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DO SONHO À TRANSFORMAÇÃO
Acadêmicos da FCM-MG contam como resolveram ressignificar suas trajetórias profissionais

Eduardo cursa Psicologia após atuação nas áreas de Economia e Jornalismo, participando do curso livre de Teatro e de diversas atividades teatrais
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Mudar a trajetória profissional quase nunca é fácil: envolve riscos, investimento, tempo e muita, muita dedicação. Soma-se a isso o desafio de conciliar um novo projeto com a rotina de trabalho, família e outras responsabilidades. Mas, quando o desejo de mudança bate mais forte, cada esforço vale. Na Faculdade Ciências Médicas – MG, não é raro encontrar histórias de pessoas que resolveram mudar completamente o rumo de suas vidas para se realizarem na área da Saúde.
Dos projetos para o cuidado
Foi assim com a Engenheira Mecatrônica Gimene Freitas Motta. Nascida em São Paulo, ela conheceu a área de projetos ainda bem jovem e acabou cursando ensino técnico. Mais tarde, chegou a prestar vestibular para Medicina em uma universidade particular e, no mesmo ano, para Engenharia em uma instituição pública, na qual foi aprovada. Por questões financeiras, optou pela segunda formação, em que obteve êxito profissional. “Eu me formei em 2013 e tive o privilégio de trabalhar em três grandes empresas”, conta.
No entanto, a vontade de cuidar de pessoas nunca abandonou seu coração. E foi em uma viagem a trabalho que os questionamentos começaram. “Por conta de um projeto, morei por seis meses em Ambé, cidade próxima a Altamira (PA), região de extrema pobreza. Acabei me envolvendo em ações sociais junto às famílias residentes nas áreas que seriam afetadas. Lembro-me de acompanhar o trabalho das equipes que iam levar vacinas e curativos e ver o quanto aquilo era importante na vida daquelas pessoas. Nessa época, tinha um noivo, que me apoiava muito em tudo e acompanhou um pouco as minhas frustrações
profissionais. Mas ele acabou falecendo, e eu tinha estado com ele em seus últimos momentos. Depois disso, tive a certeza de que estava na hora de mudar meus planos”, diz.
Gimene foi trabalhar em uma empresa de menor porte e chegou a cursar Gastronomia como forma de aliviar o estresse, o que, como ela afirma, ajudou muito. Nessa época, passou a pesquisar cursos na área da Saúde, enquanto se organizava e se programava financeiramente. Começou fazendo Biomedicina, mas, por indicação de amigos e orientação de um professor, optou por cursar Enfermagem na FCM-MG e está prestes a se formar.
“Brinco sempre que o cuidado está codificado em minha genética. Minha avó foi enfermeira pela Cruz Vermelha por muitos anos, meu avô foi soldado da Força Expedicionária Brasileira (FEB/BH). Durante a Segunda Guerra Mundial, como uma história de filme, ele foi baleado, e quem cuidou dele foi minha avó. Quando retornaram ao Brasil, o pernambucano acabou vindo para BH por conta dela e, assim, os Motta vieram ao mundo. Minha avó trabalhou no Hospital da Baleia e no João XXIII até o fim da vida, na área de queimados”, conta Gimene.
De economista a psicólogo
A simpatia, a calma e a leveza de Eduardo Grachet são típicos de quem trabalha na área da Psicologia. No entanto, sua primeira formação acadêmica foi em Economia, que ainda exerce em sua empresa. E não é só: muito dinâmico, desempenhou diversas outras atividades ao longo da vida. Atuando na área de Jornalismo com editoração eletrônica, participou da transição do jornal impresso para o on-line e escreveu para o caderno de Cultura. Também já foi músico e chegou a gravar alguns álbuns. Mas, em todas as atividades, a Psicologia sempre esteve de alguma forma presente. “Costumo dizer que a Psicologia me encontrou, e não o contrário”, pondera.
Nascido em Araras, no interior de São Paulo, Eduardo estabeleceu um relacionamento com uma mineira e, depois de muitas pontes aéreas, decidiu morar de vez na capital mineira, em 2017. Deixou a sociedade que tinha em São Paulo para continuar sua empresa de gestão de documentos, atendendo alguns antigos clientes remotamente. Nesse momento, resolveu colocar em prática o plano de cursar a faculdade de Psicologia. Por coincidência, na época em que ingressou no curso de Psicologia da FCM-MG, o Teatro Feluma estava sendo
inaugurado. “Sempre fui uma pessoa que teve muitas atividades culturais, que sempre gostou muito de arte, e o teatro acabou vindo ao meu encontro por meio do Teatro Feluma, uma feliz coincidência”, conta Eduardo, então no 6º período da faculdade. Ele participa do curso livre de Teatro e de diversas atividades teatrais.
Bailarina e futura fisioterapeuta
Os palcos e os estúdios de dança foram, por muito tempo, o cenário onde a bailarina Ana Clara Pires exercia a sua arte. A jovem de 24 anos começou cedo no balé, por influência da mãe, que também foi bailarina e hoje é proprietária de uma escola de dança. Participou de diversos concursos até chegar à Escola de Dança da UFMG, em 2016. Foi lá que teve o primeiro contato com o mundo da Fisioterapia e começou a vislumbrar a possibilidade de cursar sua primeira graduação. “Meu professor era fisioterapeuta e me falava muito sobre o curso, como era, a importância de entender sobre meu corpo para poder dançar, e me encantei. Quando fui fazer vestibular, acabei optando por Fisioterapia por causa dele”, conta Ana Clara.
A modalidade de dança mais estudada na Fisioterapia e na Medicina Esportiva é o balé, pois os bailarinos dedicam--se quase integralmente a essa prática, o que acaba sobrecarregando o sistema musculoesquelético. E foi exatamente aí que Ana Clara encontrou o link para exercer suas duas expertises. Hoje, ela está no nono período do curso na FCM-MG. “Pretendo atuar com reabilitação dentro da dança. Existem concursos de renome nacional e internacional que trabalham na área da reabilitação do bailarino, é uma área bastante promissora”, afirma.

Foi na Escola de Dança da UFMG que Ana Clara conheceu a Fisioterapia e se interessou pelo curso superior