Sismo de 1 de janeiro de 1980: 40 anos depois
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Aluno: Guilherme André Sousa Mendonça, 8.ºA
Entrevistado: Maria de Fátima Sousa Parreira (avó) na altura 20 anos Freguesia: Ribeirinha
Onde e com quem estava quando aconteceu o sismo? O que sentiu?
Estava em casa da minha mãe na Ladeira Grande, na Ribeirinha, com o meu irmão e a minha mãe. Estava sentada à mesa e apercebi-me de que uma porta estava a abanar, as louças e a mesa também.
Soube logo que era um sismo? Porquê? Como?
Ao princípio não sentia nada do que se passava. Saímos à rua, olhámos para baixo e vimos os animais agitados e todas as casas da zona estavam a abanar e a cair.
Quais foram as grandes mudanças que o sismo implicou na sua vida? A nível de destruição física, relações com familiares/amigos/vizinhos?
Umaparededomeuquartocaiuenãopudemosmoraremcasa.Fomosparaaminha garagem e acolhemos alguns familiares e vizinhos da freguesia. Estava grávida de 8mesesemeioefoi umasorte,poisduranteosismohouvemuitosabortos.
Como foram os seus meses a seguir ao sismo? Que tarefas/dificuldades/situações experimentou?
Depois de ter a minhafilhaem fevereiro,mudei-me para a casa da minhamãe, que já estava restaurada. Depois, enquanto a minha casa estava a ser restaurada, fui para casa da minha sogra.
Como comunicou nos tempos a seguir ao sismo? Como avisou os seus familiares que estavam bem?
Na hora do sismo, não consegui comunicar com o meu marido, ele é que passado uma ou duas horas veio ao meu encontro. Tive familiares que foram da Feteira a São Mateus saber dos seus parentes.
Teve familiares que emigraram na sequência do sismo? Para onde? Sim, tive uma tia que foi para os Estados Unidos.
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Aluno: Leonor Lopes Oliveira, 8.ºA
Entrevistado: Miguel Alexandre Ávila Oliveira (pai) na altura 12 anos Freguesia: Santa Luzia de Angra do Heroísmo
Onde e com quem estava quando aconteceu o sismo? O que sentiu? Estava em casa com os meus pais, com as minhas irmãs, a minha avó e dois amigos e senti tudo a tremer.
Quais foram as grandes mudanças que o sismo implicou na sua vida? A nível de destruição física, relações com familiares/amigos/vizinhos?
Na minha vida, não implicou nenhuma coisa.
Como foram os seus meses a seguir ao sismo? Que tarefas/dificuldades/situações experimentou?
Na altura, estava no 7.º ano e, algum tempo depois do sismo, as aulas recomeçaram. A nossa casa tinha ficado habitável, porisso não houve grandes alterações no quotidiano.
Como comunicou nos tempos a seguir ao sismo? Como avisou os seus familiares que estavam bem?
A minha família estava toda na Terceira, de maneira que comunicámos verbalmente.
Teve familiares que emigraram na sequência do sismo? Para onde? Não.
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Aluno: Vitória Correia Marques, 8.ºA
Entrevistado: António Manuel Armelim Marques (pai) na altura 13 anos Freguesia: Conceição
Onde e com quem estava quando aconteceu o sismo? O que sentiu?
Estava na rua. Senti surpresa, algo desconhecido estava a acontecer. Algum medo, receio do desconhecido.
Soube logo que era um sismo? Porquê? Como?
Sim. Pelos barulhos, a terra “borbulhava” sob os pés e havia paredes a cair. Quais foram as grandes mudanças que o sismo implicou na sua vida? A nível de destruição física, relações com familiares/amigos/vizinhos?
Apenas numa fase inicial quando tivemos de coabitar durante cerca de um mês em edifícios públicos (sociedades, escolas, bombeiros…). Depois fomos para a nossa casa.
Como foram os seus meses a seguir ao sismo? Que tarefas/dificuldades/ situações experimentou?
Foram normais. Curiosamente, os meus pais estavam a ampliar a casa e a questão da “reconstituição” foi normal. Parece-me que o segundo período na escola só teve início em abril.
Como comunicou nos tempos a seguir ao sismo? Como avisou os seus familiares que estavam bem?
Através de mensagens rádio e através do telefone, uns dias após o sismo.
Teve familiares que emigraram na sequência do sismo? Para onde? Não.
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Aluno: Ana Cabral 8.ºB
Entrevistada: Avó (63 anos)
Na altura do sismo: 25 anos já casada e com duas filhas (Sónia e Vânia)
Faltavam 20 minutos para as 4, estava com a minha filha Sónia ao colo, o meu marido José estava a descansar na cama. Depois de uns momentos, a casa começou a tremer. Fui tentar acordar o José e ele acordou, tentou sair pela porta, mas já não deu, então saltou pela janela, enquanto eu já estava na rua. Depois ainda voltou lá para dentro para ir buscar uma veste, pois estava de pijama. Tinha deixado as minhas duas filhas com o meu antigo vizinho, que era médico e chamava-se Élio António. Em seguida, fomos todos para a Praça Velha. Estivemos três dias no Hotel de Angra e depois fomos para o Liceu. Foram momentos muito difíceis, pois estava a haver muitas réplicas, morreu muita gente, entre eles, um tio meu que no momento estava a pescar.
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O Liceu abrigou muitas centenas de pessoas que ficaram sem as suas casas, que foram destruídas. Muitos edifícios também caíram. Depois, fomos “todos” para o Alto das Covas, pois fizeram lá apartamentos. Depois disso, começaram a chegar moldes pré-fabricados e foram para o cerrado do Bailão. Enquanto estávamos no cerrado do Bailão, ainda estavam a proceder abalos de terra e réplicas. Todas as famílias foram repartidas pelas freguesias.
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No dia 1 de janeiro de 1980, houve um grande sismo nos Açores, que provocou muito sofrimento. Por isso, entrevistei a minha bisavó de 81 anos que estava presente neste acontecimento e, com os dados e informações que recolhi, elaborei um breve testemunho da sua experiência no sismo.
MariaHelenaRomeiro dosSantos vivia com oseumarido etinhacincofilhos, dois dos quais estavam ausentes da ilha.
Helena tinha ido visitar a filha ao Castelinho, porque o seu genro era marinheiro. Estavam as duas a lanchar quando o chão começou a estremecer. Estavam confusas, mas rapidamente se dirigiram à porta e foi aí que as coisas se começaram a descontrolar.
Helena afirma recordar-se das paredes a rachar, diz que havia muito pó e que viua cozinhadafilha adesmoronar-se completamente.Lembra-se quetentava correr, mas parecia que o chão lhe faltava. Quando saíram de casa a sua maior preocupação foram os filhos e o marido.
Em pânico, correu até ao trabalho do marido, mas como as ruas estavam em ruínasdemoroumuitotempoaláchegareomaridojálánãoestava,poistinhase dirigido para casa à procura da esposa.
Felizmente acabaram por se encontrar e nenhum dos filhos ou familiares se aleijou. Ainda hoje Helena tem presente na sua mente aqueles grandes momentos de sofrimento e de angústia.
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Aluno: Daniela Botelho, 8.ºB
Qual o seu nome?
Nélia Soares
Que idade tinha aquando do sismo de 80? 15 anos.
O que estava a fazer?
Estava a subir as escadas para o 3.º piso.
Em que freguesia morava? Raminho.
Quais foram os seus pensamentos no momento do sismo? Parecia o fim do mundo, parecia que aquele momento nunca ia acabar.
Qual foi a sua reação?
Fiquei parada nas escadas durante o sismo.
Como descreveria o sismo?
O chão levantava e descia, fazia ondas.
Como ficou a casa depois do sismo?
A casa ficoudanificada,mas nãocaiu nenhuma parede.Até hoje há umafenda na varanda.
O que viu quando saiu de casa?
Em alguns lugares abriram-se fendas no chão, havia muita poeira e cheiro a terra.
Como reagiram as pessoas?
Algumas pessoas gritavam e todos estavam muito assustados.
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Aluna: Luana Soares, 8.ºB
Aonde ficou a dormir após este acontecimento?
As pessoas reuniram-se e ficaram a dormir numa garagem. Eu fiquei a dormir nesse lugar durante cinco dias e depois voltei para casa.
Sabe se na sua freguesia (Raminho) faleceu alguém?
Eu penso que não morreu ninguém.
O que aconteceu após o sismo? Quais as consequências na vida das pessoas?
Algumas pessoas ficaram apenas com a roupa com que estavam vestidas. Algumas não tinham o que comer, mas foram ajudadas pelos vizinhos. A escola da freguesia ficou sem aulas durante algum tempo.
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Aluno: Maria Antónia, 8.ºB
Quando o sismo ocorreu, a minha avó encontrava-se no Cabo da Praia, na Praia da Vitória. Foi horrível o estremecer da casa e das estradas. Foram para casa e encontraram alguns objetos partidos. Depois, foram ver se estava tudo bem com os seus pais, que já eram idosos e a sua casa tinha caído. Felizmente não houve mortes nem feridos quanto à família. Ficaram tristes e desgostosos de os ver naquela situação. Foi uma das piores experiências pela qual a minha avó passou.
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8.ºB
O meu pai estava a brincar com os amigos às escondidas numa mata, sentiu um estrondo muito grande e ele e os seus colegas começaram a correr desesperados até chegarem ao caminho. Quando chegaram ao caminho, tinha várias pessoas fora de casa e várias casas caídas. Era um caos, a igreja estava caída e a casa do meu avô desabou e várias famílias da freguesia foram viver para o palheiro do meu avô.
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Aluno: Maria Cardoso,
8.ºB
O que é que sentiu?
A primeira coisa foi a portaa bater, depois o chão a tremer. Parecia que o chão nos faltava debaixo dos pés. Enquanto tentávamos sair de casa, andávamos de umaparedepara aoutra, porquenãoconseguíamosandar. Quandosaímos (eu, o meu marido, a minha filha, e o meu filho mais velho) de casa, apercebemonos de que o meu filho mais novo ficara no berço a dormir. Então o meu marido correu e foi buscá-lo. Depois de o tirar do berço, caiu uma pedra em cima do berço. Quando o meu marido saiu com o meu filho de casa, a casa baloiçou de um lado para o outro e desmoronou-se.
Como estavam as coisas em toda a cidade?
Durante muito tempo, as pessoas ficaram com medo de ir para casa, correndo o risco de haver outros sismos de menor intensidade, ou até mesmo com a mesma intensidade. As pessoas viviam numa espécie de tendas, a maioria na zona do Cerrado do Bailão. Eu passei a noite num carro, tentando passar pelos caminhos para chegar a casa da minha mãe, onde vivemos até encontrarmos
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Aluna: Maria Fortuna,
outra casa para viver. A câmara estava a entregar comida e “tendas” improvisadas. Foi um momento horrível e assustador para todos.
De alguma forma esta má experiência deixou-lhe alguns medos que não tinha antes?
Durante muitos anos, tive medo de ruas estreitas e de edifícios altos, apesar de agora já não ter tanto receio. Mas a coisa de que tenho mais medo são sismos. Foi um dos piores momentos da minha vida e não há explicação para o medo e a aflição que se sente naquele momento.
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Aluno: Miguel Soares, 8.ºB Relato do Pai
O sismo dos Açores de 1980 foi um sismo que ocorreu no dia 1 de janeiro por volta das 15h30, tinha eu 5 anos, hoje tenho 44. Lembro-me de estar no meu quarto a brincar e, de repente, sentir um barulho estranho. Olhei ao meu redor e vi que tudo estremecia, sentei-me na minha cama e o meu irmão gritava por mim e veio ao meu encontro, deu-me a mão e tirou-me do meu quarto. Senti a poeira e o barulho e a parede do meu quarto a desabar em cima da minha cama, onde há poucos segundos estava sentado. Desci as escadas e vi, no final, a minha mãe a gritar por nós. O tremor de terra levou ainda algum tempo a abrandar, parecia uma eternidade. Fomos para a rua e deparamo-nos com uma destruição enorme das casas, as ruas destruídas pela quantidade de telhas e algumas partes das casas caídas em cima das viaturas estacionada.
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Freguesia: Conceição
Onde e com quem estava quando aconteceu o sismo? O que sentiu?
Estava emcasa com aminha esposaeaminhafilha.Senti o chãoa estremecer, as paredes pareciam que estavam a “ondular” e ouvi um barulho forte.
Soube logo que era um sismo? Porquê? Como? Sim. Pelos sinais mencionados, senti logo dentro de mim que era um sismo, já tinha ouvido histórias sobre esses sinais.
Quais foram as grandes mudanças que o sismo implicou na sua vida? A nível de destruição física, relações com familiares/amigos/vizinhos?
Parte da casa teve de ser reconstruída, mas primeiro tive uma sensação de perda, do esforço que tive para ter uma casa. A minha família e alguns
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Aluno: Leonor Esteves Sousa, 8.ºC
Entrevistado: Jorge Manuel Cunha da Silva (avô materno), na altura 28 anos
vizinhos juntaram-se durante alguns dias num sítio descampado, dormindo dentro dos carros e íamo-nos revezando para ir buscar comida ao quartel militar, aonde fomos durante 3 dias. A desolação era um sentimento geral da população.
Como foram os seus meses a seguir ao sismo? Que tarefas/dificuldades/situações experimentou?
De um modo geral, eu e todos os meus conhecidos vivíamos num clima de medo. Foram meses muito mal dormidos. Até durante a noite um pequeno movimento na cama nos punha sobressaltados.
Como comunicou nos tempos a seguir ao sismo? Como avisou os seus familiares que estavam bem? Comuniquei por telefone, quando as linhas telefónicas ficaram restauradas.
Teve familiares que emigraram na sequência do sismo? Para onde? Não, apenas alguns tiveram de mudar de residência.
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Aluno: Mário Alexandre Oliveira, 8.ºC
Entrevistado: Rosa Silva Maria (avó), na altura 19 anos
Freguesia: Ribeirinha
Onde e com quem estava quando aconteceu o sismo? O que sentiu?
Estava em casa com a minha filha Letícia de 6 meses, o meu filho João de 8 meses e o meu marido. Senti a terra a estremecer e também senti e ouvi casas a cair.
Soube logo que era um sismo? Porquê? Como?
Não, depois de algum tempo a minha vizinha veio pedir ajuda, porque a sua casa tinha caído e eu perguntei: “mas que diabo é isto?” e ela respondeu: “foi um sismo, mulher”.
Quais foram as grandes mudanças que o sismo implicou na sua vida? A nível de destruição física, relações com familiares/amigos/vizinhos?
Graças a Deus, a minha casa ficou inteira. Acho que foi das poucas do caminho, mas implicou que os meus vizinhos do caminho viessem para a minha casa.
Como foram os seus meses a seguir ao sismo? Que tarefas/dificuldades/ situações experimentou?
Os meses a seguir ao sismo foram muito intensos, porque o meu marido era pescador e, então, passava dia e noite no mar a pescar para ajudar os nossos vizinhos e nós tentávamos limpar grande parte dos terrenos das casas para se poder voltar a reconstruir outra nova e mais resistente.
Como comunicou nos tempos a seguir ao sismo? Como avisou os seus familiares que estavam bem?
Por acaso, a minha família vivia muito perto de mim, portanto falávamos entre nós.
Teve familiares que emigraram na sequência do sismo? Para onde? Sim, a minha cunhada Luísa e a Maria para a América.
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Onde e com quem estava quando aconteceu o sismo? O que sentiu? Estavanacasadosmeuspaisetodososmeusirmãos(7)ecunhadosnoalmoço do ano novo. O quarto era pequeno e a mesa enchia-o quase por completo. Ficámos todos de pé encostados às paredes, porque os que estavam do lado de dentro da mesa não conseguiam sair. O meu irmão mais novo só gritava “encostem-se às paredes!”
Soube logo que era um sismo? Porquê? Como?
Claro que soubemos logo que era um sismo, mas nunca tínhamos sentido um daquela dimensão, levou 20 segundos a tremer, mas podia ser outra coisa.
Quais foram as grandes mudanças que o sismo implicou na sua vida? A nível de destruição física, relações com familiares/amigos/vizinhos?
Durante quase uma semana, ficámos a dormir dentro de uma carrinha pão de forma de caixa aberta com um toldo. Tínhamos muito medo de ficar em casa.
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Aluno: Rodrigo Alves Oliveira, 8.ºC
Entrevistado: Luciana Alves (avó) na altura 30 anos Freguesia: Conceição
A empena norte ficou desprendida da casa: mais uns segundos e tinha desabado. Depois fomos para a casa dos meus pais, que não tinham sofrido nada, mas éramos muitos a dormir a lastro. Ao fim de um mês, limpámos a nossa casa, mudámos o quarto de cama para o outro lado da casa e fomos para lá. No ano seguinte, comprámos a nossaatual casa. S não fosse o sismo,talvez nunca tivéssemos comprado casa própria. Na altura, dava aulas na escola da Ribeirinha e também tivemos de abandonar a escola. Eu fiquei lá e outras colegas, na sociedade da Ribeirinha, com os alunos sentados nas cadeiras, sem terem onde escrever, outros no palco, de joelhos, em frente a bancos corridos. Só conseguíamos ficar lá umas duas horas, porque o frio e a falta de condições não deixavam. A casa dos meus sogros ficou muito abalada, estiveram um mês em casa de um filho, mas acabaram por voltar para a sua casa.
Como foram os seus meses a seguir ao sismo? Que tarefas/dificuldades/ situações experimentou?
Graças a Deus não perdemos ninguém e pouco a pouco fomos retomando o ritmo de vida e as condições que tínhamos. Começámos a procurar casa e
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levámos os meses seguintes a reconstruí-la: muito feito por nós mesmos, porque não tínhamos dinheiro para pagar mais mão-de-obra.
Como comunicou nos tempos a seguir ao sismo? Como avisou os seus familiares que estavam bem?
Durante uns tempos, ficámos sem poder comunicar com o exterior. Não havia telemóveis; os rádios, ao fim de uns dias, começaram a funcionar, mas não tínhamos eletricidade. Só tinha um irmão que andava a viajar, mas já não me lembro como é que ele soube.
Teve familiares que emigraram na sequência do sismo? Para onde?
Não, mas os nossos vizinhos do andar de cima perderam um filho de 2 anos. Morreu sentado no degrau da porta de entrada na Rua dos Canos Verdes, quando a casa dos avós caiu, ele ficou debaixo das pedras. Tiveram que ir morar para casa dos pais dela, em São Carlos, porque o andar de cima ficou inabitável.
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Aluno: Andreia Lima, 8.ºD
Entrevistado: Guilherme Alberto Sousa Couto (18 anos/padrinho)
Freguesia: Santa Luzia
Onde e com quem estava quando aconteceu o sismo? O que sentiu? Encontrava-me na casa dos meus pais, a comemorar a passagem de ano com o meu pai no terraço. Senti a terra tremer e o chão a fugir.
Soube logo que era um sismo? Porquê? Como? Não tive a perceção do que estava a acontecer, pois foi tudo tão rápido e ao mesmo tempo tão longo.
Quais foram as grandes mudanças que o sismo implicou na sua vida? A nível de destruição física, relações com familiares/amigos/vizinhos.
Tudo se alterou porque tive de começar do zero, porque se perderam muitas casas e culturas. Desde aí até à reconstrução, houve muitos apoios, muitas histórias de dor, muitas casas para reconstruir e, acima de tudo, solidariedade das pessoas que vinham do outro lado do Atlântico com ajuda para a
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reconstrução das ilhas. Nós vimos mais do que sentidos, pois vimos tudo a destruir-se e não deu para sentir devido ao facto de só nos apercebemos da destruição. Também houve várias réplicas e as pessoas tinham medo de estar dentro de casa.
Como foram os seus meses ao seguir ao sismo? Que tarefas/dificuldades/situações experimentou?
Após o sismo ocorreu a reconstrução psicológica das populações afetadas e depois a ajuda mútua de Portugal Continental e dos emigrantes para o princípio da reconstrução. As dificuldades apareceram à medida que a construção avançava. Foi preciso calma e muito apoio às famílias das vítimas para ultrapassarem as dificuldades após a morte dos seus entes queridos.
Como comunicou nos tempos a seguir ao sismo? Como avisou os seus familiares que estavam bem?
Comunicou-se por cartas aos familiares emigrantes, pois as redes de comunicação estavam destruídas, porque o pouco que havia estava destruído.
Teve familiares que emigraram na sequência do sismo? Para onde?
Não tive familiares a emigrar, mas sim muitos amigos. Depois do ocorrido, as pessoas entreajudaram-se dando apoio moral e ajuda na reconstrução. Várias pessoas realojaram aqueles que haviam perdido tudo.
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Aluno: Luigi Francesco Quattrini, 8.ºD Entrevistado: Carla Raimundo Reis Costa (9 anos/Mãe)
Freguesia: Conceição
Onde e com quem estava quando aconteceu o sismo? O que sentiu? Estavanoquarto,aler umaBD.Nacozinha,anexaaoquarto,estavam aminha avó e bisavó. Senti a cama a balançar. Vi os objetos do quarto a saírem do lugar. Finalmente, o chão e as paredes também ficaram instáveis.
Soube logo que era um sismo? Porquê? Como? Nãosoubelogoqueeraumsismo,poistinha9anoseaprevençãonãosefazia. Emborativesseouvidorelatos,nãoassocieiaideiaàrealidade.Sómeapercebi que era um sismo quando osadultos verbalizaram durante e após a ocorrência.
Quais foram as grandes mudanças que o sismo implicou na sua vida? A nível de destruição física, relações com familiares/ amigos/ vizinhos? Embora a casa tivesse ficado sem grandes estragos, o receio de permanecer lá existia (até devido às réplicas). Deste modo, durante os primeiros dias, a
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família pernoitou no veículo da família, no pátio da atual ES Jerónimo Emiliano de Andrade. Entretanto, foram disponibilizados contentores, onde ficámos cerca de 40 pessoas durante alguns meses, sempre no pátio do antigo liceu. Tenho uma perspetiva bastante positiva destes meses. As pessoas entreajudaram-se, partilhando o que tinham ou o que sabiam fazer. Lembrome, por exemplo, que o dono da mercearia deu tudo o que tinha nas arcas congeladoras para a comunidade e que apareceram pessoas que sabiam cozinhar e foram para a cozinha. No meio do medo e caos, sentimo-nos unidos.
Como foram os seus meses a seguir ao sismo? Que tarefas/ dificuldades/ situações experimentou?
A família seguiu então para os antigos celeiros, que estavam divididos com cortinas e permitiam alojar várias famílias.
Como comunicou nos tempos a seguir ao sismo? Como avisou os seus familiares de que estavam bem? Não tenhopresentecomocomunicámos, pois,aindaera umacriança. Lembrome que foi muito complicado nos dias que se seguiram. Por exemplo, o meu pai nãoconseguialocalizaraminhairmãde7anos,queestavacomfamiliares. Encontrou-a finalmente no Castelo de São João Baptista (isto já era noite).
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Tenho consciência de que deve ter sido muito difícil para o meu pai, pois um dos lugares que ele teve de procurá-la foi no hospital.
Teve familiares que emigraram na sequência do sismo? Para onde? Sim, avós e tio emigraram para o Canadá.
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Uma habitante de São Sebastião, de 63 anos, viveu o sismo de 1980 na primeira pessoa e recorda-o como viveu esse momento. A mesma afirmou que estava uma linda tarde de sol que parecia verão.
O que sentiu naquele momento/reação?
Naquele momento, não tive reação. Estava com o meu filho de 13 meses ao colo quando, de repente, ouvi uma zoada. Logo, de seguida, estava tudo a tremer e entrei em pânico e só ouvi o meu marido a chamar pelo nosso filho. Não conseguia ver nada, só via pedras e uma nuvem de fumo da terra das casas.
O que fez durante o acontecimento?
Durante o acontecimento, fugi para a rua. Entre as pedras que caíram para o caminho estavam muitas pessoas a gritar e foi aí que me apercebi que era um sismo. Não sei o tempo certo, porque foram segundos, mas penso que uns 7 segundos.
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Aluno: Ana Catarina Martins, TAFAC
Após o acontecimento o que fez?
Após o acontecimento, continuei na rua e ouvi gritos aflitos. Tinha pessoas em cima de uma habitação destruída a tentar tirar uma senhora que estava soterrada debaixo dos destroços. Infelizmente, tiraram-na sem vida e essa senhora, antes da catástrofe, estava a jogar às cartas.
Sabia ou não o que tinha acabado de acontecer?
Não sabia o que estava a acontecer, porque nunca tinha passado por esta situação.
Qual foi a maior dificuldade após o acontecimento?
A maior dificuldade foi não saber onde ia ficar nos próximos dias. Juntámonos numa valeta no caminho, desviado de muros altos, para se houvesse mais algum sismo, estarmos protegidos. E foi aí que os militares nos vieram recolher para passar a noite com várias pessoas. Eles montaram tendas, onde passámos a noite com várias famílias. Nessa noite, houve várias réplicas e entrámos outra vez em pânico. Choveu muito e até os militares vieram cavar à volta das tendas, porque a água estava a entrar. Tiraram algumas pessoas mais idosas das tendas para iram pernoitar em autocarros. Quando saímos da
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tenda, fomos para casa de um casal que nos ofereceu alojamento por 6 meses.
A casa teve prejuízos? Como foi a reconstrução?
A minha casa ficou toda destruída, só a frente da casa é que ficou de pé. Teve de ser toda reconstruída. Foi tudo à custa do meu pai e não tivemos ajudas financeiras de ninguém.
Agradecimentos: Quero agradecer ao testemunho da minha Madrinha e dos meus pais por terem recordado este momento dramático e espero que nunca mais voltam a passar este momento tão traumatizante.
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Aluno: Filipa Silva, TAFAC 1
Uma habitante de Santa Bárbara de 48 anos viveu o sismo de 1980 na primeira pessoa e conta como viveu esse momento.
Como se apercebeu que era um terramoto?
Apercebi-me de que era um terramoto quando estava na casa da minha irmã mais velha e senti a casa a abanar. Saí de lá o mais rápido possível. Quando corria para um lugar seguro, senti o chão a tremer muito e a abrir. Foi muito assustador.
O que fez durante o acontecimento?
Durante o acontecimento, como já tinha dito, estava na casa da minha irmã, que foi quando percebi que algo não estava bem, e fugi para o meio do caminho, onde achava que estava mais segura.
Após o acontecimento o que fez?
Após o acontecimento, fui para casa. Na ida para casa, vi um monte de pessoas no caminho a chorar e desesperados. Os acontecimentos que me marcaram mais no que vi durante a minha ida para casa foi uma senhora de idade que estava com a cabeça rachada e uma outra senhora que gritava
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muito desesperada, porque a sua neta tinha morrido durante o sismo. Tinha caído uma pedra em cima do berço onde estava a sua neta… Depois disso tudo, cheguei a casa e estava tudo em pedaços.
Sabia ou não o que tinha acabado de acontecer?
Não fazia ideia do que estava a acontecer. Sabia que era algo anormal, mas não sabia que era um sismo, pois era uma menina de 9 anos e não fazia a ideia do que era um sismo.
Qual foi a sua maior dificuldade após o acontecimento?
A maior dificuldade foi ficar sem abrigo, ver que a minha casa estava em pedaços e me sentir sem saber para onde ir, pois, depois desse acontecimento, só queria ir para a minha casa, para a minha zona de conforto, e ela já não existia.
A sua casa teve algum prejuízo e como foi a construção?
A casa teve muitos prejuízos. Eu e minha família, que era muito grande, ficámos a morar em tendas até o meu pai construir a casa, e isto demorou algum tempo.
Como
era a tenda e como era morar lá?
A tenda era grande e a minha mãe dividia-a para fazer como se fosse uma casa para ficarmos mais confortáveis: uma parte era onde dormíamos, que era um pouco apertado, e a outra parte para a cozinha, etc. Era como se fosse uma casa muito pequena. Mas morar lá era desconfortável, apertado e gelado, pois não era como um conforto de uma casa, mas era o que tínhamos.
Como estava a casa?
A casa estava em ruínas, tudo estava caído, havia pedras espalhadas por todo o lado, nem parecia a minha casa antes do terramoto.
Aluno: Gonçalo Gomes, TAFAC 1
Um habitante da freguesia de Santa Bárbara partilha a sua vivência do sismo de categoria 7.2 da escala de Richter, que devastou a zona oeste da ilha Terceira, pelas 15h42 do dia 1 de janeiro.
Como se apercebeu que era um terramoto? Ainda era novo mas, quando senti um tremor, reparei que isso não era normal. Foi quando olhei em volta e notei que estavam todos a gritar pelas suas casas. Era o terror. Eu, como era novo, não sabia bem o que fazer, pois estava aterrorizado. Então decidi seguir os meus vizinhos para me tentar proteger.
O que fez durante o acontecimento? Era difícil, mas tentei manter a calma, tratei de levar alguns bens meus pois não sabia o que viria acontecer depois desta catástrofe. De seguida, percorri um caminho que, a meu ver, era seguro para ter a certeza da minha segurança. Hoje orgulho-me da força que tive durante o sismo.
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Após o acontecimento, o que fez?
Mantive a calma e, quando vi que as coisas já estavam a acalmar, fui até casa para ver se os meus pais já tinham chegado e ver o que tinha sobrado da minha casa.
Sabia o que estava a acontecer?
Como já tinha referido anteriormente, era novo mas, sim, tinha a noção do que estava a acontecer e sabia que não era nada bom para a população.
Qual foi a sua principal dificuldade após o acontecimento?
Saber que tinha perdido a minha casa, as minhas poucas coisas, mas principalmente a morte de alguns familiares e amigos.
A sua casa teve algum prejuízo ou estrago?
Sim, a minha casa ficou totalmente destruída. Tive de ir viver uns tempos para a casa de familiares meus, enquanto a minha casa era reconstruída.
Qual foi as principais marcas da sua casa?
Foram muitas: acasaficoutodaembaixo,erampedrasportodoolado,janelas caídas e vidros partidos. O telhado não resistiu e pouco conseguimos aproveitar da casa.
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Aluno: Carlota Toste, TAFAC 2
O assunto desta entrevista é o sismo de 1980 e a entrevistada vai ser a minha mãe. Uma habitante de São Pedro contará na primeira pessoa o sismo vivido a um de janeiro de 1980, cerca das 15:40, que provocou muitos estragos e mortes aqui na Ilha Terceira.
Onde estava naquele momento?
Estava onde hoje é o bairro da Terra Chã, era uma Canada da Terra. Ia para casa da minha tia.
O que pensou?
O que eu pensei foi que algo muito mau estava a acontecer, porque só se ouvia um ruído muito forte e muitas pessoas a gritar.
Como reagiu?
Comecei a correr com uma prima minha até à casa da minha tia, muito assustada, a gritar com medo, porque só via paredes a cair e a casa da minha tia estava danificada.
O que fez a seguir?
Quando cheguei a casa da minha tia, pedi a uma vizinha dela que telefonasse para os meus pais para saber como eles estavam e para o meu pai me vir buscar.
Como reconstruiu a casa?
Felizmente, na minha casa, não houve danos materiais, mas na casa da minha tia o meu pai e o meu tio tiveram de reconstruir o que o sismo partiu.
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Aluno: Daniela Castro, TAFAC 2
Uma habitante de 48 anos da freguesia da Conceição, na Terceira, contará na primeira pessoa o sismo vivido a 1 de janeiro em 1980, o qual causou 15000 desalojados, 73 mortos e 400 feridos.
Onde estava naquele momento?
Na altura, tinha nove anos de idade e estava no jardim de Angra, a andar de baloiço.
O que pensou?
Fiquei sem saber o que era, olhei para cima e vi o pico da Memória a cair e uns barulhos muito fortes estranhos. Perguntei a um guarda o que se estava a passar, o qual me disse que estava a haver um tremor de terra. Eu até já tinha caído do baloiço duas vezes e nem tinha dado por isso.
O tempo como estava?
O dia, por incrível que pareça, estava muito calmo, um dia de sol.
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Notou alguma agitação nos animais?
Não, pois foi uma coisa muito inesperada e não prestei atenção aos animais, pois só tinha nove anos, não estava à espera de que nada disso acontecesse. Depois, só ouvia as pessoas aos gritos e a chorarem. Ao sair do jardim é que me apercebi do caos instalado: casas destruídas, ruas fechadas, não havia eletricidade, as pessoas sem alojamento. Muitas acabaram por ir para o Porto de Pipas, onde foram alojados em barracas e contentores improvisados para alojamento; outras em escolas e até nos bombeiros.
Como reagiu?
Não tive reação, fiquei surpreendida e aflita. As pessoas desencontradas e, por sorte, naquela agitação toda, lá encontrei os meus pais. Por sorte não me aconteceu nada, porque estava no jardim, mas se estivesse em casa já não estava aqui. Vários conhecidos ficaram soterrados nos escombros, muitos ainda com vida e muitos não aguentaram o tempo de espera de serem resgatados. Lembro-me de uma família amiga do meu pai que ficaram soterrados o pai e os filhos. O pai estava com a mão de fora ainda a mexer, a
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pedir ajuda, mas não conseguiu sobreviver até ao momento de ser resgatado e acabaram por morrer todos.
O que fez a seguir?
Como já estava a escurecer e estava com o meu pai e o meu irmão, passámos a noite na cabine do caminhão do lixo, que na altura o meu pai conduzia, porqueanossacasa nãoestava habitável.Depois,nodia seguinte,équefomos para casa de uma tia do meu pai, que não tinha sofrido danos. Ficámos lá uns meses até a nossa casa ser recuperada.
A sua casa desabou?
Não. Na altura, murava ao pé do museu, onde tinha a fábrica do tabaco, que ficou destruída e os escombros caíram para dentro do quintal, fazendo várias rachas nas paredes que até dava para ver para a rua.
Como reconstruiu a casa?
A casa era alugada e pertencia à câmara, então eles é que a recuperaram.
Notou-se a diferença antes e depois do sismo?
Na casa, não, só tiraram os escombros, fecharam os rachas e pintaram a casa toda de novo.
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Teresa Ficher, TAFAC 2
O entrevistado é o meu pai, que vive em São Mateus da Calheta. Falaremos sobre o sismo que ocorreu a 1 de janeiro por volta das 15h40m de 1980.
Onde estava naquele momento?
Estava na canada a jogar futebol com os meus amigos.
O que se passou?
A bola foi parar debaixo do carro do meu tio e fui buscá-la até que o carro começou a estremecer. Na altura, pensei que fossem os meus amigos a abanar o carro. Quando saí de baixo, vi que não tinha ninguém.
Como reagiu?
Fiquei muito assustado, sem saber o que fazer. Não tinha ninguém por perto e os muros estavam a cair. Até que a minha mãe apareceu, chamando por mim e corri até ela.
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Aluno:
O que fez a seguir?
Fomos para um lugar estável. Chegando lá, tinha pessoas a chorar e a gritar. Quantos anos tinha? Eu tinha 11 anos.
A casa desabou?
Felizmente não, só ficou com algumas rachaduras nas paredes e no teto nada de grave.
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Eram 15:42 horas da tarde. Estava em casa com a família, quando ouvi um barulho estranho. Abri a porta, fui para a rua seguido por todos. Quando os últimos saíram, a terra tremia. Vi uma casa vizinha a cair e também uma parte da nossa caiu, mas naquele lugar ninguém se magoou. Isto passou-se durante quarenta e cinco segundos, ficámos assustados e inquietos, mas só mais tarde nos apercebemos da grande catástrofe que tinha acontecido. Morreram 73 pessoas e houve mais de quatrocentos feridos nas ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa. Lembro-me perfeitamente que, no dia seguinte, fui dar uma volta para ver os estragos e fiquei muito impressionado com aquilo que vi. Nas ilhas, andavase com cuidado porque havia muitos escombros de casas caídas, a igreja da freguesia também caiu, mas a freguesia mais atingida foi as Doze Ribeiras, onde poucas casas ficaram de pé. Foi devastador para as famílias que perderam os seus familiares, mas, por outro lado, foi um ponto de partida para o desenvolvimento da ilha.
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Aluno: Joaquim Silveira da Costa, Cursos Reativar, T.2
O sismo que ocorreu na Ilha Terceira em 1980, no dia 1 de janeiro, às 15:42, hora local, causou sérios danos e afetou o grupo central.
A memória que tenho deste dia é que estávamos passeando em família, fomos visitar uns amigos como era hábito neste dia. Ao sairmos de casa destes amigos e em direção à paragem do autocarro, começámos a sentir a terra a tremer, as casas a cair e os carros amassados. Como era muito nova, vi mais do que senti.
Ao chegarmos a casa, os nossos vizinhos estavam à nossa espera para ajudar a apanhar os animais, que estavam todos à solta e assustados. Nesta noite, recordo-me de dormir na casa do meu avô paterno e lá fomos ficando. Acho que era mais seguro.
Primeiro, o governo pediu ajuda aos militares norte-americanos na base das Lajes para abrigar as famílias desalojadas, a Força Aérea portuguesa trouxe mantimentos e bens essenciais às vítimas do sismo, enquanto a Marinha
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Aluno: Maria Nunes, Cursos Reativar, T.2
Portuguesa trouxe médicos para o local. O presidente da república, Ramalho Eanes, voou num avião até ao local acompanhado por pessoal médico e suprimentos.
Os funcionários locais, incluindo PSP, guarda fiscal, os bombeiros de Angra do Heroísmo, abriram caminhos e limparam vias de circulação para a passagem de meios de transporte com suprimentos e pessoal médico. Em resposta ao sismo, estes funcionários públicos também estiveram envolvidos nas buscas de sobreviventes nos escombros. Imediatamente após esta catástrofe, foram instaladas tendas para substituir temporariamente as casas destruídas para aproximadamente 200 famílias.
Foram três dias de luto nacional declaradas por Ramalho Eanes. Depois dos esforços de socorro às populações, dezanove estações sismográficas foram instaladas pela região.
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