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Tucurvi até Santana. Imagem: Produção da autora

6 ESTUDO DE CASO: PROJETO E DESENHO DE POSSIBILIDADES

Como forma de refletir mais profundamente a respeito do efeito sinérgico entre modos ativos, especialmente a bicicleta, e os de alta capacidade, realiza-se um estudo de caso que se impõe de forma a entender essa dinâmica. Importante é pontuar que o trabalho se dá dentro do recorte específico do FMLM, First Mile and Last Mile, ou primeiro e último quilômetro de viagem, onde encontramos esse efeito sinérgico de integração entre os modos discutidos. Essa escolha se deu devido a pretensão de entender como a bicicleta pode se inserir dentro das viagens diária de milhares potenciais usuários que moram pertos das estações de transporte rápido (ou de alta capacidade) e optam pelo uso de carro ou transporte alimentador (no geral, ônibus) para chegar a esses pontos nodais de linhas troncais.

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Dentro do planejamento da rede cicloviária, é possível verificar que muitas vezes por uma questão do tecido urbano existente, condições topográficas ou facilidade de implantação, as ciclovias são implantadas nas principais vias de transporte rodoviário, seguindo deliberadamente a lógica do sistema rodoviarista voltados para automóveis. Verifica-se especialmente na rede já implantada uma tendência de ligação radial entre a periferia e o centro, seguindo o leito das avenidas radiais de fundo de vale que se desenvolveram como principais conectoras rodoviárias entre centro e periferia.

Mapa 1: Rede cicloviária da cidade de São Paulo. Produção da autora. Dado: Geosampa, 2022

Refletindo sobre a escalabilidade e distância que a bicicleta atinge em parâmetros competitivos com os outros meios de transporte, entendemos que essa dimensão é de até 5km, como demonstra Harm e Kager (2017). Além disso, as vantagens da bicicleta perdem a dianteira para outros meios, devido sua velocidade e força motriz. Portanto, em regiões periféricas distantes dos polos de trabalho, incentivar o deslocamento periferia-centro por bicicleta não converterá muitos usuários dada a longa distância a ser percorrida. Assim, é neste ponto que investimos energia na melhoria das conexões da rede cicloviária com o transporte de alta capacidade. Isso pois, em distâncias razoáveis ao redor das estações, a partir de uma rede estruturada de infraestrutura cicloviária e qualidade de térreo, as etapas de acesso e regresso dessas viagens podem ser potencializadas de forma grandiosa.

O estudo se estabelece na região norte da cidade de São Paulo, e tem como ponto focal a estação Tucuruvi, da linha azul do metrô. A região norte tem grandes peculiaridades, pois é onde a densa cidade encontra uma das maiores florestas urbanas do mundo, o Parque Estadual da Cantareira, importante remanescente da mata atlântica do Brasil. Além da especificidade ecológica e ambiental, a região por encontrar com o relevo montanhoso do parque, a Serra da Cantareira, tem grandes declividades, que dificultam a implantação de ruas, calçadas e ciclovias acessíveis.

Mapa 2: À esquerda mapa da cidade de São Paulo com as linhas de metrô e trem e à direita a ampliação da região escolhida como foco de estudo. Imagem: Produção da autora. Dados: Geosampa

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