugia, mais apertava a panela. Meia hora depois, quando chegaram, os caçadores viram um enorme urso, encostado a uma árvore. Morrera em consequência das queimaduras. Mesmo morto, tinha a expressão de que ele ainda estava rugindo de dor. A miopia, por Ser feliz é o desejo, mais que isso, uma obvezes, faz-nos sessão, que nos acomoptar pelas panha ao longo da vida. águas de uma Todos os nossos atos, cisterna po- ao longo de toda a vida, uma direção única: luída, deixando têm a felicidade. Mesmo de lado fontes quando optamos por cristalinas algo que nos machuca, no momento, jamais perdemos o foco da felicidade, mesmo que seja para mais adiante. Mas na realidade nem mesmo sabemos bem o que é ser feliz. Confundimos, muitas vezes, momentos de prazer com felicidade. A miopia, por vezes, faz-nos optar pelas águas de uma cisterna poluída, deixando de lado fontes cristalinas. Santo Agostinho, que na primeira parte da vida correu em busca da felicidade, deu-se conta de coisas que eram “belas pelo avesso”. Na vida, algumas vezes, abraçamos coisas que parecem sinalizar a felicidade. Imediatamente, ou com o passar do tempo, nos damos conta que isso não nos faz feliz. Pelo contrário, origina sofrimentos. Mas não queremos largar a panela. Seria suficiente desistir. Acabamos derrotados por algo que nos parecia trazer a felicidade. Determinados erros justificam-se pela inexperiência juvenil. Com o passar dos anos devemos aprimorar o juízo crítico. Não podemos querer apenas abraçar aquilo que nos faz feliz agora. Precisamos pensar no dia seguinte. As feridas podem nos levar ao desastre. É sempre tempo de recomeçar. É sempre tempo de fazer a contabilidade entre o custo e o benefício. E se algo não nos favorece, tenhamos a lucidez que o urso não teve: largue a panela. E Santo Agostinho resumiu sua incansável busca da felicidade: “Fizeste-nos para ti, ó Deus, e irrequieto estará o nosso coração até não repousar em Ti”.

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Capuchinhos encerram as celebrações dos 120 anos de atuação no Estado

ma solene celebração, presidida pelo arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB – Regional Sul 3, dom Jaime Spengler, e concelebrada por 11 bispos, marcou o encerramento das comemorações dos 120 anos de presença dos capuchinhos no Rio Grande do Sul. A missa ocorreu no dia 28 de dezembro, na igreja matriz de Garibaldi, local onde os frades franceses se estabeleceram em 1896. Na homilia, dom Jaime ressaltou que devemos recordar o passado, celebrar o presente e olhar para o futuro que nos desafia destacando dois elementos: “Primeiro, o momento eclesial que nos pede ousadia; e segundo, que não podemos compreender a história do Brasil e, sobretudo, do RS, sem considerar a presença dos religiosos (as), de forma especial a presença dos capuchinhos nas áreas social, eclesial, política e econômica de toda a nossa região”. O encerramento das comemorações foi precedido do encontro de preparação do 24º Capítulo Provincial, que será realizado de 4 a 8 de setembro de 2017, em Garibaldi. Cerca de 150 freis da província do RS, da Custódia Brasil Oeste e da Delegação Provincial do Haiti participaram do encontro, que iniciou no dia 27 de dezembro. Durante a assembleia pré-capitular foi feito um diagnóstico da província e definidas as prioridades que orientarão o planejamento provincial para o triênio 2017-2020 e feito um balanço das atividades e homenagens que integraram as comemorações dos 120 anos de missão no RS. Ocorreram também palestras, estudos, debates e a escolha da equipe pré-capitular. Foram eleitos os freis Claudelino Brustolin, Vanildo Zugno, José Bernardi, Álvaro Morés e Luiz Carlos Susin. O grupo vai elaborar o instrumento de trabalho a ser encaminhado aos delegados do 24º Capítulo Provincial. Durante o encontro também ocorreu a profissão perpétua de frei Vandrigo Zacchi.

Margô Segat/Div/CR

Olhar diferente

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CR Igreja 18

marcelino@jornalcr.com.br I www.correioriograndense.com.br

Pré-capitular: freis Álvaro (E), Luiz Carlos, Claudelino, José e Vanildo integram equipe Valéria Loch/Div/CR

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Homenagem: frei Cleonir Dalbosco recebe placa das mãos do prefeito Antônio Cettolin Reconhecimento – Na missa de encerramento, o Executivo garibaldense prestou uma homenagem aos frades com a entrega de uma placa ao provincial, frei Cleonir Dalbosco, pelo prefeito Antonio Cettolin. Na placa constam os dizeres: “O município de Garibaldi presta sua homenagem aos freis capuchinhos, que neste ano comemoram 120 anos de presen-

Indagações da fé

ça em Garibaldi e no Rio Grande do Sul. Reconhecemos a importância da vinda destes freis franceses para o estado, influenciando áreas como arquitetura, educação e imprensa. Semearam conhecimento e evangelização, dos quais colhemos frutos até os dias de hoje, e sendo fundamental para que o município se torne destaque no cenário estadual e nacional”.

BRUNO e MÁRIO GLAAB

E-mail: freiglaab@gmail.com

Pessoas que conviveram maritalmente, mas não casaram no religioso, quando se separam, podem casar no religioso com outra pessoa? Arnaldo Lima, Porto Alegre (RS)

Podem, mas é sempre bom que antes de celebrar um casamento religioso de pessoas assim se veja as responsabilidades que resultam de uma união anterior. Digamos que pessoas que vêm de uma união não sacramentada tenham filhos. Os pais sempre serão responsáveis por eles. Assim sendo, que antes de casar com outra pessoa no religioso resolvam as questões do sustento e educação dos filhos, se estes ainda forem menores.

A Igreja Católica exige que as pessoas casem também no civil antes de casar no religioso. Se um casal na situação acima descrita foi casado no civil e se separou, antes de se casar no religioso com outro parceiro deve resolver a questão do casamento civil com parceiro anterior para poder casar também no civil com o novo parceiro juntamente com o religioso. O ideal sempre é que as pessoas se preparem com seriedade para o casamento e casem de for-

ma definitiva no civil e no religioso. Mas quando isto não acontece, é bom lembrar, para o casamento civil existe o divórcio, para o casamento religioso, não. Só pode casar no religioso quem é solteiro ou viúvo. Em certos casos existe a declaração de nulidade do casamento religioso, quando faltam as condições necessárias para que o casamento religioso de fato aconteça. (Por frei Bruno Glaab)


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 11 de janeiro de 2017

CR Igreja 19 # CAXIAS DO SUL

Diocese efetua transferências e nomeações Luiz Chaves/Div/CR

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omo geralmente ocorre em todos os anos e em todas as dioceses, também a de Caxias do Sul efetuou algumas transferências e nomeações entre o clero secular, para melhor atender as comunidades-igrejas e por questões de adequações. Essas mudanças foram efetuadas pelo bispo diocesano, dom Alessandro Ruffinoni. As transferências são as seguintes: padre Ademar Pellegrini assume como pároco da paróquia São Marcos, de Farroupilha; padre Luciano Cansan, pároco de Protásio Alves. Em Caxias do Sul, padre Nivaldo Pauletti assume como pároco da paróquia Santos Apóstolos; Darlan Silvestrin, paróquia Santa Fé; Volnei Vanassi, paróquia Santíssima Trindade; e Olavo Bombardelli, paróquia São José, do Desvio Rizzo. Padre Odair Risso é pároco de Nova Milano, Farroupilha; padre Adelar Zanetti, pároco de São Jorge; e padre Tadeu Libardi, pároco das paróquias de São Marcos e Criúva. Ele terá como vigários paroquiais os padres Igino Tonon, Jairo Grison e Marciano Guerra, que também coordenará o grupo vocacional de Caxias do Sul. Como vigários paroquiais, em Caxias do Sul padre Camilo Pauletti assume na paróquia Santos Apóstolos; padre Elton Marcelo Aristides, na paróquia Santa Fé; padre Sebastião Furtuna, na paróquia Santa Catarina; e

Bispo diocesano: dom Alessandro Ruffinoni padre Edmundo Marcon, auxiliar na paróquia do Desvio Rizzo. Padre Roque Grazziotin assumiria como vigário paroquial na paróquia Divino Espírito Santo, mas sofreu um AVC no dia de Natal e até a segunda-feira 9 permanecia internado no Hospital Pompeia, inspirando cuidados. Padre Juarez Bavaresco é o novo vigário paroquial em Antônio Prado; padre Marciano Petrykowski, em São Francisco de Paula e Rincão dos Kroeff; padre José Maria Cavalcante, no santuário Santo Antônio, em Bento Gonçalves; Valdir Thums, nas paró-

quias São Roque e do Rosário, em Faria Lemos; e padre Daniel Zatti, também nas mesmas paróquias, além de coordenar o grupo vocacional de Bento Gonçalves. Padre Sérgio Tonet será missionário em Porto Velho (RO); padre Jocimar Romio, membro da equipe sacerdotal do santuário diocesano de Caravaggio; e Lóris Cortese, auxiliar no santuário (sábados e domingos). Mateus Boldori, reitor do seminário Aparecida, em Caxias do Sul; Moacir Canal, diretor do Centro Diocesano de Formação Pastoral e vigário paroquial da paróquia Cristo Operário, em Caxias; Rudinei Zorzo, setor Juventude da diocese e auxiliar no seminário São José; e Lucas Mazzochini, coordenador do Serviço de Animação Vocacional da diocese. Nas paróquias coordenadas por religiosos, freis Carlos Schaefer e Plácido Robaert, franciscanos, assumem como vigários paroquiais em Imigrante; frei Agenor Pitt, capuchinho, vigário paroquial em Flores da Cunha; e frei Celeste Conte, vigário paroquial em Garibaldi. Padres Joni Bonatto, Izidoro Bigolin e Moacir Canal e irmã Neli Basso integram a Equipe Diocesana Central de Coordenação Pastoral e respondem pelas pastorais sociais da diocese, junto com um representante do Conselho de Leigos.

# APARECIDA Divulgação/CR

Santuário nacional entrega primeiro presente para a Mãe Aparecida to é feito por meio de martelos internos que produzirão os sons. Esse sistema é inédito no país, mas existem em grandes catedrais, como a de Notre Dame, em Paris. Além de anunciar as horas e anunciar as missas, o campanário vai reproduzir melodias de cantos conhecidos pelos devotos. Inicialmente, foram gravadas 35 melodias, que poderão ser ouvidas diariamente em dois horários específicos, às 12 e 18 horas.

Terras do sul na coroa Campanário: em forma de mãos em prece, torre de 37,5 metros conta com 13 sinos O santuário nacional de Aparecida inaugurou sua primeira grande obra do jubileu tricentenário – o Campanário de Aparecida. Cerimônia ocorreu na noite de 24 de dezembro, após a missa solene de Natal, presidida pelo administrador apostólico de Aparecida, cardeal Raymundo Damasceno Assis. O conjunto do campanário é formado por 13 sinos e utiliza tecnologia de ponta, única no gênero no país. Cada um dos sinos é dedicado a um apóstolo. Homenageiam cardeais, arcebispos e bispos ligados à história do encontro da imagem, em 1717, a chegada dos missionários redentoristas a Aparecida e a construção do santuário. O sino maior

é dedicado à Virgem de Aparecida e a São José e à Família Campanha dos Devotos. Em forma de mãos em prece, o campanário mede 37,5 metros de altura e a concepção artística dos sinos é de autoria do artista sacro Cláudio Pastro, responsável pelo projeto artísticoteológico do interior da basílica, e que faleceu em outubro passado. O campanário funciona de duas formas: através de toques comuns em que os sinos balançam, movidos por motores eletromagnéticos, e com reproduções musicais personalizadas através de teclado próprio para a função, onde os sinos ficam parados e o acionamen-

Em preparação aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, o santuário realiza na quinta 12 uma coroação festiva, como parte das celebrações em comemoração ao Jubileu. Na ocasião, a coroa jubilar receberá fragmento de terra de três capitais: Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. Como a celebração é mensal, a cada coroação serão homenageadas três capitais do Brasil. As unidades federativas serão representadas na coroação por meio de sua bandeira e da porção de terra enviada pelas dioceses e arquidioceses locais. O ponto alto de cada liturgia será o momento da coroação. No dia 12 de outubro deste ano, a Coroa Jubilar preenchida com a terra dos estados brasileiros será colocada na imagem original de Nossa Senhora Aparecida, representando o Brasil que coroa sua padroeira.

No coração da vida

LUIZ TURRA

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Ir além do comum

m dos males que ameaçam subliminarmente nosso dia a dia é o risco da rotina. Popularmente fala-se da “mesmice”. Nada é relevante, tudo é igual. Vai-se vivendo. E assim passam as horas, os dias, os anos e a vida. Esse tipo de conformismo leva tantas pessoas a se arrastarem por um caminho que não oferece nem luzes, nem esperanças, nem horizontes. O pior risco da rotina não é parar, pois quem deixa a vida estacionar na rotina só tem a regredir. Vida que parou dá para trás. Mas se há este perigo natural, que pode abater qualquer um de nós, existe um outro lado, o da capacidade de reagir. Os conformistas sentam à sombra de uma existência rotineira. Os inconformistas reagem, levantam-se e, antes de enfrentar os desafios, enfrentam a si mesmos, pois dentro de nós mora um inimigo em potencial. Reagir é uma das atitudes mais dignas. Evidentemente, me refiro à reação diante da rotina da vida. Nada a ver com as reações impulsivas e agressivas diante de fatos ou pessoas. Para acontecer uma reação positiva, capaz de enfrentar a rotina e conferir dinamismo novo à vida, não bastam os recursos da vontade Às vezes próprios e a liberação de bons precisamos ter a desejos. Necessitamos coragem de remar contar também com os que vêm das contra corrente incentivos pessoas e, acima de tudo, para escolher a de Deus, do sobrenatural. medida alta de Só ao natural não se fazer acontecer um viver digno e consegue uma reação de plenitude. esperançoso Sempre nos ajuda quando lembramos que cada momento da vida é único, o dia de hoje não se repete, cada ação que faço não tem igual. Tudo é novo e sempre novo para quem acolhe um pouco de eternidade nos pequenos espaços do tempo da vida de cada dia. É propícia para este assunto uma reflexão que o Papa Francisco fez com jovens universitários de Roma. “O contexto social em que vocês estão inseridos, às vezes, sofre o peso da mediocridade e do tédio. Não é necessário se resignar à monotonia da vida cotidiana, mas cultivar grandes projetos, ir além do comum: não lhes deixem roubar o entusiasmo! Será um erro também deixar-se aprisionar pelo pensamento fraco e pelo pensamento uniforme”. Essa exortação vale para todos. Quando temos uma mente aberta, o pensamento flui fecundo e criativo. Somos chamados a aprender e nos deixar iluminar pelo bem, pela verdade e pela beleza. Um dos cuidados para não cairmos na rotina é também não nos deixarmos arrastar pela opinião dominante, não nos deixarmos condicionar pela maioria. Às vezes precisamos ter a coragem de remar contra a corrente para escolher a medida alta de um viver digno e esperançoso. Tantas vezes, por conveniência ou até por questão de sobrevivência, há pessoas com imenso potencial para alcançar a medida alta da vida e da fé, mas terminam se nivelando por baixo e sufocando suas maiores aspirações. Cada dia que passa se faz mais necessário reagir em nome da dignidade e com a sempre possível força da fé, da esperança e do amor.


CR

Correio Riograndense

Caxias do Sul 11 de janeiro de 2017

PARA USO DOS CORREIOS ■ MUDOU-SE ■ CEP ■ DESCONHECIDO ■ NÃO EXISTE Nº INDICADO ■ RECUSADO ■ FALECIDO ■ INFORMAÇÃO ESCRITA PELO ■ AUSENTE PORTEIRO OU ■ NÃO PROCURADO SÍNDICO ■ END. INSUFICIENTE

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# ONU

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___

Turismo com sustentabilidade

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_________________ RESPONSÁVEL

Palavras Divulgação/CR

Ano Internacional, em 2017, pretende promover melhor compreensão entre os povos

“Quando os ventos de mudança sopram, algumas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento” ÉRICO VERÍSSIMO (1905-1975), escritor gaúcho

“Respeito é o princípio da cortesia, e é só respeitando o alheio que podemos exigir que respeitem o que é nosso” COELHO NETO (1874-1934), escritor maranhanse

“Eu consigo perdoar, mas não consigo esquecer é apenas um outro modo de dizer, eu não consigo perdoar” Bonito (MS): Melhor destino de turismo responsável do mundo conta com 40 atrativos, entre eles rio formoso. Página 6

HENRY W. BEECHER (1813-1887), pastor e escritor norte-americano

Igreja no mundo Lâmpada da Paz de São Francisco Foi entregue às vésperas do Na- biano e as Farc. “Eu queria ser tal, na basílica de Assis, ao presi- instrumento de paz”, disse Juan dente da Colômbia Juan Manuel Manuel Santos em seu pronunSantos, Prêmio Nobel da Paz de ciamento. A lâmpada, conside2016, a Lâmpada da Paz de São rada o “Nobel” católico, foi enFrancisco. Distinção é pelos es- tregue ao presidente colombiano forços de paz e reconciliação re- pelo custódio do Sacro Convento alizados entre o governo colom- de Assis, frei Mauro Gambetti. Vincenzo Pinto/AFP/CR

Ordenações em Orissa O distrito de Kandhamal, no estado indiano de Orissa, que foi palco de violentos massacres anticristãos em 2008, viveu um momento solene no final do ano – a ordenação de dois sacerdotes, naturais de Kandhamal. Mais de três mil pessoas, incluídos vários sacerdotes e religiosas, participaram do rito solene. Patrimônio boliviano Os 70 templos construídos pelo padre alemão Sebastian Obermaier, falecido em agosto do ano passado na Bolívia aos 81 anos, foram declarados patrimônio cultural e turístico do país. Padre Obermaier, que viveu os últimos 38 anos na Bolívia, não era arquiteto, mas autodidata. Ajuda à Igreja Os bispos dos Estados Unidos aprovaram a destinação de US$ 3,8 milhões para projetos de evangelização e de solidariedade à Igreja da América Latina e Caribe. Uma das subvenções prevê quase US$ 500 mil para a reconstrução de igrejas do Equador afetadas pelo terremoto de abril passado.

Assis: Juan Manuel Santos recebe de frei Mauro a Lâmpada da Paz Assis faz tributo às vítimas de terremotos O tradicional presépio, cons- O presépio foi construído com truído em Assis no último Natal, as pedras da histórica catedral foi dedicado às vítimas dos ter- de Norcia, a basílica de São remotos que abalaram a região Bento, que caiu com o abalo síscentral da Itália no ano passado. mico de 30 de outubro passado.

Fenômeno dos menores migrantes A Unicef (Fundo das Na- África e Oriente Médio, rumo à ções Unidas para a Infância) Europa. Segundo a Unicef, até denuncia um fenômeno único o final de outubro 22 mil menona história das migrações – o res, que realizaram um longo e número assustador de crian- perigoso trajeto sozinhos, haças desacompanhadas que viam sido registrados somente migram, principalmente da na Itália. Crianças fogem da violência e conflitos De acordo com relatório sacompanhados buscaram asilo da ONU, apresentado no ano em 78 países. Conforme o relapassado, cerca de 50 milhões tório, a Ásia é o continente que de crianças estão deslocadas abriga mais crianças refugiadas no mundo. Desses, 28 mi- - 12 milhões. Em seguida apalhões deixaram suas casas por recem a Oceania (7 milhões), questões de violência e outros América (6,3 milhões), Europa conflitos. Somente em 2015, (5,4 milhões) e África (3 mimais de 100 mil menores de- lhões). França proibe dissuadir mulher de fazer aborto O governo do presidente A lei aprovada prevê pena de dois François Hollande conseguiu anos de prisão e multa de 30 mil aprovar no parlamento fran- euros. Na prática, é o mesmo que cês uma lei que proíbe tentar criminalizar os sites pró-vida, que dissuadir uma mulher de fazer hoje são uma das últimas linhas aborto, até mesmo por internet. de defesa dos nascituros. Igreja Ortodoxa celebra o Ano da Infância O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, decidiu proclamar 2017, na Turquia, como o Ano da Sacralidade da Infância. Inspirada no Natal, a

iniciativa, conforme o Patriarca, “é um convite a ter cuidado pelas crianças, a proteger estas vítimas vulneráveis e a respeitar a sacralidade da infância”.


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