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DARK AGE OF RUIN
from BACKSTAGE #6
Desde a década de 1990, que o «underground» micaelense não inscrevia nas suas fileiras um projecto com as características de DAOR. A dupla Hugo Medeiros, vocalista e baixista (pai – que acedeu falar connosco) vs Hugo Medeiros, guitarrista e produtor (filho) criou «False Messiah and the Abstract», uma obra composta por 8 faixas, bem ao estilo «Old School Nordic Black metal». O disco já está disponível nas lojas...
Como é que descrevem este álbum de estreia?
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Este trabalho vem no seguimento do Ep e é um passo em frente na nossa carreira, em termos de produção e de estilo, explorando sempre a vertente Black Metal mais «old school», um Black Metal sem muito floreado. Este álbum é de facto o culminar de muitas horas de trabalho, e estamos muito orgulhosos dele. É um disco poderoso, agressivo e bastante negro, masnão deixando de seguir a linha do Ep, ou seja, sem perdermos a nossa identidade.
A erosão dos tempos fez com que esta vertente do Black Metal mais extremista se tornasse ainda mais elitista, logo, menos consumida. É esta a sonoridade que pretendem explorar?
Tocaste num ponto em que eu concordo em parte. Sim, este Black Metal mais extremista sofreu com a erosão dos tempos, mas não só. Penso que o Black Metal mais sinfónico e melódico também tem sofrido do mesmo problema. Todavia, penso que o nosso disco traz algo de diferente, e isso pode ser bom para nós. De resto, é sem duvida a vertente que pretendemos explorar, é a nossa marca, o nosso selo, sem nunca obedecer a padrões «mainstream». Fazemos o que para nós faz sentido.
Como é que tem sido a recepção ao single «Son of Satan»?
Uma explosão que de facto não esperávamos. Temos recebido excelente «feedback», dos mais variados meios e dos mais diversos países. Houve um site na Alemanha que deu ao single nota 8 em 10. Isso para nos é muito gratificante. Digamos que superou um pouco as nossas expectativas. Nas redes sociais, no Youtube, o pessoal tem feito muito boas criticas ao single e a nossa página teve um sério acréscimo de seguidores, devido ao single. Estamos mesmo muito orgulhosos do nosso trabalho.
Fala nos no processo de composição, captação e gravação do disco?
Vamos começar pelo processo de composição. Começamos sempre por riffs de guitarra por parte do Hugo (filho). Outras vezes é o baixo que rompe algumas sequencias de notas, dando origem a partes das músicas. A partir daí, o trabalho é de ambos.
Segue-se o trabalho de bateria. Como já fui baterista, tenho quase sempre ideia do que pretendo para cada música. Por último, é que parto para a parte lírica, ou seja, quando escrevo a letra e melodias vocais. Já quanto à captação e produção é tudo feito no nosso pequeno estúdio em nossa casa. Aí o Hugo (filho) é que é o «master». Só o ajudo em pequenos pormenores, na produção. A partir daí, ele é que manda, desde a mixagem à masterização. É tudo obra dele. Sinto-me, de resto, muito orgulhoso. Com apenas 17 anos e com um estúdio caseiro, faz um trabalho acima da média. Como guitarrista, faz grandes malhas.
A editora Selvajaria Records surge em que contexto? Inicialmente, a intenção era lançar o álbum apenas em formato digital, em todas as plataformas digitais, como fizemos com o Ep. A Selvajaria Records através do seu CEO, Hugo Rebelo, só aparece depois de eu ter tido algumas conversas com o Mário Lino Faria, do Museu do Heavy Metal Açoriano, em outubro de 2022. Depois de concluída a gravação do disco, mostramos ao Mário que tratou do restante processo. Aproveitamos para lhe agradecer, não só o que fez por nós, mas também por todo o trabalho feito em prol do Heavy Metal dos Açores e não só. Agradecemos ainda ao Filipe Machado e obviamente ao Hugo Rebelo.

O contrato que vos une inclui a promoção do disco e já agora em que países?
Inclui a promoção do disco em países como; Alemanha,
Inglaterra, Polónia e obviamente Portugal, isto na Europa. Também está prevista promoção no México e em Cuba. Numa segunda fase, serão outros países.
Existem planos para apresentar o disco em concerto?
Esta é uma pergunta que nos têm feito frequentemente. Para já, não vai ser possível fazermos a apresentação em concerto do álbum, dado que isso implicaria um conjunto de factores determinantes, como bem sabes. Passo a passo, vamos pensar nesta e noutras situações. Para já, somos apenas um projecto em duo.
Para terminar, onde estará o disco à venda?
O disco vai estar disponível através da Selvajaria Records e Museu do Heavy Metal Açoriano e podem encomendar pelos respectivos sites. Vai estar também em Ponta Delgada, nas lojas Conforto e La Bamba Store. Na ilha Terceira, na Sound Store e também no continente português, através da Bunker Store Portugal.