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ESFORÇOS PARA REUNIR E DIVULGAR CONHECIMENTOS QUALIFICADOS
Representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) participa de novo encontro sobre Covid-19
A pandemia trouxe impactos significativos e ainda não completamente dimensionados, com lacunas de informação e conhecimento. Dessa forma, a Feluma vem se empenhando para buscar e compartilhar os mais recentes conhecimentos produzidos pela comunidade médica e científica mundo afora. Por exemplo, foi realizada uma live sobre os impactos, legado e desafios da Covid-19, com palestra do médico do Departamento de HIV, Hepatites e DSTs da Organização Mundial da Saúde (OMS) Dr. Marco Antônio de Ávila Vitória. O evento contou com a participação do presidente da Feluma, Dr. Wagner Eduardo Ferreira, do diretor
da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCCM-MG), Prof. José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho, e mediação do curador do Teatro Feluma, o neurocirurgião Dr. Jair Raso.
Dr. Marco Antônio falou sobre os aspectos da doença para a Feluma pela segunda vez – a primeira foi em outra live, em setembro de 2020. Portanto, ele trouxe um balanço das mudanças desde aquela data. “A única forma de se combater a desinformação é buscando se informar por meio das fontes corretas, identificando e não compartilhando mensagens falsas, que podem ter efeitos catastróficos na saúde pública”, afirmou.
Vacinação
O desenvolvimento das vacinas e o início da imunização foram apontados como as grandes armas contra a doença. “Um sinal de que a vacina está trazendo benefícios é que já se observava um decréscimo no número de casos e no número de óbitos”, ponderou Dr. Marco Antônio.
Diante da dissonância das políticas públicas adotadas pelos países no combate à pandemia, o médico informou que, infelizmente, é difícil prever quando o vírus estará totalmente sob controle. “Além da necessidade da coalizão entre os governos, o próximo desafio é o desenvolvimento de uma vacina que promova uma imunidade mais duradoura e eficaz.”
Covid longa
O Dr. Marco Antônio relatou as descobertas quanto ao modo como o coronavírus afeta o organismo e que a doença tem uma terceira fase, chamada de “Covid longa”, em que podem ocorrer alterações e sintomas no período de seis meses ou mais. “Já foram descritos mais de 50 sintomas associados à doença, que acomete entre 5% e 10% dos pacientes, inclusive aqueles que não tiveram a forma grave. Será necessário suporte psicossocial e de Fisioterapia, porque as pessoas podem ter problemas neurológicos ou neuropsiquiátricos associadas à Covid longa.”
Novas cepas
Um dos alvos de preocupação da OMS e de toda a comunidade científica no momento é o surgimento das variantes do vírus. “Sabemos que elas têm um impacto importante porque podem afetar a transmissibilidade e a resposta à vacina. Por isso, é muito importante que os governos estabeleçam sistemas de monitoramento das variantes”, pontuou.
Tendências pós-pandemia
Além de novos e mais rigorosos hábitos de higiene pessoal e distanciamento social, a transformação digital ganhou protagonismo com a pandemia de Covid-19. Na área da Saúde, surgiram novos tratamentos e técnicas de diagnóstico. “Desenvolvemos testes antigênicos que são mais rápidos e adequados para testagem em massa, que deverão ser desenvolvidos e aperfeiçoados daqui para a frente”, disse Dr. Marco Antônio.
5,63 milhões de mortes até janeiro de 2022. 4,12 bi é o total de pessoas já totalmente vacinadas contra Covid-19 em todo o mundo até janeiro de 2022
Legado e desafios da Covid-19
Acertos
• Mobilização da comunidade científica internacional e sociedade civil
• Métodos diagnósticos simplificados
• Melhor conhecimento sobre a imunopatogênese e aspectos clínicos (síndrome inflamatória sistêmica, manifestações extrapulmonares)
• Uso de máscaras, em combinação com medidas não farmacológicas
• Diversas vacinas e terapias produzidas em tempo recorde
• Expansão da telemedicina
Novos desafios
• Variantes virais (impacto na imunização)
• Transmissão por indivíduos assintomáticos/ pré-sintomáticos
• Transmissão viral mesmo entre pacientes vacinados
• Síndrome da Covid longa e suas complicações
• Covid em crianças
• Dose de reforço e vacinação heteróloga
Falhas
• Resposta governamental global fragmentada
• Politização da ciência e disseminação de fake news e posições negacionistas nas mídias sociais
• Dosimetria de medidas preventivas (uso prolongado de lockdown)
• Movimento antivacina
• Falta de equidade no acesso e distribuição das vacinas e outros insumos
• Estigma e discriminação