Jornal do Ônibus ed 556

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CUIABÁ, JUNHO DE 2019 | EDIÇÃO 556 | ANO XX

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estação mato grosso

MOBILIDADE

Cuiabanos vão ganhar passarela elevada em frente ao Terminal Rodoviário

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QUALIFICA 300

Cada vez mais mulheres buscam qualificação para abrir próprio negócio

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DEPRESSÃO

Em Mato Grosso 126 mil pessoas sofrem com a doençaE conheça a história da jovem que superou a depressão com atividade física

ESPORTE

Cuiabano é promessa para o Kart brasileiro Pág.11



NOTA MT

Jornal do Ônibus

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Cuiabá, julho de 2019

Consumidor pode pedir inclusão do CPF na nota em quase todas as compras Até o final do ano, serão sorteados 1.005 prêmios mensais Flávio Costa/Sefaz-MT

Da Redação O aplicativo do programa Nota MT, criado para estimular o cidadão a solicitar o CPF na nota fiscal eletrônica, já foi baixado mais de 6 mil vezes em celulares com sistema Android. O aplicativo e o portal do programa Nota MT foram desenvolvidos por técnicos da Empresa Mato-grossense de Tecnologia da Informação (MTI) em parceria com a secretaria estadual de Fazenda (Sefaz). Ao se cadastrar e começar a pedir notas fiscais, o cidadão fica apto a concorrer a prêmios que vão de R$ 500 a R$ 50 mil, basta que sua nota fiscal seja sorteada. O primeiro sorteio será realizado no dia 08 de agosto e estarão habilitadas notas emitidas entre 17 de junho e 31 de julho deste ano. Como participar O consumidor pode solicitar a inclusão do CPF no documento em compras realizadas em supermercados, lojas de departamentos bares, restaurante, padarias, postos de combustíveis ou outros estabelecimentos comerciais. As notas fiscais,

Qualquer compra, de qualquer valor, que o consumidor pedir a nota com o CPF vai para a conta que ele criou no aplicativo ou no site da Nota MT e, com isso, ele poderá participar dos sorteios com premiações Eletrônica (NF-e) e do Consumidor Eletrônica (NFC-e), são documentos fiscais utilizados para acobertar a venda de mercadorias e bens. Por elas, tanto o fisco quanto o consumidor podem acompanhar a operação, verificando se o imposto pago pelo contribuinte no momento da compra foi devidamente recolhido. O documento, assim como a inserção do CPF na nota, pode ser solicitado em qualquer aquisição de mercadorias ou bens. A entrega de produtos provenientes de pizzarias, lanchonetes, restaurantes, farmácias e floriculturas são alguns exemplos de “delivery” em que o CPF pode ser solicitado na nota. “Qualquer compra,

DIRETOR DE REDAÇÃO: JOÃO PEDRO MARQUES EDITOR: CARLA NINOS REVISÃO: DORALICE JACOMAZI DIAGRAMAÇÃO: FERNANDO INÁCIO FOTOGRAFIA: Flávio Costa/Sefaz-MT, Marcos Vergueiro/

de qualquer valor, que o consumidor pedir a nota com o CPF vai para a conta que ele criou no aplicativo ou no site da Nota MT e, com isso, ele poderá participar dos sorteios com

Secom-MT, Secom/Cuiabá, Michelle Cândido, Pedro Henrique, Fred Gustavo, Vicente Aquino, Mailson Prado, Lucas Leite, ISTOCK, Luiz Alves, Karen Malagoli, Ekesio Rosa da Cruz COLABORADORES: MICHELLE CÂNDIDO, EVELYN SOUZA, LUCAS LEITE, MAILSON PRADO

premiações mensais de até R$ 10 mil”, explicou o secretário Rogério Gallo em conversa com a imprensa. Cadastramento Para se cadastrar

ADMINISTRATIVO FINANCEIRO: ARTUR DIAS DA FONSECA NETO (65) 3623-1170 | (65) 9 9682-1470 COMERCIAL: EVELYN DEIRANE: (65) 9 9988-1317 comercial@jornaldoonibusmatogrosso.com.br DISTRIBUIÇÃO/CIRCULAÇÃO: ADEMIR KUHNEN GALITZKI

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basta instalar o aplicativo no seu celular ou acessar o site da Nota MT, escolher a opção “criar conta” e informar os dados solicitados. Na primeira etapa informações pessoais

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como: Nome completo, CPF, data de nascimento e o nome da mãe; deverão ser informadas. Os dados são obrigatórios para prosseguir o cadastro e estão protegidos sob sigilo.

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estação mato grosso


FRASES

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Mauro Carvalho

“Hoje o percentual é de 58% de gasto com pessoal e se concedêssemos o reajuste, o impacto nas contas do Governo seria de R$ 200 milhões. Portanto, o Governo só pode cumprir a Lei da Dobra quando atingir o limite da LRF”

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Cuiabá, julho de 2019

Emanuel Pinheiro

Diego Guimarães

“O VLT é uma responsabilidade do Estado. Não pode ser feito sem ouvir a Prefeitura. Sem ser bem discutido com a Prefeitura e sem ter a autorização. Porque é uma ação histórica e que afeta diretamente a vida da população cuiabana. Mas sou 100% a favor do VLT. Sempre fui, como deputado, e sou mais ainda como prefeito”.

“Tentei instaurar a CPI da Semob para investigar a Secretaria de Mobilidade Urbana e as tarifas dos ônibus, as renovações de contrato irregular, descumprimento de contrato por parte das empresas, os semáforos inteligentes, que demanda uma investigação profunda. (...) Ainda não conseguimos as assinaturas necessárias já que a maioria dos vereadores é da base aliada do prefeito e se recusam a assinar esse tipo de CPI”

EM OFF HOMOFOBIA

Deputado federal José Medeiros (Podemos) foi acusado de ser homofóbico e machista durante sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, ao se referir ao deputado David Miranda (PSOL-RJ), marido do jornalista Glenn Greenwald, como sendo seu “parceiro sexual”. O questionamento era para saber se houve algum acordo financeiro com o ex-deputado Jean Wyllys, que renunciou ao mandato. Outros deputados acusaram Medeiros de homofobia. Em resposta, ele pediu para que “parassem de ovulação”.

ELEIÇÕES 2020 – parte 1 Na organização para as eleições municipais de 2020, o Partido dos Trabalhadores (PT) em Mato Grosso está se articulando para formar as chapas que concorrerão às vagas nas prefeituras e câmaras. Entre os cotados para concorrer à prefeitura de Cuiabá estão: o deputado estadual Lúdio Cabral e a professora Edna Sampaio, que foi pré-candidata ao governo nas eleições de 2018.

ELEIÇÕES 2020 – parte 2

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), ironizou as críticas feitas pelo presidente estadual do DEM, Fábio Garcia, sobre a gestão da Capital. Emanuel afirmou que Garcia está certo em defender que Cuiabá tenha um prefeito melhor, pois esse é o anseio de todos os cuiabanos. A ironia de Emanuel veio após Fábio Garcia ter encaminhado à imprensa uma nota em que diz “não é nada natural o apoio do Democratas à reeleição do prefeito Emanuel Pinheiro” e que “os cuiabanos merecem um prefeito muito melhor para administrar a nossa cidade”.

PROCESSO ARQUIVADO O vereador por Cuiabá, Felipe Wellaton (PV), escapou do processo de cassação pela Câmara de Vereadores. No dia 04 de junho, a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, presidida pelo progressista Vinicyus

NOVELA DO VLT Depois da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) sobre a legalidade da rescisão do contrato com o consórcio VLT, agora é a vez de o Estado lidar com a pressão da Câmara de Vereadores de Cuiabá pela retomada das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Para o presidente da Câmara, Misael Galvão (PSB), a população não pode abrir mão da obra, na qual já foram feitos muitos investimentos.

Hugueney, acatou o parecer do relator Marcream Santos (PRTB), que foi contrário à aceitação da denúncia. Com isso, o processo de uso indevido de verba indenizatória foi arquivado.


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SAÚDE

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Cuiabá, julho de 2019

Hospital Santa Casa realiza atendimento exclusivo para pacientes do SUS Michelle Cândido O Hospital Estadual Santa Casa de Cuiabá reabriu as portas para atendimento da população, depois de quatro meses fechado por causa de uma crise financeira, que tinha acumulado uma dívida de R$ 118 milhões. Após essa instabilidade monetária a administração da unidade hospitalar foi assumida pelo Governo do Estado de Mato Grosso, que transformou o local em um hospital estadual de alta complexidade. O primeiro hospital estadual de Mato Grosso realizará os atendimentos 100% via Sistema Único de Saúde (SUS), para ser atendido pela Santa Casa o paciente passará pela central de regulação ou por um encaminhamento de outra unidade de saúde. Em caso de urgência, primeiro, a pessoa deve procurar uma Policlíni-

ca ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, se for necessário, o médico solicitará a transferência para o Hospital Santa Casa. Apesar de já está aberto à população, somente 80% dos serviços estão funcionando, e foram divididos em duas fases. Nessa primeira etapa, os atendimentos serão feitos na área de oncologia adulta e pediátrica para os pacientes que já faziam tratamento no hospital, bem como nefrologia, com sessões de hemodiálise, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, neonatal e adulto, prontoatendimento infantil e cirurgias pediátricas e gerais. Além disso, o Setor de Diagnóstico Terapêutico (SADT) também foi reaberto para fazer Raios-X, tomografia, densitometria óssea, ultrassonografia, ressonância para crianças,

Marcos Vergueiro/Secom-MT

Apesar de já está aberto à população, somente 80% dos serviços estão funcionando

hemoterapia, exames laboratoriais clínicos, anatomopatológicos e, ainda, procedimentos como cateterismo. Nesse primeiro momento o hospital será capaz de receber até 180 pacientes para internações. Já na segunda fase, serão inseridos serviços nas áreas de ortopedia pediátrica, neurocirurgia pediátrica, cardiolo-

gia e cirurgias gerais de média complexidade. A equipe da central de regulação também já iniciou o processo de planejamento para execução das primeiras cirurgias. Na última etapa, as UTIs já estarão preparadas para entrar em ação. O centro cirúrgico possui 10 salas para operação e 10 leitos de recuperação pós-anestésica

RM INSTALAÇÕES E MONTAGENS Profissional: Reinaldo Moreno Contato: (65) 99309-5268 (Whatsapp) Atendimento: Cuiabá

(RPA), quando estiver em total funcionamento o hospital estadual Santa Casa contará com um total de 242 leitos. Os pacientes que já estavam agendados para realizar procedimentos cirúrgicos antes do fechamento da unidade de saúde terão que ser cadastrados novamente pela Central de Regulação e remarcar a cirurgia.

ALEMÃO CLIMATIZAÇÃO Profissional: Raisy Moraes Contato: (65) 99336-0663 (65) 98103-9534 Atendimento: Cuiabá

Mais de 90 leitos de enfermaria são entregues aos cuiabanos

O Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) – Dr. Leony Palma de Carvalho agora oferece à população mais de 90 leitos de enfermarias clínicas adultas e pediátricas, além de um parque tecnológico de imagens, que atenderá os serviços de ultrassonografia, endoscopia, colonoscopia e radiografia. Além disso, agora o HMC passa a ofertar 180 leitos clínicos, que estão montados com equipamentos de última

saúde”, disse. O secretário municipal de Saúde, Luiz Antonio Possas de Carvalho, destacou que a entrega de mais uma etapa do HMC é uma avanço na média e alta complexidade da saúde municipal e que, além da parte estrutural a Secretaria Municipal de Saúde, está trabalhando a questão do atendimento. A exemplo da 1ª etapa, onde está funcionando a parte ambulatorial e da 2ª etapa, os pacientes atendidos serão

Vicente Aquino

Agora o Hospital Municipal de Cuiabá passa a ofertar 180 leitos clínicos geração. Para o prefeito Emanuel Pinheiro o HMC é um marco na saúde pública no Estado. “Entregar este hospital foi um compromisso de campanha que eu fiz com a população e quero aqui agradecer a união da classe política matogrossense em prol da realização deste sonho. O HMC é um marco na saúde pública da Capital. Sabemos que ainda temos muitos desafios a enfrentar, mas vamos vencer todos em prol da humanização da

Quem oferece serviços TAPETE DE CROCHÊ SOBE ENCOMENDA Profissional: Ysa Oliver Contato: (65) 99320-8952 (Whatsapp) Atendimento: Cuiabá e Várzea Grande

3ª ETAPA

Da Redação

EMPREGÃO DO ÔNIBUS

eletivos. Ou seja, a unidade não fará nesta etapa, o atendimento chamado “portas aber-

tas” e só receberá pacientes exclusivamente regulados pela Central de Regulação de Cuiabá.

JUNIOR FILMES (colocação de insulfilm em residência e veículos) Profissional: Junior Lima Contato: (65) 98449-1059 Atendimento: Cuiabá e Várzea Grande CESTAS DE PRESENTE Profissional: Isis Flores Contato: (65) 9 9802 7500 (65) 9 9943 9361 (Whatsapp) Atendimento: Cuiabá e Várzea Grande


MOBILIDADE

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Jornal do Ônibus

Cuiabá, julho de 2019

Pedestres ganharão passarela em frente ao Terminal Rodoviário de Cuiabá Lucas Leite

Com supervisão da editora-chefe

A construção da passarela para pedestres em frente ao Terminal Rodoviário Cássio Veiga de Sá, na Avenida República do Líbano, teve início no dia 15 de julho. A obra deve durar cerca de 120 dias e contará com dois elevadores que vão proporcionar acessibilidade às pessoas com deficiência física e idosos. É o caso do aposentado de 72 anos, Emanuel Pricho, que afirma que a passarela representa mais segurança. “Nós que somos mais velhos temos dificuldade de atravessar a faixa de pedestre, mas com a passarela vai melhorar mil vezes e vai trazer mais segurança para nós”.

Os principais objetivos da obra é garantir a segurança dos pedestres e desafogar o trânsito na região. “Essa nova passarela vai liberar o trânsito da Avenida Mato Grosso até a rodoviária, principalmente, nos horários de pico”, afirma o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). Essa nova passarela vai liberar o trânsito da Avenida Mato Grosso até a rodoviária, principalmente, nos horários de pico De acordo com o secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá, Antenor Figueiredo, também está sendo estudada a instalação de travessia elevada em outros pon-

tos da capital, como uma em frente ao Atacadão, no bairro Porto, e outra próxima ao Hospital Santa Rosa, na Avenida Miguel Sutil. Para o mototaxista Aldair de Marques, 54 anos, a passarela será um alívio para os pedestres e vai desafogar o trânsito. “O tempo do sinal é muito curto para os pedestres passarem, 10 segundos no máximo, agora com a passarela será um alívio para todos, vai dar mais mobilidade e segurança”. Patrícia Santana, 30 anos, relata que passa por muito sufoco ao tentar atravessa no local. “É um sufoco atravessar todos os dias na faixa, o tempo do sinal é muito curto e, às vezes, saímos correndo para não ser atropeladas. A pas-

Lucas Leite

Investimento é de R$ 2,5 milhões e também tem objetivo de acabar com os engarrafamentos

A passarela do Terminal Rodoviário vai substituir o semáforo e a faixa de pedestres.

sarela vai ser um benefício muito bom para a população, por que os pedestres vão ter mais espaço de transitar com segurança”.

A obra A estrutura está estimada no valor de R$ 2.517.823,12. Vencedora da licitação para prestação

do serviço, a empresa Lotufo Engenharia deu início aos trabalhos de instalação de canteiros e demarcação do espaço.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

VG tem superávit de R$ 55 milhões e honra 93,14% dos compromissos Em audiência pública na Câmara de Vereadores, o Executivo apresentou o balanço positivo Com R$ 55.216.700 milhões de superávit nos quatro primeiros meses de 2019 em relação aos quatro primeiros meses de 2018, Várzea Grande avança e assegura mais investimentos em obras. A receita pública somou R$ 211.714.369 milhões, já as despesas liquidadas alcançaram 142.624.025 milhões e foram pagas R$ 132.842.261 milhões, ou seja, de tudo que foi empenhado e liquidado, foram pagos 93,14%. “Mantemos por determinação da prefeita Lucimar Sacre de Campos, rigor e controle nos gastos para que todos os servidores recebam

seus salários no mês trabalhado e fornecedores de serviços ou obras recebam dentro das exigências legais da execução física da mesma em relação ao desembolso do Tesouro

Tivemos uma receita líquida nos últimos doze meses de pouco mais de R$ 565 milhões e a folha de pagamento da Prefeitura, somando a administração direta, DAE e Previvag, custou R$ 276,9 milhões

Reprodução

Da Redação

Municipal”, disse a secretária de Gestão Fazendária, Lucinéia dos Santos Ribeiro. Os relatórios de avaliação e cumprimento de metas fiscais dos primeiros quatro meses deste ano, também mos-

traram um comprometimento dos cidadãos várzea-grandenses com os tributos municipais uma vez que a receita arrecadada teve aumento de R$ 35,5 milhões se comparado ao primeiro quadrimestre de 2018.

“Essa é uma avaliação importante, pois demonstra que os moradores de Várzea Grande estão vendo os investimentos concretos que estamos realizando no município em todas as áreas: saúde, educação,

social e infra-estrutura, ou seja, esse é o retorno dos impostos pagos por quem mora e trabalha neste município”, avalia a prefeita Lucimar. O relatório de prestação de contas traz ainda o repasse para a Câmara Municipal de Várzea Grande que, neste primeiro quadrimestre, chegou a 2,52% dos R$ 18,020 milhões estimados para o ano de 2019. “Tivemos uma receita líquida nos últimos doze meses de pouco mais de R$ 565 milhões e a folha de pagamento da Prefeitura, somando a administração direta, DAE e Previvag, custou R$ 276,9 milhões”, concluiu a secretária Lucinéia.


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QUALIFICA 300

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Cuiabá, julho de 2019

Cada vez mais mulheres buscam qualificação para abrir o próprio negócio

Evelyn Souza

Com supervisão da editora-chefe

A proporção de mulheres no comando de um negócio vem crescendo no Brasil, nos últimos 14 anos. Hoje, são quase oito milhões de empresárias responsáveis por comandar micro e pequenas empresas no país. Um ponto que chama atenção é que as

mulheres respondem por 34% dos donos de negócio, na média nacional. Os dados são relativos ao último relatório da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM – 2016), realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com o Instituto Brasileiro Qualidade e Produtividade (IBQP).

Cuiabanas empreendedoras Com o objetivo de incentivar o empreendedorismo entre as pessoas em vulnerabilidade social, foi lançado no dia 11 de julho, o programa “Qualifica Cuiabá 300 anos” que leva cursos profissionalizantes e de capacitação gratuita à população de Cuiabá. E as mulheres recebem novamente a edição es-

pecial “Qualifica 300 – Edição Mulher” – idealizado pela primeiradama Márcia Pinheiro, juntamente com a Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano (Smasdh) de Cuiabá – que leva qualificação profissional a mulheres que buscam independência financeira através do empreendedorismo. “Nós percebemos que a mulher está com maior poder de decisão quando vemos que mais de 80% dos alunos do Qualifica 300 são mulheres que decidiram deixar a dependência de seus maridos e não se sujeitaram à violência verbal, física, psicológica chegando até o feminicídio, porque não possuem outra opção para o sustento familiar, e de cuidar de filhos”, analisa Márcia Pinheiro.

Secom-Cuiabá

Assessoria

Neste ano, são ofertados dez cursos profissionalizantes voltados às mulheres nos Cras

Primeira-dama Márcia Pinheiro e duas alunas do Qualifica 300 – Edição Mulher.

Já foram oferecidos cursos de salgados, bolos, pães, manicure, pedicure, designer de sobrancelha, depilação e pintura em tecido, para mais 780 mulheres. Mesmo não existindo um encaminhamento para vagas de emprego, várias alunas abriram o seu próprio negócio. É o caso da Viviane Siqueira Santana, 36 anos, mora a 30 anos no bairro Pedregal, mãe de duas meninas; fez o curso de bolo, pães e salga-

EU SÓ QUERO CHOCOLATE

dos oferecido pelo SENAC, através do Qualifica 300. O curso foi o empurrão que ela precisava para empreender. “Após a finalização do curso, iniciei a venda de bolos, doces e salgados por encomenda. A venda dos bolos e salgados complementa a minha renda, pois também sou cabeleireira. Uso minhas redes sociais para divulgar o meu trabalho e é através dele que recebo varias encomendas e faço novos clientes. Michelle Cândido

A paixão pelo chocolate virou um grande negócio Cultura do cacau movimenta economia em Mato Grosso Mailson Prado Com supervisão da editora-chefe Em barras, com leite, na cobertura do bolo ou em bombons, todos têm uma queda por chocolate. Somente em 2018, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a indústria especializada de cacau movimentou mais de R$ 14 bilhões de reais em todo o país. Já em Mato Grosso, a produção e o manejo da matéria-prima que preenche vitrines nas mais derivadas formas, tem um papel muito importante não só na economia, mas também na gastronomia.

A empresária Fabiane Louly tem uma história de amor com o chocolate, estudou e se formou em odontologia, mas seguiu um sonho totalmente oposto. Em 2014, a então dentista resolveu concretizar seus sonhos e abriu a primeira loja da Louly Chocolate em uma das avenidas mais importantes de Cuiabá, a Avenida Getúlio Vargas. O empreendimento teve a sua expansão planejada em moldes de franquia, porém, com uma diferença, a Linha Personnaliser, voltada para o lado empresarial de eventos com chocolates com logomarcas de empresas, para aniversário e casamento, totalmente personalizado

para o cliente. Com grandes mudanças desde a sua abertura, a Louly Chocolate mudou de endereço e, hoje, está em evidência em uma loja filial em Pontes e Lacerda e em um quiosque no Shopping Três Américas. Os clientes são atraídos pelo visual e pelo aroma dos produtos. Mas, não só por isso, a linha da Louly ainda tem chocolate ao leite, meio amargo, cacau e diet, linha exclusiva sem lactose e a funcional que é à base de chocolate 70% cacau com produtos como chia, Goji Berry, linhaça, pimenta e gengibre que fazem bem ao corpo e a quem quer cuidar dele.

“No empreendedorismo tudo se trata de estratégia e foi exatamente assim na época da Copa do Mundo realizada no Brasil, que foi sucedida por uma crise financeira no país. Nós vimos uma oportunidade, evitamos pensar nela e trabalhamos e usando nossa criatividade, nos planejamos”’, conta Fabiane. Diferencial da marca Para além do chocolate personalizado, outra sacada da Louly Chocolate é o café na casquinha. Basicamente, é uma produção com a casquinha de sorvete forrada com chocolate com café dentro, uma combinação de encher os olhos e aca-

riciar o bom paladar. Em 2018, durante a 3º edição do Festival do Chocolate a Louly fez sucesso com o cream cone, que tem objetivo consciente de substituir o pote plástico por uma casca fina e recheada com chocolate, uva, morango, chantilly e castanha, tudo em prol do meio ambiente. No festival desse ano, a empresária apresentou o Bubble waffle, uma sobremesa servida em um cone que pode ser recheada com sorvete mais adição de frutas como

morango e banana ou mais chocolates, entre muitas outras opções. A empresária afirma que o chocolate é responsável por uma fatia da economia do Estado, mas que a matéria-prima pode ser muito mais explorada. “Não só acho que o chocolate é responsável por movimentar o produto interno de Mato Grosso, como também acredito que ele pode ser explorado de outras maneiras para aumentar ainda mais o índice financeiro”, conclui Fabiane.


ENTREVISTA

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Jornal do Ônibus

Cuiabá, julho de 2019

Saiba a importância da terapia no tratamento da doença Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo tec. Tudo isso pode contribuir para que uma pessoa desenvolva uma depressão. E, exatamente, por estarem deprimidos, a maioria das pessoas leva bastante tempo para procurar ajuda, não é? Na maioria das vezes sim.

Michele Cândido A depressão é uma doença grave, que causa alterações emocionais importantes e que influenciam, diretamente, na forma como a pessoa percebe, sente e se relaciona com o mundo. Pessoas com este transtorno tendem a ignorar os pontos positivos da vida, focando apenas em suas nuances negativas. Para quem convive com a doença, é uma luta diária que muitas pessoas enfrentam e a compreensão é o primeiro

passo para ajudar quem lida com esse tipo de sentimento. Confiram nesta entrevista, exclusiva para o Jornal do Ônibus, as análises e dicas da psicóloga Marina Mendes Fiorenza – membro do Laço Analítico (Escola de Psicanálise), e mestre em Psicanálise pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) – sobre a depressão. Vamos começar pela pergunta clássica: qual a diferença entre tristeza e depressão?

A tristeza não é considerada patológica, é algo que a pessoa pode sentir por algo que esteja passando e, não significa que vai se deprimir por isso. Já a depressão é um ponto patológico, a pessoa passa a ter uma depreciação de si muito grande, em que o sujeito não consegue ver em si mesmo nada de bom e nem graça no mundo. Muitas pessoas com depressão não reconhecem os sintomas da doença. Que dicas dar para ajudá-los a identificar o comporta-

mento depressivo? Para a pessoa identificar que ela está com depressão, primeiro, precisa se escutar, se olhar, se perceber, se pesquisar; isso é uma coisa que as pessoas não fazem. Mas, não podemos usar apenas sintomas para diagnosticar uma depressão. Quais são os sintomas mais característicos de um quadro depressivo? Os sintomas característicos são perda ou aumento de apetite, transtornos no sono, sensação de vazio, apa-

tia, insegurança e ansiedade. Quais os motivos mais comuns que levam as pessoas há um quadro depressivo? É um misto de fatores e o momento político-social tem mexido bastante com o emocional das pessoas. Questões como a repressão sexual, perda de direitos, a falta de perspectiva sobre o ingresso em uma universidade pública e de qualidade, de se aposentar, o discurso de ódio, tão em voga,

Há uma faixa etária mais vulnerável à doença? Quem é mais afetado pela depressão? Homens ou mulheres? Não acho que exista uma faixa etária específica, apesar de, atualmente, eu atender mais adolescestes com depressão, na faixa etária de 14 a 18 anos. Os adolescentes estão sofrendo muito, o mundo está fazendo uma pressão grande sobre eles, na questão das dificuldades sexuais, preconceito, além de uma exigência de felicidade. Geralmente, quem mais procura ajuda profissional são as mulheres, porque os homens têm mais dificuldades de expor seus sentimentos, eles deixam para procurar tratamento quando já estão sofrendo muito. E o que pode ser apontado como causadores da depressão em adolescentes e jovens? O mundo atual está impondo uma obrigação de felicidade aos jovens, onde você tem


ENTREVISTA

de imagem, o processo analítico mói tudo isso, porque a partir daí esses conceitos não afetarão mais esse indivíduo. Existe Cura para depressão? Nenhuma terapia dá a garantia da cura, porque qualquer pessoa está sujeito a ter uma recaída num quadro de depressão, mas existe, sim, a possibilidade de cura, isso varia do quadro de cada paciente. O Bullying causa depressão no adolescente? Eu não verifico isso como primordial, a causa de uma depressão é multifatorial, isso pode despertar alguma coisa que já havia naquele adolescente, mas criar um quadro depressivo eu acho um pouco difícil. O bullying pode agravar a situação, mas quando a pessoa já está em sofrimento por outras questões.

que ser muito feliz, postar muitas fotos em redes sócias, ter o corpo perfeito, tem que estar sorrindo o tempo todo, tem que querer sair para a balada, as pessoas estão nesse empuxo à felicidade. Comportamento paradoxal. A família vê a pessoa nesse estado e quer que reaja, mas ela não consegue e os familiares se voltam contra o deprimido. Isso é regra? Nem sempre, mas a família precisa aceitar o quadro da pessoa, respeitar a individualidade de cada um e não ficar impondo soluções próprias. O que pode

prejudicar um quadro depressivo é forçar a pessoa a uma situação na qual possa ter certa fobia. A repressão é o que atrapalha. Como é o tratamento? Como são as primeiras terapias? Na psicanálise se trabalha com associação livre, eu deixo a pessoa falar sobre o que ela quiser, até que consiga lidar com a sua própria história, fazer a ligação das situações e identificar onde está o problema. Ela vai conseguir fazer outra coisa da vida dela. O vínculo do paciente com o psicanalista é terapêutico, o fato de ele conseguir

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Cuiabá, julho de 2019

Fotos: Lucas Leite

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se ancorar em mim já sustenta ele estar vivo, então salva a vida dele. A pessoa ter uma crença ou religião, ajuda no processo? Em que parte? A religião é um ponto de ancoragem para pessoa, mas ela tanto pode fazer bem como mal, porque ela pode ser muito depressora. Eu não acredito que a religião por si só favoreça o deprimido, já a análise favorece. O que pode ajudar o sujeito a sair da depressão? A destruição dos ideais de corpo perfeito, trabalho, amor,

Qual o desafio desse tratamento para o deprimido? O desafio é a pessoa suportar saber das suas próprias verdades, saber das dificuldades de se relacionar com o mundo, das próprias dificuldades, saber que a pessoa nunca vai atingir um ideal de perfeição e, ainda assim, querer continuar vivendo, mesmo com todas as limitações da vida. E saber que na vida não há felicidade completa, não há plenitude e, mesmo assim, ter coragem de olhar para suas próprias dificuldades e mesmo assim continuar vivendo. As drogas ou bebidas usadas com assiduidade podem contribuir ainda mais

com o quadro de depressão? Não, todo mundo faz, de alguma maneira, o uso de substâncias psicoativas. A questão é que algumas pessoas fazem o uso problemático das drogas, isso acontece quando a pessoa já tem problemas anteriores. A droga não é causa da depressão e, sim, consequência de traço de algo que não vai bem. Ouando o depressivo não quer ser ajudado, o que é aconselhado fazer? O limite da decisão é do próprio sujeito, se ele não quiser ir à terapia, o familiar pode iniciar o tratamento no lugar do deprimido, isso vai auxiliar a família a ter uma conversa mais satisfatória de modo que vai tocar esse parente para que vá ao tratamento.

Hoje, já existem também profissionais que se dispõem a realizar o atendimento domiciliar, nesse primeiro momento, em que o sujeito está muito mal. E quando a depressão evolui para um “quadro suicida”? Existe “comportamento suicida” que possa ser percebido para evitar a tragédia? O recomendado é a família ficar muito atenta, aumentar os cuidados ambientais, não deixar o sujeito sozinho, encontrar meios de amparar essa pessoa de modo que não cometa o ato. Se a pessoa faz análise, ela tem que intensificar o tratamento, caso não faça tratamento tem que procurar com urgência ajuda profissional.


NA GINGA DA CAPOEIRA

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Cuiabá, julho de 2019

Projeto social melhora a vida de crianças e adolescentes no bairro Altos da Serra Fotos: Lucas Leite

Mestre Jeferson desenvolve capoeira como forma de socialização e experiência cultural Lucas Leite Com supervisão da editora-chefe A capoeira é uma manifestação afro-brasileira que não tem um conceito único. Afinal, ela pode ser considerada um esporte, uma luta ou um manifesto cultural. Existem dois tipos: a capoeira regional – criada por Mestre Bimba, que incorpora elementos de outras lutas marciais, criando uma sequência de golpes e uma metodologia de ensino. Ela também apresenta movimentos mais rápidos. E a capoeira angolana – considerada a tradicional, com movimentos mais lentos e não é entendida como um esporte, mas sim, como uma manifestação cultural. Se regional ou angolana, fato é que são nítidos os benefícios que a prática da capoeira tem para a saúde, como redução de estresse e peso, controle da pressão arterial e melhora no sistema cardiovascular. A prática também se mostra relevante no pro-

cesso educacional de crianças e adolescentes em escolas, pois além do contexto histórico do surgimento da capoeira, a prática desenvolve no aluno, não só as habilidades físicas, mas também o lúdico; e brincando faz com que os alunos

Mestre Jeferson dando aula de capoeira para uma turma de alunos

tomem consciência do próprio corpo e de suas capacidades motoras, facilitando o crescimento cognitivo e afetivo. E a arte da capoeira também pode mudar a vida de crianças e adolescentes através de projetos sociais, como do professor

Jeferson Adriani (34 anos) – conhecido como mestre Jeferson Spirro –, que coordena o projeto AbadáCapoeira, há cinco anos, no bairro Altos da Serra, em Cuiabá. Início difícil Com o fim do projeto “Mais Educação” na esco-

la Celina Fialho Bezerra, Jeferson foi surpreendido pelos alunos que gostariam de continuar com as aulas de capoeira. Sem espaço para as aulas, o mentor foi até o centro comunitário do bairro e pediu um espaço para que eles pudessem realizar as aulas, mas, logo tiveram que sair do centro. Sem saber para onde ir, Jeferson optou por levar a capoeira para rua e passou a realizar os treinos na frente da casa onde mora. “Eu estava em casa e quando observei aquela área sem uso quis fazer como se fosse o nosso espaço”, explica o professor. O projeto O projeto Abadá-Capoeira é independente e conta com pouca estrutura para trabalhar o desempenho dos 60 alunos. Ainda assim, a roda de capoeira ensina o valor do espírito de equipe, da disciplina, responsabilidade e respeito. “A capoeira aproxima as pessoas e ainda ensina va-

A capoeira aproxima as pessoas e ainda ensina valores

lores e mexe com diversas partes do corpo. Estimula e desenvolve aptidões físicas naturais, através do movimento espontâneo e desenvolve as aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Isso, entre tantos outros objetivos e pontos positivos”, afirma Jeferson. Marcos Douglas, hoje com 18 anos, participa do projeto desde quando o professor ensinava capoeira na escola Celina Fialho Bezerra. Hoje, o jovem é um dos auxiliares do projeto e ajuda o mestre Jeferson a dar aulas. “O projeto mudou a minha vida, me trouxe mais responsabilidade, passei a tratar as pessoas melhor. Eu olho para esse projeto e para as pessoas que fazem parte dele, e considero a minha família. Esse projeto é tudo pra cada um de nós”, afirma Marcos. “É muito gratificante ver essas crianças e adolescentes crescendo e adquirindo responsabilidades e confiança para encarar o dia a dia”, conclui o mestre Jeferson. Serviço: Com o apoio da esposa, mestre Jeferson realiza as aulas de capoeiras as terças e quintas, as 19h30, na Rua Boa Viagem, no bairro Altos da Serra. Interessados em contribuir com o projeto podem entrar em contato com o mestre Jeferson no telefone (65) 99277-3790.


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VOANDO BAIXO

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Jovem cuiabano é promessa para próxima temporada de Kart no Brasil Mailson Prado Com supervisão da editora-chefe Desde os sete anos de idade, o jovem Guilherme Favarete trocou as brincadeiras típicas da infância para se dedicar as pistas de corrida. O garoto conheceu o Kart através do pai e do tio, se apaixonou pelo esporte e começou a se dedicar. Apesar da pouca idade e do tempo de experiência, o garoto conseguiu impressionar até mesmo quem já frequentava o Kart. As habilidades de Guilherme não passaram despercebidas pelos olheiros. Foi então, que o cuiabano pediu de presente para os pais um Kart, um investimento que custa em media cerca de R$ 7 mil reais. O pai Dalter Favarete decidiu investir no futuro do filho. “Tudo aconteceu muito rápido e em, mais ou menos, um mês ele já estava pilotando no kart em uma velocidade considerável. Foi quando eu e a mãe dele decidimos comprar Kart que ele havia pedido. E, desde então, ele realiza os treinos em um kartódromo em Várzea Grande”. E o talento de Guilherme logo o levou às competições regionais e estaduais, nas quais conseguiu ótimos resultados e demonstrando um grande desempenho. Diante disso, muitas outras oportunidades foram aparecendo, proporcionando ao jovem piloto mais experiências nas corridas. Hoje em dia, Guilherme já participa de competições em nível nacional por todo o Brasil. Em 2018, foi campeão da XI Copa São Paulo Light Kart na categoria Cadete Hookie. A vitória foi con-

Fotos: Arquivo Pessoal

Aos 10 anos, Guilherme Favarete, já coleciona troféus Tudo aconteceu muito rápido e em, mais ou menos, um mês ele já estava pilotando no kart em uma velocidade considerável. Foi quando eu e a mãe dele decidimos comprar um Kart que ele havia pedido templada com um convite da Fórmula 1 para participar do “Future Stars” no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, onde o menino teve a oportunidade de conhecer os bastidores e grandes nomes das pistas mundiais como os campeões Lewis Hamilton e Sebastian Vettel. Para os pais, a principal preocupação é com a segurança dele, o esporte não deixa de ser uma atividade perigosa por envolver veículos em alta

velocidade. “Nós como os pais, sabemos que é um esporte que tem riscos e, no nosso caso, prezamos pela segurança dele usando os equipamentos de

segurança como o capacete, macacão e protetores de costela e pescoço, além de colocarmos na mão de Deus”, explica Dalter Favarete.

Guilherme Favarete ao lado dos campeões Lewis Hamilton (Mercedes) e Sebastian Vettel (Ferrari)

Falta apoio Já na questão do esporte e a sua viabilidade, o estado de Mato Grosso não tem sido tão generoso em relação aos investimentos. Tendo em vista outras capitais do Brasil e a visibilidade das competições como acontece em São Paulo. Em Cuiabá, a estrutura para o kart é muito precária. O kartódromo em Várzea Grande, no bairro Canelas, é referência para quem se aventura no esporte, mas a estrutura é ruim para o treino profissional, desnivelando o desempenho de atletas mato-grossenses em relação aos pilotos brasileiros que treinam em estruturas melhores. Guilherme precisa viajar várias vezes por mês para participar de competições e treinar em kartódromos em São Paulo, principalmente, pela infraestrutura que oferece aos pilotos. Diante dessa correria e dos altos custos, Dalter avalia que falta incentivo para quem

pratica e trabalha com o Kart em Mato Grosso. “Eu acredito que o Estado poderia investir mais nessas competições, os pilotos levam a bandeira de Mato Grosso, estão lá participando com boas médias. Nós continuamos em busca de parcerias para ajudar nos custos, mas não temos nada concretizado ainda”, afirma Dalter. Rotina A rotina do jovem se divide entre os campeonatos, treinamentos e os estudos. Entre uma viagem e outra, Guilherme aproveita para estudar e colocar em dia o conteúdo da escola onde é federado. Por se tratar de um competidor e representar o Estado, a atuação permite a ausência para realização de campeonatos. Ao ser questionado sobre a sua escolha de priorizar a rotina de atleta do kart em detrimento das brincadeiras de criança, Guilherme reconhece que perde momentos de lazer e distração. “Eu deixo bastante de brincar, principalmente, quando estou em viagens, perco muitos aniversários e festas”, afirma Guilherme. Para o futuro, Dalter diz que tem planos para carreira internacional do filho. “Como as coisas aconteceram muito rápido, nós já começamos a pensar no futuro dele que inclui os seus desejos de levar tudo isso adiante. Nós já estamos vendo algumas equipes fora do Brasil para tentar entrar em uma academia de pilotos. Mas, estamos analisando algumas situações para poder formalizar e oferecer as condições para desenvolver as habilidades dele como piloto”, conclui.


CUIABANIA

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O teatro é o espelho da vida

Michelle Cândido O ator e dramaturgo Geovane Rodrigues, começou no teatro há três anos, quando ingressou no Curso de Tecnologia em Teatro da MT Escola de Teatro (UNEMAT), e se apaixonou pela arte e pelo teatro colaborativo. Ao final do curso, Geovane viu a oportunidade de criar e levar trabalhos teatrais diferentes para outros lugares, e propôs para alguns colegas e formadores da graduação a idéia de criar um grupo teatral. A partir daí, em 2018, nasceu a Pequena Companhia da Cidade que teve a sua estréia no palco do Cine Teatro em março de 2019, com o espetáculo musical infantil “Conta-Vento”, de classificação livre que se apropria do lúdico universo da fantasia para dialogar com crianças e adultos sobre a delicada realidade

am a idéia e começamos a produzir o espetáculo infantil “Conta-Vento”. A idéia era de falar de adoção e sobre o quanto a gente se sente pertencente a um lugar, que é como eu sempre me senti. As coisas que eu escrevo são todas de vivências minhas ou de coisas que me atravessam. Passar por questões sociais é uma das formas de se fazer teatro que me agrada”, conta Geovane. O grupo realiza os ensaios em lugares aleatórios, mas, há pouco tempo, conseguiram um espaço físico no clube feminino. O artista lembra que para produzir a peça “Conta-Vento” os integrantes da companhia tiraram dinheiro do próprio bolso para conseguir fazer figurino, cenário, caracterização de maquiagem, “nosso produtor sempre busca apoio, mas quando não consegue cada um contribui da maneira que

Quando eu entro no placo, o palco é meu, eu sou o palco como se fosse uma coisa só, eu posso fazer e ser o que eu quiser pode, para que o projeto seja concretizado”, relata. Novos projetos A companhia também já se apresentou em várias escolas e, recentemente, fizeram oficinas de teatro para crianças numa colônia de férias. O grupo pretende lançar novos espetáculos em breve que abordam inclusão social, racismo e a importância da leitura na infância. Outra pretensão futura da Pequena Companhia da Cidade é realizar cursos de preparação para

novos atores. “Fazer teatro é muito difícil, fazemos por amor e resistência, acho que falta a população abraçar o teatro mato-grossense e os veículos de comunicação ajudar mais na divulgação das peças para alcançar a massa. O nosso teatro tem muita gente boa, com potencial, as cenas cuiabanas são lindas, as pessoas precisam conhecer e ver o quanto é bom, não tem como ir ao teatro e não sair de lá transformado de alguma forma”, pontuou Geovane. Para o dramaturgo, a arte faz com que as pessoas reflitam e se coloquem no lugar do outro, o teatro pode salvar vidas. “É uma coisa que transforma e faz o público repensar sua vida. No final de cada peça poder ouvir as pessoas dizendo que passam pelas mesmas coisas e que de alguma

forma aquele espetáculo contribuiu positivamente. É muito gratificante saber que a arte transforma a vida das pessoas”. O teatro é a forma de expressão artística mais inerente ao ser humano. Assim, sempre foi natural que questões cotidianas, reflexões e dúvidas fossem utilizadas como material para a expressão artística nos palcos. E nesse exercício de criar personagens reais, Geovane é categórico. “Quando eu entro no placo, o palco é meu, eu sou o palco como se fosse uma coisa só, eu posso fazer e ser o que eu quiser”. Serviço Instagram da Companhia: @pequenaciadacidade Facebook: @pequenacompanhiadacidade Fred Gustavo

Pedro Henrique

O jovem artista dos palcos, Geovane Rodrigues, sempre foi apaixonado por dramaturgia

dos processos de adoção no Brasil. A personagem central é uma menina negra, que espera ser adotada a qualquer momento e, durante esse período, escreve histórias imaginárias que o vento lhe conta, uma peça autoral que conta com oito músicas. O artista Geovane se graduou em atuação, mas segundo ele, a dramaturgia sempre foi uma coisa que chamou sua atenção e no curso de teatro ele pode aflorar esse outro lado. “Sou redator publicitário, gosto muito da escrita, da leitura e tenho vários esboços de peças em casa que eu penso em futuramente montar. Então, decidi procurar alguma coisa minha que já tinha escrito para produzir e encontrei conteúdo para uma peça infantil, apresentei para o grupo e logo todos abraçar-

Elenco completo da peça “Conta-Vento” da Pequena Companhia da Cidade.


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ARTIGO

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Liquidificador humano Mary Shelley foi minha companhia e mais adiante explico, porque não poderia ter tido companhia mais cheia de significado. Coloquei os fones de ouvido e afundei a cara no livro. Dois bancos à frente uma moça se apressa em abrir as janelas. Não é nem 6h30 da manhã e o cheiro do ônibus amarelo, que está completamente vazio, está putrefato e insuportável. Daquele ponto até meu destino, levaria uma hora e meia para percorrer cerca de 10 quilômetros. Quando o ônibus para perto de alguma área de preservação permanente (sim, moro em uma região abençoada por esses pequenos oásis), temos alguns instantes de alívio: o frescor da mata alivia a temperatura e o mau cheiro. Santa natureza! À medida que o coletivo adentra áreas mais cinzentas e de ruas encarquilha-

das da cidade, mais penosa se torna a viagem. São dez quilômetros dentro de um liquidificador. Foi uma amiga que usou essa comparação: “Cada liquidificador, tanto barulho e sacolejo que chego ao trabalho enjoada”. Melhor definição que ouvi sobre a viagem em transporte coletivo em Cuiabá. Eu que já tive o privilégio de viver em cidades com transporte coletivo de qualidade, ressinto que Cuiabá ainda esteja tão aquém de oferecer um mínimo de conforto e infraestrutura para seus cidadãos. Confesso que, por vezes, sinto muita falta da tranquilidade de entrar no transporte coletivo e viajar dormindo, ouvindo alguma música ou lendo sem ter que me preocupar com vaga de estacionamento ou com o próximo motoqueiro que vai se materializar, repentinamente, no retro-

visor direito. A rotina estressante do trânsito cansa e cansa muito. Não é preciso ir muito além dessa experiência empírica para inferir que a economia cuiabana perde muito com essa falta de qualidade no transporte. Meus dias no trabalho foram muito menos produtivos e criativos. Certamente essa é a realidade da maioria dos trabalhadores cuiabanos. Isso sem falar nos acidentes de um trânsito que está sempre no limite. Um time de pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, lançou um relatório sobre as vantagens econômicas e sociais das cidades de baixo carbono, ou seja, aquelas que investem mais em áreas verdes, soluções de infraestrutura para o transporte coletivo, entre outras ações sustentáveis. As pesquisas apontam que mais ruas levam, frequentemente, a

tempos de viagem ainda maiores e atestam que o transporte público pode proporcionar uma redução drástica nos tempos de deslocamento de mais 50%, em alguns casos. E foram além: sabe a quanto podem chegar os custos com congestionamento? Até 1% do PIB na maioria das cidades desenvolvidas e a 10% do PIB nas cidades em desenvolvimento. Triste constatar que Cuiabá segue ainda a lógica do transporte individual ao invés do coletivo. Calçadas verdes dão lugar há mais vagas de estacionamento. Mais ruas, avenidas e viadutos: mais carros. Mais concreto, menos verde. Um sistema que terá um novo colapso em um período de dois a cinco anos. Voltando ao livro do começo do artigo, é ao descer do ônibus, no centro de Cuiabá, que a leitura de Mary Shelley faz ainda

mais sentido. Tal qual Doutor Victor Frankenstein, que mal tinha coragem de encarar sua própria criatura de aparência repugnante, muitas vezes não olhamos para Cuiabá. Quanto menos andamos a pé, menos percebemos a cidade. A história de terror da autora inglesa traz, dentro de uma série de interpretações possíveis, uma reflexão profunda sobre os malefícios do abandono. Por vezes, parece que os próprios moradores da cidade se acostumaram com serviços de baixa qualidade. E aí pode ser que o movimento de não encarar a cidade de frente seja apenas uma falta de coragem e baixa autoestima que nos impede de percebermos que merecemos muito mais do que está posto. Cuiabá parece carecer de um olhar mais carinhoso e amoroso. Com a percepção de que somos merecedores ter-

emos a coragem de cuidar da nossa cidade e fazer as exigências necessárias para vivermos em uma cidade inovadora, com visão de futuro e acolhedora. Juliana Carvalho é jornalista e mestre em Ciências da Comunicação pela Université Stendhal (Grenoble).


MENTE SAUDÁVEL

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A depressão através do olhar de quem teve a doença Fotos: Lucas Leite

A estudante Thaylla dos Santos afirma que superou a depressão com ajuda profissional e atividade física

Da Redação No Brasil, 11,5 milhões de pessoas sofrem com o transtorno mental, o equivalente a 5,8% da população. É o país com maior índice de depressão da América Latina e o segundo nas Américas. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos. Tristeza, baixa-estima, pânico, angústia, bipolaridade e falta de apetite. Esses são alguns dos sinais específicos da depressão, doença que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo. Considerada pela OMS como o “Mal do Século” a depressão é um transtorno mental que está presente no dia a dia de muitas pessoas. Quem passou pelo processo de tratamento diz que é uma batalha difícil, mas que é possível vencer.

De fato, a história da universitária Thaylla Maiza Lopes dos Santos, 19 anos, é um exemplo disso. Aos 15 anos, em 2016, ela teve os primeiros sinais da depressão, que surgiram depois de constantes brigas entre seus pais dentro de casa. “Eu comecei a entrar em pânico, escutava qualquer barulho já ficava com medo de alguma coisa acontecer e eles brigarem de novo, foi quando eu me isolei, parei de mexer no celular, eu não comia, emagreci 10 kg, só ficava deitada, eu cheguei a ficar só pele e osso, não conseguia mais me olhar no espelho, tinha medo de dormir e morrer, foi um momento muito ruim na minha vida”, relatou. Segundo Thaylla, ela não sabia detectar o que estava acontecendo e quem percebeu que se tratava de depressão foi sua mãe, que buscou ajuda profissional. A estudante conta que sua mãe marcou um psiquiatra pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e começou

a fazer o tratamento com uso de remédios, só que durante esse período ela se sentia presa, porque a medicação ainda não tinha começado a fazer efeito, foi quando ela decidiu acabar com aquela dor. “Fui para o quintal da minha casa e avistei uma corda pressa na árvore e pensei não aguento mais, eu vou tirar minha vida, mas quando eu estava colocando a corda no meu pescoço minha cachorrinha de apenas cinco meses me puxou e me tirou dali, ela salvou minha vida e me fez refletir que eu estava me afundando e deixando a depressão me levar, chorei muito e pedi socorro para minha mãe, que me ajudou prontamente. Nesse período eu comecei a fazer

Eu digo para as famílias das pessoas que tem depressão, se mostrem solícitos, sejam empáticos, conservem e deem apoio, principalmente emocional, demonstrem que vocês estão do lado deles em todos os momentos terapias com psicólogos que me ajudou superar a doença”. A universitária enfatiza que é possível fazer todo o tratamento para depressão pelo SUS e ressalta que os profissionais são, totalmente, preparados e competentes para ajudar na recuperação do paciente. O tratamento de Thaylla durou cerca de dois anos, com o uso de medicação controlada, terapias, atividades físicas e ajuda

emocional dos seus pais e amigos, que foram cruciais para sua recuperação. “Durante o tratamento eu comecei a correr por orientação médica e se tornou rotina na minha vida. Eu corria todos os dias, me fazia muito bem, me ajudava a relaxar e eu conseguia dormir bem. O apoio do meu pai foi importante, ele sempre me levava para correr no parque. Eu corria cerca de 5 km por dia, a corrida fazia com que eu esvaziasse os turbilhões de pensamentos da minha cabeça e conseguia normalizar meu ritmo, que era agitado”. Hoje, a estudante de jornalismo conta que voltou a notar alguns sinais sutis da doença, por causa da pressão da faculdade, estágio, a vontade de ser uma boa profissional, medo de não entrar no mercado de trabalho na sua área, o que provoca uma mudança repentina no humor. Agora, a jovem não vai mais esperar os sintomas se agravarem e vai buscar ajuda profissional novamente. Preconceito A estudante afirma que há muito preconceito em relação a depressão. Os primeiros a julgarem são os próprios familiares, que por ignorância falam coisas do tipo “isso é falta de Deus”, “falta de amor próprio e vergonha na cara”, “têm que caçar o que fazer”. “Mas eu digo que isso é uma doença da alma, do espírito, ninguém escolhe passar por essa situação, ninguém sabe a dor que é ter depressão, até sentir na pele, por isso eu digo para as famílias das pessoas que tem depressão, se mostrem solícitos, sejam empáticos, conservem e deem apoio, principalmente emocional, demonstrem que vocês

estão do lado deles em todos os momentos e, acima de tudo, procurem ajuda medica assim vocês estarão contribuindo para recuperação”. Atenção para a Rotina Observar o comportamento emocional é muito importante. Se os níveis de estresse se tornar constantes no dia a dia e isso passar a refletir de forma negativa na vida, pode significar que é hora de buscar um cuidado maior com a saúde mental. Thaylla manda um recado para as pessoas diagnosticadas com depressão. “Vocês precisam da ajuda de alguém, seja um familiar, amigo ou até mesmo um desconhecido, não é possível vencer a depressão sozinha, você precisa de ajuda, precisa se abrir com alguém. Peça ajuda, demonstre para as pessoas que você tem uma doença, porque sozinho, você só vai se afundar. Acima de tudo é preciso se tratar, procurar ajuda profissional, tem que fazer tratamento, as pessoas tem que entender que a depressão é uma doença”. Mato Grosso No Estado de Mato Grosso, 3,6% da população foi diagnóstica com depressão, o

que equivale, aproximadamente, a 126 mil pessoas com este transtorno, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Hoje, o estado oferece tratamento de graça pela rede do SUS. Para os quadros mais agudos, os pacientes são atendidos pelo Centro de Atendimento Psicossocial (CPAs), presentes em 32 municípios. A depressão também é atendida pela Rede Básica de Saúde, através da metodologia de promoção da saúde; pacientes diagnosticados também são atendidos pelo Projeto Terapêutico Singular. Quando o tratamento envolve tratamento terapêutico medicamentoso, o SUS oferece mediante prescrição médica.

Serviço O Centro de Valorização da Vida (CVV) também presta serviços de graça na prevenção ao suicídio e apoio emocional, em todo o Brasil. Todas as pessoas podem recorrer ao CVV para conversar sob total sigilo e anonimato. O contato pode ser por telefone pelo 188 que funciona 24 horas e sem custo de ligação ou pelo site www.cvv.org.br, por meio do chat e também e-mail.


LEVANDO CIDADANIA

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Sala da Mulher em Ação leva qualificação e doações às comunidades Ekesio Rosa da Cruz

São mais de 600 pessoas beneficiadas pelo projeto da ALMT Mailson Prado Com supervisão da editora-chefe Levando uma grande responsabilidade à frente da Assembleia Legislativa (ALMT), a Assembleia Social, antiga Sala da Mulher passou por mudanças para melhor atender o cidadão. Ao começar pelo nome que agora tende abranger mais a população e aproximar todos que queiram interagir com acesso as políticas públicas do Estado. Agora – além de realizar palestras, encontros e fóruns – a Assembleia Social expandiu Suas atividades em prol dos mais favorecidos. A Sala da Mulher em Ação percorre cidades e regiões periféricas para levar as palestras e rodas de conversa com debates sobre temas de interesse social; também realiza o Bazar Social e ações re-

e penteados, fabricação de doces caseiros, para que as mulheres possam ter outra fonte de renda. Alguns dos municípios que receberam ações da Sala da Mulher em Ação foram Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Chapada dos Guimarães, Itanhangá e Cuiabá. Para a diretora da Assembleia Social, Daniella Paula Oliveira, a realização desses eventos é a motivação de um sonho

alizadas no Teatro Zulmira Canavarros, com a arrecadação de alimentos não perecíveis – repassados às entidades filantrópicas de Mato Grosso. Ainda são ofertados serviços que viabilizam a interação entre alunos, escolas e cultura como espaço de pautas sociais, agendamentos de escolas para espetáculos, dentre outros. Além de oferecer cursos de pintura em pano de prato, de tranças

maior de todos que trabalham na Assembleia. “Nós temos um impulso pelo coletivo, ou seja, pelas pessoas que precisam, seja em vulnerabilidade ou que não conseguem ter voz. E, principalmente, com muita honestidade nos colocando no lugar delas, vamos até essas pessoas escutar as raízes de lá, para que a gente consiga deixar a sombra da arvore abarcando todo mundo”, afirmou Daniela. Sobre a importância do mutirão, Daniela Oliveira afirma que “é necessário difundir as ações nas comunidades mais afastadas. As demandas chegam através de sugestões ou ofícios das prefeituras. É importante dizer que também chegam demandas através das lideranças. Com elas em mãos, é feita uma triagem que leva em conta alguns fatores determinantes para escolha

como; vulnerabilidade, necessidade, e a região periférica”. As ações também são marcadas pelas parcerias, como o Espaço Cidadania da ALMT, com emissão de 1ª ou 2ª via da Carteira de identidade; a Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, fazendo orientações jurídicas e trabalhando na abertura de processos para resguardar direitos, dentre outras ações com teor educacional.

“A sala 113 está de portas escancaradas para atendermos todo mundo, sem distinção, e de coração aberto, que pulsa mesmo. Quem não serve para servir, não serve para o mundo”, finaliza Daniela. Serviço Veja quando serão as próximas ações: 10/08 – Distrito da Guia 13/09 – Sorriso 20/09 – Rosário Oeste Para mais informações: (65) 3313-6994

Diretora da Assembleia Social, Daniella Paula Oliveira, sempre presente nas ações da Sala da Mulher em Ação

SOLIDARIEDADE

Projeto social ampara moradores de rua há quatro anos em Cuiabá Lucas leite

O Projeto Solar é composto por pessoas que entregam comida, roupas e cobertores aos moradores de rua

Lucas leite Com supervisão da editora-chefe Ajudar ao próximo, principalmente nos dias atuais, parece ‘papo’ de missionário. Mas, não para Gabriel Coutinho, 21 anos, e Bruno Ângelo, 22 anos, que decidiram ir

além, arregaçar as mangas e fazer algo por quem está à margem. “Nossa prioridade inicial é assistir às pessoas que moram na rua sem um abrigo seguro, sem alimentação, sem saúde, sem família, nem amor e nem carinho”, conta Gabriel. Com essa força de von-

tade, eles iniciaram, em 2015, o Projeto Solar (Solidariedade, Amparo e Resgate), que desenvolve suas ações junto aos moradores em situação de rua, famílias carentes e entidades filantrópicas. Gabriel conta que a solidariedade vem de berço. Segundo ele, a mãe sempre foi ligada às causas sociais. No entanto, ele não participava, até que percebeu a necessidade desse tipo de ação. Na época, Gabriel era estudante e queria cursar Medicina para ajudar as pessoas e, um dia, percebeu que não precisava esperar o futuro para ajudar o próximo. “No caminho de casa tinha morador de rua e ele foi a

primeira pessoa que eu ajudei”, revela. O Projeto As ações do Solar trabalham com os conceitos de solidariedade, amparo e resgate. Quando começou, o grupo era formado por Bruno e Gabriel. Na época, serviram 13 marmitas para moradores em situação de rua. “Era uma realidade diferente”, lembra Gabriel. “Nossas ações seguem as diretrizes da solidariedade com os alimentos, uma conversa, o encaminhamento para a reabilitação, encontrar uma moradia para eles e prover cursos de capacitação”, explica Gabriel. O trabalho cresceu e

chamou a atenção de outras pessoas que se tornaram voluntárias. Hoje, são aproximadamente 60 voluntários. Durante o ano, toda semana, o projeto entrega uma média de 80 marmitas. O projeto, ainda, atende entidades carentes como o Lar dos Idosos São Vicente de Paulo e a Associação Espírita Percílio Martins e desenvolve ações voltadas para as crianças. “Hoje, nós atuamos com varias frentes, tanto com pessoas em condições de vulnerabilidade, entidades carentes e sempre levamos brinquedos, materiais escolares e fazemos sessão pipoca para as crianças”, afirma Gabriel.

O Solar, além de ajudar os moradores de rua, também proporciona aos voluntários, experiências de vida. Dona Célia – conhecida como “mãe do projeto” pelo seu amor e dedicação ao trabalho –, está no projeto há três anos e afirma que depois de ser voluntária em várias ações comunitárias, se encontrou no Solar. “O projeto Solar foi um achado na minha vida”, afirma. Como ajudar? O projeto é mantido através de doações. Você pode ajudar, basta entrar em contato através das redes sociais: Facebook (@projetosolar1) e Instagram (projetosolar).



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