Cristalino

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52  |  Cristalino e Catarata - Técnicas Anestésicas A técnica consiste na injeção do anestésico local com agulha de 25 ou 30 mm, na carúncula, entre a prega semilunar e a conjuntiva bulbar, com o bisel voltado para o globo, visando menor risco de perfuração, atingindo uma profundidade média de 15 mm. Tem a vantagem sobre a retrobulbar por apresentar menor risco de perfuração, com uma qualidade superior a peribulbar. Como desvantagem, geralmente necessita de uma sedação venosa para realização do bloqueio, por motivos álgicos, e um volume relativamente grande, quando feito como técnica única. Eu coloco à anestesia caruncular como uma opção para substituir a etapa superior, da complementação, da clássica “dupla injeção peribulbar”. Essa associação diminui o número de falhas, assim como o volume do anestésico local. Outra vantagem é ser menos dolorosa, pois o paciente já está parcialmente bloqueado.

Bloqueios Regionais O nervo facial, VII par craniano, pode ser bloqueado desde a sua emergência na base do crânio, no forame estilomastóideo, até nos seus ramos faciais terminais. van Lint foi o primeiro a descrever a técnica, em 1914, eliminando a indesejável contração do orbicular no intraoperatório. Recomendava que o anestésico local fosse depositado num plano bem profundo, próximo ao periósteo, visando maior efetividade. Esse bloqueio é muito importante como coadjuvante da anestesia retrobulbar, pela acinesia do orbicular. Na peribulbar, principalmente quando associada com hialuronidase, temos um espraiamento do anestésico para fora da órbita, alcançando o músculo orbicular, dispensando esse procedimento na maioria das vezes, Foram descritas várias técnicas, a saber: Van Lint: infiltração do anestésico na região dos ramos terminais do nervo facial, 1 cm posterior ao canto lateral da órbita, com agulha 25x7, injetando 1 a 2 ml da solução anestésica próximo ao periósteo e, depois, redirecionando a agulha para a margem da órbita inferior e superior, sem removê-lo completamente, depositando o anestésico nesse percurso. Existe uma modificação da técnica de Van Lint, em que a infiltração é realizada no plano vertical superior e inferior (3 cm acima e abaixo), com resultado semelhante. O’Brien: o bloqueio é realizado próximo da divisão do nervo facial, para evitar o edema periorbital, quando se realiza Van Lint. A técnica consiste na palpação da articulação temporomandibular para localizar o côndilo da mandíbula; o movimento de abrir e fechar a boca facilita esse passo do procedimento. Após localizado o ponto correto da infiltração, devemos administrar 2 ml de anestésico a 1cm de profundidade, evitando a injeção intraarticular. Existe o risco de falha parcial da acinesia, por alterações anatômicas do trajeto do nervo. Existem outras técnicas de bloqueio do nervo facial; entre elas destaco a de Atkinson (borda inferior do zigomático), Spaeth (antes da divisão do nervo facial) e Nadbath-Ellis (retroauricular – entre o processo mastoide e a borda posterior do ramo mandibular), porém menos utilizadas que as citadas anteriormente.


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