Molde N.º 129 - abril 2021

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/ DESTAQUE

N 129 ABRIL 2021

O AÇO E A SINTERIZAÇÃO DE METAIS: DIVERSIDADE DE PÓS METÁLICOS SATISFAZ NECESSIDADES DA INDÚSTRIA

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Helena Silva * * Revista MOLDE

A sinterização de metais começa a ocupar, hoje, lugar de destaque na indústria de moldes. Esta tecnologia está a ser adotada por um número crescente de empresas e, na generalidade dos casos, estas mostram-se satisfeitas com a aposta. Em comparação com os aços convencionais, a diversidade de pós metálicos é menor, mas, ainda assim, responde de forma satisfatória às necessidades.

Em relação à origem do aço, afirma Carlos Marto, esta mantém a lógica dos fornecedores convencionais. Até porque “os países e as empresas que produzem aços de forma convencional são os que estão mais bem preparados e que, neste momento, são os principais ‘players’ dos pós metálicos”, adianta. Com a evolução e a generalização desta tecnologia, têm surgido, contudo, empresas especializadas na produção deste tipo de pós.

A oferta de aço em pó para os processos de sinterização corresponde a cerca de 80% das necessidades da indústria. Esta é a convicção de Carlos Marto, da BBE. O responsável adianta que, atualmente, “já existe uma grande variedade de materiais de aço, e não só, para a sinterização de pós metálicos. Esses materiais, ou esses aços em concreto, vão desde aços inox a aços pré-tratados e que têm boas

No caso da sua empresa, explica, os aços são de origem europeia porque é aquela que lhe oferece as melhores garantias. “Quem está a tomar conta do mercado são as grandes empresas já produtoras de aço, com os ‘trade marks’ e as patentes para os aços comuns”, sustenta.

características em termos, por exemplo, de resistência e dureza”. Por isso, salienta, “diria que nesse aspeto estamos bem servidos”.

A SELEÇÃO Se o processo de escolha é um passo de extrema importância quando se fala do aço ‘convencional’, a seleção torna-se ainda mais importante no processo de sinterização. É que, independentemente de quem escolhe o aço – tanto pode ser o cliente como o produtor -, Carlos Marto salienta que há um fator adicional: “na sinterização de pós metálicos, existe um binómio ‘material-parâmetros’ ou ‘materialmáquina’ e este tem de ser respeitado”.

/ / Carlos Marto - BBE

De qualquer forma, ressalva que a diversidade de aço em pó “não é nada quando comparada com os aços, aos quais estamos habituados, sejam forjados ou laminados”. É que, no caso ‘convencional’, explica, “estamos a falar de centenas, senão de milhares de diferentes tipos de aço, com as mais variadas propriedades”. Em tom de graça, remata que, “no fundo, já existem aços para tudo”. E essa variedade é, no seu entender, uma enorme vantagem colocada ao serviço das empresas. “Com esta quantidade de escolhas, as empresas têm um leque e uma variedade enorme que lhes permite conseguir uma especialização em alguns tipos de moldes, ou conseguem garantir determinado tipo de características que responde, com precisão, aquilo que o cliente necessita”, acrescenta. No entanto, as opções para sinterização ainda não chegaram a esse ponto, enfatiza, considerando que “abrangem pouco mais de 80% das necessidades que temos”. Exemplifica, dizendo que “temos vários aços inox, temos outros para trabalho em temperatura, com excelentes características, tanto de resistência mecânica, como pureza e acabamento. Alguns são, de facto, super aços”, defende, concretizando que “os que temos disponíveis garantem uma satisfação ao cliente de 80 a 90%”.

Concretiza, exemplificando que “o mesmo aço, com as mesmas características, pode funcionar muito bem num determinado equipamento, contudo pode não ter o mesmo desempenho noutra máquina porque os parâmetros de produção são diferentes”. E estes parâmetros, enfatiza, são em grande quantidade, desde a temperatura, a potência do laser ou a velocidade, entre outros. “Esses parâmetros têm de estar afinados para determinado material”, adiantando que, por isso, “a escolha do aço recai muito sobre aquilo que nós conseguimos processar no nosso equipamento e não tanto enquanto condição do cliente”. Carlos Marto faz ainda referência ao preço do aço, considerando que, nos últimos tempos, com a entrada de novos ‘players’ no mercado, nomeadamente as grandes empresas, “os materiais têm vindo a baixar o seu custo”. Mas o valor de uma peça produzida por este processo tem uma outra questão associada que é a tecnologia. E esta, de uma maneira geral, aumenta o seu valor. Dando como exemplo o fabrico de um postiço, explica que “considerando o preço final, feito de forma convencional e comparando com o feito por sinterização, o valor já é bastante competitivo”. Em alguns casos, revela, “até temos preços abaixo da produção convencional”. Mas sublinha que “as vantagens que o processo traz, os ganhos de tempo e a facilidade, suplantam em muito a questão do custo”.


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