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Psicoterapia – importância e aplicações

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Educação Médica Psicoterapia:

Importância e aplicações

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Marta Mesquita, 5ºano

Apesar de ainda passar despercebida aos olhos de muitos, a terapia psicológica, mais conhecida como psicoterapia, tem vindo a ganhar cada vez mais notoriedade nos últimos anos. Mas, afinal, de que falamos?

Tal como o nome sugere, a psicoterapia consiste na utilização de métodos baseados no conhecimento científico do funcionamento psicológico, com vista a modificar emoções e comportamentos indesejados ou desajustados. Deste modo, para além de fazer parte da abordagem terapêutica de diversas doenças mentais, poderá ser útil em qualquer situação (não necessariamente patológica) em que se verifique sofrimento emocional ou dificuldades adaptativas, como luto, divórcio e desemprego. No campo da medicina, está indicada no tratamento de patologias como depressão, perturbações de ansiedade (incluindo pânico e fobias), perturbações obsessivo-compulsivas, perturbações de stress pós-traumático, perturbações do comportamento alimentar, distúrbios de personalidade, doença bipolar, esquizofrenia e outros distúrbios psicóticos.

A psicoterapia tem, assim, como principal objetivo melhorar a saúde mental e o bem-estar do indivíduo, constituindo uma ferramenta para resolução de conflitos pessoais, conjugais ou familiares, melhoria da autoestima, controlo de comportamentos impulsivos, pensamentos, emoções e aprimoramento das relações interpessoais e competências sociais. Em suma, pretende-se que, ao tomar consciência da origem dos seus problemas, o paciente fique apto a responder de uma forma ajustada a situações desafiadoras da sua vida.

As sessões de psicoterapia consistem, essencialmente, num diálogo entre paciente e terapeuta (sob a orientação deste último), podendo ser individuais ou em grupo, onde se incluem a terapia de casal e as terapias familiares.

Os psicoterapeutas podem ser psiquiatras, psicólogos, enfermeiros especializados na área da saúde mental, assistentes sociais, terapeutas de família, entre outros, sendo essencial que tenham formação académica ou científica específica na área da psicoterapia. Os psiquiatras distinguem-se dos restantes por poderem prescrever medicação, que pode fazer parte da abordagem terapêutica em associação à psicoterapia.

É extremamente importante para o sucesso da terapia que se estabeleça uma relação baseada na empatia e na confiança (designada “aliança terapêutica”), entre o paciente e o terapeuta. Assim, o indivíduo estará mais recetivo à mudança, pois ao sentir-se compreendido, apoiado e livre de juízos de valor, é mais fácil para si aceitar a ajuda do psicoterapeuta para identificar e alterar determinados padrões emocionais e comportamen- tais. Também o facto de o terapeuta ser obrigado a manter a confidencialidade relativamente a tudo o que é abordado nas sessões faz com que o paciente se sinta mais à vontade para partilhar os seus pensamentos e comportamentos.

Existem centenas de técnicas psicoterapêuticas, que se distinguem pela forma como os respetivos autores interpretam os conflitos e a sua origem. Em muitos casos, opta-se por uma psicoterapia integrativa, que resulta da fusão de várias abordagens psicoterapêuticas.

Os principais tipos de psicoterapia são as terapias psicanalítica, psicodinâmica, cognitiva, comportamental, cognitivo-comportamental e humanísticas (onde se incluem terapias existen-

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cial, gestáltica e centrada na pessoa). As terapias psicanalítica e psicodinâmica, apesar de apresentarem algumas diferenças, têm como objetivo a resolução de conflitos do paciente através da análise e compreensão do seu subconsciente (incluindo os sonhos), emoções e pensamentos reprimidos. A terapia cognitiva tem como objetivo aumentar a consciência do indivíduo acerca dos seus pensamentos e emoções e o desenvolvimento das competências necessárias para identificar e corrigir pensamentos negativos e falsas suposições. A terapia comportamental foca-se na identificação, análise e modificação de comportamentos maladaptativos desencadeados por um determinado estímulo (por exemplo, medo de cobras). Por sua vez, a terapia cognitivo-comportamental resulta da associação das duas anteriores, tendo como objetivo ajudar o paciente a identificar e desenvolver estratégias para modificar crenças e/ou comportamentos disfuncionais. As terapias humanísticas focam-se no desenvolvimento humano e necessidades do indivíduo, enfatizando a sua capacidade de fazer as próprias escolhas, com liberdade e responsabilidade. Para além das descritas, existem inúmeras abordagens psicoterapêuticas, como as terapias comportamentais dialética, sistémica, hipnótica, interpessoal e outras.

A duração do processo terapêutico e a frequência das sessões de psicoterapia são variáveis, estando dependentes do tipo de psicoterapia e das necessidades e objetivos do indivíduo.

Por fim, é importante salientar que, apesar da maioria das abordagens psicoterapêuticas se basear na comunicação verbal, as pessoas incapazes de comunicar por esta via não são excluídas do acesso à psicoterapia. A escrita, o desenho, a pintura, o teatro e a música constituem alternativas eficazes e inclusivas.

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