Revista Esquina - 1ed. jun. 2017

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COMPORTAMENTO No processo de redesignação sexual masculina é realizada a histerectomia (retirada de útero, ovários) e mamoplastia masculinizadora (retirada das mamas). Após o início do tratamento hormonal, o clitóris pode crescer a ponto de adquirir o tamanho de um pênis pequeno. Quando esse crescimento é insuficiente, pode ser realizada a metoidioplastia, cirurgia na qual o clitóris é alongado e reconstruído como um neopênis de modo a preservar a ereção e conferir a habilidade de urinar em pé, ou de introduzir próteses rígidas ou infláveis. A bolsa escrotal é reconstruída com os grandes lábios e próteses de testículos.

A escritora Maria Léo Araruna chegou a ser expulsa de uma escola.

Intolerância A estudante de direito e militante LGBT da coletiva Corpolítica, Maria Léo Araruna, de 22 anos, sabe bem como é lidar com esse preconceito. Ela, que também é escritora, se define como travesti. Maria conta que já foi expulsa de uma escola que oferecia oficinas de direitos humanos, por usar roupas femininas. Além disso, ela admite que já foi hostilizada por homens, principalmente em aplicativos de relacionamentos. Chamada de “demônio” e “farsa”, a estudante já escutou que “não é mulher de verdade, só servia para fazer gozar”. Segundo Maria, ela enfrenta menos repressão no centro de Brasília, apesar de notar os olhares julgadores das pessoas. “Na ‘periferia’ o risco de ser agredida é maior. Eu tenho sorte de ter carro e de viver próximo ao Plano Piloto”, diz. A estudante conta que começou a fazer tratamento hormonal há pouco mais de dois meses, e por enquanto não tem planos em fazer a cirurgia de redesignação sexual.

Cirurgias Mais avançado no tratamento hormonal, Dan realizou a cirurgia de mamoplastia masculinizadora no final de janeiro deste ano. O estudante conta que decidiu realizar o procedimento porque nunca se sentiu confortável com os seios. Quanto à cirurgia de redesignação sexual, o jovem espera um dia poder realizá-la, mas não no Brasil. “Eu não conheço muitos resultados do procedimento no nosso país. Então vou deixar para o futuro, agora estou mais interessado em retirar meu útero e ovários”, afirma.

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Já a redesignação sexual feminina consiste na retirada dos testículos e na construção de uma neovagina, que é construída a partir da pele do pênis ou de um retalho de mucosa do intestino grosso. A redesignação sexual feminina pode envolver, ainda, cirurgia de feminização


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