Edição 81 | Ano 11

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ed ito r ia l

Cenário empreendedor Edison Araújo Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do sebrae/ms

A vontade quase inata de empreender dos brasileiros e a percepção da oportunidade de negócio destacam o Brasil mundialmente com a maior taxa de empreendedorismo: 34,5%. Os dados são da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada em março. O País está quase oito pontos percentuais à frente da China, o segundo colocado no ranking, com taxa de 26,7%. Três em cada dez brasileiros adultos possuem empresa ou estão a ponto de iniciar o próprio negócio. Metade deles abriu as portas há menos de três anos e meio, período que coincide com o aumento de formalizações pelo MEI e a melhora do ambiente legal no Brasil, na qual citamos a criação e ampliação do Supersimples - regime simplificado de cobrança de tributos para micro e pequenas empresas. Mais mudança em 2015 dá vigor ao cenário empresarial, como veremos nesta edição do Jornal Conexão matéria sobre programa do Governo Federal para simplificação no fechamento de empresas, que deve alcançar, apenas no MS, mais de cinco mil empresas que estão sem movimentação desde 2004. E como ter um negócio é o terceiro maior sonho nacional – também segundo a GEM –, as próximas páginas discorrem sobre empreender no sistema de incubação; aborda os desafios para o empreendedor nos próximos meses com 10 dicas de sobrevivência e conta como manter e resgatar clientes custa menos do que atrair novos. Entre outubro de 2014 e janeiro deste ano, foram ouvidos empreendedores sul-mato-grossenses, clientes e não clientes do Sebrae, e a instituição é a primeira a ser lembrada espontaneamente por 66% dos entrevistados quando pensam em ajuda às pequenas empresas. Dos entrevistados, 99%, afirmaram conhecer ou já terem ouvido falar do Sebrae.

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual: EDISON FERREIRA DE ARAÚJO • Diretor Superintendente: Cláudio George Mendonça • Diretora TÉCNICA: Maristela de Oliveira França • Diretor DE OPERAÇÕES: Tito Manuel S. B. Estanqueiro • Entidades do Conselho Deliberativo: AMEMS, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Faems, Famasul, Fecomércio, Fiems, Fundect, sepaf, UFMS e Sebrae • Gerente Unidade de Marketing e Comunicação DO SEBRAE: Henrique Fracalanza Alves Corrêa • Projeto Gráfico: Futura Publicidade e Propaganda • Produção, Arte e Diagramação: Editora Visão • Tiragem: 12mil exemplares • Reportagem: CELSO BEJARANO E OSVALDO JÚNIOR • Edição: Janaína Mansilha • INFOGRÁFICOS: CAROLINE LIMA • Sebrae-MS: Avenida Mato Grosso, 1661 - Campo Grande, MS - CEP: 79002-950 - conexao@ms.sebrae.com.br - Fale Conosco: 0800 570 0800. agência sebrae de notícias/ms (asn): www.ms.agenciasebrae.com.br . edição online: www.m s.se br a e .com. br /con ex ao


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ESTUDO

O primeiro a ser lembrado Sebrae é o nome mais citado por 66% dos empresários

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Sebrae é o nome mais lembrado quando o assunto é ajuda no desenvolvimento de pequenas empresas. A instituição foi citada espontaneamente por 66% dos empreendedores sul-mato-grossenses entrevistados entre outubro de 2014 e janeiro deste ano. Os empresários, ouvidos na pesquisa, atribuíram ao Sebrae-MS nota média de 8,34. Em resposta à pergunta “qual o primeiro nome que lembra quando pensa em ajuda no desenvolvimento de pequenas empresas?”, dois de cada três entrevistados sul-mato-grossenses mencionaram o Sebrae. Nacionalmente, a instituição foi citada por 49% dos empreendedores. Em uma escala de zero a dez, o Sebrae-MS recebeu 8,34, nota superior à média nacional, de 8,04. Situação semelhante ocorreu com o item relativo à prestação de informações e soluções para pequenas empresas. Neste caso, a nota da instituição foi de 8,54 no Estado e de 8,37 no País. Na resposta à afirmação “o conhecimento que o Sebrae oferece aumenta decisivamente a chance de sucesso de um negócio”, a nota da entidade, em Mato Grosso do Sul, foi de 8,20. A pesquisa verificou que o Sebrae é altamente conhecido pelos empreendedores. Em Mato Grosso do Sul, 90% dos entrevistados disseram que já viram alguma propaganda da instituição. Também foi perguntado ao empresário o que ele espera do Sebrae. Em resposta a essa pergunta, 10% dos entrevistados sul-mato-grossenses disseram “ajuda”, 8% mencionaram “maior acompanhamento, suporte, apoio ou orientação”, 4% lembraram de “mais conhecimento e aprendizado” e 4% pediram “mais informações e serviços”. Outros 6% responderam que estão satisfeitos com a entidade. As entrevistas foram realizadas por telefone ou e-mail. Mais da metade dos participantes (53%) são microempreendedores (ME). Em relação ao tempo de abertura da empresa, predominaram os que já estão na atividade há sete anos ou mais (48%). Quanto à escolaridade, a maioria (38%) tem ensino superior completo.

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IN Í CIO DE NEG ÓC IO

Primeiros passos incubados e seguros FotoS: LUIZ HENRIQUE

INFRAESTRUTURA, CAPACITAÇÃO E ACESSO AO MERCADO ESTÃO ENTRE OS BENEFÍCIOS DA INCUBAÇÃO

Rosa Maria da Silva: alimentos integrais

EMPRESÁRIOs CITADOs NA MATÉRIA ROSA MARIA DA SILVA ASSOCIAÇÃO BROTO FRUTO CULINÁRIA DO CERRADO FONES: (67)9296-5492 - AV. GENERAL ALBERTO CARLOS MENDONÇA LIMA, 2251 BAIRRO SANTA EMILIA- CAMPO GRANDE-MS JOAQUIM APARECIDO CARVALHO RAFFINÉE CONGELADOS FINOS FONE: (67)3301-7771 RUA ANTONIO TEODOROWICK, 149 CARANDÁ BOSQUE - CAMPO GRANDE-MS LUIGI GALOTTO JÚNIOR WAT ENERGY SOLUTION FONES: (67)3204-2236/9264-1708 RUA EDUARDO SANTOS PEREIRA, 1743 CAMPO GRANDE-MS

Joaquim Aparecido Carvalho: petit gateau

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Luigi Galotto Júnior: roteador de energia é o carro-chefe

e uma boa ideia incubada pode brotar um empreendimento de sucesso. “A incubadora proporciona segurança ao empreendedor no início de seu negócio”, resume Irene Teodoro da Silva, responsável pelo Departamento de Fomento à Indústria, ao Comércio e Serviços da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Sedesc) de Campo Grande. Considerando o rol de serviços, o investimento é relativamente baixo. “Os empresários podem contar com instalação temporária e usar a incubadora como endereço. Além disso, recebem treinamentos, consultorias, cursos nas áreas de gestão, orientações financeiras, jurídicas e contábeis, têm acesso ao mercado, participam de feiras, realizam visitas técnicas, fazem contatos com fornecedores, compradores

e agentes de fomento”, enumera Irene. Em Campo Grande, há quatro incubadoras municipais: Mário Covas (segmento de confecções), Norman Edward Hanson (setor de alimentos), Francisco Giordano Neto (empresas de tecnologia) e Zé Pereira (artesanato em geral). Os serviços variam de acordo com as três modalidades existentes: pré-incubação (assessoria por três meses no plano de negócio), incubação residente (com uso da infraestrutura da incubadora) e à distância (destinada a empresas que já contam com espaço físico). As taxas têm valores diversos (veja tabela no fim desta matéria). Na incubação residente, também há, para as empresas de tecnologia, a alternativa de uso coletivo de salas de 70 m². “É uma opção mais econômica”, informa Irene. O montante é até 66% menor que


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o valor pago pela utilização individual de salas do mesmo tamanho. Além das municipais, existem, ainda, as incubadoras universitárias, que auxiliam empresas inovadoras que desenvolvem produtos ou serviços resultantes de pesquisa científica. Em Mato Grosso do Sul, há três, sendo duas em Campo Grande e uma em Dourados. Nas incubadoras universitárias, as taxas também são diversas. Na Pantanal Incubadora Mista de Empresas (PIME), da UFMS, por exemplo, os valores mensais variam de R$ 10 (primeiro ano) a R$ 20 (terceiro ano) o metro quadrado. Ajudando a crescer Combinada ao desempenho dos empreendedores, a incubação pode proporcionar crescimento considerável. É o caso da Associação Broto Fruto Culinária, da Raffinée Alimentos e da Wat Energy Solution. A Associação Broto Fruto – formada, na maior parte, por mulheres agricultoras – começa a ganhar o mundo por meio da partilha da experiência com empreendedoras estrangeiras. Em março, a presidente da entidade, Rosa Maria da Silva, apresentou os produtos – alimentos integrais feitos com frutos do Cerrado – durante evento em homenagem ao mês das mulheres, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). “Foram dez dias de

evento e havia cerca de nove mil mulheres de 39 países”, detalha. Na ocasião, Rosa foi convidada para apresentar a experiência da associação a mulheres egípcias. Também há viagem marcada para Milão, na Itália, onde será realizada, ainda no primeiro semestre deste ano, a maior feira gastronômica do mundo.

“A incubadora proporciona segurança no início de seu negócio” Em relação à incubação, Rosa avalia que está sendo fundamental para o desenvolvimento do negócio da associação – o grupo ocupa uma sala na incubadora Norman Edward Hanson. “Antes, a gente não tinha infraestrutura e não conseguia acessar as linhas de crédito”, disse a presidente. A Raffinée Alimentos, do empresário Joaquim Aparecido Carvalho, também contabiliza avanços consideráveis. O ne-

gócio, que tem como carro-chefe o petit gateau, está incubado na modalidade residente. “Por um espaço como este, eu iria pagar, fora da incubadora, um valor pelo menos cinco vezes maior”, compara Carvalho. Além do menor custo, Joaquim destaca entre as vantagens a participação em feiras, o que tem ajudado a Raffinée a expandir mercado e destinar os doces a outros estados. “Aumentamos a produção. Estamos produzindo hoje a média de mil peças por dia”, contou, lembrando que, no início da atividade, fazia 20 doces diariamente e os oferecia em portas de bancos, lojas e outras empresas. Tecnologia O engenheiro eletricista e professor universitário Luigi Galotto Júnior, sócio da Wat Energy Solution, também contou, nos primeiros passos de seu negócio, com ajuda do sistema de incubação. A empresa está finalizando um roteador de energia, cujo projeto teve início no período em que estava instalada na PIME. “Devemos finalizar esse produto, que é o nosso carro-chefe, no segundo semestre deste ano”, estima o empresário. Ele conta que o roteador, que armazenará energia, possibilitando sua devolução para a rede, já desperta interesse de consumidores de outros países. “Estamos em negociação com clientes da Índia”, comemora.

Estão abertos editais para seleção de empresas que pretendem participar do sistema de incubação em Campo Grande. As propostas devem ser entregues em cinco cópias impressas e uma em versão eletrônica, acompanhadas de documentos diversos. Os editais estão publicados no Diário Oficial do município (Diogrande) do dia 24 de fevereiro deste ano.

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SIMP LI F I CAÇÃO

Menos burocracia para as empresas PROGRAMA FACILITA A VIDA DO EMPRESÁRIO NA HORA DE ENCERRAR ATIVIDADE

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s medidas para desburocratizar o fechamento de empresas, anunciadas em fevereiro pelo governo federal, começam a ser adotadas em Mato Grosso do Sul. De acordo com o presidente da Junta Comercial do Estado (Jucems), Augusto César Ferreira de Castro, o volume de documentos foi reduzido pela metade e o tempo médio do procedimento diminuiu em cinco vezes. As mudanças fazem parte do Bem Mais Simples Brasil, programa que objetiva, de acordo com o decreto que o instituiu, agilizar a prestação de serviços públicos e melhorar o ambiente de negócio. Augusto explica que o processo de fechamento das empresas em Mato Grosso do Sul demandava tempo médio de 20 dias. “Agora são de dois a quatro dias”, compara. Ele acrescenta que, em breve, esse prazo cairá para um dia, como fora estimado pelo governo federal. Isso ainda não ocorreu, porque o sistema está em fase inicial. O processo ficou mais simples, porque o empresário não precisa mais regularizar as eventuais dívidas tributárias, previdenciárias e trabalhistas de sua empresa antes de encerrá-la. “A cobrança será feita depois, da pessoa física”, informou Augusto. Por essa razão, o empreendedor fica dispensado de apresentar quatro documentos referentes a certidões negativas de débitos e de se dirigir à Receita Federal. De acordo com a Jucems, 5.228 empresas estão sem movimentação desde 2004 em Mato Grosso do Sul. Essa situação provoca série de transtornos aos empresários. Além de continuarem

obrigados a recolher impostos, eles ficam impedidos de abrir novo negócio. Menos burocracia O analista técnico do Sebrae/MS, Júlio César da Silva, comenta que as mudanças tornam o processo de fechamento de empresas mais próximo da dinâmica do mundo dos negócios. “O empreendedor, que encerra sua empresa, pode iniciar uma nova atividade com mais rapidez e poderá focar mais na gestão do negócio. Antes, precisava passar por uma via-crúcis. E a morosidade acaba com a paciência”, avalia. Júlio lembra que a simplificação do fechamento de empresas faz parte de projeto maior, o de desburocratizar a vida dos cidadãos de modo geral. “A proposta do governo é a de tornar mais ágeis e eficientes os processos públicos”, afirma em referência ao programa Bem Mais Simples

Brasil. Nesse sentido, os diversos documentos deverão dar lugar a um cadastro único de identificação.


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O P ORTUNIDADES

Ferramenta ajuda a vender mais FotoS: LUIZ HENRIQUE

COMÉRCIO BRASIL IDENTIFICA CHANCES DE NEGÓCIOS; JÁ MOVIMENTOU R$ 3,2 MILHÕES

Mariza Domingos, empresária do agronegócio há pelo menos duas décadas

EMPRESÁRIOs CITADOs NA MATÉRIA MARIZA DOMINGOS SEMENTES PONTO ALTO FONES: (67) 3354-5555 - RUA JOÃO AKAMINe, 671 BAIRRO SANTA FÉ - CAMPO GRANDE-MS RUI MURILO GALVANINI VÓ ERMÍNIA ALIMENTOS LTDA FONE: (67)3380-0224 - AV. DOS CAFEZAIS, 1233 CONJUNTO PAULO COELHO MACHADO CAMPO GRANDE-MS

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Rede Nacional Comércio Brasil, projeto do Sebrae, envolveu no ano passado, em Mato Grosso do Sul, 91 empreendimentos e movimentou R$ 3,2 milhões. O programa foi criado como meio de unir numa mesma mesa de negociação o dono de uma micro ou pequena empresa e proprietários de grandes ou médios investimentos. Na prática, o projeto permite que um pequeno investidor vire, por exemplo, o

Gabriel, filho de Rui, negocia hoje com mercados de São Paulo e de Mato Grosso

fornecedor de produtos de um mercado de grande escala. Cabem no Comércio Brasil desde o dono de uma quitanda até um negociante de soja. “A Rede Nacional Comércio Brasil facilita o acesso e o relacionamento sustentável e efetivo entre micro ou pequenas empresas e os canais de comercialização (atacado, varejo, representante comercial e outros)”, afirmou a gestora do programa em MS, Fernanda Villalba Lopes, da unidade de soluções empresarias do Sebrae. De acordo com Fernanda, no projeto Comércio Brasil, uma rede de consultores especializados, chamados de agentes de mercado, identifica novas oportunidades de negócios e disponibiliza mecanismos para a abertura e a expansão das empresas participantes para outros estados e regiões. Para ingressar no Comércio Brasil, o chamado ofertante, no caso, um pequeno empresário, precisa atender o perfil de seu cliente, como exemplo, o dono de um mercado atacadista. Rui Murilo Galvanini criou em 1995 a Vó

Ermínia Alimentos Ltda, pequena empresa que negocia conservas e temperos. De três anos para cá, ele participa do Comércio Brasil. Antes de entrar no projeto, consultores do Sebrae diagnosticaram que a empresa dele era capaz de atender a demandas de supermercados, por exemplo. “Hoje, vendo meus produtos não só para o mercado de Campo Grande, comercializo também meus temperos e conservas para mercados de São Paulo e do Estado de Mato Grosso. Tenho feito bons negócios graças ao Comércio Brasil”, disse Galvanini. Mariza Domingos, empresária do agronegócio, há duas décadas no mercado, participa do programa do Sebrae desde 2013. Dona da Sementes Ponto Alto, empresa já consolidada no mercado brasileiro disse que a ferramenta é capaz de aumentar o “volume de vendas” e ainda manter atualizada sua “rede de relacionamento com a clientela” “É uma ferramenta [Comércio Brasil] que, além de nos dar mais credibilidade contribui com nossas vendas”, disse a empresária.


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ENERGIA

Cenário de reajustes desafia empresário Foto: moedeiro.blogspot.com.br

Aumento da conta de luz, combustíveis E OUTROS FATORES EXIGEM de empreendedores planejamento, m

Aumento da tarifa da luz prejudica, principalmente, os pequenos empresários

EMPRESÁRIO CITADO NA MATÉRIA PAULO HENRIQUE CHAVES LENDAS PUB FONE: (67) 9267-0733 AV. MATO GROSSO, 2090 - CAMPO GRANDE-MS

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aumento da tarifa de energia elétrica, associado a outras altas, desafia os empresários, em especial os que estão à frente de pequenos negócios, a planejar e executar medidas de redução de custos. A adaptação ao cenário de reajustes é fundamental para evitar elevação acentuada dos preços de produtos e serviços, alternativa que acarreta perda de competitividade e queda no movimento. De acordo com o economista Fernando Abrahão, especialista em regulação econômica do setor elétrico, o aumento real da conta de energia, acumulado desde fevereiro deste ano, chega a 48% para as empresas de Mato Grosso do Sul. “Os

empresários precisam se adaptar a essa realidade, criando mecanismos eficientes de controle para gerir esse custo”, avisa. O especialista observa que a dificuldade é maior para os pequenos negócios. “Os médios e grandes empresários têm, de modo geral, um conjunto de ferramentas de controle e eficiência dos custos. Às vezes, têm um departamento interno exclusivo para esse fim”, nota. As micro e pequenas empresas, que não contam com essa estrutura, têm, como saída emergencial, a revisão dos valores de seus produtos e serviços. “Segmentos, como sorveteria e padaria, que têm a energia como item importante no custo de produção, terão de rever seus preços”, afirma. Abrahão pondera, no entanto, que o efeito colateral da alta dos produtos é a perda de competitividade. “Caso o empresário exceda na dosagem da transferência desse custo para os preços ao consumidor, poderá perder mercado para o concorren-

te que melhor dimensionar o impacto”, adverte. A elevação acentuada dos preços e, por conseguinte, a perda de competitividade podem ser evitadas, caso o empresário adote medidas de redução do gasto com energia. O diretor da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG), Luiz Afonso Ribeiro Assumpção, afirma ser necessário, de início, verificar as instalações elétricas. Isso ajuda, conforme o diretor, a detectar eventual fuga de corrente e outros problemas que encarecem a conta de luz. “Também é importante investir em lâmpadas e equipamentos mais econômicos”, acrescenta. Esses cuidados devem ser acompanhados de transformações na rotina empresarial. “É importante mudar a cultura no consumo da energia. Por exemplo, apagar a luz e não deixar equipamentos ligados sem necessidade são formas de economizar”, ilustra.


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o a adotar medidas para amenizar custos

mudanças no hábito de consumo e investimentos em alternativas mais econômicas Iniciativa Paulo Henrique Chaves, proprietário do Lendas Pub, está entre os empresários atentos à necessidade de adaptação ao cenário de alta. Ele adotou um conjunto de medidas para reduzir o reflexo do reajuste da conta de luz em seus custos. O bar, que antes era aberto às 19h30, começa a funcionar, agora, às 21h30. São duas horas de economia no consumo de energia. “Além disso, estamos ligando os aparelhos de ar condicionado gradativamente, conforme vão chegando os clientes. Da mesma forma, na medida em que diminui a quantidade de pessoas, vamos desligando os aparelhos”, conta. Controle mais rigoroso no uso de equipamentos elétricos também está entre as novas práticas do bar. Nessa mudança, o empresário planeja, ainda, investir em lâmpadas mais econômicas. “Vou trocar, aos poucos, toda a iluminação por lâmpadas de led”, planeja. Cenário de altas Além do encarecimento da energia, uma série de altas impulsionou, ainda mais, os custos das empresas neste ano. O economista Sérgio Bastos lembra que houve aumento da carga tributária, com elevação de impostos e fim de subsídios para alguns setores, reajustes dos preços dos combustíveis, retirada da desoneração da folha salarial e valorização acentuada do dólar. Bastos acrescenta que a situação é agravada pela retração da economia, que reduz o consumo das famílias e fecha

postos de trabalho. “O desafio de manter e ampliar o faturamento exigirá habilidades do empresário e sintonia com o

mercado”, observa. “Trata-se do maior desafio empresarial dos últimos anos”, finaliza.


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ESTUDO INÉ DITO

Micros geram 31,9% da riqueza de MS Foto: LUIZ HENRIQUE

Conforme pesquisa inédita do Sebrae, 98% das empresas do Estado são micro e pequenas

Levantamento aponta o comércio como força fundamental na economia de MS

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s pequenos negócios geram quase um terço da riqueza produzida pelas empresas de Mato Grosso do Sul, mostra estudo inédito realizado pelo Sebrae. Conforme a pesquisa, as micro e pequenas empresas respondem por 31,9% do Produto Interno Bruto do Estado (PIB) empresarial do Estado, considerando a média de 2009 a 2011. Esse resultado supera o desempenho médio nacional dos pequenos negócios, cujo PIB corresponde a 27% do total. O levantamento considerou a soma das

riquezas geradas por empresas de todos os portes dos setores da indústria, comércio, serviços e agroindústria. O setor público e as intermediações financeiras não foram contemplados no estudo, porque, segundo explicam os técnicos do Sebrae, não há micro e pequenas empresas nesses segmentos. “O empreendedorismo vem crescendo muito no Brasil nos últimos anos e é fundamental que cresça não apenas a quantidade de empresas, mas a participação delas na economia”, avaliou o presidente

do Sebrae, Luiz Barreto, durante apresentação dos dados nacionais do estudo. Em nível nacional, os cerca de 9 milhões de pequenos negócios representam 27% da riqueza do País. Em valores absolutos, o PIB das micro e pequenas empresas brasileiras somou R$ 599 bilhões em 2011, disparada de 315% na comparação com o montante de 2001, de R$ 144 bilhões. O estudo não detalha valores absolutos por estado. No entanto, outros dados mostram que as micro e pequenas empresas de Mato Grosso do Sul se destacam em diversos indicadores. Da soma das riquezas geradas por empreendimentos de todos os portes de 2009 a 2011, 31,9% correspondem aos pequenos negócios. As empresas médias e grandes responderam, no mesmo intervalo, por 42,7% do PIB estadual. E as demais unidades produtivas representaram 25,4%. Os pequenos negócios também se destacam nas outras variáveis do estudo. De total de empresas do Estado, 99,2% são micro e pequenas. Na sequência, estão as médias (0,8%) e grandes (0,3%).

As micro e pequenas empresas têm, em seus quadros, 62,7% dos trabalhadores. Leia mais pelo QR Code (ao lado).


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REDES SO C IAIS

Empreender com a ajuda do Instagram Foto: LUIZ HENRIQUE

FACILIDADE NO COMPARTILHAMENTO DE FOTOS TORNA A REDE INTERESSANTE AOS NEGÓCIOS

EMPRESÁRIAS CITADAS NA MATÉRIA LÍVIA TOSTA BOUTIQUE DE BEAUTE FONE: (67) 9272-7272 - RUa POCONÉ, 106 jARDIM aUTONOMISTA - campo grande-MS MONICCY SIMONELLI VIGANÓ CLÍNICA MÉDICA FONE: (67) 8221-6172 - RUa CASTRO ALVES, 191 campo grande-MS

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praticidade do Instagram no compartilhamento de fotos e vídeos faz desse canal uma ferramenta interessante às micro e pequenas empresas. No entanto, o uso dessa rede social deve ser acompanhado de alguns cuidados, como adverte o especialista em marketing digital, Josué Sanches. Ele destaca algumas vantagens dessa rede. “É mais prática, mais fácil de usar e mais atrativa”, lista. “A imagem é o tipo mais eficiente de comunicação”, acrescenta em referência à facilidade proporcionada pelo Instagram no compartilhamento de fotos. Sanches enfatiza, entretanto, que são necessários alguns cuidados no uso dessa rede social. “Não se deve postar qualquer coisa. O conteúdo precisa ter relevância para o dia a dia das pessoas”, afirma. Outro equívoco, segundo Sanches, é o da especialista explica que os seguidores de perfis do Instagram são públicos segmentados, buscam informações filtradas. Esse aspecto atrai anunciantes. Por essa razão, é um equívoco, segundo Sanches, a

Lívia Tosta: qualidade vale mais que quantidade

oferta desconexa de produtos e serviços. “A troca de publicidade entre os perfis é

um erro comum. Isso afugenta os seguidores”, avisa. Vitrine Lívia Tosta, 28 anos, proprietária da Boutique De Beaute, está entre os empreendedores que sabem explorar as potencialidades do Instagram. Formada em publicidade, a empresária destaca que a qualidade é mais importante que a quantidade. “Não adianta colocar um monte de fotos se elas não forem boas”, avisa. “O texto também deve escrito corretamente”, completa. Ela acrescenta que o empreendedor precisa construir uma imagem positiva de si mesmo. “Tem que posicionar quem você é”, diz. Com essa atenção, a empresária, que tem como carro-chefe a maquiagem de noivas, consegue muitos seguidores e clientes. “Diversas pessoas chegam até mim através das redes sociais”, conta. A fisioterapeuta Moniccy Simonelli Viganó, 29 anos, também tem no Instragam uma vitrine para difundir o seu trabalho e se aproximar de seus pacientes. Em sua conta “Dicas da Semana”, ela sugere alguns pratos e receitas, que ajudam as pessoas a se alimentar melhor e, por decorrência, perder alguns quilos. Moniccy, que perdeu 15 quilos, usa a própria experiência para ajudar os seus seguidores. “Já fui procurada por empresas de alguns segmentos, como o de confecção feminina e de alimentos congelados”, conta. Mais que despertar a atenção de anunciantes, a fisioterapeuta tem atraído quantidade crescente de pacientes. “As pessoas passaram a me conhecer mais”, afirma.


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E XPANDIR O NEG ÓC IO

Franquear o que já deu certo Foto: franquiasbaratasbrasil.blog.br

PARA SER FRANQUEÁVEL, É PRECISO AO MENOS DOIS ANOS DE SUCESSO ECONÔMICO

EMPRESÁRIOs CITADOs NA MATÉRIA maysa longobardi burger & co FONE: (67) 3042-9292 av. antônio maria coelho, 3463 campo grande - ms PAULO ROBERTO DA SILVA NATURALTEM FONE: (67) 8443-6999 RUA RUI BARBOSA, 2107 - campo grande-ms marco aurélio ferreira burger & co FONE: (67) 9146-0650 avenida bom pastor, 328 - vilas boas campo grande-ms

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aysa Longobardi, dona há quase dez anos da burgueria “Burger & CO”, promoveu uma reviravolta em seu empreendimento. Há nove anos proprietário da “NaturalTem”, empresa que comercializa suplementos alimentares, Paulo Roberto da Silva Filho, está de olho num planejamento estratégico, também com a intenção de dar uma guinada em seus propósitos comerciais. Os dois empresários, de Campo Grande, tiveram ideias parecidas: rumaram pelo caminho da expansão dos negócios cujo tráfego atrai cada vez mais os empreendedores: a franquia, ou franchising. Mas tornar uma empresa franqueável requer um trâmite rigoroso: é preciso atender exigências básicas de mercado,

como atestar se o empreendimento em questão tem um diferencial competitivo, solidez financeira, reputação boa, marca reconhecida e que o negócio seja focado no cliente. Ao pé da letra, como é possível saber se uma empresa é franqueável, ou não? “A franquia nada mais é do que a expansão de um negócio que deu certo, desta forma para saber se a empresa atendeu os objetivos financeiros previstos pelo empresário, deve se esperar no mínimo dois anos de existência do empreendimento, este eu consideraria o primeiro passo”, adverte a gestora de projetos do Sebrae, Lucielle Lima. O argumento da gestora é um meio de reafirmar a norma que deve ser seguida tanto pelo franqueado quanto pelo

franqueador. Há casos de investidores que criam empresas já com a intenção de negociá-la no mercado da franquia, e aproveitar o dinheiro para investir noutras questões. Contudo, é preciso seguir o regulamento, como assinala a gestora: “empresa franqueável é aquela que comprovadamente já deu certo”. NO COMEÇO Paulo Roberto da Silva Filho, professor de Educação Física, proprietário da NaturalTem, disse que sua empresa já foi avalizada como franqueável por consultores do Sebrae. E conta que já recebeu cinco propostas de interessados na franquia. Ele gostou da ideia, vai levar adiante,


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Foto: ARQUIVO

E X PANDIR O NEG ÓC IO

Um dos ambientes da Burger & CO, na Avenida Antônio Maria Coelho; sucesso da burgueria atraiu atencao de compositor, que tornou-se o primeiro franqueador

contudo, está aguardando o melhor momento para expandir. “Já estudei e ainda estudo como funciona a franquia. Agora, por exemplo, estudo controle financeiro, de estoque, prefiro conhecer melhor essa ferramenta. Meu mercado é agressivo e exige inovação sempre, daí o cuidado antes”, disse o empresário que conduz hoje quatro lojas de suplemento alimentar, uma em São Gabriel do Oeste, outra em Corumbá e duas em Campo Grande, uma delas no Shopping Campo Grande. NEGÓCIO FECHADO Maysa Longobardi pisou o mundo empresarial tocando uma pequena fábrica de camisetas, em Campo Grande. Depois, saltou para um mercado cuja rentabilidade e sucesso eram duvidosos: preparar

lanches. Sete anos se passaram e, agora, a dona da Burger & CO, tornou-se referência no negócio ao ponto de replicar sua hamburgueria por meio da franquia. Marco Aurélio Ferreira, compositor musical, autor da melodia “Camaro Amarelo”, sucesso nacional cantado pela dupla sertaneja Munhoz e Mariano é o primeiro franqueado da Burger. “Criamos nossa empresa pela Rua Sete de Setembro, era um pequeno negócio, fazíamos os lanches e convidamos os amigos, que gostaram da ideia”, recorda Maysa. Passado o período de crer na ideia de que montar uma hamburgueria seria uma investimento que exigiria apenas a compra de uma chapa e uma porção de cadeiras de plásticos, gostou tanto do que estava fazendo no pequeno comércio montado

na Rua Sete de Setembro, que resolveu mudar de ambiente, ampliar o empreendimento. “Estava passando por aqui [Rua Antônio Maria Coelho, perto da Rua Goiás, sede da Burger] e vi uma pessoa fixando uma placa de aluguel em frente ao imóvel e disse a ela: tira, o local é meu”, relembra Maysa. Maysa e Marco Aurélio, o compositor, amigos há 15 anos, levaram uns dois anos para convencerem-se da parceria comercial. “Eu sabia que ia investir em algum negócio, alimentação era minha meta”, disse o compositor. Franquia deu certo por adotar “ambiente familiar”. Leia mais pelo QR Code (ao lado).


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C AMINHO C URTO

É mais fácil vender para conhecidos ESPECIALISTA EM PÓS-VENDA DIZ QUE CULTIVAR CLIENTES ANTIGOS É NEGÓCIO CERTO

EMPRESa CITADa NA MATÉRIA lotérica shopping campo grande FONE: (67) 8172-9331

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Foto: LUIZ HENRIQUE

o dia seguinte a uma consulta, você recebe a ligação do médico que lhe atendeu, perguntando-lhe de sua saúde, se o remédio receitado provocou o efeito desejado. A cena, muito improvável, foi usada pelo especialista em marketing, Eduardo Raslan, para dimensionar a importância do pós-venda para os pequenos negócios. Conforme Raslan, consultor do Sebrae, autor de cinco livros sobre marketing empresarial, o pós-venda é uma estratégia simples, eficiente e barata para melhorar a relação com os clientes e, por decorrência, ganhar mercado.

Gilberto gerencia há 22 anos a lotérica Shopping Campo Grande

“Trabalhar com pós-venda para verificar se os clientes estão gostando do produto ou serviço, de que forma conheceram a loja ou mesmo para solicitar críticas e sugestões, só fará com que o negócio se adeque mais rápido ao mercado”, orienta. Ele explica que a atenção maior ao consumidor decorre da inversão na proporção entre oferta e procura. “Hoje, com a demanda maior que a procura, o negócio deve atender às necessidades e desejos do consumidor. O produto ou serviço deve se adequar ao cliente”, avisa. O pós-venda se insere no conjunto de estratégias que visam contemplar esses desejos e necessidades. “Não é o único caminho, mas é, certamente, o mais barato”, assegura Raslan. “O pós-venda também é muito utilizado para reativar clientes antigos. É muito mais fácil falar do seu empreendimento para quem já o conhece

do que para um cliente totalmente novo”, acrescenta. Gilberto Valério Duré, gerente da Lotérica Shopping Campo Grande segue à risca a recomendação de Raslan. “Meus clientes se renovam claro, mas tenho uma lista de pessoas com as quais converso quase todos os dias”, confidenciou. Ele aciona os clientes sempre que as loterias da Caixa acumulam e ofertam prêmios atraentes. Daí, o gerente busca em seus cadastros antigos parceiros por já conhecer o nome e o sobrenome de quem costuma apostar quando a bolada é boa. “Faço bolões com cotas para dez pessoas e logo consigo vendê-los. Viraram [os clientes] meus amigos” afirmou Gilberto Duré, que mantém contatos com clientes fora do Estado e até do país, um deles mora no Peru. Eduardo Raslan enumera algumas situações nas quais pode ser usado o pósvenda. “Assistência ao consumidor, apoio a vendas externas, pesquisa de mercado, renovação de contatos, melhoria de pedidos, desenvolvimento de novos mercados, autorização de crédito, suporte a rede varejista e cobrança”, lista Raslan. Ele adverte, no entanto, que o empresário precisa ter cuidados para não provocar efeito negativo com o uso da estratégia. “Existe pós-venda que mais atrapalha que ajuda. Receber aquela ligação ao meio-dia da concessionária perguntando se você foi bem atendido numa escala de zero a cinco, e ficar repetindo pergunta atrás da outra, não lhe agradará em nada”, exemplifica o especialista.


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Março e Abril/2015 e dição 81 | a n o 1 1

publicação do SEBRAE-MS

BOM DE NEG ÓC IO

Boa gestão dá vitória à adega de vinhos Foto: ARQUIVO

TERRITÓRIO DO VINHO FOI TIDO COMO MELHOR POR SEGUIR MODELO DE EXCELÊNCIA

Diogo Wendling em noite de gala: sua empresa, a Território do Vinho, foi escolhida a melhor na categoria Turismo

EMPRESÁRIO CITADO NA MATÉRIA DIOGO WENDLING TERRITÓRIO DO VINHO - ADEGA GOURMET FONE: (67) 3029-8464 RUA EUCLIDES DA CUNHA, 185 JARDIM DOS ESTADOS - CAMPO GRANDE-MS

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inco anos de vida e dois prêmios nacionais, um deles concorrido por 50,9 mil empresas espalhadas pelo Brasil. A bicampeã tem nome charmoso, é campo-grandense e ambiciona outros voos. A estrela em questão chama-se Território do Vinho – Adega Gourmet, notável empresa erguida numa das mais chiques vias de Campo Grande, a Rua Euclides da Cunha. Ouvindo Diogo Wendling, um dos sócios da Território do Vinho, narrar como pensou seu empreendimento, nota-se mérito no recente título conquistado em março como melhor na categoria de ‘Ser-

viços de Turismo’ do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas (MPE Brasil). A empresa de Diogo já havia recebido troféu no ano passado por meio do Prêmio Nacional de Inovação. “O prêmio que vencemos agora não avaliou a qualidade do produto, nem a qualidade do serviço. Levou-se em conta a qualidade da gestão e, a competitividade e inovação de nossa empresa. Avaliaram, por exemplo, se adotamos no dia a dia o Modelo de Excelência em Gestão, o MEG, se estamos atuando com responsabilidade social, valorização das pessoas, geração de valor. Avaliam se a visão empresarial está disseminada entre os colaboradores. Seguimos estas práticas, por isso ganhamos o prêmio”, considera o proprietário do Território, cuja carta de vinhos já alcançou 500 rótulos. Antes de abrir as portas, Diogo disse ter ido atrás de conhecimento. Por três

anos ele estudou o que chamou de “operacional” da vitivinicultura numa uiversidade da Califórnia, Estados Unidos da América. De volta à cidade onde nasceu, em 2010, o empresário campo-grandense buscou novas ideias estudando “administração em empresa, viajando, participando de seminários aqui e no estrangeiro e ainda especializando-se em gestão financeira”, disse ele. Agora, Diogo, enólogo e o sócio pensam em levar a empresa Território do Vinho, por meio de franquia, a outras cidades com população superior a 400 mil. “Estudos têm sido feitos”, afirmou. Por fim, Diogo dá um pedaço da receita do sucesso: “que o empresário estude sempre, goste do que faça, pague bem os funcionários. Não adianta o investidor ter dinheiro e não suportar a temperatura da cozinha, por exemplo”. ANÁLISE DA GESTÃO Independente de vencer a premiação, há vantagens para o empresário apenas em participar do MPE Brasil. Isso porque todas as empresas inscritas ganham uma análise de gestão personalizada que aponta os pontos fortes e as oportunidades de melhoria.

Não há custo em participar do MPE Brasil. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até o dia 31 de julho pelo site www.mbc.org.br/mpe

www.ms.agenciasebrae.com.br


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0800 570 0800 w w w.ms. s eb ra e.co m. b r/co n exao

MERCADO

‘Inovar é invenção com nota fiscal’ QUALIDADE DE PRODUTO NEGOCIADO NÃO É MAIS PRIORIDADE NO MERCADO

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Foto: EDITORA VISÃO

té uma década atrás, o grande empresariado focava mais suas atenções na qualidade dos produtos que comercializava, apenas. Hoje, preocupar-se com o padrão dos produtos vendidos já não é prioridade dos investidores, incluindo do graúdo ao pequeno negociante, porque a qualidade das mercadorias virou exigência básica na hora de se fechar uma operação comercial. Agora, a atenção daqueles que querem se manter fortes, competitivos, tem outro nome: inovar. Para tratar deste assunto o Conexão conversou com Renato Santos, palestrante internacional, consultor do Sebrae e empresário do setor gastronômico. Para ele, “inovar não é inventar, simplesmente”.

Inovar é inventar alguma coisa, mudar o que está pronto (e que o empresário acha que não está bom), é o mesmo que mudança? Inovar não é exatamente um sinônimo de inventar, costumamos dizer em tom jocoso que a inovação é uma invenção com nota fiscal. Significa que além de inventar você precisa ser capaz de criar algo que tenha demanda no mercado, que tenha público para o serviço que você pensou. Invenção é simplesmente criar uma coisa nova, que não existia antes. A inovação é algo criativo, novo e até que não existia antes, mas principalmente algo que tem demanda de mercado. E a mudança, tem a ver com inovação? Bom, vamos lá, sobre a mudança: nem toda mudança é uma inovação;

agora, toda inovação é uma mudança. Às vezes a mudança é feita de um jeito que não agrada o consumidor, o cliente do produto. Neste sentido, não é inovação. A inovação precisa ter mercado. Inovação está ao alcance do pequeno investidor? Existia, acho que isto está mudando, uma percepção de que a inovação é coisa para grandes empresas, que tem departamento de pesquisa e desenvolvimento, que podem gastar muito dinheiro na invenção de produtos e serviços. Inovar é trazer para o negócio um serviço novo ou melhor que antes. Dê um exemplo? Um empresário campo-grandense vai até Nova Iorque, São Paulo, ou mesmo aqui na cidade, e nota um processo novo numa empresa, recurso que ele não tem e que poderia tê-lo para contribuir

com o desenvolvimento de seu negócio. Isso é buscar uma inovação. Um dono de panificadora compra uma batedeira de bolo ou outro produto, com capacidade maior de produção, isto é inovação. Inovar, então, é a alma do negócio? Não é, mas neste momento, nesta fase, a inovação é o principal diferencial entre as empresas de sucesso. Alma do negócio continua sendo o foco no consumidor, cuidados com os números, preocupação em melhorar a receita, dominar o mapa das despesas. Neste momento o principal diferencial das empresas competitivas é a capacidade de inovar. Renato Santos, administrador com mestrado em Finanças, MBA em Marqueting, é consultor do Sebrae e palestrante internacional, e ainda empresário.


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