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Vincenzo Pinto/AFP/CR

Divulgação/CR

# DIA MUNDIAL DA PAZ

# VERÃO

Papa propõe fazer da não-violência o estilo de vida da humanidade

Dermatologista ensina como aliar o protetor solar à maquiagem

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Correio Riograndense CR

Ano 108 - Nº 5.527 - R$ 2,50 - Caxias do Sul - 21 e 28 de dezembro de 2016 e 4 de janeiro de 2017 - (54) 3220.3232 - www.correioriograndense.com.br

# LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

Mais produtividade, menos impacto

Sinop (MT): país é um dos poucos com grandes extensões de terras com aptidão para uso agrícola sustentável, produzindo, no mesmo espaço, grãos, proteína animal, fibras e bioenergia. Página 12

Aos LEITORES, ANUNCIANTES E AGENTES O Correio Riograndense informa que, em função das festas de fim de ano, encerra 2016 com esta edição e volta a circular normalmente em 11 de janeiro de 2017.

Gabriel Rezende Faria/Divulgação/Correio Riograndense

Sistemas de integração ocupam 11,5 milhões de hectares no Brasil. RS se destaca com 1,4 milhão/ha


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

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CR Editorial 2

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A troca do calendário reinventa a esperança que nos move

O

turbulento ano de 2016 está se despedindo. É tempo de balanço e retrospectiva. Por mais um ano, o mundo político roubou a cena e protagonizou os mais marcantes momentos do país. Dilma Rousseff perdeu a presidência da República, mas não os direitos políticos. Michel Temer, agora presidente, com aval dos parlamentares, emplaca a PEC que impõe limites aos gastos públicos, propõe mudanças ao Ensino Médio, apresenta a Reforma da Previdência e vê sua popularidade descer ladeira, enfrentando os primeiros protestos

populares pós impeachment do governo PT. A operação Lava Jato, responsável pela maioria dos abalos em Brasília, termina o ano a todo vapor, com recorde de fases deflagradas (15), prisões simbólicas (Eduardo Cunha, João Santana, Paulo Bernardo, Antonio Palocci...) e condenações ((Marcelo Odebrecht, José Dirceu, José Carlos Bumlai). E segue respingando no Planalto, onde seis ministros foram exonerados em seis meses por envolvimento nas denúncias e no Congresso, tornando Renan Calheiros réu, a exemplo de outros de seus comparsas. Enquanto isso, a população convive com

desemprego, aumento da criminalidade, precarização da saúde. Mas o ano teve também a expressão máxima da democracia, que mesmo calejada levou o povo às urnas para escolher prefeitos e vereadores. E o recado de desencanto e insatisfação do eleitorado foi claro: elevados índices de abstenção, votos brancos e nulos e eleição dos candidatos que se apresentaram como alternativa à “velha política”. Sim, o anseio é por renovação! Nesse sentido, o calendário é uma invenção brilhante, pois tem o poder de, a cada ano

novo, reinventar a esperança. E é a esperança que nos impele à frente. Evidente que as crises deixam marcas, mas também servem para exercitar nossa capacidade de transformar realidades. Que no novo ano que se aproxima possamos ser mais altruístas, tolerantes, fraternos, acolhedores e servidores, como nos ensina o Evangelho. Que façamos da nãoviolência nosso estilo de vida, como conclama o Papa Francisco em sua mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro.

FATO EM FOTO

Correio do leitor Claiton Stumpf/Divulgação/CR

Fetag protesta por direitos O dia 16 de dezembro de 2016 entrou para a história do movimento sindical. Em mais de 50 municípios, milhares de agricultores foram às ruas para protestar contra a reforma da Previdência Social (PEC 287/2016). Eles atenderam ao chamado da Fetag/RS e dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais. Hoje as trabalhadoras rurais podem se aposentar aos 55 anos. A proposta do governo estipula idade mínima de 65 anos a homens e mulheres. Para o benefício assistencial, a idade passa de 65 anos para 70 anos. Além de trabalhar a mais, o governo quer substituir a contribuição de 2,1% sobre a comercialização da produção por contribuição direta não especificada em lei.

CR Correio Riograndense Leitura crítica FUNDADO EM 13 DE FEVEREIRO DE 1909 Filiado à ADJORI-RS e ABRAJORI Diretor de Redação: frei João Carlos Romanini Editora-chefe: Andressa Boeira Editores-assistentes: Maria de Fátima Zanandrea e Marcelino C. Dezen Editado por: ASSOCIAÇÃO LITERÁRIA SÃO BOAVENTURA/EDITORA SÃO MIGUEL

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Corrupção e felicidade Alvaro Fernando

fez a deliciosa pergunta: “O que você faria caso ganhasse uma bolada na loteria? O que faria se depositássemos um bilhão de reais em sua conta?”. Muitos podem ter o cuidado de questionar: “Será alvez você lembre do nome de quem matou Odete Roitman, mas ninguém sabe dizer, até um bilhão de reais que pertencem a mim ou um bihoje, quem matou PC Farias. A história está re- lhão de dinheiro sujo, roubado dos cofres públicos?”. pleta de casos de corrupção em que o corrupto se dá Considero uma boa pergunta, pois muda completamente a situação do beneficiado. Mas a dúvida inicial muito mal. A maioria? O significado do termo por si só já apresenta seus persiste: o que fazer com um valor tão colossal? O despropósito dos valores é proporcional à falta dentes, pois “corrupta”, em latim, é a junção das palavras “cor” (coração) e “rupta” (quebra ou rompimen- de propósito na vida dos corruptos. Não há finalidade to). Algo que não me parece provocar um resultado alguma, o rombo que se faz no cofre público é sem propósito. Sim! Para entender qual o propósito de bom ou convidativo: romper com o coração. Fico espantado quando vejo pessoas associarem cada um na vida, é preciso pensar sobre os valores a corrupção aos brasileiros. Olhe em volta, viaje à mais elevados e a aspiração individual de algo que valha a pena ser vivido. China para conhecer as Perceba que não há fábricas de trabalho esOlhe no rosto daquele que é corrupto, um questionamento cravo de um quarto da tente buscar um sinal de felicidade e à falta de caráter ou população do planeta não encontrarás cobrança por mais ou jogue um feixe de integridade, retidão e luz sobre a indústria bélica americana. Procure entender o que acontece na princípios, mas a constatação da importância do proSomália, Líbia, Coreia do Norte, Venezuela ou no pósito de vida particular de cada um, aquilo que Aristóteles chama de ética – ou seja, reconhecer aquilo a Camboja. Outro dia, um suíço questionou uma colombiana que se aspira e dirigir-se nesse sentido. Na rota consobre como era a vida na Colômbia em contato com trária a isso, o mundo contemporâneo demonstra ser os traficantes. Ela, com uma lucidez cortante, respon- capaz de produzir uma legião de líderes sem noção, deu que quem deveria conhecer os traficantes era ele, razão, motivo, critério, senso, discernimento ou juízo. Mais uma face desse espelho distorcido que enpois é na Suíça que depositam todo dinheiro e encontram cobertura para o que fazem. Isso tem um nome: gana a tantos: olhe no rosto daquele que é corrupto, tente buscar um sinal de felicidade e não encontrarás! corrupção. O que fazer com todo este dinheiro? Alguns dirão: Agora, pense em alguém que você considera muito “Para comprar o poder!”. Mais poder? Poder para feliz, e o que aparece? Propósito de vida, altruísmo e roubar? Roubar para poder? De certo, alguém já lhe generosidade. Escritor e músico, São Paulo

T

Padre Schiavo “Parabéns pela matéria no , edição de 14/12, sobre o Caminho padre João Schiavo. Muito bem relacionada e completa”. Gustavo Toigo Vereador (PDT), Caxias do Sul – RS Troféu ARI/2016 “Quero me somar à ARI Serra Gaúcha na homenagem prestada ao jornalista Marcelino Dezen através do Troféu ARI/2016 em reconhecimento ao seu profissionalismo e contribuição à área de comunicação do nosso estado. Minha admiração pelo seu trabalho e o desejo que continue trilhando esse caminho com muito sucesso e realizações”. Vinicius Ribeiro Deputado Estadual (PDT), Porto Alegre - RS Abelhas “Nota 10 para o Cesar Pompermaier, de Xanxerê, por sua opinião no Correio do Leitor de 26/10. Um texto assim merece ser escrito em letras do tamanho de um monumento em todas as cidades do Brasil e do mundo, para que a consciência humana acorde e veja quanto mal está prosperando em nome de um ‘progresso’ que não traz só a morte das abelhas, mas da humanidade e do planeta. Deus fez tudo perfeito, viu que tudo era bom e deu para o homem só administrar, não para destruí-lo e destruir-se”. Rosangela Miosso Caçador – SC Nanetto Pipetta “Espetacular o texto do Ritorno de Nanetto de 09/11 – La pianta dei mèio fruti del mondo. Existe alguma compilação e/ou livro reunindo este contos em talian?”. Elton Torres (via site do Correio Riograndense)

Cartas e e-mails devem conter endereço completo e telefone do remetente. As correspondências não são necessariamente publicadas na íntegra.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

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CR Caxias do Sul 3

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CONTAS PÚBLICAS

Limite de R$ 1,9 bi para 2017

JAIME BETTEGA

Orçamento prevê maiores despesas com saúde, educação e previdência

e o cenário político-econômico nacional não agrada, o de Caxias do Sul também preocupa. O prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) sancionou, na quarta-feira 14, a Lei Municipal 8.165/2016, que versa sobre o orçamento do poder público caxiense para o ano de 2017. A previsão é de que a arrecadação alcance o patamar dos R$ 1.918.796.052,12, no próximo ano, sendo que a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite gastos maiores que a arrecadação. Do total, aproximadamente R$ 1,2 bilhão deverá ser empregado na manutenção da chamada “administração direta”, isto é, na prefeitura e nas secretarias. O restante será partilhado entre o Legislativo e as autarquias: Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Instituto de Previdência e Assistência Municipal (Ipam) e Fundação de Assistência Social (FAS). Aprovada por maioria de votos na câmara de vereadores, em 7 de dezembro, a peça foi criticada pelo vereador e prefeito eleito, Daniel Guerra (PRB). Um dos motivos da opinião contrária de Guerra é o excesso da verba destinada à publicidade. Ele planeja manter intacta somente a publicidade legal. “Vamos fazer cortes. Isso nos diferencia dos políticos tradicionais. Temos compromisso com a população de Caxias”, aponta. As secretarias com maior orçamento para 2017 são a Saúde, com R$ 399 milhões; e a Educação, com R$ 366 milhões. Em dezembro de 2015, os vereado-

Ícaro de Campos/Div./Correio Riograndense

S

Olhar à vida

Gestão: Guerra irá cortar gastos de áreas secundárias em detrimento das principais res aprovaram um orçamento de R$ 1,7 bi para o último ano de governo Alceu Barbosa Velho. PIB – Uma pesquisa, também divulgada no dia 14, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), posiciona Caxias do Sul como a maior cidade do interior gaúcho na geração de riqueza. Na publicação, o município ocupa a 33ª posição no ranking nacional, ficando somente atrás de Porto Alegre. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) acumulado foi de R$ 22,3 bilhões. Em 2013, ocupava a 32ª posição. A diminuição se deu em face à retração da indústria automobilística iniciada em 2014. Os próximos anos, no entanto, preocupam, uma vez que serão avaliados os períodos de 2015 e 2016.

Raio X do orçamento de Caxias para 2017 Receita consolidada

Despesa consolidada

R$ 1.918.796.052,12 R$ 1.918.796.052,12 Administração direta

Administração direta

R$ 1.321.791.479,65 R$ 1.241.283.797,35 Samae

Samae

R$ 225.039.769,98 Ipam Saúde

R$ 97.006.229,75

R$ 224.369.755,57 Ipam Saúde

R$ 97.332.389,78

Ipam Previdência

Ipam Previdência

R$ 262.534.430,88

R$ 262.534.430,88

FAS

R$ 12.424.141,86

FAS

R$ 58.245.519,91 Legislativo

R$ 35.043.158,63

# MUNDO DO TRABALHO

O salão da igreja Imaculada Conceição (Capuchinhos) ficou lotado para a formatura de 250 pessoas da oitava turma do programa Mundo do Trabalho, na segunda 12. Desenvolvido pela prefeitura, em parceria com a Legião Franciscana de Assistência aos Necessitados (Lefan), mantida pela Associação Literária São Boaventura, o projeto já capacitou quase 2.000 pessoas, desde 2015. Os formandos, com idades entre 14 e 59 anos, receberam capacitação em diversos cursos da área administrativa, como auxiliar em recursos humanos e em contabilidade. Foram oferecidas, também, aulas de informática, língua

Elisângela de Souza/Div/CR

Projeto forma mais 250 caxienses e chega a 2.000 atendimentos

Lefan: programa oferece cursos e auxilia cidadãos a se recolocarem no mercado inglesa, inspeção da qualidade, LID e metrologia e eletricidade básica. Houve quem aprendeu os ofícios de estética e corte de cabelo, além de empreendedorismo e confeitaria.

O presidente da Associação Literária São Boaventura, frei Álvaro Morés, destacou a dedicação e o empenho dos cursistas. “Vocês merecem essa conquista, declarou”.

Cursos intensivos UCS

Cursos intensivos FSG

O programa UCS Línguas Estrangeiras oferece cursos intensivos de verão em língua inglesa para 2017. As matrículas acontecem na secretaria do bloco “L”, do campus-sede. As aulas serão de 30 de janeiro a 17 de fevereiro. Informações: (54) 3218.2535.

O Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG) também oferece, para o mês de fevereiro de 2017, 12 opções em cursos de extensão em diversos campos de atuação. Além disso, é possível se inscrever para outros três, voltados à área corporativa. Matrículas em: fsg.br/blog/extensao.

Informe CR Alistamento online A partir de 1º de janeiro de 2017, os jovens nascidos em 1999, isto é, que irão completar 18 anos, devem providenciar seu alistamento militar pela internet. O procedimento é obrigatório e o prazo vai até 30 de junho de 2017. Para se alistar, basta acessar: www.alistamento.eb.mil.br.

E

Correr para saudar

nquanto recordava que esta seria a última crônica de 2016, pois teremos o tradicional intervalo das edições, veio em mente algo muito simples: na infância a atenção não incluía o término do ano, mas o começo do novo ano. O amanhecer do primeiro dia não alterava apenas um algarismo, mas abria espaço para a tradicional saudação acompanhada da mãozinha estendida. Levantávamos mais cedo do que o normal e nos dirigíamos às casas dos vizinhos. O ritual era conhecido: dizíamos ‘feliz ano novo’ e, ao mesmo tempo, aguardávamos algumas moedas. Cada qual corria no intuito de chegar antes e, assim, saudar por primeiro e ser agraciado com uma simples, mas simbólica doação. O contentamento era tão grande, ao ponto de deixar em segundo plano o valor arrecadado. Afinal, um coração de criança sempre encontra motivos para alegrar-se. Não há necessidade de volume, nem de aparência, muito menos de preço. A criança que fomos no ontem era mais simples, desconhecia eletrônicos, não tinha grandes exigências. O “A criança que coração conhecia a leveza da bondade e da fomos no ontem advinda gratidão. Fico pensanera mais simples, do: que maravilhoso era correr para desejar ‘feliz desconhecia ano novo’, mesmo que, eletrônicos, não em seguida, a mão era estendida aguardando um tinha grandes singelo abono. O connão suponha exigências. O tentamento grandes motivos, nada coração conhecia era mensurado a partir da quantidade arrecadada. a leveza advinda Os tempos mudaram. A vida experimenta outros da bondade e da sabores e também alguns gratidão” dissabores. Para alegrar uma criança, nem sempre é fácil. Sem contar que nada mais surpreende. Tudo é conhecido, através de redes e meios que criam necessidades à infância. Quantas dúvidas quando se trata de presentear alguns pequenos. Por outro lado, a grande maioria já não sabe a importância de desejar ‘feliz ano novo’. Alguns costumes assinalados pela simplicidade não deveriam ficar no esquecimento. Não se trata unicamente de recuperar o passado, mas de conservar aquela alegria que unia gerações e que valorizava os pequenos gestos. Bom, o ano está terminando. Os balancetes permitem diferentes análises. O olhar econômico é fonte de frustração. Foi um ano bem difícil. A recuperação desconhece a rapidez. Por outro lado, foi um tempo de muito aprendizado. É necessário reinventar até mesmo o jeito de viver, revendo determinados costumes. Talvez não seja aconselhável estender a mãozinha, por causa da crise. Porém, ninguém está dispensado de saudar e abraçar com um efusivo ‘Feliz 2017’. Venda de veículos novos e seminovos. Nacionais e importados

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CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

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CR Municípios 4

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# FARROUPILHA

# EGR

Entregue Trevo da Tramontina

Conservação das estradas

Entroncamento situa-se na ERS-122 com RSC-453, entre Farroupilha e Caxias do Sul

Daian Maschio/Divulgação/CR

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Trevo: obras, que garantem segurança a motoristas e pedestres, consumiram cerca de R$ 3 milhões

# SANTA CATARINA MB/Divulgação/CR

# TURISMO

Destaque: 1º lugar foi para a Escola Visconde de Mauá, de Portão (RS)

Escolas Cidadãs são premiadas A Fundação Aury Luiz Bodanese e a Cooperativa Central Aurora Alimentos entregaram os Prêmios Destaques das Escolas Cidadãs de Santa Catarina e outros estados. No Rio Grande do Sul, onde foram inscritos 24 projetos, os vencedores foram premiados no Parque de Exposições Assis Brasil. O 1º lugar foi para a Escola de Ensino Fundamental Visconde de Mauá, de Portão (RS). Em 2º lugar ficou a Escola de Ensino Fundamental Rui Barbosa, de Viamão (RS). Já a 3ª colocação coube à Escola de Ensino Fundamental Quatorze de Setembro, também de Viamão. A representante da Turminha da Reciclagem no RS, Samara Guaragni, destacou que a Turminha tem como objetivo sensibilizar crianças e adolescentes sobre a importância da preservação

dos recursos naturais, buscando a cooperação com a natureza. “São feitas palestras para alunos e capacitação dos professores, além de jogos e brincadeiras sobre o cuidado com o meio ambiente. É gratificante ver que tantas escolas inscreveram seus projetos e todos eles são ótimos e promoveram mudanças no comportamento dos adolescentes”, frisou. A presidente da Fundação Aury Luiz Bodanese, Isabel Cristina Machado, salientou o engajamento das escolas. “Foram iniciativas voltadas para a sustentabilidade. O maior prêmio é ver essa mudança no comportamento das crianças a partir da conscientização. Elas passam a servir de exemplo para os adultos. São com pequenas atitudes que alcançamos grandes transformações”, concluiu.

Passeios na Colônia revelam belezas e gastronomia O Vale do Taquari abrange 36 municípios na região central do Rio Grande do Sul. Com excelente potencial no cenário do turismo rural, a região é composta por exuberante natureza e farta gastronomia. Tudo isso pode ser confirmado aos turistas que participam do projeto Passeios na Colônia. O roteiro prevê caminhadas mensais e bimestrais. Cada edição contempla nova localidade. Segundo o organizador, Alício de Assunção, mais de 10 mil prestigiaram a iniciativa. “A proposta une caminhada, cultura e gastronomia, movimenta a economia e melhora a autoestima das comunidades”, observa. Passeios na Colônia objetiva mostrar a simplicidade da colônia de forma diferente, caminhando e contemplando a natureza, em momentos de pura felicidade, sem nenhuma pressa. Criado em novembro de 2011, o projeto completa o quinto aniversário com números que comprovam o sucesso da iniciativa. Durante esse período, em 77 edições, 10.890 caminhantes percorreram 1.800 quilômetros por 26 municípios do Vale do Taquari, passando por 151 pequenas comunidades, onde também

Passeios na Colônia/Div./CR

otoristas e pedestres têm mais segurança ao transitar no entroncamento da ERS-122 com a RSC-453, entre Farroupilha e Caxias do Sul, no conhecido Trevo da Tramontina. As obras, que iniciaram em março deste ano, foram inauguradas no sábado 17, pelo prefeito de Farroupilha Claiton Gonçalves, do secretário de Desenvolvimento e Turismo, Fabiano Piccoli, e autoridades regionais. Os trabalhos contemplaram a construção de ruas laterais, reformulação do trevo, sinalização vertical e horizontal e a instalação de conjuntos de semáforos. O investimento da prefeitura é de cerca de R$ 3 milhões. As reuniões sobre as melhorias iniciaram em 2013. No final de 2015, a prefeitura encaminhou projeto à câmara de vereadores, que autorizou a concessão de incentivos fiscais – isenção de 10% no ICMS, pelo período de seis anos, contados a partir da conclusão das obras – à empresa que assumisse as melhorias. O processo se deu por meio de chamada pública, tendo como vencedora a Tramontina.

A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) mobiliza 36 equipes para obras e ações de conservação rodoviária nas estradas da empresa. São 20 frentes de trabalho executando obras, o que acarretará mudanças no tráfego. Entre as rodovias contempladas com melhorias estão a ERS129/130, entre Lajeado e Guaporé: entre os quilômetros 77 e 79, entre os quilômetros 122 e 125 e 126 e 129, com estreitamento de pista e fluxo intercalado de veículos. Obras também estão sendo realizadas na ERS-122, entre ERS-240 e São Vendelino: nos quilômetros 31 e 34, com estreitamento de pista; a ERS-235, entre Gramado e Nova Petrópolis: nos quilômetros 10 e 19 e nos quilômetros 11 e 13, com estreitamento de pista. A ERS-235, entre Gramado e São Francisco de Paula, com reparos localizados, sem alterações no trânsito. Trabalhos ocorrem ainda na ERS-466, entre Canela e Parque Caracol, quilômetros 0 e 7, sem alterações no trânsito. E a ERS135, entre Passo Fundo e Erechim, os quilômetros 0 e 78, com estreitamento de pista e fluxo intercalado de veículos.

Boa Vista do Fão: café colonial é servido durante a caminhada plantaram 1.100 árvores nativas e frutíferas. As caminhadas são realizadas em três modalidades: mensalmente, em um dia, com 15 quilômetros de percurso; a cada dois meses; 45 quilômetros, em dois dias, e trimestralmente, 100 quilômetros, durante quatro dias. Os participantes são oriundos de municípios gaúchos, de Santa Catarina, São Paulo, Manaus e Maranhão, além de países como Itália, Espanha e Portugal. A iniciativa se consolidou devido a diversos fatores, de acordo com o coordenador do projeto. “São recursos gerados para as comunidades, que servem as re-

feições. Os moradores do interior são hospitaleiros e sentem orgulho em mostrar as belezas naturais”, afirma. Ao caminhante é oferecida infraestrutura necessária, como carro de apoio, condutores, água, refeições e socorrista. “Os trajetos são sempre inéditos, nunca se repetem, e realizados por estradas não pavimentadas”, emenda. As próximas caminhadas ocorrem dias 7 e 8 de janeiro, 45 km, e no feriado de carnaval, 108 km. A saída de ônibus é em frente ao Shopping Lajeado. Informações www.passeiosnacolonia.com.br; (51) 995832672 ou e-mail: valenews@certelnet.com.br


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CR Municípios 5 # FLORES DA CUNHA

Otávio Rocha prepara a Festa Colonial da Uva

távio Rocha, 1º distrito de Flores da Cunha, promove a 13ª Festa Colonial da Uva (Fecouva) e a 3ª Festa do Moranguinho, previstas para ocorrer em 18 a 26 de fevereiro. A programação começa no dia 7 de janeiro próximo, quando a comunidade conhecerá a rainha e as princesas. As soberanas irão representar as festas e o distrito nos próximos quatro anos. Disputam os títulos seis jovens florenses. São elas Andressa Ferrari, 19 anos; Evelyn Visentin Marzarotto, 20; Gabriela Letícia Boff, 18; Ingrid Spuldaro Molon, 19; Kellen Piroli Casagranda, 18, e Letícia Debastiani, 20 anos. As atuais soberanas da 12ª Festa Colonial da Uva e da 2ª Festa do Moranguinho são a rainha Tailine Bedin Molon e as princesas Caren Molon e Thaísa Scopel. A Fecouva 2017 promete resgatar os 50 anos de história com gastronomia típica, shows, diversão variada, além de exposição de uvas, morangos e produtos da agroindústria e típicos da região.

Homenagem Camila Baggio/Divulgação/CR

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# SALVADOR DO SUL

Soberanas: seis candidatas concorrem ao título de rainha e princesas da Fecouva e Festa do Moranguinho Como chegar - Otávio Rocha tem acesso por várias estradas asfaltadas, como o acesso via RS-122, São Gotardo, Festa da Uva/Linha 60 e pelos Caminhos da Colônia, via Santa Justina. O distrito integra o roteiro Caminhos da Colônia - convite

para conhecer uma das mais autênticas regiões de colonização italiana no interior gaúcho. A rota passa pelas regiões produtoras de Santa Justina, Otávio Rocha e Linha 40. No trajeto, o visitante pode desfrutar das belezas naturais, da saborosa

comida colonial, bons vinhos, cultura preservada no dialeto e artesanato. Contato para informações e esclarecimentos, com Camila Baggio: telefone (54) 991585139 ou pelo e-mail imprensafecouva@outlook.com

A Câmara de Vereadores de Salvador do Sul aprovou três projetos do Executivo municipal que prestam homenagens a personalidades que deram importantes contribuições ao município. Agora, os prédios públicos passarão a levar os nomes de Paulo Zílio, José Valdir Mildner e Guilherme Raymundo Becker. A nova unidade de saúde passa a ser denominada Centro de Saúde Paulo Zílio, falecido no ano passado. Em Campestre Baixo, o pavilhão situado nas proximidades do posto de saúde passará a se chamar Quadra Esportiva José Valdir Mildner. Ex-vice-prefeito, Mildner faleceu em 2014, quando era titular da Secretaria da Agricultura. Outro complexo esportivo que ganhou nome está situado em Linha Comprida: a Quadra Esportiva Guilherme Raymundo Becker (foto), erguida junto ao campo do Juventus.

# SÃO JORGE Flavio Robinson/Divulgação/CR

# NOVA PETRÓPOLIS

Encontro reúne senhoras e moças O desfile com vestido de noiva foi a principal atração do XV Encontro de Senhoras e Moças, na Associação Cultural e Recreativa São Jorge, na sexta 9. O destaque foi o vestido mais antigo, pertencente a Delise Fransozi Manera, cujo casamento aconteceu há 58 anos, com o qual Marli Frigotto desfilou. Ênfase também para Ines Simioni Galvan, que desfilou usando o vestido do seu casamento, ocorrido há 31 anos. Foram 11 modelos apresentados. Com a organização da Emater e

do Centro de Referência e Assistência Social, o evento teve o objetivo de promover a integração, interação entre as mulheres com missa, desfile, atividades, dinâmicas e palestra. A programação teve a participação do professor Rodrigo Sordi, da professora Nádia Trevizan, incluindo o grupo da terceira idade Vontade de Viver; da assistente técnica regional de Passo Fundo, Luciana Gobbi, que ministrou palestra focando o tema qualidade de vida. Débora Vargas/Divulgação/CR

Parque: processo de licitação será aberto dia 1º de fevereiro de 2017

Parque Aldeia do Imigrante abre concessão pública Nova Petrópolis lança concorrência pública para concessão de uso do Parque Aldeia do Imigrante. O edital de concorrência pública nº 015/02016 foi publicado no Diário Oficial Eletrônico no dia 7 de dezembro. O processo de licitação será aberto dia 1º de fevereiro de 2017, às 9h, na sede da prefeituta. Na oportunidade serão entregues os documentos de habilitação, bem como a proposta técnica e financeira para concessão de uso onerosa do Parque Aldeia do Imigrante. O prazo de concessão será de 12 anos, podendo ser prorrogado por igual período. “É um avanço importante que estamos dando para o futuro do Parque Aldeia do Imigrante. A

concessão permitirá investimentos, não alterando, porém, a essência do maior atrativo turístico-cultural de Nova Petrópolis”, disse o secretário de Turismo, Indústria e Comércio, Paulo Roberto Staudt. O documento consiste na licitação para exploração, revitalização, modernização e manutenção do Parque Aldeia do Imigrante, por meio da celebração de contrato de concessão de área pública, incluindo a construção, implantação, manutenção, conservação, melhoria, gestão, exploração e operação, por meio de operadores especializados nas áreas da cultura, lazer, entretenimento, turismo e empresarial, do complexo. O prédio destinado ao Centro de

Convivência, cedido aos Grupos de Terceira Idade, não está incluso no edital. As obras de melhoramento e de reforma das instalações do Parque Aldeia do Imigrante independem de nova outorga, mas serão, obrigatoriamente, submetidas à aprovação do município, conforme o caso, para aprovação prévia, se houver alteração que descaracterize os projetos apresentados inicialmente. A concessão será remunerada por meio da exploração do parque, auferindo receitas pelos serviços prestados aos seus usuários por meio de cobrança de ingresso e em especial, por meio de operação das áreas de comércio, lazer, entretenimento, cultura e de caráter empresarial.

Atração: desfile com vestidos de noivas marcou o evento

# CULTURA

Festival de Folclore abre inscrições O 45º Festival Internacional de Folclore ocorre de 14 a 31 de julho de 2017, em Nova Petrópolis. As inscrições para os grupos folclóricos e para a feira de artesanato encerram no dia 30 de dezembro de 2016.

O festival é realização da Associação dos Grupos de Danças Folclóricas Alemãs e prefeitura. Interessados devem acessar o site www.festivaldefolclore.com. br Mais informações (54) 32814064.


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CR Reportagem 6

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# DIA MUNDIAL DA PAZ

Compromisso com a não-violência Mensagem do Pontífice convida todos os cristãos a fazerem da não-violência ativa um estilo de vida Andreas Solaro/AFP/CR

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ossa a não-violência tornar-se o estilo característico das nossas decisões, dos nossos relacionamentos, das nossas ações, da política em todas as suas formas”. Esses são os votos expressos pelo Papa Francisco em sua mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro. O texto, datado de 8 de dezembro, foi divulgado na segunda 12, pela Sala de Imprensa da Santa Sé, sob o título “A não-violência: o estilo de uma política para a paz”. Na mensagem, dividida em sete itens, incluída a conclusão, o Pontífice recorda que esta tradição foi inaugurada pelo Papa Paulo VI há 50 anos (matéria, abaixo). Para Francisco, não é fácil saber se o mundo de hoje é mais violento ou menos violento que o de ontem, nem se os modernos meios de comunicação e a mobilidade que caracteriza nossa época “nos tornem mais conscientes da violência ou mais rendidos a ela”. Ele recorda que o século passado foi marcado por duas guerras mundiais, conheceu a ameaça da guerra nuclear e inúmeros outros conflitos. Mas hoje, destaca o Papa, “encontramo-nos de braços com uma terrível guerra mundial aos pedaços”. O texto prossegue sublinhando que “esta violência que se exerce ‘aos pedaços’, de maneiras diferentes e em variados níveis, provoca enormes sofrimentos de que estamos bem cientes:

Papa Francisco: Jesus oferece as bem-aventuranças como manual da estratégia de ação para um mundo de paz

A superação do mal através da família No item quatro da mensagem, o Pontífice recorda que, em 1979, quando Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz, deixou claro qual era a sua ideia de não-violência ativa: “Na nossa família, não temos necessidade de bombas e de armas, não precisamos destruir para edificar a paz, mas apenas de estar juntos, de nos amarmos uns aos outros [...]. E então poderemos superar todo o mal que há no mundo”. Além de destacar Santa Madre Teresa como “um símbolo, um ícone dos nossos tempos”, o Papa menciona outros exemplos de pessoas que souberam praticar a não-violência. Ele citou João Paulo II, Mahatma Gandhi, Martin Luther King e, de modo particular, as mulheres, como Leymah Gbowee e milhares de mulheres liberianas, que organizaram encontros de oração e protestos

não-violentos, obtendo negociações que levaram ao fim da segunda guerra civil na Libéria. “Hoje, prossegue a mensagem, a não-violência pode ser a melhor tática contra os traficantes de armas, de pessoas, contra as armas nucleares e o terrorismo. Mas para praticála em larga escala, esta deve ser o estilo de vida manifestado primeiramente na família, a raiz doméstica duma política não-violenta (item 5). “É na família que pais e filhos, irmãos e irmãs aprendem a comunicar e a cuidar uns dos outros desinteressadamente e onde os atritos e conflitos devem ser superados, não pela força, mas com o diálogo, o respeito, a busca do bem do outro, a misericórdia e o perdão”. E salienta que é a partir da família que “a alegria do amor propaga-se pelo mundo, irradiando para toda a sociedade”.

Um Dicastério para promover a paz “Asseguro que a Igreja Católica acompanhará toda a tentativa de construir a paz inclusive através da não-violência ativa e criativa”, finaliza o Papa, anunciando que no dia 1º de janeiro de 2017, Dia Mundial da Paz, nasce o novo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Conforme Francisco, esse organismo “ajudará a Igreja a promover a justiça, a paz, a salvaguarda da criação e da solicitude pelos migrantes, os necessitados, os doentes, os excluídos, as vítimas dos conflitos armados e das catástrofes naturais, os reclusos, os desempregados e as vítimas de toda e qualquer forma de escravidão e tortura”. A mensagem conclui com um convite aos homens e mulheres de boa vontade. “No ano de 2017, comprometamo-nos, através da oração e da ação, a tornarnos pessoas que baniram dos seus corações, palavras e gestos

a violência, e a construir comunidades não-violentas, que cuidem da casa comum. Nada é impossível, se nos dirigimos a Deus na oração. Todos podem ser artesãos da paz”, deseja o Papa.

Paz: todos podem ser seus artesãos

guerras em diferentes países e continentes; terrorismo, criminalidade e ataques armados imprevisíveis; os abusos sofridos pelos migrantes e as vítimas de tráfico humano; a devastação ambiental”. Conforme a mensagem, na melhor das hipóteses, responder à violência com a violência leva a migrações forçadas e a atrozes sofrimentos. No pior dos casos, pode levar à morte física e espiritual. “Hoje, ser verdadeiro discípulo de Jesus significa aderir também à sua proposta de não-violência”, salienta o Papa. Isso não significa rendição, negligência e passividade. Pelo contrário, quando sabem resistir à tentação da vingança, as vítimas da violência podem ser as protagonistas mais críveis de processos não-violentos de construção da paz. Bem-aventuranças - A mensagem prossegue afirmando que quem oferece o manual desta estratégia de ação é o próprio Jesus, através das bem-aventuranças: felizes os mansos, os misericordiosos, os pacificadores, os puros de coração, os que têm fome e sede de justiça. Para o Papa, este ‘manual’ não é útil só para os católicos, mas também aos líderes políticos e religiosos, aos responsáveis das instituições internacionais e aos dirigentes das empresas e dos meios de comunicação social de todo o mundo.

Missão de todos

Maria Beatr

Autora do projeto d Escola de Gastron Diretora da Escola UCS/Icif de 2002 a Campus Hospitalida Estácio de Sá, c Internacional em G Alan Ducasse Formati e em Hotelaria com Lausanne (EHL) (Suíça Diretora da Área d Hotelaria, Gastronom Senac/RJ, de 2 Cursos de e estágio das Regiões da Itáli Italian Culinary Inst (Icif ) (I Curso de Degustador promovido pela Inte Olive Oil Agen Sommelier Honorár Italiana Sommelier Al (Fisar) ( Representante no Br Extravirgin Oliv Produtora de conte sociais na área d Pesquisadora na áre apaixonada por

O Papa Francisco recorda, na mensagem para o 50º Dia Mundial da Paz, que a tradição de celebrar esta data foi inaugurada pelo Bem-aventurado Paulo VI, em 1968, dirigindo-se a todos os povos e não só aos católicos. No dia 8 de dezembro de 1967, Paulo VI escreveu uma mensagem propondo a criação do “Dia da Paz” (que depois mudaria para Dia Mundial da Paz). Para ele, a verdadeira celebração da paz só estaria completa se envolvesse todos os homens, não importando a religião. “A proposta de dedicar à paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente nossa, religiosa ou católica. Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da paz”, dizia em sua mensagem.


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CR Nacional 7

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# GASTOS PÚBLICOS

Panorama geral

Promulgada a limitação Gastos serão reajustados com base na inflação do ano anterior

Meirelles e Temer: ministro e presidente anunciam medidas econômicas melhorar o ambiente de negócios para empresários e aumentar as condições de crédito dos brasileiros. As ações incluem apoio ao crédito e desburocratização para empresas, incentivo à redução dos juros do cartão e parcelamento especial para quitação de dívidas de pessoas físicas e jurídicas com a Receita Federal. O principal objetivo é reduzir o endividamento, incentivar o crédito e estimular o emprego e, assim, “ativar a economia”, nas palavras de Temer. Os projetos foram pensados pela equipe econômica do governo, mas alguns ainda estão em fase de conclusão.

Luiz Chaves/PP/Div/CR

Proposta: anúncio no Palácio do Planalto a governadores que enfrentam situação de calamidade financeira

RS pode ter pagamento da dívida suspenso por três anos negociadas pelos estados, ficando suspensas, por três anos, as quitações. Também participaram do encontro de trabalho os governadores dos outros estados em calamidade financeira, Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro, e Fernando Pimentel, de Minas Gerais. O secretário da Fazenda do RS, Giovani Feltes, acompanhou o governador Sartori “Nós já tivemos um avanço importante, que foi o processo

de renegociação da dívida com a União, no qual deixamos de pagar as parcelas até o final deste ano de 2016. Agora essa nova proposta do governo federal pode ser considerada um ‘plus’”, destacou o governador. Sobre as contrapartidas, Sartori ponderou que o RS já vem cumprindo boa parte das exigências da União. “Esperamos que elas (as contrapartidas) sejam acessíveis. Com certeza o nosso Estado vai aderir”, declarou Sartori.

Diploma: alunos da turma de matemática para construção civil Agroindústria em Paim Foi inaugurada na quinta 15, na Linha Menosso, em Paim Filho (RS), a agroindústria João Fortuna, para classificação e embalagem de ovos. Empresa pertence ao produtor Leonel Francisco Fortuna e família.

Senac-RS Já está no ar a nova campanha de cursos técnicos do Senac-RS. Desenvolvida pela agência de publicidade Competence, a campanha tem como título “Mude com tudo. Mude com o Senac”. “A ideia é convidar as pessoas para mergulharem de cabeça no conhecimento e no crescimento profissional, buscando ingresso ou qualificação imediata no mercado de trabalho”, salienta o diretor do Senac Caxias do Sul, Emerson Spadetto. Aurora Alimentos A Cooperativa Central Aurora Alimentos foi reconhecida como Líder em Agronegócio no Estado pelo Prêmio Líderes de SC. Solenidade ocorreu em Florianópolis e premiou os destaques do empresariado catarinense, em dez diferentes categorias. Mérito Lojista 2016 Pelo sexto ano consecutivo, a Cooperativa Santa Clara conquistou o Prêmio Mérito Lojista na categoria alimentos, segmento laticínios. Premiação foi concedida pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS (FCDL-RS), em cerimônia realizada na terça 13, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O diretor industrial de Lácteos, João Seibel, recebeu o troféu em nome da Santa Clara.

Unimed Nordeste As práticas de Responsabilidade Social da Unimed NordesteRS foram reconhecidas pela Assembleia Legislativa gaúcha. Distinção ocorreu em cerimônia do Prêmio Responsabilidade Social 2016, realizado em Porto Alegre no final de novembro. Indústria automotiva Apesar da crise econômica mundial, a estimativa é que sejam vendidos 90 milhões de veículos no mundo. O Brasil deverá comercializar dois milhões, ante quase quatro milhões de unidades em 2015. Prognóstico de lideranças do setor é que recuperação ocorra em 2025. Spaccio RAR Yhuri Ramos/Div/CR

que é a maior da história do Brasil. Estamos tomando as medidas necessárias, por meio desta emenda constitucional, para enfrentar os gastos públicos”, declarou o ministro da Fazenda Henrique Meirelles. “Esse também é o objetivo com a reforma da Previdência, as mudanças fortes na postura de combate à inflação e da agenda de aumento da produtividade do Brasil”, completou. No mesmo dia em que foi promulgada a Emenda Constitucional 95, o presidente Michel Temer, ao lado do ministro Meirelles, anunciou uma série de medidas macroeconômicas para estimular a criação de empregos,

# ESTADOS

A União confirmou na quarta-feira 14 o envio de um projeto de lei complementar para estabelecer o Regime Especial de Recuperação Fiscal para estados em situação de calamidade financeira. A proposta, que beneficia o Rio Grande do Sul, foi anunciada pelo presidente Michel Temer ao governador José Ivo Sartori, durante reunião no Palácio do Planalto. A medida permite mais fôlego para o pagamento de dívidas que ainda não foram

MRV forma primeira turma em canteiro de obras A MRV Engenharia formou a com a educação, entregando o primeira turma de Matemática diploma a 18 operários da obra para Construção Civil na escola Porto Havana. O evento também de alfabetização em Caxias do marcou a formatura de 15 trabaSul, inaugurada em abril deste lhadores no curso de Mestre de ano. Com sala de aula instalada Obras, no mesmo canteiro. Inino próprio canteiro, a constru- ciativa da construtora tem parcetora reafirma seu compromisso ria do Senai. Divulgação/CR

Beto Barata/ABr/CR

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gora é lei. Encaminhada pelo Executivo ao Congresso Nacional, a proposta que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, a partir de 2017, com possibilidade de revisão a partir do décimo ano de vigência, foi promulgada em sessão solene do Congresso Nacional na quinta-feira 15, com a presença dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Pela medida, os gastos públicos totais serão reajustados com base na inflação oficial do ano anterior. Na Câmara, a PEC tramitou com o número 241; no Senado, como PEC 55. O texto foi promulgado como Emenda Constitucional 95. Durante a tramitação, a proposta provocou discussões entre a oposição e a base de apoio ao governo na Câmara e no Senado. Segundo os apoiadores da medida, o teto de gastos por 20 anos é necessário para o ajuste fiscal e não vai prejudicar os gastos sociais. Para a oposição, impedirá investimentos públicos, agravará a recessão e prejudicará principalmente os mais pobres, ao reduzir recursos em áreas como educação e saúde. “Temos um déficit público de R$ 170 bilhões e uma recessão

marcelino@jornalcr.com.br

João Alves e Josiely Álvares/Div/CR

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Mérito: João Seibel recebe troféu

Spaccio: Nilva e Raul Randon Já está em operação a Spaccio RAR, a primeira loja boutique da marca inaugurada oficialmente no dia 8 de dezembro. Instalado junto à sede da empresa, em Vacaria, o espaço oferece uma experiência de compra diferenciada, num ambiente moderno e acolhedor, onde o consumidor pode encontrar todos os produtos da linha RAR em um único lugar.


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CR Opinião 8

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Dom Paulo: mestre, intelectual refinado e amigo dos pobres LEONARDO BOFF

Leonardo Boff é escritor, autor de “Que Brasil queremos?” (Vozes), 2000.

P O cardeal Arns sempre esteve do lado dos pobres e jamais deixou que o grito do oprimido por seus direitos violados ficasse sem ser ouvido

erdi um mestre, um mecenas, um protetor e um amigo entranhável. Coisas importantes vão ser ditas e escritas sobre o cardeal dom Paulo Evaristo Arns, falecido na quarta-feira, dia 14 de dezembro, aos 95 anos. Não direi nada. Apenas dou meu testemunho. Conheci-o no final dos anos 50 do século passado em Agudos (SP) quando ainda era seminarista. Voltou de Paris com fama de ser doutor pela Sorbonne. No seminário com cerca de 300 estudantes introduziu metodologias pedagógicas novas. Fez-nos conhecer a literatura grega e latina, línguas que dominava como dominamos o vernáculo. Fez-nos ler as tragédias de Sófocles e de Eurípedes em grego. Sabíamos tanto grego que até representamos a Antígona em grego. E todos entendiam. Depois vim a conhecê-lo em Petrópolis (RJ) como professor dos Padres da Igreja e da história cristã dos dois primeiros séculos. Obrigava-nos a ler os clássicos em suas línguas originais. São Jerônimo, seu preferido, em latim e São João Crisóstomo, em grego. Quando o visitei há dois anos no convento de religiosas na periferia de São Paulo o encontrei lendo sermões em grego de São João Crisóstomo. Foi nosso mestre de estudantes durante todo o tempo da Teologia em Petrópolis, de 1961 a 1965. Acompanhava com zelo cada um em suas buscas, com um olhar profundo que parecia ir ao fundo da alma. Era alguém que sempre procurou a perfeição. Até entre nós estudantes disputávamos para ver quem encontrava algum defeito em sua vida e atividade. Cantava maravilhosamente o canto gregoriano no estilo de Solemnes, mais suave do que o duro de Beuron, que predominava até a chegada dele.

Durante quatro anos o acompanhei na pastoral da periferia. Nas quintas-feiras à tarde, no sábado à tarde e no domingo todo, acompanhei-o na capela do bairro Itamarati em Petrópolis. Visitava casa por casa, especialmente as famílias portuguesas que cultivavam flores e horticultura. Onde chegava logo fundava uma escola. Estimulava os poetas e escritores locais. Depois da missa das 10 horas os reunia na sacristia para ouvir os poemas e os contos que haviam produzido durante a semana. Estimulava intelectualmente a todos a lerem, escreverem e a narrarem para os outros as histórias que liam. Era um intelectual refinado, conhecedor profundo da literatura francesa. Escreveu 49 livros. Instigavanos a seguir o exemplo de Paul Claudel que costumava cada dia a escrever pelo menos uma página. Eu segui seu conselho e hoje já passei dos cem livros. O que sempre me impressionou em dom Paulo foi seu amor e seu afeto franciscano pelos pobres. Feito bispo auxiliar de São Paulo ocupou-se logo com as periferias, fomentando as comunidades eclesiais de base e empenhando pessoalmente Paulo Freire. Como era tempo da ditadura, especialmente férrea em São Paulo, logo assumiu a causa dos refugiados vindos do horror das ditaduras da Argentina, do Uruguai e do Chile. Sua missão especial foi visitar as prisões, ver as chagas das torturas, denunciá-las com coragem e defender os direitos humanos violados barbaramente. Correu riscos de vida com ameaças e atentados. Mas como franciscano, sempre mantinha a serenidade como quem está na palma da mão de Deus e não nas garras dos policiais da repressão. Talvez seu feito maior foi o projeto “Brasil: Nunca Mais”, desenvolvido por ele, pelo rabino Henry

Sobel e pelo pastor presbiteriano Jaime Wright, com toda uma equipe de pesquisadores. Foram sistematizadas informações de mais de 1.000.000 de páginas contidas em 707 processos do Superior Tribunal Militar. O livro publicado pela Editora Vozes “Brasil Nunca Mais” teve papel fundamental na identificação e denúncia dos torturadores do regime militar e acelerou a queda da ditadura. Pessoalmente, sou-lhe profundamente grato por me ter acompanhado no processo doutrinário movido contra mim pelo ex-Santo Ofício em 1982 em Roma sob a presidência do então cardeal Joseph Rátzinger. No diálogo que se seguiu ao meu interrogatório entre Ratzinger, o cardeal Lorscheider e o cardeal Arns, com a minha participação, ele corajosamente deixou claro ao cardeal Ratzinger: “Nesse documento que o Sr. publicou há uma semana sobre a Teologia da Libertação que não corresponde aos fatos que nós bem conhecemos; essa teologia é boa para os fiéis e para as comunidades; o Sr. assumiu a versão dos inimigos desta teologia que são os militares latino-americanos e os grupos conservadores do episcopado, insatisfeitos com as mudanças na pastoral e nos modos de viver a fé que este tipo de teologia implica”. E continuou: “Cobro do Sr. um novo documento, este positivo, que valide esta forma de fazer teologia a partir do sofrimento dos pobres e em função de sua libertação”. E assim ocorreu, três anos após. Tudo isso já passou. Fica a memória de um cardeal que sempre esteve do lado dos pobres e que jamais deixou que o grito do oprimido por seus direitos violados ficasse sem ser ouvido. Ele é uma referência perene do bom pastor que dá sua vida pelos pequenos e sofredores deste mundo.

O homem que não conheceu o medo Frei Betto, ex-preso político, é escritor, autor de “Minas do Ouro” (Rocco), entre outros livros.

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0 de janeiro de 1970. Dom Paulo Evaristo Arns obteve, enfim, permissão para visitar os frades dominicanos encarcerados no Presídio Tiradentes, em São Paulo. Franciscano, o bispo auxiliar do cardeal Agnelo Rossi era responsável pela Pastoral Carcerária. Diante do diretor do presídio, narramos ao prelado nossas prisões, torturas, interrogatórios e ameaças recebidas. 21 de outubro de 1970. O Papa Paulo VI declarou que o método de torturas se espalhava pelo mundo como uma epidemia, sem referência direta ao Brasil. Citou, porém, “um grande país” no qual se aplicavam “torturas, isto é, meios policiais cruéis e desumanos para O mesmo extorquir confissões dos prisioneiros”. cuidado Acrescentou que esses meios “devem ser condenados abertamente”. amoroso que 22 de outubro de 1970. São Francisco Ao desembarcar em Guarulhos, dedicava aos procedente de Roma, o cardeal pobres e à Agnelo Rossi, presidente da Nacional dos Bispos natureza, dom Conferência do Brasil (CNBB), declarou que Paulo estendeu “no Brasil não existe perseguição às vítimas da religiosa, e, sim, uma campanha de repressão difamação dirigida do exterior contra o governo brasileiro”. Segundo o cardeal, ao condenar a tortura o Papa não se referia ao Brasil. Na tarde do mesmo dia, dom Rossi foi destituído pelo Vaticano do arcebispado de São Paulo e nomeado prefeito da Congregação de Evangelização dos Povos, em Roma. No mesmo ato, o Papa nomeou dom Paulo Evaristo Arns para suceder a ele à frente da arquidiocese paulistana. 23 de outubro de 1970. Recebemos, no Presídio Tiradentes, a visita de dom Paulo. Concedeu-nos a honra de sua primeira visita pastoral como novo arcebispo. Dali partiu para o retiro que antecedia a sua posse, a 1º de novembro de 1970. 21 de novembro de 1970. Fomos despertados às seis

da manhã pela visita de dom Paulo. Veio celebrar conosco no Presídio Tiradentes. O altar, um caixote vazio de maçãs; o cálice, um copo americano; o templo, uma cela apertada; os fiéis, prisioneiros em sua maioria. Janeiro de 1971. Dom Paulo denunciou a prisão do padre Giulio Vicini e da agente pastoral Yara Spadini. Encontrados com manifestos de protesto contra a morte do operário Raimundo Eduardo da Silva — que se achava recolhido ao Hospital Militar à disposição das autoridades policiais —, foram torturados no Deops. O arcebispo invadiu a repartição e conseguiu avistar-se com os dois, que lhe mostraram as marcas das sevícias. Indignado, mandou afixar em todas as paróquias da arquidiocese nota em defesa dos presos e de denúncia das torturas sofridas. 5 de maio de 1971. O general Médici recebeu, no Palácio do Planalto, dom Paulo, que lhe relatou casos de torturas. O ditador, com a rispidez que o caracterizava, não se fez de rogado e reiterou: “Elas existem e vão continuar porque são necessárias. E a Igreja que não se meta, porque o próximo passo será a prisão de bispos…”. 23 de dezembro de 1971. À tarde, hora das visitas, dom Paulo foi ao Presídio Tiradentes. Percorreu cada uma das celas. Demos a ele uma grande cruz de couro — a Comenda do Cárcere — pirografada com versículos do Evangelho, trechos do Documento de Medellín e nomes de todos os revolucionários assassinados. Gravamos: “O Bom Pastor é aquele que dá a vida por suas ovelhas”. 12 de maio de 1972. Dom Paulo, nosso mediador na greve de fome coletiva, esteve na Penitenciária do Estado, onde nos encontrávamos misturados aos presos comuns. Não nos permitiram vê-lo. Segundo o diretor, só podemos falar com os advogados. Porém, soubemos que o arcebispo advertiu-o de que está historicamente comprovado que medidas de isolamento carcerário geralmente precedem a eliminação física... Em encontro com o juiz Nelson Guimarães, do Tribunal Militar, o arcebispo questionou-o: “O senhor sabe que é

FREI BETTO

responsável pela vida dos presos?”. O juiz auditor assentiu: “Assumo a responsabilidade se vierem a morrer”. Dom Paulo retrucou: “Meu filho, assume dois ou três dias. Depois, não assume mais. Sua consciência passa a martirizá-lo. E que contas dará o senhor perante si mesmo e perante Deus?”. O juiz respondeu de cabeça baixa: “O senhor tem razão”. Vladimir Herzog suicidado. Dom Paulo decidiu celebrar missa solene na Catedral da Sé em homenagem a ele. Judeus que apoiavam a ditadura tentaram demover o cardeal: “Por que missa para Herzog? Era judeu!”. Dom Paulo respondeu: “Jesus também”. O cardeal Paulo Evaristo Arns era um dos homens mais corajosos que conheci. Imbuído da fé que caracterizou seu patrono e modelo, Francisco de Assis, jamais pensou no próprio sucesso. Sua vida dedicada ao próximo veio a público, com riqueza de detalhes, na obra “Dom Paulo Evaristo Arns — um homem amado e perseguido”, de Evanize Sydow e Marilda Ferri. Se a história da independência do Brasil não pode ignorar Tiradentes, nem o movimento ecológico, Chico Mendes, a resistência à ditadura que nos governou 21 anos deve muito à figura ímpar de dom Paulo. O mesmo cuidado amoroso que São Francisco dedicava aos pobres e à natureza, dom Paulo estendeu às vítimas da repressão. O livro “Brasil: Nunca mais” é uma radiografia irrespondível da ditadura, graças à iniciativa de dom Paulo e do pastor Jaime Wright, que promoveram uma devassa nos arquivos da Justiça Militar. Analisaram o conteúdo de mais de um milhão de páginas de processos políticos. A anistia ainda evita que torturadores paguem por seus crimes. Mas, graças a esses dois pastores, não se apagarão da memória brasileira o terror de Estado e o sofrimento de milhares de vítimas. Dom Paulo Evaristo Arns rezou, com a vida, a oração de São Francisco de Assis, adaptada aos nossos tempos: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver… repressão e pobreza, que eu leve liberdade e justiça”.


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# DOENÇAS DE VERÃO

De qualquer FORMA, seguimos com VOCÊ

Informação e prevenção Fotos: M. Scalco

As temperaturas elevadas proporcionam condições ideais para a ocorrência de diversas enfermidades. José Ribamar Branco, infectologista, explica que o calor e a umidade facilitam a proliferação dos vírus e bactérias responsáveis pelas doenças de verão, mas atitudes simples ajudam na prevenção. Insolação - Ocorre mediante exposição prolongada a ambientes quentes e secos, envolvendo geralmente contato direto com o sol. O distúrbio provoca um mal-estar generalizado, febre alta, pele avermelhada e seca, pulsação acelerada, falta de ar, enjoos, tonturas e possíveis desmaios. Para evitar, tomar bastante água e usar protetor solar. Desidratação - É quando o corpo perde, de forma excessiva, líquidos e sais minerais. Isso pode acontecer por meio de transpiração excessiva, diarreia ou vômitos. Quando desidratada, a pessoa sente sede intensa, fica com os olhos, mucosas e boca secas, passa longos períodos sem urinar e aumenta a irritabilidade. Para evitar, é importante consumir líquidos frescos (três litros por dia), alimentos leves, vestir-se com roupas leves e ficar, preferencialmente, em ambientes com sombra e arejados. Micoses - Infecções dermatológicas causadas pela proliferação de fungos em algumas partes do corpo. As partes afetadas são geralmente as mais quentes e úmidas; como pés e axilas. As regiões comprometidas pelas micoses apresentam coceira, irritação, vermelhidão e ressecamento. Uma forma de evitá-las é manter as dobras do corpo higienizadas e secas, não compartilhar toalhas e calçados e não andar descalço em ambientes públicos, como piscinas e vestiários. Intoxicação alimentar - Podem ser bacterianas ou virais e normalmente são causadas por ingestão de comidas mal conservadas ou higienizadas. Provocam náuseas, diarreias e vômitos. Para prevenção, comer carnes e peixes bem cozidos, higienizar os vegetais, manter alimentos perecíveis sob refrigeração e reaquecer bem as sobras. Ribamar Branco lembra que, caso os sintomas destas ou de outras enfermidades apareçam e se intensifiquem, é necessário buscar cuidados médicos, sempre evitando a automedicação.

www.correioriograndense.com.br A credibilidade de sempre também na internet

Todos nós queremos a mesma coisa: seguir na direção de um futuro melhor RESPEITE A SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

Calor e umidade favorecem a proliferação de vírus e bactérias

CR Saúde 9

Este ano de 2016 nos trouxe coisas boas e outras nem tanto, mas, acima de tudo, o ano nos ensinou a continuar olhando para frente, acreditando em dias melhores e, principalmente, em um futuro com mais oportunidades para todos.

As Empresas Randon acreditam no Brasil, porque aqui tem um povo que está sempre disposto a levantar, arregaçar as mangas e escrever uma nova história.

Que 2017 traga novas oportunidades e muito sucesso para todos!

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CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias

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CR 10 Meio Am

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# RS E SC

A colonização e o desmatamento Migração europeia, a partir de 1875, modificou a paisagem dos territórios, com impactos à flora e à fauna Por Gil Karlos Ferri * Historiador

Divulgação/Correio Riograndense

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colonização europeia do Noroeste e Serra do Rio Grande do Sul e do Oeste de Santa Catarina nos séculos XIX e XX modificou a paisagem destes territórios. Para compreender este processo, é preciso considerar que a exploração humana ocasionou a devastação da fauna e da flora destes locais, e esta história precisa ser revisada levando em conta os impactos ambientais. Apesar de estarmos habituados a analisar a natureza e os seres humanos em dois campos distintos, na verdade, eles são inseparáveis. Apesar de o contato humano com o ambiente nem sempre ser devastador, no caso da colonização nota-se que a relação do homem com as florestas foi de extrativismo e destruição. No Rio Grande do Sul, desde o início da colonização no século XIX, a floresta era utilizada como propaganda para atrair imigrantes. Com o crescimento das antigas colônias, e o interesse catarinense em ocupar as terras do interior, este mesmo processo ocorre no Oeste de Santa Catarina a partir do início do século XX. A existência de grandes florestas, principal-

Floresta de pinhais: servia de atrativo para colonizadoras fazerem propaganda das colônias do Noroeste e Serra do RS e o Oeste de SC mente de pinhais, era um dos atrativos das colonizadoras ao fazerem propaganda das colônias do Oeste Catarinense. A combinação entre matéria-prima, serrarias e mercado consumidor fazia da região um polo de atração dos colonos. A natureza era notada como algo sub-

serviente, pois, através de sua exploração, poderia gerar lucros para os proprietários das colonizadoras, para os madeireiros e para os próprios colonos. A ideia de uma natureza passiva à intervenção humana pode ser aplicada no Sul do Brasil, nos esta-

dos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, através de uma análise do período que vai de 1875 até 1970. Esse recorte temporal abrange a chegada dos imigrantes para as áreas florestais do Rio Grande do Sul no século XIX e depois a migração de seus descendentes para

o Norte deste estado e para o Oeste de Santa Catarina. A relação estabelecida entre estes grupos humanos e a vegetação da região pode ser interpretada, grosso modo, como a tentativa de dominar a natureza e obter desta as suas convenientes benesses.

O Noroeste e a Serra do RS e o Oeste de SC encontram-se no Planalto Meridional, acima da Serra Geral, com clima subtropical úmido. A maior parte da cobertura vegetal que abrange o Planalto Meridional faz parte da Floresta Ombrófila Mista (FOM) e da Floresta Estacional Decidual (FED). Estas vegetações fazem parte do bioma Mata Atlântica, ocorrendo normalmente em altitudes elevadas, com chuva durante o ano todo, afastada das influências marítimas e, no caso da FOM, caracterizada pela presença do pinheiro-brasileiro (Araucária angustifólia), espécie de alto valor econômico e paisagístico. Juntamente com a FOM e a FED, associa-se a vegetação secundária e a atividade agrícola. Assim, a necessidade de expansão das lavouras e a exploração vegetal tornaram as áreas florestais cobiçadas. Além das migrações do RS, a ocupação do Oeste de SC deu-se pelo deslocamento do excedente das fazendas instaladas nos campos de Palmas, Erê, Irani e Lages. A devastação foi acelerada com o estabelecimento das colônias de

Foto Geremia/Acervo Liana Guerra Acorsi/ Divulgação/CR

Exploração vegetal marcou a economia do Oeste catarinense e da Serra gaúcha

Araucária: era espécie de alto valor econômico. Na foto, serraria de Luiz Guerra, Caxias do Sul, 1929 imigrantes e migrantes, que viam a floresta como empecilho para as suas lavouras, além de extraírem a madeira como fonte de renda. A cobertura vegetal do RS e de SC foi reduzida intensamente na primeira metade do século XX, resultado, principalmente, da ocupação e exploração ocorrida no interior destes estados. A história do povoamento da região Sul pode ser compreendi-

da em três fases. Primeiro, o índio povoava o território. Depois, com a chegada dos ibéricos, nota-se a miscigenação entre índios, espanhóis, portugueses e luso-brasileiros, originando o caboclo. Por último, o estabelecimento de ítalos e teutos pela colonização no início do século XX. O processo de ocupação, e depois de expansão dos campos de cultivo, não se deu de forma sustentável para a floresta.

Afinal, era nela que se localizava o interesse primário de riqueza, desde a extração das melhores madeiras, deixando a área aproveitável para a agricultura, até a efetiva produção de gêneros agrícolas. A floresta servia de chamariz para as empresas colonizadoras venderem as terras. A região foi notada como promissora. Através da colonização e exploração dos seus recursos naturais, poderia tra-

zer ganhos econômicos aos governos, empresários e colonos. Dentre os destinos dos produtos exportados em meados do século XX, a Argentina era o país que mais comércio tinha com Santa Catarina; e, por sua vez, a indústria madeireira era a que mais atendia a esse mercado. A exploração vegetal marcou a economia da região Oeste de Santa Catarina, destacando-se na venda de pinheiros para a Argentina, sendo o rio Uruguai utilizado para o transporte da madeira em balsas ao país vizinho. Grande parte da madeira que era extraída no Rio Grande do Sul e Santa Catarina era exportada. A importância econômica da exploração vegetal foi notável no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina até, ao menos, a década de 1970. Nas décadas de 1970 e 1980, a quantia de lucro obtida com a venda da madeira reduzia paralelamente com a redução das florestas. No final do século XX a atividade de reflorestamento foi incentivada pelos governos estaduais, porém, com árvores exóticas, visando novamente o lucro, e não a reparação dos ecossistemas.


as do Sul, 21 de dezembro de 2016

mbiente

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Áreas florestais descaracterizadas Foz do Chapecó/Div/CR

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importância atual das discussões teóricas, a produção de conhecimento no tema, o envolvimento coletivo e, por fim, a preservação das florestas refletem um processo histórico do qual somos “infelizes herdeiros”. Em um período de aproximadamente 60 anos, entre 1940 a 2000, a redução da área original de florestas no Sul do Brasil foi estimada em 66,8%, de 37,61 milhões de hectares para 12,47 milhões/ha, com a maior redução no PR, 71,1%, seguido por SC (68,6%) e RS (49,9%). O ecossistema da Floresta Estacional Decidual está ameaçado pela construção de hidrelétricas na bacia do Rio Uruguai. A população ainda não criou uma generalizada consciência ecológica – fator que seria determinante para guiar as futuras ações que desencadeassem impactos ambientais. Após a extração de boa parte das madeiras utilizáveis, iniciaram-se as leis de proteção à floresta. Até hoje continua a luta pela criação de Unidades de Conservação (UCs) e políticas para acabar

Estudo da história ambiental

Foz do Chapecó: hidrelétricas no rio Uruguai ameaçam Floresta Estacional Decidual com a derrubada e manter o pouco da floresta que resta, principalmente com pinhais, no RS e SC. As áreas de florestas do Noroeste e Serra do RS e Oeste de SC, assim como o resto do Brasil, perderam irreversivelmente suas características originais. As iniciativas de reflorestamento com árvores nativas e a criação de UCs ainda não são suficientes para

recuperar a fisionomia original das regiões ocupadas por imigrantes europeus. O desenfreado crescimento econômico buscou sempre o ganho imediato, sem compreender a fauna e a flora como elementos indispensáveis à vida. Entretanto, ao observarmos os anseios de hoje, faz-se necessária uma nova configuração do raciocínio social proporcionada pela crítica histórica.

A aceleração das mudanças no uso da terra, com a agricultura predatória e o desmatamento sem controle, causam grandes problemas para o equilíbrio ambiental, afetando de forma direta a vida no planeta. Por essas e outras questões justifica-se a importância do estudo da História Ambiental. Compreender a interação humana com o meio é entender a importância das florestas e perceber que a vida depende de maneira intrínseca do ambiente circundante. Deste modo, faz-se necessário o entendimento da ação humana de outrora não apenas pela questão da memória, mas sim pelo aspecto conscientizador que a história possui. Ao historiador cabe investigar o processo de exploração aplicado à floresta em determinados

momentos da história e, observando este processo como uma ação devastadora, o momento atual carece de um estudo sistemático acerca das causas e consequências desta relação estabelecida entre o homem e o ambiente. É competência do historiador localizar e utilizar de maneira sistemática as fontes que até então, por vezes, foram esquecidas ou negligenciadas por pesquisadores de outras áreas do conhecimento. Os historiadores não são “senhores da memória”, são apenas um pequeno – e importante – segmento da memória coletiva. Cabe ao historiador certa responsabilidade ética sobre a memória social naquilo que ele produz. Sendo assim, a História pode influenciar de maneira atuante as ações da sociedade e sua relação com o meio ambiente.

* Este artigo foi produzido através das pesquisas realizadas pelo autor no projeto “A natureza dominada: ocupação e desmatamento no Rio Grande do Sul e no Oeste de Santa Catarina (1875-1970)”, coordenado pela profa. dra. Eunice Sueli Nodari na Universidade Federal de Santa Catarina entre 2010 e 2012, e contou com apoio financeiro do CNPq e da FAPESC. Gil Karlos Ferri é bacharel e licenciado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestrando em História na Universidade Federal da Fronteira Sul

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# GESTÃO AMBIENTAL E TERRITORIAL

Integração lavoura-pecuária-floresta

população mundial deve passar de 9 bilhões de habitantes nos próximos 30 anos, segundo as Nações Unidas. Atualmente, há um pouco mais de 7 bilhões. Entretanto, a equação fica mais complexa quando se sabe que há 850 milhões de pessoas – ou 12% do planeta – que ainda passam fome. É um horizonte de desafios, mas também de possibilidades. “Tenho certeza de que não dá para pensar em resolver o problema de alimentar essa população toda sem pensar no Brasil”, crava o diretor-presidente nacional da Cargill, Luiz Pretti, à frente de uma das maiores indústrias de alimentos do país. Porém, o país precisa superar-se para suprir a demanda que cresce em ritmo exponencial. Além de sucessivas safras em crescimento, o Brasil tem área livre de pasto a ser explorada. O país pode facilmente duplicar a produção de alimentos sem destruir “uma única árvore”, apenas com tecnologia de confinamento de gado aproveitando essas áreas para plantio de grãos. O sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é a principal ferramenta rumo ao futuro. De acordo com os dados da

Paulo Kurtz/Divulgação/CR

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Brasil pode facilmente dobrar a sua produção de alimentos sem derrubar ‘uma única árvore’

No RS: a área com adoção de sistema abrange 11,5 milhões de hectares; o Rio Grande do Sul se destaca com 1,4 milhão; Santa Catarina, com 680 mil hectares Embrapa Meio Ambiente, ocorreram consideráveis incrementos na adoção de sistemas ILPF nos últimos anos. Entre os pecuaristas, apenas nos últimos cinco anos, o aumento foi de 10%. Entre os produtores de grãos, o crescimento tem sido de 1% a cada cinco anos.

Eficiência - Resultados mostram alto nível de adoção tecnológica com consequentes benefícios associados à melhoria da eficiência dos sistemas produtivos e de sua capacidade adaptativa aos possíveis efeitos negativos da mudança do clima. A pesquisa diagnosticou a adesão dos produ-

tores rurais à intensificação produtiva sustentável com sistemas agrícolas integrados. O avanço significa o incremento da capacidade adaptativa dos sistemas produtivos diante dos desafios impostos pela mudança do clima, além de potencializar ganhos biológicos e econômicos

decorrentes do aumento da eficiência dos sistemas produtivos. O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e integrante da Rede de Fomento ILPF, Ladislau Skorupa, salienta que a estratégia de ILPF é flexível, podendo ser adotada por pequenos, médios e grandes produtores.

Atualmente, a área com algum tipo de adoção de sistema ILPF no Brasil abrange 11,5 milhões de hectares. Os estados que se destacam em área de adoção são Mato Grosso do Sul, com 2 milhões de hectares; Mato Grosso, com 1,5 milhão; Rio Grande do Sul, 1,4 milhão, que se destacou também como o estado com maior número de propriedades participantes de alguma das modalidades; Minas Gerais, 1 milhão, e Santa Catarina, com 680 mil hectares. No âmbito dos produtores rurais com atuação predominante na pecuária e que adotam a estratégia, 83% utilizam o sistema de integração lavoura-pecuária (ILP), (9% ILPF, 7% integração pecuária-floresta (IPF) e entre os produtores de grãos, 99% adotam o sistema integração lavoura-pecuária (0,4% ILPF e 0,2% ILF). Entre os produtores cujo foco predominante é a pecuária, os principais fatores motivadores para a adoção do sistema foram a redução de impactos ambientais, entendida como preocupação de adequar ambientalmente a atividade diante das pressões

Gabriel Faria/ Divulgação/CR

Sistemas reduzem impactos ambientais e incrementam a produtividade dos grãos

Integração: lenha de eucalipto colhida em experimento de ILPF após primeiro desbaste com quatro anos de plantio da sociedade e dos mercados e estão diretamente relacionados o interesse dos pecuaristas na re- ao aumento da produtividade e cuperação das pastagens. ao incremento na resiliência dos sistemas produtivos com conseGrãos - Já entre os produto- quente diminuição dos riscos fires de grãos, os principais fa- nanceiros na atividade. tores que justificaram a adoção Maurício Lopes, presidente da

Embrapa, destaca que o Brasil é um dos poucos países no mundo com grandes extensões de terras com aptidão para uso agrícola sustentável, produzindo, no mesmo espaço, grãos, proteína animal, fibras, bioenergia e, em

futuro próximo, biomassa para uso bioindustrial. O sistema pode se tornar o líder global em intensificação baseada em tecnologias poupa-recursos, de baixa emissão de carbono e em ganhos na produtividade da terra. “Os dados revelados pela pesquisa mostram que a agropecuária nacional está em sintonia com as demandas globais por mitigação e adaptação à realidade de mudanças climáticas, ao Código Florestal e ao novo padrão de consumo definido por uma sociedade cada vez mais engajada nas causas ambientais”, conclui o Presidente da Embrapa. Sem parar - Para os pesquisadores, esse é um momento ímpar, protagonizando a terceira revolução da agricultura tropical, por meio dos sistemas integrados de produção. A primeira foi a utilização do plantio direto, que potencializou o uso da terra, e num segundo momento, os agricultores introduziram o plantio da segunda cultura - a segunda safra anual. Agora é a era da ‘agricultura sem parar’, que potencializa a produção pelo regime de sucessão de culturas.


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# BIOSSEGURIDADE

Lagoa do Peixe: o RS está no eixo de aves migratórias, por isso a importância de manter a vigilância investigação”, alerta Guilherme Marques. Segundo Marques, o Brasil vem fazendo trabalho contínuo de prevenção à gripe aviária, que também oferece risco à saúde humana. Com o alerta, o acesso às granjas (pessoas, animais e veículos) ficará mais rigoroso. Além disso, será intensificado o treinamento das equipes de

veterinários. O Mapa também já comprou materiais e equipamentos para situações de emergência e revisou os planos de contenção da doença. Sítios - O território brasileiro tem 20 sítios (locais) de monitoramento da entrada das aves migratórias, com vigilância ativa para influenza aviária e doença Secs/Divulgação/CR

inistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) emitiu alerta sanitário, na sexta-feira 9, por tempo indeterminado, para intensificar as ações de defesa destinadas a prevenir a entrada da gripe aviária no país. Não é a primeira vez que o Mapa emite este tipo de alerta, porque a doença é ameaça permanente no mundo. Por ser livre da gripe aviária, o Brasil precisa redobrar seus esforços para proteger a sanidade de seus planteis de aves. De acordo com o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, os setores público e privado deverão aplicar medidas mais rígidas de controle dos planteis. “A maior preocupação são as aves migratórias, que vêm ao país para fugir do inverno no Hemisfério Norte”, observa. “Todos os integrantes da cadeia produtiva devem estar conscientes do risco e preparados para enfrentá-lo. Qualquer mortalidade alta de aves deve ser imediatamente informada ao serviço veterinário oficial, a fim de que os veterinários possam estar na propriedade num prazo de até 12 horas para começar a

Divulgação/CR

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Ações previnem a entrada da gripe aviária

Defesa avícola: o alerta sanitário é por tempo indeterminado

# CAMPOS DE CIMA DA SERRA

Queijo serrano é regulamentado Uma tradição de mais de 200 anos nos Campos de Cima da Serra foi finalmente reconhecida no Rio Grande do Sul. O queijo artesanal serrano agora possui legislação própria, que trata da sua produção e comercialização, aprovada pela Assembleia Legislativa na terça 13. Para o proponente do projeto, o deputado Vinicius Ribeiro, a aprovação representa o coroamento do trabalho de uma década da Emater/RS, em parceria com os sindicatos e produtores. “É uma segurança à produção e comercialização e reconhece a história

deste processo centenário”, disse Ribeiro. Para Jaime Ries, zootecnista e assistente técnico estadual em leite da Emater, o reconhecimento oficial do queijo serrano, fabricado com leite cru, dá segurança para o produtor investir na produção. “Com essa garantia, projetamos para 2017 a formalização de 50 microqueijarias, a serem legalizadas nos 16 municípios que compõem a região delimitada dos Campos de Cima da Serra para Queijo Artesanal Serrano, que abrange cerca de 1.500 produtores”, ressalta Ries.

de newcastle em aves domésticas residentes ao redor de 10 km desses locais. Nesses lugares também há vigilância passiva para as aves migratórias/silvestres. Pelo menos 197 espécies de aves podem migrar. Desse total, 53% (104 espécies) se reproduzem no Brasil e 47% (93 espécies) têm sítios de reprodução em outros países.

Patogenicidade pelo mundo Conforme registro no Sistema Mundial de Informações de Saúde Animal (WAHIS) da OIE observa-se, de forma contínua e persistente, a ocorrência de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em diversos países. Particularmente quanto à situação na Europa, destaca-se a ocorrência do vírus cepa H5N8 em aves silvestres e também em alguns plantéis comerciais e de subsistência. “Neste sentido, solicita-se adoção de medidas para reforçar as ações de vigilância, bem como a manutenção adequada dos sistemas de biosseguridade já implantados”, alerta a diretora do Departamento de Saúde Animal, Valéria Burmeister Martins. Fontes - As principais fontes de infecção dos focos notificados à OIE em aves comerciais ou de subsistência têm sido por contato com aves silvestres infectadas. Dessa forma, faz-se necessária maior atenção quanto ao isolamento dos plantéis em conformidade com o disposto na instrução normativa nº 56, de 4 de dezembro de 2007.

Fundesa reforça alerta para influenza aviária O Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul (Fundesa) alerta sobre a importância de dar maior atenção aos cuidados com a biosseguridade das granjas. “O controle de trânsito nas propriedades é algo que o produtor nunca deve descuidar”, afirma o presidente do Fundesa Rogério Kerber. A entrada restrita de pessoas e veículos nas propriedades é apenas uma das medidas para garan-

tir a sanidade dos plantéis. Além disso, são ações fundamentais a limpeza das instalações, troca de roupas para ingresso nas áreas de produção e a manutenção de telas antipássaros e cercas em boas condições para evitar o ingresso de aves migratórias e animais domésticos nas granjas. O Brasil nunca registrou casos de influenza aviária. Apesar da situação positiva do país, o Rio Grande do Sul está no eixo de aves migratórias da América do

Norte, por isso a importância de manter a vigilância. As aves podem ser vistas em locais como a Reserva do Taim e na Lagoa do Peixe. Em todos os locais, o estado gaúcho mantém permanente vigilância sanitária. “Sanidade animal é responsabilidade de todos. Além dos médicos veterinários dos serviços oficial e privado, o avicultor também tem papel indispensável nos controles internos”, afirma Rogério Kerber.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

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Loterias LOTERIA FEDERAL 17/12/2016 1º .............................36.390 2º .............................84.213 3º .............................43.867 4º .............................69.182 5º .............................25.760 QUINA Concurso 4256 28 – 38 – 41 – 49 – 57 Concurso 4257 15 – 22 – 45 – 48 – 64 Concurso 4258 03 – 05 – 27 – 43 – 49 Concurso 4259 27 – 50 – 55 – 69 – 71 Concurso 4260 46 – 51 – 64 – 66 – 71 Concurso 4261 19 – 32 – 41 – 43 – 44 LOTOFÁCIL Concurso 1447 01 – 03 – 04 – 05 – 08 11 – 12 – 13 – 17 – 18 19 – 21 – 22 – 24 – 25 Concurso 1448 01 – 03 – 04 – 05 – 06 08 – 12 – 13 – 16 – 18 19 – 21 – 22 – 23 – 24 Concurso 1449 01 – 03 – 04 – 05 – 06 07 – 08 – 09 – 11 – 15 16 – 20 – 22 – 23 – 24 MEGA-SENA Concurso 1885 07 – 14 – 18 – 23 – 32 – 59 Concurso 1886 03 – 07 – 15 – 40 – 45 – 54 LOTOMANIA Concurso 1719 21 – 39 – 40 – 43 – 63 – 66 – 68 70 – 72 – 73 – 76 – 77 – 80 – 87 90 – 91 – 94 – 95 – 97 – 98

Associação Reserva do Vale

Aniversário João Smaniotto comemorou seus 93 anos felizes de vida, no dia 13 de novembro de 2016, ao lado de seus 9 filhos, genros, noras, netos, bisnetos e demais familiares, em Seara (SC). João acompanha o Correio Riograndense há mais de 40 anos como agente e, atualmente, como assinante. Natural de Aratiba (RS), foi casado com Oliva Ceriolli Smaniotto (in memoriam). Desejamos que papai do céu o proteja e derrame suas bênçãos. Parabéns!

COVENTYA QUÍMICA LTDA.

CONFIDOR

CNPJ Nº 04.405.220/0002-37 // NIRE Nº 432.065.156-72 CONVOCAÇÃO

Em conformidade ao disposto no Artigo 11 do Contrato Social, convoco os Senhores Quotistas desta Sociedade para a Reunião dos Sócios, a ser realizada na sede da Sociedade, sita na cidade de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, na Rua Jacob Luchesi, nº 4852, CEP 95032-000, Bairro Santa Lúcia, às 14:00 horas, do dia 17 de janeiro de 2017, a fim de discutirem e deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA: 1) Deliberar sobre a eleição do Conselho Consultivo da Sociedade; 2) Deliberar sobre a correlata Alteração do Contrato Social, afim de refletir a possível eleição do Conselho Consultivo, conforme item acima, bem como Consolidar o Contrato Social, para que possa refletir todas as demais alterações contratuais levadas a efeito anteriormente, em especial a nova composição da Diretoria e a alteração de endereço e objeto social das filiais sitas em Diadema-SP e Sumaré-SP e 3) Outros assuntos de interesse social. Caxias do Sul, 01 de dezembro de 2016. BRUNO AVELINO MATTANA - Diretor Presidente.

SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO E CALÇADO DE CAXIAS DO SUL E REGIÃO BASE TERRITORIAL: Caxias do Sul, Antônio Prado, Bento Gonçalves, Cotiporã, Flores da Cunha, Fagundes Varela, Guabejú, Ipê, Nova Roma do Sul, Protásio Alves, São Jorge, São Marcos, Santa Tereza, Veranópolis, Vila Flores e Nova Prata. EDITAL DE CONCORRÊNCIA PÚBLICA 001/2016 O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário e Calçado de Caxias do Sul e Região, torna público aos interessados, que fará realizar procedimento licitatório na modalidade CONCORRÊNCIA PÚBLICA, maior lance ou oferta em conformidade com o art. 103º do Estatuto Social e demais regulamentos pertinentes, às 14h do dia 23 de janeiro de 2017, em sua sede localizada na Rua Pinheiro Machado, 1640 – 2º andar, centro - Caxias do Sul/RS, ocasião que estará recebendo os envelopes contendo os documentos de habilitação e respectivas propostas para ALIENAÇÃO do Imóvel rural localizado na Linha Júlio de Castilhos em Veranópolis/RS, com denominação de Parte do Lote Rural Número 11, com área de 25.000,00m² de terras sem benfeitorias. O preço mínimo para lance é de R$ 120.000,00. O Edital com a sua integra, está à disposição dos interessados na sede do Sindicato, e no site: www.sindvest-caxias.com.br. Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016. Jandir Zaccaria - Presidente

ASSOCIAÇÃO ANTONIANA CALENDÁRIO ANTONIANO

VIAGEM COM A ASSOCIAÇÃO ANTONIANA

Aos seis dias do mês de fevereiro de dois mil e dezesseis às onze horas no Condomínio Reserva do Vale, em Caxias do Sul/RS, reuniram-se seus associados e fundadores, para tratar da dissolução e extinção desta associação, pois não é mais de interesse de nem um dos associados a sua continuidade. Diante da inexistência de patrimônio e valores não caberá nem uma restituição ou divisão. O Sr. Alan Joni Siqueira, associado presidente, manterá sob sua guarda os livros e documentos, conservando na forma e prazo da lei. Encerrados os trabalhos, inexistindo qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que foi lida e aprovada por todos.

COVENTYA QUÍMICA LTDA.

CONFIDOR

CNPJ Nº 04.405.220/0002-37 // NIRE Nº 432.065.156-72 CONVOCAÇÃO

Em conformidade ao disposto no Artigo 11 do Contrato Social, convoco os Senhores Quotistas desta Sociedade para a Reunião dos Sócios, a ser realizada na sede da Sociedade, sita na cidade de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, na Rua Jacob Luchesi, nº 4852, CEP 95032-000, Bairro Santa Lúcia, às 14:00 horas, do dia 1º de fevereiro de 2017, a fim de discutirem e deliberarem sobre a seguinte ORDEM DO DIA: 1) Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar o Balanço Patrimonial e demais demonstrações financeiras, correspondentes ao exercício social de 2015/2016; 2) Deliberar sobre a destinação do resultado do exercício; 3) Deliberar sobre possível distribuição de lucros, fixando-se-lhes os respectivos critérios aplicáveis; e 4) Outros assuntos de interesse social. Caxias do Sul, 12 de dezembro de 2016. BRUNO AVELINO MATTANA - Diretor Presidente.

CASAMENTOS

SERVIÇO NOTARIAL E DE REGISTROS DE SANTA LÚCIA DO PIAÍ MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL-RS Rua Rosa Franciosi Giordani, nº 110, Sala 03 - Distrito de Santa Lúcia do Piaí CEP 95.130-000 - Telefone/Fax: (54)3266-1286 Daniela Bellaver - Registradora Civil Comunica que pretendem contrair matrimônio, as seguintes pessoas: Edital nº 852 IURI BONATO BRISOTTO e JÉSSICA DILL Se alguém souber de algum impedimento, oponha-o no prazo e na forma da lei. Caxias do Sul - RS, 05 de Dezembro de 2016 Daniela Bellaver - Registradora Civil

EDITAL DE CITAÇÃO DE INTERESSADOS, AUSENTES INCERTOS E DESCONHECIDOS – USUCAPIÃO 5ª Vara Cível – Comarca de Caxias do Sul - Prazo de: 30 (TRINTA) dias. Natureza: Usucapião – Processo: 010/1.14.0035328-9 (CNJ:. 006615423.2014.8.21.0010). Autor: Moises Andre Antonioli e outros. Objeto: DECLARAÇÃO de domínio sobre o imóvel a seguir descrito: IMÓVEL: “Um lote rural, localizado na região da fazenda dos Ilhéus – Criúva, no município de Caxias do Sul, com área de 7,4080 ha e perímetro de 1871,44m. Adquirido de Luiz Machado dos Reis, através de Escritura Pública de cessão de direitos usucapiendos, lavrada no Tabelionato e Registro Civil de Ana Rech, no livro n°, 18-CD, folhas 154, sob número 3.281 e escritura de re-ratificação lavrada no cartório de Vila Seca, em data de 28/07/2000. A área constante na referida escritura, 64.920,00 m², na verdade é de 74.080,24 m², conforme petição inicial e memorial descritivo”. Prazo de 15 dias para contestar, querendo, a contar do término do presente Edital (Art. 232, IV, CPC), sob pena de serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pelo (s) autor (es). Caxias do Sul, 14 de novembro de 2016. SERVIDOR: Jucelda Inês de Castilhos Lucena. JUIZ: Zenaide Pozenato Menegat.

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIÁRIO - COMARCA DE CAXIAS DO SUL SERVIÇO DE REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS DA 1ª ZONA

CASAMENTOS

Fone: 3226-7980 ROBERTO RUSCHEL DA SILVA - Oficial Registrador do Registro Civil das Pessoas Naturais da 1ª Zona. FAZ SABER, que por este Serviço, habilitaram-se ao casamento as seguintes pessoas: (Editais nº 29.570 ao 29.582)

22ª peregrinação: Grupo Antoniano no Monte Nebo, Jordânia Período: 3 a 15 de maio de 2017 A 23ª Peregrinação da Associação Antoniana já está marcada. Em maio, mais um grupo visitará a Itália e a Terra Santa. A viagem é uma oportunidade de enriquecer o conhecimento acerca do cristianismo. Ainda há vagas para a próxima peregrinação. Aproveita e participa! Informações: (54) 3226-2211, com Letícia

- MÁRCOS ADRIANO NAVARRO E RUTH BORGES DA CRUZ - LEANDRO LINDEMANN MORALES E MARLI DAS CHAGAS PAPROSKI - RONALDO ALVES VIEIRA SILVA E EDINÉIA MARIA COSTA BARBOSA - MARCELO ROSA DE ALMEIDA E HELLEN KAROLLYNLY SANTOS MAGALHÃES (CÓPIA) - RAFAEL BERTOLDO E ANDRESSA MODESTO DA SILVA - NILTON ANTUNES DOMINGUES E FLÁVIA FERREIRA DA SILVA - EDUARDO CLAMER E VANESSA SUSIN DE SOUZA - DANIEL RIBEIRO RODRIGUES E MARILAINE DARÉ - VOLMIR SPIDO E JULIANA APARECIDA GOMES - SILVANO MARQUES MACIEL E JÉSSICA MACHADO DA ROSA - RODRIGO SILVA DOS SANTOS E MÁRCIA CRISTINA DE BRITO - VERGILIO CARVALHO DOS PASSOS E MARTA LIMA DE QUADROS - SINISA RADOVCIC E ANDREZZA GARCIA *SE ALGUÉM SOUBER de algum impedimento, oponha-o no prazo e na forma da lei. Caxias do Sul, 19 de dezembro de 2016 ROBERTO RUSCHEL DA SILVA Oficial Registrador


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

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CR Variedades 15

# RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

Maquiagem não dispensa proteção

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Protetor solar com coloração facilita dia a dia, pois prepara a pele para receber outros cosméticos Fotos Divulgação/Correio Riograndense

ma rotina que não deve ser dispensada é a da proteção solar, especialmente em época de maior exposição à radiação. Muitas mulheres, porém, têm dúvidas de como aliar o protetor ao uso de maquiagem. A dermatologista Flávia Ravelli afirma que é possível conciliar a preservação da pele com a beleza e dá dicas. Segundo ela, o protetor solar com coloração é uma alternativa que ajuda bastante a mulher que deseja se maquiar. “Além dos filtros convencionais presentes nos protetores dito comuns, ele tem um pigmento chamado óxido de ferro, responsável pelo efeito de base”, explica. “Um só produto protege a pele de queimaduras, envelhecimento e manchas; ajuda a disfarçar imperfeições e já deixa a mulher com a pele preparada para receber os outros cosméticos”, completa. Há também bases com proDica: é possível conciliar saúde e beleza. Primeiro, aplica-se o filtro solar, depois a maquiagem teção contra a radiação UVA e UVB – e batons - que agem mente mais leve que a base, útil à sequência correta para a aplica- gienizada com um sabonete, em da mesma forma e também são para quem deseja um efeito mais ção do protetor solar junto com seguida aplicar hidratante ou o outros produtos dermatológicos. creme da manhã (clareador, anboas opções. A diferença é que o “dia a dia”. A médica orienta ainda quanto “Primeiro, a pele deve ser hi- tirrugas), depois o protetor solar protetor com coloração é geral-

e, por fim, a maquiagem”, ensina. Entre a aplicação de um produto e outro, é importante aguardar alguns minutos para que cada um seque bem. Desta maneira, facilita espalhar cada um deles e evita grãozinhos, deixando a pele mais uniforme, esclarece Flávia. A aplicação do protetor solar, seja com coloração ou não, segue a regra da colher de chá, ou seja, para a região do rosto e pescoço deve-se usar o corresponde a essa medida para ter uma boa cobertura. A médica lembra ainda que o protetor deve ser utilizado em todas as áreas expostas. “No dia a dia, as roupas funcionam como barreira à radiação, e não há a necessidade de usar o filtro nas partes cobertas, mas orelhas, pescoço, colo, braços e dorso das mãos são muito negligenciados e acabam sendo esquecidos”, alerta Flávia. “Como resultado ocorre envelhecimento dessas regiões, com surgimento de vasos, manchas, rugas, flacidez; e, claro, possibilidade desenvolvimento do câncer de pele, após anos de exposição dessas áreas sem proteção”, conclui.

# LIVRO

Obra da Tudo em Grãos valoriza alimentos naturais

al Pont

mplantação da ia/UCS/Icif. Gastronomia/ 8. Diretora do a Universidade Formação ronomia, com ADF) (França) Ecole Hôtelière m 2008 e 2009. ospitalidade e Turismo - do 9 a 2011. Gastronomia omovidos pela e for Foreigners a). Azeite de Oliva onal Extravirgin Itália). ela Federazione atori Ristoratori a). da International il Agency. os para mídias stronomia. alimentação e tronomia.

A Tudo em Grãos, loja especializada na venda de produtos naturais a granel, lança o livro "Nós amamos grãos: propriedades, usos e receitas". A publicação, primeira experiência editorial da empresa, reúne informações, curiosidades e 64 receitas preparadas com grãos, farinhas, sementes, frutas secas e especiarias. O livro oferece pratos quentes, sobremesas, bolos e saladas que se distanciam das receitas tradicionais pelo contraste de sabores e por sua fácil preparação. Todos foram testados e fotografados para a publicação.

A autora do livro, a especialista em gastronomia Maria Beatriz Dal Pont assina as receitas e conta com a participação de convidados como a foodblogger Patricia Zucco e o padeiro Rodrigo Gomes. A obra tem 240 páginas, tiragem de 3.000 exemplares e fotos do Studio MZ Manu Zatti e Gene Toscan. O projeto gráfico e as ilustrações são da Epic! Aventuras Criativas. A venda do livro, a R$ 35, ocorre nas lojas da rede Tudo em Grãos, em Caxias do Sul, Farroupilha, Carlos Barbosa, Bento Gonçalves, Gramado e Passo Fundo.

Receitas

Burger Brasil/Divulgação/CR

Sugestões para ceia de ano novo

Lombo suíno com cuscuz marroquino

Ingredientes: ¾ xícara de margarina; 1 lombo de porco; ½ xícara de vinagre de vinho branco; ½ xícara de vinho branco seco; ½ xícara de água; 1 cebola picada; 4 talos de cebolinha picada; 1 colher (sopa) de alho picado; 1 pimenta-dedo-de-moça picada; 1 colher (sopa) de mel. Cuscuz: 1 e 1/3 xícara de cuscuz marroquino; 1 e ¼ sachê de caldo de galinha; ½ xícara de ameixas secas picadas; ½ xícara de damascos secos picados; 1 xícara de uvas-passas pretas e brancas; ½ xícara de castanhas-do-pará grosseiramente picadas; 1 xícara de nozes grosseiramente picadas; 6 cerejas glaceadas; 3 dentes de alho picados; ½ cebola picada; 1 colher (sopa) hortelã picada; 2 colheres (sopa) de salsa picada; sal e pimenta-do-reino a gosto. Modo de fazer: em uma vasilha, misturar todos os ingredientes da marinada. Temperar o lombo de porco e deixar tampado, na geladeira, de um dia para o outro. Retirar da geladeira e colocar

em uma assadeira com metade da margarina indicada. Cobrir com papel-alumínio e levar ao forno preaquecido à temperatura de 150°C por cerca de 2h a 2h30, sempre regando com a marinada. Retirar o papel-alumínio, cobrir com os resíduos da marinada, pincelar o mel, acrescentar o restante da margarina e assar tempo suficiente para dourar. Em um recipiente, colocar o cuscuz, regar com o caldo fervente e deixar descansar por dez minutos. Com a ajuda de um garfo, soltar o cuscuz e misturar com o garfo até ficar cozido. À parte, misturar as frutas. Em uma panela, levar a margarina para aquecer. Acrescentar o alho, a cebola e deixar fritar até ficar transparente. Adicionar as frutas secas, as nozes e, por último, o cuscuz. Misturar bem, temperar a gosto e adicionar as ervas. Servir como acompanhamento do lombo fatiado. Rende cinco porções.

Pavê de chocolate crocante Ingredientes: 1 e ½ xícara de margarina; 1 e 1/3 xícara de leite; 3 colheres de (sopa) de conhaque; 20 unidades de biscoito champanhe; 9 unidades de pé-de-moleque; 1 xícara de açúcar; ½ lata de leite condensado; 1 xícara de cacau em pó. Modo de fazer: com o auxílio de uma batedeira, na velocidade máxima, bater a margarina por dois minutos. Sempre batendo, juntar o açúcar, o leite condensado em fio e, por último, às colheradas, o cacau, até obter um creme liso e fofo. Desligar a batedeira e reservar. Em um recipiente, misturar o leite e o conhaque. Reservar. Para montar o pavê, molhar os biscoitos, um a um, na mistura de leite e conhaque. Arrumá-los, lado a lado, em uma travessa funda. Espalhar uma camada generosa do creme de cacau por cima, cobrindo todo o biscoito. Repetir a operação e levar para a geladeira por no mínimo duas horas. Enquanto isso, preparar a cobertura. Colocar o pé-de-moleque em um saquinho e com a ajuda de um rolo de massa quebrá-lo em pedaços de tamanho médio. Reservar. Na hora de servir, retirar o pavê da geladeira, cobrir com o crocante de amendoim e servir gelado. Rende 12 porções.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

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CR Sabe -Tudo 16

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Você sabia?

2017

Verde de esperança

• Sono cíclico: todo mundo já ouviu a expressão “eu já estava no quinto sono”. E não é que isso existe mesmo? Ele tem cinco fases, que ocorrem em ciclos de, aproximadamente, 90 minutos. A ideia de dividir o dia em três e ter oito horas para dormir é uma herança da Revolução Industrial e não funciona para todo mundo. Para alguns, seis horas dormindo são suficientes e para outros, nove, por exemplo.

Palavras Cruzadas PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

enery representa a procura por mais natureza dentro de casa: ao escolher esse tom nas paredes ou em objetos, se permite o frescor vindo de fora para dentro. No contexto psicológico, a matiz melhora a autoestima, reduz a ansiedade e eleva a consciência do ambiente ao redor. Já na moda, serve como harmonizador entre tons muito diferentes. Falando em moda, como aconteceu em temporadas anteriores, o greenery tingiu algumas passarelas de verão 2017, como a da Emilio Pucci, Michael Kors e Balenciaga. Em 2013, a coloração escolhida foi o radiant orchid; o verde esmeralda foi eleito em 2014; o marsala, em 2015 e o rose quartz, em 2016.

Acusar; delatar Advérbio de lugar Diminuição da dor

Apelido de "Tatiana" Substância alucinógena

Substância que afia a linha da pipa Conjunção aditiva (Gram.) Declaração de inocência dada pelo juiz

Amada de Sansão (Bíblia)

Letra do infinitivo O oposto de "proa"

Profissional de turismo Em (?) de: em favor

Personagem como Dengoso (Lit. inf.) Ave negra considerada agourenta Nanda Costa, atriz brasileira

Bebida preferida dos piratas (Lit.)

Glória Perez, autora de novelas Status do Viva Rio Saldar a dívida

O grande rival de Jerry (TV) Preparado para assumir um cargo

"(?) de Março", sucesso da MPB Possuir Ato de triturar o café

Metal amarelo usado em joias

Produto da transpiração A (?): sem rumo Vogais de "zoo"

Conservar em tempero marinho

Uma das formas de decotes

Quadronegro escolar

(?) o paletó: morrer (bras.)

# SONO

Frequência de rádio mais popular

As Nações Unidas (sigla)

O lugar vazio; desabitado

Baixa luminosidade causa sonolência

BANCO

8

Divulgação/CR

Solução A R D E L A N C Ã O O R V T O O M O U A R M O

Todas as pessoas, em algum momento do dia, ou da noite, são acometidas de um gesto que demonstra sono e cansaço: o bocejo. Mas isso não acontece somente antes de ir dormir ou na hora de despertar. Uma longa palestra, um filme que parece nunca chegar ao fim ou uma viagem extensa também são um convite a fechar os olhos e navegar. Essas circunstâncias geram algumas dúvidas: por que o sono aparece em situações chatas? O que acontece com o organismo para que as pessoas comecem a bocejar? O corpo humano tem uma imensa variedade de hormônios que atuam 24h por dia, na regulagem das mais variadas funções. A sensação de sono, por exemplo, tem relação com duas substâncias: a adenosina e a melatonina. Elas atuam no organismo humano como reguladoras do sono e são estimuladas, principalmen-

Material do LP Relativo (abrev.)

M V U N C I L O N T A T I A L I L I D L V I Ç U I A O N G P A P A G E M A E S R O N U B O T O A E R

para a necessidade de renovação da esperança, a Pantone quer dar sentido às palavras derivadas de “re”. “Sabemos o tipo de mundo que estamos vivendo, que é muito estressante e muito tenso”, comenta Leatrice Eiseman, diretora executiva do Instituto. “Esta é a cor da esperança e da nossa ligação com a natureza. Ela remete ao que chamamos de palavras “re”: regenerar, refrescar, revitalizar, renovar”, aponta. A cor escolhida retrata o início da primavera, quando a natureza começa a se renovar e o verde, a brotar. Protagonizada pelo renascimento e a conexão com o meio ambiente, quer trazer a segurança tão buscada em tempos difíceis. No universo da decoração, gre-

Laço do escoteiro

N E N R O O D U R S O G P A R O A L G U A U S

R

egenerar, refrescar, revitalizar, renovar é o desejo do ser humano quando chegam as festas de fim de ano. Diante de um corre-corre frenético, ficar de pés descalços num gramado ou admirar uma paisagem parece o paraíso. Pensando nisso, a Pantone lançou a cor que deve ser a tendência para 2017: o greenery: verde musgo misturado com amarelo intenso, patenteado com o nome de “Pantone 15-0343”. Desde 2000, a empresa escolhe um pigmento que reflete o clima cultural atual. No ano seguinte, essa cor influencia as tendências em diversos nichos de mercado, dentre eles a moda, o design, a alimentação, o turismo, dentre outros. Com um olhar especial

© Revistas COQUETEL

Penalidade decorrente do avanço de sinal Dia após dia

D C E Z E M A B R P O T E M S A R Ç L O

Tonalidade: greenery quer incentivar sentimentos de recomeço e renovação, além de ser fonte de equilíbrio

Imperador acusado de incendiar Roma Meses do início e do fim do verão, no Brasil

3/tom. 5/corvo — lousa — pagar. 6/moagem. 7/abotoar. 10/absolvição.

Pantone escolheu coloração que deve ser tendência no próximo ano

Pantone/Div./Correio Riograndense

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Aventura pelo Egito antigo Bocejar: incidência aumenta em ambientes considerados “chatos” te, quando as pessoas estão em ambientes de iluminação precária. Por isso, quando uma pessoa está em uma aula ou palestra, ouvindo uma única voz e somente o palestrante estiver iluminado, se ela bocejar, terá ligação direta com essas enzimas.

Além disso, em momentos chatos que não despertam interesse, o nível de desconcentração aumenta. Essa falta de atenção faz com que o cérebro procure alternativas para “fugir” daquele momento e, dessa forma, dormir se torna uma das alternativas.

Em As aventuras de dona Friz: Egito antigo, os autores Joanna Cole e Bruce Degen contam história de uma professora que parte para uma aventura pela história antiga. Ela sai de férias e assume o comando de um grupo de turistas durante uma viagem. A aventura começa no momento em que se dão conta que estão no Egito antigo. Tem início, então, uma aula que ensina a construir pirâmide, além de fazer múmias. Traduzida por Ana Bergin e editada pela Rocco, a obra tem 44 páginas.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

CR Cultura 17

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Vita, stòria e fròtole

El ritorno de Nanetto Pipetta (898)

Conto de Nadal Sergio Ângelo Grando Porto Alegre - RS

E

ra una casa poverina, Solo co na porta e una finestra, Sensa vieri e la coltrina. Le parede, piene de sfese, Spartiva la luna in fetele tropo fine. Mormorar del piave. Ciaro de note argentina, pintada de stele Cantada de grili e prafumada de lirii. Vento soave come una nave, Verso matina cunando el sogno D´on putelo e na bambina. Però, i due, ociar atento. In´alcuno momento Le rene zolando Veniva portando Presinti de Nadal. Vien matina e el sole, Se spècia su le fontane. La picolina varda el presèpio E cata solo dulsi e manane... Cossi stesso, i fradei, stai contenti. Ciama la mama gritando: -El Noel ze passà e de noi, El bon veceto se à ricordà. Ma, suito, na profonda malinconia. I bambini ga visto i tositi vicini, Dugando con caretini e boneche de pano. E Giusepe, co na bicicleta fiamante! Coreva tuto importante Mostrando el suo règio regalo. -Parché cossita, mama cara Solo banane e dulsi par nantri! Se durante el ano intiero, Ghemo fato polito come i altri: Pregà e fato sempre buni ati? Tuti i giorni, insieme co’l pupà Desde el ciaro de matina, Ghemo sempre lavorà. No meritaino calcossa mèio? On caretin de quatro rode pintà E na bela puatina? - Mi cato che, quando Noel l´è rivà quà El gaveva fenio i presenti e, cossita, L’aveva solo manane e dulsi de pessiti. Ma, no sté perder la speransa, El ano che vien, co seguransa, El Noel ritornarà.

Proverbi vèneti . La campana de note ze quela che sona pi forte . La scoa nova rovina el soaio . Se guadagna el pan anca el can sgorlando la coa . Fin che i soldi dura, amighi no manca . El dèbito ze un ladro in casa . Caval che varda indrio, el ga poca voia de ndar avanti . A poca voia no manca scusa . I soldi no i ga gambe, ma i core . Per salvarse ghe vol trè robe: òcio, gamba e buso ndove scónderse . Chi canta a tola o in leto, el ze mato perfecto . Fin che ghe ze pan ntel convento, frati no i manca

Ilustração Derli Dutra, São José do Ouro (RS)

Nanetto, i capucini e la graspa

N

anetto ga ciapà una granda afession per i frati capucini, spessialmente, per Achile Bernardi, Rovìlio Costa e Arlindo Battistel, i “Trè moschetieri”. Gràssie a lori che el dialeto véneto l’è nò un sémplisse scherso intrà amici e oriundi del Vécio Stival, ma na vera gramàtica dea léngua d’Itàlia. Come se pol dir: Noi da punto sensa gropo e anca i mostra con quanti bastoni se fa na cangaia. Gera febraro, tempo de catar su ua. I capucini i fea vin e anca graspa. Nanetto gera drio giutar Achile che’l fea graspa, par dopo scaldarse ntei mesi d’inverno. El fredo gera tanto che ai frati, poreti, ghe bisognea farse na bareta de lana par coerder la testa, assar cresser la barba par scaldar la sbèssola e anca bever un trago de graspa vanti butarse do. Achile fea due sorte de graspa. Cole sarpe dela ua el fea graspa rossa e cola cana dolsa el fea graspa bianca. Un trago o sinò diese giosse rento de na cìcara de cafè no ghe zera mèio roba par scaldarse dai pié ala testa. Con quel se dormia come i angeleti in Paradiso. - Nanetto, ghe dise frate Achile, bisogno che te me porte un poc de

Eduardo Grigolo Jundiaí - SP

legna e nantra cariolada de sarpe. - Pian, Chile! Son mi solo e nò due! Ghe risponde el toso. - Sò anca mi! Alora fa prima un mestier e dopo quel’altro! Ghe dise el frate. - Go capio, signore capitan! Volea solche coionarlo! Ghe risponde Nanetto. - Orco séo! Da qua on poc finimo e te riposarè! Ghe ritruca el frate. - Frate Achile, perché el prete, quando prega messa, vense de vin e una giossa de aqua no’l mete graspa rento el càlice? Ghe domanda Nanetto, de colpo.

- Situ mato? Ghe ritruca Achile. - Saveo, fràte, na volta go visto el prete tremar come un ramo verdo, intanto che’l disea ls messa. De fredo, calculo mi. Alora go pensà: Perché, vense de vin e aqua no’l dòpera graspa? Graspa rossa e bianca, naturalmente! - Chià! Chià! Chià! De ndove ghetu tirà fora questa idea? Chià! Chià!.... E el sgorlea la pansa de tanto rìier. Mèio domandarghe a Rovìlio! Al laoro, caro mio! Achile, sensa creder, el sgorlea la testa. Nanetto ga ciapà la cariola e via far e so laoro. Dopo disnar, Rovìlio e Battistel i ghe ga spiegà tuto. Ma lu no ga assà passar l’oportunità. - Carìssimi frati, go capio tuto ben polito. Ma quande vegnarà el véscovo a questo paese ghe dirò poche e bone perché no’l ga pietà dei pori preti pì vèci, spessialmente con quei che patisse del fredo. - Calma! Calma! Te sé massa cativo! Ghe dise Rovìlio. Battistel, alora, sol ridea de quela matità!

# RECONHECIMENTO

Jornalista do Correio Riograndense recebe prêmio da OAB/RS “Dedico esse prêmio aos leitores, agentes e assinantes do Correio Riograndense”, disse Felipe Padilha ao receber a distinção de segundo lugar no 33º Prêmio de Justiça e Direitos Humanos de Jornalismo. A cerimônia de entrega foi realizada na segundafeira 12, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, em Porto Alegre (RS). Promovido pela OAB/RS e pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos, o concurso teve como tema: “Violência Social contra mulheres, crianças, idosos, negros e pobres”. Realizado

Divulgação/CR

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Reportagem: Felipe(d) escreveu sobre Justiça Restaurativa

# ENCONTROS

Família Franz

Família Battisti

Descendentes de Johann Franz, casado com Maria E. Zill/Bárbara Wammes; e Georg Franz, casado com Margarida Jung, reúnem-se em São Miguel do Oeste (SC), no dia 8 de janeiro de 2017, para o 10º encontro da Família Franz. Haverá recepção e café às 9 horas, histórico da família e missa de ação de graças às 10 horas, almoço (12h30) e homenagens, a partir das 13 horas. Confirmações até 4 de janeiro, com Elói e Vilma Franz (54) 91058778 ou 33241673, Darcisio e L´riia Klein (49) 99294383 ou 36212373, e-mail eloi_franz@hotmail.com.

A cidade de Palma Sola (SC) acolhe, dias 8 e 9 de janeiro de 2017, o 15º encontro da Família Battisti. Haverá recepção aos participantes no sábado 8, na Casa do Idoso, e jantar às 20h30. No domingo, recepção e café às 7h30, missa de ação de graças em italiano, às 10 horas, com o arcebispo de Maringá, dom Anuar Battisti, e seu mano, padre Zeca. Confirmar presenças até 5 de janeiro pelos telefones (49) 9154.4646/3652.0164, com Adriane ou (49) 9925.2042/9162.6743, com Rosane.

anualmente, o prêmio homenageia as matérias jornalísticas mais relevantes em torno do tema do respeito e observância aos direitos da cidadania. A matéria escolhida foi “Da pena doída ao diálogo libertador”, publicada no CR em 14 de setembro de 2016. A reportagem discorreu sobre a prática da Justiça Restaurativa e apresentou um balanço do custo-benefício entre manter um detento preso ou optar pela solução dos conflitos a partir do diálogo. Ao todo, foram 232 trabalhos inscritos em nove categorias, dentre as quais reportagem, rádio e TV.


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

ALDO COLOMBO

A velha e a nova agenda nvolta em papel de presentes, chegou a nova agenda. Bonita, funcional, cheia de esperanças e sonhos, como a juventude costuma ter. Ao seu lado, marcada pelo tempo e pelas lutas diárias, a velha agenda, cansada e um pouco triste por ser deixada de lado. Embora ela saiba que é amada por mim. Entre as duas, o mistério do tempo. A velha agenda nada mais é que a minha vida. Em suas páginas estão assinalados os meus fracassos, os meus pecados, as minhas omissões, as esperanças que murcharam, as sementes que não germinaram, as boas intenções que, por não terem sido realizadas, se tornaram más intenções. Mas ela guarda também páginas luminosas, momentos divinos. Lá estão os meus êxitos, minhas alegrias, os sonhos realizados, os perigos que ficaram para trás. Lá estão assinalados encontros com o Pai e encontros com os irmãos. Algumas palavras lembram momentos difíceis com final feliz: as vezes que tudo me levava a dizer “não” e A nova agenda eu disse “sim”; e as veestá totalmente zes que eu disse “sim”, tudo conspirava em branco. quando em favor do “não”. Compete a mim, A nova agenda está em meio às totalmente em branco. complicações da Compete a mim, em às complicações vida, escrever meio da vida, escrever algualguma coisa ma coisa. O passado é irreversível, é imutável. Não existe a possibilidade de rasgar algumas das folhas da agenda e da vida ou apagar o que foi escrito. Já Pilatos dizia ao povo judeu: “O que escrevi, escrevi”. Por outro lado, o passado é um mestre que merece ser consultado, embora as respostas mudem com o passar do tempo. Em cada Ano Novo renovamos nosso estoque de projetos e decisões. Se muita coisa não deu certo no ano que passou, é justo apostar todas as fichas no ano que surge. Sou responsável pela nova agenda, mesmo sabendo que ela receberá contribuições dos outros. A agenda de 2017 está também aberta aos imprevistos. Não vamos enfrentar este ano sozinhos. Deus vai continuar a amar-nos e sua graça nos ajudará a superar os momentos confusos e difíceis. Santo Agostinho lembrava que Deus promete a todos e sempre o seu perdão, mas não garante a ninguém o dia de amanhã. O escritor mineiro Fernando Sabino (1923-2004) falava de três certezas que nos acompanham: recém estamos começando, temos muita coisa a fazer e podemos ser interrompidos a qualquer momento. Cada dia é presente de Deus, é um sinal de seu amor. Com isso Ele quer nosso amadurecimento humano e divino. Os gregos falavam do “kairós”, isto é, o tempo de Deus, a passagem de Deus em nossa vida. E o tempo de Deus é hoje. Que a nova agenda nos diga isso todos os dias.

# CARDEAL ARNS

O protagonista da liberdade

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Cardeal dom Paulo Evaristo Arns faleceu em São Paulo aos 95 anos de idade

ou graças ao Senhor por ter dado à Igreja tão generoso pastor e elevo fervorosas preces para que Deus acolha na sua felicidade eterna este seu servo bom e fiel [...] e envio à Igreja do Brasil, que nele teve um seguro ponto de referência e a quantos partilham esta hora de tristeza que anuncia a ressurreição, uma confortadora bênção apostólica”. Com esta mensagem o Papa Francisco solidarizou-se com a Igreja do Brasil pela morte de dom Paulo Evaristo Arns, falecido na quarta 14, aos 95 anos de vida, 76 de vida franciscana, 71 de sacerdócio, 50 de bispo e 47 de cardeal. Dom Paulo faleceu no Hospital Santa Catarina, vítima de broncopneumonia. Milhares de pessoas passaram pela catedral da Sé, em São Paulo, onde o corpo de dom Paulo foi velado e sepultado, na sexta-feira, na cripta da catedral. A notícia da morte do cardeal repercutiu no Brasil e a imprensa internacional deu grande destaque à perda. O cardeal Arns foi um dos religiosos mais influentes do Brasil. Como São Francisco de Assis, tinha predileção especial pelos pobres e desamparados da sociedade. Lutou contra a injustiça, a hipocrisia, os abusos do poder, a truculência no período da ditadura militar, a indiferença aos sofrimentos dos pobres, dos migrantes, dos moradores das periferias. Lutou de forma incansável pela dignidade e direitos da pessoa humana, em favor dos presos políticos, dos torturados nos cárceres do Dops, pela paz. Criou a Comissão Justiça e Paz e, junto com sua irmã Zilda, a Pastoral da Criança. Foi um dos responsáveis pelo projeto Brasil Nunca Mais, depois transformado em livro com o mesmo nome, fundamental na identificação e denúncia dos torturadores do regime militar, que ajudou na queda do regime militar. Dom Paulo foi um baluarte na luta pela democracia. (Leia mais na página 8)

Rovena Rosa/Div./Correio Riograndense

Olhar diferente

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CR Igreja 18

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Estima: milhares de pessoas passaram pela catedral da Sé, na despedida ao cardeal do povo

Valores humanos e cristãos desde o berço Dom Paulo Evaristo Arns nasceu no dia 4 de setembro de 1921, no interior de Forquilhinha (SC). Era o quinto de 13 filhos do casal Gabriel Arns e Helena Steiner, descendentes de imigrantes alemães. A médica, pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, morta no terremoto do Haiti em janeiro de 2010, era uma de suas irmãs. A família preservava muito da cultura de seus antepassados, em especial a religião, fato que levou três de suas irmãs a optar pela vida religiosa e um irmão à Ordem dos Frades Menores, a mesma que dom Paulo abraçou. Paulo Evaristo Arns realizou o noviciado em Rodeio (SC), cursou Filosofia em Curitiba e Teologia em Petrópolis. Foi ordenado sacerdote no dia 30 de novembro de 1945, em Petrópolis. Depois cursou Letras na Universidade Sorbonne, em Paris. No dia 2 de maio de 1966, aos 44 anos, foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo. Adotou como lema “Ex spe in spem” (De esperança em esperança). Em 1970, Paulo VI o nomeou ar-

Indagações da fé

Div./Correio Riograndense

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cebispo metropolitano de São Paulo. Três anos depois foi criado cardeal. Como cardeal eleitor participou dos conclaves de agosto e outubro de 1978 e, como não votante, dos conclaves de 2005 e de 2013. Em 2012 tornou-se o protopresbítero do Colégio dos Cardeais, por ser aquele que há mais tempo foi elevado à dignidade cardinalícia. Exerceu o cargo de arcebispo metropolitano de São Paulo até 1998, quando renunciou, por limite de idade.

BRUNO e MÁRIO GLAAB

E-mail: freiglaab@gmail.com

Como conciliar os dois convites de Jesus: um quando pede para que se tome a cruz para segui-lo (Mt 10,38), outro onde convida a tomar seu jugo que é suave e o fardo que é leve (Mt 11,29-30)? Luis Matos, Porto União – SC

Quando Jesus pede a seus discípulos que tomem a sua cruz (Mt 10,38; Mc 8,34 etc) ele quer alertar que ser discípulo requer assumir o conflito com as autoridades religiosas e políticas como ele mesmo fez. Em vista de sua fidelidade ao Pai, aceitou ser preso, crucificado e morto. É o preço que Jesus pagou pela sua coerência e fidelidade ao Pai. Este tipo de sofrimento e morte (cruz) também faz parte da vida dos discípulos que são fiéis.

Eles encontrarão incompreensões, resistências e perseguições. Quem for fiel a Jesus e ao Pai terá de enfrentar as perseguições. Esta cruz é o preço da fidelidade dos discípulos. Em Mt 11,29-30 estamos em outro contexto. A religião judaica, principalmente como a ensinavam os fariseus, havia se tornado um peso para os pobres, pecadores, ignorantes etc (Jo 7,49). Os doutores da lei haviam resumido o Pentateuco em 613 leis que os pequenos,

pobres, ignorantes não podiam observar. Jesus passa por cima de todo este legalismo (cf. Mc 2,15; 2,23ss e 3,1ss; Jo 5,1ss; Jo 9,1ss etc). Jesus colocava o ser humano acima da lei. Logo, os pequenos, os pobres, doentes, deficientes físicos, todos tinham acesso a ele. Sua prática religiosa era um alívio para todos os que na religião farisaica estavam excluídos. O jugo de Jesus é leve. (Por frei Bruno Glaab)


CORREIO RIOGRANDENSE • Caxias do Sul, 21 de dezembro de 2016

CR Igreja 19 # CAPUCHINHOS

Província encerra celebração dos 120 anos Moacir Molon/CR

No coração da vida

LUIZ TURRA

Mais um fim de ano se aproxima

N Vila Flores: frades capuchinhos que participaram da assembleia de abertura do ano capitular, realizada em janeiro de 2014

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ara os capuchinhos do Rio Grande do Sul, o ano de 2016 foi de celebrações pelos 120 anos de presença da Ordem no estado. Inspiradas no slogan “120 anos: gratidão, paixão e esperança”, inúmeras homenagens foram prestadas nas comunidades onde os capuchinhos estão ou estiveram presentes. O encerramento das celebrações se dará em Garibaldi, onde toda essa longa história começou, dias 27 e 28 de dezembro. O encontro inicia com a assembleia de abertura do ano capitular (2017) e, no segundo dia, haverá celebração religiosa e festiva, com a presença de todos os freis e dos bispos de todas as arquidioceses e dioceses onde os capuchinhos estão presentes. No dia 27, haverá acolhida geral e abertura do encontro, pelo provincial;

palestra de frei Vanildo Zugno sobre os “120º anos de presença – elementos históricos que nos provocam hoje”; análise da conjuntura eclesial, feita por dom Itamar Vian; desafios da fraternidade capuchinha no mundo de hoje; trabalhos em grupos; plenário, eleição da equipe pré-capitular; celebração eucarística e profissão solene de frei Vandrigo Zacchi; jantar de confraternização e noite cultural. Na quarta 28, solene celebração eucarística, teatro “120 anos de presença no RS”, com artistas de Garibaldi, almoço festivo e encerramento do ano jubilar. Os pioneiros - Há 120 anos, vindos da província de Saboia, na França, chegaram à antiga colônia de Conde D’Eu, hoje Garibaldi, os dois

primeiros capuchinhos – freis Bruno de Gillonnay e Leão de Montsapey. Era o dia 18 de janeiro de 1896, data que marca a fundação da missão dos capuchinhos no Rio Grande do Sul. Vinham para atender as famílias dos imigrantes italianos que colonizavam a Serra gaúcha. Passados 120 anos, a ação dos capuchinhos, hoje, abrange missões populares, obras sociais (mais de 20 projetos), 31 paróquias, pastoral hospitalar, animação vocacional e escolas formativas, Escola Superior de Teologia, museu, gráficas, emissoras de rádio e pousadas voltadas a eventos, turismo e saúde. A província do RS, com 178 frades, também responde pela Custódia do Brasil Oeste (MT-RO), com 47 freis, e pela Delegação Provincial do Haiti, com 26 freis.

# COMUNICAÇÃO

# PORTO ALEGRE

Turra é o novo vigário episcopal do vicariato

Prêmios da CNBB

O arcebispo de Porto nio do Partenon. AtualAlegre, dom Jaime Splenmente, integra o conselho gler, nomeou na quarta 14 provincial da Província frei Luiz Sebastião Turra, dos Capuchinhos do Rio pároco da paróquia SanGrande do Sul. Além das to Antônio do Partenon, tarefas pastorais, é colucomo novo vigário episnista do jornal Correio copal do vicariato de Porto Riograndense e também Alegre. Turra substituirá o escreve para a Revista padre Cirineu Furlanetto, Família Cristã. Destacaque há três anos exercia a se também como comfunção. positor de músicas para Natural de Passo Fundo, a liturgia e pastoral. São Turra é sacerdote desde 1971. Desde mais de mil composições, 17 CDs 2007 é pároco da igreja Santo Antô- gravados e três livros publicados.

# ANO MARIANO

Encerram no dia 31 de dezembro as inscrições para os Prêmios de Comunicação da CNBB. Nesta edição, um novo prêmio está sendo apresentado para incluir trabalhos realizados exclusivamente no âmbito da internet. As três categorias: portais, sites e blogs, iniciativas nas redes sociais e aplicativos para celular. O nome do prêmio é uma homenagem a dom Luciano Mendes de Almeida, secretário e presidente da CNBB, falecido há 10 anos. Os outros prêmios são conhecidos. O mais antigo deles, o “Margarida de Prata”, concedido aos melhores trabalhos realizados no cinema completa 50 anos. Ainda serão dados prêmios de Rádio (Microfone de Prata), TV (Clara de Assis) e Imprensa (Dom Hélder Camara). Regulamento e inscrições pelo contro da imagem de Nossa Senhora http://premioscomunicacao.cnbb.org. Aparecida no rio Paraíba do Sul. A br/home. iniciativa da proclamação, aprovada pela 54ª Assembleia Geral da CNBB, # NOVA PRATA teve início no dia 12 de outubro de 2016 e segue até 11 de outubro de 2017. Após alguns meses de preparação, Para alcançar a indulgência plenária serão necessárias as condições orientados pelos padres Melchior e Conshabituais: a confissão, a comunhão e tante, 40 novos ministros extraordinários a oração na intenção do Papa durante da Eucaristia foram acolhidos na matriz peregrinação ao santuário de Apare- de Nova Prata em cerimônia presidida cida ou qualquer outra igreja a ela de- pelo bispo diocesano, dom Alessandro dicada. A cúria romana prevê condi- Ruffinoni. Eles se juntarão aos demais, ções especiais para idosos e enfermos que já atuam nas paróquias de Nova Prata e Rio Branco, totalizando mais de 100. que desejarem obter a indulgência.

Papa concede indulgência plenária aos fiéis

Os fiéis brasileiros poderão obter a indulgência plenária durante o Ano Nacional Mariano. A Penitenciária Apostólica anunciou o pedido do Papa Francisco para o reconhecimento do ano jubilar em curso no Brasil e a concessão da indulgência para aqueles que, com essa intenção, peregrinarem ao santuário nacional de Aparecida ou a qualquer igreja paroquial do Brasil dedicada à padroeira do país. Convocado pela CNBB, o Ano Nacional Mariano foi estabelecido como um tempo para celebrar, fazer memória e agradecer pelos 300 anos do en-

Novos ministros

ossa história e, dentro dela o nosso viver e conviver, tem um ritmo que cada vez parece mais acelerado. Todos se queixam que o tempo passa cada vez mais rápido. Não se sabe bem se é a idade que avança, se são as ocupações que aumentam cada dia mais e não nos deixam sentados no tempo. Enfim, começa ano e termina ano com uma rapidez espantosa. Parece que foi ontem o abraço de “Feliz Ano Novo” e já estamos nos preparando para repetir esse cumprimento. Geralmente são maiores as lamentações de que o tempo passa do que as alegrias de somarmos mais vida aos anos que se vão. E o pior disso acontece quando as pessoas, por verem o tempo correr, fogem para o vazio, achando que não adianta plantar porque não se consegue colher e nem realizar plenamente os próprios sonhos. O ritmo do tempo, mesmo acelerado, precisa ser acolhido como a mais bela peça musical que vai fazendo parte do repertório de nossos hinos. Refletindo melhor, como é importante começar e terminar o ano! Quanta gente começa e não vê o final. Quantos acidentes no percurso! Mas, também, quantas oportunidades nos são oferecidas para construir, com elegância divina, o edifício da nossa existência. chegada do fim O ritmo do deAano confirma que o tempo, mesmo caminho é irreversível. acelerado, deve Passam as horas, passam dias, passam os meses, ser como bela os passam os anos. O tempo peça musical que passa e nele nós também vai se incorporan- passamos. Porém, se os vão sendo do ao repertório calendários substituídos por outros, de nossos hinos nós continuamos passando sem substituição, porque não somos simples moradores do tempo, mas, na medida que somamos anos à vida, necessitamos somar mais vida aos anos e caminhar rumo à plenitude, na eternidade. Na cultura consumista que nos envolve, também corremos o risco de achar que, ao consumir coisas, também se possa ir consumindo com a vida. E a vida não nos é dada para ser consumida, mas para ser construída com o passar dos anos. Uma das grandes causas de frustrações e decepções humanas é ceder à tendência de tornar a vida descartável, como se o amanhã não nos cobrasse o investimento de sua qualificação. Se o passado é a herança que vamos acumulando e a escola que vai nos ensinando, o presente é a oportunidade que necessitamos administrar como um tesouro envolto em vaso de barro. Somos chamados a nos alegrar e encantar com o tesouro, porém não podemos esquecer seu cuidado para que o vaso não rompa e o tesouro se perca, irremediavelmente. Mais uma vez estamos chegando ao fim do ano. Esse fim não vem fechar as portas da vida, mas carrega consigo as chaves do novo que vai se abrir para a nossa liberdade responsável. A luz de Cristo é a mesma do passado, mas o trecho do caminho é novo para o futuro. Se cansamos com o trajeto percorrido no ano que finda, certamente não nos faltarão as energias do Espírito para renovar o nosso vigor no empreendimento de uma nova jornada.


# CAXIAS DO SUL

CR

Correio Riograndense

PARA USO DOS CORREIOS

Caxias do Sul 21 de dezembro de 2016

■ MUDOU-SE ■ CEP ■ DESCONHECIDO ■ NÃO EXISTE Nº INDICADO ■ RECUSADO ■ FALECIDO ■ INFORMAÇÃO ESCRITA PELO ■ AUSENTE PORTEIRO OU ■ NÃO PROCURADO SÍNDICO ■ END. INSUFICIENTE

comercial@jornalcr.com.br I publicidade@jornalcr.com.br I facebook.com/jornalcr

Natal na Praça atrai 12.000

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___

___/___/___

João Carlos Romanini/CR

D

RESPONSÁVEL

Palavras

Além dos freis e sacerdotes, obras sociais dos capuchinhos estiveram presentes urante quase dez horas, mais de 12.000 pessoas passaram pela Praça Dante Alighieri, na quarta 14, para receber a bênção dos freis capuchinhos. A 13ª edição do Natal na Praça reuniu 25 frades que atuam em Caxias do Sul e os noviços que residem em Marau (RS). Durante o dia, sacerdotes do clero diocesano também abençoaram os fiéis. Na abertura do evento, promovido pela Rádio São Francisco e Correio Riograndense, dom Alessandro Ruffinoni agradeceu aos capuchinhos e ao poder público. O vice-prefeito, Antonio Feldmann, prestigiou o evento. A ação contou, ainda, com integrantes das obras sociais mantidas pelos freis, que distribuíram lembranças de Natal e fizeram apresentações. A novidade deste ano, foi a presença da Ordem Franciscana Secular. Além de receber a bênção, os participantes puderam levar para casa uma prece de Natal para ser feita em família. O Natal na Praça 2016 encerrou com show de Acústicos Vianna.

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“A graça de Deus não esquece ninguém nem se regula por crachás” “Generosidade não é dar, mas dar-se, assim como Cristo se deu a todos nós” “Eu gostaria de ser lembrado como o amigo do povo” “As grandes esperanças moram em horizontes distantes e ainda desconhecidos” “O que mais endurece o coração é a ambição”

Bênção: debaixo de sol forte, milhares de pessoas se dirigiram à Praça Dante Alighieri para um momento de oração e fé

Frases de DOM PAULO EVARISTO ARNS, cardeal brasileiro falecido na quarta 14 aos 95 anos

Igreja no mundo

Temas das próximas JMJ Vaticano divulgou no final de novembro os temas das próximas Jornadas Mundiais da Juventude que serão realizadas em 2017, 2018 e 2019 – esta última, em âmbito internacional, no Panamá. Os temas escolhidos pelo Papa Francisco têm como foco Maria. “Grandes coisas fez por mim o Onipotente” (32ª JMJ, 2017, âmbito diocesano), “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus” (33ª JMJ, 2018, âmbito diocesano) e “Eis aqui a serva do Senhor. Façase em mim segundo a tua palavra”, será o tema da 34ª JMJ, em 2019, no Panamá.

Ato terrorista deixa 25 mortos em igreja do Cairo “Nossos mártires e o ato do vítimas do atentado terrorista martírio em si se unam ao céu perpetrado no domingo 11 de e elevem o nosso coração até dezembro, durante missa na aqueles que já estão lá, e de lá, igreja São Pedro e São Paulo intercedam por nós”. Assim o de Botrosiya, no conjunto de patriarca copta-ortodoxo Ta- edifícios eclesiásticos adjacenwadros II se pronunciou na tes à catedral copta-ortodoxa homilia dos funerais das 25 do Cairo, Egito. Khaled Desouki/AFP/CR

Teto de igreja desaba Pelo menos 160 pessoas morreram no sábado 10, em Uyo, sul da Nigéria, devido ao teto de uma igreja evangélica, ainda em construção, que desabou sobre centenas de fiéis reunidos durante um culto de consagração do fundador, Akan Weeks. No norte do país três pessoas morreram e 11 ficaram feridas depois de dois atentados terroristas. Duas meninas, de 7 e 8 anos, acionaram os explosivos numa feira de Maiduguri. No dia anterior, 45 pessoas morreram numa feira em Madagali. Essas tragédias são geralmente obra do Boko Haram, que desde 2009 causou 20 mil mortos.

Ruínas: igreja copta-ortodoxa do Cairo, destruída por um ataque suicida Homem bomba de 22 anos foi responsável pelo atentado As forças policiais do Cairo ligado ao Estado Islâmico, e identificaram como Mahmud atribuem a matriz do atentado Shafik Mohamed Mostafa, de à pista jihadista. No entanto, as 22 anos, o jovem camicase res- duas maiores siglas jihadistas ponsável pelo atentado suicida ativas no Cairo, o movimencontra a igreja. Ele seria afilia- to Hasam e o grupo Liwaa al do do Wilayat Sinai (Estado Thuwrah, condenaram o viodo Sinai), um grupo egípcio lento ataque.

Nem bombas impedem celebração do Natal na Síria A cidade de Aleppo, na Síria, celebrem o Natal daqui a quatro está marcada pelos bombardeios dias. Padre Pier Jabloyan, salequase diários que destroem, aca- siano nascido em Aleppo, disse bam com muitas vidas e, por à agência ACI que as pessoas fim, obrigam as pessoas a aban- vivem cada dia como se fosse o donarem seus lares. Entretanto, último e ninguém sabe se acorisso não impedirá que os cristãos dará vivo no dia seguinte. O sentido cristão em plena guerra Padre Pier Jabloyan, junto com Natal não é algo comercial, com outros missionários salesianos, roupas, jantares e presentes, decidiu continuar em Aleppo, mas uma festa ligada à vida das mesmo sob contínua “chuva de pessoas, porque para nós basta bombas e mísseis”. Conforme o participar da missa no dia 24 de sacerdote, uma das coisas “mais dezembro, saudar os outros e ver belas da guerra (e haverá beleza que mais um ano estamos vivos. na guerra?) foi descobrir o senti- Nesta guerra feroz, isso já e Nado do cristianismo”. “Para nós, o tal”, comentou. Fé, apesar das bombas Aleppo, segunda maior cidade para socorrer e ajudar as pessoas. da Síria e lugar onde se concen- “Apesar das bombas, procuratrava o poder econômico do país, mos manter um ambiente de fesé a que mais sofre com a guerra e ta. No ano passado, no oratório os bombardeios entre grupos re- dos salesianos, as pessoas se saubeldes, o exército do presidente davam enquanto no lado de fora Bashar Al Asad e as forças russa, continuavam os bombardeios. norte-americana e turca. Mesmo E nós dizíamos Feliz Natal. O assim, várias congregações re- Senhor realmente nasceu para ligiosas permanecem na cidade nós”, conclui padre Jabloyan. Cemitério profanado Um cemitério cristão na aldeia mosteiros, igrejas e até mesquide Kfar Yassif, na região da Ga- tas frequentadas pela população lileia, foi profanado por desco- árabe sofreram vandalismo por nhecidos no dia 1º de dezembro. parte de grupos extremistas juFrases blasfemas foram escritas deus. Em outubro vândalos enem árabe nas tumbas, lápides e traram na basílica da transfiguparedes externas. Desde 2012 ração e jogaram hóstias no chão.


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