Hydro Novembro | Dezembro 2023

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Hydro • Novembro/Dezembro 2023

Saneamento

Tratamento de esgoto em propriedades rurais (Parte 2) Marcia Viana Lisboa Martins, professora da Unifei - Universidade Federal de Itajubá; e Laís Gomes de Oliveira, engenheira civil

A

Esta segunda parte do artigo analisa a viabilidade técnica, econômica e socioambiental do sistema de tratamento de efluentes domésticos de propriedades localizadas em um bairro rural no município de Itajubá, MG. Foram avaliadas alternativas para o tratamento da água negra (fossa séptica biodigestora e tanque de evapotranspiração) e da água cinza (jardim filtrante e círculo de bananeiras).

NBR 13969/1997 - Tanques Além do descarte do efluente geraSépticos: Unidades de tratado por um sistema descentralizado de mento complementar e disposição tratamento em corpos d’água, é possível que ele seja utilizado na irrigação, final dos afluentes líquidos – Projeto, desde que os parâmetros apresentaconstrução e operação [1] foi elaborada com a finalidade de oferecer dos sejam compatíveis para tal fim. soluções técnicas para usuários que Para reúso local de esgoto de origem dependem de sistemas locais de traessencialmente doméstica, o efluente tamento de esgoto. após tratamento pode ser destinado a A norma fornece ainda instruções fins que não exijam qualidade potável, como irrigação de campos agrícolas e para a disposição final dos efluentes tratados. Para o lançamento de pastagens. Para reúso em pomares, efluentes em corpos d’água superficereais, forragens, pastagem e outros ciais, a seguinte classificação deve ser cultivos, através de escoamento suconsiderada: perficial ou por sistemas de irrigação x Classe A: na represa destinada ao pontual, os níveis de coliformes fecais abastecimento público, ou nos rios no efluente devem ser inferiores a formadores de represa até 10 km a 5000 NMP/100 ml e o oxigênio dismontante dela. solvido acima de 2 mg/L [2]. x Classe B: nos corpos receptores Segundo a Resolução 430/2011 do Conama - Conselho Nacional do com captação a jusante para abasteMeio Ambiente, entre as condições e cimento público. padrões para lançamento de efluentes x Classe C: nas águas litorâneas, praias de sistemas de tratamento de esgotos e nos rios que desaguam nas praias fresanitários estão: demanda bioquímica quentadas por pessoas para recreação. de oxigênio (DBO) de 5 dias, 20°C x Classe D: nos demais corpos receptores. Tab. I – Parâmetros de efluentes tratados. Fonte: Adaptada Para cada uma das clas- da NBR 13969/1997 ses, são apresentados os Parâmetro Classe A Classe B Classe C Classe D parâmetros a serem aten- pH Entre 6 e 9 Entre 6 e 9 Entre 6 e 9 Entre 6 e 9 < 30 < 50 < 60 didos, definidos pela nor- DBO5, 20 (mg/L) < 20 DQO (mg/L) < 50 < 75 < 125 < 150 ma (tabela I).


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