O 36º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente acontece entre os dias 21 e 23 de outubro em São Paulo. A reportagem especial traz uma prévia das novidades que serão apresentadas no evento.
Serviço
Guia de tubos e conexões
O levantamento apresenta a oferta de tubos e conexões no Brasil, com detalhes como materiais, aplicações e acessórios, bem como os contatos de atendimento aos clientes das empresas.
Filtração
Remoção de ferro e manganês de água subterrânea
O artigo analisa a operação de uma ETA voltada ao tratamento de águas subterrâneas em uma indústria. Foram coletados dados de pH, ferro, manganês e cloro livre da água bruta e tratada.
Estudo de caso
Substituição de lagoas anaeróbias por reatores UASB como pré-tratamento em lagoa facultativa O artigo descreve a substituição das lagoas anaeróbias convencionais por reatores UASB seguidos de lagoa facultativa em uma estação existente com sobrecarga hidráulica e as limitações de espaço.
Resíduos
Estudos e projetos para o tratamento de lodo de ETAs
O lodo gerado no tratamento de água possui características físico-químicas que o classificam como resíduo sólido, não podendo ser descartado em corpos hídricos sem tratamento prévio.
Tratamento de esgoto
Análise de cargas de nitrogênio e fósforo no Estado de São Paulo
Este estudo teve como objetivo caracterizar a situação dos sistemas municipais de esgotamento sanitário de São Paulo. Foram identificadas e analisadas 768 ETEs. A redução das cargas potenciais de nitrogênio e fósforo alcançada pelos municípios foi de apenas 37% e 25%.
Medição
Avaliação de desempenho de hidrômetros volumétricos e velocimétricos
A análise busca orientar profissionais do setor de saneamento sobre a escolha mais eficiente de tecnologia para reduzir perdas aparentes de água e melhorar a micromedição e a receita das companhias.
Editorial
Saneamento em transição: da expansão à sustentabilidade
Osaneamento brasileiro vive um momento de amadurecimento técnico e de redefinição de prioridades. À medida que o país busca cumprir as metas do marco legal e atender às exigências ambientais, o setor passa a encarar desafios mais complexos — que vão muito além da expansão da cobertura. Nesta edição, a Hydro reúne artigos e estudos que refletem esse novo estágio: o de consolidar sistemas mais eficientes, sustentáveis e integrados, capazes de transformar passivos históricos em oportunidades de inovação.
É o caso da substituição de lagoas anaeróbias por reatores UASB no município paulista de Luiz Antônio. O artigo demonstra como a engenharia pode aliar eficiência e racionalização de espaço, modernizando estruturas sem necessidade de novas áreas.
A análise das cargas de nitrogênio e fósforo nas ETEs paulistas, tema abordado a partir da página 62, por sua vez, reforça que o avanço da cobertura não garante, por si só, a qualidade dos corpos hídricos — é preciso ampliar a eficiência na remoção de nutrientes e investir em tecnologias de nível terciário.
Esses temas convergem para um mesmo diagnóstico: o saneamento precisa superar o modelo linear, baseado apenas em coleta e descarte, e avançar para uma abordagem circular — em que o reaproveitamento de energia, água e subprodutos seja parte do planejamento. Essa transição depende tanto de inovação tecnológica quanto de gestão, regulação e capacitação, pilares que vêm ganhando força nas companhias.
É nesse contexto que se insere a Fenasan 2025, principal evento do setor no país, que reunirá em São Paulo, entre 21 e 23 de outubro, mais de 30 mil profissionais e especialistas para debater o tema “Saneamento e Inovação: Pilares para um Futuro Resiliente e Sustentável”. O encontro acontece em um momento estratégico, às vésperas da COP30, e promete discutir desde novas soluções para tratamento de água e esgoto até temas emergentes como descarbonização, economia circular e adaptação às mudanças climáticas.
Os avanços apresentados nesta edição — seja no aprimoramento de processos, na gestão de resíduos ou na busca por eficiência energética — também estarão no centro das discussões da Fenasan. O evento reforça o papel do saneamento como vetor de sustentabilidade, inovação e saúde pública, e evidencia que o futuro do setor depende da capacidade de integrar conhecimento técnico, investimento e compromisso ambiental em um mesmo propósito.
Em um cenário em que o país precisa conciliar crescimento urbano, segurança hídrica e metas climáticas, o saneamento reafirma seu papel estratégico — não apenas como serviço essencial, mas como parte da solução para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Sandra Mogami – Editora sm@arandaeditora.com.br
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ISSN 1980-2218
Hydro é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP Brasil Tel. (+55-11) 3824-5300 e 3824-5250 Fax (+55-11) 3666-9585 infohydro@arandanet.com.br - www.arandanet.com.br
A revista Hydro é enviada a 12 mil profissionais envolvidos com instalações hidrossanitárias prediais, com o tratamento de água e efluentes em indústrias e complexos de serviços e com sistemas públicos de água e esgoto.
Notícias
ECOCASA cresce com sistemas de reúso e tratamento de água
Fundada em 2001, a ECOCASA evoluiu de uma loja de produtos ecológicos voltada ao consumidor final para se destacar no mercado nacional com soluções de gestão de água e tratamento de esgoto. A virada ocorreu em 2002, quando a companhia passou a atuar como integradora da Mizumo, que trouxe do Japão para o Brasil o conceito do tratamento biológico de esgoto em estações compactas (Jhokasou). A experiência acumulada nesse período levou, anos depois, à criação de uma linha própria de produtos e à consolidação de uma fábrica em Limeira, SP, com 1600 m² de área e produção 100% nacional.
“Quando a Mizumo saiu do mercado, em 2016, transformamos a operação em uma indústria de soluções hídricas, desenvolvendo tecnologias próprias a partir do conceito da ETE compacta”, afirma Henrique Martins, diretor de comunicações e marketing (CCO) do Grupo ECOCASA.
O primeiro grande destaque da companhia foi a Cisterna Pronta, sistema patenteado de aproveitamento de água de chuva. Com conceito plug and play, o reservatório já incorpora filtragem, bombeamento e automação, eliminando a necessidade de casa de máquinas e reduzindo o tempo de instalação de até 50 dias no processo convencional com obras civis para apenas dois dias. Fabricado em fibra de vidro (PRFV), o equipamento pode ser enter-
Sistema compacto de tratamento da ECOCASA: versão enterrada reduz a área ocupada e se integra ao paisagismo
rado ou sobreposto, em versões horizontais ou verticais, com capacidade de 5 mil a 80 mil litros. A partir dessa inovação, a ECOCASA estruturou um portfólio que inclui estações de tratamento de esgoto com diversas tecnologias e soluções para reúso de água. Entre eles estão a EcoTED, estação compacta de tratamento aeróbio de esgoto doméstico, com capacidades de 2 a 500 m³/dia e garantia de mais de 90% de remoção de matéria orgânica; o SATE, sistema anaeróbio desenvolvido para substituir as fossas sépticas de forma mais segura e eficiente; e a linha Oásis, para tratamento e reúso de água cinza, que ganhou em 2024 a versão Oásis Bio, baseada em processo biológico mais acessível financeiramente e compacto em relação ao físico-químico tradicional.
“Para estações de tratamento de esgoto de maiores vazões, a partir de 500 m³/dia, fabricamos soluções verticalizadas em conceitos UASB-FASB e MBBR, garantindo maior eficiência no menor espaço útil possível e produzindo esgoto tratado dentro
de qualidades de água para o reúso e/ou descarte seguro no meio ambiente”, afirma.
Desde sua fundação, a ECOCASA já soma mais de 6 mil obras atendidas, com cerca de 15 mil m³ de água de chuva captados e 36 mil m³ de esgoto tratados. O reúso é uma demanda crescente, afirma Henrique Martins, que vê clientes cada vez mais interessados em reaproveitar o esgoto tratado para irrigação de jardins e lavagem de áreas externas. Em alguns projetos, a empresa combina esgoto tratado e água de chuva em um único sistema, ampliando a eficiência hídrica dos empreendimentos. Atualmente, a ECOCASA atende condomínios de alto padrão, loteadoras, incorporadoras e indústrias, além de manter projetos em parceria com companhias de saneamento como Sabesp, Copasa, Sanepar, Aegea, BRK, dentre outras.
A empresa prepara uma nova linha de produtos híbridos a ser lançada em 2026, que promete disrupção no setor. Segundo Martins, será uma tecnologia inédita no Brasil, capaz de atender desde empreendimentos de alto padrão até habitações populares, com maior competitividade em custo/benefício. “O saneamento é a nova ‘placa fotovoltaica’ do mercado ambiental. As metas agressivas de universalização vão puxar a demanda por soluções compactas e acessíveis, e a ECOCASA está posicionada para ser protagonista nesse movimento”, conclui o executivo.
ECOCASA – Tel. (11) 99111-1567
Site: https://www.ecocasa.com.br/
Henrique Martins, da ECOCASA: o reúso é uma demanda crescente
Aclaris mira triplicar faturamento até 2028 sob comando da segunda geração
AAclaris, empresa nacional especializada em tratamento de água industrial com sede em Taboão da Serra, SP, vive um novo momento de gestão. Há cerca de um ano, as irmãs Stella Medeiros e Isabella Medeiros assumiram o comando da companhia fundada por sua mãe em 2017. Elas também dirigem a Stella Resinas, criada em 1997 e dedicada a soluções em resinas de troca iônica.
Com uma equipe de 22 colaboradores, as executivas traçaram um planejamento estratégico de longo prazo, mirando marcos de crescimento ao longo dos próximos 20 anos.
O objetivo mais imediato é ambicioso: triplicar o faturamento até 2028.
“Planejamos os próximos 20 anos com uma visão clara de crescimento progressivo. Em três anos, conquistaremos a primeira grande meta; nas etapas seguintes, ampliaremos nossa presença e resultados; e, ao final desse ciclo, alcançaremos um estág io de referência no setor, respaldado por certificações, reconhecimentos e premiações. O faturamento, acreditamos, será consequência de um trabalho bem-feito”, afirmou Stella.
De acordo com ela, cada projeto é desenvolvido a partir de análises precisas da água, permitindo o dimensionamento ideal de bombas, filtros e sistemas. “Nossos skids são entregues prontos para operação, equipados com painel de comando, PLC e supervisório de última geração, assegurando automação e controle avançado”, diz,
Entre os principais desenvolvimentos da Aclaris está o sistema de osmo-
se reversa de duplo passo, concebido internamente pela equipe de engenharia. A solução elimina as perdas do processo convencional ao reintroduzir o concentrado no início do ciclo, permitindo 100% de aproveitamento da água. Em geral, as perdas são de 30% a 40% devido à necessidade de descarte do concentrado com as impurezas retidas no processo. Na tecnologia desenvolvida pela Aclaris, primeiro é feito o pré-tratamento com resinas de troca iônica e somente depois as membranas de osmose reversa realizam a desmineralização por completo. A água tratada segue para produção.
Para segmentos mais exigentes, como o farmacêutico, cosmético e alimentício, a empresa disponibiliza também tanques para sanitização a quente, eliminando a necessidade de produtos químicos.
“A Aclaris se consolidou no atendimento a indústrias de alto padrão de qualidade, em especial o setor farmacêutico. São poucas empresas no Brasil que conseguem atender farmacêuticas e grandes indústrias com todas as certificações necessárias. Nós temos os requisitos técnicos e a qualidade exigida, o que nos permite entrar nesse mercado. E, a partir dele, conseguimos expandir para outros setores com mais facilidade”, explicou Isabella.
Além de sistemas sob medida, a empresa aposta no suporte técnico e na manutenção como diferencial competitivo. “Não são todas as empresas que oferecem assistência e consultoria técnica como a nossa. Estamos sempre próximos dos clientes, com cronogramas de manutenção preventiva e apoio contínuo, inclusive para dúvidas além do escopo contratado”, ressaltou Isabella.
A sustentabilidade é parte do plano de expansão. A empresa já desenvolve projetos de reúso de água e estuda aplicações para esgoto tratado em parceria com estações de tratamento. Também avalia oportunidades em dessalinização de água do mar e tratamento de água salobra no Nordeste. “O reúso de água é uma realidade e uma demanda crescente das indústrias. Estamos prontos para oferecer soluções que reduzam impactos ambientais e aumentem a eficiência no consumo hídrico”, disse Stella.
Para sustentar seu plano de crescimento, a empresa aposta em processos ágeis e estruturados, garantindo prazos de entrega competitivos e suporte completo em cada etapa do projeto. “Temos percebido muitos sistemas importados que não contam com suporte técnico adequado. Quando esses equipamentos apresentarem falhas, estaremos prontos para oferecer soluções de readequação personalizadas no Brasil, evitando que o cliente tenha de fazer novos investimentos pesados”, destacou Stella.
Com esse posicionamento, a Aclaris busca consolidar sua presença entre os principais fornecedores de sistemas de tratamento de água industrial do país e ampliar sua atuação em toda a América Latina.
Stella Medeiros e Isabella Medeiros, da Aclaris: triplicar o faturamento até 2028
Notícias
H2O Ambiental apresenta novas tecnologias para saneamento
Ademanda por soluções mais compactas, automatizadas e sus‑ tentáveis no tratamento de água e efluentes está impulsionando a che gada de novos equipamentos ao mercado brasileiro. O Grupo H2O Ambiental anunciou cinco tecnologias que reforçam essa tendência: uma ETA modular pressurizada autônoma com automação indústria 4.0; uma balsa de captação com passarela arti culada operando com eixo pivotante; uma balsa automatizada de remoção de lodo com automação indústria 5.0; e dois equipamentos importados para flotação e aeração nas estações de tratamento.
Segundo Antonio Carlos da Silva Sampaio, CEO da empresa, as so luções combinam eficiência opera cional e redução de custos em dife rentes etapas do processo. “Estamos trazendo tecnologias que ampliam o desempenho das estações, reduzem espaço físico para implantação da ETE em até cinco vezes e aumentam a confiabilidade no tratamento, possibi litando ampliações e retrofits na área atual do sistema”, afirma.
A primeira novidade é a ETA mo dular pressurizada 4.0 Autônoma. Esta unidade foi projetada e instalada em 2024 em Porto Velho, RO, para atender a Usina Hidrelétrica Santo An tônio Energia, no Rio Madeira. Trata se de uma unidade fechada com capaci dade de 300 a 360 m³/h, equipada com automação em padrão Indústria 4.0. “Esse modelo processa o contro le de pH na entrada, ajusta o manto de lodo no decantador, promovendo descargas automáticas com um lodo
adensado, e digitaliza todas as informações químicas, permi tindo controlar parâmetros em tempo real, além de ajustar au tomaticamente a dosagem de produtos químicos, reduzindo significativamente o uso de ope radores”, explica Sampaio.
Segundo o executivo, o sis‑ tema apresenta ganhos signi‑ ficativos em relação às ETAs abertas. “Ela reduz em 50% a área ocupada, acelera a decan tação, aumenta em até quatro vezes o tempo de carreira dos filtros e pro move descarte de lodo adensado em menor volume, facilitando a desidrata ção. Com isso, gera uma relação água bruta vs. água tratada muito melhor, com redução nos custos de captação e de insumos químicos”, diz. O Rio Madeira tem uma das águas mais tur vas do Brasil, com turbidez de entrada que varia de 10 a 1500 NTU, e a ETA está produzindo água tratada com 0,4 NTU. afirma. O projeto incluiu ainda dois reservatórios metálicos de 800 m³, rede de distribuição em aço inoxidável, além de balsa de captação com passarela pivotante fabricada pela própria empresa.
da bomba, programação de ajuste de velocidade e alarmes de fim de curso. A versão atual foi modernizada com um helicoide no fundo, operando hidraulicamente e ampliando a área de arraste de captação do lodo para 2,5 metros, além de incorporar auto mação Indústria 4.0. “O resultado é maior eficiência e produtividade, com menos dispersão do material e menos mão de obra para a operação”, detalha o diretor. A versão anterior da solução já foi fornecida para companhias como a Saneago, em Goiás, e o SAAE de Ita pira, SP, e está atualmente sendo ne gociada uma unidade para uma nova concessionária.
A segunda novidade é justamente a balsa de captação. “Desenvolvemos um sistema de fixação da passarela pivotante que possibilita a ela operar nos três eixos XYZ. Mantém o cabo de aço sempre esticado, garantindo estabilidade e segurança mesmo em grandes oscilações de nível do rio”, ex plica Sampaio.
Outra tecnologia em destaque é a balsa automatizada para remoção de lodo, usada em lagoas de sedimen tação. O equipamento tem controle remoto joystick ou pode ser progra mado na IHM – Interface Homem Máquina. Possibilita ajuste de altura
No campo da importação de tec nologias, o Grupo H2O Ambiental passa a oferecer o SuperDAF, equipa mento de flotação por ar dissolvido de alta eficiência. O sistema inclui um tubo de dissolução de ar, remoção de lodo e entrada de efluente, tudo de forma contínua, reduzindo o tempo de ação de 30 minutos nos sistemas convencionais para apenas 3 minutos e garantindo uma mistura rápida e uma separação eficiente de sólidos em suspensão. Com profundidade efetiva entre 600 e 750 mm, o equi pamento remove de forma mais efi ciente as algas e sólidos, concentran do o lodo em até 10%. “É uma al
ETA modular pressurizada com automação Indústria 4.0 na Usina Hidrelétrica Santo Antônio Energia, em Porto Velho
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ternativa compacta e econômica para ampliar a capacidade de tratamento nas estações. Possibilita modelar as ETEs no padrão dimensional do MBR – biorreator de membrana”, observa Sampaio.
A segunda tecnologia importada são os ejetores multivias, voltados a processos aeróbios em tanques de até 10 metros de altura. O sistema elimina a necessidade de agitadores mecânicos e apresenta alta eficiência na transferência de oxigênio, com zero custo de manutenção. “Essa solução, aliada ao SuperDAF, permite otimizar em até cinco vezes o espaço físico ocupado, além de trabalhar sem paradas de manutenção ou riscos de entupimento”, destaca o diretor.
Balsa de captação instalada no Rio Madeira com passarela pivotante: acompanha oscilações do rio
Fundado em 2000, com sede em Sorocaba, SP, o Grupo H2O Ambiental é composto pelas empresas H2O Ambiental, H2O Equipamentos e a Construtora Sampa Saneamento Ambiental, que atuam de forma integrada para o fornecimento na modelagem turnkey (projeto e execução), incluindo produtos e serviços, promovendo instalação com time próprio nas modalidades de civil, elétrica e hidromecânica. “Nosso objetivo é revolucionar os projetos de tratamento de água e esgoto, inovando
com tecnologias integradas que não são o MBR, mas permitem realizar ampliações e modernizações de forma viável e segura”, conclui.
Hidroplast lança linha de tubos PVC-O para ampliar atuação em saneamento
Com 33 anos de atuação no mercado de tubos e conexões de PVC, a Hidroplast, sediada em Jaboatão dos Guararapes, PE, anuncia o lançamento de sua linha de tubos em PVC-O, voltada ao setor de saneamento. O produto utiliza a tecnologia de orientação molecular do PVC, que confere maior resistência mecânica e desempenho hidráulico superior em comparação ao PVC convencional.
Segundo Bruno Rodrigues Filho, executivo de Planejamento da Hidroplast, o PVC-O é uma evolução natural dentro do portfólio da empresa. “É um produto mais resistente, mas com uma faixa de preço muito similar à do PVC tradicional. Naturalmente, o cliente tende a optar pela solução que entrega maior durabilidade e desempenho”, afirma.
A nova linha contempla diâmetros de 100 a 400 mm, destinados a sistemas de abastecimento de água potável e coletores de esgoto, com potencial de substituir tubulações tradicionais em PVC DeFoFo e ocre. Entre as principais vantagens estão a leveza, que facilita o transporte e a instalação, e a elevada resistência a impactos e pressões. “O PVC-O oferece maior capacidade de transporte de água com paredes mais finas, suportando classes de pressão mais elevadas”, explica o executivo.
Para viabilizar a produção, a Hidroplast investiu em uma linha de máquinas novas, específicas para o processo de orientação molecular. A empresa conta hoje com mais de 40 equipamentos em operação, distribuídos em uma área construída superior a 10 mil m², com cerca de 90 colaboradores.
Empresa familiar fundada em 1993, a Hidroplast sempre manteve o foco no PVC. O portfólio inclui linhas predial, de saneamento e infraestrutura — segmentos que concentram a maior parte da produção.
A posição geográfica é uma vantagem competitiva. “A região Nordeste, historicamente, recebe menos atenção em saneamento, mas nossa localização estratégica garante forte capacidade logística. Municípios do Norte e do Nordeste, que teriam dificuldade em adquirir produtos de fornecedores do Sul ou Sudeste, encontram na Hidroplast um parceiro mais próximo e viável”, diz o executivo.
Apesar de disputar mercado em todo o país, a empresa reconhece que a concorrência é mais acirrada nas regiões Sul e Sudeste, onde se concentram grandes players do setor.
Ainda assim, a estratégia de atuar fortemente em licitações públicas tem garantido presença em estados como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Com a entrada no segmento de PVC-O, a expectativa é reforçar a posição da companhia no fornecimento a obras de infraestrutura e saneamento, ampliando o leque de soluções com
Tubos de PVC-O da Hidroplast: produção nacional
Fazendo a química acontecer para o avanço do saneamento no Brasil
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Nosso objetivo é ser con ável e gerar valor em todas as nossas relações com a sociedade.
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qualidade e competitividade. “Buscamos ser reconhecidos nacionalmente pela confiabilidade e pelo rigor técnico, oferecendo produtos que unem inovação, durabilidade e custo/benefício para atender às necessidades do setor público e privado”, conclui.
Hidroplast – Tel. (81) 3481-0355
Site: https://hidroplast.com.br/
Sancotec amplia portfólio com
representação da Superlit no Brasil
ASancotec, com sede em Florianópolis, SC, firmou um acordo para representar no mercado brasileiro a fabricante turca Superlit, especializada em tubos e conexões de plástico reforçado com fibra de vidro (PRFV). Com mais de 60 anos de atuação, a Superlit fornece soluções para saneamento, irrigação, energia, aplicações industriais e projetos de grande porte em diversos continentes.
“Por trabalharmos com compósitos, recebemos o convite da Superlit para representá-los no Brasil”, afirma Roberto Fukumaru, diretor da Sancotec. Segundo ele, a parceria surge em um momento de expansão da demanda por tubulações no país, impulsionada pelas metas do novo marco legal do saneamento.
A Superlit é a única fabricante turca que domina três tecnologias de produção: enrolamento filamentar contínuo, fundição centrífuga e enrolamento filamentar helicoidal. Seus tubos, produzidos em fábricas em Düzce e Malatya, atendem a normas internacionais como EN, ISO, ASTM e AWWA, com diâmetros de DN 50 mm a DN 4000 mm, classes de rigidez de 2500 a 10.000 N/m² e resistência à
Instalação de tubos de PRFV da Superlit para condução de água
pressão entre 1 e 32 bar (até 40 bar em projetos especiais).
“As tubulações da Superlit se destacam pelos grandes diâmetros e pela versatilidade. A fibra de vidro permite adequar a resina a cada aplicação, seja água potável, esgoto, irrigação, energia ou até setores químicos”, explica Fukumaru. Ele observa que, embora existam fabricantes no Brasil, a produção nacional é limitada a diâmetros de até 2500 mm.
De acordo com o diretor, a fabricante turca já entregou projetos de grande porte nos Estados Unidos e na República Dominicana. O interesse em investir no Brasil vai além do atendimento ao mercado interno. “Eles pensam em montar uma unidade de produção no país, conforme a evolução da demanda. Além de abastecer o Brasil, a estratégia inclui a América Latina e até os Estados Unidos”, comenta.
O executivo também destaca as dificuldades da indústria nacional em suprir o setor. “Participamos de encontros da Abimaq e do Sindesam, com presença das principais companhias de água e esgoto. Ficou claro que nosso parque industrial não consegue atender sozinho à demanda. Para cumprir as metas do saneamento, será preciso ampliar a oferta de tubulações”, afirma.
A expectativa é de que, nos próximos dois anos, a Superlit avance nos estudos para instalação de uma fábrica no Brasil. “Estamos otimistas, porque a empresa tem qualidade reconhecida e pode ser competitiva mesmo com o custo do frete marítimo”, diz Fukumaru.
Além da Superlit, a Sancotec vem ampliando seu portfólio em soluções para armazenamento de líquidos. A empresa já representa os tanques de PRFV da espanhola Toro Equipment, com capacidade de até 12 mil m³ e presença em 90 países, e os reservatórios de aço carbono da norte-americana Tank Connection, de representação exclusiva no Brasil. Recentemente, a Sancotec passou a atuar também com os domos geodésicos de alumínio da espanhola JSF Aluroofs e as membranas em PVC para sistemas de biogás e biometano da italiana Ecomembrane, que complementam os sistemas de tanques.
“Nosso foco continua sendo oferecer soluções completas em armazenamento de líquidos. Agora, com a Superlit, também passamos a atuar no mercado de tubulações, que será estratégico diante dos investimentos previstos no setor de saneamento e irrigação”, conclui Fukumaru.
Sancotec – Tel. (48) 99955-7133
Site: https://sancotectank.com/
Triiio Company: tecnologias de tratamento de água para indústrias e saneamento
ATriiio Company, sediada em Joinville, SC, oferece tecnologias avançadas para o tratamento de água. Fundada em 2021, a companhia tem como propósito integrar soluções e expertise voltadas para processos industriais, hospitalares e o consumo huma-
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no em estabelecimentos comerciais e residências.
O know how da Triio remonta a 1990, com a fundação da Acquaplant, especializada na fabrica ção de produtos químicos para tratamento de águas residuais. Em 2002, esse setor foi desmembrado com a criação da Labora cqua, enquanto a Acqua plant passou a se dedicar exclusivamente à coleta e análise de água. A separa ção definitiva ocorreu em 2021, quando a produção química foi encerrada após ser adquirida por uma multinacional. A Laborac qua, então, foi reformulada como Triiio Company, com foco na dis tribuição e integração de equipamen tos para tratamento de água.
de meios filtrantes, consultoria técnica e o aluguel de sistemas de osmose re versa, desmineralizadores e abrandadores. As soluções são distribuídas em todo o território nacional com o apoio de cinco parceiros.
Renan Boebel, da Triiio Company: portfólio diversificado para o setor de saneamento
“Nossa sede tem cerca de 1200 m2, onde estão localizados o estoque e a área de montagem de alguns sis temas. A unidade está próxima da BR 101, uma das principais rodovias de Santa Catarina, com acesso facilitado a aeroportos e aos portos de Itapoá, Itajaí e Navegantes. Essa proximidade reduz os custos logísticos e torna os preços mais competitivos para o clien te final”, explica Renan Boebel, diretor técnico e comercial da Triiio Company.
O portfólio inclui membranas de osmose reversa e ultrafiltração, vasos de pressão, tanques em PRFV – Plásti co Reforçado com Fibra de Vidro, cre pinas, válvulas controladoras de fluxo e tanques regenerantes de diversos fabricantes nacionais e internacionais. Também são comercializados meios filtrantes como carvão ativado, quartzo e resinas de troca iônica. Entre os ser viços oferecidos estão a substituição
“O saneamento represen ta aproximadamente 70% do nosso negócio, com des taque para o abastecimento público. Acreditamos forte mente no potencial do setor no Brasil e, por isso, temos ampliado de forma contínua nossos investimentos em soluções para esse merca do”, finaliza Boebel.
Triiio - Tel. (47) 99934 -1540
Site: https://triiioco.com/
CPS Engenharia aposta no GISWATER para crescer em saneamento
Omarco legal do saneamento, que estabelece metas de universali zação e eficiência até 2033, vem ace lerando a adoção de tecnologias digi tais pelas companhias do setor. Nesse contexto, a CPS Engenharia, sediada em São Paulo, tem ampliado o uso do GISWATER, ferramenta de código aber to para cadastro operacional georre‑ ferenciado de redes de água, esgoto e drenagem, como aliado na melho ria operacional e no combate às per das nos sistemas de abastecimento.
A solução permite que conces sionárias tenham um conhecimen to aprofundado de sua infraestru tura, auxiliando na melhoria opera cional e na redução de perdas em sistemas de abastecimento.
“Não se opera o desconhecido. É preciso ter dados precisos e atua
lizados, bem como o auxílio de uma equipe experiente em consultoria e serviços, para uma concessionária operar de forma plena”, diz Marcelo Eduardo Porem, coordenador de con trato da CPS Engenharia. Outras funcionalidades do GISWA TER são a integração de cadastro com outros sistemas e modelagem hidráu lica integrada, esta última responsável por garantir que as simulações reflitam as condições reais de operação, possi bilitando uma análise precisa de fluxos, pressões e perdas. Segundo o coor denador, a CPS Engenharia é pioneira no uso da plataforma no Brasil. “Par ticipamos ativamente do processo de implantação da ferramenta em âmbito nacional, tendo inclusive contribuído no desenvolvimento de funcionalidades específicas e customizadas para aten der às necessidades do mercado brasi leiro e de companhias de saneamento. Em função de nossa expertise, auxilia mos outras empresas na implantação e customização da plataforma”, afirma.
A CPS Engenharia, sediada em São Paulo, oferece soluções e serviços para infraestrutura hídrica e ambiental. Com mais de 40 anos de mercado, sua atuação abrange o desenvolvimento de projetos, consultoria e gestão nas áreas de abastecimento de água, es gotamento sanitário (incluindo coleta,
Exemplo de projeto realizado com o GISWATER
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transporte e tratamento de efluentes) e drenagem urbana.
Em diversos projetos, a CPS Engenharia conta com o apoio de parceiros. Um deles é a Ecometria, especializada em equipamentos de medição e inteligência de gestão. A companhia já auxiliou diversas empresas públicas e privadas, com destaque para os projetos com a Saneago, Comitê de Bacias do PCJ em Capivari, SP, e estudos técnicos com a Caesb – Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal.
“O marco legal tem atraído mais investimentos para o setor. A CPS projeta que o georreferenciamento, a implantação de cadastro operacional, o uso de sensoriamento remoto, a aplicação de IA - Inteligência Artificial e ferramentas de gestão de dados, como o próprio GISWATER, serão cada vez
mais incorporados pelas concessionárias para otimizar a operação diária e a manutenção planejada de suas redes de água e esgoto”, confia Porem.
Londrina terá a segunda unidade de secagem térmica de lodo
ASanepar - Companhia de Saneamento do Paraná concluiu a instalação dos principais equipamentos da nova unidade de secagem de lodo na ETE - Estação de Tratamento de Esgoto Sul, em Londrina. A obra representa investimento de cerca de R$ 60 milhões, com financiamento do banco alemão KfW, dentro de uma
Obra tem cerca de R$ 60 milhões de investi‑ mentos na redução do lodo e do biogás
linha destinada à redução de gases de efeito estufa.
A obra em execução em Londrina está sendo realizada pelo consórcio formado pela construtora RAC Engenharia e a Albrecht, de Joinville, SC. Os equipamentos utilizados nas ETEs da Sanepar são os maiores já produzidos por esta fabricante, que pesquisa aproveitamento energético de resíduos há mais de 20 anos e consolidou
esta tecnologia do ponto de vista técnico e ambiental.
O transporte e a montagem envolveram uma operação logística de alta complexidade, que mobilizou mais de 30 profissionais e uma frota de maquinários pesados, incluindo guindastes e caminhões. As peças saíram de Santa Catarina, entre elas o tambor secador Bruthus, com 18 metros de comprimento, 4,3 metros de diâmetro e 43 toneladas, e um gerador de gases quentes de 40 toneladas.
O gerente geral da Sanepar na Região Nordeste, Antônio Gil Gameiro, explica que a secagem do lodo é fundamental para minimizar toda a logística para a destinação do lodo das seis ETEs da região. “Vai trazer a questão da sustentabilidade do processo, porque estaremos dando uma
solução ambientalmente correta, uma solução em que diminuímos o volume de resíduo e, consequentemente, esse subproduto da queima ainda vai ser aproveitado novamente”, explica.
O gerente de Convênios e Parcerias da Sanepar, Eduardo Pegorini, destaca que a iniciativa integra o Programa Paraná Bem Tratado, voltado a melhorias nas estações de tratamento de esgoto. “Este processo alia o aproveitamento do biogás, que é um gás de efeito estufa, e o lodo como fonte de energia, tornando o sistema mais sustentável. Em Londrina, serão tratadas cinco toneladas por hora, até 40 mil toneladas de lodo por ano, com uma redução de cinco para um no volume”.
A unidade está sendo implantada na ETE Sul, localizada no Parque Estadual João Milanez. O equipamento
será usado no material produzido nas quatro estações de Londrina, duas de Cambé e uma de Tamarana. A obra foi iniciada em agosto de 2024 e a previsão é que seja concluída até abril de 2026.
Só existem seis equipamentos como este no Brasil. Desses, apenas dois operam utilizando biogás e lodo de esgoto como fontes de energia: um em Minas Gerais e o outro na ETE Atuba Sul, na Sanepar, em Curitiba. Os demais estão em ETEs no Rio de Janeiro e Minas. Na ETE Atuba Sul, os equipamentos da Unidade de Secagem Térmica de Lodo estão em funcionamento desde setembro de 2023 – com as mesmas dimensões dos instalados em Londrina.
Sanepar – Tel. (41) 99544-0115
Site: https://www.sanepar.com.br/
Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 2025
O 36º Encontro Técnico
AESabesp/Fenasan - Feira
Nacional de Saneamento e Meio Ambiente acontece entre os dias 21 e 23 de outubro em São Paulo. Norteado pelo tema
Saneamento e Inovação:
Pilares para um Futuro
Resiliente e Sustentável, o evento acontece um mês antes da COP30 –Conferência das Nações
Unidas Sobre Mudanças
Climáticas, edição que terá o Brasil como anfitrião.
Se o Encontro Técnico AESabesp/ Fenasan sempre foi um evento que remete ao meio ambiente, a 36ª edição promete ser uma das mais importantes por ser realizada no ano em que o país recebe, em novembro, a COP30 – Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas em Belém, PA.
Segundo Agostinho Geraldes, presidente da AESabesp, o Brasil demanda investimentos vultosos na área de saneamento, com obras para fornecimento de água e esgoto que precisam estar em conformidade com as necessidades da atual agenda climática.
“A AESabesp tem promovido discussões focadas na COP30. Uma destas ações é a parceria com a AESBE – Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento no desenvolvimento da terceira edição do Relatório Saneamento e Mudança Climática: Diretrizes das Empresas de Água e Esgoto para o enfrentamento de eventos anormais”, diz.
O lançamento oficial da publicação é um dos atrativos do 36º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan – Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, que acontecem entre os dias 21 e 23 de outubro em São Paulo.
Para a edição 2025, a AESabesp espera receber um público de até 30 mil pessoas. O congresso técnico, norteado pelo tema Saneamento e Inovação: Pilares para um Futuro Resiliente e Sustentável, terá 12 mesas de debate, 11 painéis técnicos e apresentações de mais de 60 trabalhos. Assim como em 2024, os visitantes poderão prestigiar o Encontro das Universidades com oito painéis temáticos. “Aumentamos o número de salas e auditórios para realizarmos a segunda edição do Encontro das Universidades. As apresentações dos trabalhos técnicos são sempre um enorme sucesso e muito concorridas entre os profissionais do setor”, afirma o presidente da AESabesp.
Já a feira ocupará uma área de 30 mil m² dos pavilhões verde e vermelho do Expo Center Norte, onde mais de 300 empresas nacionais e internacionais exibirão as principais novidades e tendências para o mercado de saneamento.
A entrada na feira é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo site www.fenasan.com.br. Acompanhe a seguir algumas das novidades apresentadas pelos expositores.
Acepil
A Acepil apresentará a válvula gaveta V-G1. Desenvolvida especificamente para saneamento e tratamento de efluentes, a solução é composta por corpo em ferro nodular e cunha emborrachada com EPDM - Etileno-Propileno-Dieno. https://lp.acepil.com.br
Akso
A Akso vai mostrar a linha Tester para testes de água. Compostos por fotômetros portáteis desenvolvidos para análises individuais de parâmetros físico-químicos utilizados no controle da qualidade da água como cloro, amônia, cor, nitrito e ferro, os medidores apresentam interface digital intuitiva
e indicação do nível de bateria no visor. Os equipamentos contam com suporte técnico permanente e laboratório de calibração próprio.
www.akso.com.br
Alpha Water
A Alpha Water irá destacar os filtros autolimpantes para aplicações e remoções de areia fina incorporadas aos efluentes de até 150 mm. Fabricados pela canadense Acme Engineering, os produtos apresentam performance de remoção de sólidos com eficiência de 98%.
controladores independentes em aplicações de edge computing ou combinados com módulos de entrada e saída para atuar como processador de dados remoto em sistemas distribuídos.
www.altus.com.br
Aqua Plastic
A Aqua Plastic apresentará o colar de tomada ANSI-NPT. Fabricado em PP –Polipropileno com anel de reforço em inox, o produto oferece resistência à oxidação e corrosão, além de um sistema que garante fixação segura no tubo, eliminando movimentações indesejadas durante a perfuração. Com medidas entre 1″ e 12″ e saídas roscadas fêmeas de ½″ a 4″, a solução pode ser aplicada em sistemas hidráulicos e industriais. www.aquaplastic.com
Asvotec
Altus
www.alphawater.com.br
A principal atração da Altus será a linha de CPUs modulares Nexto XF. Os produtos podem ser utilizados como
A Asvotec exibirá o seu portfólio de acoplamentos especiais para união e abraçadeiras de reparo em tubulações. Desenvolvidos na Suíça, os produtos são fabricados no Brasil pela Asvotec Termoindustrial sob licença da Straub Werke AG. Entre as principais características destacam-se a utilização em diversos tipos de tubos, amortecimento de choques e oscilações, além de absorver vibrações, bem como sua aplicação como substituto de flanges e métodos convencionais. Acoplamentos
disponíveis em tamanhos de 21,3 a 2032 mm e abraçadeiras de 48,3 a 4064 mm.
www.asvotec.com.br
Atlas Copco
A Atlas Copco destacará os sopradores de parafuso da linha ZS4LVSD e ZS5VSD para estações de tratamento de água e efluentes. Fabricados no Brasil e comercializados em diversas configurações, os equipamentos contam com tecnologia VSD – Velocidade Variável que ajusta automaticamente o consumo de energia conforme a demanda do processo. www.atlascopco.com
BanPlastic
O selim ajustável da BanPlastic é projetado para atender demandas de ligação em redes de esgotamento sanitário. Fabricado em PP - Polipropileno e complementado com componentes em aço inoxidável 304L, apresenta sistema pivotante de fechamento que elimina o uso de massa de vedação. https://banplastic.com.br/
Bio
Na Fenasan 2024, a Bio anunciou a sua fusão com a Augen. Para a edição 2025, um dos destaques é a linha de equipamentos Augen desenvolvidos para automatizar análises colorimétricas em fluxo, otimizar dosagens de insumos químicos e transformar os dados coletados em informações
Especial
durante todo o processo de tratamento de água.
https://biosolvit.com/
BIOSIS
A BIOSIS Saneamento Ambiental realiza manutenção preventiva ou corretiva em sistemas de aeração, próprios ou de terceiros, além de fornecer peças de reposição para diversos modelos. A empresa também comercializa soluções como o BioWasserTrack (foto), equipamento que remove lodo sedimentado, e soluções em sistemas de aeração por bolhas finas e grossas para ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto. www.biosis.eco.br
no tratamento de água e efluentes, economia circular, gerenciamento de áreas contaminadas e fontes de contaminação e resposta a emergências.
http://cetrel.com.br/
Coester
A Coester exibirá seus sistemas de automação voltados à operação de filtros em ETAs - Estações de Tratamento de Água. As soluções integram todas as etapas do processo: diagnóstico, engenharia, fornecimento de atuadores elétricos e painéis de automação, além de serviços de instalação, certificação de redes e infraestrutura elétrica.
www.coester.com.br
Columbus Saneamento
BR Group Ambiental
A BR Group Ambiental destacará o Bioact, biotecnologia de alta performance para tratamento de efluentes em sistemas de saneamento e uso industrial. O produto atua com microrganismos selecionados que aceleram a degradação da matéria orgânica, reduzindo carga poluidora, odores e custos operacionais, além de aumentar a eficiência dos processos biológicos. www.brgroupambiental.com.br
Cetrel
A Cetrel apresentará suas soluções ambientais para a indústria, com foco
As luvas adaptáveis LS/WS e mecânica desenvolvidas pela Columbus Saneamento podem ser aplicadas na união e reparo de tubulações de diferentes materiais e diâmetros. O portfólio da companhia também inclui conexões flexíveis de borracha, juntas flangeadas, adaptáveis, abraçadeiras de aço e tripartida. www.columbussaneamento.com.br
Croácia
A Croácia Movimentação e Elevação de Cargas mostrará a sua linha de clamshells, caçambas, contentores, gradeamentos e comportas para movimentação e controle de materiais em obras de saneamento básico.
www.croaciamc.com.br
ELEVATÓRIA ESGOTO DE EM LINHA SOLUÇÃO
LIMPA
Operação em poço seco, sem gradeamento e caixa de areia;
Sem tempo de inatividade de bombas entupidas;
Reduzimos do dimensional do poço, inclusive profundidade; Baixo índice de manutenção; Sem limpeza regular.
Sem odor.
VISITE A KRONOX ESTANDE H11
Pavilhão verde e vermelho
Data: 21 a 23 de outubro de 2025
Expo Center Norte-SP
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Especial
DOPP
A DOPP fabrica tanques e reservatórios com tecnologia de dobra dupla desenvolvida pela alemã Lipp GmbH. Com capacidades de até 15 mil m3 e diâmetros até
50 m (valores maiores sob consulta), a empresa utiliza materiais como aços inoxidável, galvanizado e Verinox (chapa de aço inoxidável na parte interna e galvanizado na parte externa).
www.dopp.com.br
EB Sopro e Vácuo
Os sopradores tipo Roots da EB Sopro e Vácuo são equipamentos de deslocamento positivo que utilizam dois ou três lóbulos giratórios para movimentar o ar.
O ar é transportado por deslocamento volumétrico, sem contato interno entre os lóbulos, oferecendo confiabilidade e robustez. Apresenta pressão de operação de até 1000 mbar(g), vazão de 20 a 10 mil Nm³/h conforme o modelo e transmissão por polias e correias ou acoplamento direto.
https://ebsv.com.br/
Ecosan
O Efflubox, da Ecosan, é uma estação modular construída em aço inox aplicada no tratamento e recuperação de efluentes. Pré-fabricada e com sistema plug and play, a solução em formato modular e móvel permite atender desde aglomerados urbanos e rurais até áreas isoladas ou emergenciais.
Elipse Software
O Elipse Water, da Elipse Software, é voltado para o gerenciamento de sistemas de saneamento. Um de seus destaques é o módulo de curvas típicas capaz de identificar o comportamento típico de medidas amostradas de acordo com o seu histórico e considerando a sazonalidade e o tipo de dia. A correlação dessas medidas com o modelo físico da rede e o histórico das variáveis permite gerar alarmes
automáticos de possíveis vazamentos ou grandes perdas de volume de água, auxiliando o operador a tomar decisões rápidas e eficazes. Com uma série de objetos nativos de saneamento, a plataforma reduz o tempo para criação de telas em até 90% e padroniza medidas como vazão, pressão e nível.
www.elipse.com.br
FAMAC Motobombas
As motobombas da FAMAC auxiliam no transporte de fluidos em diversas etapas do saneamento.
www.ecosan.com
Com vazões de até 575 m3/h e pressão de até
101 mca, apresentam capacidade de passagem de sólidos de até 101 mm.
www.famac.ind.br
Faxon Química
Os blends coagulantes da Faxon Química são formulados para otimizar os processos de coagulação e floculação, proporcionando melhor clarificação e remoção de impurezas, além de
reduzir o consumo de produtos químicos complementares como polímeros e alcalinizantes. www.faxon.com.br
Fluid Feeder
Os modelos de lavador de gases da Fluid Feeder têm como objetivo manter o controle de poluição de ar proveniente de processos químicos e operações industriais que geram vapores e fumaças (gases poluentes), buscando garantir eficiência na purificação dos gases antes da liberação na atmosfera. A empresa trabalha com dois tipos de tecnologias: úmida ou lavador de gases, com solução química neutralizante de fabricação própria, e a seco ou lavador de gases com meio adsorvente, resultado de uma parceria da Fluid Feeder com a norte-americana PureAir Filtration. www.fluidfeeder.com.br
H2O Ambiental
A balsa de captação de água do Grupo H2O Ambiental pode ser aplicada em rios, lagoas e reservatórios. Com estrutura adaptável, é fabricada com parâmetros operacionais como vazão, quantidade de bombas e passarelas de acesso definidas pelo contratante. Outro destaque é a balsa automatizada removedora de lodo para lagoas de sedimentação e estabilização, especialmente em processos onde o lodo no fundo precisa ser removido sem perturbar a superfície ou paralisar o processo.
www.h2oambiental.com.br
Especial
Hidrobart
HIGRA
O destaque da Hidrobart é a linha de resinas seletivas Resintech, desenvolvidas para a remoção de contaminantes como nitrato, fluoreto e boro. A empresa também fornece membranas e produtos químicos da AWC para sistemas de osmose reversa, além de ofertar uma linha própria de polímeros, coagulantes e demais especialidades.
www.hidrobart.com.mx
Hidro Solo
Entre os destaques da Hidro Solo estão os fundos de fluxo confinado, formado pelos blocos e crepinas Pluvitec, aplicados em filtros de areia em ETAs – Estações de Tratamento de Água, com operação em diversas cidades, beneficiando mais de 3 milhões de habitantes.
https://hidrosolo.com.br/pt
A bomba anfíbia da HIGRA opera com alto desempenho, tanto submersa quanto fora d’água, em qualquer posição. Com motor elétrico molhado e construção monobloco, elimina eixos longos e sistemas complexos de vedação, reduzindo custos e facilitando a manutenção. Com potências de até 600 CV e sensores integrados, é voltada para aplicações exigentes no saneamento.
www.higra.com.br
Improv Equipamentos
O SBL – Sistema de Bombeamento em Linha (booster de esgoto) da Improv Equipamentos pode substituir elevatórias de esgoto convencionais de poço úmido. A solução utiliza poço seco e bomba conectada diretamente
na tubulação de chegada do efluente. Entre suas principais características destacam-se menor área de ocupação, ausência de odor ou gases, construção civil simplificada e facilidade de licenciamento ambiental.
www.improvequipamentos.com.br
In-Situ do Brasil
A In-Situ do Brasil apresentará a sonda multiparamétrica Aqua TROLL. O equipamento permite monitorar simultaneamente parâmetros como pH, turbidez, temperatura, condutividade, oxigênio dissolvido e clorofila. Com tecnologia anti-incrustação, a solução é equipada com limpador e restritor incorporados, que mantêm os sensores livres de depósitos por mais tempo, reduzindo a frequência de manutenções. www.in-situdobrasil.com.br
Johnson Screens
O Triton, da Johnson Screens, é um fundo de filtro projetado para coleta e
distribuição de água e ar durante a retrolavagem, com retenção direta do meio filtrante. Com design em formato de U e tecnologia Vee-Wire, oferece maior área aberta, baixa perda de carga e ranhuras customizadas para diferentes especificações de granulometria. Por ser fornecida montada, a solução elimina a necessidade de gradeamento e mão de obra especializada. www.johnsonscreens.com
Jopemar
A Jopemar exibirá o filtro removedor de ferro e manganês. Seus leitos de areia especiais possuem durabilidade de até cinco anos e podem ser regenerados, prolongando a vida útil do sistema.
O filtro é equipado com bomba para retrolavagem e um conjunto de válvulas de manobra, facilitando operações de manutenção e operação. www.jopemar.com.br
Kanaflex
A Kanaflex apresentará mais detalhes de sua parceria com a norte-americana Prinsco. Entre os destaques está a distribuição no Brasil da linha de soluções para contenção e armazenamento de águas pluviais HydroStor. Produzidos em polipropileno por injeção, oferecem câmaras modulares com alta capacidade de armazenamento e fácil instalação. A Prinsco também fornece os softwares HydroCAD e AutoCAD
Civil 3D, que auxiliam no dimensionamento de projetos sob medida. www.kanaflex.com.br
Kemia
A Kemia destacará os tanques de PRFV – Polímero Reforçado com Fibra de Vidro em filamento contínuo. Com dimensões de 6 a 18 m de diâmetro e capacidade de 100 a 1500 m³, além da fabricação in loco, oferece flexibilidade e eficiência para diferentes aplicações.
https://kemia.com.br/
LAO
O hidrômetro volumétrico de pistão rotativo da LAO é projetado para atender diversas aplicações e reduzir a perda
aparente em companhias de saneamento. Com transmissão magnética,
apresenta relojoarias secas, orientáveis em até 360º com limitador de rotação. www.laoindustria.com.br
Matryx
A Matryx apresentará os preparadores de polímero MTX, com preparo contínuo e automatizado. Os equipamentos atendem vazões de 1 a 24 m³/h e concentrações de 0,05% a 0,35%. Contam com silo de 150 kg e dosador automático para maior precisão. www.matryxpq.com.br
NETZSCH
A bomba de lóbulos rotativos Tornado T1 XXLB-F, da NETZSCH, é voltada para aplicações em saneamento, tratamento de água, efluentes de mineração, açúcar e álcool, fertirrigação, entre outros. Projetada para atender a altas vazões e colunas d’água elevadas, pode trabalhar com até 1400 m³/h e altura manométrica de 120 mca.
https://pumps-systems.netzsch.com/pt-BR
NOVUS
A NOVUS Automation irá expor o Datalogger IoT Multicanal LogBox LTE. O equipamento pode coletar dados em locais remotos e sem infraestrutura de
rede através de tecnologia LTE
NB IoT – Internet das Coisas, CAT M1 ou 2G. Apresenta duas entradas analógicas, bem como uma entrada e uma saída digital. www.novus.com.br
PAM Saint-Gobain Brasil
A PAM Saint-Gobain Brasil apresentará o Control+, solução voltada para o aumento da eficiência na montagem de tubos de ferro fundido dúctil. O sistema permite testar, de forma remota, juntas ponta e bolsa, auxiliando na instalação correta. Isso resulta em economia de tempo, redução de custos e maior segurança operacional, contribuindo para o controle de perdas nas redes de saneamento. https://www.sgpam.com.br/
ORP – Potencial de Redução de Oxidação, capaz de detectar a presença de cloro livre a partir de 0,02 mg/L.
www.prominent.com.br
Prosper Wastewater Tech
Um dos destaques da Prosper Wastewater Tech é o sistema de infusão
Pi² Technologies Brasil
O PODZ PV, da Pi2 Technologies Brasil, é um inserto resistente à corrosão aplicado em poços de visita para reduzir odores emanados das linhas de esgoto. O inserto é equipado com carvão PODZ Filter, o que facilita substituições. www.pi2technologies.com.br
ProMinent
A ProMinent irá destacar o DULCOZERO FCL, uma nova tecnologia de medição para aplicações em que o cloro deve ser zero. O controlador conta com um algoritmo inteligente combinado com sensores de cloro livre, pH e
GIBR – Gas Infusion for Biological Reactor. A solução se baseia em uma tomada de recirculação do próprio licor misto para as membranas de infusão, retornando ao próprio reator. Ao sair do GIBR a corrente de licor misto está em concentrações de oxigênio dissolvido bem acima da saturação (100-400 ppm), trazendo a demanda necessária de oxigênio ao reator. As concentrações elevadas dessa corrente permitem que a vazão recirculada seja muito inferior do que se estivesse na condição de saturação do O2 em meio líquido. No reator, através da automação do sistema, mantem-se o oxigênio dissolvido controlado nas condições típicas de 1,5 a 2,5 mg/L. www.prosperwater.com
Sabará Químicos
A Sabará Químicos e Ingredientes, unidade de negócios do Grupo Sabará, destacará o Sany-Plus Powder, solução para a formação de dióxido de cloro ativo gerado a partir da mistura de insumos em pó. Por apresentar baixo custo de operação e ser 100% solúvel, o produto é indicado
Especial
para aplicações em ETAs – Estações de Tratamento de Água e ETEs – Estações de Tratamento de Efluentes.
https://www.sabaraquimicos.com/
Sancotec
A Sancotec é representante oficial da espanhola Toro no Brasil. Um dos destaques no portfólio da empresa europeia são os tanques em PRFV – Plástico Reforçado com Fibra de Vidro em placas modulares aparafusadas. Os reservatórios apresentam capacidade de 29 a 12.535 m3 e diâmetro de 4,3 a 38,1 m. www.sancotectank.com
SDB Metering
A SDB Metering, representante da alemã
Diehl Metering no Brasil, fará o lançamento do Altair V5, novo medidor volumétrico da fabricante europeia. Com início de funcio-
namento em 0,2 L/h, apresenta vazão mínima de 2,5 L/h.
www.sdbmetering.com.br
Stattus4
O Módulo Ada, da Stattus4, é um sistema voltado para o monitoramento e gestão de perdas reais de água com sensores embarcados com tecnologia IoT - Internet das Coisas. A solução também possibilita analisar tendências de campo e indicar em mapas potenciais subáreas de intervenção com a IA – Inteligência Artificial da Stattus4. Sua implantação demanda sensores de pressão na tubulação (aproximadamente um sensor por quilômetro de rede) podendo ser de mercado ou desenvolvidos pela própria Stattus4.
https://stattus4.com/
TanksBR
O portfólio da TanksBR inclui reservatórios de 200 a 25 mil m³ com revestimento em epóxi e vitrificado. A em-
presa também oferece tanques de 15 L/s a 150 L/s voltados para o mercado de ETEs – Estações de Tratamento de Efluentes.
www.tanksbr.com.br
Unipar
A Unipar destacará o seu portfólio de soluções em cloro, soda cáustica e PVC, insumos estratégicos para o saneamento. O cloro é fundamental para o tratamento e a segurança da água, a soda cáustica atua em diferentes etapas dos processos industriais e o PVC é utilizado para a fabricação de tubos, conexões e outros produtos para redes de distribuição e coleta.
https://unipar.com/
Veolia
A Veolia oferece soluções de gerenciamento de anomalias e medição
para a otimização de redes municipais de água. Uma de suas tecnologias é o memDENSE, que utiliza um hidrociclone para separar o lodo ativado em uma fração densa, devolvida ao processo biológico, e outra leve, descarregada para o tratamento de sólidos. https://www.latinoamerica.veolia.com/pt
Vogelsang
O XRipper, da Vogelsang, é um triturador de duplo eixo com design robusto, rotores monolíticos e fácil manutenção. A solução realiza a trituração de materiais sólidos emaranhados em digestores e esgotos, assegurando o fluxo con-
tínuo e evitando obstru-
ções ou bloqueios em bombas e tubulações. http://www.vogelsang.info/pt-br/ Voltz
e deixa os projetos em conformidade com padrões de segurança vigentes. www.voltzprojetos.com.br
Watson-Marlow
A Voltz exibirá o seu portfólio de projetos elétricos e automação desenvolvidos na plataforma BIM. O software facilita a integração entre disciplinas, amplia a eficiência no uso de recursos
A WMFTS - Watson-Marlow Fluid Technology Solutions exibirá a bomba de dosagem química Qdos H-FLO, projetada para vazões de até 600 L/h. O equipamento pode ser escalonável de acordo com o processo do usuário, seja em tratamento de água ou efluentes, o produto opera com diversos tipos de cabeçote e pode ser utilizado com o Kit Sensor de Pressão Qdos, um acessório opcional que monitora, em tempo real, as condições de pressão na bomba e é compatível com diversos produtos químicos utilizados no tratamento de água.
www.wmfts.com
Guias de tubos e conexões
Os tubos são fundamentais para a universalização do saneamento no Brasil, pois constituem a infraestrutura essencial para a distribuição de água potável e a coleta de esgoto. Eles garantem a eficiência no transporte de água tratada até as residências e a remoção segura de resíduos, evitando a contaminação ambiental e protegendo a saúde pública. Veja quem fornece os produtos no guia a seguir.
Grupo Politejo (19) 99269-9294 estela.felipe@politejo.com
Ferro fundido Ferro dúctil Cerâmica Cobre Ligas especiais Concreto Outro material Monocamada
(1) PVC reforçado com fibra de vidro; (2) Poliéster reforçado com fibra de vidro; (3) Fluoreto de polivinilideno; (4) Copolímero de etileno e clorotrifluoroetileno; (5) Etileno propileno fluorado
(1) PVC reforçado com fibra de vidro; (2) Poliéster reforçado com fibra de vidro; (3) Fluoreto de polivinilideno; (4) Copolímero de etileno e clorotrifluoroetileno; (5) Etileno propileno fluorado
Produtos complementares Água Esgoto Drenagem urbana
Colar de tomada Tê de serviço
Adaptador/união Kit cavalete
Rede coletora
InterceptorTubos c/ junta elástica
Poço de visita Água Esgoto Calhas e tubos para drenagem Galeria de água pluvial
Canalização
Instalações industriais Incêndio
Kits hidráulicos prediais
Acoplamento mecânico p/união de tubos
Adesivos para PVC e CPVC Fita e líquido veda-rosca Fio veda-rosca
Borracha e revestimento para vedação
Solda para tubos de cobre
Tarraxa para tubo
Solução limpadora para tubo PVC
Anéis para juntas –PVC Pasta lubrificante
Anel de vedação Revestimento anticorrosivo
Selin de esgoto
Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 379 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, setembro/outubro de 2025. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
Remoção de ferro e manganês de água subterrânea
Tanara
Dariva Beux, da UCS - Universidade de Caxias do Sul Assis Reinaldo Dariva Beux, da Zeosolutions Tratamento de Água e Efluentes
A remoção de ferro e manganês pode ser realizada por diferentes tecnologias, sendo que a combinação de oxidação química com filtração granular em mídias catalíticas tem se mostrado particularmente eficaz. Este estudo analisa a operação de uma ETA voltada ao tratamento de águas subterrâneas em uma indústria da Serra Gaúcha. Foram coletados dados de pH, ferro, manganês e cloro livre da água bruta e tratada. Veja os resultados.
No Rio Grande do Sul, 1,45 milhão de habitantes não têm acesso a água potável pelas concessionárias, o que corresponde a 13,36% da população. Muitas famílias e empresas dependem exclusivamente de águas subterrâneas para o seu abastecimento. A região da Serra Gaúcha possui dois aquíferos de onde são extraídas águas subterrâneas: o Serra Geral (SASG) e Guarani (SAG). O SASG possui águas com pH inferior a 7,5, bicarbonatadas cálcicas e magnesianas e geralmente de boa qualidade, apresentando problemas limitados a contaminações microbiológicas. Contudo, em áreas com maior incidência de atividade humana, urbana e industrial, a qualidade é comprometida por concentrações elevadas de ferro e manganês.
A Portaria GM/MS no 888 do Ministério da Saúde regulamenta os padrões de potabilidade da água no Brasil. Para os parâmetros de ferro e manganês, as concentrações limites são de 0,3 mg/L e 0,1 mg/L, respectivamente. Embora a presença de ferro na água não cause danos à saúde humana, concentrações superiores a 0,3 mg/L podem gerar gosto e odores desagradáveis. Outros
problemas incluem a formação de depósitos em tubulações, manchas avermelhadas em louças, roupas e demais locais. Já o consumo humano de águas contaminadas com manganês pode gerar efeitos como alucinações, perda de memória, danos neurais, Parkinson, embolia e bronquite. O ferro e o manganês normalmente são encontrados em águas subterrâneas nas suas formas solúveis, nos estados de oxidação Fe2+ ou Fe(OH)+ e Mn2+ ou Mn(OH)+. A presença desses contaminantes está associada à decomposição de minerais ferro-magnesianos presentes em rochas. Águas ácidas ou levemente ácidas auxiliam no processo de dissolução dessas rochas, aumentando a concentração dos contaminantes. Por serem comuns em águas subterrâneas e superficiais, foram desenvolvidos diversos métodos de remoção com princípios e mecanismos variados.
Neste trabalho será avaliada a eficiência de remoção de ferro e manganês e a ocorrência de envenenamento do leito de uma ETA - Estação de Tratamento de Água subterrânea localizada em uma indústria na Serra Gaúcha,
não atendida pela concessionária da região (Corsan) e dependente ex clusivamente da água do poço. Para efetuar as avaliações propostas, foram realizadas análises em campo de pH, ferro, manganês e cloro livre entre duas e três vezes por semana.
Materiais e métodos
A ETA para remoção de ferro e manganês foi concebida conforme o diagrama apresentado na figura 1.
O tanque de armazenamento TQ01 corresponde ao reator de oxidação e ajuste de pH. Nesse ponto são dosa dos hipoclorito de sódio e hidróxido de sódio para essas funções, respec tivamente. As dosagens são ajustadas empiricamente por meio das medi ções de pH e cloro livre. O tanque TQ02 armazena a água tratada, utili zada nas retrolavagens automáticas do filtro e no recalque para o consumo da indústria. Ambos os tanques possuem volume útil de 2 m3
O meio de filtração utilizado é composto de zeólita natural com re cobrimento de óxido de manganês, depositado por ativação em perman ganato de potássio. O meio filtran‑ te utilizado possui granulometria de 0,4 – 1 mm e composição química avaliada com a técnica de espectro metria de fluorescência de raios X (FRX) pela própria fabricante.
Os dados de controle do sistema foram obtidos por análises em cam po da água bruta (após a dosagem de produtos químicos) e tratada. Os ensaios foram realizados pela equipe técnica da própria empresa respon sável pelo acompanhamento e ope ração da ETA. Optou se pelo controle operacional com análises em campo, ao invés de análises em laboratório externo credenciado, por dois fatores
principais: o conhecimento dos dados em tempo real e o menor custo por análise. Apesar de serem mais preci sas e confiáveis, as análises em labo ratório externo levam de 10 a 20 dias para a entrega do laudo e possuem um custo por amostra muito supe rior, o que torna inviável o volume de análises necessárias para o controle operacional adequado. O período de observação da ETA foi de fevereiro a dezembro de 2024, totalizando 318 dias de operação, com coleta de da dos em 178 dias.
Além das análises físico químicas, também foram registrados os dados de consumo da água do poço e da fábrica, a fim de monitorar o volume para a retrolavagem e a vazão média consumida pela fábrica. Os dados foram coletados em hidrômetros analógicos instalados na saída do poço e no recalque para a fábrica. Com esses dados, é possível realizar o dimensionamento do filtro e definir
se as especificações técnicas do filtro e dos reservatórios são suficientes para a operação adequada do sis‑ tema.
Os dados de pH e cloro livre foram coletados aproximadamente a cada dois dias por meio de equipamento portátil. As análises de ferro e manga nês foram executadas a cada três dias também com o auxílio de equipa mentos portáteis. A faixa de detecção do equipamento para análise do ferro é de 0 a 5 mg/L, com resolução de 0,01 mg/L e exatidão de ±0,04 mg/L a 25°C. Já a análise de manganês foi realizada por um equipamento com faixa de medição de 0 a 5 mg/L, re solução de 0,1 mg/L e exatidão de ± 0,2 mg/L.
Resultados e discussão
A tabela I apresenta as médias, medianas e desvios padrão dos parâ metros de controle.
Fig. 1 – Fluxograma simplificado da ETA
Hioclorito de sódio
Vazão
Vazão
|
|
Cloro livre
|
livre
Hidróxido de sódio
Tanque de oxidação e desinfecção
Filtro para ferro e manganês
Água
Tab. I – Médias, medianas e desvios padrão dos parâmetros de controle
Filtração
A vazão de operação média da ETA calculada foi de 0,59 m3/h e a vazão máxima registrada foi de 1,91 m3/h. Para a vazão máxima, o filtro consegue remover até 6 mg/L de ferro e manganês combinados. O filtro dimensionado atende a uma vazão de até 2,6 m3/h para a remoção de uma concentração combinada de ferro e manganês de até 4 mg/L. Logo, o filtro atende com margem de segurança a demanda de água consumida. No período de acompanhamento da ETA, foram filtrados 5504 m3 de água e consumidos 3855 m3. Logo, 30% do volume retirado do poço foi utilizado para a retrolavagem do filtro. A retrolavagem é programada para ocorrer automaticamente uma vez ao dia, durante 15 minutos, e com enxágue por mais 5 minutos. A vazão mínima de retrolavagem é de 5,59 m3/h e utiliza água filtrada. Portanto, um reservatório de 2 m3, como o instalado na ETA, supre a demanda de água para retrolavagem sem que falte água para o processo.
O reator de oxidação propicia a reação do hipoclorito com o ferro e o manganês e a desinfecção da água. A portaria de potabilidade especifica o tempo de detenção hidráulica em reservatório para que ocorra a sanitização completa. Seguindo as especificações da portaria para o cenário mais desfavorável possível para desinfecção, onde o pH da água é 9 e a temperatura 5ºC, é necessário um volume mínimo de armazenamento de 1,7 m3. A reação de desinfecção obedece a uma cinética mais lenta que a reação de oxidação do ferro, sendo assim, o volume de reator também é satisfatório para que a oxidação ocorra adequadamente.
Foi definido que o pH da água bruta deve ser mantido entre 8,5 e 9 para que a oxidação do manganês também seja favorecida. Para isso, faz-se necessária a dosagem de hidróxido de sódio
(soda), visto que o pH da água succionada do poço tem valor próximo a 6,7. Esse comportamento indica que o poço perfurado capta água do aquífero Serra Geral. A presença de ferro e manganês na água também corrobora para essa hipótese. O pH médio após a dosagem dos produtos químicos foi de 8,59, com desvio padrão de 0,57. Dos valores aferidos, 21% ficaram fora da faixa estabelecida. Na água tratada a média foi levemente superior, com valor de 8,61, desvio padrão de 0,58, e 25% dos dados ficaram acima do limite estabelecido. Esse aumento de pH da água bruta para a água tratada não era esperado, visto que as reações químicas que regem os mecanismos de remoção liberam H+, o que levaria a uma redução de pH.
A concentração média de ferro na água bruta foi de 0,84 mg/L, com desvio padrão de 0,72 mg/L, indicando grande variabilidade. A eficiência global de remoção foi de 96%, com desvio padrão de 11%. Entre 20 de março e 16 de abril de 2024, a eficiência caiu para 75%, e o aumento na concentração de ferro na entrada, que atingiu 2,28 mg/L, pode ter influenciado na eficiência, resultando em uma concentração na saída de 0,56 mg/L, acima do limite de potabilidade. Durante esse período, foram registradas
10 ocorrências de concentração de ferro acima do limite. No entanto, a concentração média de ferro no total de observações foi de 0,07 mg/L, com desvio padrão de 0,18 mg/L. Excluindo o período anômalo, a eficiência de remoção atingiu 99%, com concentração de ferro na saída de 0,01 mg/L e desvio padrão de 0,04 mg/L. A menor eficiência registrada foi 41% no dia 11 de dezembro, quando houve falta de cloro no sistema, indicando que o sistema é eficiente quando operado adequadamente.
Manter a concentração de cloro livre entre 1,5 e 2,5 mg/L é um desafio operacional, pois parte do cloro é consumida na oxidação de compostos e parte volatiliza. A concentração de ferro, manganês e outros compostos oxidados pelo hipoclorito também não é estável. Na água bruta, 66% dos resultados ficaram fora da faixa estabelecida (45% acima e 21% abaixo), sendo a maioria acima do limite. Embora a hiperdosagem de cloro não gere problemas operacionais, dosagens acima de 5 mg/L são prejudiciais à saúde. Na água tratada, 40% dos valores estavam fora da faixa de 0,5 a 2,5 mg/L (30% acima e 10% abaixo), o que indica que parte do cloro excessivo foi consumido por processos oxidativos ou volatilização.
Fig. 2 – Água bruta e água tratada
Filtração
A eficiência da remoção de manganês foi de 64%, com desvio padrão de 45%, indicando alta variabilidade. Em nove dos 105 dias de análise, a concentração de entrada foi inferior à de saída. O equipamento utilizado para análise de manganês em campo não possui precisão suficiente para uma avaliação plenamente confiável de eficiência, pois as concentrações analisadas estão próximas do limite de detecção e a variação de ± 0,2 mg/L supera o limite mínimo de manganês estabelecido. Assim, as análises de eficiência para manganês não são confiáveis, mas a análise de concentração é útil para identificar o fenômeno de envenenamento do leito. A dissolução redutiva por íons de Fe2+ libera íons de Mn2+ em concentração aproximadamente igual à metade da concentração de ferro removida. A remoção máxima de ferro foi de 2,71 mg/L, e a média foi 0,78 mg/L, o que resultaria na liberação de 1,4 a 0,4 mg/L de manganês. Não foram observadas ocorrências desse tipo; nos dias com aumento de manganês, a entrada era normalmente nula, e o aumento não ultrapassou 0,1 mg/L.
Conclusões
A ETA apresentou eficiência de 96% para a remoção de ferro da água, atingindo valores inferiores ao limite de potabilidade estabelecido pela Portaria GM/MS no 888 na maioria dos dias de operação. Apenas no período entre 20 de março e 16 de abril de 2024, a remoção de ferro foi insatisfatória. Os dados coletados são insuficientes para determinar a causa do mau funcionamento do sistema nesse período, visto que a concentração de ferro e manganês era compatível com o dimensionamento do sistema, e o pH e o cloro livre encontravam-se dentro das faixas estabelecidas para a operação adequada do sistema.
A eficiência de remoção de manganês não pode ser aferida com precisão adequada devido a limitações do método de análise adotado. Apesar disso, as concentrações de manganês aferidas não apontam para a ocorrência de envenenamento do leito. Isso indica que a regeneração do leito de maneira contínua pela dosagem de hipoclorito no reator de oxidação foi satisfatória para evitar a deterioração do leito e o escape de manganês para a água tratada.
A concentração de manganês na água tratada necessita ser avaliada por outro método. A implementação de um método de controle com análises externas, com menor limite de detecção, é indicada para garantir a segurança da água consumida. Sugere-se a realização de análises mensais para determinar se a concentração de manganês na saída do sistema excede 0,1 mg/L, como determina a portaria de potabilidade. Além disso, as análises de controle em campo para a concentração de manganês devem ser mantidas, a fim de identificar prontamente a ocorrência de envenenamento do leito.
O controle da concentração de cloro livre no sistema é complexo e de difícil execução. Por isso, sugere-se a alteração da faixa de controle estabelecida para valores superiores, sendo permitidas concentrações de até 3,5 mg/L na água bruta e 3 mg/L no reservatório de recalque de água tratada. Para garantir que a concentração de cloro nos pontos de consumo não seja superior a 5 mg/L, deve-se implementar mais pontos de controle da concentração de cloro diretamente na fábrica. Idealmente, a escolha de um ponto no início da linha de distribuição (ponto mais próximo da caixa de água) e outro no final da linha (ponto mais
distante da caixa de água) seria recomendada.
A faixa de pH estabelecida para a água bruta, entre 8,5 e 9, foi selecionada para facilitar a oxidação do manganês. Visto que os mecanismos de remoção do manganês associados às mídias também facilitam o processo oxidativo do manganês, sugere-se a redução dessa faixa para 8 a 8,5. Valores que ainda são favoráveis à oxidação do manganês e irão diminuir a ocorrência da elevação do pH para valores fora da faixa de potabilidade, estabelecida pela GM/MS no 888, como 9.
A tecnologia adotada para a ETA é eficiente e o controle dos parâmetros de pH, cloro livre, ferro e manganês é imprescindível para garantir a boa operação do sistema. Com a implementação da ETA, foi possível fornecer água de qualidade para o abastecimento da empresa. O sistema instalado é acessível para indústrias de médio e grande porte, com pessoal capacitado para executar a operação e o controle do sistema.
Os resultados confirmam a eficácia da combinação de oxidação química e filtração granular em zeólita com recobrimento de óxido de manganês para o tratamento de águas subterrâneas com teores moderados de ferro e manganês.
Por limitação de espaço, o trabalho foi resumido e adaptado. A versão original na íntegra pode ser acessada nos anais do 8o Congresso Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (CITMA), organizado pelo Instituto de Saneamento Ambiental (ISAM) da Universidade de Caxias do Sul (USC). O evento técnico-científico integra a programação da 10a Fiema Brasil, realizada em Bento Gonçalves, RS, de 20 a 22 de maio de 2025.
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Estudo de caso
Substituição de lagoas anaeróbias por reatores UASB como pré-tratamento em lagoa facultativa
O artigo descreve a substituição das lagoas anaeróbias convencionais por reatores UASB seguidos de lagoa facultativa no sistema de tratamento de esgoto de Luiz Antônio, SP. A proposta considera o cenário de sobrecarga hidráulica e as limitações de espaço da estação existente. Os resultados demonstram a viabilidade técnica da reconfiguração, a conformidade com os requisitos legais e ambientais e a aplicabilidade a sistemas de saneamento de pequeno e médio porte.
OBrasil apresenta um déficit expressivo no saneamento básico. Paralelamente à baixa cobertura, diversas companhias enfrentam dificuldades na adaptação de sistemas antigos, que já não atendem aos requisitos legais e normativos atuais. Destacam-se, nesse contexto, os sistemas australianos, compostos geralmente por lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas, projetados para operar com eficiências estimadas entre 75% e 85% [4]. Tais configurações apresentam limitações quanto à eficiência de tratamento frente às crescentes cargas hidráulicas e orgânicas, além de entraves operacionais, especialmente no que se refere à manutenção. A dragagem das lagoas, por exemplo, demanda longos períodos de intervenção, durante os quais se torna necessário o desvio do esgoto bruto diretamente para corpos hídricos receptores, com impactos ambientais relevantes.
Diante desse cenário, uma alternativa técnica consiste na substituição das lagoas anaeróbias por reatores anaeró-
bios de fluxo ascendente com manta de lodo (UASB - Upflow Anaerobic Sludge Blanket) e na conversão das lagoas facultativas em lagoas facultativas aeradas, com o objetivo de ampliar a capacidade de tratamento e a eficiência do sistema. Contudo, ainda não há, na literatura técnica e científica, modelagens matemáticas consolidadas para esse tipo de reconfiguração. Nesse sentido, este trabalho buscou desenvolver e apresentar uma proposta de modelagem matemática aplicável à solução, contribuindo para o avanço técnico e normativo no setor.
Área de estudo
O município de Luiz Antônio está localizado na região noroeste do Estado de São Paulo, a aproximadamente 60 km de Ribeirão Preto. A relevância do saneamento ambiental na localidade é acentuada pela presença da Estação Ecológica de Jataí, uma unidade de conservação instituída em 1982, que impõe uma gestão ambiental
João Marçal, da EEA – Empresa de Engenharia Ambiental
Estudo de caso
rigorosa, sobretudo no que concerne ao tratamento e à disposição final dos efluentes sanitários.
A ETE - Estação de Tratamento de Esgoto de Luiz Antônio é operada pela concessionária privada Sanel GS Inima Said desde sua fundação, em 1996. Foi originalmente dimensionada para uma vazão de 16 L/s, com eficiência média estimada em 80% na remoção de matéria orgânica [3].
Porém, nos últimos anos, a demanda média de vazão atingiu 28,97 L/s, ou seja, uma sobrecarga de aproximadamente 81% em relação à capacidade projetada da unidade. Esse cenário resultava em comprometimento significativo da eficiência do sistema, com geração de odores desagradáveis, dificuldades operacionais e recorrentes problemas de manutenção, além de autos de infração do órgão ambiental. Diante dessa situação, foi solicitado o desenvolvimento de um projeto de adequação da ETE, com capacidade para atender a uma vazão de 30 L/s.
Antes da concepção do projeto, foi avaliada a ampliação das lagoas de tratamento existentes. A alternativa mostrou-se inviável, pois exigiria área
maior que a disponível e acarretaria a paralisação temporária do sistema, resultando no descarte de esgoto não tratado. Diante disso, tornou-se necessário buscar soluções que aumentassem a capacidade de tratamento dentro dos limites atuais da ETE.
Objetivos
O estudo teve como objetivo principal aprimorar a eficiência do sistema de tratamento de esgoto sanitário no município de Luiz Antônio para níveis superiores a 80% de remoção de DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio, além de promover a adequação do processo às exigências legais e ambientais vigentes, assegurando maior robustez e sustentabilidade operacional. A proposta consistiu na substituição da lagoa anaeróbia por um reator anaeróbio de fluxo ascendente com manta de lodo (UASB), com o intuito de reduzir a carga orgânica afluente à lagoa facultativa. Foram avaliados os benefícios técnicos do reator UASB como unidade preliminar de tratamento, contribuindo para o desenvolvimento de soluções
para a requalificação de sistemas de lagoas em municípios de pequeno e médio porte.
Materiais e métodos
O primeiro passo foi a desativação do sistema de tratamento de efluentes então em operação, considerado inadequado. Ele incluía tratamento preliminar — com gradeamento, caixa de areia e calha Parshall — e tratamento secundário em sistema australiano, formado por lagoa anaeróbia seguida de lagoa facultativa. Contudo, a unidade de tratamento preliminar encontrava-se praticamente inoperante, funcionando apenas como um canal de passagem do esgoto, sem efetiva remoção de sólidos grosseiros. No tratamento secundário, apenas a lagoa facultativa estava em operação, uma vez que a lagoa anaeróbia apresentava comprometimento significativo: mais da metade de seu volume encontrava-se soterrado por acúmulo de lodo, os taludes estavam tomados por vegetação invasora e ocorriam graves problemas de curto-circuito hidráulico. Dessa forma, embora te-
oricamente a lagoa ana eróbia pudesse remover cerca de 50% da carga orgânica afluente, na prá‑ tica o esgoto era en‑ caminhado praticamente bruto à lagoa facultativa.
Para adequar o sis tema de tratamento de esgotos à demanda atual de vazão do município, cuja média é de 28,97 L/s, a nova obra foi projetada para operar com uma vazão de até 30 L/s, correspondente a 2592 m³/dia. Este valor contempla não apenas as necessidades atuais, mas também uma projeção de crescimento populacional para os cinco anos subsequentes.
O antigo sistema de tratamento pre liminar foi substituído por unidades de vidamente dimensionadas, compostas por gradeamento, peneira rotativa, cai
xa de areia e calha Parshall (figura 1).
Um dos principais diferenciais do sistema implantado reside na utili zação de reatores UASB modulares e compactos, fabricados em PRFV Plástico Reforçado com Fibra de Vi dro. Esse material confere ao sistema excelentes propriedades mecânicas, incluindo elevada resistência a im pactos, tração, flexão e deformações elásticas. Adicionalmente, destaca se a resistência a agentes químicos e às intempéries, sendo imune à degradação por agentes atmosféricos e à ação de microrganismos. O reduzido peso do PRFV representa outra vanta gem significativa, espe cialmente na construção de tanques de grande porte, facilitando o trans porte e a instalação. O material permi te higienização eficiente, podendo ser submetido a processos de esterilização por meio de vapor, soluções ácidas ou alcalinas, o que contribui para a ma nutenção das condições sanitárias do sistema.
Os reatores são dimensionados para atender vazões entre 25 e 250 m³/dia. Em situações em que a vazão afluente excede esse intervalo, adota se a instalação de reatores em mó
Fig. 1 – Fluxograma de um sistema composto por reator UASB seguido de filtro aéreo submerso (FAS)
Reator UASB
Filtro aerado submerso Decantador secundário
Corpo receptor
Lodo de retorno
Lodo aeróbio Lodo biológico (já estabilizado)
final
Estudo de caso
dulos, possibilitando a ampliação da capacidade de tratamento. O sistema é composto por 11 reatores anaeróbios do tipo UASB, dispostos em configuração modular com o objetivo de otimizar o processo, em conjunto com uma lagoa facultativa (figura 2). Cada reator UASB promove a remoção da matéria orgânica sob condições anaeróbias, apresentando elevada eficiência na redução da carga orgânica, com remoções da DBO variando entre 60% e 80%. Já a lagoa facultativa atua na etapa de pós-tratamento, promovendo o polimento do efluente sob condições aeróbias e anaeróbias. Ela complementa o tratamento ao reduzir a concentração de nutrientes e promover a melhoria da qualidade do efluente final, tornando-o adequado para fins de reúso ou lançamento em corpos hídricos, conforme padrões ambientais vigentes. O termo “facultativa” designa a dualidade ambiental característica desse tipo de lagoa, a qual apresenta condições aeróbias na camada superficial e anaeróbias nas camadas mais profundas. Durante o dia, predominam condições aeróbias na maior extensão da coluna d’água, em razão, sobretudo, da produção de oxigênio pela atividade fotossintética e da reaeração promovida pela interface ar-água. Com o declínio da incidência solar ao anoitecer, a fotossíntese é interrompida, cessando a pro dução de oxigênio. Consequentemente, passam a prevalecer condições anaeróbias na maior parte da coluna líquida. Essa alternância entre estados aeróbio e anaeróbio ao longo do tempo e da profundidade define a natureza facultativa dessas lagoas [2].
Fig. 2 - Panorama geral da obra da ETE Luiz Antônio, mostrando a disposição dos reatores UASB em relação à lagoa facultativa e ao tratamento preliminar (à esquerda)
dimensões das unidades de tratamento, incluindo os reatores UASB e a lagoa facultativa (tabelas I e II).
Lagoa existente
Os dados utilizados nesta pesquisa foram fornecidos pela Sanel, com destaque para a vazão de projeto, estimada em 30 L/s (equivalente a 2592 m³/dia), as concentrações de DBO e as principais
Tab. II - Dimensões dos reatores UASB Reator UASB
Quantidade 11
Resultados e discussões
A eficiência média de remoção de DBO observada para o sistema composto por reatores UASB seguidos de lagoa facultativa foi de aproximadamente 84% (tabela III), valor ligeiramente superior àquele geralmente obtido em sistemas convencionais compostos por lagoas anaeróbias seguidas de lagoas facultativas. É importante ressaltar que para cada 1 mg/L de sólidos suspensos, aproximadamente 0,35 mg/L (35%) correspondem à DBO particulada, logo, ao se desconsiderar a fração particulada da DBO, a eficiência do processo pode atingir até 88% (tabela IV). Esse resultado evidencia o potencial dos
reatores UASB em promover ganhos significativos no desempenho global do sistema de tratamento.
Durante a modelagem do sistema composto por reator UASB seguido de lagoa facultativa, foi adotado um coeficiente de remoção de DBO (K) distinto dos valores comumente relatados na literatura. Para lagoas facultativas primárias, é usual considerar K ≈ 0,1, enquanto para lagoas facultativas aeradas, onde há presença de aeração mecânica, o valor típico é K ≈ 0,8, devido à intensificação da oxidação da matéria orgânica [1]. Considerando que o sistema analisado não contava
Tab. III - Dados amostrais dos resultados de DBO nas diferentes etapas do sistema de tratamento de esgoto na ETE de Luiz Antônio Amostra Data
de entrada do efluente
Tab. IV - Dados amostrais da ETE de Luiz Antônio ajustados com o desconto de DBO particulada
Amostra Data
*Valores de DBO total ajustados pela subtração de uma estimativa de 35% (≈ 17,5 mg/L), correspondente à fração particulada associada aos sólidos suspensos. Estimativa não foi obtida por meio de análise laboratorial, mas com base em dados da literatura [3].
Tab. I - Dimensões da lagoa existente no empreendimento
Estudo de caso
com aeração mecânica, optou-se por um valor intermediário de K = 0,45. No entanto, conforme os dados operacionais apresentados na tabela III, a média empírica observada foi de 0,335, levemente inferior ao valor inicialmente adotado.
Em relação ao tempo de detenção hidráulica (TDH), a literatura especializada indica valores entre 15 e 45 dias para lagoas facultativas convencionais, sendo reduzido para cerca de 15 dias quando estas são precedidas por lagoas anaeróbias, e entre 5 e 10 dias para lagoas facultativas aeradas primárias. No presente estudo, devido à utilização de uma lagoa facultativa já existente, adotou-se um TDH teórico de apenas 4 dias, inferior aos valores recomendados. Ainda assim, com o coeficiente de K estimado em 0,45, a eficiência teórica de remoção de matéria orgânica da lagoa superaria 80%, resultado corroborado pelas eficiências obtidas nas tabelas III e IV. O memorial de cálculo do projeto previu uma carga afluente de DBO igual ou superior a 350 mg/L; entretanto, a concentração média observada foi de 433 mg/L, representando um aumento
na carga orgânica, os efluentes provenientes dos reatores UASB apresentaram uma eficiência média de remoção de DBO de 74,3%, superior ao valor projetado, que era de 70%. Esses resultados indicam que os reatores UASB implantados foram capazes de atender — e até superar — a eficiência prevista em projeto, demonstrando robustez operacional frente às variações de carga.
Fig. 3 - À esquerda, tratamento preliminar composto por gradeamento em aço inox, seguido por peneira rotativa, caixa de areia e calha Parshall. À direita, peneira rotativa com rosca transportadora que remove automaticamente sólidos maiores que 3 mm para caçambas
Em linhas gerais, o sistema apresentou boa eficiência global, com destaque para a remoção total de DBO, descontando a fração particulada, que atingiu valores superiores a 90% em três das sete amostras. Todas as amostras apresentaram valores finais de DBO bem abaixo do limite de 120 mg/L (Resolução Conama nº 357/2005), com a maior sendo 72,5 mg/L (amostra 5) (figura 3).
A eficiência média de remoção total sem particulado foi de 88,1% (figura 4), muito acima dos 60% exigidos (Resolução Conama nº 430/2011).
te tanto em termos de concentração final de DBO quanto de percentual de remoção.
Conclusões
A substituição de lagoas anaeróbias por reatores anaeróbios configura-se como alternativa promissora para sistemas de tratamento de esgotos, embora ainda demande estudos mais aprofundados quanto à sua cinética reacional e possíveis configurações operacionais. Os dados preliminares indicaram que
orgânica, permitindo que a lagoa facultativa recebesse efluentes com concentrações inferiores a 105 mg/L de DBO. Tal desempenho viabiliza a aplicação de parâmetros cinéticos mais exigentes no dimensionamento do sistema.
Na presente análise, observou-se uma concentração média de DBO no efluente final de 48,4 mg/L (considerando apenas a fração solúvel), o que corresponde a uma eficiência de remoção de aproximadamente 88%.
ter apresentado valor médio de 0,3, o sistema demonstrou desempenho satisfatório, atendendo aos limites estabelecidos pela legislação ambiental vigente. Ressalta-se, contudo, a necessidade de ampliar a amostragem e o monitoramento ao longo do tempo, a fim de confirmar se o sistema atingiu o equilíbrio operacional e se os parâmetros de eficiência se mantêm estáveis após um ano de
Referências
[1] Gehling, G. Lagoas de estabilização. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Pesquisas Hidráulicas, 2017.
[2] Kellner, E.; Pires, E.C. Lagoas de estabilização. ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 1998.
[3] OLP - Oliveira, Lobo e Marçal Projetos de Engenharia Ltda. Memorial de Cálculo: Projeto de Adequação de Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário. Sanel Saneamento de Luís Antônio S.A. Fev./2023.
[4] Von Sperling, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos 3ª ed. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG, 2005.
Fig. 4 – Variação temporal das concentrações de DBO nas etapas de tratamento Fig. 5 – Eficiência de remoção de DBO por amostras
Resíduos
Estudos e projetos para o tratamento de lodo de ETAs
Roberto Abranches, Analista de Sistemas de Saneamento na Sabesp
O lodo gerado nos processos de tratamento de água possui características físicoquímicas que o classificam como resíduo sólido, não podendo ser descartado em corpos hídricos sem tratamento prévio. Entender as implicações legais e ambientais ligadas à operação das Estações de Tratamento de Água é fundamental para evitar penalidades e garantir a sustentabilidade das atividades. Este trabalho apresenta as etapas desse processo, da concepção até a conclusão dos projetos.
Conforme estabelece a ABNT NBR 10004:2004, o lodo gerado dos processos de tratamento das ETAs - Estações de Tratamento de Água é classificado como resíduo sólido, passível de controle técnico por apresentar carga orgânica, elevada turbidez e, em determinadas condições, resíduos de coagulantes à base de sais metálicos. Por essa razão, seu lançamento in natura em corpos receptores ou sua disposição sem tratamento prévio é vedada pela Resolução Conama nº 357/2005, que define os padrões de qualidade dos corpos de água e as condições para lançamento de efluentes, assim como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12305/2010), que exige que os geradores promovam o tratamento e a destinação ambientalmente adequada dos resíduos, com prioridade à minimização de impactos e ao reaproveitamento sempre que tecnicamente viável. Nos Estados Unidos, desde 1972, com a aprovação das emendas ao National Pollutant Discharge Act, considera-se o lodo gerado no tratamento de água como resíduo industrial e, assim, sujeito a restrições legais. Entre os métodos alternativos de disposição de lodos, pode-se incluir o lançamento na rede coletora, em lagoas com lar-
go tempo de detenção, aplicação no terreno, aterros sanitários e aproveitamento de subprodutos. Estes últimos três métodos de disposição exigem a desidratação do lodo a um nível que permita facilitar seu manuseio e reduzir os custos de transporte, por meio da redução de volume e consequente aumento de densidade. Para isso, diversas tecnologias de manejo de lodo têm sido testadas, incluindo processos não mecânicos, como lagoas e leitos de secagem, e dispositivos mecânicos como filtração a vácuo, filtros-prensa, centrifugação e filtros-prensa de correia [6].
Em grande parte das ETAs em operação no território nacional, a ausência de solução para tratamento do lodo compromete o desempenho ambiental das unidades, resultando em passivos legais e administrativos para as concessionárias. Um outro problema é a limitação da rastreabilidade do destino dos resíduos, incompatível com os padrões de gestão que as companhias vêm adotando em sua política de melhoria contínua e conformidade regulatória.
No Estado de São Paulo, por exemplo, para cumprimento das obrigações legais, a Sabesp, visando a manuten-
Resíduos
ção da conformidade ambiental do seu parque operacional, segue implantando um programa corporativo para obtenção e manutenção das licenças ambientais das ETAs em operação, com meta de cumprimento estabelecido até dezembro de 2027.
O
processo
de licenciamento
Os alvarás e licenças não são apenas obrigatórios, eles garantem a operação dentro da legalidade e a segurança ambiental da atividade empresarial. E isso inclui o licenciamento de operação obtido junto aos órgãos ambientais de cada estado, indispensável para empresas que envolvem o uso de recursos naturais, manipulação de materiais químicos ou a emissão de poluentes.
A licença de operação é um documento que autoriza o início das atividades de um empreendimento ou obra. Essa autorização é necessária para que o órgão ambiental acompanhe de perto a corporação e verifique quais são os impactos de suas operações no meio ambiente. Essa licença é a terceira e última etapa do processo de licenciamento ambiental e só pode ser solicitada após a obtenção das licenças prévia e de instalação. Muitas atividades e setores, como hospitais, indústrias, aterros sanitários, termelétricas, sistemas de tratamento de esgotos sanitários, sistemas de tratamento de água, usinas de compostagem, postos de combustíveis, depósitos de produtos químicos, entre outros, exigem essa licença para funcionar.
No Estado de São Paulo, por exemplo, o artigo 71 do Decreto Estadual 7397/2002 determina que as licenças de operação devam ser renovadas com prazos de validade que variam de dois a cinco anos, dependendo do potencial poluidor da atividade desenvolvida pela empresa. Já o Decreto Estadual
47400/2002 estabelece que a renovação deve ser solicitada com antecedência mínima de 120 dias antes do prazo de validade, pois só assim a validade da licença será estendida automaticamente até a manifestação do órgão ambiental.
Essa renovação periódica permite que o órgão ambiental reavalie o impacto da atividade, verificando se a empresa continua dentro dos padrões estabelecidos. Por exemplo, em atividades industriais, as tecnologias de produção e de tratamento de resíduos mudam constantemente. A Cetesb utiliza a renovação para garantir que as empresas atualizem suas práticas e adotem soluções ambientalmente mais eficazes sempre que possível.
A não obtenção da licença de operação pode acarretar diversas consequências, tais como:
• multas e penalidades;
• interdição do empreendimento;
• ações judiciais; e
• perda de licenciamento.
A obtenção da licença de operação traz inúmeros benefícios para a empresa, incluindo:
• segurança jurídica;
• credibilidade no mercado;
• redução de riscos; e
• acesso a financiamentos.
Diagnóstico das ETAs
Em relação às ETAs, é possível observar falhas estruturais, operacionais e ambientais que justificam com clareza a necessidade emergente de elaboração dos estudos e projetos detalhados para tratamento e disposição final dos resíduos nelas gerados. Constata-se então um cenário diverso, mas um ponto crítico em comum: a inexistência ou inadequação dos sistemas de tratamento ambientalmente adequado para disposição final dos
resíduos sólidos gerados, em especial o lodo oriundo dos processos de decantação e de lavagem dos filtros.
Segundo diagnóstico realizado por consultoria especializada, parte significativa das ETAs descarta diretamente o lodo em corpos receptores naturais ou, alternativamente, em redes públicas de esgotamento sanitário, sem tratamento preliminar, e tais práticas encontram-se em desacordo com as normas técnicas nacionais e com os parâmetros estabelecidos pela Resolução Conama nº 357/2005, além de contrariar os princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12305/2010.
O tratamento e disposição do lodo são atividades muito dispendiosas. Geralmente a prensa desaguadora é a alternativa mais econômica e as lagoas e leitos de secagem as mais caras [6]. O custo de diversos métodos de desidratação cresce segundo a sequência abaixo:
Prensa desaguadora → Centrífuga → Filtração a vácuo → Leito de secagem
Portanto, o objetivo final do manejo de lodos é sua disposição em um aterro. Para tanto, é necessário desidratá-lo a um teor de sólidos mínimo de 20%. Valores iguais ou superiores a este são atualmente obtidos sem muita dificuldade com o emprego de decantadores centrífugos ou de filtros prensa de correia, a um custo razoável comparado às demais opções. Para o projeto de um sistema de desidratação de lodos é necessário conhecer:
• a característica do lodo;
• a estimativa da quantidade de lodo gerado;
• os métodos para minimizar a quantidade de lodo produzido; e
• os métodos de desidratação.
As características dos lodos de uma estação de tratamento de água dependem da cadeia de processos,
Resíduos
que pode incluir troca iônica e/ou separação por membranas (microfiltração, ultrafiltração, osmose reversa, etc.). Estes processos são, contudo, raramente empregados. A maioria das estações de tratamento está dividida em duas categorias básicas:
• Coagulação/filtração: o tipo tradicional inclui como processos unitários mais utilizados na cadeia de tratamento com a finalidade básica de remoção de cor/turbidez: pré-sedimentação, oxidação, coagulação/floculação, clarificação por decantação ou por flotação, filtração e desinfecção. Alguns processos são, às vezes, suprimidos, como na filtração direta ou por contato, onde há a separação de sólidos intermediários por decantação ou por flotação.
• Abrandamento (ou remoção de dureza) por precipitação: a estrutura física das unidades de processo é igual ou semelhante ao tipo tradicional por coagulação/filtração, porém, a finalidade básica é a remoção de dureza, através da precipitação do carbonato de cálcio e/ou de magnésio.
No que se refere à infraestrutura existente, constatou-se que, em muitos casos, há áreas fisicamente disponíveis que poderiam ser destinadas à implantação de sistemas de secagem de lodo, como leitos de secagem ou unidades com geobags. No entanto, tais espaços encontram-se, em geral, subutilizados ou ainda não incorporados ao
processo de gestão de resíduos. Outro ponto crítico é a inexistência de sistemas mecanizados de remoção do lodo nos decantadores. Esse fator compromete a eficiência operacional das ETAs, exigindo a realização de procedimentos manuais que, além de onerosos e sujeitos a falhas operacionais, aumentam a exposição dos operadores ao material contaminado.
Quando não removido de forma sistemática, o acúmulo de lodo nos decantadores pode provocar perda de eficiência na clarificação da água, aumento do consumo de produtos químicos e maior desgaste dos equipamentos.
A utilização de redes públicas de esgotamento sanitário como destino do lodo de ETA também demanda atenção técnica criteriosa. Embora essa alternativa possa ser adotada em determinadas circunstâncias, ela exige um controle rigoroso de vazões, concentrações e horários de descarte, entre outros, de modo a não sobrecarregar as ETEs - Estações de Tratamento de Esgoto e nem interferir no funcionamento dos coletores, interceptores e emissários. No entanto, tal controle, na maioria dos casos, não é exercido de forma sistematizada, havendo risco de comprometimento do sistema de esgotamento sanitário das localidades atendidas.
Do ponto de vista ambiental, a ausência de tratamento adequado para
Fig. 1 – Imagem capturada por meio de drone e nuvem de pontos –
os resíduos sólidos em grande parte das ETAs do território nacional representa um passivo significativo para as empresas de saneamento, tanto do ponto de vista de conformidade legal quanto do potencial de impacto sobre os ecossistemas aquáticos. O lançamento direto de lodo em rios ou cursos d’água compromete sim a qualidade da água, reduz a biodiversidade local, altera o equilíbrio físico-químico dos corpos receptores e infringe normas de uso e enquadramento ambiental. Além disso, o manejo incorreto dos resíduos pode gerar emissões de odores, proliferação de vetores e degradação das áreas operacionais das ETAs.
É preciso reforçar que as empresas têm feito esforços para regularizar a operação das estações junto aos órgãos ambientais com cronograma de metas e prazo determinado para atendimento e solução das pendências legais.
Na Sabesp, por exemplo, uma ação estruturada destinada a elaborar diagnósticos técnicos e estudos de alternativas para tratamento e disposição final dos resíduos gerados e projetos que possibilitem a melhoria contínua dos processos encontra-se em andamento. Para efeito de estudo, pode-se citar a ETA 1, onde foi proposta a melhoria de processo por meio de análise de alternativas concretas para regularização. Primeiro, por meio de voos de drone e processamento de nuvem de pontos, ilustrados na figura 1.
Por se tratar de uma ETA de ciclo completo, são produzidos resíduos com características distintas nos seguintes processos:
• água de lavagem dos filtros; e
• lodo produzido pela unidade de sedimentação de alta taxa.
Desta forma, para a ETA 1 foi proposto que a água de lavagem dos filtros e o lodo dos decantadores sejam segregados, possibilitando a recupera-
Resíduos
ção da água de lavagem dos filtros e seu retorno ao início do processo de tratamento. A figura 2 apresenta uma vista dos filtros existentes daquela estação.
Como proposta de tratamento, o lodo dos decantadores, por sua vez, deverá ser enviado a um tanque de equalização e, a partir deste, encaminhado de forma regularizada via sistema de esgotos sanitários para posterior tratamento na estação de tratamento de esgotos sanitários. A figura 3 apresenta o esquema indicativo da solução proposta para o tratamento dos resíduos gerados na ETA 1 a ser implantada.
Análise e interpretação de dados
Os estudos realizados mostraram que o lodo de ETA tem características que permitem sua aplicação junto ao solo. Resumindo, os testes mecânicos apontaram que a mistura com 20% de lodo de ETA e 1% de cimento ou cal teve um ótimo desempenho. Quan-
de base e sub-base de pavimentos, atendendo às exigências técnicas e ambientais. A utilização desse resíduo representa uma alternativa sustentável e econômica para o setor de saneamento e construção civil.
Considerações finais
A operação das ETAs de abastecimento envolve implicações legais e ambientais, que por sua vez, dependem dos alvarás e licenças, de forma
dentro da legalidade e com segurança ambiental. Isso inclui a regularização do licenciamento junto aos órgãos ambientais, indispensável para atender à legislação vigente.
Fig. 2 – Vista dos filtros rápidos por gravidade existentes – ETA 1
A ausência de tratamento adequado para os resíduos sólidos das ETAs representa um passivo significativo para as concessionárias, tanto do ponto de vista da conformidade legal quanto do potencial de impacto sobre os ecossistemas aquáticos. O lançamento direto de lodo em rios ou cursos d’água compromete a qualidade da água, reduz a biodiversidade local, altera o equilíbrio físico-químico dos corpos receptores e infringe normas de uso e enquadramento ambiental. Além disso, o manejo incorreto dos resíduos pode gerar emissões de odores, proliferação de vetores e degradação das áreas operacionais das estações.
Um plano de regularização demanda uma ação estruturada, iniciando-se pela elaboração de diagnósticos técnicos aprofundados, estudos de alterna-
tivas de tratamento e disposição final, avaliação de viabilidade de implantação e, por fim, projetos básicos que possibilitem a contratação de obras corretivas e preventivas. Tais etapas são fundamentais para que as empresas promovam a regularização ambiental das unidades, melhorem os índices de desempenho operacional e ambiental e assegurem a qualidade dos serviços prestados à população.
Embora a reutilização do lodo de ETA já tenha sido amplamente estudada no meio acadêmico – com propostas como a fabricação de tijolos, uso em pavimentação, aplicação na agricultura como fertilizante e processos de compostagem –, a aplicação prática dessas alternativas ainda enfrenta desafios, especialmente relacionados à viabilidade logística e econômica.
Referências
[1] Alcantara, M.; Monteiro, G Utilização do lodo de ETE e ETA para restauração de pavimento. Monografia apresentada para fins de conclusão do curso de graduação de Hidráulica de Saneamento Ambiental, Faculdade de Tecnologia de São Paulo – Fatec SP, São Paulo, 2025.
[2] Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2002). Decreto no 47397, de 4 de dezembro de 2002.
[3] Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2002). Decreto no 47400, de 4 de dezembro de 2002.
[4] Lei no 12305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Diário Oficial da União, 2010.
[5] Brasil. Resolução Conama no 357, de 17 de março de 2005.
[6] Richter, C.A. Tratamento de Lodos de Estações de Tratamento de Água São Paulo Editora Blucher, 2001.
[7]Sallus Engenharia Jurídica. Licença de Operação da Cetesb: tudo o que você precisa saber. Disponível em https://www. sallusengenhariajuridica.com.br/blog/licencade-operacao/#.
Tratamento de esgoto
Análise de cargas de nitrogênio e fósforo no Estado de São Paulo
Karen Tavares Zambrano, João Miguel Merces Bega e Davi Gasparini Fernandes Cunha, da EESC/USP - Escola de Engenharia de São Carlos
O aporte de nutrientes aos cursos d’água permanece como um desafio no estado de São Paulo. Este estudo teve como objetivo caracterizar a situação dos sistemas municipais de esgotamento sanitário e quantificar as cargas potenciais e remanescentes de nitrogênio e fósforo. Foram identificadas e analisadas 768 ETEs. A redução das cargas potenciais de nitrogênio e fósforo alcançada pelos municípios foi de apenas 37% e 25%, respectivamente, resultado que reflete as limitações dos sistemas de tratamento.
Dados do SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento indicam que 28,6% do esgoto gerado e 11,8% do esgoto coletado no Estado de São Paulo não recebe qualquer tratamento antes de ser lançado em corpos hídricos [2]. Além disso, a maioria das ETEs - Estações de Tratamento de Esgoto no Brasil utiliza tecnologias de tratamento de nível secundário, que possuem baixa eficiência na remoção de nitrogênio (N) e fósforo (P). Como consequência, os esgotos continuam a ser uma fonte significativa de poluição. O presente estudo objetivou analisar as cargas potenciais e remanescentes de N e P nos sistemas municipais de esgotamento sanitário do Estado de São Paulo, utilizando a base de dados do Atlas Esgoto (ANA, 2020a, 2020b) [1]. Além disso, buscou avaliar a situação das ETEs existentes em termos de utilização da infraestrutura, tecnologias de tratamento e eficiências esperadas de remoção de N e P.
Material e métodos
O levantamento de dados para esta pesquisa foi realizado utilizando os se-
guintes documentos do Atlas Esgotos: a) Informações por município (planilha); b) Estações de Tratamento de Esgoto (2013); c) Estações de Tratamento de Esgoto (2019); e d) croqui dos sistemas de esgotamento sanitário dos 645 municípios do Estado de São Paulo (período de referência entre 2015 e 2016). Os dados das planilhas do Atlas Esgotos foram cuidadosamente organizados em três novas planilhas: a) dados de vazão e carga afluente às ETEs por município, separando a contribuição referente a cada município (N = 858); b) dados de população atendida, vazão de esgoto e carga afluente, vazão de projeto, eficiência de remoção de DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio e corpo receptor referente a cada ETE (N = 768); e c) dados de população urbana, carga potencial e remanescente de DBO e índices de atendimento de cada município para as categorias de esgoto coletado e tratado, esgoto coletado mas não tratado, soluções individuais e sem atendimento, de forma análoga ao Atlas Esgotos (N = 645). Essas planilhas foram revisadas e atualizadas a partir das informações
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Tratamento de esgoto
dos croquis dos sistemas. No Atlas Esgotos são disponibilizadas as cargas potenciais de DBO utilizando como referência os valores de contribuição per capita de 54 g/hab.dia e os índices de atendimento dos municípios. Após a correção de inconsistências, os índices foram recalculados e as cargas potenciais de N e P de cada município foram estimadas utilizando valores de contribuição per capita de 8 g/hab.dia e 1 g/ hab.dia, respectivamente (valores típicos da literatura) [3].
[Nota da Redação: Por motivo de espaço, os cálculos realizados e análises estatísticas não serão detalhados neste artigo, mas estão disponíveis no trabalho original dos autores.]
Resultados e discussão
Dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 62 não possuem ETE, enquanto 583 possuem ao menos uma ETE. Entre os municípios com infraestrutura de tratamento de esgotos, 490 possuem apenas uma ETE e 93 possuem mais de uma ETE. A análise detalhada revela que a maioria dos
têm ETEs (91,2%), mas apenas 4,5% desses municípios possuem mais de uma ETE. Nos municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes, 84,8% possuem ETEs, com 16,2% tendo mais de uma. Para os municípios de médio porte (50 mil - 100 mil habitantes) e de grande porte (100 mil - 900 mil habitantes), 95,7% e 86,7% possuem ETEs, respectivamente. O percentual com mais de uma ETE é de 40% para os municípios de médio porte e de 51,4% para os de grande porte. Por fim, os três municípios do Estado com mais de 900 mil habitantes possuem múltiplas ETEs. Esses dados sugerem que municípios menores tendem a adotar um sistema de tratamento centralizado, enquanto municípios maiores frequentemente adotam uma abordagem mais descentralizada, a fim de gerenciar os volumes crescentes de esgoto associados ao aumento populacional.
Fig. 1 – Variação da cobertura com coleta e tratamento de esgoto por faixa populacional em municípios do Estado de São Paulo
Estado de São Paulo. De modo geral, 64,8% do volume gerado é coletado por redes de esgoto e encaminhado para ETEs (sistemas coletivos), 22,3% é coletado, mas não tratado, 3,7% é encaminhado para soluções individuais (como tanques sépticos) e 9,2% não possui cobertura com serviços de esgotamento sanitário (figura 1).
A figura 1 apresenta a variação da cobertura com serviços de coleta e tratamento de esgotos, conforme a
A maior cobertura com tratamento de esgotos foi observada em municípios de até 20 mil habitantes (77,9%, N = 422) e a menor cobertura em municípios entre 100 mil e 900 mil habitantes (62,3%, N = 70). A porcentagem de esgoto coletado, mas não tratado, foi maior nos grandes municípios: 24,1% para aqueles com
para municípios com mais de 900 mil habitantes. Em contrapartida, essa proporção é de 12,2% nos municípios de até 20 mil habitantes. O atendimento com sistemas individuais de tratamento foi maior em municípios de médio porte (7,2%, N = 45), enquanto a falta de acesso a serviços de esgotamento sanitário aumentou em municípios com mais de 100 mil habitantes. Esses resultados sugerem que municípios menores tendem a possuir uma maior cobertura com serviços de coleta e tratamento de esgotos, enquanto municípios maiores enfrentam mais desafios para fornecer esses serviços a toda a população. Isso pode ser atribuído ao aumento da complexidade de gestão da infraestrutura em sistemas que recebem volumes maiores de esgoto.
Com base nos dados dos fluxogramas dos sistemas do Atlas Esgotos, estimou-se que, diariamente, a carga potencial de DBO era de 2210,46 toneladas, enquanto a carga remanescente era de 990,41 toneladas. Isso sugere uma remoção média de DBO de aproximadamente 55,2% nos sistemas de tratamento, evidenciando a necessidade de ampliação da cobertura para reduzir a carga poluidora residual. Em termos de nutrientes, as cargas potenciais de
N e P foram estimadas em 327,48 e 40,93 toneladas por dia, respectivamente. De forma geral, as ETEs do Estado recebiam 64,8% dessas cargas, o que corresponde a 1431,43 toneladas de DBO, 212,06 toneladas de N e 26,51 toneladas de P.
Estações de tratamento de esgoto
Entre 2015 e 2016, foram identificadas 768 ETEs ativas no Estado de São Paulo (figura 2), sendo 760 sistemas isolados e oito sistemas integrados (que atendem mais de um município). Esses sistemas integrados atendiam a 31 municípios diferentes e a uma população de cerca de 8,92 milhões de habitantes, correspondente a 33,6% da população atendida pela totalidade das ETEs (26,5 milhões de
Fig. 2 – Distribuição espacial das ETEs do Estado de São Paulo
Tratamento de esgoto
habitantes). A maior parte das ETEs do Estado atendia a uma população de até 50 mil habitantes (89,5%, N = 687). Apenas as ETEs ABC, Barueri e Parque Novo Mundo, na região metropolitana de São Paulo, atendiam mais de 900 mil habitantes.
A vazão afluente mediana das ETEs no Estado foi de 12,1 L/s, variando de 0,2 a 10.042,2 L/s. Das 585 ETEs com dados de vazão de projeto disponíveis nos croquis do Atlas Esgotos, 405 (69,2%) foram classificadas como de pequeno porte, com capacidade de até 50 L/s, e 142 (24,3%) como de médio porte (50 a 400 L/s). Apenas 38 (6,5%) possuíam vazão de projeto superior a 400 L/s. As medianas dos índices de utilização das ETEs de pequeno, médio e grande porte foram de 67,5% (2 – 190,5%), 53,4% (7,5 – 129%) e 57,5% (17,1 – 137,7%), respectivamente.
Apesar das diferenças aparentes nas medianas, foram observadas diferenças estatisticamente significativas somente entre os índices de utilização das ETEs de pequeno e médio porte (p < 0,0001). De forma geral, a maior parte das ETEs (66,8%) apresentou índices de utilização inferiores a 80%. As ETEs de pequeno e grande porte foram as que mais utilizaram a sua capacidade projetada, com 37,5% e 34,2% delas operando com índice de utilização superior a 80%, respectivamente. Em contrapartida, 79,6% (N = 113) das ETEs de médio porte apresentaram índices inferiores a 80%.
Estudos indicam que, quanto mais próxima à vazão de operação da ETE estiver de sua capacidade projetada, mais eficiente será a sua utilização de energia e menores serão os custos operacionais. Índices de utilização entre 70% e 80% levam a custos operacionais mais baixos. Por outro lado, índices de utilização maiores podem
sobrecarregar a planta e reduzir sua eficiência de remoção, principalmente de N e P.
Vale destacar que 73,9% das ETEs de médio porte atendiam a populações de até 50 mil habitantes entre 2015 e 2016. Esses resultados sugerem uma possível subutilização das ETEs existentes. Portanto, existe oportunidade para aumentar o volume de esgoto tratado sem a necessidade imediata de expansão de infraestrutura de tratamento. Contudo, ainda é necessário ampliar as conexões entre a rede coletora e as ETEs, a fim de reduzir o volume de esgoto lançado em corpos de água sem tratamento.
Tecnologias de tratamento
A utilização das lagoas de estabilização diminuiu significativamente com o aumento da população (tabela I), indicando que, em municípios maiores, onde a densidade populacional é maior e o espaço é limitado, há uma necessidade de tecnologias mais compactas e eficientes. Os reatores anaeróbios com pós-tratamento foram adotados principalmente em municípios de médio porte. Em municípios com mais de 100 mil habitantes, os sistemas de lodos ativados foram predominantes, possivelmente porque oferecem maior eficiência de trata-
Tecnologia de tratamento
Biofiltro aerado submerso
Disposição no solo
Tanque séptico com pós-tratamento
Lagoas de estabilização
Reatores aeróbios e lodos ativados
Reatores anaeróbios com pós-tratamento
mento e são mais adequados para a alta densidade populacional. Outras tecnologias, como o tanque séptico com pós-tratamento e o tratamento primário, foram menos utilizadas, com a primeira sendo encontrada principalmente em municípios pequenos (7,12% nos municípios de até 20 mil habitantes) e a segunda aparecendo de forma predominante em estações de pré-condicionamento de esgoto. A escassa utilização do biofiltro submerso aerado e do reator anaeróbio sem pós-tratamento sugere que essas tecnologias são menos preferidas, possivelmente devido às limitações em eficiência ou aplicabilidade. Resultados similares foram observados em 2187 ETEs brasileiras. Quanto às eficiências esperadas de remoção de N e P das ETEs do Estado de São Paulo, foram observados valores entre 30% e 75% para o N, com média de 56,5% e mediana de 60%, e entre 35% e 75% para o P, com média de 37,3% e mediana de 35%. Esses resultados eram esperados, uma vez que os processos convencionais de tratamento biológico proporcionam uma baixa remoção de nutrientes, pois foram projetados para remover as cargas orgânicas.
A análise detalhada das ETEs evidencia que apenas 49 (6,4%) incluíam uma fase específica para a remoção de N ou P, sendo que a maior parte foi
Reatores anaeróbios sem pós-tratamento 1,0% 0,0% 2,6% 2,6% 0,0%
Tratamento primário 1,5% 0,0% 2,6% 12,8% 0,0%
Nota: O valor destacado corresponde à tecnologia de tratamento mais utilizada em cada faixa populacional. Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Atlas Esgotos (ANA, 2020a, 2020b) [1]
Tab. I – Tecnologias empregadas nas ETEs de São Paulo, por faixa de população atendida
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Tratamento de esgoto
projetada para a remoção biológica de N (85,7%). A remoção de nutrientes dos esgotos é um desafio global que afeta principalmente os países em desenvolvimento, pois requer tecnologias avançadas que aumentam a complexidade e os custos operacionais.
Cargas remanescentes de nitrogênio e fósforo
A carga total remanescente dos sistemas de esgotamento sanitário do Estado de São Paulo foi de 206,53 t N/ dia e de 30,60 t P/dia, indicando uma remoção média de 37% e 25% para N e P, respectivamente. Esses dados evidenciam a importância de otimizar os processos de tratamento de esgoto para melhorar a eficiência de remoção de nutrientes. Embora exista uma pequena remoção, a carga residual ainda é substancial, apontando para a necessidade de investimentos em tecnologias mais avançadas de tratamento de esgotos.
A análise da distribuição das cargas dos municípios do Estado revelou cargas potenciais medianas de 82,95 kg N/dia, variando de 6,22 a 89603,4 kg N/dia, e de 10,37 kg P/dia, variando
de 0,78 a 11200,43 kg P/dia. Por outro lado, as cargas remanescentes variaram de 2,51 a 53885,71 kg N/ dia, com mediana de 44,54 kg N/dia, e de 0,40 a 8562,89 kg P/dia, com mediana de 7,36 kg P/dia. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre as medianas das cargas potenciais e remanescentes em ambos os casos. Em termos de lançamento, 92,4% das ETEs lançavam os esgotos tratados em rios e córregos, 0,3% em lagos ou reservatórios, 1,8% no mar e 0,7% no solo. A informação relativa ao corpo receptor não estava disponível para 37 ETEs (4,8%).
Conclusão
O presente estudo teve como objetivo analisar a situação dos sistemas municipais de esgotamento sanitário do Estado de São Paulo e quantificar as cargas potenciais e remanescentes de N e P. Para isso, foram utilizados dados disponibilizados nos recursos on-line do Atlas Esgotos, cujo período de referência variou entre 2015 e 2016. As principais conclusões obtidas após a análise das 768 ETEs existentes
nos 645 municípios do Estado foram:
• Em média, 64,8% dos esgotos gerados no Estado de São Paulo passavam por tratamento em ETEs. A maior cobertura com tratamento de esgotos foi observada em municípios de até 20 mil habitantes (77,9%) e a menor cobertura em municípios entre 100 mil e 900 mil habitantes (62,3%).
• O maior número de ETEs atendia a uma população de até 50 mil habitantes (89,5%), com capacidade nominal de até 50 L/s (69,2%), e fazia parte de sistemas isolados (99,0%), com gestão centralizada.
• Os índices de utilização da infraestrutura de tratamento foram inferiores a 80% para a maioria das ETEs (66,8%), com destaque para as que atenderam populações de até 50 mil habitantes.
• As lagoas de estabilização foram utilizadas predominantemente em municípios de até 100 mil habitantes, especialmente em municípios de pequeno porte, com redução do uso à medida que a população aumenta. Por outro lado, o uso de reatores aeróbios e lodos ativados aumentou nos municípios maiores e foi predominante nas populações acima de 100 mil habitantes.
• As eficiências médias de remoção de N e P nas ETEs foram de, respectivamente, 56,5% e 37,3%. A maioria das ETEs empregavam tecnologias de nível secundário, focadas na remoção de matéria orgânica. Uma etapa específica para a remoção de N ou P estava incorporada em um pequeno número de ETE (6,4%).
• A redução da carga potencial de N e P dos municípios foi baixa devido à falta de cobertura com tratamento de esgoto (média de 37% e 25% para N e P, respectivamente), especialmente nas grandes cidades, associada à baixa eficiência de remoção de N e P dos sistemas de tratamento existentes. Da carga total de 327,48 t N e 40,93 t P geradas diariamente, 206,53 t N e 30,60 t P foram lançadas no meio ambiente, frequentemente em rios e córregos.
O presente estudo destaca pesquisas recentes sobre o tema, destacando a
necessidade de avaliar, em estudos futuros, os impactos dos lançamentos de nutrientes nos corpos receptores. As cargas remanescentes de N e P nos municípios foram substanciais, o que sugere que a cobertura com tratamento de esgotos e as eficiências de remoção das ETEs podem ser insuficientes para atender aos padrões ambientais. Entre as limitações da pesquisa, destaca-se a utilização de uma base de dados que pode não representar os avanços mais recentes dos municípios em termos de infraestrutura de esgotamento sanitário. Além disso, o cálculo das cargas e a definição das eficiências de remoção de N e P foram simplificados, baseando-se em faixas típicas da literatura científica. No entanto, trata-se de um levantamento abrangente cujo objetivo é
fornecer um panorama geral da situação do esgotamento sanitário no Estado de São Paulo, do ponto de vista da gestão de nutrientes.
Referências
[1] Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas. 2020.
[2] Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Diagnóstico Temático Serviços de Água e Esgoto. 2022.
[3] Von Sperling, M. Urban wastewater treatment in Brazil. (IDB Technical Note 970). Inter-American Development Bank, 2016.
Os resultados completos desta pesquisa estão disponíveis no artigo “Wastewater is still a major problem: a comprehensive evaluation of N and P loads into water bodies of the most populous state in Brazil”, publicado no Journal of Environmental Management (https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2025.126440)
Avaliação de desempenho de hidrômetros volumétricos e velocimétricos
O estudo compara o desempenho de hidrômetros volumétricos e velocimétricos, com base em dados reais obtidos em um distrito de medição e controle com mais de 2,8 mil ligações. A análise busca orientar profissionais do setor de saneamento sobre a escolha mais eficiente de tecnologia para reduzir perdas aparentes de água e melhorar a micromedição e a receita das companhias.
Para as empresas de saneamento, um dos indicadores de boa gestão é o controle das perdas na água distribuída, que podem ser classificadas como físicas ou aparentes. Estas últimas ocorrem quando a água é consumida, mas não faturada pela empresa responsável pelo seu fornecimento, seja por motivos de ligações irregulares (fraudes), falhas no cadastro comercial e/ou limitação dos hidrômetros (erros na leitura do volume micromedido/submedição).
O tipo de ocorrência mais comum, quando se trata de perdas de água aparentes, é o erro de medição, que acaba gerando uma perda elevada de receita às empresas de saneamento, e afeta o consumidor final, uma vez que acarreta o repasse desses custos à tarifa [2].
Garantir a confiabilidade da micromedição, através da implantação de um programa de manutenção preventiva do parque de hidrômetros e seu gerenciamento, é uma ação importante para minimizar perdas de faturamento e alcançar a eficiência. Neste sentido, a gestão da hidrometria figura entre os grandes desafios no combate às perdas aparentes [1].
Atualmente, as empresas de saneamento utilizam para medição, quase que
na totalidade de seus clientes, hidrômetros do tipo velocímetros e volumétricos. Os hidrômetros velocimétricos ou taquimétricos possuem um princípio de medição indireto, o qual relaciona a rotação da hélice interna com o volume escoado, de acordo com a velocidade com que a água flui. Já o hidrômetro volumétrico tem um princípio de medição direto, no qual o volume de água que passa pelo equipamento é medido a partir de uma câmara de volume que enche e esvazia continuamente, juntamente com um sistema de conversão que totaliza a medição. Esse tipo de hidrômetro, de modo geral, tem menores erros de medição em relação ao velocimétrico [2].
Considerando-se a especificidade da metodologia de trabalho de cada dispositivo, é interessante direcionar as trocas de hidrômetros de forma assertiva, levando-se em conta o melhor resultado físico (aumento do volume micromedido e, por consequência, a diminuição de perdas) e financeiro (aumento do faturamento) para a empresa.
Outro fator importante e que também faz parte deste estudo é o consumo de imóveis onde é reduzida a utilização de água durante o mês, ou
Márcio Francisco Gaefke, Letícia Zanon Carvalho, Dionísio Sant’ana Pereira e Marcelo Tadeu Muniz Pereira, da Sabesp
Medição
seja, os chamados consumos mínimos que, em muitos casos, sequer passam de 3000 litros durante o mês. Neste sentido, este trabalho possui estudos de situações reais em campo com alternância da aplicação das tecnologias de medidores velocimétricos e volumétricos de pequenas capacidades.
Materiais e métodos
Inicialmente foi selecionado um distrito de medição e controle com predominância de imóveis residenciais, constituído por 2832 ligações domiciliares de água, para se tornar objeto deste estudo. Este distrito de medição e controle (DMC) possui abastecimento regular de água (sem interrupção) de 24 horas por dia e uma pressão média de 13 mca (metros de coluna d’água).
Nos meses de junho, julho, agosto e setembro de 2022 foram realizadas 1151 trocas de hidrômetros, correspondente a 40,64% do total instalado neste DMC. Dentre estas trocas, 45 eram de categoria comercial; 9 do tipo industrial; 1 do tipo pública; e 1096 residenciais. Todos os hidrômetros retirados eram do tipo velocimétrico, com idade média de 11 anos.
Para o estudo das tecnologias foram instalados 959 hidrômetros volumétricos e 192 hidrômetros velocimétricos. A distribuição dessas substituições contemplou também imóveis com diferentes perfis de consumo, com o objetivo de obter informações do comportamento de cada tecnologia para cada segmento, ou seja, avaliar os resultados para cada faixa de consumo existente neste DMC.
Na sequência, o trabalho foi dividido em quatro etapas, sendo as duas primeiras sobre as aplicações das duas tecnologias e as duas últimas sobre o comportamento das ligações por faixas
de consumo e os resultados econômicos e financeiros das substituições.
Primeira etapa: aplicação de hidrômetros velocimétricos
Nesta etapa foram aplicados 192 hidrômetros velocimétricos, que correspondem a 16,68% do total de casos substituídos. A decisão pela instalação de uma menor quantidade de velocimétricos neste estudo foi em função do parque ser bem maior do que os volumétricos nos municípios inseridos na região estudada.
Foram extraídos dados de consumos desta amostragem, comparando-se os períodos de antes da troca, de aproximadamente seis meses, com os períodos de consumos dos novos hidrômetros velocimétricos instalados (pós-troca) de três meses.
A figura 1 exibe um gráfico comparativo de retorno, tanto no aumento médio de receita (barra azul) quanto no volume micromedido (linha laranja) dos novos hidrômetros velocimétricos.
Segunda etapa: aplicação de hidrômetros volumétricos
Da mesma forma como foi conduzida a primeira etapa, aqui foram selecionados 959 imóveis, que correspondem a 83,31% dos casos substituídos para instalação de medidores volumétricos. Foi utilizada uma amostra maior para esta tecnologia para se ter um estudo mais amplo com volumétricos, já que a aplicação deste modelo é menor no parque selecionado. A proporção de hidrômetros volumétricos substituídos em relação a este DMC corresponde a 33,86%. Foram extraídos dados de consumo desta amostragem, comparando-se o período de antes da troca, de aproximadamente seis meses, com o período dos consumos dos novos hidrômetros volumétricos instalados (pós-troca) de aproximadamente três meses.
A figura 2 exibe um gráfico comparativo de retorno, tanto no aumento médio de receita (barra azul) quanto no volume micromedido (linha laranja).
Fig. 1 – Consumo mensal e ganhos por hidrômetros velocimétricos
Fig. 2 – Consumo mensal e ganhos por hidrômetros volumétricos
E TECNOLOGIA EM FILTRAÇÃO
Principais produtos:
•Decantador Lamelar / Dortmund
•Desmineralizadores de água
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•Filtro de polimento (areia - carvão - zeólito)
•Filtro Prensa
•Flotador
•Flotador
•Lavador de gás
•Lonas para filtro Prensa
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•Placas para filtro Prensa
•Separador de água e óleo - SAO
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Outros serviços:
•Adequação NR12
•Retrofit
•Locação de equipamentos
ANOS
Eficiência e confiabilidade em seu processo
Medição
Terceira etapa: análise das migrações por faixas de consumo
Os imóveis possuem características de consumo diferentes e, neste trabalho, foram caracterizados por faixas de consumo, que traçam o perfil de consumo de cada ligação. Para avaliar as migrações dessas substituições realizadas por faixas de consumo, foram extraídos os consumos médios mensais de antes das trocas dos medidores e os consumos médios mensais após essas trocas e, em seguida, distribuída cada ligação em um grupo por faixa de consumo. Devido à quantidade, as amostras foram compostas apenas pelos imóveis de categorias comercial e residencial por tecnologia aplicada.
Quarta etapa: análise econômico-financeira vs. tecnologia aplicada
Imóveis de categoria residencial
Em função das substituições terem sido quase que totalmente em imóveis residenciais (95,22%) e, para não haver distorções estatísticas, foram tratados nesta etapa apenas os resultados das substituições efetuadas em imóveis no segmento residencial. Dessa forma, utilizou-se como referência para as análises o tarifário vigente do ano de 2023 de uma companhia de saneamento, onde as tarifas são calculadas por faixas subsequentes de consumos, sendo de 0 a 10 m3 (um valor fixo); de 11 a 20 m3; e 21 a 50 m3.
O objetivo em mostrar a utilização das tecnologias velocimétrica e volumétrica é fazer comparações em um mesmo plano para subsidiar o gestor na tomada de decisão.
Na figura 3 estão as duas tecnologias aplicadas em imóveis residenciais deste DMC com sua recuperação média de receita por faixas tarifárias e por recuperação de volume. Nas figuras 4 e 5 têm-se os resultados discriminados por tecnologias nas aplicações em imóveis residenciais.
Retorno do investimento (payback)
A tabela I mostra os resultados obtidos nos imóveis residenciais para hidrômetros velocimétricos e volumétricos, com as informações e custos atuais de mão de obra e hidrômetro, com os quais pode-se calcular o retorno do valor aplicado em meses. Na primeira faixa estão os imóveis até 10 m3; na segunda faixa os valores entre 11 e
Tab. II - Recuperação de receita e volume por tipo de tecnologia aplicada
Velocimétrico Volumétrico
Quantidade 192 959
Aumento de receita R$ 1747 R$ 10.937,1
Média aumento de receita R$ 9,1 R$ 11,4
Ganho (vol) 409,5 m³ 2605,2 m³
Média (vol) 2,1 m³ 2,7 m³
20 m3; e na terceira faixa de consumo, os valores entre 21 e 50 m3 por mês.
Análise geral com todas categorias e tecnologias aplicadas
Para finalizar, a tabela II apresenta as recuperações em um mesmo plano com os medidores velocimétricos e volumétricos.
As trocas por hidrômetros velocimétricos tiveram em média uma recuperação de volume de 2,1 m3 e um acréscimo de receita de R$ 9,10. Já com os volumétricos houve uma recuperação de 2,7 m3 e um acréscimo de receita de R$ 11,40.
Conclusões e recomendações
Pela análise dos resultados, é possível concluir que todas as trocas provocaram um aumento do volume micromedido e de receita para os dois tipos de tecnologias aplicadas, porém, para hidrômetros volumétricos, o resultado é superior. O retorno em volume nas faixas iniciais de consumo, dependendo do tarifário da companhia, apesar de reduzir as perdas aparentes, não necessariamente vai trazer maior ganho em faturamento, uma vez que a cobrança da água também é realizada por faixas de consumo (quanto maior a faixa, maior o valor cobrado). Os resultados também demonstram que cada categoria e cada faixa de consumo indica um “ponto ótimo” a ser trocado, ou seja, aquelas que
apresentam maior ganho médio em volume e em receita. Vale ressaltar, porém, que nas economias comerciais, industriais e públicas, recomenda-se expandir o estudo para obtenção de valores mais precisos, devido à amostra deste trabalho possuir poucos casos para análise.
Referências
[1] Cavalcanti, A.C. Medição de Água e Controle de Perdas. Editora Comunicarte, 1996.
[2] Tsutiya, M.T. – Abastecimento de água, 2006.
[3] Tsutiya, M.T. Gerenciamento de Perdas de Água e Energia Elétrica em Sistemas de Abastecimento – Guia do Profissional em Treinamento Núcleo Regional Nordeste – Nurene, 2018.
Trabalho originalmente apresentado no 35o Encontro Técnico AESabesp/Fenasan - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 22 a 24 de outubro de 2024, em São Paulo.
ARegulador móvel de baixa tensão para instalações de água e esgoto com problemas de energia
Embora uma unidade operacional possa, em determinadas situações, funcionar sob níveis precários de tensão, essa prática não é recomendada. Níveis críticos de subtensão e desequilíbrio provocam aquecimento e aumento da vibração nos motores elétricos, reduzindo sua vida útil. Este trabalho apresenta uma alternativa para mitigar os problemas de energia em uma concessionária de saneamento por meio da aplicação de um regulador móvel de baixa tensão.
Rodrigo Masayuki Yamano, Leandro Pereira dos Santos e Marcos Cesar de Souza Brito, da Embasa – Empresa Baiana de Águas e Saneamento
s instalações operacionais de água e esgoto da Embasa são compostas por conjuntos motobombas que dependem da energia elétrica fornecida pela concessionária local. Diferentemente de uma planta industrial, em que os equipamentos estão concentrados em um único local, as empresas de saneamento operam de forma descentralizada. Suas unidades de produção encontram-se dispersas, muitas vezes distantes entre si e das estações de tratamento de água ou de esgoto.
Nesse modelo de operação, as unidades atendidas em baixa tensão e localizadas em áreas mais afastadas dos centros urbanos, a grandes distâncias dos alimentadores e subestações de energia, tornam-se mais vulneráveis a problemas de qualidade da energia elétrica, como subtensão e desequilíbrio de fases.
Outro fator relevante ocorre em regiões turísticas, onde há forte variação
populacional. Durante períodos sazonais ou eventos que sobrecarregam a rede, a qualidade da energia distribuída tende a se deteriorar, afetando diretamente as instalações operacionais. Essas oscilações no fornecimento podem acionar os relés de proteção contra falta de fase, subtensão e desequilíbrio, além das proteções internas de equipamentos como inversores e soft starters. O resultado é o desligamento automático das instalações, impedindo o acionamento das bombas até que a rede seja restabelecida. Nessas situações, há risco de desabastecimento de água ou de extravasamento de esgoto.
Este trabalho propõe uma alternativa para mitigar os problemas de energia que afetam recorrentemente as instalações operacionais da Embasa. A solução sugerida consiste em testar um regulador de tensão móvel, com entrada e saída em 220/380 VCA, para a estabilização de tensão em unidades operacionais
críticas, destinado a atender de forma pontual e periódica as unidades que sofrem com a qualidade de energia.
Trata-se de um dispositivo de pequeno porte que, diferentemente dos modelos de média tensão de montagem fixa utilizados pelas concessionárias, pode ser instalado e transportado pela equipe de manutenção em um veículo utilitário (figura 1).
Dessa forma, a Embasa poderá atuar de forma planejada, restabelecendo a operação de qualquer unidade afetada por problemas na qualidade da energia elétrica. O equipamento proposto foi dimensionado para atender motores de até 50 CV, abrangendo mais de 90% das instalações de baixa tensão da companhia.
Metodologia
O estudo utilizou o método experimental que consiste no posiciona-
mento do regulador entre o quadro geral de baixa tensão e o painel de acionamento dos conjuntos motobombas.
A figura 2 representa o esquema simplificado de uma instalação operacional de água e esgoto em baixa tensão com o dispositivo. Neste procedimento serão medidas as tensões de entrada e saída do regulador para análise comparativa, nível de regulagem e performance do equipamento.
Resultados e discussão
Foram realizados três testes em campo.
Teste 1
Na captação de Cações, pertencente à unidade regional de Santo Antônio de Jesus, o equipamento não operou da forma esperada. Como o dispositivo
Distribuidora
estava muito próximo ao inversor de frequência de 50 CV, suspeita-se que os harmônicos e sinais eletromagnéticos gerados pelo inversor, que não tinha filtro de entrada, tenham provocado interferências no circuito de controle do regulador. Ressalta-se que os harmônicos na rede elétrica podem gerar interferências nos circuitos eletrônicos e afetar o seu funcionamento.
Tensão de atendimento Faixa de variação da TL - tensão de leitura (V)
Crítica (TL < 331 ou TL > 403) / (TL < 191 ou TL > 233)
Teste 2
Na captação de Ouriçangas Cações, o equipamento operou de forma esperada. As tensões medidas na entrada e saída foram:
Entrada:
Van = 211,8 Vac_rms
Vbn = 218,4 Vac_rms Vcn = 220,6 Vac_rms.
Fator de desequilíbrio de tensão: 4,5%, fora do limite estabelecido pelo módulo 8 da Prodist –Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
Nacional (tabela I). Para a instalação em teste, o limite estabelecido em norma seria de 3%.
Saída:
Van = 221,2 Vac_rms
Vbn = 216,4 Vac_rms
Vcn = 218,6 Vac_rms.
Fator de desequilíbrio de tensão: 2,38% dentro do limite estabelecido pelo módulo 8 da Prodist (tabela I).
Teste 3
Na captação de Rio Real (figuras 3 e 4), o regulador de tensão operou de forma esperada. As tensões medidas foram:
Fator de desequilíbrio de tensão: 3,38%, fora do limite estabelecido pelo módulo 8 da Prodist (tabela I), cujo limite estabelecido em norma seria de 3%.
Fator de desequilíbrio de tensão: 2,68% dentro do limite estabelecido pelo módulo 8 da Prodist (tabela I). É possível observar que a instalação apresentava tensão fora dos limites con-
- Medições com o regulador na saída
de tensão
de tensão Regulador de tensão
Fig. 2 - Posicionamento de regulador de tensão na instalação operacional de conjunto motobomba
Fig. 1 – Instalação do regulador BT/BT
Tab. I - Limites para os desequilíbrios de tensão
Tab. II – Pontos de conexão em tensão nominal igual ou inferior a 1 kV (380/220 VCA)
Fig. 3 - Medições com o regulador na entrada
Fig. 4
siderados adequados pela norma Prodist, provocando atuação da prote‑ ção da soft starter por sobretensão (tabela II). As bombas operam em função do sistema de controle e força contidos no painel de acionamento. Este painel é responsável pelo con trole, proteção e acionamento das bombas. Caso haja uma sobrecarga na rede ou problemas de qualidade, as proteções internas serão sensibili zadas e desligarão os equipamentos. Vale destacar que a intermitência na operação da instalação não é desejá vel, pois os sistemas de abastecimen to de água precisam de continuidade operacional para estabelecer níveis adequados de pressão e vazão da rede adutora e distribuidora.
Conclusão
O trabalho propõe o aproveitamen to do regulador de tensão, já incorpo rado e consolidado nas empresas do setor elétrico, adaptando o para um formato móvel e portátil, com intuito de ampliar seu uso em instalações operacionais de água e esgoto de concessionárias de saneamento, que frequentemente ficam inoperantes devido à baixa qualidade do forneci mento de energia.
O equipamento, atualmente em fase de testes, tem atendido às expec tativas e demonstra potencial para ser utilizado em situações de precarização da rede elétrica, tanto de forma contí nua quanto pontual.
Esta proposta busca solucionar um problema recorrente nas instalações operacionais da Embasa, especial mente nas unidades localizadas no interior da Bahia, onde a qualidade da energia frequentemente atinge níveis críticos.
Produtos
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Medidores de fluxo
Com mais de 125 anos de experiência em tecnologia de medição, a suíça GWF,
representada pela Testari, traz ao mercado brasileiro um portfólio de medidores para monitoramento contínuo para a gestão de água e es goto em redes complexas. Os sensores da GWF oferecem fácil instalação em pontos es tratégicos, fornecendo dados precisos e em tempo real sobre o fluxo de fluidos.
A tecnologia garante alta precisão (<2% de incerteza, contra >20% do mercado) e exige menos medidores. Possui baixa manutenção e facilita a instalação em locais complexos.
https://www.testarienergia.com.br/
Selim ajustável
O selim ajustável da Kovacs foi projetado para garantir conexões rápidas, seguras e estanques em tubulações de esgoto em PVC ou cerâmica (DN 150 × 100 e DN 200 × 100). Fabrica do em polipro pileno injetado de alta pressão, o componente articulado dispensa o uso de massa, realizando a vedação por meio de dois parafusos de aço inox. Além de facilitar o corte e o acabamento da tubulação, reduz em até 40% o tempo de instalação e o contato do trabalhador com o material. Produzido com matéria prima reciclada, o selim evita vazamentos e contaminação do solo.
Site: https://jkovacs.com.br/
Saneamento – O ITB - Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, publicou a 17ª edição do Ranking do Saneamento com foco nos 100 municípios mais populosos do Brasil. Para produzir o ranqueamento, foram levados em consideração os indicadores mais recentes do Sinisa - Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico, ano-base 2023, publicado pelo Ministério das Cidades, além de uma ponderação de pesos na evolução dos indicadores estabelecida em metodologia criada em parceria com a consultoria GO Associados. A falta de acesso à água potável impacta 16,9% dos brasileiros e 44,8% não possuem coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde, produtividade no trabalho, valorização imobiliária, turismo e na qualidade de vida da população. Com 108 páginas, o estudo completo pode ser acessado pelo link: https://abrir.link/JCSWA.
Mapas de calor – No e-book Mapas de Calor no Saneamento: da Teoria à Aplicação, a Stattus 4 mostra como a representação visual ajuda na análise do
2G Engenharia & Serviços
Above-Net
Aflux Brasil
Analyser
Aquastar
ATAG
Attendance
BanPlastic
Clarifil
abastecimento, identificação de perdas de água e geração de alarmes via IA –Inteligência Artificial. O guia mostra como as cores podem ser usadas para revelar padrões de pressão e variações no abastecimento de uma rede de distribuição. Com 33 páginas, a publicação pode ser baixada pelo link: https://abrir.link/RexvY.
Publicações
capítulo atualizado sobre IA – Inteligência Artificial em facilities. Editora Ciência Moderna (https://abrir.link/aYTRj), 432 páginas.
Tratamento de resíduos – Em Facilities – Gestão & Manutenção de Infra estrutura, o autor Mário Jorge da Silva Pereira aborda a gestão de infraestrutura em ambientes críticos como torres de resfriamento e tratamento de resíduos em ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto, nas quais é demandada a aplicação de tecnologias para controle e monitoramento a partir de softwares e instrumentação específicos. A obra, atualmente em sua segunda edição, também traz um
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Legislação – A obra Regionalização do Saneamento Básico: As Microrre‑ giões e suas Autarquias, de Luciana Merçon Vieira, mostra que o saneamento básico passou por profundas alterações com a entrada em vigor da Lei nº 14.026, de 2020, voltadas à universalização do acesso aos serviços de saneamento básico pela população. Entre as inovações, destaca-se o estímulo à regionalização, sob a responsabilidade dos estados. O objetivo principal foi identificar alertas e recomendações a serem observados na institucionalização das autarquias microrregionais em curso no país, e apontar como o ordenamento jurídico fundamenta esse modelo de regionalização. Editora Fórum (https://abrir.link/Hhhrg), 232 páginas.
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Saneamento em Pauta
Você já refletiu como a falta de saneamento básico pode impactar a sua vida, mesmo tendo acesso à água tratada e rede de esgoto? No Brasil, milhões de pessoas ainda vivem sem esses serviços essenciais, e os impactos vão muito além do desconforto: eles afetam a saúde pública, a educação, a economia e o meio ambiente.
O saneamento básico é muito mais do que a água que sai da torneira ou desce pelo ralo. Ele abrange o abastecimento de água potável, a coleta e o tratamento de esgoto, a gestão de resíduos sólidos e o manejo das águas pluviais. Esses serviços são fundamentais para garantir a qualidade de vida, prevenir doenças e promover o desenvolvimento sustentável das cidades.
Apesar de avanços pontuais, o Brasil ainda enfrenta uma realidade alarmante. Segundo dados do SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, mais de 30 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada, e quase 100 milhões vivem sem coleta de esgoto. Além disso, apenas cerca de metade do esgoto coletado no país é tratado antes de ser devolvido à natureza.
Esse cenário é ainda mais grave nas periferias urbanas, comunidades ribeirinhas e áreas rurais, onde a ausência de infraestrutura expõe populações inteiras a riscos sanitários. Doenças como dengue, leptospirose, hepatite A e verminoses são comuns em locais sem saneamento adequado.
Nos últimos anos, algumas medidas buscaram reverter esse quadro. O novo marco legal do saneamento, aprovado em 2020, estabeleceu metas ambicio-
sas: até 2033, 99% da população deve ter acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgoto. A ideia é atrair investimentos privados para ampliar e modernizar a infraestrutura, especialmente em regiões onde o poder público não consegue atuar com eficácia.
No entanto, a implementação enfrenta obstáculos consideráveis. A falta de planejamento urbano, a precariedade das gestões municipais, os altos custos das obras e a resistência de alguns setores à privatização dificultam a universalização dos serviços. Além disso, a desigualdade regional torna o desafio ainda maior: enquanto estados do Sul e Sudeste apresentam melhores índices, o Norte e o Nordeste concentram os piores indicadores.
As cidades brasileiras, marcadas por um crescimento desordenado e ocupações irregulares, têm no saneamento um dos seus maiores gargalos. Em muitos bairros, a urbanização chegou antes da infraestrutura, gerando áreas vulneráveis e com baixa capacidade de resposta a enchentes, à contaminação de rios e à proliferação de vetores de doenças. Para superar esse cenário, é preciso integrar políticas públicas de habitação, saúde, meio ambiente e mobilidade urbana, além de investir em educação ambiental e na participação da sociedade civil, que deve ser envolvida na cobrança e fiscalização dos serviços prestados.
O saneamento básico não é luxo, é um direito. E garantir esse direito é uma tarefa urgente para um país que sonha com mais justiça social e sustentabilidade. O futuro das cidades brasileiras passa, necessariamente, por investimentos
Agostinho Geraldes, Presidente da AESabesp
consistentes em saneamento, e isso exige compromisso político, participação popular e uma nova cultura de cuidado com o espaço urbano. Porque dignidade também se escreve com água limpa e esgoto tratado.
Diante disso, em um ano de COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro em Belém do Pará, os desafios do saneamento no Brasil ganham ainda mais relevância. A COP é um evento global onde líderes, cientistas e representantes de todo o mundo se reúnem para debater e definir ações de combate à crise climática.
A conexão é direta: a falta de saneamento tem um impacto profundo no meio ambiente, contribuindo para a poluição de rios e a degradação de ecossistemas. Além disso, as mudanças climáticas intensificam problemas como enchentes e secas, tornando a infraestrutura de saneamento ainda mais importante para a resiliência das cidades. Sediar a COP30 é a oportunidade de mostrarmos a urgência de resolver o déficit de saneamento e buscar soluções inovadoras e sustentáveis para que nossas cidades, e principalmente a região amazônica, se tornem um exemplo de desenvolvimento e cuidado com o meio ambiente.
Agostinho Geraldes é engenheiro civil, com pós-graduação em Engenharia de Saneamento pela Faculdade de Saúde Pública do Estado de São Paulo. Atualmente é Diretor de Manutenção Estratégica da Sabesp e Presidente da AESabespAssociação dos Engenheiros da Sabesp.
Esta seção é dedicada a reflexões sobre o setor de saneamento no Brasil e seus desafios. Os artigos são elaborados pelo Corpo Diretivo das principais entidades de saneamento do país e não necessariamente refletem a opinião da Hydro.
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