BEAG - Ex Libris 03 - Fernando Namora, "Nome para Uma Casa" (1984)

Biblioteca Escolar Almeida Garrett

EX LIBRIS 03

Capa

Contracapa

Badanas

Autor: Fernando Namora Título: Nome para Uma Casa Ano de publicação: 1984, 1.ª edição (5.º milhar).

Local de publicação: Lisboa.

Editora: Livraria Bertrand.

Descrição física: 260 páginas, 21 cm.

Registo N.º 13261 Observações: O volume encontra-se autografado pelo escritor.

Ainda que mais conhecido por ser romancista do que poeta, o primeiro livro de poesia – Relevos – de Fernando Namora (1919-1989) foi publicado em 1937, depois do livro de contos Cabeças de Barro, escrito em conjunto com Carlos de Oliveira (1921-1981) e Artur Portela (1901-1959).

O primeiro romance de Namora “Terra é um livro chave da nossa história literária. É só sai em 1938 – As Sete Partidas do necessário que esta Mundo – e, nos anos seguintes, evidência, até agora saem mais dois livros de poesia: Mar proclamada sem grandes ecos, se torne na pedra de Sargaços (1940)1 e Terra (1941), constituído apenas por um poema basilar de uma verdade e de uma justiça tão sempre dividido em várias partes. arredadas das nossas letras.”

O volume As Frias Madrugadas, Alexandre Pinheiro Torres, apud Sena (1972) publicado mais de 20 anos depois de Relevos, em 1959, constitui uma reedição aumentada dos livros de poesia já publicados.

Fernando Namora dedica-se, depois, ao romance com Domingo à Tarde (1961), às narrativas da segunda série de Retalhos da Vida de um Médico Sobre Marketing: “Fernando (1963), à “crónica romanceada” de Namora provou clamorosamente que não é Diálogo em Setembro (1966), aos um poeta que sobreviveu. É “cadernos de um escritor” com Um um poeta que está vivo agora.”

Sino na Montanha (1968), só saindo Fernando Mendonça, apud Sena novo livro de poesia em 1959: (1972) Marketing.

Quinze anos depois, em 1984, é publicado Nome para Uma Casa, na Livraria Bertrand, tendo atingido sucesso imediato pelos milhares impressos. O livro surge dividido em quatro partes: “Ossadas”, “Adágios”, “Epigramas, Epístolas & Efemérides” e “O Senhor dos Anéis”.

Jorge de Sena (1972), professor, poeta, crítico e amigo de Namora, citado nas badanas do exemplar, faz um panorama 1

Recebe a medalha de honra no prémio “António Nobre”, em 1940.

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da poesia de Namora, elogiando a sua presença na World Anthology de poetas vivos, publicada nos EUA, na qual apenas constam dois poetas portugueses. Ele considera que há neste exemplar “saliências que percorrem toda a obra poética do autor”, como a “difícil conciliação entre o lirismo intimista e a narrativa, entre o tradicionalismo e as modernidades”. No entanto, Nome para Uma Casa apresenta também “um dramático aprofundamento da riqueza interior, uma dilaceração da sensibilidade, um denso alargamento das temáticas, que vai da sátira à pungente dissecação da memória”. Adianta ainda Jorge de Sena: Nome para Uma Casa: a infância, a nostalgia e o apelo do abrigo, o «espírito» dos lugares, a morte, o amor, as personagens, que balizam uma vida e um modo de ser. Uma espécie de inventário, impiedoso e empolgante.

Prof. Carlos Severino, 2019

Fernando Gonçalves Namora (Condeixa-a-Nova, 15.abril.1919 – Lisboa, 31.janeiro.1989) Nasceu em Condeixa-a-Nova, mas frequentou o liceu Camões em Lisboa, antes de ingressar em Medicina em Coimbra.

Começou a publicar ainda na universidade.

Torna-se conhecido pela série Retalhos da Vida de um Médico e é reconhecido como um grande prosador. Nem sempre são valorizados os seus dotes de artista plástico, que lhe valeram igual mérito e reconhecimento em vida.

Aguarela do Zambujal/Rabaçal (1938) por Fernando Namora.

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A ilha Sonha-se uma ilha.

Um alto rochedo de vigília uma orla desenhada a doces lágrimas o coração no fogo do horizonte o bosque inferior a avançar receoso até ao mar as vozes anónimas estalando das folhas ou da areia absorta o tempo sem tempo um braço lânguido a toda a roda da praia os frutos reconhecidos pelo cheiro a quietude de olhos abertos porque o sono é supérfluo uma presença que não tem forma porque repartida em todas as coisas um corpo um apelo um desejo um estar saciado e faminto.

Sonha-se uma ilha a ilha é sonhada. (pp. 132-133)

Bibliografia e Webgrafia SENA, Jorge de Sena (1972). Líricas Portuguesas, 3.ª série. Lisboa: Portugália.

Blogue dedicado ao escritor e artista Fernando Namora: http://fernandonamora.blogspot.com/ (acedido a 06.05.2019). https://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Namora (acedido a 06.05.2019)

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