Neuroftalmologia

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Mário Luiz Ribeiro Monteiro

C a p í t u l o | 11

Papiledema (Edema de Papila da Hipertensão Intracraniana)

Introdução Papiledema é definido como o edema de papila resultante do aumento da pressão intracraniana. O termo deve ser utilizado apenas para descrever casos de edema de papila por hipertensão intracraniana, e não para outras causas de edema de papila, como a neurite óptica, a neuropatia óptica isquêmica etc. Todas elas devem ter uma designação específica sem a utilização do termo papiledema. A patogenia do papiledema não é totalmente conhecida, mas os estudos experimentais de Hayreh em macacos permitiram demonstrar que o papiledema se desenvolve na hipertensão intracraniana, quando o espaço subaracnóideo perióptico é patente e permite a transmissão da pressão intracraniana ao longo da bainha do nervo óptico. O bloqueio desse espaço por aderências ou tumor impede a transmissão da pressão e o desenvolvimento do papiledema. Do mesmo modo, quando se faz uma abertura na bainha do nervo óptico que impede a transmissão da pressão até a cabeça do nervo óptico, o papiledema não se desenvolve. Além disso, o papiledema só se desenvolve quando existem células ganglionares presentes, uma vez que o bloqueio do fluxo axoplasmático dessas fíbras é etapa fundamental do seu desenvolvimento. Quando existe atrofia óptica, o papiledema não se desenvolve mesmo que a hipertensão intracraniana seja transmitida ao nervo óptico, uma vez que não existem fibras nervosas para levar ao desenvolvimento do edema. Portanto, para o desenvolvimento do papiledema, é necessário que exista hipertensão intracraniana, que esta seja transmitida até a cabeça do nervo óptico e que existam fibras das células ganglionares íntegras na cabeça do nervo óptico.

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