Cirurgia Refrativa

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39  |  Cirurgia Refrativa - Patologia das Lentes Intraoculares QUADRO 2  Possíveis causas de opacificação/coloração pós-operatória clinicamente significativa de lentes intraoculares (LIOs) Condições observadas no pós-operatório precoce

Condições observadas no pós-operatório tardio

Opacificação de LIOs em silicone por influxo de água, devido à contaminação das lentes por moléculas exógenas

Interação de LIOs com medicação sistêmica (p. ex., fluoresceína sódica a 2%, amiodarona, rifabutina)

Interação de LIOs hidrofílicas acrílicas de alto conteúdo aquoso com corantes capsulares

Revestimento de LIOs em silicone com óleo de silicone, utilizado em cirurgia vitreorretiniana

Depósito de pomada oftálmica, que ganhou acesso intraocular na superfície da LIO (podendo também se apresentar no pós-operatório tardio)

Calcificação de LIOs em silicone em olhos com hialose asteroide Calcificação distrófica de LIOs hidrofílicas acrílicas Degeneração do PMMA tipo flocos de neve (snowflake) após exposição aos raios ultravioleta em longo prazo

uma LIO de silicone que foi colorida em azul devido ao uso intraoperatório de azul de metileno. Além dessa complicação, tal corante foi associado a uma taxa mais elevada de edema de córnea após o seu uso intraoperatório (Fig. 13B). Pomada oftálmica utilizada após a cirurgia pode ganhar acesso intraocular e revestir LIOs. Cirurgiões devem ter cuidado com a associação entre incisões do tipo córnea clara, sem suturas, pomada oftálmica e curativo apertado. Em alguns casos, a pomada ganhou acesso intraocular após a cirurgia, mas só causou problemas no período pós-operatório mais tardio. Diversos casos de opacificação de LIOs no período pós-operatório tardio foram descritos na literatura. LIOs em silicone podem adquirir uma coloração verde, marrom e rosa, após o uso sistêmico de fluoresceína sódica a 2%, amiodarona e rifabutina, respectivamente. LIOs em silicone não devem ser implantadas em pacientes com alta possibilidade de necessitar de cirurgia vitreorretiniana com uso de óleo de silicone, já que há um revestimento irreversível da LIO pelo óleo. Recentemente, descrevemos pela primeira vez casos interessantes de LIOs de silicone apresentando depósitos calcificados na sua superfície posterior em olhos com hialose asteroide. Outros casos foram descritos na literatura, sempre em associação a LIOs de silicone.

Figs. 12 (A e B) Lente de silicone de três peças que foi explantada devido à opacificação observada no primeiro dia pós-operatório. (Cortesia da Dra. Christiana Hilgert, Campo Grande, MS, Brasil.) A. Estado hidratado. B. Estado seco.


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