Edição 74 - Janeiro e Fevereiro 2014

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A Virada Eduardo Corrêa Riedel Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do sebrae/ms

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chegada de um novo ano sempre traz gás para tirar projetos da gaveta ou elaborar metas mais ousadas. Os números do Sebrae MS demonstram que a virada no calendário muitas vezes é virada de vida, oferecendo importante injeção de ânimo no espírito empreendedor. De 1º a 20 de dezembro do ano passado, foram realizados na Capital 64 atendimentos para abertura de novas empresas. No mesmo período de janeiro, o número de atendimentos para essa finalidade foi de 170, indicando que o sul-mato-grossense também aproveita o estímulo do período para colocar em prática o projeto de ser dono do próprio negócio. Realizada pelo Sebrae, em parceria com o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) – Empreendedorismo no Brasil mostrou que abrir um negócio é um dos maiores sonhos para 43,5% dos brasileiros. O Brasil é, por tradição, um dos países com maiores índices de empreendedorismo. E neste cenário, Mato Grosso do Sul se destaca pelas perspectivas que oferece com novos vetores da economia se fortalecendo, abrindo frentes para o empreendedorismo. Alinhado com o momento, o Conexão está recheado de histórias que podem tanto inspirar quanto fortalecer o sonho de tirar o próprio negócio da gaveta.

Presidente do Conselho Deliberativo Estadual: Eduardo Correa Riedel • Diretor Superintendente: Cláudio George Mendonça • Diretor Técnico: Tito Manuel S. B. Estanqueiro • Diretora de Operações: Maristela de Oliveira França • Entidades do Conselho Deliberativo: AMEMS, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Faems, Famasul, Fecomércio, Fiems, Fundect, Seprotur, UFMS e Sebrae • Gerente Unidade de Marketing e Comunicação DO SEBRAE: Henrique Fracalanza Alves Corrêa • Projeto Gráfico: Futura Publicidade e Propaganda • Produção, Arte e Diagramação: Editora Visão • Tiragem: 12mil exemplares • Reportagem: LAURA MASSUNARI • Edição: Janaína Mansilha • Conselho Editorial: Carlos Alberto Santos do Valle, Jorge Tadeu Veneza, Janaína Mansilha, Liane dos Santos Pereira, Maria Cristina Campaner, Milton César de Oliveira, Patrícia Gasparetto e Ellen Doretto •INFOGRÁFICOS: GRéG MEDEIROS • Sebrae-MS: Avenida Mato Grosso, 1661 - Campo Grande, MS - CEP: 79002-950 - FAX: (67) 3389-5592 - conexao@ms.sebrae.com.br - Fale Conosco: 0800 570 0800. agência sebrae de notícias/ms (asn): www.ms.agenciasebrae.com.br . edição online: www.ms.sebrae.com.br/conexao


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SUA EMP RESA

Inspiração para deixar de sonhar e concretizar o seu empreendimento Fotos: Luiz Henrique

Conheça histórias de quem pretende tirar seus negócios do papel em 2014

Adriana: aprendendo a administrar com orientação

Jener: produto escolhido, em busca do capital

Rosa (à esquerda): planejamento pronto e mãos à obra

O ano começou e as energias estão renovadas. Muitas pessoas aproveitam essa época do ano para tirar do papel o sonho de abrir sua própria empresa. Conheça histórias de quem já está a caminho desse objetivo e inspire-se.

Adriana da Silva Oliveira, 39 anos, é nutricionista e sempre trabalhou com alimentação. Há quatro anos, abriu sua cozinha industrial com o marido, depois de uma experiência empresarial frustrada que lhes rendeu dívidas como herança. Desde então, tocava o negócio por “instinto”, até que em 2013, por indicação de um fornecedor, conheceu uma Agente Local de Inovação, do Sebrae. Em 2014, sua empresa toma novos rumos. “Abrimos o negócio sem orientação. Depois das consultorias, já fizemos um plano de ação e a primeira avaliação do comportamento da empresa. Antes, eu não sabia nem quantas refeições vendia. Agora, estamos aprendendo como se administra o caixa da empresa”, diz.

O consultor comercial Jener Braz, 41, partiu da experiência pessoal para formatar o modelo do empreendimento. Militar, paraquedista desde 2003, Jener investirá no segmento de turismo, lazer e esportes de aventura, inserindo no mercado serviços inovadores; para isso, busca parceiros como agências de viagens. Experiente, sabe que as ideias sem conhecimento não concretizam as possibilidades. “Calculei tudo para por a ideia em prática, busquei a orientação de especialistas e fiz o estudo de mercado para poder oferecer uma experiência nova às pessoas. Terminei o Plano de Negócios e estou na fase de aquisição do capital, fazendo os ajustes finais”, enfatiza.

Rosa Maria da Silva, 51, é agricultora familiar e integra a Associação Broto Frutos Culinária do Cerrado Rosinhalu. O grupo descobriu, no quintal de casa, sabores diferenciados para conquistar o público: pães e docinhos são feitos à base de baru, buriti, pequi, guavira e outras matérias-primas locais. “Com o Plano de Negócios em mãos, fomos aprovadas no edital das incubadoras da Prefeitura. Vamos participar de cursos de intercâmbio, gestão, marketing e ter a estrutura para produzir em larga escala, com ênfase na panificação para atender a alimentação escolar. Com capacitação, aprendemos a ter uma visão empresarial da nossa atividade. É preciso ter foco”, aconselha Rosa.


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Articulando o desenvolvimento Foto: Luiz Henrique

Comportamento empreendedor de agente local impulsiona economia e negócios em Sonora

Helder: “Contribuir para realizar sonhos é gratificante”

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m cenário de economia aquecida é positivo para todos: o empresário lucra, o município arrecada, a população tem empregos e aumenta a circulação de riquezas. Quando iniciativa privada e poder público se articulam para que isso aconteça, mais pessoas podem usufruir desses benefícios. Helder Luiz de Campos Soares, 47 anos, é formado em Direito com pós-graduação em gestão pública, assessor jurídico do município e Agente Local de Desenvolvimento desde 2011 em Sonora (a 363 km da Capital). Em 2013, venceu o Prêmio Sebrae Agente de Desenvolvimento. Mas ele gosta, mesmo, é de ajudar as pessoas a serem mais felizes, construindo a ponte entre o sonho e a realidade. “Nosso papel tem relevância porque podemos estimular os empreen-

dedores a acreditar que podem melhorar seus negócios”, diz. O diálogo, a parceria e a busca por soluções são as ferramentas para articular os atores do desenvolvimento. Os agricultores familiares do município, por

exemplo, agora têm boas perspectivas de comercialização de seus produtos para o poder público. Segundo Helder, “não havia para quem vender. Com as parcerias entre Sebrae, Prefeitura, Associação Comercial e de Produtores, demos um pequeno passo para a melhoria das condições de vida”. As sete ações inscritas no prêmio abrangem todas as frentes em que o Prolocal atuou em Sonora: desburocratização na abertura de empresas; estímulo à formalização; estímulo à participação nas compras públicas; apoio ao associativismo urbano e rural; incentivo à capacitação; apoio ao desenvolvimento rural; e estímulo à implantação da Lei Geral no município. “Fiquei muito feliz. O pouco que ainda fazemos pôde demonstrar aos avaliadores que estamos no caminho certo, e realmente é muito bom poder contribuir de alguma forma para a realização dos sonhos das pessoas. O prêmio não é do agente, mas de toda equipe de parceiros”, finaliza.


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co m é rc i o

Em Selvíria, qualidade é prioridade Fidelidade da clientela faz a fama dos salgados de Marcos há nove anos

Empresário citado na matéria marcos pereira dias (67) 8134-0210

mento”, explica. A mudança, que não é só na vida de Marcos, é resultado da atuação do Prolocal na cidade, que aumentou a formalização, de acordo com o secretário municipal de indústria e comércio, Jayme de Brito. “O projeto esclareceu sobre o empreendedor individual.Hoje está mais fácil entender os benefícios da formalização”, diz.Para o agente de desenvolvimento Reinaldo Costa, “os cursos e palestras têm ajudado a desenvolver o comércio local, para que não perca mercado para empresas do estado de São Paulo, que faz fronteira com o município”, diz.

Foto: Tânia Fukao

Clientela se cativa com qualidade. Esse é o lema do empreendedor individual Marcos Pereira Dias, morador de Selvíria (a 410 km de Campo Grande), localizada na região leste do Mato Grosso do Sul. “O que quero pra mim também quero para os meus clientes. Faço tudo com higiene e produtos das melhores

marcas. O lucro por produto fica menor, mas a freguesia é fiel”, diz. Fidelidade que já existe há nove anos, desde que começou a vender salgados nas ruas. “Assim que a esposa [Maria Aparecida Dias] termina de fazer saio para vender. Passo de bicicleta e as pessoas me chamam ‘Ô Galeano do Salgado’”, conta. São 70 salgados e 40 sucos em garrafa por dia, vendidos em duas horas de pedaladas. A cada dia da semana, são produzidos dois tipos de salgado. Em 2011, ele se formalizou e com o CNPJ surgiram novos sonhos. “Quero comprar uma perua para vender lanche. Vai ficar mais fácil conseguir financia-

Produtos são levados na bicicleta adaptada por Marcos


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RURAL

Produzir qualidade para viver bem Foto: TALITA FREITAS

Foto: Gislaine Trindade

Qualificação e acesso a mercados incrementam geração de renda de pequenos produtores

Em São Gabriel e Ribas, qualidade do produto e acesso a mercados geram renda às famílias

EMPRESÁRIOS CITADOS NA MATÉRIA Vanderlei Schmitz Granja Nossa Senhora Aparecida Assentamento Campanário, lote 105 BR 163, km 626, São Gabriel do Oeste Edson Alves de Matos Rancho Nova Conquista Assentamento Fazenda Melodia, lote 01 Br 262, km 70, Ribas do Rio Pardo

Agricultura familiar de subsistência é, agora, agricultura familiar como fonte de renda. O produtor rural é respeitado como empreendedor e transformou a relação entre homem e campo. Fomentar boas práticas no agronegócio é garantir a geração de riquezas por mais tempo.

Suinocultura Em São Gabriel do Oeste (137 km de Campo Grande), buscar qualidade tem beneficiado suinocultores. Vanderlei Schmitz, 42 anos, tem sua granja no Assentamento Campanário desde 2008. Toda produção é direcionada à indústria. A capacidade para 1,6 mil porcos deve ser ampliada para 2,2 mil. “Isso vai ser possível devido à qualidade do produto”. Ele foi um dos 45 participantes do Programa “De Olho na Qualidade Rural”, parceria entre Sebrae, Cooasgo (Cooperativa Agropecuária) e a Aurora Alimentos, que lá mantem uma unidade frigorífica. Os “5S” – descarte, organização, limpeza, higiene e ordem mantida –é aplicado às propriedades rurais. “Capacitar-se para qualificar a produção permite que você contribua com credibilidade, auxiliando a classe produtora”, explica.

Hortifruti Voltar ao campo para fugir do estresse urbano é uma chance de multiplicar boas práticas na lavoura. “Era mestre de obras, mas parti para o campo há dois anos em busca de qualidade de vida. Tudo o que minha família come eu sei de onde vem”, diz Edson Alves de Matos, 53 anos. Ele cultiva frutas, hortaliças, legumes e cria porcos e galinhas em sua chácara, em Ribas do Rio Pardo (a 102 km da capital). Além da feira, aos sábados, Edson fornece alimentos para restaurantes, empresas e para a merenda escolar das escolas públicas, por meio do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). O Sebrae presta apoio técnico aos agricultores familiares, do plantio à comercialização dos alimentos. “A produção não teria a mesma qualidade sem as capacitações. Aprendemos a fazer tudo sem agredir a plantação”, finaliza.


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INOVAÇÃO

Mudanças que alavancam os negócios EMPRESÁRIOS CITADOS NA MATÉRIA elieder toral supermercado trem bom rua sete de setembro, 1435 itaquiraí-MS - (67) 3476-1796 EULAMPIO NETO LAMP’S CASTANHAS DO BRASIL RUA CORUMBÁ, 84 - MONTE CASTELO CAMPO GRANDE-MS - (67) 3356-3703 GILMAR Curioni PHYTOHELP brasil site: http://phytohelpbrasil.com.br fones: (67) 3420-2113/8404-4082

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uem vê hoje o sucesso do supermercado Trem Bom não imagina a trajetória de superação do empresário EliederToral. “Comprei há sete anos a empresa em estado de quase falência, no início mantive a estrutura; trabalhava com minha esposa e um funcionário”, lembra. Na pequena Itaquiraí, a zona rural concentra 62% da população, e o serviço de entrega domiciliar atrai clientes. “Comecei entregando mercadoria de bicicleta; comprei moto e depois uma Kombi para atender”, diz. Em pouco tempo, a área de estoque e vendas quadruplicou, e agora a empresa passa de micro para pequeno porte. “Consegui-

mos nos diferenciar pelo atendimento, mercadorias e preço, investindo nas instalações e sistemas”, elenca. O supermercado é atendido pelo Agente Local de Inovação – ALI, do Sebrae. “O agente de inovação veio até nós e despertou para a busca por coisas novas; investimos no layout da loja, organização de gôndolas e em rádio interna, uma inovação no mercado local, com música, ofertas, sorteio de prêmios, e propagandas de parceiros”, diz. A rádio interna, por exemplo, foi uma inovação entre os estabelecimentos da cidade, que teve custo zero para a empresa. “Os patrocinadores da rádio são os nossos fornecedores. Todos os dias tem alguma novidade; lançamos ofertas, fazemos sorteio de prêmios, falamos de novos produtos. Isso tudo atrai consumidores para os produtos e nos diferencia da concorrência”. Para Elieder, o segredo da constante inovação é buscar conhecimento, ficar sempre atento ao cliente e estar aberto a novas ideias e sugestões. “A gente não é dono da verdade. Sempre é preciso aprender, buscar coisas novas para a empresa. As melhorias acontecem em todas as áreas, seja na parte de atendimento, na gestão financeira, em estrutura”, pontua. Outra prática da empresa é fazer reuniões regulares com funcionários para ouvir opiniões. “Eles são meus colaboradores; ajudam em novas maneiras de expor as mercadorias e sugestões que possam atrair mais os clientes”, conclui.

Foto: Evaldo Sérgio

Mercado muda layout das gôndolas e cria rádio interna com novidades para o cliente

Organização das gôndolas atrai o cliente


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INOVAÇÃO

Inovar para competir Foto: Luiz Henrique

Design aumenta em 40% as vendas de Neto; e Tecnologia resolve problemas no campo Novo design valorizou o produto selecionado.

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novar, dando uma cara nova ao produto, foi o passo para o sucesso das castanhas comercializadas pelo paraibano Eulampio Neto, proprietário da microempresa Lamp’s Castanhas do Brasil, em Campo Grande. No mercado formal há um ano e meio, em 2013 ele viu as vendas crescerem 40% depois que investiu no design das embalagens. “Eu queria expandir, visitei várias redes de hotéis e restaurantes, mas, apesar do produto ter qualidade, não tinha aceitação, as pessoas nem chegavam a experimentá-lo”, conta Neto. Participando de consultoria do Sebraetec, descobriu o porquê. “O consultor disse que meu produto era como uma princesa mal vestida. A marca tinha sido feita por mim. A consultoria deu às castanhas a vestimenta correta, de acordo com o perfil do público A e B, que queríamos alcançar”, comenta Neto. A mudança na logomarca trouxe novos clientes. A produção mensal saltou de 200 quilos para uma tonelada de castanhas para atender à nova demanda. E no final do ano, a Lamps conseguiu fechar negócio com a rede atacadista Assaí, que se instalou recentemente em Campo Grande. As castanhas Lamp’s também estão em farmácias, clubes, conveniências, hotéis, restaurantes. Salto com a formalização Neto começou a vender castanhas de caju porque estava

desempregado. Na informalidade, a produção ficava em sua própria casa. “Comprava as mercadorias em São Paulo, naquelas viagens ‘bate e volta”, recorda. Como o rendimento era pequeno, teve de deixar o negócio e aceitar o cargo de gerente comercial em uma empresa na Capital. Quatro anos mais tarde, a empresa fechou as portas e com o dinheiro da rescisão ele reativou o antigo negócio com as castanhas. “A grande diferença foi retomar a empresa formalizada. O

“O consultor disse que meu produto era como uma princesa mal vestida” CNPJ abriu mais possibilidades de comercialização e também melhorou o acesso a crédito”. Procurou o Sebrae; fez o plano de negócios; definiu o custo correto do produto; aprendeu sobre gestão empresarial. Conseguiu o financiamento para compra de maquinário. “Envazava manualmente 400 pacotes por dia e, com as máquinas, chegamos a dois mil pacotes.” A formalização aumentou 30% o faturamento da empresa. “Hoje, há uma variedade de castanhas do Brasil, de caju, salgada, doce, caramelada”, expõe. Planos para 2014 Neto já deu entrada no registro de sua marca. “Tenho certeza que meu produto vai ser tornar conhecido nacionalmente”, diz. Este ano deve abrir uma filial da Lamp’s na cidade de Cuiabá, aproveitando que seus clientes atacadistas também estão presentes no estado vizinho. Para expandir, já providenciou a criação de site que ajudará na divulgação e nas vendas. Também comprou novas máquinas. “Em seis meses, espero dobrar o faturamento”, avalia.


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“O uso do fertilizante tem mostrado bons resultados na prática”. Gilmar Curioni

Inovação no campo Para a Phytohelp Brasil, inovação significa buscar, com o auxílio da tecnologia, soluções inteligentes e ambientalmente justas para aumentar a produtividade das lavouras. A empresa de fertilizantes foliares e para o solo, que já atuava na Colômbia e na Bolívia, chegou ao Brasil há cerca de dois anos com uma proposta audaciosa: utilizar a nanotecnologia para diversificar os métodos de correção de solo atualmente em uso na agricultura. “O solo é como o organismo humano, precisa de equilíbrio. A maior parte do solo brasileiro é ácido, e precisa de correção. Nós fabricamos um fertilizante líquido a base de cálcio e magnésio com características corretivas”, explica o empresário e engenheiro agrônomo Gilmar Curioni, 53 anos. Resultados Em termos simples, a nanotecnologia permite quebrar moléculas dos corretivos

mais comumente utilizados (em pó e pouco solúveis em água) em partículas muito menores e solúveis – o que aumentaria a eficiência de absorção da forma líquida no solo. A inovação tem sido tema de pesquisa em vários estados brasileiros. “No plantio de hortifrúti, a correção com o fertilizante líquido seria indicada principalmente porque o ciclo é curto; em 30 dias, você colhe um pé de alface. A correção em pó demora de 90 dias a seis meses para acontecer”, enfatiza o empresário. As vantagens do fertilizante líquido incluiriam a redução do impacto ambiental (com menos extração de matérias-primas), a facilidade de armazenar e aplicar o produto, e a redução dos custos com o transporte de grandes quantidades de insumos e com as perdas na aplicação. “Só as pesquisas vão poder dizer se esse processo é mais eficiente ou não. Mas na prática, em várias culturas, vemos que os resultados existem”, diz Gilmar.

Mercado Os pequenos produtores seriam beneficiados diretamente por um modelo de correção de solo de custo menor e sem restrições quanto aos ciclos de aplicação. “O produtor ainda não corrige o solo na sua lavoura porque o custo é alto e, às vezes, o produto não chega. Falta recurso para investir em tecnologia”, finaliza. Gilmar mantem duas unidades da Phytohelp: a fábrica, em Campo Grande, e a representação comercial em Dourados. A distribuição dos produtos é feita por meio de parceiros do ramo. A empresa passou pelas consultorias do Sebraetec, no final de 2013, para formatar o projeto inscrito no edital Tecnova, da Finep realizado pela Fundect, Semac, Seprotur e Fundems que apoia micro e pequenas empresas no desenvolvimento de novos produtos, serviços ou processos. O fertilizante líquido é a inovação inscrita. Cada projeto aprovado recebe recursos entre R$ 120 mil e R$ 400 mil.


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TECNOLO G IA

Comunicação e tecnologia para soluções empresariais inteligentes Apesar da franca expansão, segmento exige qualificação e atualização constantes Foto:Rodrigo Vicentini

de crescimento profissional para retê-los, formando um time de primeira. Trabalhar com comunicação e tecnologia exige um profissional que busque sempre obter e aplicar novos conhecimentos. As empresas estão cada vez mais estruturando o processo de formação de seus profissionais. A nossa não é exceção”, opina. O cenário é positivo para o grupo em 2014: enquanto um dos sócios assume o escritório na capital paulista e outro comanda a equipe de 40 funcionários em Kenneth: sucesso empresarial depende da qualidade dos serviços – e do profissional

Empresário citado na matéria KENNETH COELHO CORRÊA (67) 3025-7647 AV. PRIMEIRO DE MAIO, 99 - CAMPO GRANDE-MS (11) 3938-9925 AV. MOEMA, 265 - SÃO PAULO-SP GRUPO WTW (http://www.grupowtw.com.br)

O empresário Kenneth Coelho Corrêa tem 30 anos. Apesar de jovem, o currículo impressiona - e representa bem o perfil profissional do mercado de comunicação e tecnologia: o administrador, com pós-graduação em Gestão Empresarial, é diretor Comercial e de Tecnologia do

Grupo WTW, já foi professor universitário e atuou no mercado imobiliário durante cinco anos. O trabalho de desenvolver sites, como freelancer, foi a porta de entrada para a prestação de serviços e soluções voltadas ao mundo corporativo - nas áreas de marketing digital e eCommerce. Depois de perceber que faltava às empresas do segmento qualidade no atendimento e no produto, conhecimento técnico e visão de mercado, ele e os sócios decidiram iniciar o próprio negócio. Mesmo num ramo em franca expansão, quem não se consolida com bons serviços desaparece no meio do caminho. “Acredito que a receita está em identificar e recrutar talentos e gerar oportunidades

“Escolha algo que você faça melhor que a média” Campo Grande, Correa fará a ponte entre os negócios e a operação, transitando entre as sedes. Para finalizar, ele aconselha: para se destacar, é preciso estudo e prática. “Escolha algo que você saiba mais ou faça melhor que a média. Esqueça a ideia de fazer o que gosta. Gaste um tempo para fazer isso cada vez melhor. O mercado de trabalho está sedento por pessoas que possam demonstrar competência em alguma coisa”.


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RECONHEC IMENTO

Beleza e bem-estar a serviço da autoestima dos clientes Esteticista vê no próprio negócio uma forma de trazer conforto e bem-estar às pessoas

(67) 3278-1102 LA BELLE ESTHETIQUE AV BRASIL, 680 - CENTRO - RIO NEGRO-MS

Há tempos, a relação entre consumidores e empresas deixou de se pautar somente pelo preço da mercadoria. Quem vende procura oferecer não apenas produtos ou serviços, mas também um valor a seus clientes. Quem compra, por sua vez, está disposto a pagar mais a quem lhe satisfaz uma necessidade com respeito, ética e qualidade. Juliana Pereira Dias, 32 anos, venceu a etapa estadual na categoria Microempreendedora Individual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios de 2013. A esteticista da La Belle Esthetique, de Rio Negro, oferece mais que um servi-

“Minha história representa um pouco de cada empreendedora”

suas histórias de vida terão esse reconhecimento”, explica. Juliana começou a atender as primeiras clientes aos finais de semana, num quartinho da casa dos pais. Os sonhos foram crescendo, assim como a vontade de ampliar o espaço do consultório para concretizá-los. “A maior dificuldade é no início, para conseguir fidelizar a clientela e ter credibilidade. Depois disso, estrutura física e equipamentos vêm com o trabalho. Hoje tenho uma boa cartela de clientes e o reconhecimento deles”, finaliza. Em 2014, os planos incluem a ampliação do consultório para centro de estética: cabelo e depilação vão integrar o menu de serviços oferecidos.

Foto: Eduardo Lopes

EmpresáriA citadA na matéria JULIANA PEREIRA DIAS

ço a quem procura o consultório: os clientes passam por uma experiência estética facial e corporal, em benefício do próprio bem-estar. “Queria algo que fizesse bem às pessoas. Me agradava o fato de que na estética sempre podia deixar as pessoas mais belas”, diz. O preço para investir na formação profissional foi alto: ao sair do interior, deixou para trás os pais e a filha para concluir a graduação em Estética. Mas o esforço em busca da qualificação e a caminhada rumo ao negócio próprio e formalizado foram válidos. “Acredito que minha história representa um pouco de cada mulher empreendedora, e muitas outras mulheres podem acreditar que

Juliana fidelizou sua clientela; planos para 2014 incluem ampliar estrutura física e menu de serviços oferecidos

-Confira histórias de outras duas vencedoras do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios. Ouça na: sebrae.ms/radioweb


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INDÚSTRIA

Evolução industrial em Três Lagoas Roomtek acompanha crescimento do município e fornece para as grandes indústrias Foto: Paulo Jorge

EmpresáriO citadO na matéria FABRÍCIO DE MOURA GOMES (67)3522-7907 ROOMTEK USINAGEM AV. RANULPHO MARQUES LEAL, 1031 TRÊS LAGOAS

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pós o ciclo da pecuária, Três Lagoas tem se mantido como um grande “canteiro de obras” no MS. A chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (1912) e a construção da Usina Hidrelétrica “Engenheiro Souza Dias” (Jupiá”, na década de 60) atraíram trabalhadores de outras regiões, em busca de emprego. O município vive, atualmente, o reaquecimento industrial, com maior parque do Estado, alavancado pelas fábricas do complexo celulose-papel e outros segmentos como petróleo, gás e energia; transporte intermodal, alimentos, têxtil, que atraíram uma leva de trabalhadores. A Roomtek Usinagem, indústria que executa serviços como caldeiraria, usinagem, manutenção mecânica e montagem industrial, aproveitou o cenário e se instalou em Três Lagoas em 2009. Fabrício de Moura Gomes, 36 anos, é natural de São José dos Campos (SP). O administrador de empresas é diretor-executivo da unidade, e dá os números do sucesso. “Três Lagoas possui atrativos como incentivos fiscais, terra e água em abundância e localização favorável. Aproveitamos essa onda de crescimento

De quatro a 111 funcionários, em quatro anos: Roomtek fornece equipamentos e serviços às grandes indústrias

e nos firmamos. Começamos com quatro funcionários. Atualmente, somos 111”. A empresa atua em todo território nacional, mas atende, principalmente, as grandes indústrias do parque local. Para o diretor executivo, o crescimento da indústria deve atingir tanto grandes quanto pequenas empresas. “São estas que auxiliam as grandes a se manter funcionando”. Qualificar-se para atender à demanda é preciso: a Roomtek foi uma das pequenas empresas que participaram do Programa de Qualificação de Fornecedores, pela parceria IEL e Sebrae, e foi certificada com o Sistema de Gestão da

Qualidade de Fornecimento. Também se capacitou pelo convênio Sebrae e Petrobras, e integra o catálogo de fornecedores da parceria (disponível em www.ms.sebrae.com.br/petrobras), participando de rodadas de negócios, feiras e missões técnicas. As metas da Roomtek para 2014 incluem qualificação de mão-de-obra. “Queremos desenvolver a atuação da empresa em outros estados e iniciar um projeto de capacitação de pessoas carentes, dando oportunidade de qualificação a quem não tem, criando e desenvolvendo mão-de-obra local”, finaliza.


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SUSTENTABILIDADE

Remédios com Destino Consciente Fabricantes de pneus, agrotóxicos, lâmpadas fluorescentes, óleos lubrificantes, pilhas e baterias são obrigados, pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, a criar mecanismos para que esses materiais, depois de inutilizados, retornem à indústria. O mesmo ainda não acontece com os remédios. Mas a preocupação com o destino ambientalmente correto de medicamentos vencidos já fez surgir alternativas para a implantação de uma logística reversa desses produtos. O programa Destino Consciente foi implantado pela Rede de Drogarias São Bento em novembro de 2011. Desde então, são recolhidos por mês, em média, 500 kg de remédios; cerca de seis toneladas de resíduos, por ano, deixam de ir para o lixo comum, poluindo o solo e o lençol freático. Os dados são de 2012. Segundo o empresário Luiz Fernando Buainain, diretor de compras da Rede, além de minimizar danos ambientais, o

Foto: Janaína Mansilha

Além de vender, empresa recolhe medicamentos vencidos para o descarte adequado

Farmacêuticos da rede recebem remédios que serão incinerados

objetivo do programa é “evitar que os clientes mantenham medicamentos sem condições de uso em casa e conscientizar a população de que o uso de remédios vencidos causa danos à saúde”.

Os consumidores podem entregar seus medicamentos vencidos em qualquer filial da rede. O farmacêutico faz o recolhimento, e os remédios são encaminhados à incineração por uma empresa especializada. Uma das recomendações é que embalagens originais e bulas também sejam entregues, pois serão destinadas à reciclagem. Segundo Vitor Gonçalves Faria, técnico do Sebrae responsável pelas ações de sustentabilidade, a medida é “uma forma de incentivar outras empresas farmacêuticas a recolher o resíduo sólido que ajudaram a gerar, minimizando impactos”. Atualmente, de acordo com o programa, há 85 pontos de coleta no Estado (em Campo Grande e outros 17 municípios) e Mato Grosso (em Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande e Lucas do Rio Verde).


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O que fazer após o Plano de Negócios? Pesquisar e planejar são essenciais; rever metas e adequar-se à realidade também são

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pós amadurecer a ideia e o modelo de negócio, tem início um longo caminho à frente dos futuros empreendedores que querem abrir a própria empresa. É hora de se capacitar, pesquisar e planejar ações e metas para minimizar riscos. Porém, riscos fazem parte de qualquer espécie de empreendimento. Assumi-los e ser flexível diante da instabilidade do mercado e da economia é necessário para não “engessar” o planejamento. O técnico Claudio Afrânio Rosa, do Sebrae Minas Gerais, fala sobre a importância do Plano de Negócios e o que fazer com o documento em mãos.

O Plano de Negócios é importante? É um documento de planejamento que auxilia a identificar a viabilidade de uma empresa do projeto do ponto de vista da estratégia, do mercado, das operações e da gestão financeira. Ele é útil não apenas para a abertura de uma empresa, mas para orientar sua expansão, a captação de recursos e parcerias e para melhorar a comunicação entre os públicos interno e externo. O que ele deve conter? O plano completo é uma coleção de vários subplanos, incluindo os seguintes aspectos: financeiro, marketing e operacional. Em geral, contém um sumário executivo que apresenta os pontos principais do projeto; a análise de clientes, concorrentes e fornecedores; as estratégias de marketing; a estrutura e as atividades necessárias; o planejamento financeiro; a simulação de cenários; e a análise estratégica. O que fazer com o plano em mãos? As dúvidas ao abrir um negócio vão desde se os clientes chegarão, se as vendas vão crescer ou se a empresa dará certo. Como não é possível prever o futuro, é necessário validar e ajustar informações de mercado, estimativas de receitas e custos. Teste as hipóteses, apresente suas ideias

para clientes e veja se eles concordam com isso e se pagariam pelo que você quer oferecer. Depois do planejamento, começa a fase de implantação e gestão da empresa, ela é que sustenta o negócio e o faz crescer. Que dicas podem ajudar o empreendedor a implantar o negócio? Atualizar-se nas práticas de gestão, atrair talentos para a empresa e motivar a equipe, não perder de vista a qualidade no atendimento, fazer um planejamento financeiro, traçar uma estratégia de preços e estar ao lado da lei. É preciso escolher a melhor forma de tributação e contratar a assessoria de um bom contabilista. E se a realidade contrariar os planos? O Plano de Negócios é um instrumento dinâmico, que deve ser atualizado de acordo com as mudanças na economia, no mercado ou mesmo no ambiente interno da empresa. Sempre que mostrar-se inviável, deve ser revisto. Cláudio Afrânio Rosa, 37 anos, é formado em Ciências Contábeis e atua na Unidade de Educação, Empreendedorismo e Cooperativismo do Sebrae de Minas Gerais. Foi professor de empreendedorismo e criação de empresas e é autor do manual e do software “Como elaborar um Plano de Negócios” do Sebrae MG

Saiba como elaborar o modelo de negócios CANVAS.


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