Neuroftalmologia

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167  | Neuroftalmologia - Afecções do Quiasma Óptico produzem compressões extrasselares e hipopituitarismo; ao crescerem para cima, afetam as vias ópticas e produzem uma hemianopsia bitemporal. Embora esses adenomas não tenham secreção hormonal, podem provocar uma ação funcional pela atrofia ou pela destruição do tecido hipofisário, que leva ao hipopituitarismo. Os adenomas secretantes ou funcionais são de vários tipos. Dos seis tipos de células secretantes da adeno-hipófise, cinco podem desenvolver adenomas. O único tipo celular que não os desenvolve é o produtor de hormônio estimulante do melanócito (MSH). Os adenomas funcionais se expressam por uma sintomatologia dependente dos hormônios segregados; isso determina que o paciente procure antecipadamente a consulta médica. Os adenomas secretantes de prolactina, ou prolactinomas, são os mais frequentes de todos. Podem aparecer em homens, porém são muito mais obserevados em mulheres de 20 a 40 anos. O quadro clínico habitual na mulher é o seguinte: amenorreia secundária, galactorreia bilateral, hipogonadismo e infertilidade; também pode haver amenorreia isolada, sem galactorreia, ou galactorreia com dismenorreia ou oligomenorreia. Quando o adenoma se apresenta antes da menarca, produz amenorreia primária e, às vezes, galactorreia e ginecomastia. Os adenomas prolactínicos do homem podem produzir impotência sexual, diminuição da libido, ginecomastia e galactorreia. O tamanho que alcançam os adenomas prolactínicos é variável: desde muito pequenos, não excedendo o tamanho da hipófise normal e muito menos o da sela turca, até grandes, que invadem as estruturas extrasselares, em particular as superiores, e produzem transtornos visuais. Os mais frequentes são os pequenos, e existem provas clínicas indicadoras de que a maioria deles não tem tendência a crescer e a converter-se em grandes adenomas. Os adenomas secretantes do hormônio do crescimento são frequentes, e são formados por células eosinófilas. Manifestam-se desde a adolescência até a velhice. Nos jovens, o hormônio produzido em excesso pelo tumor estimula as cartilagens de crescimento (que se encontram abertas) e provoca gigantismo. Nos adultos, cujas cartilagens de crescimento estão fechadas por ossificação, é produzida uma acromegalia que se caracteriza por prognatismo, aumento dos seios frontais, mãos e pés; cifose dorsal, hipogonadismo, diabetes etc. É mais frequente que os adenomas hipofisários secretantes do hormônio do crescimento que se manifestam nos adultos. Os adenomas secretantes de adrenocorticotrofina são adenomas de células basófilas, que produzem a síndrome de Cushing pela ação estimulante da ACTH sobre as glândulas suprarrenais. Nesses casos, observam-se hiperplasia adrenal bilateral, obesidade com abundante desenvolvimento do tecido gorduroso, hipertensão arterial, hiperglicemia, múltiplas alterações cutâneas etc. Os adenomas hipofisários secretantes de ACTH frequentemente são muito pequenos e não produzem alterações radiológicas nas partes ósseas e moles. Alguns adenomas produtores de ACTH são diagnosticados anos após uma adrenalectomia bilateral, motivada pela existência de uma síndrome de Cushing que, presumivelmente, obedecia a uma hiperplasia primária das glândulas suprarrenais. Nesse caso, o adenoma hipofisário é de rápido crescimento, diferenciando-se assim por isso dos adenomas restantes, produtores de ACTH. Os adenomas secretantes de tireotrofina e de hormônios folículo-estimulantes e luteinizantes são raros, de pequeno tamanho, e produzem um quadro endócrino relacionado com a secreção hormonal, segundo cada caso.


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