Revista Suinos e Cia Ed. 31

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Sanidade Tabela 1. Diferenças das descargas vulvares fisiológicas e patológicas Descargas vulvares Fisiológicas

Patológicas

Pró-estro e estro

Infecções do trato genital (endometrites; metrites; cervicite; vaginite)

Após Inseminação artificial / Monta Natural

Infecções do trato urinário (cistite; pielonefrite)

Durante gestação

Abscessos vulvares

Pós-parto

Traumatismos (sangue)

vulvares dificultando, desta forma, o diagnóstico e resolução do problema. É comum as secreções serem eliminadas de forma intermitente, em pouca quantidade e por poucos minutos. A secreção pode cair no piso ripado e ser removida junto com a urina e fezes, passando despercebida pelo funcionário. A observação do problema pode ser dificultada se as fêmeas ingerirem as secreções do piso ou vulva de outras fêmeas (comum em alojamento em baia) ou deitarem sobre a descarga vulvar (fêmeas alojadas em gaiolas). Portanto, o funcionário deve fazer uma avaliação das fêmeas de forma cautelosa, tendo o cuidado de observar a vulva, também o períneo e a cauda das fêmeas, além das instalações e do piso. Contudo, é importante salientar que, em certas situações, a infecção pode não apresentar sinais clínicos visíveis, permanecendo oculta aos olhos dos funcionários.

a bexiga, onde se instala causando em infecção. O diagnóstico presuntivo pode ser feito por meio da observação dos animais durante a micção, sendo esta uma boa ferramenta no auxílio ao diagnóstico. As alterações que podem ser observadas são: dor durante a micção, ocorrência de grumos no final da micção, odor fétido e aspecto turvo da urina. Outra possibilidade de diagnóstico é o uso de fitas reagentes disponíveis no mercado. Estas fitas para análise da urina indicam pH, nitrito, proteínas, sangue e sedimentos. Por fim, para diagnóstico definitivo, deve-se realizar a coleta de material para exame bacteriológico, a fim de fazer a contagem do número de unidades formadoras de colônias (UFC), identificar os agentes envolvidos e realizar o antibiograma.

Agentes envolvidos Os principais agentes envolvidos são Escherichia coli e Actinobaculum suis. A E. coli faz parte da microbiota do trato urogenital e fecal dos suínos. No entanto, em condições adequadas, pode se tornar um agente oportunista e causar infecções. Já o A. suis é encontrado na microbiota do divertículo prepucial sem causar danos ao macho. Em rebanhos com problemas de infecção urinária, observa-se elevado número de porcas com falta de apetite, emagrecimento progressivo, aumento dos índices de morte súbita de matrizes, descarga vulvar purulenta, urina turva (podendo haver presença de pus ou sangue no final da micção), redução no desempenho reprodutivo (aumento de ocorrência de retornos ao estro, redução na taxa de parição, redução no número de leitões nascidos por porca) e aumento na taxa de descarte de matrizes. A hipertermia que ocorre durante o processo de bacteremia pode levar às falhas reprodutivas, devido aos transtornos circulatórios ocasionados no estroma uterino. Além disso, o processo inflamatório desencadeado provoca a liberação de substâncias endógenas, entre elas a Prostaglandina F2α, que tem

Cistite A infecção urinária, também conhecida como cistite é a penetração e multiplicação bacteriana na bexiga. A infecção pode ocorrer por duas vias distintas: via descendente (hematógena) ou via ascendente (vulva). Pela via descendente, os rins são atingidos por microrganismos patogênicos oriundos de uma septicemia e, por meio dos ureteres, chegam à bexiga juntamente com a urina. Já na via infecção ascendente, que é a forma mais comum, o agente penetra no trato urogenital através da vulva, atinge o meato urinário e pela uretra alcança Ano VI - nº 31/2009

A cistite pode ser adquirida por duas vias, a descendente ou ascendete, isto se deve a penetração e multipicação da bactéria na bexiga.

Suínos & Cia

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