Revista Hydro Julho-Agosto 2025

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Pesquisa

Marcas de Destaque no Saneamento 2025

O levantamento inédito da revista Hydro identifica, baseado nas respostas de usuários e especificadores de produtos para saneamento, as marcas mais utilizadas por companhias de água e esgoto e empresas de engenharia em 20 categorias.

Serviço

Guia de produtos e serviços para desaguamento e secagem de lodo

A gestão do lodo de ETA e ETE reduz o volume de resíduos, facilitando o transporte e armazenamento e reduzindo os custos para a empresa. Além disso, minimiza impactos ambientais e possibilita o aproveitamento e reúso como fertilizante.

Escassez hídrica

Implantação do reúso indireto potável em bacias

As bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (SP) são consideradas críticas devido à baixa disponibilidade hídrica e ao aumento da demanda na Região Metropolitana de Campinas. Este artigo caracteriza as condicionantes da regulamentação do reúso de água para fins potáveis na região.

Serviço

Guia de dosadores de cloro

Desenvolvidos para a cloração da água, os dosadores utilizam pastilhas, pó ou solução líquida de cloro, que se dissolvem gradualmente conforme o fluxo passa pelo equipamento. Este guia apresenta a oferta disponível no mercado nacional, com detalhes sobre os tipos, capacidades e aplicações dos modelos.

Biorremediação

Exame bacterioscópico para controle de qualidade em processo acelerado por bioaumentação

O exame bacterioscópico pelo método de coloração de Gram permite um estudo rápido e acurado dos microrganismos autóctones em processo de remediação acelerado por bioaumentação. No meio ambiente, é capaz de avaliar a qualidade microbiológica do local examinado e nortear as atividades de diagnóstico e controle evolutivo de um processo de tratamento.

Tratamento de água

Aeração para remoção de ferro e manganês

O artigo traz um estudo realizado em Paranaíta, MT, que avaliou a eficiência da aeração como método de remoção de ferro e manganês em águas superficiais. A técnica demonstrou redução de até 75% na cor aparente da água, atendendo aos limites legais.

Qualidade de água

Plano de amostragem de coleta de água utilizando Google Earth

O estudo apresenta o novo modelo adotado pelo município de Japurá, PR, que utilizou o Google Earth para definir os locais de coleta. A ferramenta contribuiu para uma visualização mais clara e uma distribuição mais eficiente dos pontos analisados ao longo do ano.

Serviço

Guia de sistemas de osmose reversa

O guia apresenta a oferta nacional de sistemas de osmose reversa, uma das tecnologias mais eficazes e amplamente utilizadas no tratamento de água, classificados por aplicação, capacidade e tipo de membrana.

Gestão

de ativos

Análise dos indicadores de manutenção de motogeradores de emergência

O trabalho traz o cálculo e análise dos indicadores de manutenção de grupos motogeradores da Sabesp. Observou-se que a distribuição da manutenção corretiva na maior parte dos geradores analisados foi menor que 20% e que poucos geradores possuem uma disponibilidade maior que 90%.

Saneamento: investimentos, desafios e a força das marcas em destaque

Cinco anos após a aprovação do marco legal do saneamento, o setor vive uma fase de transição entre a promessa da universalização e a realidade ainda distante dos indicadores. O estudo mais recente do Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, mostra que 1557 municípios já aderiram a modelos de participação privada, beneficiando quase 80 milhões de pessoas. Outros 1460 municípios estão em fase de estruturação de projetos, com potencial de atender mais 36 milhões. No total, cerca de 115 milhões de brasileiros poderão ser diretamente impactados pelas iniciativas já em andamento ou em desenvolvimento, o que corresponde a 54,3% da população do país.

Apesar da mobilização, os desafios permanecem significativos. O Sistema Nacional de Informações em Saneamento aponta que 34 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à rede de abastecimento de água e mais de 90 milhões seguem sem coleta de esgoto. Os investimentos necessários para alcançar as metas de universalização até 2033 chegam a R$ 45 bilhões por ano, mais que o dobro da média aplicada anualmente na última década. A disparidade é mais acentuada nas cidades consideradas irregulares, onde o investimento per capita não chega a um quarto do valor recomendado pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.

Nesse contexto, o setor se consolida como um dos mais relevantes vetores de infraestrutura do país, atraindo capitais públicos e privados para projetos de concessões e parcerias. As licitações estaduais, a privatização de companhias e a regionalização de serviços reorganizam o mercado e criam novas oportunidades para fornecedores de equipamentos, sistemas e serviços.

É neste cenário que a Hydro apresenta a primeira edição da Pesquisa Marcas de Destaque no Saneamento. A iniciativa mapeou, junto a concessionárias e empresas de engenharia, as marcas mais utilizadas em 20 categorias, que vão de bombas centrífugas a sistemas de osmose reversa. A metodologia baseou-se em respostas espontâneas de usuários e especificadores, validando 61 questionários e consolidando um panorama inédito sobre a presença e a relevância das marcas no setor.

O levantamento inaugura uma referência anual para acompanhamento do mercado, permitindo não apenas identificar as marcas mais presentes, mas também observar tendências de evolução e a dinâmica competitiva do setor.

Com a pesquisa, a Hydro reforça seu papel de plataforma de informação qualificada para o setor de saneamento. O desafio de universalizar o acesso à água e ao esgoto exige investimentos, inovação tecnológica e eficiência operacional. Mas também demanda conhecimento sobre o mercado e seus fornecedores. Este é o propósito da Marcas de Destaque: oferecer uma ferramenta confiável para apoiar decisões estratégicas em um setor que, mais do que nunca, está no centro da agenda de desenvolvimento do país.

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ISSN 1980-2218

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A revista Hydro é enviada a 12 mil profissionais envolvidos com instalações hidrossanitárias prediais, com o tratamento de água e efluentes em indústrias e complexos de serviços e com sistemas públicos de água e esgoto.

Notícias

Lindner desenvolve secador de lodo que reduz volume e aproveita biogás

ALindner Techno Systems, em‑ presa especializada no desen volvimento e fabricação de solu ções técnicas ambientais e susten táveis, de Joaçaba, SC, apresentou ao mercado um sistema completo de secagem térmica de lodo que alia eficiência energética, redução de volu me e valorização do resíduo. A tecno logia foi implantada na ETE Estação de Tratamento de Esgoto Monjolinho, operada pelo SAAE de São Carlos, SP, e está apta a secar até 45 toneladas por mês de lodo com 20% de umi dade, eliminando patógenos e redu zindo em cerca de 90% o volume do material proveniente das centrífugas.

“Nosso sistema foi projetado para operar de forma contínua, com baixa necessidade de intervenção manual e alta confiabilidade operacional”, afir‑ ma Demétrio Bezerra, gerente de Saneamento da Lindner. Segundo ele, a proposta nasceu da necessidade crescente de tratar adequadamente o lodo gerado nas ETEs, sobretudo diante das restrições crescentes ao teor de umidade para disposição em aterros sanitários.

A tecnologia em prega secagem indireta com injeção de calor e é composta por moega, roscas transportadoras, secador, ciclone com exaustor, lavador de ga ses, torre de absorção, sistemas de regulagem de vapor e controle de aquecimento. Também estão incluídos peri féricos como caldeira,

queimador flare, picador a tambor, sis tema de purificação e desumidificação de biogás e supervisório para controle da planta.

Na unidade de São Carlos, o lodo seco e o biogás da própria ETE serão utilizados como combustíveis para ge ração de vapor. A operação do sistema ainda não foi iniciada, estando em fase de licitação para contratação de em presa com equipe técnica. “Os equipa mentos já foram instalados e estão em standby, aguardando a definição do operador. Todo o sistema está pronto para funcionar”, explica Bezerra.

Além da redução significativa de volume, a secagem térmica oferece ganhos logísticos e sanitários. O pro‑ duto conta com mais de 90% de só lidos, granulado, livre de contaminan tes e com potencial para classificação como biossólido classe A. O uso fi nal conta com possibilidades que incluem fertilizantes e biocarvão.

O equipamento da Lindner pode ser cus tomizado conforme a aplicação, com capa cidade de secagem entre 500 quilos e 5 toneladas por hora, e é voltado tanto ao setor de saneamento (ETEs e ETAs) quanto a indús trias como curtumes, papel e celulose, frigo

ríficos e plantas de etanol de cereais. A tecnologia foi origi nalmente desenvolvida para o setor de bioenergia, onde a Lindner tem forte presença de mercado. “O secador de vapor indireto surgiu com as usinas de bioenergia e agora ganha aplicação também no sanea mento”, diz Bezerra.

Com o avanço do marco legal do saneamento e a expansão das esta ções de tratamento de água e efluen tes, o volume de lodo tende a crescer, reforçando a importância de soluções como a da Lindner. Embora o lodo represente apenas 1% a 2% do vo lume de esgoto tratado, seu tratamen to pode consumir até 60% do custo operacional de uma estação. “A seca gem térmica é uma alternativa mais eficiente e sustentável frente ao des carte em aterros”, conclui o executivo.

Lindner – Tel. (49) 3527-8700 Site: https://lindnerts.com.br/

Engenharia

consultiva aposta em BIM para crescer em urbanismo e saneamento

ASistemas Urbanos Engenharia, sediada em Indaiatuba, SP, tem reforçado sua atuação como projetista consultiva especializada em urbanismo, saneamento e infraestrutura, com des taque para projetos desenvolvidos em BIM Building Information Modeling e aplicação de Realidade Aumentada. A empresa, que completou 27 anos no mercado, passou por uma transforma ção significativa nos últimos anos, dei xando o foco exclusivo em saneamento para oferecer soluções completas de engenharia para loteamentos, condo mínios e obras urbanas.

Sistema de secagem térmica de lodo instalado no SAAE de São Carlos, SP
Saída de lodo seco: 90% de sólidos e livre de contaminantes

“Hoje entregamos projetos multidisciplinares: terraplenagem, drenagem, macrodrenagem, redes de água e esgoto, sinalização e pavimentação, tanto para o mercado de infraestrutura urbana como para o setor de incorporação e loteamento”, afirma Israel de Oliveira Junior, diretor comercial. Segundo ele, a carteira da empresa é composta majoritariamente por clientes privados, com destaque para projetos residenciais e de galpões logísticos.

Mesmo diante das incertezas econômicas que afetam o mercado imobiliário, como juros altos e restrições de crédito, a empresa mantém otimismo. “O mercado deu uma recuada. Trabalhamos muito com loteamento e incorporação, e a taxa de juros impacta diretamente o cliente final. Ainda assim, devemos fechar o ano com resultados semelhantes aos de 2024”, projeta Alex Bichara, diretor administrativo-financeiro. “Temos caixa, apetite para crescer e capacidade de formar novas equipes.”

Além de projetos de infraestrutura urbana, a Sistemas Urbanos tem ampliado sua presença no setor de saneamento básico, por meio de parcerias e subcontratações. Um dos destaques recentes foi a participação nos projetos de macrodrenagem para novos conjuntos habitacionais em São Sebastião, SP, contratados pelo governo estadual. “Atuamos fortemente nessa área neste ano, com projetos de sistemas de água, esgoto e drenagem pluvial”, comenta Oliveira.

O domínio da tecnologia BIM é hoje uma das principais fortalezas da empresa. “Todos os nossos projetos já são desenvolvidos em BIM. Muitos escritórios de engenharia nos subcontratam para modelagem, porque ainda não têm estrutura para isso”, explica Israel. Ele lembra que, desde a publicação da lei do BIM em 2022, a exigência do

modelo para obras públicas passará a ser obrigatória a partir de 2028.

Além da modelagem tridimensional, a empresa também aposta na Realidade Aumentada como ferramenta de apoio ao projeto e visualização. Com 25 colaboradores, a Sistemas Urbanos tem conseguido se destacar pela agilidade, qualificação técnica e foco em inovação, segundo os diretores. “O Brasil passa por um momento desafiador, com instabilidade econômica e política. Mas seguimos acreditando no potencial do setor e em soluções que beneficiem o desenvolvimento urbano sustentável”, conclui Bichara.

Sistemas Urbanos – Tel. (11) 92055-3395 Site: www.sistemasurbanos.com.br

LABGEO desenvolve amostrador passivo de vapores

OLABGEO, com sede em Fazenda Rio Grande, PR, apresentou, durante a última edição da IFAT, realizada em junho em São Paulo, o PSGEO – Passive Soil Gas, um amostrador passivo de vapores desenvolvido pelo próprio laboratório. Com ele, é possível mapear a presença de compostos orgânicos voláteis (VOCs) em áreas potencialmente contaminadas. A tecnologia utiliza um método de investigação de alta resolução composto por resinas adsorventes específi-

cas capazes de adsorver contaminantes orgânicos particionados na fase vapor presente, nos poros do solo ou no ar ambiente. O processo de amostragem apresenta elevada sensibilidade, sendo capaz de detectar compostos presentes na faixa de nanogramas e proporcionar, ao longo de 14 dias de amostragem, uma verificação integrada da intrusão de vapores. Segundo Paloma Pucholobek Panicio, analista de pesquisa no LABGEO, o PSGEO permite identificar zonas críticas de contaminação com mais sensibilidade e representatividade do que técnicas tradicionais, que costumam fornecer apenas um retrato pontual do momento da coleta. “A solução possibilita desenhar malhas de amostragem de alta resolução e baixo custo e realizar um processo de avaliação de risco de intrusão de vapores em ambientes fechados, otimizando investigações ambientais e direcionando ações de investigações e remediação de forma precisa e econômica. A inovação consolida-se como uma ferramenta estratégica para o diagnóstico ambiental de áreas impactadas por VOCs”, explica. A empresa presta serviços de análise e pesquisa para diversas matrizes ambientais, solo, água e sedimentos com uma equipe de 30 colaboradores e um laboratório próprio com diversos equipamentos, como CG-MS (croma-

Modelagem tridimensional desenvolvida pela Sistemas Urbanos como ferramenta de apoio ao projeto e visualização
Paloma Panicio, do LABGEO: análises labo‑ ratoriais voltadas para o mercado ambiental

tografia gasosa acoplada com espectrometria de massa), CG-FID (cromatografia gasosa com detector de ionização em chama) e ICP-OES (espectrometria de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado).

Fundada em 2018, a companhia surgiu de uma necessidade da Geoambiente, consultoria ambiental da mesma cidade. Os profissionais demandavam um local para análises orgânicas, porém tinham dificuldades em encontrar. A solução foi criar um laboratório que hoje atua de forma independente. Além das análises químicas, o LABGEO oferece serviços de coleta de amostras com o LabMóvel, que proporciona resultados rápidos no local da investigação, redução de custos com logística e versatilidade no teste de solo e água frente a diversos contaminantes orgânicos.

As análises ambientais realizadas para as matrizes de água e solo atendem aos requisitos de órgãos reguladores, sendo acreditado pelo CGCRE/ Inmetro de acordo com a NBR ISO/ IEC 17025 – Requisitos Gerais para a Competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração. Os estudos também podem ser realizados para consultorias ambientais de todo o Brasil que objetivam avaliar com precisão as razões estequiométricas e demais parâmetros de remediação como SOD – Soil Oxidant Demand e NOD – Natural Oxidant Demand.

“Temos otimizado os sistemas existentes, bem como desenvolvido e aplicado novas tecnologias. No exterior há muitas técnicas que ainda não são aplicadas no Brasil. Nosso objetivo é trazê-las para poder contribuir ainda mais com o mercado ambiental”, projeta Paloma.

LABGEO – Tel. (41) 99899-2211

Site: www.labgeo.com.br

Tractebel: consultoria em engenharia para projetos de saneamento

ATractebel, multinacional belga de consultoria de engenharia, especializada em soluções integradas para projetos sustentáveis de infraestrutura, hidrologia, geotecnia e energia, incluindo a nuclear, está apostando no mercado de saneamento para crescer no país.

Atualmente, o setor de saneamento representa aproximadamente 20% do negócio da Tractebel Brasil. “Tratamos resíduos domésticos, industriais e agrícolas. As metas de universalização e abastecimento tornam o setor pujante para os próximos anos”, projeta Gustavo Curi, head de Water da Tractebel América do Sul.

Um case de sucesso da empresa foi o projeto da adutora do São Francisco, no norte de Minas Gerais. A região semiárida e que sofria com escassez hídrica passou a ser abastecida com a adutora de 92 km responsável por levar água do município de Ibaí para Pacuí, no mesmo estado.

Com escritórios na Europa, Oriente Médio, América do Norte e América do Sul, a companhia faz parte do Grupo ENGIE, conhecido pelos serviços de baixo carbono e geração de energia eólica, solar e hidrelétrica. No Brasil, a Tractebel adquiriu em 2000 a Leme Engenharia, permanecendo com o nome Leme até 2015, ano em que passou a utilizar o nome Tractebel. Além do escritório em Belo Horizonte, MG, antiga sede da Leme, a companhia tem unidades em Belém e Altamira, PA, Florianópolis, SC, Rio de Janeiro e São Paulo. “Também temos pontos temporários que servem como bases durante projetos em determinadas cidades”, explica Curi.

Com mais de 500 funcionários, a Tractebel Brasil participou de projetos

WEG apresenta novo motor de fluxo axial

Aem 160 usinas hidrelétricas, superan do 80 GW de capacidade instalada, 50 mil km de linhas de transmissão, 400 subestações de alta tensão, con tribuindo para cerca de 1/3 de todo o sistema elétrico no Brasil, além de 200 cidades atendidas pelo gerencia mento de saneamento, com mais de 30 milhões de pessoas beneficiadas.

Tractebel – Tel. (31) 3249-7600

Site: https://tractebel-engie.com.br/

WEG, multinacional com sede em Jaraguá do Sul, SC, disponibi lizou para o mercado brasileiro o W80 AXgen, motor de fluxo axial projetado para otimizar o uso do espaço e reduzir custos logísticos ao viabilizar a constru ção de máquinas e equipamentos le ves e compactos.

O W80 AXgen permite o acoplamen to de múltiplos motores, ampliando a potência de forma escalável e modular. Essa flexibilidade operacional atende a uma ampla gama de aplicações indus triais, como bombeamento e automa ção, e contribui para a competitividade dos equipamentos que o incorporam. “Uma de suas características é a refrige ração por água, o que o torna especial

mente atrativo nas empresas de sanea‑ mento”, destaca Caetano Pradi, chefe de vendas OEMs da WEG.

O W80 AXgen é integrado à linha de inversores CFW900, da WEG. Essa combinação torna possível o aciona mento simultâneo de diversos moto res por meio de um único inversor, dispensando filtros adicionais em insta lações com cabos de até 200 m. Com potência de 5,5 a 200 kW, o motor atende ao padrão de eficiência IE5, um dos mais elevados da indústria

Adutora do São Francisco, no norte de Minas Gerais
Caetano Pradi, da WEG, com modelos do W80 AXgen

Notícias

quando o assunto é eficiência energética. Isso resulta em uma redução de consumo de até 20% em relação ao padrão anterior, o IE4.

Lançada no final de 2024 na Europa e EUA, a solução chegou ao mercado brasileiro no primeiro semestre de 2025. No país, figurou entre as principais inovações apresentadas pela companhia na última edição da IFAT Brasil, evento voltado ao setor de saneamento e meio ambiente, realizado entre os dias 25 e 27 de junho, em São Paulo.

WEG – Tel. (47) 3276-4000 Site: www.weg.net

GEMÜ disponibiliza plataforma LEAP com foco em modularidade e eficiência operacional

AGEMÜ do Brasil, subsidiária da alemã GEMÜ, apresentou a plataforma digital LEAP – Lean, Effective, Agile, Platformized, uma nova geração de válvulas e componentes de automação de processos. O desenvolvimento demandou a construção do parque fa-

bril GEMÜ European Production and Logistic Centre (PLZ) em Kupferzell, na Alemanha, dedicado à tecnologia, cujos produtos serão exportados para diversos países, incluindo o Brasil.

Herbert Kottke, da GEMÜ, com a linha de válvulas LEAP

Segundo Herbert Kottke, coordenador de vendas da GEMÜ do Brasil, o lançamento representa um avanço significativo na digitalização e automação de processos industriais, com foco em eficiência energética e confiabilidade operacional. “A nova linha de válvulas permite utilizar atuadores intercambiáveis, o que simplifica o manuseio e a gestão de estoques. Além disso, é possível integrar sensores inteligentes para monitoramento de tensão, temperatura, umidade do ar, aceleração, corrente elétrica e pressão de controle”, explica.

O portfólio LEAP inclui as válvulas diafragma D40 e D41, que utilizam a tecnologia EasyLock para montagem sem componentes soltos. Projetadas para processos assépticos, oferecem maior vida útil e facilidade de instalação, atendendo exigentes padrões

de higiene industrial. Para aplicações que exigem esterilidade rigorosa, a válvula de fundo de tanque P40 oferece vedação por meio da tecnologia

PD – Plug Diaphragm, garantindo separação hermética entre o atuador e o fluido de processo. Entre as novidades, destaca-se também a válvula globo

S40, projetada para operar em ampla faixa de temperatura, de -10°C a 185°C para o fluido e de -10°C a 80°C para o ambiente, tornando-a indicada para aplicações industriais complexas. Complementando o portfólio, o indicador de posição GE-MU 12A0 é um dispositivo inteligente que oferece monitoramento preciso e integração eficiente com sistemas de automação industrial, contribuindo para maior controle e confiabilidade operacional.

Presente no Brasil desde 1981, a GEMÜ conta com uma fábrica em São José dos Pinhais, PR, especializada na fabricação de válvulas diafragma.

GEMÜ – Tel. (41) 3382-2425

Site: www.gemu-group.com/pt_BR/

Pesquisa

Confira os resultados da pesquisa inédita realizada pela revista Hydro com usuários e especificadores de produtos para saneamento.

O levantamento identifica as marcas mais utilizadas por companhias de água e esgoto e empresas de engenharia em 20 categorias, que vão de bombas centrífugas a sistemas de osmose reversa.

Omercado de saneamento básico no Brasil apresenta um grande potencial de crescimento, impulsionado pelas metas do marco regulatório sancionado em 2020. A legislação estabeleceu que, até 2033, 99% da população tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto. Segundo o Ministério da Economia, serão necessários cerca de R$ 700 bilhões para atingir a universalização, sendo R$ 500 bilhões destinados à expansão de redes e R$ 200 bilhões à reposição de ativos, o que representa aproximadamente R$ 50 bilhões por ano. Esse volume de investimentos abre espaço para a atuação de empresas públicas e privadas, além de parcerias público-privadas, em projetos de modernização de redes, ampliação de estações de tratamento e redução de perdas na distribuição.

res, nacionais e internacionais, dada a relevância desse setor como comprador de equipamentos, sistemas e insumos. Conhecer as marcas mais presentes no mercado e aquelas em ascensão é estratégico para empresas

O fornecimento de produtos e serviços para as companhias de saneamento figura entre as prioridades de fabricantes e distribuido-

que desejam ampliar par ticipação e direcionar suas ações comerciais e de marketing. Para oferecer um panorama confiável, a revista Hydro apresenta pesquisa inédita Marcas de Destaque no Saneamen to, que mapeou as mar cas mais usadas em con cessionárias, indústrias e empresas de engenharia e projetos para 20 categorias de produtos e equipamentos, como bombas, válvulas, sistemas de filtração e produtos químicos. O levantamento foi realizado com leitores da revista, a partir de respostas espontâneas, e validou 61 questionários.

Construção, instalação e montagens

Manutenção

Áreas de atuação dos profissionais

ram orientados a só se manifestarem sobre os produtos realmente usados em suas instalações.

Tab. I – Os 10 produtos de uso mais difundido entre os profissionais

Produto Questionário com indicações % da base

Resultados

Os resultados da Pesquisa Marcas de Destaque no Saneamento 2025 são apresentados nas páginas seguintes. Cada item traz o seu universo, isto é, o número de empresas, dentre as que informaram a marca usada sobre aquele item – os consultados fo-

As informações da Pesquisa Marcas de Destaque no Saneamento podem ser apresentadas de diversas maneiras. Os resultados são traduzidos em tabelas que condensam as indicações dos consultados para cada um dos 20 itens pesquisados.

As duas tabelas apresentadas aqui ao lado são exemplos disso. A primeira lista os produtos de uso mais difundido entre os profissionais, ou seja, sobre os quais mais se manifestaram. A segunda tabela traz as marcas que receberam o maior número de indicações em único produto.

Bombas centrífugas

Bombas submersas

Tubos

Hidrômetros

53 86,9

48 78,7

45 73,8

Os volumes de indicações recebidas por cada marca são dados em porcentagens dos respectivos universos. Há tabelas em que a soma dos percentuais atribuídos a cada marca é maior que 100%. Isso acontece porque, como a pesquisa não dirige nem limita a resposta dos consultados, alguns deles usam mais de uma marca para um mesmo produto. Nessas situações, todas as marcas são consideradas. Por outro lado, nem todas as marcas indicadas estão presentes nas tabelas. Por razões de espaço, adotou-se o critério de excluir da apresentação as que não obtiveram no mínimo 2% das indicações do universo respectivo. Portanto, em algumas tabelas a soma dos percentuais de todas as marcas listadas é menor do que 100%.

42 68,9

Bombas dosadoras 40 65,6

Válvulas 39 63,9

Produtos para impermeabilização de reservatórios 28 45,9

Produtos químicos para tratamento de água 28 45,9

Reservatórios 27 44,3

Aeradores 26 42,6

Tab. II – As marcas que receberam o maior número de indicações em um mesmo produto

Marca Produto Número de questionários % da base

Tigre Tubos 29 47,5

KSB Bombas centrífugas 26 42,6

LAO Hidrômetros 21 34,4

Schneider Motobombas Bombas submersas 13 21,3

Sika

Produtos para impermeabilização de reservatórios 9 14,8

Bermad Válvulas 8 13,1

Emec e Prominet Bombas dosadoras 7 11,5

Aquamec Albriggs

Gradeamento e pré-tratamento 6 9,8

Fusati Filtros 5 8,2

Fortlev

Reservatórios 5 8,2

Vale ressaltar que, em todos os casos, os percentuais de indicações são somados e todas as diferentes denominações são relacionadas – inclusive com o cuidado de fazer constar, em primeiro lugar, o nome que recebeu mais indicações, seguido do segundo mais indicado e assim por diante.

As marcas ganhadoras são identificadas nas tabelas com bold.

A partir da segunda edição, em 2026, o levantamento irá trazer os resultados do ano anterior das marcas citadas, permitindo que o leitor avalie a evolução e se ela ganhou ou cedeu terreno junto ao mercado.

Projetos
Operação

Alfa

Alfa

Pesquisa

Bombas centrífugas

Universo 2025: 70

KSB

Schneider

Grundfos

Bombas submersas

Universo 2025: 60

Indicações (%)

Schneider Motobombas KSB Ebara

Sulzer

Decanters

Universo 2025: 18

Alfa Laval

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Estações compactas de tratamento de água

Universo 2025: 25

Aquamec Albriggs

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Universo 2025: 25 Alfamec Aquamec Albriggs DAS Fast Seinco

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Aquamec Albriggs

Hidrosuprimentos

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Tecnium/Alaqua

Tecnosan

Marca
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Produtos para osmose reversa

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Universo

Produtos químicos para tratamento de água

Universo 2025: 31

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Stringal – Hurner Usa Moura

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Universo 2025: 23

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Universo 2025: 58 Tigre

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Guia de produtos e serviços para desaguamento e secagem de lodo

A gestão do lodo de ETA e ETE reduz o volume de resíduos, facilitando o transporte e armazenamento e reduzindo os custos para a empresa. Além disso, minimiza impactos ambientais e possibilita o aproveitamento e reúso como fertilizante, garantindo conformidade com normativas ambientais e melhorando a eficiência operacional das etapas subsequentes de tratamento e disposição final.

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Adensador Prensa desaguadora (belt press) Filtro-prensa (placas) Prensa parafuso Filtro rotativo a vácuo Decanter centrífugo Leito de secagem Forma têxtil tubular (tubo geotêxtil) Torre desaguadora

Gravitacional Mesa adensadora

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Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 70 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, julho/agosto de 2025. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

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Escassez hídrica

Implantação do reúso indireto potável em bacias

Mateus Lucas Nardi, Sanebavi - Saneamento de Vinhedo Ayri Saraiva Rando, Engenheiro Ambiental

As bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (SP) são consideradas críticas devido à baixa disponibilidade hídrica e ao aumento da demanda na Região Metropolitana de Campinas. Este artigo caracteriza as condicionantes da regulamentação do reúso de água para fins potáveis na região. Para isso, realizou-se um estudo nas respectivas bacias e uma revisão bibliográfica referente à legislação vigente sobre o assunto.

Este artigo apresenta uma alternativa para o desafio da implementação do reúso indireto potável na Região Metropolitana de Campinas (RMC), considerando a lacuna existente na governança dos recursos hídricos e analisando esse cenário sob a perspectiva do reúso. Busca-se aqui indicar alternativas regionais para o avanço da norma regulamentada pela Cetesb, Decisão de Diretoria 134/2022/P/C/E/I, de 15 de dezembro de 2022, como opção de regularização de vazão para os municípios.

O artigo também traz argumentos para fomentar a discussão sobre os requisitos para a implantação do reúso indireto potável pelos municípios da RMC, considerando que seus cursos d’água estão inseridos nas bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), como alternativa para a oferta vs. demanda de água.

Para isso, são analisadas diversas nuances sobre as condicionantes da norma estabelecida, apontados os desafios da gestão de recursos hídricos das bacias PCJ, dos usuários destes recursos, e ressaltada a busca pelo atendimento aos usos múltiplos, especialmente sob o trecho da RMC. Com foco mais abrangente em regularização de vazão, pretende-se apresentar os

desafios de qualidade para aprovação junto à Cetesb, DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica, Comitês PCJ e usuários, mediante os parâmetros listados na DD no 134, e alternativas para atender tanto os reguladores e fiscalizadores dos recursos hídricos como os usuários e companhias de saneamento.

Com exigências previamente estabelecidas pelo documento de governança, são recomendados alguns pontos que reforçam a utilização de reúso indireto potável como ferramenta de enfrentamento: “Com o agravamento das questões relacionadas à segurança hídrica no Brasil, é fundamental que os comitês entendam os riscos, muitas vezes ocultos, e que podem afetar a qualidade e quantidade de água em suas bacias”.

As considerações acima, associadas a eventos climáticos extremos, região com alto índice de adensamento populacional, além da operação do Sistema Cantareira, que também impacta na disponibilidade hídrica das bacias PCJ, trazem uma nova demanda de estudo de antecipação e planejamento, para que os Comitês PCJ tenham resiliência na questão do reúso indireto potável nas suas sub-bacias.

Pioneiros em diversas vertentes dos recursos hídricos, os Comitês PCJ poderão se apresentar com uma governança robusta sobre a temática do reúso indireto potável, apresentando objetivamente as necessidades dentro das bacias PCJ e dialogando com os órgãos envolvidos no processo.

Objetivos

Caracterizar os processos de reúso indireto potável das bacias PCJ, especialmente voltados aos municípios que compõem a RMC.

Metodologia

A pesquisa caracteriza-se por ser qualitativa, de estudo de caso, com coleta de dados secundários de origem pública e oficial.

RMC - Caracterização

A RMC foi instituída em 2000, pela Lei Complementar Estadual no 870 e compreende 20 municípios, com população total de 3,2 milhões de pessoas e ocupação de 3791 km2. Todos os municípios presentes nessa região integram a área das bacias PCJ, que apresentam uma disponibilidade hídrica total de 951 m3/hab.ano.

A DD no 134 traz esclarecimentos importantes para o processo de licenciamento do reúso de água para fins potáveis, contudo, no que tange à RMC, alguns aspectos precisam ser pontuados para sua gestão.

ETEs terciárias ou com processos avançados

Devido ao alto custo de implantação e morosos avanços estipulados pelo Plano de Bacias PCJ e legisla-

ção permissiva, muitos municípios atuam de forma tardia em suas ETEs - Estações de Tratamento de Esgoto para o sistema terciário ou avançado, qualificação que lhes permitiria pensar no sistema de reúso indireto potável. Há possibilidade, dentro do Plano de Bacias PCJ, ao financiar uma obra para instalação de ETE, da exigência para liberação dos recursos financeiros (fase terciária do projeto), atendendo assim não apenas a legislação, como também as metas estipuladas pelo Plano de Bacias PCJ 2020-2035.

Impacto na disponibilidade hídrica a jusante

Considerando que a RMC apresenta trechos curtos de cursos d’água de um município para outro, torna-se difícil exigir o lançamento a montante

Escassez hídrica

da captação do município solicitante, pois no trecho adequado para o lançamento e amortecimento, o curso d’água já se apresenta em território do município a montante.

Pode ser inviável o reúso nesses trechos por não existirem acordos de cooperação entre os municípios (montante-jusante) ou também, eventualmente, já existir no trecho mais a jusante do município (a montante) um lançamento de efluente.

Diretrizes

• Ser provido de tratamento de esgoto sanitário, contando, no mínimo, com tratamento terciário, e redução de nutrientes, desinfecção, infiltração e disposição final em corpo d’água receptor.

• Adotar em seu projeto e operação, antes do início das atividades, as barreiras múltiplas.

• Atender ao que estabelecem os planos de recursos hídricos onde o empreendimento está localizado.

• Atender ao que estabelecem os planos dos governos federal e/ou estadual e aos demais programas para sua localidade.

• Atender à Portaria GM/MS 888 e demais exigências da Vigilância Sanitária para Água de Consumo Humano, definidas pela autoridade de Saúde Pública.

Diretrizes para aprovação da Água para Reúso Indireto Potável (ARIP)

• Licenciamento Ambiental por etapas, conforme a exigências técnicas específicas.

• Licença Prévia (LP) – apresentar plano de viabilidade para ARIP.

• Manifestação do DAEE, responsável pela outorga, quanto aos possíveis impactos por conta da prática do reúso indireto potável.

• Mananciais que tenham PSA - Plano de Segurança da Água aprovado pela autoridade de saúde pública responsável deverão notificá-lo sobre a autorização da ARIP para aumento da disponibilidade hídrica.

• Licença de Instalação (LI)/Licença de Operação (LO) – Plano de Comunicação envolvendo operadores, responsável legal, anotação de responsabilidade técnica (ART), responsáveis pelas fontes poluidoras, que lançam efluentes no sistema de coleta e transporte de efluente e o operador da ETE, responsáveis pela ETA, Cetesb e autoridade de saúde pública para emergências.

• Informação da população ou demais interessados sobre a operação prática e segura de ARIP.

• Divulgação e difusão da importância da prática segura da ARIP.

Os critérios incluem a qualidade do efluente bruto, a qualidade para a ARIP, a qualidade para os corpos de água receptores e as condições e padrões de qualidade dos corpos d’água da zona de amortecimento.

O reúso da água diminui a demanda de novas captações, pois reposiciona a água já destinada ao usuário para uma nova forma de aproveitamento, usualmente menos nobre.

Histórico normativo

• Deliberação CRH no 266, de 29 de abril de 2022 – Diretrizes para reúso direto não potável de água proveniente de Estações de Tratamento de Esgoto de sistemas públicos para fins urbanos.

• Lei no 16 337/2016 – Racionalização do Uso de Água em Bacias Críticas.

• Decreto no 32955, de 7 de dezembro de 1991 – Recarga de Aquíferos.

• Plano de Bacia/Enquadramento do CBH-PCJ – Redução de Perdas e Propostas de Reúso Urbano-Industrial.

• Resolução CNRH no 54, de 28 de

novembro de 2005 – Diretrizes e Critérios Gerais para Prática de Reúso Direto Não Potável.

• Resolução CNRH no 121, de 16 de outubro de 2010 – Regulamentação da Resolução no 54/015, na Modalidade Agrícola e Florestal.

• Resolução CNRH no 153, de 17 de dezembro de 2013 – Critérios e Diretrizes para Implementação de Recarga Artificial e Aquíferos no Território brasileiro.

• Resolução Conama 396, de 3 de abril de 2008 – Classificação e Diretrizes Ambientais para o Enquadramento das Águas Subterrâneas.

• Resolução Conama 430, de 13 de maio de 2011 – Condições e Padrões de Lançamento de Efluentes e Gestão de Efluente e Promoção de Reúso.

• Resolução Conama 503, de 14 de dezembro de 2021 – Critérios e Procedimentos para reúso em sistemas de fertirrigação de efluentes provenientes de indústrias de alimentos, bebidas, lacticínios, frigoríficos e graxarias.

• Lei no 12334, de 20 de setembro de 2010, alterada pela Lei no 14026, de 15 de julho de 2020 – Marco Legal do Saneamento para Implementação de Reúso Potável.

• Decreto Estadual no 8468, de 31 de maio de 1976 – Art. 57, inciso IV, alínea a) Licenciamento ambiental para sistemas de reúso de efluentes líquidos implantados em empreendimentos licenciáveis, ETEs de sistemas coletivos de esgotos sanitários, sistemas públicos ou sistemas de tratamento de águas residuárias de outras fontes de poluição.

• Decisão de Diretoria no 134/2022/ P/C/E/I, de 15 de dezembro de 2022

– Critérios e procedimentos para a prática segura de reúso indireto potável de água de reúso proveniente de estações de tratamento de esgotos sanitários.

Disponibilidade per capita - vazão média em relação à população total (m³/hab · ano)

Gerenciamento de recursos hídricos

Apresentação de temas da gestão dos recursos hídricos que impactam e/ou interferem nas ações de planejamento de reúso indireto potável.

Conforme os relatórios de situação emitidos pelos Comitês das Bacias PCJ anualmente e o Plano de Bacias 2020-2035, a disponibilidade hídrica na região vem sofrendo uma redução constante, conforme apontado na figura 1, e a disponibilidade hídrica per capita/habitante/ ano (tabela I).

Fig. 1 – Disponibilidade hídrica nas Bacias PCJ, entre 2011 e 2021.

Fonte: Relatório Final – Plano de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, 2020 a 2035.

Piracicaba: Consórcio Profill-Rhama Engenharia e Ambiente. 2022

Cenários atuais e projeções

De acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o aumento populacional na RMC foi de 13%, no período entre 2010-2022, acima da média do Estado, de 7,75%, e nacional, de 6,45%.

Considerando a condição atual de estresse hídrico, conforme o Relatório de Situação do Plano de Bacias PCJ 2020-2035, e cenários de aumento de eventos climáticos extremos, é imprescindível, em regiões metropolitanas, o uso inteligente e a evolução em todas as formas possíveis de reúso. A eficiência do uso na RMC pode tornar-se ferramenta importante para

Tab. I – Disponibilidade hídrica per capita nas Bacias PCJ. Com base na figura 1, a disponibilidade da Bacia está caindo a cada ano. Em 2021, ficou abaixo de 950 m³/hab.ano

Vazão média em relação à população total Classificação > 2500 m3/hab.ano Atenção 1500 a 2500 m3/hab.ano Boa < 1500 m3/hab.ano Crítica

Fonte: Comitês PCJ (2022)

o pleno atendimento das diversas demandas de uso e qualidade requeridas dentro do próprio território da RMC.

Plano de perdas de águas municipais

Instrumento para a determinação de viabilidade de reúso indireto, com metas estabelecidas pelo Plano de Bacias PCJ 2020-2035 e pelo novo marco legal do saneamento, cobrando estabelecer meios de redução das perdas de água nos municípios.

Escassez hídrica

Cobrança diferenciada pelo reúso

Compreendida a ligação entre as metas de diminuição de perdas de água, disponibilidade hídrica e interesse no reúso indireto potável, pode-se determinar uma cobrança pelo uso diferenciado, tendo como objetivo o incentivo pela meta mínima de perdas nos municípios do trecho da RMC.

Zona de amortecimento

A zona de amortecimento é a região do corpo d’água receptor onde ocorre a mistura da ARIP até o ponto de captação da ETA, onde deverá chegar com sua vazão de demanda regularizada. Dessa forma, oferece tempo e oportunidade para lidar com as falhas da ARIP, como eventuais lançamentos fora das especificações definidas na DD no 134, falhas operacionais, estiagem ou drenagem elevada devida à alta ocorrência de chuvas, entre outros, sem comprometer a qualidade e a quantidade de água captada pela ETA.

Resultados e considerações

Considerando a taxa média de aumento populacional e a projeção de

crescimento da RMC, os recursos hídricos da região se tornarão mais escassos. A disponibilidade hídrica é reduzida a uma taxa média de 1% ao ano. Além disso, há o aumento da frequência de eventos climáticos extremos.

No contexto da RMC, considerando a estrutura já consolidada do colegiado de prefeitos, acredita-se que o estudo para a criação de um consórcio intermunicipal de água de reúso seja uma iniciativa positiva. Esse consórcio permitiria a regularização da vazão dos signatários, possibilitando sua integração ao sistema para captação e lançamento, mediante critérios previamente estabelecidos entre os participantes. Cada município contribuiria financeiramente de acordo com sua responsabilidade no funcionamento do consórcio.

Dadas todas as condicionantes e oportunidades dentro da RMC, o reúso indireto potável é viável no entendimento de formação de um consórcio de usuário, pois apresenta oportunidade de otimização de processos e redução de custos para a implantação e operação. Sugere-se

que a partir do estudo apresentado sejam desenvolvidas novas linhas de pesquisa na temática, entre as quais:

• Estudo de modelagem da qualidade das ETEs terciárias, com a escolha de pontos de lançamento e os resultados na zona de amortecimento.

• Estudo de modelagem e custo para a criação de uma adutora que tenha capacidade de atender os volumes que possam ser outorgados pelos órgãos competentes, com sugestões de viabilidade entre os municípios, ramais e possíveis cenários.

• Proposta de alinhamento mais refinado entre a governança e as normas, visando ao aperfeiçoamento desta nova alternativa de suprimento hídrico.

Por motivo de espaço, o artigo foi resumido. O conteúdo original está disponível nos anais eletrônicos da 35º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 22 a 24 de outubro de 2024, em São Paulo.

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Biorremediação

Exame bacterioscópico para controle de qualidade em processo acelerado por bioaumentação

Ericson Mirandola e Manoel Armando Azevedo dos Santos, da Solos Solution

AO exame bacterioscópico pelo método de coloração de Gram permite um estudo rápido e acurado dos microrganismos autóctones em processo de remediação acelerado por bioaumentação. Especificamente para o meio ambiente, torna-se uma ferramenta capaz de avaliar a qualidade microbiológica do local examinado e nortear as atividades de diagnóstico e controle evolutivo de um dado processo de tratamento.

quantificação de microrganismos é importante pois permite uma avaliação da viabilidade desses organismos nas mais variadas situações, as quais podem interferir na melhor utilização do modo e/ou da velocidade de crescimento microbiano.

Assim, um método quantitativo realizado em conjunto ao da microscopia comum proposto por [2] e corado pelo método de Gram, foi adaptado para determinar o número exato de células microbianas presentes em uma dada população microbiana, simplificando assim a operação sem entrar nos detalhes que levaram à elaboração de uma etapa processual.

no meio aquático como no solo, pois trata-se de um processo natural que utiliza consórcios microbianos enriquecidos de uma área contaminada para tratamento.

O processo de biorremediação acelerado por bioaumentação de microrganismos autóctones [1] vem sendo avaliado como a melhor alternativa para solucionar impactos ambientais, tanto

O presente processo biotecnológico requer monitoramento microbiológico, qualitativo e quantitativo (108 microrganismos/mL) durante todas as etapas da remediação (bioprospecção, bioaplicação e biomanutenção), mais precisamente na formulação da Biomassa Microbiana Autóctone

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Biorremediação

(BMA), durante e após reativação, em reator microbiológico, propagação e manutenção, no meio aquático ou no solo.

Na etapa de bioprospecção, mais precisamente na fase laboratorial de seleção e caracterização dos microrganismos autóctones, o exame bacterioscópico é a ferramenta inicial para caracterização dos tipos morfológicos da microbiota vigente (formas cocoides, bacilares, leveduriformes ou como hifas, Gram positivas ou negativas). Somada à quantificação celular, avaliação da viabilidade (cultura quantitativa) e teste de neutralização, constituem protocolo rotineiro para diagnóstico das formas microbianas latentes, que culminam na definição da composição microbiológica da BMA, bem como na concentração dos microrganismos autóctones (108/mL),

específico para cada sítio a ser remediado.

Nas etapas de bioaplicação e biomanutenção ocasião da reativação, em reator microbiológico (3000 L) e manutenção da BMA in situ no meio aquático ou no solo, nos padrões definidos em laboratório.

Metodologia

A bacterioscopia quantitativa é realizada inicialmente pela confecção de esfregaço do volume de 0,01mL, obtidos com alça de platina de 11 mm de diâmetro, a partir do crescimento microbiano obtido em reator microbiológico. É realizado esfregaço em 1 cm2 (delimitado em lâmina de vidro), seco, fixado e corado pelo método de Gram.

A leitura e interpretação do exame bacterioscópico quantitativo foram rea-

lizadas pela contagem microscópica direta, pela técnica de Prescott, Breed, Zeng [2] por leituras de 10 campos microscópicos (ocular 10x e objetiva 100x), na área delimitada (1 cm2). Foram anotados os tipos morfotintoriais (cocos, bacilos, leveduriformes e/ou hifas) correspondentes. A quantificação de cada amostra foi obtida calculando-se a média das contagens em duplicata e multiplicado pelo fator do microscópio, obtendo-se o valor do número de células/mL pelo uso da equação:

N = FM × nº de células contadas × 100 nº de campos contados

• FM = 4000, que representa o número de campos microscópicos em 1 cm2

• Número de campos contados = 10 × 100 = conversão para mL

• N = 40.000 × n° de células

A necessidade de suporte laboratorial para controle de qualidade das etapas que mantêm o processo de biorremediação acelerado por bioaumentação de microrganismos autóctones advém principalmente, do fato de que a qualidade microbiana (tipos microbiológicos) observada no “primo cultivo” seja mantida ao término da etapa de “bioaumentação” em até 108 microrganismos/mL, obtida por crescimento logarítmico, dos mesmos tipos microbianos.

O conhecimento dos tipos morfológicos microbianos, mesmo presuntivos, é de grande valor, uma vez que controla e orienta a seleção dos microrganismos autóctones, identificados pelo controle de qualidade, para formulação da BMA, excluindo a possibilidade de ocorrência de possível

contaminação microbiana entre as etapas de obtenção da BMA.

Além disso, a necessária avaliação quantitativa mediada pela contagem das células microbianas, via microscopia de esfregaço (0,01 mL), padronizada por [2], principalmente ao final da etapa de bioaumentação, é requerida para manter equilíbrio estequiométrico nas reações biotecnológicas de degradação enzimática dos elementos contaminantes, as quais requerem uma concentração mínima de 108 microrganismos autóctones/mL.

Os resultados oferecidos pelo exame bacterioscópico quantitativo conferem uma alta sensibilidade e especificidade, dada elevada concordância com os resultados obtidos pela cultura quantitativa. A facilidade para execução e o pouco tempo

requerido para realização são fatores que indicam seu uso rotineiro como agente para controle de qualidade do processo de biorremediação acelerada por bioaumentação de microrganismos autóctones.

Referências

[1] Santos M.A.A. Processo de Biorremediação Acelerado por Bioaumentação de Microrganismos Autóctones - 2021 - (Patent Pending Núm. 870200119935).

[2] Prescott S.C. & Breed R.S. The determination of the number of the body cells in milk by a direct method J. Infect. Dis. 7:632-640.

[3] Zeng, S.S.; Escobar, E.N.; Hart, S.P.; Hinckley, L.; Baulthaus, M.; Robinson, G.T.; Jahnke, G. Comparative study of the effects of testing laboratory, counting method, storage and shipment on somatic cell counts in goat milk Small Ruminant Research, v.31, 1999.

Tratamento de água

Aeração para remoção de ferro e manganês

Vilson Fernando Beregula, Michelle Ramaskais Alberton e André Luiz D’Ornellas Casarotto, da SBR Saneamento Brasil

Waldir Correia Paz e Rogério de Souza Pires, do DAE - Departamento de Água e Esgoto de Paranaíta

Estudo realizado em

Paranaíta, MT, avaliou a eficiência da aeração como método de remoção de ferro e manganês em águas superficiais. A técnica demonstrou redução de até 75% na cor aparente da água, atendendo aos limites legais. O processo se mostrou eficaz, de baixo custo e sustentável, desde que bem monitorado para evitar efeitos indesejados.

Aqualidade da água destinada ao consumo humano é um aspecto fundamental à saúde pública. O crescimento populacional, aliado à falta de planejamento urbano, tem gerado diversos impactos negativos ao meio ambiente, como a sobrecarga das ETAs - Estações de Tratamento de Água, comprometendo a qualidade da água fornecida à população, conforme a Portaria GM/MS no 888/2021, que dispõe (em suma) sobre a qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, analisando vários parâmetros. Um deles é a cor aparente da água (limite: 15 uH), que está diretamente ligada à presença de ferro (Fe) e manganês (Mn), os quais conferem coloração escura, afetam gosto/odor e causam incrustações em tubulações [8].

Esses metais, quando presentes em águas com pH baixo e condições anóxicas, apresentam-se em formas solúveis, conferindo coloração escura e causando problemas operacionais, mesmo em concentrações seguras para consumo. O ferro e o manganês geram reclamações por alterações estéticas (cor, gosto, odor) e danos materiais (como manchas e incrustações em louças sanitárias). Sua remoção eficiente ocorre

através de oxidação por aeração ou cloração, processo que converte os metais em formas insolúveis [7].

Os métodos convencionais para remoção da cor aparente, embora amplamente utilizados, apresentam limitações como custo elevado, eficiência limitada, dificuldades técnicas e geração de subprodutos indesejados. Na oxidação há uma diminuição da concentração solúvel do metal, propiciando sua remoção em separação na água. Os processos oxidantes utilizados em tratamentos de água são constituídos por oxigênio, cloro e permanganato de potássio. O oxigênio mostrou-se como oxidante ideal, combinando baixo custo, simplicidade operacional e eficiência na remoção dos metais, através de filtração convencional ou sistemas combinados (sedimentação/flotação) para águas com alta carga orgânica [7].

A aeração surge como técnica sustentável para clarificação hídrica, oxidando as formas solúveis de ferro e manganês e removendo gases como sulfeto de hidrogênio. A oxidação converte esses metais em partículas insolúveis, passíveis de remoção por sedimentação e filtração [3].

Este estudo avalia a eficiência e viabilidade da aeração, um método de baixo custo, que promove o contato água-ar, contribuindo para sistemas de abastecimento mais sustentáveis.

Material e métodos

Descrição da área de estudo

O experimento foi conduzido em dezembro de 2024, em uma unidade de captação de água superficial no município de Paranaíta, MT, com 11.989 habitantes. Segundo o IBGE de 2022, aproximadamente 60% da população total de Paranaíta é atendida por rede de abastecimento; 29% utiliza poços profundos e artesianos; e apro-

ximadamente 10% recorre a poços rasos e cisternas.

Instalação do dispositivo de aeração

A instalação do dispositivo de aeração é considerada simples e eficiente, e neste caso, consistiu na perfuração da tubulação de sucção da água da captação, onde foi demarcado um ponto de acesso, equipado com um registro de precisão e tubo de admissão de ar. O ar injetado mistura-se à água pela turbulência gerada pelo rotor da bomba, e durante o tempo de trajeto de 1300 m até a ETA ocorre a

Fig. 1 – Estação de Tratamento de Água de Paranaíta. Fonte: Autores 2025

Tratamento de água

oxidação dos metais (Fe e Mn). Os óxidos formados tornam-se insolúveis, sendo posteriormente removidos por coagulação e decantação.

Análise e monitoramento dos parâmetros

As análises foram realizadas in loco em uma estação de tratamento de água de ciclo completo (coagulação, floculação, decantação e filtração), composta por reservatórios de concreto e ferro interligados. O monitoramento horário da água filtrada demonstrou redução significativa da cor aparente (medida em uH/mg Pt-Co/L), utilizando um colorímetro digital. Os resultados confirmaram a eficiência do processo, com a coloração da água dentro dos limites legais, indicando diminuição de matéria orgânica e metais dissolvidos.

na primeira hora de tratamento. Essa eficiência confirma a oxidação de ferro e manganês em formas insolúveis, removidas por filtração [3].

Resultados e discussão

Os resultados obtidos a partir da análise da cor aparente na etapa de filtração podem ser visualizados na figura 4, que ilustra a redução progressiva do parâmetro ao longo do processo de oxigenação.

A análise da cor aparente demonstrou uma redução de 75% nos valores durante o processo de oxigenação, passando de 21,7 uH (12h) para 5,3 uH (15h), atendendo ao limite da Portaria GM/MS no 888/2021 (15 uH) já

Os resultados comprovam a efetividade do sistema, porém é fundamental controlar com precisão a oxigenação para evitar efeitos adversos. O excesso de oxigênio pode causar flotação indesejada, aumentando a turbidez e prejudicando a filtração, além de danificar as bombas. Portanto, um monitoramento rigoroso é essencial para garantir a qualidade da água e a eficiência do tratamento.

Conclusões

A aeração mostrou-se eficaz na redução da cor aparente da água, alcançando 75% de redução em poucas horas, comprovando ser um método econômico e sustentável. Contudo,

Fig. 2 – Mapa de localização da distância da captação para a Estação de Tratamento de Água. Fonte: Autores 2025
Fig. 3 – Ponto de acesso na captação com a instalação da entrada de ar. Fonte: Autores 2025

exige controle preciso para evitar problemas como flotação exces siva ou aumento de turbidez. O estudo de‑ monstra que a inje ção de ar no cano de sucção, quando devi damente controlada, oferece uma solução viável e eficiente, su perando métodos con vencionais em custo/ benefício.

Referências

Cor aparente da água filtrada (uH)

[5] Hoehn, R.; Malleviale, J. Treatment Trains. In: Suffet, I. H.; Malleville, J.; Kawczynski, E. (eds). Advances in taste-and-odor treatment and control Denver, CO: American Water Works Association Research Foundation and Lyonnaise des Eaux, 1995.

[6] Instituto Água e Saneamento. Paranaí‑ ta (MT) Municípios e Saneamento. [2022]. Disponível em: https://www. aguaesaneamento.org.br/municipios e saneamento/mt/paranaita.

[1] Apha; AWWA; WEF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 27th ed. Washington, DC: American Public Health Association, 2023.

[3] Di Bernardo, L.; Dantas, A.D.B. Métodos e técnicas de tratamento de água. 2a ed. São Paulo: Rima, 2005.

[4] Farias, André Luiz Estevam; Souza, Mauro Aparecido Lessa de; Keller, Patrícia Pereira Ri beiro. Estudo de caso: Complexação de íons metálicos em sistema de abastecimento de água. In: Congresso da ABES, 32, 2024.

[2] Ministério da Saúde. Portaria GM/MS no 888, de 4 de maio de 2021. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ed. 85, seção 1, 7 maio de 2021.

[7] Moruzzi, Rodrigo Braga; Reali, Marco Antonio Penalva. Oxidação e remoção de ferro e manganês em águas para fins de abastecimento público ou industrial - uma abordagem geral Re vista de Engenharia e Tecnologia, vol. 4, no 1, abr. 2012.

[8] Royte, E. Bottlemania. How water went on sale and why we bought it. New York: Bloomsbury, 2008.

[9] MWH. Water treatment: principles and design. 2nd ed. Hoboken: Wiley, 2005.

Fig. 4 – Dados de cor aparente obtidos na coleta das amostras
Horário

Qualidade de água

Plano de amostragem de coleta de água utilizando Google Earth

Luana Ricken Gonçalves Dias, Técnica em Saneamento do Cispar - Consórcio Intermunicipal de Saneamento do Paraná; Luciana Nunes dos Santos Chagas, Especialista em Saneamento

O plano de amostragem da Portaria de Potabilidade estabelece os pontos de coleta, a quantidade e a frequência das amostragens para análise da qualidade da água, além dos parâmetros a serem monitorados anualmente em cada sistema ou solução alternativa de abastecimento coletivo. Este artigo apresenta o novo modelo adotado pelo município de Japurá (PR), que utilizou o Google Earth para definir os locais de coleta. A ferramenta contribuiu para uma visualização mais clara e uma distribuição mais eficiente dos pontos analisados ao longo do ano.

No Brasil, os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade são estabelecidos pela Portaria GM/MS no 888/2021. O plano de amostragem, definido na referida Portaria, é uma ferramenta fundamental para garantir a qualidade e segurança dos serviços de abastecimento. O documento inclui a definição dos pontos, número e frequência de coletas de amostras para análise da qualidade da água e de parâmetros a serem monitorados. Determina que o plano de amostragem deve ser elaborado anualmente para cada sistema de abastecimento de água –ou solução alternativa coletiva – e submetido à análise da autoridade municipal de saúde pública [1].

A elaboração de um plano de amostragem deve se basear na avaliação dos riscos associados à saúde da população abastecida. Desse modo, a espacialização geográfica e a priorização de áreas e pontos de coletas a serem monitorados constituem importantes etapas na produção do documento [2].

Diante disso, considerando que o objetivo do controle da qualidade é

comprovar a potabilidade da água fornecida para consumo humano, deve-se obedecer a alguns requisitos:

• a distribuição uniforme das coletas ao longo do período de um ano; • os locais de coleta devem ser representativos no sistema de distribuição; • deve-se combinar critérios de abrangência espacial e pontos estratégicos, como locais de grande circulação de pessoas, edifícios que alberguem grupos populacionais de risco, trechos vulneráveis do sistema de distribuição como pontas de rede, pontos de queda de pressão, locais afetados por manobras, sujeitos à intermitência de abastecimento, reservatórios ou locais com sistemáticas notificações de agravos à saúde tendo como possíveis causas os agentes de veiculação hídrica [2].

Alguns dos requisitos descritos constituem desafios para as empresas prestadoras de serviços de abastecimento de água. A dificuldade de acesso aos pontos de amostragem, localização e ausência de mapas da rede atualizados do abastecimento podem ser importantes obstáculos na definição dos pontos de monitoramento.

Este artigo tem como objetivo descrever as estratégias adotadas na elaboração de um novo modelo de plano de amostragem para o ano de 2025 do sistema de abastecimento de água do município de Japurá, PR, a fim de torná-lo mais abrangente e representativo. Desse modo, a melhor espacialização geográfica e priorização de áreas a serem monitoradas fornecerão informações mais precisas para corrigir as possíveis anomalias (como, por exemplo, a redução do cloro residual livre) e garantir a potabilidade da água fornecida para consumo humano em todo o município.

Material e métodos

O sistema de abastecimento público escolhido para a realização deste trabalho foi o Samae - Serviço Autô-

nomo Municipal de Água e Esgoto de Japurá, PR, o qual é responsável pelo abastecimento de 8756 habitantes. O sistema possui seis unidades de captação de água (quatro poços e duas minas), uma unidade de tratamento de água simplificado (cloração e fluoretação) e rede de distribuição.

A portaria de potabilidade prevê a realização de diversos parâmetros em pontos específicos do tratamento, como análise de E. Coli nos pontos de captação, radioatividade e cloreto de vinila na rede de distribuição, coliformes totais e parâmetros organolépticos na saída do tratamento. E cabe ao responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano assegurar pontos de amostragem.

De acordo com a Portaria de Potabilidade, em seu anexo 14, o Samae

deve realizar, no mínimo, dez amostras bacteriológicas no sistema de distribuição (reservatórios e rede). Essas amostras devem possuir distribuição uniforme ao longo do mês e garantir a representatividade dos locais de coleta, combinando critérios de abrangência espacial e pontos estratégicos, como escolas, hospitais, terminais rodoviários, entre outros. Em cumprimento ao parágrafo terceiro do artigo 44, em todas as amostras bacteriológicas deve-se realizar a medição de cor, turbidez e residual desinfetante.

Na área central de Japurá, de pequena extensão territorial, concentra-se a maior parte de circulação de pessoas, hospitais, escolas, creches e outros locais prioritários para seleção dos pontos de coleta. Alguns desses locais estão na mesma rua e abrangem a mesma rede. Na última revisão

Qualidade da água

e atualização do plano de monitoramento do Samae de Japurá, verificou-se a necessidade de maior abrangência geográfica e representatividade da rede, uma vez que se dava prioridade a muitos locais que se concentravam em uma pequena região do município (região central).

O sistema de abastecimento não possui mapa de rede atualizado. Logo, a definição de novos pontos foi realizada por meio de reunião com operadores, responsáveis técnicos, chefes dos setores e os responsáveis pelas coletas, que possuem conhecimento da região e do mapeamento por meio do Google Earth. O mapeamento foi fundamental para visualização dos pontos, assim, permitindo excluir aqueles muitos próximos e dar prioridade ao ponto com fácil acesso ao cavalete, já que o acesso ao local de coleta, muitas vezes, é um impeditivo para a realização da amostragem.

Além de ser possível excluir pontos através do Google Earth, é fácil visualizar se, por exemplo, algum bairro ou loteamento não foi contemplado na amostragem. O programa é de fácil manuseio, sem necessidade de co-

nhecimento aprofundado, permitindo que, em apenas um dia, os 40 locais de coleta fossem marcados.

Quando a equipe do Samae teve dúvidas sobre o acesso ao cavalete (local de coleta), foi realizada visita técnica, a fim de assegurar a viabilidade de coleta naquele local ou se haveria a necessidade de realizar alguma alteração estrutural no cavalete, ou se seria mais fácil realizar a coleta em outro ponto adjacente.

Resultados e discussão

O modelo antigo do plano de amostragem continha 84 pontos de coleta. Apesar do número expressivo, verificou-se uma deficiência na abrangência espacial do sistema de distribuição. Primeiramente, não havia mapa com os pontos de amostragem, o que dificultava a visualização dos pontos inseridos ao longo do sistema de distribuição. Outra questão foi inerente à localização. Muitas vezes, várias amostras eram coletadas uma ao lado da outra, no centro da cidade, onde existe maior fluxo de pessoas e instituições.

Após análise pelo mapa da cidade e conhecimento da rede de distribuição e dos locais indicados pela portaria de potabilidade de água, foram selecionados novos pontos, conforme apresentado na figura 1.

Conforme a respectiva figura, a área definida pelo novo de plano de amostragem de Japurá possui apenas 40 pontos de coleta, uma redução de mais de 50% ao se comparar com o modelo anterior. Além dessa redução, houve maior abrangência total da rede de distribuição. Portanto, atualmente, há coleta para monitoramento da qualidade da água em todos os bairros.

Notou-se que, com o mapeamento dos pontos, foi possível priorizar os locais de coleta das amostras, como por exemplo, a inserção dos pontos 19 e 20. O primeiro (ligação 1296) está no início da rede de um condomínio de chácaras e consiste em local estratégico de coleta por ser a Associação Atlética do Banco do Brasil, local de grande circulação de pessoas. Já o ponto 20 (Estrada Aguapeí, ligação 4110) está no final, ou seja, uma ponta de rede. O antigo plano de mo-

nitoramento não o contemplava e ainda contava com seis pontos de coleta nessa área, um ao lado do outro.

Ao reduzir os locais de coleta, também se consegue uma filtragem dos pontos. Ao associar o conhecimento espacial fornecido pelo mapa e o conhecimento da rede pelos técnicos do

Samae, é possível visualizar o melhor acesso aos cavaletes, tornando a coleta mais fácil. Além disso, consegue-se melhor representatividade, sem maiores custos com análises.

Por meio do mapeamento dos pontos, houve o monitoramento de novos locais que antes não estavam

previstos, em bairros já estabelecidos e com um número considerável de ligações.

Também não foi necessária a realização de nenhum investimento. A utilização do Google Earth é gratuita, porém com a diminuição dos locais de amostragem pela metade, e com a participação dos colaboradores responsáveis pela coleta, o Samae teve um retorno em tempo, já que os coletadores estão familiarizados com os locais, tornando o processo de coleta mais ágil, além de inserir a população como parte do processo. Como as amostras são realizadas com certa frequência, o Samae explica ao usuário quais amostras estão sendo coletadas e por qual motivo a residência foi escolhida.

Fig. 1 – Pontos de coleta anuais Samae Japurá

Qualidade da água

Na figura 2 é apresentado um exemplo de coleta semanal (primeira semana de março de 2025), onde é possível verificar a representatividade dos pontos de coleta, bem espaçados. Com os locais de coleta distantes entre si geograficamente, o Samae observou que não houve variação significativa dos resultados bacteriológicos e físico-químicos, assegurando o padrão de potabilidade em toda a extensão da rede de distribuição (tabela I).

Conclusões

O trabalho foi de suma importância para a melhoria da amostragem em toda a extensão na rede de distribuição do Samae de Japurá. Por meio da marcação dos pontos no Google Earth e conhecimento da rede de distribuição, foi possível visualizar os locais de coleta de forma simples e prática, buscando o melhor monitoramento da água. O Samae conseguiu melhorar ainda mais o controle de qualidade, comprovando que a água distribuída encontra-se em conformidade com o padrão de potabilidade.

Amostragem da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. Ministério da Saúde, 2016.

[3] Guia nacional de coleta e preservação de amostras: água, sedimento, comunidades aquáticas e efluentes líquidos. São Paulo: Cetesb; Brasília: ANA, 2011.

Referências

[1] Ministério da Saúde. Portaria no 888, de 4 de maio de 2021, altera o Anexo XX da Portaria de Consolidação GM/MS no 5, de 28 de setembro de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, 4 maio 2021. Seção 1.

[2] Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretriz Nacional do Plano de

Trabalho originalmente apresentado no 53º Congresso Nacional de Saneamento (CNSA) da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Assemae), realizado entre os dias 22 e 27 de junho de 2025, em Caldas Novas, GO.

Fig. 2 – Pontos de coleta primeira semana de março/25
Tab. I – Resultados das amostras da primeira semana de março

Serviço

Sistemas de osmose reversa

A osmose reversa, uma das tecnologias mais eficazes e amplamente utilizadas no tratamento de água, remove até 99% dos sólidos dissolvidos. Suas aplicações incluem a produção de água potável, o atendimento a padrões industriais rigorosos, o reúso e a dessalinização, além de contribuir para a segurança hídrica e ambiental. O guia apresenta a oferta nacional de sistemas, classificados por aplicação, capacidade e tipo de membrana.

Perfil de aplicação

Empresa/ Telefone/ E-mail

Aclaris (11) 4787-6402 aclaris@aclaris.com.br

Acquamedic (15) 3033-3620 contato@acquamedic.com.br

Aflux (11) 2311-4800 ricardo@afluxbrasil.com.br

Atag Water (11) 97425-8380 contato@atagwatersolutions.com

B&F Dias (19) 3886-9600 bfdias@bfdias.com.br

EcoPro (11) 98357-9065 ecopro@ecoprops.com.br

H2O Ambiental (15) 99860-9777 contato@h2oambiental.com.br

Inbras (16) 3690-6010 sac@inbrasfabrica.com.br

Membras (32) 98866-7336 gsantos@membras.com

MKM Serviços (11) 99251-8787 mkmservicostecnicos@gmail.com

Rota Ambiental (27) 98813-7997 tecnico@rotaambiental.com.br

Vexer (41) 3016-7288 vexer@vexer.com.br

Yporã (48) 3028-9095 contato@ypora.com.br

Comunidades rurais, vilarejos Pequenos municípios, condomínios Polos industriais, grandes centros urbanos Instalações hospitalares ou laboratoriais Uso industrial geral Reúso de efluentes Dessalinização (água do mar ou salobra)

Vazão de produção (m³/dia) Pressão de operação (bar) Rejeição de sais (%) Taxa de recuperação (%) Volume de rejeito/concentrado (%) Consumo energético (kW)

Tipo de água de entrada

Pré-tratamento necessário

Estrutura do equipamento Membranas

Espiralada Fibra oca Outra Poliamida Acetato de celulose PVDF Outro Projeto customizado Instalação e comissionamento Treinamento de operadores Suporte técnico pós-venda Água de poço ou superficial c/ baixa salinidade Água salobra ou efluente tratado Água do mar ou efluente terciário Filtragem básica e cloração Filtragem dupla + dosagem de antiincrustantes Filtragem avançada + correção de pH, abrandamento, anti-incrustantes Aço inox PRFV Outros

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 61 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, julho/agosto de 2025. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Análise dos indicadores de manutenção de motogeradores de emergência

O objetivo deste trabalho é calcular e analisar os indicadores de manutenção de grupos motogeradores da Sabesp. Observouse que a distribuição da manutenção corretiva na maior parte dos geradores analisados foi menor que 20% e que poucos geradores possuem uma disponibilidade maior que 90%. Desta forma, conclui-se que as manutenções preventivas têm periodicidade adequada e que há possibilidade de diminuir os valores de MTTR, aumentando a disponibilidade desses equipamentos.

Amanutenção preventiva de grupos motogeradores é essencial para garantir o desempenho confiável e a disponibilidade contínua desses ativos. Portanto, esse tipo de manutenção visa evitar falhas inesperadas, prolongar a vida útil do equipamento, minimizar interrupções não programadas e garantir que o gerador esteja pronto para fornecer energia de backup quando necessário.

Todos os tipos de empresas precisam de gestão de ativos, incluindo os grupos motogeradores, que permite às companhias tomarem decisões sobre a aquisição, operação, manutenção e disposição de ativos físicos e intangíveis.

Os indicadores de manutenção fornecem informações importantes sobre o desempenho e a condição das máquinas ao longo do tempo. O tempo médio entre falhas (MTBF), o tempo médio para reparo (MTTR), a taxa de falha e os custos de manutenção estão entre esses índices de qualidade. Os gestores de ativos podem identificar padrões de desempenho, antecipar possíveis falhas, planejar a manutenção de forma mais eficiente e tomar decisões informadas

sobre investimentos em ativos observando e analisando esses indicadores.

Os grupos motogeradores de emergência desempenham um papel crucial na garantia do funcionamento contínuo e eficiente das estações de tratamento e de água e esgoto, além de situações de crise, como desastres naturais, ao assegurar a segurança e a saúde pública.

A Superintendência de Manutenção

Estratégica da Sabesp (OG) é responsável por realizar atividades de manutenção, obras emergenciais e serviços de grande complexidade no Estado de São Paulo. Os serviços diversas áreas (civil, elétrica, instrumentação e mecânica) referem-se à manutenção preventiva, preditiva e corretiva de diversos equipamentos.

Desde agosto de 2022, o setor de Painéis, Dispositivos de Manobra e Geradores da Divisão de Manutenção Elétrica e Instrumentação ficou responsável pela manutenção preventiva e corretiva de 229 grupos motogeradores a diesel em instalações da Sabesp da RMSP - Região Metropolitana de São Paulo.

Yuri de Lima Barbosa e Felipe Alves Miranda, da Sabesp

Este trabalho tem como objetivo calcular e analisar os indicadores de manutenção de grupos motogeradores da Sabesp.

Metodologia

Indicadores de manutenção são medidas quantitativas ou qualitativas que ajudam a avaliar o desempenho e a eficiência das ações de manutenção realizadas em uma organização. Fornecem informações cruciais sobre a saúde dos equipamentos, o desempenho das equipes e a eficácia dos planos de manutenção. Alguns exemplos de indicadores:

• Tempo médio entre falhas (MTBFMean Time Between Failures).

• Tempo médio para reparo (MTTRMean Time To Repair).

• Disponibilidade.

• Confiabilidade.

• Distribuição por tipos de manutenção.

• Taxa de reparo preventiva vs. corretiva.

• Taxa de falhas.

• Backlog

• Custo de manutenção sobre faturamento.

• Custo de manutenção sobre valor de reposição (CPMV).

Para este trabalho, os indicadores que serão definidos e calculados para análise são o MTBF, MTTR, disponibilidade, confiabilidade e distribuição por tipos de manutenção.

O indicador mais conhecido é o MTBF e descreve o tempo médio decorrido entre as falhas de um sistema ou equipamento, ou seja, o tempo médio de operação de um dispositivo antes de uma falha. Essa métrica é frequentemente utilizada para avaliar a confiabilidade de um sistema ou equipamento. O MTBF é mais confiável porque tem uma menor probabilidade de falhar dentro de um determinado período. O recomendado é calcular 70% do tempo médio entre falhas para realizar as manutenções preventivas. Para se calcular o MTBF, deve-se dividir o somatório das horas de trabalho em bom funcionamento pelo número de paradas para manutenção. Sua unidade de medida é em horas (h).

O MTTR descreve o tempo médio necessário para reparar um sistema ou equipamento após uma falha. Esse indicador é importante para avaliar a

eficiência do processo de restauração de equipamentos. Um MTTR mais baixo indica que a equipe de manutenção pode resolver problemas de forma rápida e eficiente, reduzindo o tempo de inatividade não planejada dos equipamentos. O MTTR é fundamental para maximizar a disponibilidade operacional, reduzir os custos de inatividade dos equipamentos e otimizar o tempo de resposta da equipe de manutenção. Para se calcular o MTTR, deve-se dividir o somatório dos tempos de reparo pelo número de intervenções realizadas. Sua unidade de medida é em horas (h).

O indicador de disponibilidade na manutenção é uma medida que mostra a capacidade de um equipamento, sistema ou instalação de funcionar corretamente durante o tempo necessário ou esperado, ou seja, é a proporção do tempo em que o equipamento está disponível para operação em relação ao tempo total em que deveria estar disponível. Como afeta diretamente a eficiência e a produtividade das operações, a disponibilidade é um indicador que merece atenção.

Esse indicador contribui para a liderança avaliar o desempenho da ma-

Gestão de ativos

nutenção, indicar áreas de melhoria e implementar estratégias para minimizar os tempos de inatividade não planejados, aumentando a produtividade e a eficiência operacional. Padrões de classe mundial determinam que uma boa disponibilidade é aquela acima de 90%. O cálculo da disponibilidade é mostrado na equação a seguir e sua unidade de medida é adimensional.

Disponibilidade = MTB F MTBF + MTTR

O indicador de confiabilidade é semelhante à disponibilidade. Regulamentada pela NBR 5462 da ABNTAssociação Brasileira de Normas Técnicas, ela pode ser definida como a capacidade do equipamento de desempenhar uma função sob determinadas condições e dentro de um intervalo de tempo no futuro, ou seja, a confiabilidade mede se o sistema ou equipamento é confiável considerando a probabilidade dele desempenhar bem suas funções em um certo período no futuro. Assim, o conceito de confiabilidade pode contribuir diretamente para a redução de custos operacionais, não somente para a gestão

compras também. O cálculo da disponibilidade é mostrado na equação a seguir e sua unidade de medida é adimensional.

Confiabilidade (t) = e-λ.t

λ = 1 (taxa de falhas) MTBF em que: t = tempo no futuro a definir a confiabilidade do equipamento

Em agosto de 2022, o setor responsável da Sabesp começou a fazer manutenções preventivas em 229

15 e 1140 kVA a cada dois meses. Desde fevereiro de 2023, os dados dos relatórios de manutenção preventiva planejada, manutenção corretiva e intervenção passaram a ser digitais, facilitando o tratamento e aquisição dos dados e possibilitando o cálculo dos indicadores de manutenção para algumas máquinas.

Foram escolhidas 34 máquinas para avaliação e determinação dos indicadores de manutenção. O período de aquisição dos dados foi definido entre

Tab. I – Indicadores de manutenção de grupos motogeradores. Todos têm periodicidade de manutenção preventiva mensal

Tab. II – Tempo médio de funcionamento/mês dos gerado‑ res que não apresentaram falhas. Todos têm periodicidade de manutenção preventiva mensal, com exceção do CCO

Costa Carvalho e Call center G1 e G2, que são quinzenais

Motogeradores

Potência (kVA)

Tempo médio de funcionamento (h/mês)

CCM – Costa Carvalho - G1 30 1,74

ETA ABV - G1 330 1,23

ETA ABV - G2 53 0,77

EEAB Guarapiranga - G1 310 0,33

ETA Casa Grande - G1 255 2,88

UAD Leopoldina - G1 115 8,69

TSP Jaguari-Atibainha - G1

ETA Alto Cotia - G1

100 1,08

700 15,69

ETA Alto Cotia - G2 700 15,46

ETA Alto Cotia - G3

700 15

ETA Rio Grande - G2 405 2,01

ETA Rio Grande - G3 405 1,85

CCO – Costa Carvalho - G1 150 1,31

Call center - G1 200 1,23

Call center - G2 115 1,38

ETA Guaraú - G1

ETA Guaraú - G3

700 7,46

700 14,85

Após o levantamento dos dados de manutenção preventiva, manutenção corretiva, tempo de funcionamento dos geradores e quantidade de intervenções corretivas, foi possível calcular os indicadores de manutenção MTBF, MTTR, disponibilidade e confiabilidade. Alguns geradores no período analisado não apresentaram falhas, então não foi possível calcular os indicadores. Portanto, para estes, foi apresentada a quantidade de horas média de funcionamento por mês (tabelas I

e II). Para todos os grupos motogeradores foi determinado o indicador de distribuição por tipos de manutenção.

Análise e discussão dos resultados

Os parâmetros para alguns indicadores apresentados são:

• MTBF: quanto maior, melhor; e as manutenções preventivas devem ocorrer com uma periodicidade em torno de 70% do MTBF.

• MTTR: quanto menor é melhor.

• Disponibilidade: acima de 90%.

• Distribuição por tipos de manutenção: máximo de 20% de manutenção corretiva.

A partir da tabela II, é possível observar que o tempo médio de funcionamento de cada gerador por mês é menor que 70% do MTBF. Por exemplo, para o gerador EEE Grajaú (G1), o MTBF é de 10,02 h e o seu tempo médio de funcionamento é de 0,77 h/mês. Ao calcular 70% do MTBF, chega-se a 7,01 h. Portanto, a manutenção preventiva deve ocorrer a cada 7,01 h de funcionamento do equipamento. Entretanto, por mês,

esse equipamento funciona (em média) 0,77 h. Logo, seria necessário em torno de nove meses para esse gerador atingir 7,01 h de operação.

De acordo com a tabela I, a manutenção preventiva desse equipamento acontece mensalmente, ou seja, a cada 0,77 h em média de seu funcionamento. Portanto, o período de manutenção calculado para ele pode ser a cada nove meses. Estendendo esse raciocínio para todos os equipamentos da tabela II, verifica-se que esses geradores possuem uma periodicidade de manutenção preventiva bem maior do que as apontadas pelos parâmetros dos indicadores.

Em relação à disponibilidade calculada para os equipamentos da tabela II, observa-se que os geradores EEAB Santa Inês (G1), EEAB Cachoeira da Graça (G1 e G2) e Usina Geradora (G1 e G2) possuem disponibilidade acima de 90%. Os outros equipamentos dessa tabela tiveram disponibilidades menores devido a alguns fatores, como o valor alto de MTTR, valor baixo de MTBF e poucas horas de funcionamento durante o período analisado.

Já a confiabilidade de todos os equipamentos da tabela II foi mais elevada

Gestão de ativos

porque, em um mês, a previsão de tempo de funcionamento dos equipamentos é baixa.

Os equipamentos EAB Taquacetuba (G1), EEAB Santa Inês (G2) e Leopoldina (G1) apresentaram uma distribuição igual ou maior do que 20% de manutenções corretivas. Para evitar que isso aconteça, é necessário que as manutenções preventivas sejam mais cuidadosas e que testes em carga sejam realizados com mais frequência, com simulação da queda da energia da rede, para identificar possível problemas quando esses equipamentos forem demandados em situações reais. É possível identificar que algumas intervenções de melhorias foram feitas nos geradores, como por exemplo a troca do USCA (controlador compacto) ou a instalação de tanque de combustível externo. A partir dessas análises, conclui-se que as manutenções preventivas realizadas nos grupos motogeradores da Sabesp estão acontecendo em uma periodicidade menor do que a sugerida pelos indicadores. Essas inspeções nos geradores a diesel não podem acontecer em intervalos grandes pelos seguintes motivos:

• Lubrificação: para evitar o desgaste excessivo, as peças móveis dos motores a diesel devem ser lubrificadas adequadamente. Quando um gerador não é usado por muito tempo, a lubrificação pode se deteriorar, o que pode causar danos quando o motor é reiniciado.

• Acúmulo de impurezas no combustível: quando um gerador a diesel fica parado por muito tempo, o combustível dentro do tanque pode começar a degradar-se e formar depósitos. Isso pode causar danos às linhas e filtros de combustível e problemas de funcionamento quando o gerador é ligado novamente.

• Corrosão: os componentes metálicos do sistema de exaustão e do motor podem corroer quando não estão em uso, especialmente em ambientes úmidos.

• Baterias: a maioria dos geradores a diesel usa baterias para iniciar o motor. Se o gerador não for usado por um longo período, a bateria pode descarregar completamente e ser danificada e inutilizada.

Portanto, para manter um gerador a diesel em boas condições, é recomendável operá-lo regularmente.

Conclusões e recomendações

Com a discussão apresentada neste artigo, conclui-se que:

• As manutenções preventivas realizadas nos grupos motogeradores analisados estão acontecendo em uma periodicidade menor do que a sugerida pelos indicadores.

• O MTTR poderia ser menor.

• A partir dos valores de disponibilidade, pode-se escolher os geradores que precisam de mais atenção nas manutenções preventivas.

• A maioria dos equipamentos possuem uma distribuição de manutenção corretiva menor do que 20%.

A análise dos dados dos geradores que apresentam os piores índices contribui para evitar futuras ocorrências emergenciais. Portanto, recomenda-se evoluir os estudos para indicação de ações que melhorem os indicadores.

Por motivo de espaço, o artigo foi resumido. O conteúdo original está disponível nos anais eletrônicos da 35º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 22 a 24 de outubro de 2024, em São Paulo.

Qual é a melhor bomba para captação de água: submersível ou de superfície?

A escolha do equipamento adequado é essencial para garantir o desempenho e a durabilidade de um sistema de bombeamento industrial. Mas qual é a melhor bomba para captação de água em aplicações como tanques, barragens, canais ou nascentes?

O artigo compara as bombas submersíveis e de superfície, destacando os principais critérios que devem ser avaliados para garantir uma escolha eficiente, segura e econômica.

Escolher o equipamento certo é essencial para garantir o desempenho e a durabilidade de um sistema de bombeamento industrial. Mas qual é a melhor bomba para captação de água em aplicações como tanques, barragens, canais ou nascentes?

A resposta depende de fatores técnicos como profundidade de captação, volume de água, características do local, facilidade de acesso e exigência de automação.

As bombas submersíveis e de superfície são amplamente utilizadas em operações industriais de captação, drenagem e transferência de água. Cada uma apresenta vantagens e limitações que devem ser consideradas.

Diferenças

As duas tecnologias atendem à mesma função: transferir água de um ponto a outro, porém com princípios de operação distintos.

Submersível

Instalada imersa no líquido, geralmente no fundo de tanques, reservatórios, canais ou áreas alagadas. O motor é vedado e protegido contra a entrada

de água, operando diretamente dentro do fluido (figura 1).

• Princípio de funcionamentoEmpurra a água para cima.

• Instalação - Dentro do ponto de captação, em contato direto com o líquido.

Superfície

Instalada fora do líquido bombeado, geralmente em estruturas técnicas próximas ao ponto de captação. Utiliza tubulações de sucção para puxar a água até o rotor (figura 2).

• Princípio de funcionamento - Suga a água e impulsiona por meio da diferença de pressão.

• Instalação - Fora do tanque, reservatório ou barragem.

A principal diferença está no posicionamento do equipamento em relação ao fluido e, por consequência, no tipo de operação hidráulica e manutenção exigida.

Guilherme Mariano, Diretor Comercial da DMB Bombas
Fig. 1 – Bomba submersível instalada imersa no líquido
Fig. 2 – Bomba de superfície instalada com tubulações de sucção para puxar a água até o rotor

Quando usar uma bomba submersível para a captação de água

Tab. I – Comparativo entre as bombas submersível e de superfície

Critério Submersível Superfície

Instalação

Espaço físico

Altura de sucção

Manutenção

A bomba submersível é ideal para situações onde a fonte de captação está em nível inferior à casa de bombas ou em locais de difícil acesso, como tanques industriais com grande profundidade, reservatórios subterrâneos ou com nível variável, barragens com alto volume de armazenamento, drenagem de áreas alagadas ou escavações industriais e captação em canais ou estruturas fluviais.

Dentro do ponto de captação Fora do ponto de captação

Ocupa menos espaço externo

Não aplicável (já está imersa)

Requer estrutura e base externa

Limitada (até aprox. 7 m na maioria dos casos)

Exige remoção para manutenção Acessível e fácil de manter

Desempenho em profundidade Excelente

Custo de instalação

Como o motor está imerso, não há risco de despressurização da linha de sucção, o que elimina problemas com perda de carga ou entrada de ar. Além disso, esse tipo de bomba opera de forma silenciosa e com menor espaço ocupado, já que não requer estrutura externa.

Vantagens operacionais

• Evita cavitação.

• Ideal para bombeamento em profundidade.

• Menor exigência de estrutura externa.

• Melhor desempenho em áreas inundadas.

É necessário garantir que o local possua condições seguras de instalação elétrica e manutenção, e que a bomba seja fabricada com materiais adequados ao tipo de fluido e ambiente.

Quando usar uma bomba de superfície para a captação de água

A bomba de superfície é recomendada quando a captação está em nível acessível e a altura de sucção é pequena, como em tanques elevados,

Pode ser mais alto (infraestrutura elétrica submersa)

reservatórios rasos com grande área, sistemas de recirculação industrial, unidades móveis de bombeamento em skids ou booster móveis e captação a partir de canais abertos com baixa profundidade.

Como o equipamento fica fora do fluido, o acesso para inspeção e manutenção é facilitado. Esse tipo de bomba também permite maior controle visual e ajustes rápidos, sendo muito utilizada em sistemas onde a supervisão contínua é necessária.

Vantagens operacionais

• Fácil instalação e manutenção.

• Acesso rápido para troca de componentes.

• Possibilidade de instalação em ambiente abrigado.

• Ideal para instalações temporárias ou móveis.

Em alturas de sucção maiores que 7 m, a bomba pode sofrer com perda de desempenho ou cavitação, exigindo cuidados extras no projeto da tubulação.

Vantagens e limitações das bombas submersíveis e de superfície

A decisão entre uma bomba submersível ou de superfície deve considerar o cenário operacional, e não apenas o custo inicial. A tabela I traz um comparativo entre os modelos. Cada sistema exige um estudo técnico. Em operações críticas ou contínuas,

Limitado sem o auxílio de válvulas ou boosters

Menor custo inicial

o desempenho a longo prazo e a facilidade de manutenção devem pesar mais que o custo inicial.

Como

saber qual é a melhor bomba para captação de água

A escolha deve ser feita com base nos critérios técnicos do processo, e não apenas pelo tipo de bomba. É preciso avaliar a profundidade e o volume da captação, a distância entre ponto de sucção e o local de descarga, o espaço físico disponível para instalação, o tipo de fluido (água limpa, turva, com sólidos, corrosiva), a frequência de operação (contínua, intermitente ou emergencial), a facilidade de acesso para manutenção preventiva e a necessidade de automação ou controle remoto. Em muitos casos, o melhor é consultar um especialista.

Conclusão

Entender qual é a melhor bomba para captação de água em ambientes industriais é o primeiro passo para garantir um sistema eficiente, seguro e durável. Tanto as bombas submersíveis quanto as de superfície têm aplicações estratégicas, e a escolha certa depende do processo, local de instalação e das exigências operacionais.

Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente

Produtos

Raspagem de lodo e sedimentos

A austríaca Probig fabrica sistemas de raspadores e roscas transportadoras construídas com polímeros reforçados com fibra de vidro, uma alternativa aos tradicionais componentes metálicos utilizados em estações de tratamento. O sistema de raspagem pode atuar tanto na remoção de lodo do fundo quanto de resíduos da superfície, como lodo flotado e espuma. O design leve do equipamento facilita a operação e o tracionamento, já que todo o conjunto, incluindo as correntes, também é feito com polímeros projetados para reduzir atrito e evitar patinagens. Comercializados no Brasil pela Naest, representante da marca europeia no país.

Site: www.naest.com.br

Degraus para escada de serviço

Os degraus para escada de serviço da TORRI são resistentes à corrosão, pois contam com um plástico cuja principal característica é a alta resistência aos ácidos. Devido à sua cor amarelo vivo, promove alta visibilidade e sinalização.

O design

do degrau foi concebido para dar mais segurança do usuário, contando com um sistema de travamento lateral e antiderrapante.

Site: www.torri.com.br

Monitoramento e proteção de elevatórias de esgoto

umidade, temperatura e CO2, o produto trabalha com conexão 4G e protocolos MQTT, Modbus, HTTP e FTP.

Site: www.carmeltecnologia.com.br

Bomba peristáltica

ral de filtragem que utiliza biomassa com uma mistura de bactérias. O esgoto é tratado em um processo de

hidrólise e, em torno de seis horas, permite a reutilização da água.

A NETZSCH Bombas e Sistemas desenvolveu o Norius, um sistema de monitoramento, proteção e controle de equipamentos que permite supervisionar, em tempo real, parâmetros de bombeamento e operação. O sistema dispõe de dois níveis de proteção, com envio de alertas/avisos por e-mail e mensagens, e via relé, podendo desligar o equipamento se necessário. Apresenta oito entradas analógicas, quatro entradas digitais, além de entrada dedicada para leitura de RPM.

Site: https://pumps-systems. netzsch.com/pt-BR/

Plataforma de coleta de dados

A PCD – Plataforma de Coleta de Dados da Carmel Tecnologia é uma solução para captura e análise de dados meteorológicos e climáticos. Com sensores que avaliam parâmetros como chuva,

A Bredel Hose Pumps, integrante da WMFTS - WatsonMarlow Fluid Technology Solutions, disponibilizou no mercado a bomba peristáltica Bredel Heavy Duty Projetada com avançados recursos de segurança e confiabilidade para atender às exigências de setores como mineração, tratamento de água e efluentes, construção e outros serviços de manejo de fluidos, a solução é indicada para a transferência de pastas abrasivas com alto teor de sólidos, lodos espessos e fluidos corrosivos.

Site: https://www.wmfts.com/pt-br/

Estação modular

A Zero Esgoto fornece uma solução de saneamento descentralizado. Com foco em pequenas comunidades, propriedades rurais e empresas, a tecnologia desenvolvida pela empresa trata esgoto doméstico por meio de um sistema natu-

Site: www.zeroesgoto.com.br

Separador de sólidos

Os separadores de sólidos S300 e S655/S855, da Bauer do Brasil, funcionam com eixo helicoidal que realiza a separação por prensagem e são capazes de operar de forma contínua. A versão S300, voltada a pequenas propriedades ou unidades de biogás, tem capacidade de até 16 m³/h. Já os modelos S655/S855 (foto) atendem a médias e grandes propriedades, com desempenho de até 35 m³/h. Fabricados com

carcaça de ferro fundido e partes em aço galvanizado, os equipamentos suportam ambientes agressivos com baixa necessidade de manutenção.

Site: www.bauer-br.com

Geossintéticos – O Comitê Técnico de Geossintéticos da Associação Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (CTG ABINT) lançou o Manual CTG ABINT para Compradores. O objetivo da entidade é orientar o comprador para que ele tenha em mãos as ferramentas necessárias para avaliar a qualidade do produto que está adquirindo. No manual são abordados temas como a importância de se garantir as propriedades dos geossintéticos especificadas no projeto, como escolher fabricantes confiáveis (homologação de produtos e fornecedores), composição de custos e até dicas do pós-compra, sempre com vistas à qualidade e a eficiência do uso. Com 11 páginas, o guia pode ser acessado pelo link: https://abrir.link/pWSPI.

Reúso – Em Caminhos para o Reúso de Água no Brasil, Ana Silvia Pereira Santos, Frank Pavan, Lilian Velloso, Maira Lima e Sergio Ayrimoraes contextualizam a prática de reúso de água, apresentando elementos para o seu impulsionamento, desafios possíveis de serem transpostos e rumos para o seu alcance. O conteúdo foi desenvolvido

e apoiado pelas experiências nacionais e internacionais dos autores, o que favore-

ce o entendimento e impulsiona a criação de um senso crítico bem-estruturado por parte do leitor. Editora LTC (https://abrir.link/nitrm), 232 páginas.

Quantificação de perdas – A série Balanço Hídrico, da AESBE – Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento, aborda diversos temas relacionados à água. No volume 6, intitulado Guia Prático Para Método Direto de Quantificação de Perdas Reais em Sistemas de Abastecimento, o leitor encontrará temas como perdas reais em sistemas de abastecimento, relação entre vazamento e pressão, método das vazões mínimas e noturnas e levantamentos de campo para verificação de estanqueidade. A obra, de 44 páginas, pode ser consultada pelo link: https://abrir.link/WdRBg.

Publicações

Legislação – Na obra Saneamento no Processo Civil, o autor Rodrigo Castro Vilela destaca as mudanças trazidas pelo Código de Processo Civil de 2015. O estudo parte da premissa de que o saneamento adequado do processo é uma garantia constitucional dos jurisdicionados e um dever da função judiciária do Estado. Dividido em duas partes, além da introdução e das considerações finais, o primeiro capítulo aborda os antecedentes históricos do instituto do saneamento e analisa ordenamentos jurídicos estrangeiros, propondo um novo conceito de saneamento do processo. Já o segundo capítulo examina a atividade saneadora sob a perspectiva constitucional, discutindo a jurisdição e a celeridade como garantias dos jurisdicionados. Um subcapítulo é dedicado à técnica de distribuição do ônus da prova, além da estabilidade e recorribilidade das decisões de saneamento. Editora Dialética (https://abrir.link/wbtmt), 124 páginas.

Índice de anunciantes

Saneamento em Pauta

AAESabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp) e a Aesbe (Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento) firmaram, em julho, uma parceria que tem se consolidado como uma importante aliança estratégica na promoção e valorização do saneamento básico no Brasil. Unindo a força técnica e o protagonismo institucional de duas entidades representativas, essa colaboração vem ampliando a capacidade de articulação do setor junto a instâncias decisórias, promovendo a inovação, o diálogo qualificado e a defesa do saneamento como direito fundamental.

A atuação conjunta tem se mostrado especialmente relevante em momentos-chave da agenda nacional e internacional. Juntas, AESabesp e Aesbe têm mobilizado esforços para garantir que o saneamento seja reconhecido como elemento essencial nas discussões sobre desenvolvimento sustentável, saúde pública, justiça social e adaptação climática. Esse protagonismo tem sido evidente em grandes eventos como a Fenasan, considerada uma das maiores feiras de saneamento da América Latina, em que a presença da Aesbe, fortalecida pela parceria com a AESabesp, contribui para ampliar o intercâmbio entre empresas estaduais, profissionais e fornecedores de tecnologia.

No cenário internacional, a sinergia entre as duas entidades também tem garantido espaço para que o saneamento brasileiro seja escutado com mais atenção em fóruns multilaterais.

A participação em edições da Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP), por exemplo, reflete o esforço articulado para inserir o tema do saneamento na agenda climática global. Nessas ocasiões, a parceria viabiliza a representação técnica e institucional qualificada do Brasil, reforçando a importância dos serviços públicos de água e esgoto no enfrentamento da crise climática.

Outro aspecto relevante dessa cooperação está no campo da formação e do fortalecimento das capacidades técnicas dos profissionais do setor. Por meio de cursos, seminários, painéis e publicações conjuntas, a AESabesp e a Aesbe têm promovido espaços permanentes de atualização, troca de experiências e aprofundamento técnico, contribuindo para a melhoria contínua dos serviços de saneamento e para a valorização dos trabalhadores da área. Essa agenda de qualificação também é fundamental para preparar o setor frente aos desafios impostos pelo novo marco legal do saneamento e às exigências crescentes da sociedade por serviços de qualidade, universais e ambientalmente responsáveis.

A parceria também avança no campo institucional, ao articular diálogos com o poder público, universidades, organizações internacionais, setor privado e sociedade civil. Essa postura colaborativa tem permitido construir consensos, influenciar políticas públicas e fortalecer os serviços públicos de saneamento como instrumentos de cidadania, inclusão e desenvolvimento. A articulação

com outras entidades e fóruns amplia a visibilidade das pautas prioritárias do setor e reforça a legitimidade das empresas estatais como protagonistas na universalização do acesso à água e ao esgotamento sanitário no Brasil.

A união entre AESabesp e Aesbe é, portanto, uma demonstração concreta de que parcerias baseadas em objetivos comuns, competência técnica e compromisso social são fundamentais para impulsionar o saneamento no país. Essa colaboração amplia vozes, conecta territórios e inspira novas possibilidades de atuação, tornando-se referência no enfrentamento dos grandes desafios que ainda persistem no setor.

Com os olhos voltados para o futuro, ambas as entidades seguem empenhadas em garantir que o saneamento continue no centro das estratégias de desenvolvimento sustentável, contribuindo para a construção de cidades mais resilientes, inclusivas e saudáveis. A parceria entre AESabesp e Aesbe segue firme e essencial para a transformação estrutural do saneamento no Brasil e para sua projeção no cenário internacional como política pública estratégica e inegociável.

Maria Aparecida Silva de Paula é química, mestre em Administração Internacional de Negócios pela Steinbeis University Berlin Institute Business Development Brazil e coordenadora de Relações Institucionais AESabesp. É mentora e coordenadora do Projeto Ecoeventus, voltado à minimização de emissão de Gases de Efeito Estufa, dos Prêmios para Expositores da Fenasan – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente e do Prêmio Jovem Profissional AESabesp.

Esta seção é dedicada a reflexões sobre o setor de saneamento no Brasil e seus desafios. Os artigos são elaborados pelo Corpo Diretivo das principais entidades de saneamento do país e não necessariamente refletem a opinião da Hydro.

Maria Aparecida Silva de Paula

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