REVISTA MOLDE CEFAMOL
BUSINESS /
O DECLÍNIO DA INOVAÇÃO EUROPEIA Vítor Ferreira * * Diretor Executivo Startup Leiria / Docente Politécnico de Leiria
89
Apple, Samsung, Alphabet, Alibaba, Amazon, Tencent, TSMC: estas
Mas aumentar simplesmente a despesa de I&D não vai resolver o
são algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo e têm
problema e recuperar o domínio tecnológico. Complementarmente,
uma coisa em comum nenhuma delas é europeia. Embora a UE seja
as atitudes culturais em relação ao risco precisam de ser desafiadas
a segunda maior economia do mundo - atrás dos EUA em termos
e as estruturas regulatórias devem ser reformadas, caso seja
nominais, e da China, em relação à paridade de poder de compra –
demonstrado que estas sufocam a inovação. Infelizmente, mesmo
a Europa já não é vista como uma potência tecnológica. Para que
isto pode não ser suficiente, pois o problema de negligenciar a I&D e
recupere o seu lugar de ator principal, é necessária uma ação política
Inovação é que, uma vez que se “perde o comboio”, é cada vez mais
mais musculada. O investimento em Investigação e Desenvolvimento
difícil acompanhar os líderes, dada a natureza cumulativa da inovação,
(I&D), a base que sustenta o progresso tecnológico, tem diminuído
o facto de estes dominarem e protegerem as suas tecnologias e de as
na UE de forma relativa face aos principais blocos/países. Em 2000,
grandes empresas criarem barreiras à entrada, capturando o espaço
a UE alocou 1,67% do seu PIB para I&D, quase o dobro da China
de mercado e a notoriedade junto dos consumidores.
(0,89%) nesse ano. Porém, em 2018 a China gastou 2,14% do seu PIB em I&D, os EUA 2,83%, o Japão 3,3%, Coreia 4,5% e UE apenas 2,03% (OCDE, 2021).
Em todo o caso, a UE não é, na verdade, totalmente homogénea, mantendo a liderança mundial em sectores como a produção automóvel, petroquímica e serviços financeiros, farmacêutica, etc. No entanto, não tem sido capaz de competir com os EUA ou a