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A crise não avisa quando vai embora Edison Araújo Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do sebrae/ms

“Não será um ano fácil”. Há algum tempo escutamos de especialistas esta afirmação. Segundo o IBGE, a economia do País recuou 1,6% no 1º trimestre em comparação ao mesmo período de 2014,e 0,2% em relação ao trimestre anterior; o que sugere um Brasil em recessão. Mas, afinal, de que forma nós, empreendedores, devemos nos comportar neste momento? Respondo com a frase de Albert Einstein. “No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade”. Está na hora do sacrifício; ter foco e atenção ao mercado. Gestão e planejamento são palavras-chave. É oportunidade para reavaliar a empresa, o que de maneira nenhumasignifica mandar todos embora, apagar as luzes e esperar a tempestade passar. Isso seria apenas ganhar sobrevida e, não, se sobressair. Oportunidade para separar contas pessoais das da empresa, prever entrada e saída de dinheiro fazendo fluxo de caixa, renegociar preços com fornecedores e se aliar a outros pequenos negócios em compras coletivas. Oportunidade parareavaliar produtos ou serviços e inovar ao oferecê-los com o valor agregadoque uma grande empresa não conseguiria; sem se esquecer do Marketing e de fidelizar o cliente. Oportunidade para melhorar processos, reduzir desperdícios, evitar custos fixos desnecessáriose buscar ajuda especializada em instituições do Sistema S, que oferecem capacitações a nenhum ou o mínimo de investimento. Temos que estar preparados para quando a situação econômica se reverter. Apesar de algumasprevisões já indicarem reação do mercado para meados de 2016, a crise não avisa quando vai embora e impacta de maneira diferente para cada empresa e setor. E você, vai ficar parado? Vamos à luta!

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual: EDISON FERREIRA DE ARAÚJO • Diretor Superintendente: Cláudio George Mendonça • Diretora TÉCNICA: Maristela de Oliveira França • Diretor DE OPERAÇÕES: Tito Manuel S. B. Estanqueiro • Entidades do Conselho Deliberativo: AMEMS, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Faems, Famasul, Fecomércio, Fiems, Fundect, sepaf, UFMS e Sebrae • Gerente Unidade de Marketing e Comunicação DO SEBRAE: Henrique Fracalanza Alves Corrêa • Projeto Gráfico: Futura Publicidade e Propaganda • Produção, Arte e Diagramação: Editora Visão • Tiragem: 12mil exemplares • Reportagem: CELSO BEJARANO E OSVALDO JÚNIOR • Edição: BRUNO NAVARROS • INFOGRÁFICOS: CAROLINE LIMA • Sebrae-MS: Avenida Mato Grosso, 1661 - Campo Grande, MS - CEP: 79002-950 - conexao@ms.sebrae.com.br - Fale Conosco: 0800 570 0800. agência sebrae de notícias/ms (asn): www.ms.agenciasebrae.com.br . edição online: www.m s.se br a e .com. br /con ex ao


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O PÇ ÃO DE NEG ÓC IO:

Para não errar na compra da franquia Empreendedor deve analisar a si mesmo e pesquisar sobre a franquia que pretende investir EMPRESÁRIA CITADA NA MATÉRIA MARGIT BUSSE FRANTZ DO AMARAL ELLUS FONE: (67) 8401-4699 AV. WEIMAR TORRES, 2043 - DOURADOS-MS

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decisão de adquirir uma franquia deve ser cercada por diversos cuidados. De acordo com a consultora do Sebrae-MS, Deize de Lima Salazar Escobar, é necessário conhecer o sistema e estabelecer critérios de escolha, como autoanálise, cálculos do investimento e do retorno e pesquisa sobre as franquias desejadas. O interessado na aquisição de uma franquia deve, inicialmente, saber como funciona esse sistema. As características principais, elencadas por Deize, são: existência de prazo definido em contrato, (nesse documento, estão estabelecidas as relações jurídicas entre franqueador e franqueado, entre os quais o tempo de duração da franquia, em geral de 60 meses e que pode ser renovado) transferência de know-how, pagamento de taxas (como royalties e contribuição para o fundo de propaganda) e obrigação de manutenção do padrão exigido pela franquia. Além de se inteirar sobre essas características, a pessoa precisa analisar a si mesma. “É recomendável que o candidato tenha afinidade com o produto ou serviço que será comercializado”, diz a consultora. Nesse processo, o universo de escolhas deve ser reduzido, o que facilita a decisão. Segundo Deize, devem ser descartadas as franquias que exigem investimento

acima da capacidade financeira do futuro franqueado, que são incompatíveis com suas habilitações e disponibilidades e que não tenham na região desejada. Feitas as exclusões, a pessoa deve verificar a rentabilidade, tempo de retorno, presença no mercado, saúde financeira e cumprimento das exigências legais de cada uma das franquias que não foram descartadas. Por fim, a consultora lembra que é importante que o candidato a franqueado busque ajuda de especialistas. “O Sebrae oferece esse tipo de orientação”, afirma. “A compra de uma franquia representa, muitas vezes, anos de economia e não deve ser desperdiçada por um erro de avaliação que poderia ter sido evitado”, finaliza. Dicas Há 14 anos, a empresária Margit Frantz do Amaral adquiriu uma franquia do segmento de confecção, calçados e acessórios. “A antiga proprietária estava de mudança da cidade e colocou à venda a franquia

Ellus em Dourados”, lembra-se. Mas essa circunstância não foi o único motivador da compra. Margit também tomou alguns cuidados fundamentais. Ela conta que pesquisou sobre o mercado de vestuário no Brasil e, especificamente, sobre a marca Ellus. Só depois decidiu assinar o contrato. Na avaliação de Margit, a franquia apresenta vantagens como realização, pela própria franqueadora, das pesquisas de mercado, de novos produtos e estratégias de campanhas publicitárias.

O Sebrae e a Associação Brasileira de Franchising (ABF) lançaram, recentemente, o Programa Franquias Brasil. Essa parceria levará o curso Entendendo Franchising para 120 cidades de 19 estados. Serão abertas 337 turmas. O objetivo é formar mais de 10 mil pessoas até o final de 2016.

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Margit do Amaral, a Kika, dona de franquia há 14 anos, em Dourados


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ECOTURISMO

O prazer da vida rural dentro da cidade NÃO É PRECISO SAIR DE CAMPO GRANDE PARA APROVEITAR O TURISMO

EMPRESÁRIOs CITADOs NA MATÉRIA JOSÉ ROBERTO E CARMEM CHERMOUTH ESTÂNCIA JOIA - TURISMO RURAL FONE: (67) 9975-4408 CG 060, KM 06 (CONTINUAÇÃO DA RUA ELIAS CATAN, NA SAÍDA PARA CUIABÁ) ZONA RURAL - CAMPO GRANDE-MS ELDA REGINA LEITE GALVÃO DE ÁVILA ESTÂNCIA ALEGRIA FONE: (67)9912-2355 BR-163, NA ALTURA DO KM 9 (DEPOIS DE PASSAR O COLÉGIO AGRÍCOLA, VIRAR A PRIMEIRA ESTRADA À DIREITA E PERCORRER, 2,5 KM) CAMPO GRANDE-MS MARGARETH MELLO PONTAL DAS ÁGUAS FONES: (67)3344-1033 E 9982-7175 BR-262, SENTIDO TRÊS LAGOAS (A 12 KM DO ANEL RODOVIÁRIO) CAMPO GRANDE-MS

Ambiente que convida ao relaxamento está entre os atrativos da Estância Joia

Eu queria ter na vida simplesmente um lugar de mato verde pra plantar e pra colher, ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela para ver o sol nascer”. Esse desejo de colocar um parêntese na agitação da vida urbana, conforme sugere a letra de “Casinha Branca”, do cantor Peninha, pode ser concretizado por meio de uma alternativa sustentável de lazer: o turismo rural. E, para quem mora em Campo Grande, não precisa sequer sair do município. Estância Joia, Pontal das Águas e Estância Alegria são algumas das opções para a pessoa que deseja, por alguns momentos, experimen-

Almoço típico de fazenda é um dos prazeres oferecidos pela Estância Alegria


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ECOTURISMO

tar, na prática, os versos de Peninha. Em comum, os empreendimentos são propriedades que, por sugestões de familiares e amigos, foram transformadas para oferecer atrativos diversos relativos ao turismo rural. “Sempre me perguntavam: ‘Por que você não abre uma área de lazer aqui?’”, lembra-se José Roberto Chermouth, proprietário da Estância Joia. Relatos semelhantes têm Margareth Mello e Elda Regina Leite de Ávila, proprietárias, respectivamente, do Pontal das Águas e da Estância Alegria. “Sempre gostei de receber pessoas aqui na fazenda. Certo dia, o filho de um amigo, que cursava turismo, enxergou a possibilidade de fazer disso um negócio”, conta Margareth. O nascimento da Estância Alegria foi parecido. “Gostava de agradar meus convidados com pequenos mimos e comidas ‘temperadas com fumaça’ (feitas no fogão à lenha) e conversas intermináveis na cozinha. Decidi, então, unir o útil ao rentável abrindo as portas para o turismo rural”, relata Elda. Qualificação Mas esse nascimento “espontâneo” dos negócios não dispensou os empreendedores da qualificação e dos investimentos. Margareth, por exemplo, decidiu voltar a estudar aos 50 anos. “Fui fazer turismo para me preparar melhor”, conta. Também participou de cursos oferecidos pelo Sebrae-MS e contou com apoio técnico de consultores dessa entidade e de outras, como universidades, Senar, Senai e prefeitura da Capital. José Roberto também busca se qualificar. “Recebemos do Sebrae ajuda em forma de palestras sobre, por exemplo, atendimento ao púbico, além de consultorias em vários aspectos, desde a preparação de um prato mais saboroso a melhorias na infraestrutura”, menciona o empreendedor. Elda procurou se capacitar antes mesmo de iniciar o negócio. “Há oito anos,

No turismo rural, como o do Pontal das Águas, há diversão a todas as idades

participei de um workshop de turismo rural e resolvi, em princípio, conhecer a atividade, visitando os empreendimentos da época como turista para aprender com os meus colegas empresários”, relata. Ela continua se qualificando. “Conto com as orientações, que ajudam a abrir a nossa visão para possíveis erros, acertos, riscos e oportunidades”, acrescenta. Além de se capacitar, o empreendedor deve, como outro negócio qualquer, investir. “A atividade requer um investimento, que não é pequeno. É preciso melhorar a estrutura do local”, avisa Elda. José afirma, por exemplo, que precisou investir nos atrativos aos clientes, “como animais para visitação, área de lazer e piscina”. Atrativos Em razão dos investimentos e do conhecimento proporcionado pelas capacitações, José Roberto, Elda e Margareth oferecem diversas alternativas aos clientes. Um dos destaques da Estância Joia é a co-

mida. “Oferecemos um almoço caprichado com muita variedade de saladas, a maioria colhida aqui mesmo, pacu frito, entre outros pratos quentes e doces caseiros como sobremesa”, lista José. A culinária rural também está entre os atrativos do Pontal das Águas, que oferece, por exemplo, pão mandioca, galinha caipira, geleia de goiabada, requeijão, etc. Além disso, como é típico do turismo rural, a propriedade proporciona, ainda, trilha ecológica, pesca esportiva (pesque e solte), além de piscina, vôlei, futebol, entre outros. Além de diversões semelhantes, a Estância Alegria aposta no relaxamento. “A opção do pacote de bem estar, como massagem para os pés, mãos e costas, são um dos nossos diferenciais”, afirma Elda.

Projeto do Sebrae ajuda no fortalecimento do turismo rural em Campo Grande. Leia mais pelo QR Code (ao lado).


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NEGÓ CIOS

Gestão a serviço dos condomínios FOTO: pointcondominio.com.br

EMPRESÁRIOS REFORÇAM QUALIFICAÇÃO DE OLHO NA TERCEIRIZAÇÃO DOS SÍNDICOS

EMPRESÁRIOs CITADOs NA MATÉRIA GUSTAVO DEBOLETO E DIMAS GRACIANO CONTROLLE SOLUÇÕES EMPRESARIAIS FONE: (67) 3033-1010 RUA ANTÔNIO EMÍLIO DE FiGUEIREDO, 2027 DOURADOS-MS

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cotidiano dos condomínios residenciais é complexo desde as primeiras horas da manhã até a última luz a se apagar. Problemas a resolver aparecem à exaustão, indo de uma simples limpeza, um acerto de contas com a manutenção da piscina até perturbação da ordem ou, por exemplo, problemas trabalhistas com funcionários. Escapar de tais tarefas, não é fácil, contudo uma alternativa encontrada por alguns condomínios para soluciona a questão tem sido recorrer aos empre-

endimentos especializados na causa, ou seja, terceirizar o serviço, e ir atrás dos gestores profissionais. Da emissão mensal de boleto bancário a uma pesquisa de mercado para ampliar a área de lazer, encargos estes que tomariam um ou mais dias inteiros do síndico, agora podem ser resolvido num prazo acelerado. A dica é dos sócios da Controlle Soluções Empresariais, Gustavo Deboleto e Dimas Graciano, há nove anos no mercado de gestão de condomínios, em Dourados, segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. Eles afirmam que o serviço é árduo, minucioso, mas ao mesmo tempo gratificante. “Colocamos em prática as melhores técnicas de gestão no empreendimento. Por nossa expertise também como consultores, esta prática aliada às técnicas é recompensadora”, afirma

Dimas. Dados deste ano, apurados pelo Sindicato da Habitação de MS, o Secovi, revelam que somente em Campo Grande existem 600 condomínios, empreendimentos que empregam juntos entre 4 e 5 mil funcionários. Já em Dourados, o número gira em torno de 200 condomínios residenciais. “Este crescimento expressivo impacta diretamente em necessidades na profissionalização administrativa do segmento, com técnicas de maior rigor nas prestações de contas, práticas contábeis e financeiras mais profissionais e transparentes, questões jurídicas mais atuantes e resolutivas, além da expertise administrativa na gestão do condomínio”, pontuou Gustavo Deboleto. Os sócios disseram que hoje ofertam a seus clientes condôminos serviços de prestação de contas, balancetes e demonstrativos de resultados mensais, além do assessoramento em questões administrativas como recebimento e cobrança, emissões de boletos e comunicados aos condôminos, terceirizações de serviços de portaria e vigilância, serviços de manutenção e asseio, apoio em questões trabalhistas, tributárias e junto aos sindicatos da categoria. “É gratificante realizar uma prestação de contas, apresentar um balancete financeiro, em que várias pessoas de diferentes convicções, profissões e conhecimentos, conseguem se entender e direcionar forças para o crescimento do condomínio”, conclui Gustavo Deboleto.


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MERC ADO DE TRABALHO

Home Office: os ganhos e as perdas Foto: LUIZ HENRIQUE

ESCRITÓRIO EM CASA EXIGE CONCENTRAÇÃO DOBRADA, MAS GARANTE SATISFAÇÃO EMPRESÁRIO CITADO NA MATÉRIA PAULO DO VALLE Mestre em dinâmica do desenvolvimento, professor e administrador FONES: (67) 8145-2303 - CAMPO GRANDE-MS

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sistema Home Office, ou Small Office and Home Office, no inglês, é uma prática cada vez mais buscada por empresários ou profissionais que acreditam que a produção de trabalho é mais vantajosa no ambiente familiar. Ou seja, parte da casa do trabalhador vira seu escritório. “Eu desenvolvo todas as atividades no escritório de minha casa, preparo treinamentos e aulas de pós-graduação, além de ministrar algumas classes via EAD (ensino a distância)”, diz Paulo do Valle, que cumpre expediente desde 2001 num dos cômodos onde mora. Paulo do Valle, também consultor do Sebrae, aponta o lado bom do trabalho em casa. “Os pontos positivos são muitos: liberdade, vestir roupas simples quando estiver em casa, ficar mais presente com a familia, podendo ajudar em alguns momentos no cotidiano da casa; ter o seu próprio horário, trabalhar em função dos compromissos assumido. Entendo que deve-se ter um compromisso e comprometimento com a realidade, fazendo as tarefas do cotidiano e realizando e finalizando os trabalhos”, disse Valle. Outro benefício do Home Office, segundo o consultor, tem a ver com as despesas pessoais. “Vejo positiva ainda a

Para Paulo do Valle, frequência no convívio com a família é uma das vantagens do home office

redução do custo de ir e vir”, afirmou o consultor. Contudo, para fazer da casa o escritório, exigem-se alguns cuidados. “A pessoa deve fazer um planejamento financeiros. O escritório utiliza energia, telefone, equipamento de informática, internet que deve ser banda larga, tudo isso quem paga é o escritório ou atividade em casa”, avisou Paulo do Valle. O consultor acrescentou outra questão de alerta. “Não podemos deixar as atividades de casa tomarem tempo de nossas tarefas profissionais”. Paulo do Valle cita ainda a atenção que o profissional do sistema Home

Office deve ter para não perder o foco no trabalho. “Para trabalhar em casa é necessário centrar nas atividades assumidas. Em casa, filhos pequenos circulando onde funciona o escritório podem atrapalhar a concentração, dependendo da atividade que esteja desenvolvendo”, reforçou o consultor. Por fim, o consultor dá sua opinião para quem se interessar pelo modelo de trabalho que não requer cartão de ponto ou sair de casa. “Creio que a qualidade de vida não tem preço. Entendo que a pessoa pode fazer sim sua receita ou sua renda em função do ritmo que colocar no trabalho”.


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F ORMALI Z AÇ ÃO

Autônomo ou MEI: saiba o que é mais va Foto: LUIZ HENRIQUE

autônomo tem menos obrigações, mas o microempreendedor individual tem custos menores e conta EMPRESÁRIOS CITADOS NA MATÉRIA PEDRO DE SOUZA MEDRADO SALA DO FUTURO FONE: (67) 3383-8269 - 9273-6003 RUA PEDRO CELESTINO, 668 - CAMPO GRANDE-ms jenes silva de lima autonômo FONE: (67) 9257-7953 - CAMPO GRANDE--MS

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ma dúvida pode surgir após a decisão de regularizar a atividade: inscrever-se como autônomo ou tornar-se um microempreendedor individual (MEI)? Sem rodeios, o analista de atendimento do Sebrae-MS, Gutemberg Oliveira, responde: “numa avaliação direta, a figura do microempreendedor individual se apresenta mais vantajosa”. Pesam a favor dessa modalidade os benefícios maiores e os custos menores. Com base em dados da Prefeitura de Campo Grande, Oliveira informou que o autônomo recolhe de Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) R$ 41,35 (nível médio) ou R$ 110,35 (nível superior) por mês. Soma-se a esse desembolso, a taxa de localização e funcionamento, que pode ser de R$ 111,57 ou R$ 223,14. O dispêndio do MEI é menor. Conforme a atividade que desenvolve, o empreendedor paga, mensalmente, um destes valores: R$ 40,40 (comércio, indústria e serviço de transporte intermunicipal), R$ 44,40 (prestação de serviços e transporte municipal) ou R$ 45,40 (comércio,

Professor Pedro afirma que a formalização como MEI proporcionou condições para o crescimento de seu negócio

indústria e prestação de serviços juntos). As modalidades também se diferem quanto às obrigações. O analista informou que o autônomo é obrigado a pagar o ISSQN mensalmente e a renovar, todo ano, a inscrição municipal. Já o MEI deve recolher o Documento de Arrecadação do Simples (DAS), fazer o relatório das receitas brutas (procedimento de controle simples), renovar o alvará na Prefeitura e entregar a declaração anualmente. O autônomo tem menos obrigações, mas os benefícios são menores. “Com a inscrição de autônomo, o profissional não se habilita para comprar em estabelecimentos comerciais com preços diferenciados”, avisa Oliveira. Já o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e as inscrições municipal e estadual possibilitam ao MEI adquirir produtos direta-

mente de distribuidores e fabricantes. Também pode emitir nota fiscal, documento, geralmente, preferível ao recibo. Oliveira informa, ainda, que o MEI tem benefícios relativos à previdência. “O microempreendedor individual conta com cobertura previdenciária, o que lhe garante recolhimento da contribuição que permitirá sua aposentadoria, e a possibilidade de solicitar auxílio-doença ou a licença-maternidade”, detalha. O MEI deve faturar no ano máximo de R$ 60 mil, valor dividido proporcionalmente ao mês de formalização; ou seja, caso tenha se formalizado em setembro, o limite do valor anual obtido com as vendas terá de ser R$ 20 mil reais. “Já para o autônomo não há um teto estipulado, mas ao fazer a Declaração de Imposto de Renda como pessoa física,


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antajoso para a formalização do negócio Foto: LUIZ HENRIQUE

ta com benefícios diversos, como maior facilidade de acesso a crédito

Jesse de Lima, que trabalha como autônomo na área de manutenção predial, afirma que planeja se tornar um MEI

todo ano, ele está sujeito aos descontos feitos de acordo com a tabela de contribuição”, explica Oliveira.

Para não perder negócio Mesmo sendo bom profissional, Jenes Silva de Lima, que trabalha com manu-

tenção predial, já perdeu alguns clientes. “Já cheguei a perder serviço grande, de R$ 10 mil”, lamenta-se. O empecilho foi a impossibilidade de emissão de nota fiscal. A nota é apenas uma das vantagens almejadas por Lima, que planeja passar de autônomo a MEI. “Estou querendo [tornar-se MEI]. Como autônomo, não tenho previdência nem outros benefícios”, reconhece. E é, justamente, esse documento um dos diferenciais na conquista de clientes pelo professor de matemática, Pedro Medrado. “Dá mais credibilidade”, assegura. Medrado conta que a formalização da atividade facilitou o acesso a crédito, possibilitando a realização de investimentos necessários ao crescimento do negócio. Também colaborou para a melhor formação de parcerias e para executar diversas ações previstas em seu planejamento. Mesmo admitindo a existência de dificuldades, por sua vez, Pedro afirma que sua empresa está crescendo. “Não há mágica, mas, sim, muito estudo, trabalho, vontade, planejamento, avaliação e foco. É preciso não desistir e seguir em frente”, finaliza.

O Sebrae realiza atendimento coletivo aos interessados em se tornarem MEIs. Essa ação é gratuita e ocorre às segundas, quartas e sextas-feiras, às 8h30 e às 14h30. Não é preciso fazer inscrição. Já os interessados em se inscrever como autônomos, devem procurar a Secretaria Municipal de Receita (Semre).

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PARCEIROS

Concorrência ao lado, é bom negócio? Foto: LUIZ HENRIQUE

INVESTIDORES APOSTAM NOS CORREDORES COMERCIAIS DE CAMPO GRANDE EMPRESÁRIOs CITADOs NA MATÉRIA arlindo antônio da silva arlindo automóveis FONE: (67)3331-3600 av. bandeirantes, 1879 - CAMPO GRANDE-MS amilton foizer comercial tucano ltda. FONE: (67)3322-2098 av. calógeras, 1243 - CAMPO GRANDE-MS josé thomaz filho thomaz lanches FONES: (67) 9981-6452 rua 7 de setembro, 744 - CAMPO GRANDEMS

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expansão comercial em Campo Grande muda, aos poucos, a aparência de vias importantes da cidade, transformando-as em corredores comerciais. Exemplos antigos, como a Avenida Bandeirantes, onde concentra-se o maior número de lojas de carros; e Avenida Calógeras, com seus comércios de auto peças impulsionaram novos negócios. Mesmo atuando em segmentos iguais e, consequentemente, disputando a clientela lado a lado, novos corredores surgiram. A Avenida Bom Pastor, por exemplo, no Vilas Boas, tornou-se a primeira via gastronômica do município por meio de decreto municipal criado em dezembro do ano passado. Novos projetos já apareceram com a mesma intenção, como na Rua Vitório Zeolla, no bairro Carandá Bosque, que vai

Trecho da Avenida Bandeirantes, corredor comercial das lojas de carros; em 1990 eram 4 empresas, hoje, 38

explorar também a veia gastronômica. A Rua Euclides da Cunha, no Jardim dos Estados, centra o comércio do vestuário e também da alimentação. Mas, será que a concorrência tão perto contribui ou atrapalha os empresários? BANDEIRANTES Arlindo Antônio da Silva, há 25 anos atua no mercado de venda de carros novos e seminovos, na Avenida Bandeirantes, e vê o corredor comercial como um “ótimo negócio”. Ele disse que ao montar sua empresa, a “Arlindo Automóveis”, havia no local apenas três concorrentes. “Hoje, são 38 lojas e estou aqui; forte, sem problema algum em ter perto a concorrência. Acho até importante isso”, disse o empresário. Arlindo sustentou que a convivência

com os parceiros comerciais é o que chamou de mais respeitosa possível. “Tanto que tem clientes que aparecem por aqui dizendo que o concorrente foi quem me indicou. É assim que funciona. E quando não tenho o veículo desejado por um cliente também indico meus vizinhos. É por isso que acho o corredor interessante. Aqui em Campo Grande, se alguém procura um carro seminovo começa sua pesquisa pela Avenida Bandeirantes”, disse o dono da loja. Os comerciantes dos corredores, contudo, disseram que fazem exercícios diários para atrair mais clientes que os vizinhos. “Se vejo uma oferta menor que a minha, abaixo também”, contou Arlindo. O empresário disse que para manter-se por mais de duas décadas ao lado da concorrência exigiu dele um atributo


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Foto:s LUIZ HENRIQUE

PARC EIROS

Av. Calógeras, que corta o centro da cidade de ponta a ponta, é um dos primeiros corredores comerciais; lá são negociados peças e acessórios para veículos pesados e pequenos

Av. Bom Pastor tornou-se em dezembro do ano passado, por decreto municipal, a primeira via gastronômica da Capital; ideia deve se estender a outras regiões da cidade

muito procurado no mercado.. “Qualidade no atendimento, no serviço, isso é o essencial, ganho em cima disso. Tanto que minha maior propaganda é o meu nome, disse. CALÓGERAS Amilton Foizer, gerencia a quase cinquentenária Comercial Tucano, empresa especializada em venda de auto peças, cuja loja principal fica na Avenida Calógeras, também segue o raciocínio do Arlindo. “Num balanço geral, vejo os corredores comerciais de maneira positiva. Por aqui cada qual foca em determinada mercadoria. Tem a loja que vende auto peças, mas seu ponto forte é na parte elétrica, já outro centra a atenção na venda de baterias. Há comércio cuja especialidade tem a ver com as caminhonetes, e outros que preferem dar atenção maior ao comércio de mecânica leve. Em outro,

a venda é centrada especificamente na borracha”, explicou Amilton. BOM PASTOR José Thomaz Filho, da família que comanda o “Thomaz Lanches”, na Rua 7 Setembro, inaugurada nos anos 1970, um dos pontos de venda de esfirra mais conhecidos da cidade, está de olho no corredor comercial da Avenida Bom Pastor. Lá, ele planeja montar uma filial e tem opinião definida sobre os corredores comerciais. “A gente sabe que Campo Grande é carente de atrativos. Agora, imagine você ir num lugar e notar que lá você tem disponível um cardápio italiano, regional, árabe, o popular espetinho ou então o sobá, a esfirra. Fica satisfeito, não é?”. Thomaz Filho disse que o projeto dele está pronto e logo deve seguir para a Bom Pastor com a ideia de explorar o corredor não só no período da noite, mas durante o dia.

ANÁLISE Analista técnico do Sebrae-MS, Carlos Alberto do Valle, o Beto, é um incentivador do corredor comercial. Para ele, os negociantes que apostam na ideia só têm a ganhar, embora a concorrência dispute a clientela bem de perto. “Cada um [comerciante] na sua, com suas especificações. O comércio que se instala num corredor já começa com boa referência, isso é um dado positivo. Temos ainda a questão da mão-de-obra”, pontuou Beto do Valle. Outro exemplo favorável aos investidores que apostaram no corredor comercial, segundo ele, tem a ver com as questões reivindicadas em grupo pelos comerciantes. “Na hora de pedir melhorias para o corredor, como reforço de segurança, melhoras na pavimentação da rua, iluminação, o pleito pode ser atendimento mais rapidamente”, disse o analista.


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BEM-ESTAR

Dicas de como administrar o tempo CONSULTOR RECOMENDA QUE AS PESSOAS ORGANIZEM LISTA DE TAREFAS E PRIORIDADES EMPRESÁRIA CITADA NA MATÉRIA SUMAIA MARIA SOSTE SUMAIA CENTRO DE BELEZA FONE: (67) 3383-9859 RUA RUI BARBOSA, 900 FONE: (67) 3306-9635/3351-0170 RUA AMAZONAS, 1992 - campo grande - ms

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Foto: LUIZ HENRIQUE

umaia Maria Soster é dona de dois salões de beleza, em Campo Grande, mãe de dois filhos, um de 20 anos e outra pequena de um ano e meio, além de cuidar da mãe. “Ah, tem o marido também”, sorri a empresária que atua no segmento da beleza há pelo menos duas décadas. Nota-se que Sumaia é uma mulher de múltiplas funções. “Meu expediente começa em casa, a partir das 6h da manhã e termina em casa, às 23h”, disse a

empresária, cuja jornada de trabalho nos dois salões de beleza lhe consome em torno dez horas diárias. E ela não reclama das atribuições e garante ser feliz “ainda assim”. Pelas contas de Sumaia, o dia dela fica curto diante de tantas atividades. Então, como administrar o tempo para escapar da fadiga cotidiana, questão cada vez mais debatida pela população? “Administrar nosso tempo, por muitas vezes é mais um fardo que temos que carregar do que um prazer. Precisamos aliviar o fardo e trazer o prazer, na simplicidade do dia a dia, e em meio às agitações das atividades cotidianas, das quais não se pode fugir”, argumenta Eduardo Raslan, consultor do Sebrae-MS. Sumaia, embora incorporando os papéis de mãe, filha, esposa, empresária, cabeleireira, motorista e administradora, consegue driblar, com classe, sua rigorosa

Sumaia Soster: dia começa às 6h e segue até 23h; tempo é dedicado ao trabalho, mãe, filhos e ao marido

rotina. “Quando estou em casa, sou a mãe, e esposa, lavo e passo roupas e ainda cozinho; saio daqui e viro a empresária, outro papel que me exige tanto quanto estou em casa”, disse ela que, antes de seguir para o trabalho, leva a filha para escola, por volta das 7h30 e de lá retorna às 17h30 para casa. Um dos salões de Sumaia fica a uma quadra da casa dela; já o outro, está a 6 quilômetros, onde ela cumpre maior tempo da jornada. “Fico lá por ser mais próximo da escola da minha filha”, explica a empresária. O consultor Raslan ensina que para organizar o tempo é preciso definir propósitos e prioridades. “Faça uma lista das tarefas que você tem que organizar – da hora que chega à hora que sai do serviço. Existem tarefas diárias, semanais, quinzenais. Coloque-as no papel, independente da ordem”, disse o consultor, também administrador de empresas. Embora os extensos compromissos diários, Sumaia afirma que nem o trabalho nem as atividades domésticas a incomodam pela exigência do desempenho e do tempo. No entanto, ela mira um futuro com jornada mais suave do que a enfrentada nos dias de hoje. “Estou participando de cursos ofertados pelo Sebrae. Depois disso, quero apenas administrar meus salões”, revelou. A intenção de Sumaia é que a redução da carga horária à frente dos negócios possibilite a ela e à família mais tempo para viajar.


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F INANÇ AS

Crédito: quando buscar e os cuidados EMPRESÁRIO PRECISA SABER O MOTIVO PELO QUAL QUER EMPRESTAR DE DINHEIRO

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em sempre o dinheiro é a solução. “Procure verificar a verdadeira causa que está levando sua empresa ao empréstimo, pois você pode ter problemas internos de custos, produtividade, preço de venda, gestão financeira e tantos outros que, se não resolvidos, trarão problemas ainda maiores em um curto espaço de tempo”. Este é o recado do economista e consultor do Sebrae-MS, Ademar Carvalho, aos donos de pequenos empreendedores que pensam em recorrer a empréstimos bancários. Pesquisar a taxa média de juros de mercado é outra preocupação que o interessado no financiamento deve ter. Para o consultor, uma das regras impostas pelas agências bancárias na hora de liberar o financiamento é a de que o empresário não tenha dívidas. “Assim como não emprestamos dinheiro para qualquer um por temer o calote, os bancos, que são profissionais nisso, buscam medidas de segurança para evitar prejuízos e, por consequência, consultam sua base de dados antes de conceder financiamento”, ressaltou Ademar Carvalho. Por isso, reforça o consultor, é preciso que “nem o CPF (dos proprietários ou sócios), nem o CNPJ possuam restrições na praça (Serasa, Cartórios de protestos, SPC, etc)”. Carvalho aconselha ainda que emprestar dinheiro para investir na empresa é saudável, mas se for para quitar eventual dívida, melhor não fechar o negócio. “A menos que seja com taxas de juros menores”, orienta o consultor.

em torno de 9%. Ademar Carvalho dá outro recado ao empresário que estiver atrás de créditos. “Lembre-se que o banco vai fazer análise do seu pedido. Seus dados cadastrais precisam estar atualizados e se você fez um Plano de Negócio apresente-o ao banco. Como você está buscando uma parceria, o banco vai analisar e dizer se quer ser seu parceiro, ou não”.

O pequeno negócio ganha estímulo do pode público que, segundo Carvalho, aposta nos pequenos para a geração de empregos. Por isso, instituições financeiras oficiais, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste, o conhecido FCO, ofertam linhas de créditos com juros mais reduzidos. Os juros do FCO, por exemplo, são aplicados conforme o porte da empresa. As tidas pequenas empresas beneficiadas com créditos para investimento fixo com capital de giro associado, pagam de juros


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ENTREVISTA

Negócios Sociais em evidência no Brasil EMPRESAS SÃO CRIADAS PARA RESOLVER PROBLEMAS. LUCRO GERADO É REINVESTIDO

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Mas afinal, o que é um Negócio Social? De maneira resumida, uma empresa como qualquer outra, que não depende de verba pública para sobreviver; nasce para resolver problemas sociais e cujo lucro gerado é totalmente reinvestido na melhoria do negócio. Os investidores são movidos por este ideal e, após um determinado período de tempo, recebem de volta apenas o valor nominal; ao contrário do modelo tradicional, em que o dinheiro investido retorna com juros e correção monetária. Rogério Oliveira, cofundador e gestor geral da Yunus Negócios Sociais do Brasil, participou de palestra em Campo Grande-MS, e concedeu entrevista ao Jornal Conexão. Qual a diferença na hora de se criar um Negócio Social e um modelo tradicional? A estrutura do Plano de Negócios envolvendo a empresa tradicional e o nosso

é igual. Quando se trata de receitas e custos também são parecidos. Mas, quando falamos de decisões, diferem muito uma da outra. Nos negócios sociais, os lucros obtidos devem ser reinvestidos, não repartidos entre os parceiros. Por exemplo: a Yunus desenvolveu um projeto em Bangladesh em parceria com a Danone, para combater a desnutrição infantil. Lá, o índice de desnutrição afeta 56% das crianças, segundo estudos locais. Então, a Danone abriu uma empresa e desenvolveu um iogurte com nutrientes capazes de tirar as crianças da condição de desnutridas. Elas bebiam os iogurtes especiais com frequência de duas vezes na semana e os resultados já apareciam meses depois. Esse é um dos serviços sociais aos quais me refiro. Um programa

Rogério Oliveira, co-fundador e gestor geral da Yunus no Brasil

Foto: Afrânio Pissini. Sebrae/ MS

á nove anos, o economista Muhammad Yunus ganhava o Prêmio Nobel da Paz. Considerado “o pai do microcrédito”, seu reconhecido trabalho desde os anos 1970 frente ao Grameen Bank possibilitou que pessoas pobres de Bangladesh dessem o primeiro passo para o empreendedorismo, ao tomarem empréstimos a juros mínimos e sem a necessidade de garantias e exigências impostas por instituições financeiras tradicionais. Hoje, o banco tem mais de 8 milhões de mutuários, 97% mulheres, e desembolsa mais de 1,5 bilhões de dólares por ano. O objetivo, segundo o próprio Yunus: fazer com que desempregados (maioria donas de lar e jovens) passem a não mais procurar, mas a criar emprego. O banqueiro é fundador da Yunus Social Business, companhia que visa acelerar o desenvolvimento de empresas que buscam transformar para melhor a sociedade. Desde estas conquistas, o conceito de “Negócios Sociais” tem se consolidado; começou a ser difundido ao mundo e ganha evidência no Brasil, reforçada pela vinda ao país, em maio, do próprio Muhammad Yunus, para uma série de compromissos, como palestras e reuniões institucionais. Além da unidade brasileira, a companhia possui atualmente escritório no Haiti, Albânia, Alemanha, Togo e Tunísia.


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Maio e Junho/2015 e dição 8 2 | a n o 1 1

publicação do SEBRAE-MS

que resolve o problema da sociedade é a missão de nossa empresa. No caso, a empresa Danone, o que ganhou a montar uma empresa em Bangladesh? Aí é que aparece a diferença de um empreendimento comum, tradicional e o negócio social. Quando sentamos para negociar o projeto com a Danone, a preocupação não era lucrar com a empresa, e isso tornou o diálogo mais fácil com os parceiros. Se fosse um negócio tradicional, com certeza a intenção seria a de produzir um iogurte mais caro e tirar proveito daquilo. Mas, não, a ideia era reduzir a desnutrição no País. E os lucros com a proposta foram aplicados na empresa, que se manteve forte sem perder o foco da questão social. Aqui no Brasil, você poderia citar algum exemplo? Sim, claro: aqui no Brasil um empreendedor desenvolveu um aparelho auditivo, carregável por energia solar. Fabricado da maneira como foi os equipamentos ficaram 90% mais baratos do que osproduzidos de maneira tradicional. Existemao menos 22 projetos semelhantes a este aqui no país; sempre voltado à camada mais necessitada. Outro exemplo é o aplicativo para smartphones desenvolvido em São Paulo, o “Meu Doutor”, que está em testes. De um lado ficam conectados pacientes que estão na fila que não conseguiram atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Do outro, médicos da iniciativa privada que decidiram doar um tempo de serviço; isto é, resolveram atender de graça em determinado períododo dia. O paciente, no caso, paga R$ 10 pelo serviço, dinheiro que não vai para o médico e, sim, para manter o projeto funcionando. Esse projeto deve se expandir pelo país daqui um ou um ano e meio. Como funciona a Yunus no Brasil? A Yunus é empresa limitada, aparen-

Foto: Afrânio Pissini. Sebrae/ MS

ENTREVISTA

Rogério Oliveira veio a Campo Grande e promoveu palestras no Sebrae-MS

temente criada como qualquer outra. Recolhemos impostos normalmente, não é uma ONG (Organização Não Governamental), entidade sem fins lucrativos. Nossa atuação foca em negócios sociais; ajuda a promover, a criar projetos sociais que surjam para resolver os problemas da sociedade.A empresa tenta oferecer um produto ou serviço para resolver um problema, já a receita obtida a partir das

vendas de tais produtos ou serviços têm de ser suficiente para bancar nossos custos, afinal não dependemos de doações, como uma ONG, por exemplo.

Sebrae e instituições assinam parceria para formentar Negçoios Sociais no Estado. Leia mais pelo QR Code (ao lado).


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P LANEJAMENTO

Pesquisa, o mapa que norteia o negócio Foto: LUIZ HENRIQUE

Pesquisar e fazer sondagens ajudam a conhecer o mercado e as necessidades dos clientes

Haru Chiuji diz que as estratégias de pesquisa ajudam para o crescimento do empreendimento sem muito custo

EMPRESÁRIOS CITADOS NA MATÉRIA HARU CHIUJI E WILLIAM WILSON EMPÓRIO COGUMELO FONE: (67) 3042-4234 RUA DR. EDUARDO MACHADO METELLO, 272 campo grande - ms

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niciar um negócio sem pesquisa é como viajar a um local desconhecido sem mapa ou GPS. A analogia, usada pela analista da unidade de soluções empresariais do Sebrae-MS, Ellen da Silva Coelho Doreto, dimensiona a importância da pesquisa e das sondagens para o nascimento e crescimento de uma empresa. De acordo com a especialista, a pesquisa de mercado é fundamental para a construção do plano de negócios. “Feita

corretamente, essa pesquisa pode mostrar ao empreendedor quais os produtos e serviços que darão mais lucro, quais melhorias ele deve fazer e quais canais de comunicação são mais eficientes”, enumera. As sondagens, apesar de não ter a validade de uma pesquisa, é uma ferramenta relevante. “O empresário, que quer sentir como os clientes veem um serviço ou que pretende trabalhar com um novo produto, pode realizar uma sondagem”, orienta Ellen. Entre os empreendedores atentos à importância da pesquisa e da sondagem estão Haru Chiuji, 27, e William Wilson, 32, donos do Empório Cogumelo. A empresa surgiu da necessidade da própria Haru e de seus amigos vegetarianos de encontrar, em um só lugar, alimentos naturais diversos. “Notei em meu grupo e em outros grupos vegetarianos que todos

queriam um espaço assim”, lembra-se. Desde então, a sondagem e a pesquisa norteiam o negócio. Haru conta que tem, na empresa, um caderno em que são anotados nomes de produtos solicitados pelos clientes e que não têm na loja. Os itens mais pedidos passam a compor o estoque. A pesquisa, com duração e planejamento maiores, também está presente na empresa. Foi pesquisando necessidades diversas dos clientes que Haru e William projetaram e criaram, na loja, um espaço gourmet. Também foi do desejo manifestado pelos consumidores que os empresários passaram a oferecer frutas nobres e a planejar a venda de sorbet, uma iguaria parecida com sorvete. Segundo Haru, essas estratégias de pesquisa e sondagem têm contribuído para o crescimento do negócio sem exigir emprego elevado de recursos. “O custo é praticamente zero”, observa a empresária.


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