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Que venha 2015! Eduardo Corrêa Riedel Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do sebrae/ms

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s festas natalinas e as reflexões da virada do novo ano são incentivo para os espíritos empreendedores. Entre uma meta e outra, a partir das proposições pessoais de se renovar, em muitos casos está a de fortalecer o próprio negócio ou de se lançar no universo empreendedor. Os números do Sebrae nos dois primeiros meses do ano comprovam que o sonho de ter a própria fonte de renda ganha ares de realidade a cada virada do calendário. Em janeiro e fevereiro, normalmente, os atendimentos aumentam em média 50% em relação à média dos demais meses do ano. São pessoas que buscam informações para abrir um negócio ou expandir uma iniciativa já posta em prática. É o espírito natalino alimentando o espírito empreendedor! Empreender é investir numa ideia para torná-la lucrativa e o período de maior convivência familiar e descontração de final de ano se mostra propício para a identificação de oportunidades. Nesta última edição do Conexão de 2014 abordamos um tema pertinente para quem quer por em prática a meta do negócio próprio: começar do zero ou investir em uma empresa já aberta e promissora? Também trazemos informações sobre uma modalidade que se mostra um bom negócio: as empresas sobre duas rodas. Um bom 2015 para todos nós. Faça valer seu sonho empreendedor!

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual: Eduardo Correa Riedel • Diretor Superintendente: Cláudio George Mendonça • Diretor Técnico: Tito Manuel S. B. Estanqueiro • Diretora de Operações: Maristela de Oliveira França • Entidades do Conselho Deliberativo: AMEMS, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Faems, Famasul, Fecomércio, Fiems, Fundect, Seprotur, UFMS e Sebrae • Gerente Unidade de Marketing e Comunicação DO SEBRAE: Henrique Fracalanza Alves Corrêa • Projeto Gráfico: Futura Publicidade e Propaganda • Produção, Arte e Diagramação: Editora Visão • Tiragem: 12mil exemplares • Reportagem: CELSO BEJARANO • Edição: Janaína Mansilha • Conselho Editorial: Henrique Corrêa, Janaína Mansilha, Jorge Tadeu Veneza, Júlio César Silva, Patrícia Gasparetto, Roberta Marca e Vanessa Schmidt •INFOGRÁFICOS: CAROLINE LIMA • Sebrae-MS: Avenida Mato Grosso, 1661 - Campo Grande, MS - CEP: 79002-950 - conexao@ms.sebrae.com.br - Fale Conosco: 0800 570 0800. agência sebrae de notícias/ms (asn): www.ms.agenciasebrae.com.br . edição online: www.ms.sebrae.com.br/conexao


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NOVIDADE

Redesim chega a 22 cidades de MS PROGRAMA REDUZ TEMPO DE ABERTURA, LEGALIZAÇÃO E BAIXA DE EMPRESAS

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té dezembro deste ano 130.411 empresas de 22 municípios de Mato Grosso do Sul, por meio do projeto Integrar, estarão incluídos na Rede Nacional para a Simplificação do Registro da Legalização de Empresas e Negócios, o Redesim. Em prática, o sistema permite a abertura, fechamento, alteração e legalização de empresas em todas as Juntas Comerciais do Brasil. Para se ter uma ideia do peso da burocracia, com o Redesim em vigor, a papelada para criar uma empresa, que hoje demora em torno de dois meses, cai para oito dias. A internet é uma das aliadas do programa. “O projeto Integrar é um nome para a implantação da Redesim – que é o integrador estadual para abertura de empresa.

Hoje, o projeto já funciona em Corumbá”. Jorge Tadeu de Barros Veneza, gestor de Políticas Públicas do Sebrae, disse ainda que em Campo Grande o programa está em fase de adequação do Sistema Empresa Fácil, que tem sido desenvolvido pela própria prefeitura, para que este sistema “possa conversar com o sistema informatizado da Redesim – que chamamos de integrador estadual”. “O integrador nada mais é que uma plataforma que ficará sob a responsabilidade da Junta Comercial para a entrada de documentação de abertura, alteração e baixa de empresas”, completou Jorge. Todo o processo pode ser acessado por internet ou, se preferir, pessoalmente.

Com a implantação do sistema integrado, já em prática em 14 estados brasileiros, incluindo MS, segundo Jorge Veneza, será possível a emissão de um alvará provisório para as conhecidas atividades de baixo risco, isto é, um empreendimento que não oferece perigo para a saúde, meio ambiente, uma loja de bijuteria, por exemplo. As vistorias prévias referentes ao segmento comercial serão executadas depois da abertura da empresa. A novidade permite o funcionamento imediato do empreendimento recém-criado (de baixo risco). A regra nova será imposta em 22 cidades de MS, mas a ideia é alcançar todo o Estado até daqui dois anos, segundo o gestor do Sebrae. [ver quadro abaixo].


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agro s u s te n táv e l

Pneu velho vira base de caixa d’água Técnica é aplica em pequenas propriedades de produção agroecológica

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FotoS: arquivo PROJETO PAIS

onstruir a base de uma caixa d’água de 5 mil litros com tijolo ou concreto, para irrigar a produção, exige gasto de ao menos R$ 2 mil. Agora, caso queira poupar o bolso e, de quebra, fazer bem ao meio ambiente, o projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável, o PAIS, apoiado pelo Sebrae, em Mato Grosso do Sul, tem uma receita que derruba o custo do reservatório. E sabe como? Usando 32 pneus velhos de caminhão. “É possível construir a base da caixa d’água de graça, desde que seja feito de maneira coletiva, com a ajuda da vizinhança devido à dificuldade de empilhar os pneus e completar com a terra”, diz o especialista em agroecologia na agricultura familiar, engenheiro agrônomo Elio Kokehara. O modelo sugerido para base de pneus atende a princípios agroecológicos, pois a borracha não contamina o solo. Normalmente, consegue-se o pneu sem custo se estiver desgastado. O produtor deve procurar o órgão municipal de meio ambiente para obter autorização para uso na propriedade rural. Para construir, deite no solo quatro pneus compactados e nivelados; complete o espaço vazio com terra até ficarem firmes; empilhe mais pneus em quatro colunas, totalizando oito pneus empilhados. A cada camada de quatro pneus, preencha com terra ou areia e uma porção de cimento para ficar bem firme e não escapar terra do interior dos pneus. A base da caixa d’água deve alcançar no mínimo 2,10 metros de altura. O uso do pneu é uma das tecnologias sugeridas pelo PAIS, que visa melhorar a qualidade de vida e proporcionar sustentabilidade para pequenas comunidades rurais. Hoje, no MS são 300 agricultores. O projeto começa com a construção de um galinheiro no centro da horta. Leia Mais: Pequenos produtores faturam até R$ 3 mil/mês no w w w. ms. se b rae .c o m .b r ou acesse pelo QR Code

Base da caixa d’água instalada com pneus de carreta deve ter no mínimo 2,10 metros de altura


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P ELA LEGALIDADE

Lei do queijo vai sair do papel COM A REGULAMENTAÇÃO, QUEIJARIAS PRECISAM TER SELO DE QUALIDADE Foto: arquivo

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mbora criada dez anos atrás, em Mato Grosso do Sul, a lei estadual que reconhece o queijo artesanal caipira como produto comerciável, a norma ainda não foi regulamentada, isto é, permanece no papel. Contudo, o tempo de espera pela regra que vai disciplinar o mercado está com dias contados. E quem mais torce para ver a norma em prática são os donos das queijarias. “Não vejo a hora de isso acontecer, estou aguardando com muita ansiedade. Creio que quando pronto [lei em prática] as vendas devem aumentar”, crê Mírian Alves, da cidade de Coxim. O Comitê Gestor que quer a lei do queijo regulamentada logo criou um projeto piloto integrado por quatro produtores de queijo que exploram a atividade em Campo Grande (3) e Coxim (1). Um dos primeiros testes aplicados nas queijarias ainda tem sido submetido a exames laboratoriais. “Foi produzido um lote de queijos exclusivo para o experimento piloto em cada propriedade, sendo coletadas amostras de cinco queijos com maturação de 10 e 15 dias de cada produtor”, disse o consultor do Sebrae, o professor Jair Vicente. O Sebrae prepara estudo para auxiliar a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur). A partir deste levantamento, que ainda não tem prazo para divulgação, é que o governo estadual pretende regulamentar a lei do queijo artesanal. O Grupo Gestor reúne-se com frequência para debater a questão. “As reuniões são oportunidades para cada membro expor suas

Mírian Alves, produtora de queijo em Coxim quer pressa na regulamentação da lei

opiniões e dúvidas sobre o projeto e ter os Os coordenadores do Comitê disseram esclarecimentos necessários pelo consultor”, que produtores de 14 das 79 cidades de MS afirmou Fernando Nascimento, da Seprotur e querem receber o selo de qualidade antes da que coordena o programa estadual Leite Forte. regulamentação da lei.


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EMPRESÁRIOS CITADOS NA MATÉRIA MIRIAN ALVES QUEIJARIA BREMILES FONE: (67) 9627 0628 TRIUNFO, LOTE 22, COXIM-MS CARLOS ALBERTO GALVANINI EMPREENDEDOR/INVENTOR FONE: (67) 9111-1001 CAMPO GRANDE-MS PAULO HANS RESTAURANTE MÚLTIPLUS FONE: (67) 3384-6060 RUA marechal rondon, 2512 CAMPO GRANDE-MS SILVANE EVANGELISTA MONICO SILVANE MÓVEIS FONE: (67) 3461-7995 AV. AMAMBAI, 691 - AMAMBAÍ-MS IVANILSON NOGUEIRO ANTIQUÁRIO TRATO FEITO FONE: (67) 3346-4198/9204 3336 AV. DAS BANDEIRAS, 2134 CAMPO GRANDE-MS FABIANA BARBOSA CABRAL street bags FONE: (67) 9228-7800 WWW.STREETBAGS.COM.BR CAMPO GRANDE-MS VERA CELITA FONSECA ARRUDA NA KOMBI TEM FONE: (67) 9133-0017 CAMPO GRANDE-MS


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INOVAÇÃO SUSTENTÁVEL

Invento aquece água por meio do calor Empresário cria aparelho que reduz custo de energia e favorece o meio ambiente Foto: EDITORA VISÃO

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arlos Alberto Galvanini conheceu Campo Grande em 1985, por meio de um amigo que o convidou para vir à cidade, na semana do Carnaval. Desde então, por gostar “muito do lugar” não quis voltar mais para Londrina (PR), onde morava e tinha emprego bom. Deu-se bem. Tornou-se empreendedor do ramo da energia solar e inventor independente, criando uma máquina que transforma o calor saído de um ar condicionado ou das chamadas câmaras frigoríficas, que não serve para nada, em aquecedor de água. Sua descoberta, a qual batizou de RecycleTerm, reciclador de energia térmica, consolidou-se como um acerto ao meio ambiente e será um bem para o bolso do empresariado, assim que o invento for negociado em grande escala. Vinte nove anos atrás, logo que instalou-se em Campo Grande, Galvanini entrou de sócio numa empresa que comercializava piscina. Depois mudou-se para a atividade ligada à energia solar. O descendente de família italiana narrou como surgiu seu invento: “morava num quarto e nele havia um ar condicionado velho, sujo e sem rendimento. Chamei o técnico para ver quanto custava o conserto, mas notei que era caro e eu mesmo resolvi arrumá-lo”, recorda Galvanini. O empreendedor fez funcionar bem o equipamento, no entanto, sofreu um acidente ao repor o aparelho na parede. A parte de trás do climatizador tocou num dos braços de Galvanini, que teve grave queimadura. Depois de medicado, ele

Carlos Alberto Galvanini mostra o invento que usa o calor emitido pela câmara frigorífica em água quente

disse ter “estudado” o motivo do desastre e, a partir daí virou inventor. “Notei que todo sistema de refrigeração por compressão e descompressão de gás refrigerante gera calor e frio. A geladeira, por exemplo, é fria por dentro, já atrás serve até para as pessoas secarem roupas”, exemplificou o inventor. E foi no vapor quente do ar condicionado velho que Galvanini viu sua chance de ampliar os ganhos. APROVADO Paulo Hans, dono do restaurante Múltiplos, foi o primeiro empresário a acreditar no invento de Carlos Alberto Galvanini. Ele disse não ter ideia ainda

da economia obtida com o RecycleTerm, mas dá uma dica. Hans contou que, antes de instalar o equipamento criado pelo inventor promoveu mudanças em seu restaurante, como troca de lâmpadas. “Eu pagava de R$ 4 mil a R$ 5 mil de energia por mês, hoje, em torno de R$ 2,8 mil. Não sei ao certo a quantia economizada com aparelho do Carlos Alberto [inventor], mas com certeza, ajudou e muito”, afirmou o empresário no ramo de restaurantes há quase três décadas. Galvanini procura parceiros comerciais para produzir o Recycle Term. Leia mais no www.ms.sebra e.c o m . br ou acesse pelo QR Code


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ANTES DE AGIR , ATENÇÃO!

Na hora de montar um negócio, qual a di Foto: ARQUIVO

Para o especialista Rosenildo Salles, o recomendável é a elaboração do estudo de viabilidade, tanto

A empresária Elisangela Reis Silva disse que usa em sua empresa o que viu no exterior, Disney, por exemplo

EMPRESÁRIOS CITADOS NA MATÉRIA ELISANGELA REIS SILVA CASA DA DINDA FONE: (67) 3305-5354/9902-4455 RUa spipe calarge, 85 - jd. tv morena campo grande eraldo francisco da costa leite filho restaurante parada do ingá FONE: (67) 3327-1277 rod. br-163 - km 423 - distrito de anhanduí RONALDO HOTTA PEREZ CANAL DE EMPRESAS FONE: (67) 3383-7636 RUA ALBERTO NEDER, 328 - SALA 92 JD. ACLIMAÇÃO - CAMPO GRANDE

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melhor a fazer na hora de tocar seu próprio negócio: comprar uma empresa já pronta, com funcionários, instalações e clientela assegurada, ou projetar você mesmo o comércio que quer? “Antes de tudo identificar se o seu perfil de investidor é apropriado (compatível) para a operação que pretende adquirir”, opina Rosenildo Salles, consultor do Sebrae, especialista em gestão de mercado. Já para o perito tributário, Ruberlei Bulgarelli, “depende muito dos objetivos do empreendedor, pois há vantagens e desvantagens entre criar uma nova empresa ou adquirir uma já em andamento. Uma nova tem seu tempo de maturação

necessário para que o negócio ‘deslanche’, o que pode levar de um a dois anos, em média”. IDEIA DELA Elisangela Reis Silva, preferiu arquitetar tim-tim por tim-tim o seu buffet infantil, isto é, montou do seu jeito o que sempre sonhou fazer. “Enfim, a Casa da Dinda é a realização de um sonho planejado em cada detalhe com muito carinho e dedicação, onde eu tenho o privilégio de, diariamente, ajudar a realizar os sonhos e fantasias de mães e filhos”, disse a empresária. “Eu sempre quis ter uma casa de festas infantis, mas a rotina de cuidar de dois filhos pequenos consumia qua-


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ica: comprar pronto ou começar do zero? Foto: ARQUIVO

o para comprar um negócio, quanto para iniciar um novo, ambos oferecem riscos e podem ser rentáveis

Restaurante Parada do Ingá, no Distrito de Anhanduí, investimento comprado pronto pelo publicitário Eraldo Francisco da Costa Leite Filho

se todo o meu tempo. Agora que João Pedro está com 8 anos e Marcela com 5, ambos envolvidos em atividades escolares e extra curriculares, resolvi arriscar e mergulhar de cabeça nessa empreitada, em busca da realização do meu sonho. A empresária, embora feliz com a evolução do buffet, criado há três meses, sabe que ao menos por enquanto as receitas devem ser destinadas ao custo fixo mensal e em torno do investimento. “Lucro mesmo, provavelmente só no segundo semestre de 2015”, afirmou Elisangela, que completa: “temos agendamentos para praticamente todos os fins de semana até março. Algumas datas já reservadas para agosto”.

NEGÓCIO PRONTO Ao contrário de Elisangela, o publicitário Eraldo Francisco da Costa Leite Filho deu seu primeiro passo empresarial comprando o restaurante Parada do Ingá, construído 65 anos atrás, em Anhanduí, distrito distante 62 km de Campo Grande. Ele explicou o motivo de ter optado pelo negócio já funcionando: “no meu caso que nunca tinha trabalhado no segmento gastronômico, foi melhor pegar uma empresa já caminhando”. Antes de assumir de vez o empreendimento, na segunda metade de 2013, aos 23 anos de idade, Eraldo disse que pediu aos ex-donos, seus tios, que ficassem com ele no restaurante para que observasse se ia bem em sua nova rotina.

Por um mês, Eraldo disse ter tido noção de como funcionava o restaurante, um dos mais antigos do distrito de Anhanduí. “Todo começo de empresa não é fácil, as minhas primeiras escolhas e decisões podem perdurar por anos e definir o destino da empresa, sempre tive facilidade em trabalhar com técnicas de vendas e a comunicação em geral, porém tive que me disciplinar na parte organizacional e financeira que é fundamental para vitalidade de qualquer negócio”. O publicitário contou que “mexeu pouco” na administração do restaurante, manteve a equipe que já trabalhava com os ex-donos e, quanto aos fornecedores, disse ter trocado alguns, outros não. “Para ter um bom fluxo de vendas é pre-


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ciso trabalhar com produtos líderes na sua categoria, ou que estão em ascensão no mercado”. Sobre as inovações já aplicadas em seu negócio, o publicitário, comedido, disse que “não pode comprometer a tradição [do restaurante], quando assumimos uma empresa que já está operando, ela já possui uma identidade no mercado, no meu caso procurei trabalhar com mudanças na estrutura do restaurante e não na identidade dele”. Como meio de assegurar o negócio pronto, o publicitário disse ainda que obedece a rotina do cardápio da casa: “aqui posso dizer que o principal produto é o pão de queijo, a coxinha de cabotiá com carne seca e o famoso porco no tacho no almoço, porém agregamos algumas opções mais econômicas e outras mais elevadas com intuito de ter uma abran-

gência maior no nosso público alvo”. Eraldo já crê que sua opção empresarial está dando certo, “porém ainda não foram implantadas várias mudanças que estão no meu cronograma”. NEGÓCIO PELA INTERNET Para facilitar a vida de quem decide empreender comprando uma empresa já estabelecida no mercado, Ronaldo Hotta Perez, especialista em direito societário e três sócios, também advogados, tiveram uma sacada empresarial que acreditam ter dado certo três meses depois de criada. Eles montaram um ponto de referência para quem quer comprar ou vender empresas, o “canaldeempresas. com.br”, site exibido pela primeira vez na Feira do Empreendedor, evento promovido em agosto deste ano pelo Sebrae em Mato

Grosso do Sul. Ronaldo Perez disse ter criado o site não por orientação de pesquisas, mas por notar na prática que o mercado estava desamparado. “Dúvidas é o que não faltavam aos compradores ou vendedores de empresas”, disse o especialista. O site de Ronaldo Perez, pioneiro no Centro Oeste, anuncia também vendas de pontos comerciais e noticia informações aos interessados em abrir negócios ligados a franquias. “Percebemos a carência em nosso escritório. Muita gente que quer comprar uma empresa, mas sabe pouco do assunto”, contou Ronaldo Perez “A partir daí pensamos no site, onde publicamos, além dos anúncios indicando quem quer vender ou comprar empresas, artigos e informações acerca do mercado”, afirmou o especialista.


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LOO K IDEAL

Vista-se para o seu negócio

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alça jeans, saia, camiseta, de que cores? Parece tolice preocupar-se com isso, mas o empreendedor que acerta na escolha do que vestir impulsiona seu negócio, ganha a simpatia do cliente e transmite credibilidade. Ou seja, uma mancada no look pode atrapalhar. Para Viviane Portugal, consultora de moda do Sebrae, cuidar da aparência conta pontos na hora de visitar um cliente, ir até o banco ou seguir para uma reunião. Anote as dicas da consultora: Empresária: roupas discretas são sempre mais adequadas, cuidados com as saias e blusas que não devem ser muito justas e transparentes; Empresário: camiseta polo, camiseta de malha de boa qualidade e uma boa camisa bem passada podem ser ideias para seu ambiente de trabalho. Cuidado aos dois: cabelo desgrenhado e a roupa amassada dão a impressão de que não se importam nem um pouco com o trabalho. Já os bem alinhados mostram que têm cuidado com o que faz, certo? Opte por uma linha de vestir ou confeccione uniforme com a logomarca da empresa; No dia a dia, vista-se semi-formal e, dependendo do negócio cabe o informal, mas sempre bem alinhado; já em reuniões e eventos de negócios prefira o formal. Para os funcionários, o uniforme é mais indicado, pela economia, praticidade e padronização. Atente-se ao tipo de tecido e modelo adequados ao ambiente de trabalho e/ ou função, se é fábrica, escritório, etc. Vestir-se adequadamente é essencial. Entretanto, a competência e compromisso ainda são os melhores trunfos do seu negócio.

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Foto: ARQUIVO PESSOAL

O salto de ousados empreendedores

Começo: Silvane criou sua empresa com estrutura tímida

Meio: o negócio deu certo e foi ampliado

Agora: o porte de sua loja é três vezes maior que a primeira

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la mora em Naviraí e fortaleceu-se economicamente depois de enfrentar uma forte crise financeira; ele, campo-grandense, deixou o emprego e resolveu montar uma loja que unia seus dois desejos: melhorar a condição econômica e trabalhar num ambiente que sempre quis. Silvane Evangelista Monico, desempregada e sem dinheiro, pegou o seguro-desemprego e montou uma loja de móveis. Ivanilson Nogueira juntou o capital que recebeu no acerto trabalhista e criou um antiquário. Hoje, como os negócios têm dado certo, os dois já vão deixar a condição de microempreendedores individuais, saltando para o status de microempresários.

Depois de solavancos, a recompensa A empreendedora individual (MEI) Silvane Evangelista Monico, dona da Silvane Móveis, loja instalada na cidade de Naviraí, depois de enfrentar solavancos financeiros, deu a volta por cima e já se prepara para outro salto: deixar o rol dos MEI e migrar sua empresa para um patamar mais alto: o de microempresa (ME). A mudança na sigla quer dizer que a Silvane pode, a partir do ano que vem, aumentar até seis vezes seus rendimentos anuais, saindo do teto de R$ 60 mil para R$ 360 mil. Silvane disse que tornou-se empreendedora quase que por acaso. Desemprega-

da e sem novas oportunidades de trabalho, viu-se forçada a vender até o que tinha em casa, como móveis, por exemplo. Com o dinheiro arrecadado pagou as contas para garantir o sustento da família. E não é que a crise enfrentada por Silvane fez com que ela desse uma guinada na vida? A empreendora juntou o dinheiro recebido do seguro-desemprego, comprou alguns móveis usados, locou um salão comercial e colou a placa na frente mostrando que ali ia funcionar o “Silvane móveis”. Logo logo o espaço ficou pequeno demais para abrigar a mercadoria da empreendedora, que foi atrás de outro imóvel, onde inaugurou sua loja, agora

bem maior. Ainda na primeira loja, Silvane conheceu o projeto Negócio a Negócio, do Sebrae, por meio de um visita feita pelas agentes Bruna Luiza de Paula Souza e Bruna Mendes Dias. “Já no primeiro encontro nós já visualizamos o espírito empreendedor em Silvane a qual foi bem receptiva às informações e indicações oferecidas pelo projeto”, disseram as agentes. No ano seguinte, em 2013, Bruna Mendes e Bruna Luiza retornaram à cidade de Naviraí e visitaram o comércio de Silvane. “Deparamos com a inauguração da nova loja da Silvane Móveis que agora não trabalha apenas com móveis usados como também novos e com uma loja duas


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Sonho de garoto que virou lucro O empreendedor Ivanilson Nogueira, antes empregado como vendedor de móveis para escritório, resolveu revolucionar seu destino profissional: entrar para o ramo dos antiquários, sonho que nutre desde criança, quando visitava parentes que moravam em fazendas e tinham em casa utensílios antigos que gostava de apreciá-los. Oito meses se foram e a “Trato Feito”, empresa de Ivanilson vai sair da condição de Micro Empreendedor Individual, o MEI (quando o faturamento anual não pode superar a casa dos R$ 60 mil) para a categoria de Microempresa, a ME (em que o rendimento anual pode alcançar até R$ 360 mil) “Além de cansar de ser empregado,

FotoS: LUIZ HENRIQUE

vezes maior que a que tínhamos visitado no ano anterior. Silvane estava muito feliz e admitindo a possibilidade de migrar para ME, pois suas compras e suas vendas tiveram aumento considerável e já estava prestes a sair do limite de faturamento do MEI”, narraram as agentes. Hoje, Silvane paga a mensalidade da faculdade da filha Amanda (20), que cursa psicologia e dá aulas de balé. Ela tem outro filho, João, de 13 anos. “O João tinha seis meses de vida quando montei a loja, ele praticamente foi criado dentro da loja porque eu não tinha como pagar empregada. Agora, meu filho fica observando como deve agir com os clientes, com certeza, será um bom vendedor”, gaba-se a empreendedora. O empreendedor Ivanilson Nogueira ao lado do primeiro piano vindo para Campo Grande, fabricado em 1830

estou realizando um sonho que acho já ter realizado. Montei a Trato Feito com R$ 5 mil e, desde então, a loja se mantém, não precisei mais mexer no bolso”, afirmou o empreendedor. Hoje, ele é dono de peças, como um piano fabricado em 1830, 184 anos atrás que custam R$ 3 mil e um relógio construído com madeira cerejeira há quatro décadas, cujo preço varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil. “Este relógio comprei da família dos Baís (tradicional família de Campo Grande), de quem também adquiri uma máquina conhecida como Singer Foguete, lançada em 1917”, conta o entusiasmado empreendedor. Ivanilson disse que suas relíquias

agradaram tanto ao ponto de ser obrigado a triplicar o tamanho da loja, na Avenida das Bandeiras. “Agora, além de ampliar o antiquário vou negociar também móveis rústicos”, disse o empreendedor. Além do raríssimo piano, Ivanilson tem na loja rádios e radiolas fabricados nos anos de 1940, moedas do início do século passado e ainda os conhecidos escovões (lustradores de piso) saídos da moda desde 1970. “Para conseguir tudo isso compro materiais de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e daqui do Estado mesmo. E sabe como aprendi administrar, negociar? Participando de cursos ofertados pelo Sebrae”, conclui o empreendedor.


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NEGÓ CIOS SOBRE RODAS

Professora troca sala de aula por Kombi Fotos: LUIZ HENRIQUE

Fabiana Cabral vende acessórios femininos e masculinos pelo sistema de delivery

Fabiana resolveu montar seu próprio negócio depois de passar um período fora da cidade

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o começo eram oito bolsas confeccionadas para o público feminino, transportadas dentro do porta-malas do carro, e poucas clientes. Quatro meses se foram e a professora Fabiana Barbosa Cabral, administradora e mestra em Desenvolvimento Local, já dá sinais de satisfação pelo investimento que cada vez mais atrai pequenas empreendedoras, o negócio sobre rodas. Fabiana é dona do Street Bags, uma loja móvel conduzida por uma Kombi, já fora de moda, fabricada em 1965, que segue até suas freguesas assim que acionada. “Deixei de ministrar aulas porque mudei de Campo Grande, fui para Araçatuba (SP) com minha família, ocasião em que tive a intuição de começar a vender bolsas [do clássico ao despojado]. Logo retornamos e pus minha ideia em prática. No começo vendia só para amigas e conhecidas, mas com a propaganda ‘boca a boca’ consegui novas

clientes” conta a professora-investidora. Fabiana revela que antes de montar sua Street Bags já estuda o mercado. “Sempre amei bolsas, acessórios e sapatos como a maioria das mulheres, então isso com certeza contribuiu para a tomada de decisão da abertura da empresa. Eu sempre estou

atenta a programas, blogs e site de modas deste gênero e também sempre busco novas informações sobre gestão”, disse a empresária. A abordagem delivery proporciona, claro, comodidade aos clientes, mas o serviço, de ir até seu público não encarece as mercadorias. Fabiana explica: “entendemos que a proposta delivery de bolsa e acessórios é bem diferenciada e inovadora mas que exige um bom planejamento e estratégia”. Segue a empresária: “o custo operacional da loja é baixo, entretanto sem estratégia de vendas fica inviável o negócio. Os atendimentos em modo geral são para um grupo de mulheres em potencial. Com dia, hora e local pré-agendado”. Negócio sobre rodas atrai clientela masculina. Leia mais no www.ms.sebrae.c om.br ou acesse pelo QR Code pelo QR Code (ao lado).


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NEG ÓC IOS SOBRE RODAS

Empreendedora com a ‘cara e a coragem’ Vera Celita compra carro de sociedade com o genro para vender artesanato em feiras e eventos Fotos: LUIZ HENRIQUE

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ois meses atrás, Vera Celita Fonseca Arruda deu uma guinada em sua vida, aos 64 anos de idade, tornando-se empreendedora individual, em Campo Grande. Quase que por acaso e com a “cara e a coragem”, como disse. Ela desembolsou R$ 5,5 mil e comprou metade da cota de uma Kombi fabricada 16 anos atrás que os dois genros, sócios no veículo, queriam vendê-la. Agora, ela ganha a vida com o feito: boa parte da semana enche a perua, como também chamam a Kombi, de tapetes, enfeites para casa e canecas alouçadas e os vendem em feiras espalhadas na cidade. “Vendo também para fora, em Anastácio [cidade distante 135 km de Campo Grande], onde acontece a Feira da Farinha todo o ano”, emendou Vera Celita. A empreendedora acha graça quando recorda da compra da Kombi. “Meus genros [Cássio e Eduardo] queriam vender o carro, foi o que fiquei sabendo. Uma de minhas filhas, a Gisele, disse que teve a ideia de usar a Kombi em algum negócio, aí pensei: então vamos fazer isso, precisamos inventar alguma coisa”, recordou. Vera disse que sempre trabalhou em casa confeccionando panos de prato, mas era “só isso”. Inspirada pela vontade da filha, ela propôs sociedade no carro a Cássio, casado com Gisele. “Nem sei por quanto queriam vender o veículo, sei que entrei com R$ 5,5 mil e hoje sou sócia de Cássio”, revelou. Não é Vera quem dirige a perua e, sim, “quando pode”, o genro e sócio Cássio, que exerce atividade noutro segmento.

Vera Celita comprou veículo em parceria com o genro e agora ganha a vida nas ruas

Ainda assim, genro e sogra negociam seus artesanatos em feiras livres, praças e no interior do Estado. “Tinha a ideia de vender artesanatos, mas como minha filha sugeriu a Kombi como loja móvel eu topei. E estou gostando muito. Além de ganhar dinheiro revejo antigos amigos, faço novas amizades, é muito bom”, expressou a proprietária da Na Kombi Tem.

Vantagens do negócio • Ir até o cliente; • Explorar regiões diversificadas; • Realizar vendas em eventos. Pontos de atenção • Custos de manutenção do veículo/seguros; • Condições de estacionamento; • Atenção às normas municipais de funcionamento

www.ms.agenciasebrae.com.br


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Fotos: LUIZ HENRIQUE

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