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MARIA CAROLINA
from BACKSTAGE #6
Recentemente, o Auditório da Madalena, na ilha do Pico, recebeu o Azores Fringe Festival. Maria Carolina foi uma das convidadas e levou na bagagem o álbum «metAMORfose».
Como é que foi a sua participação no Azores Fringe Festival?
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Foi mais uma oportunidade de apresentar o meu álbum, «metAMORfose» -conheceu o amor através da luz colorida, como experiência enriquecida com outros recursos audiovisuais, mantendo a mesma natureza independente, intimista, poética e espiritual.
Foi importante, para si, participar?
Foi extremamente gratificante para mim participar num festival que eu considero ser muito importante nos Açores e no mundo, pelas suas características inerentes e por considerar que, hoje, é ainda mais importante celebrarmos a arte e a cultura, a nível local e global.
O público já conhecia o seu trabalho ou há que trabalhar mais nesse sentido?
Não conheciam, de todo... E isso fez-me perceber que realmente tenho de investir mais tempo neste sentido.
Missão cumprida no Pico?
Acho que posso dizer que sim. As pessoas que estiveram presentes fizeram questão de me parabenizar, mostrar a sua surpresa, agrado e satisfação com todo o espetáculo.
Festivais como o Fringe fazem falta noutras ilhas?
Sim, sem dúvida. Todas as ilhas beneficiariam de um festival que prima por celebrar todas as formas de arte e cultura, sabendo que isso influencia diretamente a riqueza educativa e formativa dos públicos, a nível pessoal e social. Para quando e onde a próxima paragem?
Ainda não tenho a próxima paragem confirmada. Mas posso garantir que o espetáculo está sempre de malas feitas e pronto a voar para o próximo destino. Aceitam-se novas paragens! MantraNostrum continua a produzir novas canções? Mantra Nostrum é um projeto bem diferente do meu a solo. O próprio processo de cocriação, desperta em mim novos interesses, o que me leva a explorar novas sonoridades. Nós continuamos em fase de composição, arranjos e gravação. Brevemente teremos novidades mais concretas. Que balanço faz desde a saída do seu álbum?
O meu álbum tende a somar pontos positivos. Eu só posso agradecer. A todas as pessoas que de alguma forma me têm dado a possibilidade, a oportunidade, de mostrar, partilhar e promover o meu trabalho. Através dos meios de comunicação social, jornal, rádio, televisão, organizadores e promotores de espetáculos, salas de espetáculo públicas e privadas. E acima de tudo, às pessoas que têm acompanhado o meu percurso musical e assistido à minha «metAMORfose» ao vivo. Pois, sem ouvintes, não há música e sem público, não há espectáculo. Sente que outras coisas podem ser feitas para continuar a promover o álbum?
Sim. Como artista independente, não estando associada a nenhuma label ou distribuidora, tenho desafios extra. Há muitas mais ações a desenvolver para que o álbum tenha na realidade alguma hipótese de tocar as pessoas e deixar a sua marca, a sua impressão digital.
O processo de promoção já a levou à diáspora?
Pelo que eu sei, somente através de familiares e conhecidos. Para terminar, tem valido a pena estar e fazer música?
Sim. Para mim, a música continua a ser uma fonte inesgotável de energia e de potencial transformador. A criatividade continua a ser uma das capacidades mais importantes do ser humano e talvez a menos utilizada. O pensamento criativo promove sociedades educadas, produtivas e conscientes. Fico triste quando percebo que isso não é valorizado. Muito embora, se tenha adquirido tanto conhecimento sobre tudo, pouco se sabe fazer com aquilo que se deixa "escrito". Pouco valor se tem dado ao que faz realmente BEM ao nosso SER. O que nos ajuda a estar mais conscientes, mais presentes, mais felizes com a nossa vida. Não é política, não é religião, não é poder. A cultura, a arte, a música preenchem uma dimensão imprescindível à nossa existência e satisfação, de forma única e insubstituível. Espero poder continuar a sentir a vida através desta melodia que me acompanha, vivê-la e expressá-la através da música que crio.