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JÁZZARO
from BACKSTAGE #6
Voltaste a pisar o palco do Lava Jazz, com uma formação diferente daquela que se estreou faz um ano. Quem são os novos rostos de Jázzaro?
Agora temos a Raquel Dutra na voz e o Miguel Oliveira no Contrabaixo e baixo elétrico. O Tiago Franco manteve-se na guitarra, e claro, eu na bateria.
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Essas alterações surgiram por que motivos?
Desde o início - e creio que já tinha mencionado isso no passado - que o conceito de Jázzaro é muito inspirado nos Jazz Messengers de Art Blakey. Ir rodando os músicos, e dando oportunidade a outras pessoas de tocarem jazz. Até ao momento, todas as pessoas que "recrutei" para Jázzaro vêm de outros backgrounds musicais. Tanto a Raquel como o
Miguel, eram pessoas que já tinha identificado para fazer parte do projecto. A realidade é que não estava nos meus planos fazer esta mudança já, mas por indisponibilidade da Sara Câmara (a anterior vocalista) aproveitei para fazer o que iria acontecer mais cedo ou mais tarde.
O Jazz continuará a ser o foco principal. O que é que vai mudar com as novas caras?
Não existe dois músicos iguais. Pode não mudar tudo, mas muda muita coisa. Temas que fazíamos, agora fazemos diferente, e tendo em conta as particularidades do Miguel e da Raquel faz mais sentido tocar peças que anteriormente não fazia parte dos planos. Eu próprio não toco igual, nem o Tiago. O Jazz é um género muito orgânico. É o que mais me atrai nele. Os músicos reagem uns aos outros, e sendo músicos diferentes, esta reação também muda. É como no futebol, um jogador joga diferente se tiver outros colegas de equipa.
O projecto Jázzaro poderá ser visto em eventos no exterior?
Sim, porque não? Há espaços excelentes nesta ilha, onde um concerto de jazz assenta como uma luva. Para dar um exemplo, há uns anos atrás actuei no Jardim António Borges, e foi magnifico. Como ainda o ano passado, Jázzaro actuou no S. João da Vila. É uma questão de contexto.

Os originais passam a ser um objectivo ou ainda não?
Não vou dizer que são, como também não descarto essa hipótese. É uma questão de ter linguagem suficiente para isso. Para já o que temos que mais se assemelha, foi uma adaptação jazzística de um clássico português "Povo que Lavas no Rio".
O jazz continua a ser elitista. De que forma se muda esse paradigma?
Porque é que o jazz haveria de ser elitista se as suas próprias origens são do mais humilde que há? O que há, isso sim, é uma falta de conhecimento e sensibilização sobre o que é o Jazz. Existem muitas ideias pré-concebidas do que as pessoas julgam ser o Jazz. Em parte, o objetivo de Jázzaro também é educar as pessoas. E mostrar uma das inúmeras facetas do Jazz.