Market Report 50

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MARKET REPORT

Em destaque

FÓRUM MARKET DAYS DESTACA NOVAS

ÁREAS

DE NEGÓCIO E MERCADOS A EXPLORAR

EDIÇÃO 50

TRIMESTRAL JUNHO 2025

nesta edição

Evolução dos mercados de exportação 04 06 08 10

Fórum Market Days destaca novas áreas de negócio e mercados a explorar

Empresas portuguesas buscam oportunidades no mercado da Roménia

Empresas de moldes apostam na indústria médica dos EUA

FICHA TÉCNICA

PROPRIEDADE: CEFAMOL - Associação Nacional da Indústria de Moldes

REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Centro Empresarial da Marinha Grande Rua de Portugal, Lote 18, Fração A - 2430-028 MARINHA GRANDE

TELEFONE: 244 575 150

WWW.CEFAMOL.PT

FÓRUM MARKET DAYS DESTACA NOVAS ÁREAS DE NEGÓCIO

E MERCADOS

A EXPLORAR

É urgente diversificar mercados, captar clientes com novas estratégias e antecipar tendências. Por outro lado, a transformação energética, os investimentos na defesa ou as exigências da sustentabilidade estão a abrir novas oportunidades para a indústria portuguesa de moldes, a título de exemplo, no sector das baterias. Estas foram algumas das principais conclusões da mais recente edição do fórum Market Days que, promovido pela CEFAMOL, decorreu dia 26 de junho.

Reunindo um painel de especialistas no Centro Empresarial da Marinha Grande e perante uma plateia composta por cerca de sete dezenas de profissionais do sector, o evento apresentou uma visão prática e atualizada sobre os caminhos de internacionalização da indústria, explorando os desafios colocados pelos mercados europeus, as ferramentas comerciais e as possibilidades existentes em novas áreas industriais. A urgência de agir no presente para garantir lugar nestas cadeias de valor foi transversal às intervenções.

“Temos uma janela de oportunidade que não vai durar para sempre”, alertou Fernando Machado, responsável pelo Battery Cluster Portugal, destacando o potencial do sector das baterias para a indústria dos moldes e plásticos. “As baterias são fundamentais para o futuro energético da Europa, e Portugal está a posicionar-se com a cadeia de valor completa”, disse, referindo investimentos em curso como, entre outros, a fábrica da Calb em Sines e a refinaria de lítio em Estarreja.

O orador sublinhou ainda a importância de envolver desde já a indústria de moldes, considerando esta como uma oportunidade muito importante.

/ / Fernando Machado - Battery Cluster Portugal
/ / Miguel Fontoura - AICEP Suécia
/ / Pedro Patrício - AICEP Reino Unido

“As baterias precisam de invólucros seguros, feitos com plásticos e moldes, e isso é uma oportunidade concreta para quem souber antecipar o movimento”, defendeu. Com 56 entidades já envolvidas no cluster, algumas ligadas ao sector, o responsável reforçou que “se as empresas entrarem agora, entram no início do ciclo e assumem, por isso, uma posição mais importante na cadeia de valor”.

Desafios nos mercados

No painel dedicado aos mercados europeus, Miguel Fontoura (AICEP Suécia) caracterizou a Suécia como “uma potência industrial com foco crescente na sustentabilidade”. Apesar da sua dimensão limitada para a indústria de moldes, considerou que há oportunidades a explorar, particularmente em áreas como a mobilidade elétrica, dispositivos médicos e aeronáutica. “Portugal é visto como um parceiro de qualidade e estar na UE é uma vantagem competitiva que deve ser usada, sobretudo nos moldes de precisão”, salientou.

Já Pedro Patrício (AICEP Reino Unido) chamou a atenção para o “extraordinário potencial” do mercado britânico, apesar das incertezas geopolíticas. “É um colosso económico onde as empresas importam mais de 80% dos moldes que utilizam. Há muito por conquistar”, sublinhou, destacando oportunidades nos sectores automóvel, ferroviário, aeronáutico e dispositivos médicos. “Nunca desvalorizem este mercado. A proximidade com as OEM está a aumentar e o sector da defesa está em forte crescimento”, enfatizou.

No segundo painel, centrado em estratégias de captação de clientes, Andreia Jotta (Yunit Consulting) reforçou a importância do branding para empresas B2B. “Num sector onde todos moldam peças, só alguns moldam perceções. E essas são fundamentais para conquistar mercado”, afirmou. Considerou que muitas empresas se focam em marketing, esquecendo o posicionamento estratégico, lembrando que “o branding é o que abre a porta da frente dos mercados”.

Já Nuno Caetano (Coaching361) levou a reflexão para o plano humano, lembrando que “não se vende apenas com técnicas, vende-se com consciência”. Classificou como essencial que os comerciais

se vejam como agentes de confiança e diferenciação, lembrando que “os negócios são feitos entre pessoas”. Por isso, defendeu, “o futuro passa por competências emocionais, consistência e clareza de propósito”. Deixou ainda um alerta provocador: “O mercado mudou. E os vossos comerciais, mudaram também?”

Com esta ação, a CEFAMOL voltou a afirmar o seu papel estratégico no apoio à internacionalização das empresas do sector, promovendo um espaço de reflexão sobre novos mercados e áreas emergentes de negócio. Ao reunir especialistas, partilhar experiências e lançar pistas concretas de ação, a associação reforça a sua missão de preparar a indústria de moldes para os desafios de um futuro onde a “única certeza é a incerteza”, como defenderam os oradores dos diversos painéis.

/ / Andreia Jotta - Yunit Consulting
/ / Nuno Caetano - Coaching361

EMPRESAS PORTUGUESAS BUSCAM OPORTUNIDADES NO MERCADO DA ROMÉNIA

A indústria de moldes continua a intensificar a sua presença na Roménia, reconhecendo o país como um mercado em franco crescimento e com elevado potencial para a expansão dos negócios.

No passado dia 29 de maio, a CEFAMOL acompanhou quatro empresas do sector - AM Moldes, Fozmoldes, Socem e TJ Moldes -, nos encontros bilaterais ‘Technology Expo – B2B Meetings’, realizados em Timișoara, uma das regiões industriais mais dinâmicas da Roménia.

Este evento proporcionou às empresas portuguesas a oportunidade de apresentar as suas atividades em reuniões previamente agendadas com potenciais novos clientes, bem como de consolidar relações com clientes já existentes no mercado romeno. Além das reuniões formais, as empresas aproveitaram a deslocação para visitar as instalações de potenciais clientes e parceiros locais.

Patrício Tavares, da CEFAMOL, destacou o crescente interesse da indústria de moldes portuguesa na região de Timișoara, referindo que, naquela região romena, “há um crescimento acelerado da indústria – com a instalação de alguns dos principais players europeus –, acompanhado por investimentos significativos em infraestruturas e equipamentos, de forma a transformar a cidade num polo industrial dinâmico e atrativo”.

A Roménia tem vindo a afirmar-se como um mercado promissor para os moldes portugueses, especialmente na indústria automóvel. Dados recentes da AICEP dão nota que Portugal foi o maior exportador de moldes para injeção plástica para a Roménia, em 2023, com exportações no valor de cerca de 48 milhões de euros, ultrapas-

sando fornecedores tradicionais como a China, Alemanha e Itália.

A participação neste certame reforça a estratégia das empresas portuguesas de explorar mercados emergentes e de alto potencial, como a Roménia, que se destaca pelo crescimento industrial e pela crescente procura de soluções inovadoras na área dos moldes.

As empresas nacionais consideram que a Roménia - e a região de Timișoara em particular - é um mercado que está a ganhar importância e é muito apelativo, sendo expectável que regressem no futuro para novas ações de prospeção e desenvolvimento de negócios, enfatizou ainda Patrício Tavares.

EMPRESAS DE MOLDES APOSTAM NA INDÚSTRIA MÉDICA

DOS EUA

As empresas de moldes portuguesas regressaram com boas perspetivas da sua participação na feira ‘MD&M East’, em Nova Iorque - um dos maiores eventos dedicados à tecnologia médica, robótica, design e fabrico dos Estados Unidos. A presença nacional, dinamizada pela CEFAMOL, centrou-se na aposta no futuro e na procura ativa de novas oportunidades de negócio na indústria de dispositivos médicos, num evento que decorreu entre 20 e 22 de maio.

Com a participação das empresas AES, Moldoplástico, Socem e Steelplus, a comitiva portuguesa marcou presença neste certame, composto por fornecedores de soluções para a indústria médica.

Patrício Tavares, da CEFAMOL, sublinhou que “a indústria médica é fundamental para o setor de moldes, uma vez que se enquadra na estratégia de diversificação de indústrias clientes, procurando diminuir a grande dependência do automóvel”. E reforçou: “é uma das áreas onde se tem notado uma relevante penetração da nossa indústria,

comparando, por exemplo, com outras, como a aeronáutica, ou a da segurança e defesa”. Segundo o responsável, “a indústria de dispositivos médicos tem sido aquela onde, por um lado, as empresas têm apostado mais, e onde já se começa a notar crescimento de exportações”.

A localização da feira foi outro fator determinante. “O mercado dos Estados Unidos é um dos maiores do mundo, com muito potencial para o nosso sector, com uma economia relativamente aberta e acessível – sendo que, neste momento, está dependente daquilo que são as decisões ao nível das tarifas de importação”, reforçou.

Estratégia conjunta

Apesar de ser uma feira internacional, a MD&M East tem um caráter regional. “É, sobretudo, destinada à indústria de um conjunto de Estados próximos de Nova Iorque e não tem o alcance nacional de outras feiras, como a NPE”, esclareceu. Apesar disso, o evento integra várias áreas de especialização, como a ‘Plastec East’ – dedicada integralmente aos plásticos -, mas também a

automação e inovação, todas ligadas ao fabrico de dispositivos médicos. Essa segmentação, considerou Patrício Tavares, “faz com que haja uma diversidade de empresas muito interessante”.

A presença nacional fez-se através de um stand conjunto, estratégia que se revelou eficaz: “Permitiu aos visitantes ter uma noção imediata do que é e das potencialidades da indústria nacional, mas permitiu, também, aos expositores nacionais fazerem uma visita pela feira, pelos vários espaços, e identificar potenciais clientes”.

Essa participação coletiva foi também sinónimo de eficiência e resultados: “Partilharam o espaço, partilharam os custos e partilharam os resultados da ação”, enfatizou. No total, realizaram-se mais de oitenta contactos na área dos dispositivos médicos, que serão divididos entre as empresas presentes. Para além disso, surgiram contactos com outras indústrias, também interessadas nas empresas portuguesas.

“As empresas nacionais foram contactadas por diversas indústrias que não apenas a dos dispositivos médicos, que procuravam fornecedores”, destacou, salientando que a avaliação final foi positiva. “As empresas nacionais mostraram-se satisfeitas com os resultados e também com a forma como foi organizada a participação e este partilhar de custos e recursos”.

Para Patrício Tavares, este modelo “é para manter (sobretudo neste mercado), pois permite-nos ir mais vezes ao mercado, com custos mais económicos, partilhados, e com os resultados partilhados”. Quanto ao mercado norte-americano, existe, no seu entender, uma expectativa cautelosa, mas determinada: “Quando fomos, nem sequer ainda havia notícias sobre a questão das tarifas. Mas uma coisa é certa: os Estados Unidos vão ter sempre de comprar moldes fora. As empresas portuguesas serão sempre uma opção, tendo em atenção as tarifas, seja as aplicadas à Europa, seja as dos principais fornecedores desse mercado: o Canadá e o México”, acentuou.

Durante a feira, as empresas nacionais receberam a visita do diretor da AICEP, Carlos Moura, e da técnica superior Virgínia Feitoza, que demonstraram disponibilidade total para apoiar os esforços de internacionalização para este mercado.

As empresas que integraram esta ação, reforçou Patrício Tavares, “têm um trabalho regular com os Estados Unidos, mercado que conhecem e com o qual desenvolvem negócios há algum tempo”.

Evolução dos Mercados de Exportação

1.º trimestre 2025

EVOLUÇÃO DO VOLUME DE EXPORTAÇÕES

PESO DOS VÁRIOS MERCADOS NAS EXPORTAÇÕES NACIONAIS

EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES PARA MERCADOS TRADICIONAIS

EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES PARA PAÍSES EUROPEUS (EXCETO RÚSSIA)

EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES PARA MERCADOS AMERICANOS

EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES PARA ÁFRICA DO SUL, MARROCOS, TURQUIA E RÚSSIA

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