Hydro Novembro | Dezembro 2023

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Hydro • Novembro/Dezembro 2023

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Sumário www.arandanet.com.br/hydro

Especial

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Softwares de gestão comercial para empresas de saneamento As elevadas perdas no faturamento e a necessidade de melhorar a eficiência têm motivado as empresas investirem cada vez mais em seus sistemas de gestão comercial. A reportagem apresenta as ferramentas de software que podem ajudá-las a organizarem seus processos.

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Serviço Guia de distribuidores de materiais hidráulicos Veja onde encontrar os distribuidores dos principais produtos usados em estações de água e esgoto e sistemas prediais de residências e indústrias, como tubos e conexões, bombas, válvulas, filtros e produtos químicos.

Saneamento

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Tratamento de esgoto em propriedades rurais (Parte 2) Esta segunda parte do artigo analisa a viabilidade técnica, econômica e socioambiental do sistema de tratamento de efluentes domésticos de propriedades localizadas em um bairro rural no município de Itajubá, MG.

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Corrosão Sistemas de proteção catódica para adutoras A proteção catódica é fundamental para eliminar os processos corrosivos, pelo solo e por correntes de fuga. Neste trabalho, é mostrado como se desenvolvem os processos corrosivos nas instalações e como os sistemas de proteção catódica podem garantir a segurança dos ativos.

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Serviço Guia de ETAs e ETEs Fazem parte do levantamento os sistemas biológicos, físico-químicos e terciários, como membranas de ultrafiltração, além de estações compactas, de aproveitamento de água de chuva e desaguamento de lodo.

Capa

Seções Carta ao leitor..................................04

Atendimento ao leitor................55

Notícias................................................06

Publicações.......................................57

Conexão..............................................50

Índice de anunciantes................57

Produtos.............................................54

Opinião.................................................58

Foto: Depositphotos


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Editorial

Software de gestão comercial, aliada das empresas de saneamento

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transformação digital está chegando também ao setor de saneamento. Com os prazos para atingir as metas da universalização dos serviços cada vez mais próximos, as empresas buscam formas de aumentar a eficiência, a produtividade das equipes e a receita. A tecnologia é a grande aliada nesse sentido, ao possibilitar uma gestão integrada e automatizada de todos os processos. Por isso, não apenas os grupos privados, mas as companhias estaduais, prefeituras e autarquias municipais estão apostando em novas ferramentas para atendimento, contabilidade e supervisão de serviços de campo. Com cruzamento de dados atuais e análises estratégicas de business intelligence, as decisões de expansão tornam-se mais assertivas. Um bom exemplo é a escolha da área para renovação do parque de hidrômetros. As soluções indicam os melhores cenários baseados em indicadores como a vida útil dos equipamentos em uso e o histograma de consumo dos usuários. Além disso, o software permite realizar aferições, cadastrar zonas de abastecimento e programar manutenções. Um outro benefício das plataformas de gestão diz respeito ao atendimento ao público. O desenvolvimento teve maior impulso durante a pandemia, que fechou lojas e prejudicou o atendimento presencial. Hoje os aplicativos possibilitam consultas, emissão de faturas, cadastramentos e qualquer solicitação de serviços como cortes e religações de água sem a necessidade de deslocamento até uma agência. Com as informações unificadas e orquestradas em diversos canais, como web e WhatsApp, o software atende 90% das necessidades do cidadão. No aspecto financeiro, as ferramentas comerciais podem reduzir a inadimplência e aumentar o faturamento da companhia em cerca de 8% a 12%, sem ajustes nas tarifas de água e esgoto, ao facilitar o pagamento (por exemplo, através da integração ao pagamento eletrônico e emissão do boleto com possibilidade de pagamento via PIX) e intensificar a cobrança de débitos que por lei já estejam passíveis de serem inscritos em dívida ativa. As empresas de água e esgoto têm o desafio adicional de mapear e visualizar as informações geográficas referentes à sua rede, que inclui tubulações de água e esgoto de grandes extensões, estações de tratamento, poços, reservatórios e milhares de unidades consumidores. Nesse cenário, vale destacar o GIS - Sistema de Informações Geográficas, tecnologia de georreferenciamento capaz de integrar operações de banco de dados, análise estatística e mapeamento digital, potencializando os recursos das plataformas empresariais. Muitas concessionárias ainda fazem o controle de seus sistemas de forma manual, com planilhas e ordens de serviço impressas em papel. Mas com as facilidades do processamento na nuvem e em tempo real, gerando informações fáceis de interpretar e integração colaborativa entre departamentos (financeiro, engenharia e operação), aos poucos a transformação cultural deve chegar a todo o setor. Sandra Mogami – Editora sm@arandaeditora.com.br

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) REDAÇÃO: Diretor: José Rubens Alves de Souza (in memoriam) Jornalista responsável: Sandra Mogami (MTB 21780) Repórter: Fábio Laudonio (MTB 59526) SECRETÁRIAS DE REDAÇÃO E PESQUISAS: Milena Venceslau e Sabrina Emilly dos Anjos Costa PUBLICIDADE NACIONAL: Gerente comercial: Elcio Siqueira Cavalcanti Contatos: Cibele Tommasini (cibele.tommasini@arandaeditora.com.br) e Rodrigo Lima (rodrigo.lima@arandaeditora.com.br) REPRESENTANTES: Minas Gerais: Oswaldo Christo - Rua Wander Rodrigues de Lima, 82, conj. 503 - 30750-160 - Belo Horizonte - Tel./Fax: (31) 3412-7031 Celular: (31) 99975-7031 - oadc@terra.com.br Paraná e Santa Catarina: Romildo Batista - Rua Carlos Dietzsch, 541, conj. 204 - bl. E - 80330-000 - Curitiba-PR - Tel.: (41) 3501-2489 Cel.: (41) 99728-3060 - romildoparana@gmail.com Rio de Janeiro e interior de São Paulo: Guilherme Carvalho Cel.: (11) 98149-8896 - guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Rio Grande do Sul: Maria José da Silva - Tel.: (11) 2157-0291 Cel.: (11) 98179-9661 - maria.jose@arandaeditora.com.br INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES: China: Mr. Weng Jie - Hangzhou Oversea Advertising Ltd 55-3-703 Guan Lane, Hangzhou, Zhejiang 310003, China Tel.: +86 571-87063843, fax: +1 928-752-6886 (retrievable worldwide) ziac@mail.hz.zj.cn Germany: STROBEL VERLAG GmbH & Co. KG - Mr. Peter Hallmann Zur Feldmühle 9-11 - 59821 Arnsberg Tel.: +49 2931 8900-26, fax: +49 2931 8900-38 p.hallmann@strobel-verlag.de Italy: QUAINI Pubblicità - Ms. Graziella Quaini - Via Meloria 7 - 20148 Milan Tel.: +39 2 39216180, fax: +39 2 39217082 - grquaini@tin.it Japan: Echo Japan Corporation - Mr. Ted Asoshina Grande Maison Room 303, 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073, Japan Tel.: +81-(0)3-3263-5065, fax: +81-(0)3-3234-2064 - aso@echo-japan.co.jp Korea: JES Media International - Mr. Young-Seoh Chinn 2nd Fl., ANA Building, 257-1 Myeongil-Dong, Gangdong-gu Seoul 134-070 Tel.: +82 2 481-3411, fax: +82 2 481-3414 - jesmedia@unitel.co.kr Switzerland: Mr. Rico Dormann, Media Consultant Marketing Moosstrasse 7, CH-8803 Rüschlikon Tel.: + 41 1 720-8550, fax: + 41 1 721-1474 beatrice.bernhard@rdormann.ch Taiwan: WORLDWIDE S Services Co. Ltd. - Mr. Robert Yu 11F-B, No 540, Sec. 1, Wen Hsin Road, Taichung Tel.: +886 4 2325-1784, fax: +886 4 2325-2967 - global@acw.com.tw UK: Mr. Edward J. Kania - Robert G Horsfield International Publishers Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks - Derbyshire SK23 6DA Tel.: +44 1663 750 242, mob.: +44 7974168188 - ekania@btinternet.com USA: Ms. Fabiana Rezak - 2911 Joyce Lane, Merryck, NY 11566 USA Tel.: +(1) 516 476-5568 - arandausa@gmail.com ADMINISTRAÇÃO: Diretor administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr. CIRCULAÇÃO: São Paulo: Clayton Santos Delfino - tel. (11) 3824-5300 e 3824-5250 PROJETO VISUAL GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Helio Bettega Netto ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Talita dos Santos Silva e Vanessa Cristina da Silva SERVIÇOS: Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A. Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima

ISSN 1980-2218

Hydro é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP Brasil Tel. (+55-11) 3824-5300 e 3824-5250 Fax (+55-11) 3666-9585 infohydro@arandanet.com.br - www.arandanet.com.br A revista Hydro é enviada a 12 mil profissionais envolvidos com instalações hidrossanitárias prediais, com o tratamento de água e efluentes em indústrias e complexos de serviços e com sistemas públicos de água e esgoto.



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Notícias Sancotec anuncia parceria com a Tank Connection

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Sancotec, com sede em Florianópolis, SC, empresa especializada em soluções para armazenamento de líquidos, fechou parceria com a Tank Connection, fabricante norte-americana de reservatórios de aço carbono com placas aparafusadas, para representação e distribui- Instalação de reservatório de água da Tank ção exclusiva da marca no Brasil. Connection “A Tank Connection é uma das líderes globais nesse segmento”, diz te brasileira de reservatórios de PRFV Roberto Fukumaru, diretor da Sancotec. em peça única até 400 m³ em diâCom capacidade até 70.000 m³, a esmetros de até 5 metros ou sistema trutura de aço é revestida em epóxi de oblatação para reservatórios com ligado por fusão com a tecnologia pa8, 10, 12 e 15 metros de diâmetro tenteada 7000 FBE. “Trata-se de um com capacidade de até 4500 m³. sistema mais forte do que o esmalte “Temos um corpo técnico altaou vidro de porcelana, podendo armamente especializado e produtos que zenar água potável, água de processo seguem criteriosos padrões de quae aplicações de efluentes”, afirma. lidade”, afirma. Além do desenvolviA Sancotec também representa mento de produtos, a empresa ofeos tanques da Toro Equipment, uma rece serviços técnicos que vão desde empresa espanhola que iniciou suas a pré-engenharia até a execução de atividades em 1989 com a fabricação trabalhos em campo. de equipamentos em PRFV - plástico Sancotec – Tel. (48) 99955-7133 reforçado com fibra de vidro com caSite: http://sancotectank.com/ pacidade de até 12 mil m³, presente em 90 países, com mais de 1500 tanques W. Tank instalados. Os modelos Krominox apresenta são em forma de cilindros verticais tubos e conexões de com placas modulares de PRFV apaaço inox para o mercado rafusadas pré-fabricadas através do de saneamento processo flexmolding, com laminado multiaxial balanceado. “Com essa Krominox, empresa brasileira esforma de construção, os reservatórios pecializada na fabricação de tupodem ser montados em qualquer bos e soluções de aço inox, há 27 lugar com menor prazo, em compaanos no mercado, está apresentando ração com as outras tecnologias exiso portfólio de soluções voltadas para tentes”, diz Fukumaru. o mercado de saneamento, como caAlém das duas marcas internaciovaletes padrão Sabesp, hidrômetros, nais que fazem parte de seu portfólio, conexões, tubetes em latão e em poa Sancotec também trabalha com a lipropileno, registros de gaveta, que Tecniplas, de Cabreúva, SP, fabricanpassaram a ser oferecidas pelo grupo,

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após a aquisição da Master Hidráulica, de Carapicuíba, SP, no início deste ano. “A Krominox é a única empresa homologada em tubos e conexões de inox na Sabesp”, diz o CEO Marcos Barbosa. De acordo com ele, as companhias de saneamento tradicionalmente adotam o aço carbono em função do menor custo inicial, mas o inox oferece vantagens como a maior vida útil, de mais de 30 anos, a resistência das estruturas e a mínima possibilidade de corrosão das tubulações, oferecendo maior segurança e integridade da água tratada. “As companhias cada vez mais vão preferir adotar soluções que reduzam a manutenção e interferências no abastecimento dos clientes”, afirma. A própria norma atual da Sabesp especifica que os cavaletes destinados a condomínios, prédios residenciais e comerciais e shopping centers sejam feitos de inox. Com sede em Barueri, SP, e plantas fabris em diversas localidades, a Krominox tem como carro-chefe os tubos de inox com costura com diâmetros de 6 a 2438 mm e espessuras de 0,5 a 20 mm, confeccionados em diversas linhas de produção, como tubos calandrados de grandes diâmetros, batidos em prensas e máquinas em processo contínuo, para atender todos os segmentos de mercado, como alimentício, farmacêutico, químico, petroquímico, papel e celulose e saneamento. Entre os diferenciais da empresa, segundo o CEO, está a personalização. Os tubos são desenvolvidos sob medida exata de comprimento, de acordo com a necessidade de cada projeto específico, para que não existam perdas ou contratempos na integração das extensas tubulações dos sistemas de saneamento e tratamento de águas.


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das de serviços de vários a 2032 mm, com solda helicoidal arco segmentos de mercado, submerso (SAW), nas opções de ponem especial o de saneatas lisas ou biseladas, com ou sem mento básico, que pasrevestimento. “Pelo processo de fabrisa pelas reestruturações cação helicoidal, o tubo fica perfeitaprevistas no novo marco mente redondo, sem desvio longituPlanta fabril da Krominox: tubos e conexões de aço legal. O mesmo segmendinal, sem deformações e com maior homologados na Sabesp to impulsionou também resistência mecânica”, afirma William a aquisição da Master Hidráulica. “A exde Souza, analista sênior da SteelMast. “A partir da personalização desses tupectativa é de grande crescimento no As tubulações são fabricadas de bos, uma solução única no mercado, é segmento”, finaliza o CEO. acordo com as normas AWWA C200, possível gerar economia e otimizar os NBR 9797 e NTS 285 (Sabesp), paprojetos de cada município”, diz. Krominox – Tel. (11) 2126-0622 Site: https://krominox.com.br/ drões reconhecidos para a fabricação Além da personalização das tubude tubos de aço para sistemas de lações, a empresa aposta na oferta de abastecimento de água e esgoto. soluções completas para as compaAs juntas são disponíveis nas vernhias de água. “Queremos oferecer Fabricante de tubos sões ponta-ponta, ponta-bolsa, SM10/ valor agregado”, diz. No mercado, a SteelMast investe em SM20 (sem necessidade de solda ou prática comum é o cliente comprar segunda planta fabril ferramentas especiais) ou butt-strap, o tubo e as conexões e depois manem Rio Negrinho com uma luva de acoplamento com dar para uma outra empresa montar SteelMast, fabricante nacional de mesmo material e espessura de tubo, o equipamento. “Com a Krominox, tubos de aço de grandes diâsem redução na resistência à presele vai receber o conjunto completo, metros com solda helicoidal e possão do tubo. “Esse tipo de solução pronto para uso”, afirma. tes metálicos, com parque fabril em reduz em 25% a 30% o tempo de Fundada em 1996 como uma disSão Bento do Sul, SC, está implanmontagem em campo por dispensar tribuidora de tubos e conexões de aço tando uma segunda planta industrial elementos de testes na obra, como o inox, a Krominox comprou a primeira na cidade vizinha de Rio Negrinho, ultrassom”, diz. fábrica de tubos em 2017 na cidade de destinada a revestimentos internos Entre os clientes da SteelMast na Jandira, SP. A empresa seguiu em ritmo e externos, jateamento e pintura das área de saneamento estão a Sanepar, de expansão nos anos seguintes, com tubulações voltadas para os mercados para a ETEs Belém e Atuba Sul, em a aquisição de novas plantas e investide óleo e gás, saneamento e infraesCuritiba, PR, e para a Copasa, que reamentos internos, voltados à ampliação trutura. Com a inauguração, prevista lizou a travessia sobre o rio Paraopeba de sua capacidade produtiva. No últipara o primeiro semestre de 2024, a em Betim, MG, com uma tubulação mo ano, a companhia investiu cerca de empresa mais que dobrará sua área autoportante fornecida pela empresa. R$ 10 milhões em maquinários, ferra“Nossa solução é capaz de suportar construída. Somente no último ano os mentas e fornos térmicos. Até o final vãos acima de 100 metros sem preciinvestimentos na nova unidade supede 2023, outros R$ 15 milhões estão sar de apoio”, afirma. ram a casa de R$ 38 milhões. previstos sob a mesma estratégia. Na No mercado desde 2005, perspectiva das aquisições e ampliaa SteelMast conta com cações, a companhia adquiriu, em 2022, pacidade produtiva de 5000 duas unidades fabris da Partners Sertoneladas por mês de proviços e Industrialização de Tubos para cessamento de aço, cerca de ampliar sua cartela de produtos, sob 130 colaboradores, e atende um aporte de R$ 6,25 milhões. No o país todo. Na planta fabril mesmo período, uma nova divisão de de 10,8 mil metros quadracaldeiraria para aço inox foi implemendos em São Bento do Sul Fábrica de tubos de aço da SteelMast em São Bento tada na Maxitubos, uma das empresas produz tubos de aço de 406 do Sul do grupo, visando atender as deman-

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Notícias A SteelMast pertence ao mesmo grupo da Tuper, da família Bollmann, uma das maiores transformadoras de aço do Brasil, com mais de 50 anos de atuação e sede também em São Bento do Sul. SteelMast – Tel. (47) 3307-3500 Site: www.steelmast.com.br

Produto da SciCorp aumenta eficiência de tratamento biológico em pelo menos 25%

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canadense SciCorp, empresa representada no Brasil pela Alpha Water, de São Bernardo do Campo, SP, está apresentando ao mercado brasileiro o Biologic SR2, um produto proveniente de nutrientes líquidos totalmente naturais, à base de plantas, capaz de aumentar a eficiência de sistemas de tratamento biológico, eliminando odores e reduzindo os custos de operação da estação. “Basta adicionar pequenas doses do produto na entrada do processo”, diz Derek Maat, diretor de operações.

Derek Maat (à esq.), diretor de operações da SCI Corp, e Gilmar Pires, diretor da Alpha Water: resultados visíveis em questão de horas

A concentração é da ordem de 1 a 10 partes por milhão. Por exemplo, para um tanque de 1000 m3 de água, são necessários 3 litros do produto por dia, dependendo da concentração de DBO/DQO do efluente. Segundo o executivo, o Biologic SR2 pode ser aplicado em sistemas aeróbios, anaeróbios e até mesmo em lagoas de tratamento, tanto para estações elevatórias e municipais de esgoto como industriais de alta capacidade, sem necessitar de nenhuma infraestrutura especial – somente o equipamento para dosagem. O produto estimula o crescimento da flora bacteriana responsável pela hidrólise de gorduras, óleos e graxas (FOG) e outros biossólidos presentes

em águas residuais. Como resultado, os biossólidos são hidrolisados de forma mais completa e mais rápida nas estações de tratamento. “A hidrólise é a etapa limitante da taxa de remoção biológica de sólidos em muitas estações de tratamento de efluentes. A adição do SciCorp Biologic SR2 resolve isso eficientemente e melhora o desempenho geral do tratamento biológico”, diz Gilmar Pires, diretor da Alpha Water. Os resultados comprovam o aumento da capacidade de tratamento em cerca de 25%, com a redução de DQO, DBO e fósforo. A redução do lodo gerado segue a mesma proporção. No Chile, em um dos clientes atendidos recentemente, a aplicação em um sistema de lagoa possibilitou a redução de 95% nos gastos com coagulantes e polímeros. A economia é da ordem de US$ 3 mil por mês, incluindo o custo do produto. “Não é preciso mais esvaziar a lagoa para retirar a camada sedimentada, como ocorria antes com frequência”, diz Maat. Outra vantagem é a redução dos odores. Estudos mostram que os ingredientes ativos do Biologic SR2 criam


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condições que permitem que bactérias degradam matéria orgânica superem a competição com as produtoras de sulfeto de hidrogênio pelo carbono disponível. Além disso, bloqueiam a atividade da enzima urease, que é um componente necessário do processo de conversão da amônia. O diretor da SciCorp está bastante confiante com o mercado brasileiro e as perspectivas do marco do saneamento. “Em parceria com a Alpha, estamos trabalhando lado a lado com os clientes, ajudando-os desde o início do projeto até a operação”, afirma. A empresa pode também realizar testes junto aos clientes interessados em conhecer a solução e economizar na operação. Alpha Water – Tel. (11) 99733-4903 Site: https://alphawater.com.br/

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Asperbras inaugura fábrica de tubos de PEAD em Penápolis

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Asperbras inaugurou oficialmente em outubro uma nova Nova unidade tem capacidade de processar fábrica para a produção de tubos de 15 mil toneladas por ano PEAD - polietileno de alta densidade em Penápolis, SP. Fruto de investimento como poços de visita, caixas térmicas de R$ 45 milhões, a unidade passou a e tanques, totalizando mais de 3 mil fabricar em setembro deste ano tubos itens no mix de produtos. “A tecnologia de diâmetro de 20 a 630 mm, com cade tubos de PEAD cresce muito, por vários motivos”, diz. pacidade para processar 15 mil tonelaEm primeiro lugar, o executivo apondas por ano de PEAD. A expectativa, segundo o gerente cota como atrativo dos tubos de PEAD a substituição do PVC, com a vantagem mercial nacional da Asperbras, Thiago principal de ser mais flexível e por conRosa, é que a unidade agregue entre 20% e 30% de receita à empresa, que ta disso mais resistente. “Além disso, o tem mais cinco fábricas: três para protubo de PEAD consegue ter uma variacessar tubos e conexões de PVC e duas ção de pressão muito grande. Já no PVC de rotomoldagem para peças técnicas, só há três classes de pressão pratica-


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Notícias mente. Isso faz o PEAD atingir um range maior de projetos”, diz. O gerente acrescenta que há uma demanda muito grande do mercado de saneamento pelos tubos de PEAD, tanto em ramais como em grandes projetos. O gerente revela ainda que no médio prazo, provavelmente em 2025, a empresa pretende estender o portfólio de tubos de PEAD para diâmetros maiores, de até 1800 mm. “Também é muito provável que passemos a produzir os tubos corrugados, já que hoje só fazemos o liso”, afirma. Focada em saneamento e irrigação, a Asperbras com as seis fábricas passa a processar mais de 60 mil toneladas de produtos em PVC e PEAD por ano, com destaque para os tubos defofo (MPVC) em grandes bitolas e peças técnicas rotomoldadas em PEAD. Além de Penápolis, a empresa tem fábricas em Macaíba, RN, e em Simões Filho, BA. Asperbras – Tel. (18) 3654-7000 Site: https://asperbras.com

O2eco desenvolve tecnologia que reduz poluição da água

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O2eco Tecnologia Ambiental, sediada em São José dos Campos, SP, está apresentando ao mercado uma nova tecnologia para redução da poluição da água. Desenvolvida na Austrália, com patente em cerca de 15 países, a solução consiste em uma placa de parafina com alta carga de oligoelementos e nanominerais que, quando imersa no corpo hídrico, funciona como um bioestimulador natural de bactérias que consomem materiais orgânicos e inorgânicos, acelerando o processo de regeneração do meio a ser tratado.

O material usado para a fabricação da placa, uma resina inerte derivada do petróleo (hidrocarboneto), tem elementos que a tornam ideal para a criação de biofilme ao redor. E os nanominerais fazem com que as bactérias cresçam de forma exponencial. Dessa forma, é possível acelerar o processo natural de biodigestão em mais de 1000 vezes no mesmo tempo. Segundo Luís Fernando Magalhães, diretor executivo e cofundador da O2eco, a solução proporciona redução de DBO – demanda bioquímica de oxigênio, óleos e graxas e de 30% nos custos operacionais, uma vez que não requer produtos químicos nem a adição de bactérias exógenas – o processo aproveita os próprios microrganismos presentes no local. Por isso, não é preciso ter um funcionário para reposição diária dos produtos químicos ou biológicos, como ocorre nos tratamentos convencionais. A turbidez da água também melhora de forma significativa. Oferecidas em dois modelos, de 1 kg (cerca de 21 × 30 cm), com cobertura em áreas de 100 m2, e de 5 kg (53 × 75 cm) para 500 m2, as placas podem ser aplicadas em mananciais, lagoas, estações de tratamento de água, tanques de aquacultura e até mesmo em rios, sempre presas ao leito e com boias sinalizadoras. A Sabesp instalou 35 módulos de 1 kg em um trecho de 2 quilômetros para redução de cianobactérias, algas e lodo do Rio Embu-Guaçu, SP, o que resultou em economia de mais de 30% nos custos com produtos químicos. “Os resultados foram tão positivos que há estudos para adoção da solução na despoluição dos rios Tietê e Pinheiros”, afirma o executivo. A Sanepar, do Paraná, também está avaliando a tecnologia, com a visita dos técnicos a São Paulo para conhecer a experiência da Sabesp.

Inovação da O2eco funciona como um bioestimulador natural de bactérias

A empresa também atende empresas do setor industrial, como mineradoras e laticínios. A solução é mais voltada para o tratamento de água, mas, no caso de ETEs, pode ser usada para o polimento do efluente tratado. Fundada em 2018, a O2eco já recebeu diversos prêmios ambientais, como da Sanepar, Sabesp e Ambev. Recentemente, foi uma das 15 startups escolhidas pelo programa Sanepar Startups, classificadas para a próxima fase de seleção dos projetos que receberam apoio técnico e financeiro para serem desenvolvidos. Todo o projeto e implantação são realizados pela O2eco junto com o cliente. “Precisamos entender suas demandas e analisar uma série de parâmetros”, diz. As placas são importadas diretamente da Austrália, mas a startup tem a licença para produção no Brasil. “Temos estoque local de mais de 3 toneladas e, se for preciso, podemos trazer os produtos rapidamente em menos de 20 dias e abastecer o mercado a tempo de colocar uma obra em operação”, garante. O2eco – Tel. (12) 3308-1926 Site: https://o2eco.com.br/

Eisenia apresenta solução de tratamento de esgoto natural

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ropriedades rurais, indústrias, comunidades e bairros isolados ou não atendidos pela rede pública de



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Notícias sempre confinadas no saneamento têm o desafio de tanque, sem risco de tratar o esgoto de forma adeinvadirem outros espaquada antes de descartá-lo ços. Através de autorno meio ambiente. A Eisenia regulação populacional, Tecnologia e Meio Ambiente, elas se reproduzem de empresa fundada em 2017 acordo com a quantipor dois engenheiros brasilei- ETE BioModular garante níveis de eficiência conforme Conama 357 dade de alimentos que ros e um chileno, com sede grade para retenção de sólidos grosseirecebem, sem necessidade de acrésem Itapira, SP, oferece uma alternaros, o efluente líquido segue para uma cimo ou renovação ao longo dos tiva econômica, natural e sustentável elevatória e na sequência é aspergido para o tratamento de efluentes, a ETE anos. de forma intermitente sobre um bioma BioModular, capaz de garantir eleCom capacidade de atender desconstituído de uma seleção de matevados índice de eficiência, conforme de uma casa até cidades de 50 mil padrões do Conama 357, sem neceshabitantes, a estação da Eisenia reriais orgânicos e de materiais inertes. sidade de produtos químicos e com A parte sólida contida nos efluentes é quer uma área média de 1 m² para baixo custo operacional. A solução é digerida pela Eisenia Foetida (minhoatender entre três e seis habitantes, um aprimoramento do sistema Toha, podendo ser verticalizada, caso exiscas californianas) e bactérias, resultandesenvolvido e popularizado no Chile, tam restrições de espaço. “A área do em energia para sua sobrevivência ocupada é muito inferior às lagoas e húmus da digestão. A parte líquida, em meados dos anos 1990, atualde estabilização e similar às de lodos além de filtrada mecanicamente, passa mente com mais de 1000 plantas ativados”, diz o engenheiro. Como por um sistema opcional de desinfecem operação em vários países, como o efluente é tratado imediatamente Chile, Argentina, Peru, Portugal, Índia, ção ao final do processo, como cloro após a geração, através de reações EUA e Nova Zelândia. “Não é um sisou raios UV. Os animais, em constanaeróbias, não gera gases e, portanto, tema novo, apenas desconhecido no te movimentação, mantêm a taxa de não produz odores desagradáveis. Brasil”, diz André Rinoldi, engenheiro permeabilidade do filtro durante todo ambiental e gerente executivo da Eio tempo, evitando qualquer tipo de O sistema pode ser aberto nas latesenia. entupimento do sistema. Essas minhorais ou completamente fechado, para integração à arquitetura ou paisagisA ETE BioModular funciona da secas são comuns no mercado brasileiro, guinte forma: depois passar por uma usadas para compostagem, e ficam mo local.


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Segundo o engenheiro, a ETE BioModular oferece diversas vantagens em relação às estações compactas geralmente usadas no tratamento descentralizado, como os custos de operação até 80% menores. “Nas ETEs convencionais, a proliferação das bactérias que tratam a matéria orgânica é acelerada por ação da oxigenação forçada e consequentemente há um alto consumo de energia elétrica. Por ter muitas partes rotativas, o custo de manutenção é elevado, muitas vezes não informado pelos fabricantes no momento da venda”, afirma Rinoldi. Além disso, o lodo gerado nas estações convencionais deve ser retirado semanalmente e enviado a um aterro licenciado. “Isso também é um problema, pois em áreas distantes dos grandes centros, a opção

de descarte dos resíduos pode ser inviável”, diz. Na ETE BioModular, o húmus de minhoca é retirado em um intervalo que varia de 18 a 24 meses, podendo ser vendido ou utilizado nas áreas verdes do empreendimento, pois o material é inerte, sem risco de contaminação. Essa operação não requer mão de obra especializada e nem parada do sistema. O efluente tratado pode se destinar a reúso (classe III) em rega de áreas verdes, torres de refrigeração e lavagem de ruas. Caso não tenha utilidade, pode ser infiltrado no solo ou descartado em corpos hídricos. Os engenheiros da Eisenia realizam o projeto, o processo de licenciamento ambiental e a instalação da ETE completa, mas o cliente tem a opção de construir a parte civil, redu-

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zindo os custos totais de implantação. “Há ainda a opção de BOT – build, operate and transfer ou prestação de serviço, em que a empresa é remunerada pelo m3 de efluente tratado”, diz. Para instalações temporárias, como canteiros de obra, ou instalações definitivas que demandam uma instalação rápida e simples, a Eisenia oferece o modelo móvel, em contêiner de 20 ou 40 pés, pronto para uso, podendo atender até 100 pessoas, já composto de caixa de entrada de esgoto, sistema de gradeamento, duas bombas elevatórias e painel de controle. “O cliente só precisa conectar as tubulações hidráulicas de entrada de esgoto e saída de efluente tratado e ligar a energia ao painel elétrico”, diz. Além de efluentes domésticos, a estação sustentável também pode ser


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Notícias adotada em indústrias com alta carga orgânica, como laticínios e frigoríficos. Outras aplicações com resultados comprovados são o tratamento de efluentes de caminhão limpa-fossa e lixiviado de aterros. Além disso, existem estudos no exterior que mostram a eficiência do processo para efluentes têxteis e hidrocarbonetos. De acordo com Rinoldi, muitos empreendedores evitam inovar, devido ao receio de enfrentarem dificuldades nos processos de licenciamento. “No entanto, as normas não focam na tecnologia utilizada e sim nos resultados de saída dos efluentes. Nosso sistema segue os padrões normais para licenciamento. Em caso de desconhecimento do órgão ambiental da localidade a ser feita a instalação, a Eisenia faz uma reunião prévia com os técnicos para esclarecer dúvidas e assegurar que não ocorrerão problemas nas autorizações solicitadas”, finaliza o gerente. Eisenia – Tel. (11) 99291-9655 Site: https://eisenia.com.br/web/

TecTerra Geotecnologias: monitoramento inteligente por imagens de satélites

A

TecTerra, com sede em Belo Horizonte, MG, atua na gestão de projetos em geotecnologia, como aerofotogrametria, imagens e topografia por satélite, cartografia, geoprocessamento e sistemas de monitoramento. Para todas as soluções oferecidas pela TecTerra, a empresa possui contratos de distribuição de imagens de satélites de observação da Terra com as principais operadoras mundiais. Também possui contrato de desenvolvimento de tecnologias baseadas em IA - Inteligência Artificial e processamentos automatizados com a Hexagon Geospatial, além de parcerias estratégicas que permitem um atendimento diversificado de soluções de monitora-

Monitoramento da subsidência em um barramento de abastecimento de água feito para a Sabesp


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mento inteligente (Smart Monitoring) a partir de dados geoespaciais. “O monitoramento inteligente utiliza tecnologia geoespacial e IA para reunir imagens de satélites e fazer um comparativo sobre possíveis alterações, transformando dados em informação”, afirma Christian Vitorino, diretor de novos negócios da TecTerra. Um dos mercados atendidos é o de saneamento, responsável por aproximadamente 20% do faturamento. Em 2021, a companhia fechou um contrato com a Sabesp para o monitoramento de trechos de redes de esgoto na cidade de São Paulo. Por meio da plataforma Rheticus, foi possível detectar trechos com afundamentos e instabilidades. “Como todas as concessionárias, a Sabesp sofre com perdas causadas por vazamentos difíceis de serem detectados sem o auxílio de um mapeamento adequado. Fomos contratados para monitorar algumas elevatórias da região metropolitana de São Paulo. Para isso, delimitamos um raio de 1 km e fizemos um levantamento a cada três meses, comparando as informações obtidas com um histórico de quatro anos. O resultado foi um cenário claro sobre os gargalos, com pontos que indicavam se houve ou não afundamento. É importante frisar a relevância de analisar o entorno, pois muitas vezes a subsidência está próxima à elevatória, e não somente na rede”, lembra Vitorino. A TecTerra é responsável por apontar possíveis problemas na rede mapeada, sendo a Sabesp incumbida de realizar ou não investigações. O projeto foi o primeiro envolvendo uma concessionária de saneamento e enfatiza o objetivo de expandir a sua participação no setor. Atualmente, os mercados mais relevantes para a empresa são os de mineração, energia e governo. “Temos a meta de aumentar o uso de nossas soluções de monitoramento em projetos públicos, que costumam ser maiores. Para 2024, pretendemos ampliar a atuação no saneamento com a detecção de afundamento do terreno, bem como em cidades inteligentes”, projeta o diretor de novos negócios. Com oito colaboradores, a TecTerra conta com uma unidade em São José dos Campos, SP, bem como uma parceria com o PIT – Parque de Inovação Tecnológica da cidade. Em 2023, a empresa assinou um contrato que permite utilizar imagens de 25 satélites para monitoramento de pronta resposta (near real time). TecTerra – Tel. (31) 99720-2614 Site: www.tecterra.com.br


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Especial

Softwares de gestão comercial para empresas de saneamento Sandra Mogami, da Redação da Hydro

ArcGIS/Imagem s ferramentas de gestão comercial podem ajudar as empresas A digitalização nas empresas de de água e esgoto a modernizarem saneamento torna-se muito mais efiseus processos, reduzirem perdas, ter caz com o apoio de soluções de inum melhor controle dos ativos e um formação geográfica (GIS). A Imagem planejamento mais eficaz de investiGeosistemas, distribuidora oficial e exmentos. clusiva do ArcGIS, da norte-americana O marco do saneamento, com a ESRI no Brasil, pode ajudar prefeituras, maior participação dos grupos privaautarquias e empresas públicas e pridos e necessidade de cumprimento vadas a construir uma base de dados de metas de universalização, deve imgeorreferenciada dos ativos e dos pulsionar a busca por plataformas de clientes e ter uma gestão completa automação e inteligência. das atividades técnicas e comerciais. Em 2007, o Ministério das Cidades O ArcGIS é uma tecnologia de GIS abriu uma licitação para o desenvolvique fornece ferramentas para captumento de um software público e livre rar, visualizar, editar, gerenciar, analisar para gestão comercial de empresas e compartilhar dados no contexto da localização. Inclui acesso a milhares de de saneamento, dando origem ao conjuntos de dados e mapas selecioGSAN – Sistema Integrado de Gestão nados que podem ser explorados e de Serviços de Saneamento. O softaproveitados para análises e insights. ware livre foi lançado e publicado no site do Ministério das Cidades para que as empresas interessadas possam baixar o código-fonte e desenvolver módulos e aperfeiçoamentos a partir dele. A reportagem a seguir mostra algumas soluções hoje disponíveis no mercado para a gestão comercial dos serviços de água e esgoto, ArcGIS fornece ferramentas para capturar, visualizar, algumas das quais tendo o GSAN editar, gerenciar, analisar e compartilhar dados no contexto da localização como base.

A As elevadas perdas no faturamento e a necessidade de melhorar a eficiência têm motivado as empresas investirem cada vez mais em seus sistemas de gestão comercial, controle de serviços de campo e atendimento ao cliente. A reportagem apresenta as ferramentas de software que podem ajudá-las a organizarem seus processos e aumentarem a produtividade.


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“A ESRI é líder mundial em soluções de inteligência geográfica. Somente no setor de saneamento, a participação de mercado é superior a 60%”, diz Diogo Reis, especialista em água da Imagem Geosistemas. Com sede em São José dos Campos, SP, a Imagem conta com uma equipe formada por mais de 300 profissionais e atende diversos segmentos de mercado, como governo, mineração, óleo e gás, agronegócio e utilities. No saneamento, as companhias têm desafios ligados à universalização dos serviços, redução de perdas, expansão de obras, mapeamento de clientes e ativos do sistema de abastecimento de água e esgoto. “Antes de qualquer análise os gestores precisam saber onde está a rede. E no saneamento a complexidade é ainda maior porque as tubulações estão enterradas. Então o GIS tem um papel fundamental, que é justamente construir um cadastro técnico em uma base de dados geográfica e o cruzamento de informações”, diz Reis. Segundo ele, uma vez instalado o ArcGIS, os profissionais têm a oportunidade de verificar as características e condições dos ativos com uma riqueza de detalhes que os analistas que atuam no escritório não possuem. A partir daí, por meio de aplicativos móveis, o GIS possibilita que as informações cadastrais possam ser consultadas e validadas pelas equipes em campo e as inconsistências cadastrais indicadas e corrigidas no cadastro técnico. “Isso dá, para a gestão pública, um panorama muito mais atualizado e realista das redes de água e esgoto”, afirma o executivo. O mapeamento de clientes e da rede já abre um leque de possibilidades para as empresas trabalharem estratégias de incremento de receita, expandir as redes e garantir a universalização. Site: www.img.com.br

Consenso Tecnologia Localizada no Porto Digital em Recife, PE, um dos maiores clusters de inovação digital no Brasil, a Consenso Tecnologia foi criada em 2013, mas seus quatro fundadores já atuavam há mais de 20 anos no mercado de saneamento, como desenvolvedores em companhias de água e esgoto, gestores de TI em empresas de tecnologia e consultores.

Aplicativo da Consenso: integração das ordens de serviço em tempo real

Quando o Ministério das Cidades abriu uma licitação em 2007 para o desenvolvimento de um software público e livre para gestão comercial de empresas de saneamento, os hoje diretores da Consenso trabalhavam em um ICT – Instituto de Ciências e Tecnologia que venceu a concorrência. Dessa forma, acompanharam o projeto do GSAN – Sistema Integrado de Gestão de Serviços de Saneamento desde o início. A Consenso Tecnologia foi criada com esse propósito. Hoje a empresa oferece a versão 3.0 da GSAN e diversas soluções digitais capazes de otimizar os processos de saneamento, comercializadas em diversos módulos. Entre os destaques está o Open BI, ferramenta de Business Intelligence que promove a organização de dados visando à análise estratégica para tomadas de decisões. Um bom exemplo é a substituição de hidrômetros. “O software analisa os cenários possíveis cruzando dados como a idade de cada hidrômetro e o perfil de

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consumo dos usuários”, diz Guy Joseph Victor Bruère, diretor comercial da Consenso Tecnologia. Entre os diferenciais da Consenso está o foco 100% voltado para o mercado de saneamento. Somente uma das soluções, a tatodesk, uma plataforma de experiência de usuário omnicanal, destina-se a um leque maior de mercado. “Na pandemia, com as agências fechadas, o atendimento ao cliente avançou com o desenvolvimento das lojas virtuais, mas as funções disponíveis no site não eram suficientes para atender todas as demandas da população. Dessa forma, nossos desenvolvedores aceleraram os projetos de chatbot e inteligência artificial e digitalizaram todo o processo de atendimento. Esse módulo, que era uma solução complementar, cresceu muito e ganhou um peso estratégico. A tatodesk deu tão certo que fizemos um spin-off para que possa atender qualquer vertical de mercado”, conta o diretor. Site: www.consensotec.com.br

Digiteam A Digiteam, sediada em Brasília, DF, foi fundada em 2015 para aproveitar as oportunidades dos smartphones e ampliação da cobertura de redes móveis. Oferece um software de gestão de serviços externos (field service management) voltado para empresas de serviços públicos, incluindo saneamento. “Entregamos uma proposta de valor e eficiência operacional, com a digitalização de processos e aumento de produtividade das equipes externas”, diz Julio de la Guardia, fundador e diretor da Digiteam. A plataforma Digiteam possibilita a alocação de equipes de forma inteligente, considerando a roteirização dos clientes a serem visitados, percurso e acompanhamento em tempo real dos


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Especial

Julio de la Guardia, da Digiteam: gestão de serviços externos

serviços. Os técnicos atualizam as informações através do formulário eletrônico em campo, movimentações no inventário de materiais, com local e horário de cada evento, tudo validado por fotos e georreferenciamento. O software tem um módulo de backend que centraliza toda a parte de controle, gestão, despacho manual ou automático, acompanhamento e painéis analíticos. O aplicativo móvel em sistema Android pode trabalhar até mesmo sem acesso à Internet. Com a chegada de alguma ordem de serviço, o técnico consegue ir para campo e executar o serviço, coletar informação, fotografias, fazer vídeo, coletar assinatura do consumidor e imprimir documento utilizando impressora portátil, bem como notificações de visita e débito. Hoje o principal case na área de saneamento é o da Embasa na Bahia, que há dois anos realizou a integração da plataforma em todos os municípios de sua área de concessão. Um outro cliente é a Cemig, com mais de 4000 equipes de campo que despacham mais de 70 mil ordens de serviço, coletando 250 mil fotografias e vídeos diariamente. Site: https://digiteam.com.br/

EOS Fundada em 1997, em Campo Grande, MS, a EOS Organização e Sistemas é especializada no desenvolvimento de

software para saneamento e meio ambiente. Seu carro-chefe é a solução para gestão comercial Netuno. “A plataforma automatiza a gestão da concessionária de forma intuitiva, por meio de uma estrutura inteligente e dinâmica, possibilitando melhor controle de clientes, consumo, cobrança, fiscalização, arrecadação, atendimento, indicadores, contabilidade e jurídico”, diz Marcelo Rangel, diretor executivo da EOS. Uma outra solução é a Agilis, para gerenciamento de leituras e ocorrências de campo, cálculo e emissão de fatura, aumentando a produtividade do agente de campo e diminuindo custos. A ferramenta pode trabalhar on-line ou off-line, de acordo com a demanda da concessionária ou da prestadora de serviço, bem como em coletores de dados, smartphones e PDAs. “Também está homologada para as principais impressoras portáteis do mercado”, afirma Rangel.

Tela do software Netuno

Para ordens de serviço de campo, como manutenções, planejamento, distribuição e controle sobre o processo, a EOS desenvolveu a Nautilus Serviços. “O software organiza a execução dos serviços, padronizando o tempo e o roteiro de execução. Ao gerenciar preventivamente todas as etapas do processo, como utilização de materiais, deslocamento das equipes e utilização de mão de obra, a concessionária tem uma redução considerável nos custos operacionais”, afirma. Segundo o diretor, as três ferramentas podem ser fornecidas já integradas,


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mas podem também ser implantadas separadamente, integrando-se aos sistemas existentes do cliente ou outros do mercado. Para 2024, a empresa pretende lançar dois novos produtos, atualmente em homologação, voltados para telemetria de grandes consumidores, condomínios, residências e estabelecimentos comerciais. Site: www.eosconsultores.com.br

GestCom Desenvolvido para atender autarquias municipais e companhias de água e esgoto, o sistema comercial GestCom é usado hoje em mais de 150 localidades em diversos estados brasileiros. Segundo Andreia Cruz, diretora administrativa da GestCom Informática, empresa de Passos, MG, há quase 40 anos

Aplicativo mais Água desenvolvido pela GestCom: facilidade para o usuário

no mercado, a solução é formada por diversos módulos que podem ser instalados de forma conjunta ou individual e se integram facilmente aos sistemas administrativos existentes, como contabilidade e tesouraria. Três módulos principais são sempre instalados juntos e cobrem grande parte das demandas

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comerciais básicas de uma empresa de saneamento: Contas e consumo, responsável pela apuração do consumo do usuário, faturamento das contas e baixa dos pagamentos; Requerimento, para abertura de requerimentos e pedidos de ligação com emissão de ordens de serviço on-line ou impressas e monitoramento da execução; e Atendimento ao cliente, que concentra em uma única tela todo e qualquer tipo de atendimento, agilizando o processo e diminuindo o tempo de espera. Além desses, o sistema inclui outros módulos capazes de reduzir a inadimplência e facilitar o pagamento, possibilitando o aumento do faturamento em cerca de 8% a 12%, sem ajustes nas tarifas de água e esgoto. É o caso do módulo de pagamento via PIX, que gerencia todas as informações necessárias para integração com


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Especial pagamento eletrônico. Além disso, o GestCom gera o QR Code em todos os formulários de contas e faturas, inclusive nas segundas vias. Outras facilidades incluem o recebimento de contas em órgãos arrecadadores do comércio com padrão Febraban, a leitura e impressão simultânea de contas, a atualização de informações cadastrais da rede e do consumidor e a cobrança de débitos que por lei já estejam passíveis de serem inscritos em dívida ativa. Há ainda um módulo de cobrança via cartórios de protesto da cidade ou comarca à qual a autarquia está subordinada, homologado pelo Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil. A empresa oferece o serviço de hospedagem da base de dados web e da home page para o cliente. “Temos provedor próprio, evitando o que ocorre nos grandes provedores que, sem aviso prévio, durante a manutenção de seus servidores, interrompem parte ou todo o atendimento web de seus clientes”, diz. A empresa tem linhas dedicadas de Internet contratadas que, na ausência de uma delas, as outras entram em operação. Além do autoatendimento via web e totem, a GestCom desenvolveu o Aplicativo Mais Água, uma solução que garante aos usuários serviços como consultas, pagamento via código de barras, segunda via de conta em PDF, abertura de requerimentos e solicitações. A ferramenta melhora a qualidade do serviço público ao reduzir o fluxo de atendimento presencial, filas e custos com papel. Site: www.sistemagestcom.com.br

Inovamobil A Inovamobil com sede em Divinópolis, MG, atua no desenvolvimento de soluções de tecnologia para os

setores de saneamento, gás e energia. Presente em mais de 700 cidades, a companhia iniciou suas atividades em 2006. Segundo Claudio Santos Ferreira, diretor de negócios da empresa, o sistema de gestão comercial dispõe de 11 módulos, tais como requerimentos, almoxarifado, atendimento ao cliente, cadastro técnico de redes e dívida ativa. Outra tecnologia comercializada é o READER, ferramenta para a automação de coleta de leituras com impressão simultânea de faturas e gerenciamento. Com ele, é possível receber os dados para leitura, cálculo e emissão das faturas diretamente do sistema gestor, bem como retornar informações de forma direta e automática após concluídas as operações.

informações gerenciais. Um de seus diferenciais é ampliar a área de cobertura de monitoramento, sem demandar aumento no número de pessoas envolvidas no processo. Ainda na parte de operações de campo, o RECAD é uma solução para automação de recadastramento imobiliário que permite atualização cadastral e enriquecimento de informações para diversos setores. Os dados produzidos são transferidos em tempo real diretamente para o sistema comercial. Por fim, o IÁGUAS permite ao consumidor acessar os principais serviços disponibilizados via dispositivos móveis, como histórico de faturas, emissão de boletos e requisições de declarações de certidão negativa de débitos. Além de tecnologias, a empresa fornece serviços de terceirização de leituras. O pacote é composto por um backoffice focado em ações de controle de qualidade junto aos consumidores, na gestão de agentes de campo através de tecFerramentas para automação de coleta de leituras e impressão da Inovamobil nologias de rastreamento, monitoramento e IA “Um celular com Android roda todas Inteligência Artificial, bem como na geração de informações efetivas e consas aplicações, demandando apenas tantes para os gestores do contrato. uma impressora portátil para imprimir as contas. Caso o cliente precise de um Site: www.inovamobil.com.br equipamento para utilizar uma de nossas tecnologias, oferecemos impresJ-Tech soras, bobinas e chips de dados em regimes de venda e locação. Temos Localizada em São José, SC, a J-Tech Soluções em Informática atua com o parceria com os principais fabricantes desenvolvimento de software para emdesses produtos”, afirma Ferreira. presas do setor de saneamento e resíJá para o controle de atividades exduos desde sua fundação, em 2004. ternas, a empresa oferece o Iservice No final de 2018, tornou-se parte do CCO – Centro de Controle de Operações. A tecnologia unifica os dados Grupo Veolia, multinacional francesa coletados via agentes de campo e por fornecedora de soluções integradas solicitações abertas pelos clientes da em água, energia e gestão de resíduos, concessionária, transformando-os em presente em mais de 50 países.


AGRUSAFE PROTEÇÃO DE CONCRETO Revestimentos de protecção em concreto AGRU-Ultra Grip para a máxima aderência em concreto

MAIOR RESISTÊNCIA AO ARRANCAMENTO 50 % mais resistente ao arrancamento do que as chapas de proteção de concreto convencionais RESISTENTE À CONTRAPRESSÃO DA ÁGUA As contrapressões de água de até 1,75 bar são permanentemente suportadas MUITAS FELPAS DE ANCORAGEM 420 pontos de ancoragem por m² são parte integrante do revestimento SUPERFÍCIES VEDADAS PARA SEMPRE >2200 N/ponto resistência ao cisalhamento e 82 t/m² resistência ao arrancamento para máxima segurança VASTA GAMA DE PRODUTOS Disponível em PE, PP, PVDF, ECTFE em placas (4 x 2 m) e rolos (50 x 2 m)

AGRU Brasil Ltda. | Avenida Pirambóia, 1824 | Jardim Santa Cecília, Barueri, SP CEP:06465-060-Brasil Tel: +55 (11) 4193 8088 | info@agru.com.br | www.agru.com.br


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Especial O principal produto da J-Tech é o Sansys Water - Sistema Comercial e Operacional de Saneamento. A solução reúne 18 módulos totalmente integrados, com destaque para medição, leitura de hidrômetros e emissão simultânea de fatura, administração, operacional (equipes de serviço de manutenção e ampliação de redes), georreferenciamento, contabilidade, laboratório, arrecadação, faturamento, cobrança e autoatendimento, incluindo portal, segunda via de conta, totem com sistemas embarcados e aplicativo para os clientes. Marco Soares, coordenador comercial da J-Tech, destaca que o Sansys Water foi desenvolvido para superar os desafios do setor de serviços de água, incorporando tecnologias inovadoras e capitalizando uma experiência de quase duas décadas no atendimento a empresas de saneamento. “Sua flexibilidade permite atender desde pequenas cidades com menos de 1000 ligações até grandes municípios com mais de 1 milhão de ligações, adaptando-se facilmente às particularidades de empresas de saneamento, tanto públicas quanto privadas”, afirma. Utilizado em mais de 150 cidades brasileiras, o Sansys agora expande sua influência internacional, impulsionado pela presença global da Veolia, já atendendo projetos no Peru e sendo implementado com sucesso em Papacura, Nova Zelândia. Além disso, a J-Tech apresenta uma inovação recente, o Sansys Waste, software focado na coleta e gestão de resíduos para aterros sanitários. Inicialmente desenvolvida para uso interno do Grupo Veolia, a solução está agora disponível para todo o mercado.

saneamento, com fornecimentos para mais de 50 empresas de oito estados brasileiros. Segundo Saulo Possamai, fundador e diretor da LogPro, a empresa iniciou as atividades com soluções para a gestão comercial e ao longo dos anos incluiu as áreas de laboratório e georreferenciamento, que hoje se desdobram em 47 módulos de especialização. Baseada no software público GSAN, a solução comercial facilita ações de faturamento, arrecadação, cadastro, cobrança e atendimento ao público. Uma das novidades é a integração da telemetria e micromedição. Ou seja, a concessionária instala o hidrômetro e por telemetria os dados de consumo do cliente são enviados em tempo real diretamente para o setor comercial, que então gera a fatura. A micromedição também inclui a gestão de rotas, rastreamento de leituristas, com possibilidade de leitura e impressão simultânea e automatizada (coleta de leitura por foto). Um outro destaque da LogPro é o atendimento ao cliente automatizado multicanal. “As plataformas são capazes de atender 90% da necessidade do cidadão, que não precisa se deslocar até uma agência”, diz Possamai. Por ser uma subadquirente de cartão de crédito, a LogPro oferece essa opção para o pagamento da conta de água, uma outra facilidade para o cliente. As soluções da LogPro incluem ainda gestão de inventário (estoque),

Site: www.jtech.com.br

LogPro Com sede em Braço do Norte, SC, a LogPro atua há quase 11 anos com o desenvolvimento de sistemas para

Saulo Possamai, da LogPro: 47 módulos de especialização

serviços de terceiros, ordens de serviço em campo, gestão de perdas (sistema de informação geográfica para cadastro de toda a estrutura de saneamento, componentes e modelagem hidráulica), indicadores e perdas aparentes (recadastramento, negativação e recuperação de receita), controle de dívida e recuperação de ativos. Site: www.logpro.com.br

Sonda A Sonda, multinacional chilena tecnologia e integradora de sistemas, presente em 12 países da América Latina e EUA, com mais de 5000 clientes corporativos, conta com um centro de competência em utilities no Brasil especializado em soluções de gestão técnica e comercial para concessionárias de energia elétrica, saneamento e distribuição de gás. A ampliação das ofertas de produtos e soluções de TI para utilities foi possível com a compra da brasileira Elucid, em 2012, uma das diversas incorporações realizadas pela Sonda nos últimos anos como estratégia de crescimento no mercado latino-americano. Com matriz em São Paulo e fundada em 1991, a Elucid desenvolvia software para as áreas de gestão de clientes, faturamento, soluções móveis e técnicas, serviços de implantação, suporte, manutenção e terceirização para empresas de serviços públicos. Na época da aquisição, tinha em sua carteira de clientes 25% das distribuidoras de energia elétrica do país, que cobriam mais de 35% do território nacional. “Com a compra, as tecnologias e os profissionais foram incorporados à Sonda para criação do centro de competência em utilities, que também desempenha o papel de difusor no grupo para outros países da América Latina”, diz Rivaldo Ferreira, vice-presidente corporativo da


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vertical Utilities, ele próprio nalidades”, diz. É o caso, por exemplo, das soluções omproveniente da Elucid. Com objetivo de ajudar nicanal, que transformam a experiência da jornada do as empresas a acelerar cliente com informações ora jornada de transformaRivaldo Ferreira, da Sonda: ção digital dos negócios, questradas e unificadas em diversos canais, como web a vertical de utilities soma vertical de utilities soma hoje mais de 1 milhão e WhatsApp; dos serviços hoje mais de 1 milhão de serviços comerciais e de campo inteligentes, com de serviços comerciais e tecnológicos mensais gestão das tarefas em temtecnológicos mensais, 18 implantações de diferentes tamanhos po real, realidade aumentada e recoe geografias, cobrindo mais de 16 minhecimento de imagem; e da adoção de IoT – Internet das Coisas e IA - intelhões de consumidores e 9,5 milhões de faturas emitidas mensalmente. ligência artificial para monitorar, auditar qualquer tipo de evento com base em Segundo o executivo, a plataforma imagens. A oferta também inclui ferracompreende a gestão do ciclo comercial corporativo fim a fim, desde a leitumentas de analytics e estatísticas para permitir a melhor tomada de decisões ra de hidrômetros, faturamento, arrecae direcionamento de estratégias de londação, atendimento ao cliente e gestão dos serviços comerciais em campo. go prazo. “Em cima dessa plataforma temos De acordo com Ferreira, entre os agregado diversas inovações e funciodiferenciais da Sonda estão a venda

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consultiva e a expertise de quase 30 anos de um corpo técnico altamente especializado, capaz de enxergar as demandas do cliente e propor soluções de forma a se integrar aos sistemas legados. “Na maioria dos casos, é possível aproveitar as plataformas existentes e otimizar os investimentos que já foram feitos. Levamos a tecnologia que mais se adapta ao ambiente do cliente, e não soluções monolíticas, que não atendem o que o mercado precisa”, diz. As soluções podem ser instaladas no data center do cliente ou na nuvem da Sonda em Belo Horizonte, onde conta com um data center próprio. “Mas também temos clientes que estão hospedados em nuvem pública, como Microsoft e AWS”, finaliza. Site: https://sonda.com/pt/


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Serviço

Guia de distribuidores de materiais hidráulicos Veja onde encontrar os distribuidores dos principais produtos usados em estações de água e esgoto e sistemas prediais de residências e indústrias, como tubos e conexões, bombas, válvulas, filtros e produtos químicos. As empresas são separadas por unidades de federação e trazem ainda os telefones e e-mails de contato.

Tubos e Materiais conexões

Empresa

Telefone

E-mail

UF

Válvulas e registros

Bombas

Instalações prediais Instalações industriais Saneamento Plástico Metálico Outros materiais Uso doméstico (1) Submersa Indústria em geral (2) Construção civil (3) Submersível Produtos químicos Equipamentos de combate a incêndio Aquecedores de água (4) Caixas d’água Instrumentos e medidores Ferramentas Bloqueio e controle de fluxo Controle de pressão De uso predial Outros tipos de válvulas

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BA Elétrica

(92) 99997-4023

faleconosco@baeletrica.com.br

AM • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

Auge Equipamentos

(71) 99609-5418

comercial@augeequipamentos.com.br

BA

Minasval

(71) 99190-0262

minasval.ba@gmail.com

BA

• • • • •

Santa Luzia

(61) 3621-3131

santaluzia.mat@hotmail.com

DF

• •

Dismagua

(27) 99644-9951

contato@dismagua.com.br

ES

• • •

Leomar Bombas

(27) 99959-3378

vendas@leomarbombas.com.br

ES

Attendance

(31) 98417-2113

vendas01@attendance.com.br

MG

Casa das Válvulas

(31) 99342-0024

comercial@casadasvalvulasmg.com.br MG • • • • •

Comercial Mazury

(37) 99816-8451

comercialmazury@yahoo.com.br

MG

Complastec

(34) 99152-1615

complastec@complastec.com.br

MG

• • • • •

PAMcore

(31) 99620-0603

comercial@pamcore.com.br

MG

• •

• •

Rei Materiais

(32) 99902-1326

reimatel@reimatel.com.br

MG •

Setta Energy

(34) 99922-9015

rafael.santos@gruposetta.com

MG

AAZ Materiais

(42) 99919-1312

vendas@aaz.ind.br

PR

• • • • •

Açofer

(43) 99636-6191

carlosalberto@acoferlondrina.com.br

PR

C.O Mueller

(41) 99199-6864

comercial.matriz01@comueller.com.br PR

Ductilfer

(41) 99266-0933

ductilfer@ductilfer.com.br

PR

• • •

Hidra

(41) 99894-1941

ribas@hidraulicahidra.com.br

PR

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(1) Piscina, vibratória de poço, monobloco monoestágio, injetora de poço, pressurização de prumada e circuladora de água quente; (2) Monobloco, mancal, multiestágio, vertical turbina e tipo J; (3) Recalque, combate a incêndio, ar condicionado; (4) De passagem, de acumulação, bomba de calor e solar.

• •



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Serviço Tubos e Materiais conexões

Telefone

E-mail

UF

Instalações prediais Instalações industriais Saneamento Plástico Metálico Outros materiais Uso doméstico (1) Submersa Indústria em geral (2) Construção civil (3) Submersível Produtos químicos Equipamentos de combate a incêndio Aquecedores de água (4) Caixas d’água Instrumentos e medidores Ferramentas Bloqueio e controle de fluxo Controle de pressão De uso predial Outros tipos de válvulas

Empresa

Válvulas e registros

Bombas

LOS Angeles

(41) 99736-6299

losangeles@losangeles.com.br

PR

Santa Felicidade

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Coisa Comercio

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Mac Press

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Merc

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Mult-Hidro

(11) 99585-3828

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(1) Piscina, vibratória de poço, monobloco monoestágio, injetora de poço, pressurização de prumada e circuladora de água quente; (2) Monobloco, mancal, multiestágio, vertical turbina e tipo J; (3) Recalque, combate a incêndio, ar condicionado; (4) De passagem, de acumulação, bomba de calor e solar.


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Tubos e Materiais conexões

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Válvulas e registros

Bombas

Instalações prediais Instalações industriais Saneamento Plástico Metálico Outros materiais Uso doméstico (1) Submersa Indústria em geral (2) Construção civil (3) Submersível Produtos químicos Equipamentos de combate a incêndio Aquecedores de água (4) Caixas d’água Instrumentos e medidores Ferramentas Bloqueio e controle de fluxo Controle de pressão De uso predial Outros tipos de válvulas

Empresa

27

Riachuelo 75

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proint@proint.com.br

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(17) 3215-9555

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(1) Piscina, vibratória de poço, monobloco monoestágio, injetora de poço, pressurização de prumada e circuladora de água quente; (2) Monobloco, mancal, multiestágio, vertical turbina e tipo J; (3) Recalque, combate a incêndio, ar condicionado; (4) De passagem, de acumulação, bomba de calor e solar. Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 1.482 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, novembro e dezembro de 2023. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.


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Saneamento

Tratamento de esgoto em propriedades rurais (Parte 2) Marcia Viana Lisboa Martins, professora da Unifei - Universidade Federal de Itajubá; e Laís Gomes de Oliveira, engenheira civil

A

Esta segunda parte do artigo analisa a viabilidade técnica, econômica e socioambiental do sistema de tratamento de efluentes domésticos de propriedades localizadas em um bairro rural no município de Itajubá, MG. Foram avaliadas alternativas para o tratamento da água negra (fossa séptica biodigestora e tanque de evapotranspiração) e da água cinza (jardim filtrante e círculo de bananeiras).

NBR 13969/1997 - Tanques Além do descarte do efluente geraSépticos: Unidades de tratado por um sistema descentralizado de mento complementar e disposição tratamento em corpos d’água, é possível que ele seja utilizado na irrigação, final dos afluentes líquidos – Projeto, desde que os parâmetros apresentaconstrução e operação [1] foi elaborada com a finalidade de oferecer dos sejam compatíveis para tal fim. soluções técnicas para usuários que Para reúso local de esgoto de origem dependem de sistemas locais de traessencialmente doméstica, o efluente tamento de esgoto. após tratamento pode ser destinado a A norma fornece ainda instruções fins que não exijam qualidade potável, como irrigação de campos agrícolas e para a disposição final dos efluentes tratados. Para o lançamento de pastagens. Para reúso em pomares, efluentes em corpos d’água superficereais, forragens, pastagem e outros ciais, a seguinte classificação deve ser cultivos, através de escoamento suconsiderada: perficial ou por sistemas de irrigação x Classe A: na represa destinada ao pontual, os níveis de coliformes fecais abastecimento público, ou nos rios no efluente devem ser inferiores a formadores de represa até 10 km a 5000 NMP/100 ml e o oxigênio dismontante dela. solvido acima de 2 mg/L [2]. x Classe B: nos corpos receptores Segundo a Resolução 430/2011 do Conama - Conselho Nacional do com captação a jusante para abasteMeio Ambiente, entre as condições e cimento público. padrões para lançamento de efluentes x Classe C: nas águas litorâneas, praias de sistemas de tratamento de esgotos e nos rios que desaguam nas praias fresanitários estão: demanda bioquímica quentadas por pessoas para recreação. de oxigênio (DBO) de 5 dias, 20°C x Classe D: nos demais corpos receptores. Tab. I – Parâmetros de efluentes tratados. Fonte: Adaptada Para cada uma das clas- da NBR 13969/1997 ses, são apresentados os Parâmetro Classe A Classe B Classe C Classe D parâmetros a serem aten- pH Entre 6 e 9 Entre 6 e 9 Entre 6 e 9 Entre 6 e 9 < 30 < 50 < 60 didos, definidos pela nor- DBO5, 20 (mg/L) < 20 DQO (mg/L) < 50 < 75 < 125 < 150 ma (tabela I).


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Modelo recomendado pela Embrapa

ø100

ø100

Reservatório 100 L

ø100

res, mais de uma unidade do sistema deve ser utilizada.

15 cm

Reservatório 100 L

15 cm

ø100

Modelo modificado

Fig. 1 – Modificação na fossa séptica biodigestora

no máximo de 120 mg/L, sendo que este limite somente poderá ser ultrapassado no caso de efluente de sistema de tratamento com eficiência de remoção mínima de 60% de DBO, ou mediante estudo de autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor.

Materiais e métodos Reconhecimento da área e definição dos parâmetros do projeto Primeiramente foram realizadas visitas a campo para a caracterização das propriedades em estudo, determinação da demanda de água e do volume de efluente gerado, levantamento das características do terreno e das condições das propriedades. Também foram coletadas informações acerca dos residentes, como o número de habitantes, consumo médio de água e fontes de abastecimento. Com o auxílio dos moradores, foram localizadas as tubulações das instalações hidráulicas de esgoto sanitário, as caixas de passagem e de gordura e o ponto de descarte do efluente, para então elaborar o projeto hidráulico da edificação.

Dimensionamento dos sistemas de tratamento de efluentes Quatro sistemas de tratamento de efluentes foram dimensionados: tanque de evapotranspiração, fossa séptica biodigestora, jardim filtrante e círculo de bananeiras, cujos conceitos

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foram detalhados na primeira parte do artigo (edição set/out 2023). Para a construção do tanque de evapotranspiração foi escolhida a técnica de execução utilizando paredes de alvenaria, com tijolos de cerâmica com dimensões de 9 x 14 x 24 cm, e junção argamassada de espessura de 1 cm. A camada impermeabilizante de argamassa com aditivo foi dimensionada com espessura de 1 cm. Para a localização do sistema, foram observadas as distâncias entre construções e poços. O tanque séptico biodigestor também foi dimensionado para tratamento de água negra. A tubulação de entrada foi projetada para que o efluente tenha acesso direto à camada de lodo existente no fundo do tanque, potencializando o efeito do reator. Além disso, a tubulação de passagem entre os reatores também foi alterada, para que o tempo de retenção do efluente não fosse prejudicado pela modificação no sistema (figura 1). O modelo de tanque séptico biodigestor considera uma caixa de 1000 L (três reatores) para até cinco moradores e uma caixa de 1000 L para cada 2,5 moradores adicionais [3]. O jardim filtrante, utilizado para tratamento de águas cinzas, foi dimensionado considerando 2 m2 de área superficial por morador e profundidade de 50 cm [4]. O círculo das bananeiras para o atendimento à demanda de um núcleo familiar de até cinco pessoas deve ter 1,4 m de diâmetro e 1 m de profundidade [4]. Dessa maneira, para satisfazer números maiores de morado-

Dimensionamento das instalações hidráulicas de esgoto sanitário O dimensionamento das tubulações das instalações hidráulicas de coleta de esgoto seguiu a norma NBR 8160/1999 - Sistemas prediais de esgoto sanitário – Projeto e execução. Para cada uma das opções de tratamento dimensionada foi determinado o custo de implantação, com base na listagem e precificação do material necessário. Também foram determinados a área ocupada e o volume de escavação. Por fim, observou-se a complexidade de manutenção e a geração de efluentes resultantes dos sistemas de tratamento. Com os dados levantados, foi escolhido o conjunto de sistemas que melhor atendia às necessidades das residências, considerando o menor custo de implantação, dificuldade de manutenção, área ocupada e volume escavado e geração de efluentes.

Resultados Caracterização das propriedades rurais As propriedades em estudo fazem parte das cerca de 200 famílias residentes no bairro Pessegueiro, localizado na área rural de Itajubá, MG. Os moradores, em sua maioria, possuem criação de animais bovinos e suínos, e alguns trabalham na área urbana do município. As duas propriedades estudadas são vizinhas e foram escolhidas por apresentarem os maiores índices de contaminação fecal [2]. O esgoto produzido pelo bairro não recebe nenhum tipo de tratamento, já que o esgotamento sanitário municipal não atende a região. Dessa manei-


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Saneamento

Contribuição de carga orgânica (gDBO5,20/dia)

Contribuição total de esgoto (L/dia)

Contribuição de esgoto produzido por habitante NBR 13969 (L/dia. hab.)

Número de habitantes

Residência

ra, todo o efluente é despejado em corpos d’água adjacentes às construções, muitas vezes por tubulações danificadas, ou em valas com o contato direto de seres humanos e animais. Assim, devido à alta concenFig. 3 – Lançamento do esgoto em tração de matéria orgânica valas a céu aberto na propriedade em presente, os corpos receptores Fig. 2 – Situação do córrego no bairro Pessegueiro em Itajubá, MG estudo sofrem com a proliferação de algas e eutrofização (figura 2). mero de habitantes chegou a nove, fundos do terreno de uma das residênAs instalações prediais de esgoto cias. Portanto, o córrego recebe o esgoto ultrapassando o limite máximo de sem nenhum tipo de tratamento prévio das duas propriedades encontramcinco pessoas para a utilização de três reatores, sendo necessário um reator (figura 3). -se propícias à instalação de sistemas Para o dimensionamento de um sisindependentes para tratamento de (caixa de 1000 L) para cada 2,5 motema de tratamento particular, consideáguas negras e cinzas, visto que os radores a mais. Portanto, foram conra-se o núcleo de habitantes que geraefluentes das bacias sanitárias possiderados cinco reatores de 1000 L. suem tubulações independentes das No projeto foram considerados rão o volume de esgoto a ser processapias e chuveiros. Assim, não serão necomo reatores caixas d’água de podo. Desta forma, foram coletadas inforcessárias modificações para facilitar a lietileno com capacidade de 1000 L. mações referentes às duas habitações ligação com os sistemas de tratamen(tabela II). Tab. II – Número de habitantes vs. volume de to e poupando recursos financeiros. esgoto a ser processado Atualmente, os esgotos gerados peDimensionamento dos las duas propriedades são unificados sistemas de tratamento em uma única tubulação (100 mm) de efluentes para um ponto de despejo, que se a) Fossa séptica biodigestora encontra a alguns metros da residên1 4 100 400 120 cia (sede). Desse ponto em diante, Foi dimensionada para tratar a água 2 5 100 500 150 o esgoto escoa por uma vala a céu negra gerada pelas casas 1 e 2 (a prin900 270 Total 9 aberto até um córrego que corta os cipal e a vizinha, respectivamente). O nú-


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Tab. III – Dimensões para a fossa séptica biodigestora Variáveis

Valor

Comprimento

9,8 m

Largura

1,7 m

Profundidade

0,7m

Área superficial

16,66 m2

Volume de escavação 11,66 m3

Tab. IV – Dimensões para o tanque de evapotranspiração Dimen- Dimensão Variáveis são com alvenaria 3,18 m Largura 3m Comprimento 6m 6,18 m – Profundidade 1,2 m Área superficial final – 19,7 m2 Volume de escavação 23,6 m3

A tubulação de entrada, assim como as de conexão entre os reatores, as quais possuem comprimento igual a 50 cm, tiveram diâmetro adotado de 100 mm. Entre as caixas foram previstas ainda a instalação de Tê de inspeção (100 × 75 mm). A ventilação, que deve existir nos quatro primeiros reatores, foi dimensionada com um diâmetro de 75 mm e comprimento de 35 cm. Considerando um espaço de 15 cm de folga, entre a borda enterrada das caixas e o solo, e um desnível de 2 cm, determinaram-se as dimensões da vala de escavação (tabela III).

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Tab. V – Dimensões para o jardim filtrante Área (adotada para 9 moradores) 18 m2 Largura 3m Comprimento 6m Profundidade 0,6 m Volume de escavação 11,31 m3

b) Tanque de evapotranspiração (TEvap) Foi dimensionado para tratar, em um único sistema, a água negra gerada pelas duas casas. Foi considerada a área de 2 m2/hab, resultando em 18 m2 para nove moradores. As dimensões, considerando a execução em alvenaria, são apresentadas na tabela IV. Para a área dimensionada são necessárias 26 unidades de pneus. A tubulação de entrada do efluente no sistema é de 100 mm e o extravasor é de 50 mm. A distribuição das bananeiras na área também foi prevista, seguindo uma relação de 1 árvore/m2, num total

de 18 mudas. As espessuras das camadas foram adotadas em função dos valores-limite recomendados. Priorizou-se a camada de entulho como a de maior dimensão, visto que possui menor custo.

c) Jardim filtrante Foi dimensionado para tratar a água cinza gerada pelas duas residências. A área superficial adotada foi de 2 m2 por morador (tabela V). Foi prevista, antes da entrada do efluente no sistema, a instalação da caixa de gordura e decantador. A tubulação de saída tem diâmetro de 100 mm, e está diretamente conectada ao monge, responsável pelo controle do nível de água no jardim.


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Saneamento d) Círculo das bananeiras

Tab. VI – Dimensões para o círculo das bananeiras Diâmetro 1,4 m Diâmetro com as bananeiras 3,2 m Profundidade 1m Área superficial 3 m2 Área superficial com as bananeiras 8 m2 Área superficial com a bananeira de dois sistemas 16 m2 Volume de escavação de um sistema 4,3 m3 Volume de escavação de dois sistemas 8,6 m3

Possui dimensões capazes de atender uma unidade familiar de até cinco pessoas. Dessa maneira, para que as duas propriedades sejam atendidas, é necessário que dois desses sistemas sejam executados. Assim, cada uma das unidades deverá respeitar as dimensões estabelecidas (tabela VI). As valas para plantação das bananeiras tiveram dimensões de 30 x 30 x 30 cm, e sua execução foi projetada a uma distância de 60 cm da borda do círculo. A tubulação de entrada do efluente foi de 100 mm.

Análise de viabilidade técnica, econômica, social e ambiental Área ocupada e volume de escavação

como uma menor modificação do relevo natural. Com o desenvolvimento dos projetos foi possível prever a área a ser ocupada por cada um dos sistemas de tratamento e o volume de solo a ser escavado (tabela VII). Dentre os dois sistemas de tratamento de água negra, o TEVap apresentou a maior área ocupada e um maior volume de escavação quando comparado à fossa séptica. Os dois sistemas de tratamento de água cinza, no entanto, apresentaram áreas de ocupação e escavação muito próximas.

Efluentes gerados e manutenção

A escolha de um sistema de tratamento de esgoto deve considerar as alterações que irá trazer ao ambiente. Sistemas que ocupam menor área representam menor perda de terreno útil aos moradores. Menores volumes de escavação, por sua vez, trazem menor dificuldade de execução, bem

Uma das principais motivações no desenvolvimento de um sistema de tratamento de esgoto é evitar que resíduos indesejáveis gerados pela atividade humana atinjam os corpos d’água. Assim, os subprodutos gerados devem estar dentro dos padrões exigidos para o descarte. O efluente gerado pela Tab. VII – Dimensões dos sistemas de tratamento de efluentes fossa séptica biodigestora Sistema de tratamento possui parâmetros que não Água negra Água cinza atendem os limites necesVariáveis Círculo Fossa Jardim de banaTEvap séptica biosários para o descarte direto filtrante neiras digestora no corpo d’água presente Área ocupada [m2] 19,7 16,7 18,0 16,0 na propriedade de estudo, Volume de escavação [m3] 23,6 11,7 11,3 8,6 enquadrada na classe D. Tab. VIII – Parâmetros da fossa séptica biodigestora e NBR 13969 Despejo em corpo d’água Uso agrícola USEPA não USEPA PROSAB - PROSAB Parâmetros F.S.B. Classe D processada processada Irrigação Irrigação comercialmente comercialmente irrestrita restrita pH 8,08 Entre 6 e 9 Entre 6 e 9 Entre 6 e 9 DBO (mg/L) 34±50 < 60 < 10 < 30 DQO (mg/L) 495±219 < 150 ≤ 1E+03 ≤ 1E+04 Coliformes termotolerantes 1,40E+04 Atende Não Não Não Não Sim

Assim, o volume gerado pelo sistema não deverá possuir outro fim que não a irrigação. A irrigação irrestrita é o único tipo de uso agrícola que possui limites compatíveis com os encontrados no efluente gerado pela fossa séptica biodigestora (tabela VIII). O TEvap, por sua vez, não gera nenhum tipo de subproduto, já que a água e a matéria orgânica presentes no esgoto são absorvidas pela vegetação. Além disso, a manutenção a ser realizada refere-se apenas aos cuidados com as árvores, como a poda e a coleta dos frutos. Os parâmetros de qualidade do efluente final proveniente do jardim filtrante no córrego não atendem aos requisitos de lançamento estabelecidos na NBR 13969 para a classe D (tabela IX). Tab. IX - Parâmetros do jardim filtrante e NBR 13969 Parâmetro

Coliformes totais Coliformes termotolerantes Atende

Jardim filtrante Classe D

34±50 495±219

< 60 < 150 Não

O círculo de bananeiras não gera nenhum tipo de subproduto, pois as bananeiras são capazes de absorver todo o efluente encaminhado ao sistema. A manutenção desse sistema, como no TEvap, concentra-se nos cuidados com a poda e o recolhimento dos frutos. Além disso, ocasionalmente, há necessidade de complementar a última camada de palha, que, devido a ações naturais, perde volume.

Levantamento de custos Para os projetos desenvolvidos foram levantados os materiais necessários e seus custos aproximados. Assim, foi possível realizar a comparação dos orçamentos de cada sistema de tratamento de esgoto (tabela X). Para os sistemas de tratamento de águas negras, os valores de implanta-



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Hydro • Novembro/Dezembro 2023

Saneamento Tab. XI – Área e volume de escavação dos sistemas de tratamento de efluentes

Tab. X – Custo de implantação dos sistemas Tipo de efluente

Água negra Água cinza

Sistema

Tanque de evapotranspiração

1151,22

Fossa séptica biodigestora

1717,70

Jardim filtrante

1218,80

Círculo de bananeiras

36,60

ção de uma fossa séptica biodigestora são 30% maiores que os valores para a execução de um tanque de evapotranspiração. O alto valor da fossa deve-se, principalmente, ao custo envolvido na compra dos reatores, os quais representam quase 70% dos gastos totais. Para os sistemas de tratamento de águas cinzas, a comparação de valores torna-se ainda mais discrepante. O alto valor do jardim deve-se ao elevado volume de brita e areia utilizados, além dos acessórios específicos do projeto, como caixa de gordura e decantador. O círculo de bananeiras, por sua vez, utiliza materiais comumente encontrados na natureza, principalmente em áreas rurais, e que não acrescentam gastos, como palhas e gravetos, e requer um sistema muito simples de tubos.

Seleção do sistema A população residente do bairro em estudo necessita de alternativas de tratamento de esgoto que sejam condizentes com a sua realidade econômica e que seja de fácil integração à sua rotina. Dessa forma, o sistema deve possuir o menor custo possível e o método de manutenção mais simples. Deve ainda diminuir os efeitos do lançamento de esgoto na região, como a contaminação das fontes de água e de animais. Para o tratamento de água negra existiam duas opções: tanque de evapotranspiração e a fossa séptica biodigestora. O volume ocupado pelo tanque de evapotranspiração é 50% maior que o volume demandado pela

Sistema de tratamento

Custo total (R$) Variáveis

Área ocupada [m2] Volume de escavação [m3]

fossa, entretanto, as dimensões do sistema não são um fator limitante, pois há área disponível. Comparando os efluentes gerados pelos dois sistemas, verificou-se que o efluente gerado pela fossa séptica tem como único destino a irrigação restrita. A propriedade em estudo, no entanto, não possui plantação suficiente para consumir todo o volume de efluente gerado. Portanto, o tanque de evapotranspiração apresenta, nesse quesito, uma vantagem maior, visto que não gera nenhum subproduto. Economicamente, o tanque de evapotranspiração também apresenta vantagens, já que despende aproximadamente 70% do custo para a execução de uma fossa séptica biodigestora. Logo, para o sistema de tratamento de água negra, decidiu-se pela utilização do tanque de evapotranspiração. Para o tratamento de água cinza, as duas opções disponíveis eram o jardim filtrante e círculo de bananeiras. A área e o volume ocupados pelos dois sistemas eram suficientemente próximos. O subproduto gerado pelo jardim não atende aos parâmetros necessários por norma para seu descarte direto no corpo d’água que corta o terreno. Assim, outro tratamento conjunto teria de ser desenvolvido para a sua aplicação. O círculo de bananeiras, por sua vez, não gera efluentes. Além disso, o seu custo, mesmo quando executadas duas unidades (como neste caso), ainda é muito mais baixo do que o custo gerado pelo jardim. Assim, para o tratamento de águas cinzas, optou-se pelo círculo de bananeiras.

Água negra Fossa séptica TEvap biodigestora

19,7 23,6

16,7 11,7

Água cinza Jardim Círculo de filtrante bananeiras 18,0 16,0 11,3 8,6

Projeto final Os sistemas selecionados para as propriedades em estudo são o tanque de evapotranspiração (para as águas negras) e o círculo de bananeiras (para as águas cinzas). Os sistemas de tratamento foram instalados no terreno considerando a declividade natural, de modo que o esgoto gerado nas residências possa ser encaminhado para os sistemas de tratamento sem a necessidade de bombas. Outro fator que influenciou o posicionamento do sistema foi a existência de um poço tubular no local, visto que o tanque de evapotranspiração não deve ser posicionado a uma distância menor que 15 metros de um poço. Além disso, foi considerada a localização das tubulações existentes, de modo a não fazer alterações. As tubulações de água cinza de cada residência (com 75 mm de diâmetro) foram interligadas por caixas de passagem hidráulicas, para então serem direcionadas aos círculos de bananeiras, em suas respectivas propriedades. O tratamento de água negra deverá ser compartilhado pelas duas residências. Dessa maneira, foi prevista a união das tubulações de ambas as casas, para que o esgoto seguisse pelo mesmo caminho até o tanque de evapotranspiração, localizado na propriedade da residência 1. As tubulações de águas negras foram projetadas de maneira análoga às de água cinza. Contudo, decidiu-se aproveitar a caixa de passagem já existente, como ponto de união entre os encanamentos vindos do aparelho sanitário das


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residências. Optou-se pelos subcoletores e coletores com diâmetro de 100 mm.

Conclusão A fossa séptica biodigestora, o tanque de evapotranspiração, o jardim filtrante e o círculo de bananeiras são sistemas de tratamento de esgoto capazes de atender as necessidades de parte da população que não possui acesso à rede pública e centralizada de esgoto sanitário. As características construtivas, socioambientais e econômicas de cada um destes sistemas de tratamento foram analisadas para a escolha da melhor opção a ser implantada nas propriedades rurais. O tanque de evapotranspiração e o círculo de bananeiras foram as alternativas mais viáveis de tratamento do esgoto sob o ponto de vista técnico, econômica e socioambiental para as duas residências em estudo. Com a implantação do sistema de tratamento de efluentes, espera-se reduzir o dano ambiental, social e de saúde pública causado pelo lançamento dos efluentes sem tratamento nos cursos d’água que cortam a região. O projeto desenvolvido pode ainda servir como base para que, com adequações referentes ao número de habitantes e espaço disponível, outras propriedades rurais da região possam implementar sistemas de tratamento descentralizados e diminuir ainda mais os impactos da atividade humana no ambiente rural.

Referências [1] Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. NBR 13969. Tanques sépticos - Unidades de tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação. 1997. [2] Monteiro, A.F.M. et al. Projeto Águas do Pessegueiro. 2018. Universidade Federal de Itajubá. [3] Silva, W.T L. ; Marmo, C.R.; Leonel, L.F. Memorial Descritivo: Montagem e Operação da Fossa Séptica Biodigestora. São Carlos, SP: Embrapa Instrumentação, 2017. ISSN 1518-7179; 592017. [4] Tonetti, A.L. et al. Tratamento de esgotos domésticos em comunidades isoladas: referencial para a escolha de soluções. Ana Lucia Brasil, Francisco José Peña y Lillo Madrid, et al. – Campinas, SP.: Biblioteca/ Unicamp, 2018.

Trabalho originalmente apresentado no 31º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 15 a 17 de setembro de 2020, de forma online.


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Corrosão

Sistemas de proteção catódica para adutoras Luiz Paulo Gomes, Diretor Técnico da IEC - Instalações e Engenharia de Corrosão

A

A proteção catódica é fundamental para eliminar os processos corrosivos, pelo solo e por correntes de fuga, que destroem as instalações de aço enterradas, submersas ou embutidas no concreto. Neste trabalho, é mostrado como se desenvolvem os processos corrosivos nas instalações e como os sistemas de proteção catódica podem garantir a segurança operacional dos ativos.

proteção catódica permite proteger contra a corrosão instalações metálicas enterradas ou submersas, como adutoras, oleodutos, gasodutos, alcooldutos, polidutos, querodutos, tanques de armazenamento de água, petróleo e derivados, plataformas de petróleo, instalações portuárias, navios, embarcações e armaduras de aço de estruturas de concreto armado ou protendido de pontes, viadutos e edificações de um modo geral. Sem a proteção catódica seria impossível operar com segurança e economia essas importantes instalações e, em especial, as adutoras, os tanques de armazenamento e as estações de tratamento de água e esgoto das companhias de saneamento. Todas essas obras estão sempre sujeitas a sérios problemas de corrosão, causados pelo solo, pelas correntes de fuga dos sistemas de tração eletrificada (metrô e ferrovias) e pela absorção de água, cloretos, dióxido de carbono (CO2), produtos químicos e outros poluentes, para o caso das estruturas de concreto.

Aadutoras e tanques A corrosão de instalações de aço enterradas, submersas ou embutidas

no concreto é um fenômeno elétrico, mais precisamente, um fenômeno eletroquímico. As heterogeneidades normais do aço e as variações de resistividade elétrica, pH, umidade, cloretos, composição química e temperatura dos solos, das águas e dos concretos dão origem a pilhas de corrosão importantes, que corroem o aço. Para o caso das estruturas de concreto, a absorção de CO2 provoca a carbonatação do concreto, diminuindo o pH e despassivando o aço. Quando as adutoras enterradas, os tanques de aço ou as estruturas de concreto são construídos nas proximidades de linhas férreas eletrificadas com corrente contínua (metrôs e trens urbanos), eles ficam sujeitos às correntes de fuga ou correntes de interferência, que somadas à corrosão normal do solo, da água ou do concreto, causam grandes prejuízos se não forem adequadamente protegidos. E, nesses casos, somente a instalação dos sistemas de proteção catódica consegue resolver o problema. As adutoras de aço enterradas podem ficar sujeitas também a problemas de interferência eletromagnética, que causam danos de corrosão e de segurança às pessoas e aos operadores. Esses problemas aparecem


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quando a adutora cruza ou se aproxima de uma ou mais linhas de transmissão elétrica em alta tensão. As estruturas de concreto das estações de tratamento também são muito influenciadas pelos problemas de corrosão das ferra- Fig. 1 – Corrosão em estrutura de concreto de Estação de gens. Nesses casos, os sistemas Tratamento de Esgoto (ETE) de proteção catódica devem ser Primeira etapa utilizados para garantir a segurança operacional e a manutenção dessas Fazer medições de campo para veinstalações (figura 1). rificar a agressividade do solo em termos de corrosão, com a determinação dos valores de resistividade elétrica, Proteção catódica pH, potencial redox, presença de sulde adutoras de aço fetos, teor de umidade e pesquisa da presença de correntes de interferência. Para a proteção catódica das adutoras de aço, normalmente de grande Observação importante: quando a diâmetro e extensão, são utilizados os adutora for influenciada por corrensistemas de proteção catódica do tipo tes de fuga provenientes de ferrovias por corrente impressa, com a utilizaeletrificadas e outras fontes de interfeção de um ou mais retificadores de rência, como os sistemas de proteção corrente complementados por leitos catódica de tubulações de terceiros, a de anodos do tipo inerte, de ferroproteção catódica deverá ser sempre -silício-cromo ou de titânico revestidos utilizada, independentemente dos recom óxidos mistos de metais nobres. sultados da pesquisa da agressividade A finalidade de cada conjunto redo solo. tificador/leito de anodos é injetar no Segunda etapa solo uma corrente elétrica de natureza contínua que, saindo dos anodos, flui Determinação do grau de agressipelo solo e alcança os tubos enterravidade do solo, mediante utilização da dos, modificando o seu potencial em tabela I, onde são atribuídos pontos em relação ao solo (potencial tubo/solo) função dos valores medidos em came eliminando o funcionamento das pipo. Nessa avaliação, quando são atinlhas de corrosão, conforme pode ser gidos 10 pontos em uma determinada visto na figura 2. região, significa que o solo local é agressivo para os tubos de ferro, tornando-se necessária a proteção catódica.

Proteção catódica de adutoras de ferro dúctil

Terceira etapa

Para a proteção catódica das adutoras de ferro fundido e ferro dúctil, a proteção catódica deve ser seletiva, nos locais de maior agressividade do solo. O procedimento a ser adotado está definido pela norma AWWA C105, descrito a seguir.

Instalação dos anodos de proteção catódica, durante ou após a construção da adutora. Nesse caso, poderão ser utilizados anodos galvânicos ou inertes e a experiência do projetista de proteção catódica é fundamental para essa definição.

Fig. 2 – Esquema de funcionamento do sistema de proteção catódica de uma adutora enterrada

Proteção catódica de tanques de armazenamento Os tanques de aço para o armazenamento de água apresentam, com o passar do tempo, sérios problemas de corrosão interna (fundo e costado em contato com a água) e externa (fundo Tab. I – Teste de avaliação da agressividade do solo (AWWA C105) Característica do solo

Número de pontos (*)

Resistividade elétrica (ohm.cm) < 700 10 700 – 1000 8 1000 – 1200 5 1200 – 1500 2 1500 – 2000 1 > 2000 0 Valor do pH 0–2 5 2–4 3 4 – 6,5 0 6,5 – 7,5 0 (**) 7,5 – 8,5 0 > 8,5 3 Potencial redox > 100 mV 0 + 50 a + 100 mV 3,5 0 a + 50 mV 4 Negativo 5 Presença de sulfetos Positivo 3,5 Traços 2 Negativo 0 Presença de umidade Drenagem pobre, continuamente úmido 2 Drenagem razoável, normalmente úmido 1 Boa drenagem, geralmente seco 0 (*) Dez pontos significam solo corrosivo para ferro fundido, com a necessidade de proteção catódica. (**) Se sulfetos estiverem presentes e o potencial redox for negativo ou de baixo valor na faixa de pH entre 6,5 e 7,5 devem ser somados 3 pontos.


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Corrosão em contato com o solo ou base de concreto). Sendo assim, principalmente nos tanques maiores, são utilizados os sistemas do tipo por corrente impressa, com a instalação de um retificador e anodos inertes instalados no solo (para a proteção da parte externa do fundo do tanque) e anodos internamente, em contato com a água (para a proteção das superfícies internas). Para o caso de pequenos tanques, a instalação de anodos galvânicos pode ser mais econômica, a depender de um estudo de viabilidade técnica e econômica. Nesses casos, o projeto de proteção catódica deve considerar a existência do sistema de aterramento elétrico dos tanques, construído com hastes cobreadas e cabos de cobre nu, que absorve parte da corrente de proteção catódica, conforme pode ser visto na figura 3. As superfícies internas do fundo e do costado do tanque são protegidas com a instalação de anodos inertes de titânio MMO, que podem ser instalados com o tanque cheio e em operação normal. Esses anodos são também

Fig. 3 – Esquema de funcionamento do sistema de proteção catódica por corrente impressa para um tanque de armazenamento

ligados a um retificador de proteção catódica, que pode ou não ser o mesmo retificador usado para a proteção externa, dependendo do projeto. O projetista de proteção catódica deve ter em mente que as superfícies internas dos tanques são revestidas, o que reduz drasticamente a intensidade da corrente necessária para a sua proteção interna. Para o acompanhamento operacional e verificação do funcionamento eficiente do sistema de proteção catódica interna do tanque, deve-se instalar um eletrodo de referência permanente de Ag/AgCl em seu interior, em conjunto com os anodos. Esse eletrodo de referência mede permanentemente o

potencial do aço em relação à água e orienta o operador sobre a regulagem do retificador de proteção catódica. A figura 4 mostra um retificador de proteção catódica para a proteção de um tanque de armazenamento de água.

Fig. 4 – Retificador de proteção catódica para a proteção de um tanque de armazenamento de água


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Proteção catódica de armaduras de aço das estruturas de concreto

te os serviços de recuperação do concreto ou com a estrutura em operação, sem que as ferragens estejam expostas e nos locais onde a corrosão das ferragens ainda não aflorou. As figuras 5, 6 e 7 mostram os anodos instalados em cada uma dessas três situações.

As armaduras de aço das estruturas de concreto, em especial das estações de tratamento, podem apresentar corrosão severa com o passar do tempo e também Fig. 5 – Instalação de anodos de proteção catódica em uma obra de concreto. Os anodos são fixados às ferragens antes da concretagem

Fig. 6 – Instalação de anodos de proteção catódica durante os serviços de recuperação do concreto

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necessitam ser protegidas catodicamente. A proteção nesses casos é feita com o auxílio de anodos galvânicos especiais, que podem ser instalados durante a construção da estrutura, duran-

Fig. 7 – Instalação de anodo de proteção catódica sem que as ferragens estejam aparentes, nos locais onde a corrosão ainda não aflorou


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Corrosão Medições dos potenciais de corrosão e dos potenciais de proteção catódica As medições dos potenciais de uma determinada estrutura metálica em relação ao meio onde ela se encontra são de fundamental importância para o estudo de corrosão e verificação das condições de proteção catódica. Para essas medições, são utilizados um voltímetro de alta impedância e um eletrodo de referência, que pode ser o eletrodo de cobre/sulfato de cobre – Cu/CuSO4 (para medições dos potenciais do aço em relação ao solo ou ao concreto) ou o eletrodo de prata/cloreto de prata – Ag/AgCl (para medições dos potenciais do aço em relação à água). Para as medições dos potenciais tubo/solo (potencial da adutora em relação ao solo), tanque/solo (potencial do fundo do tanque em relação ao solo), tanque/água (potencial das superfícies internas do tanque em relação à água) ou armadura/concreto (potencial da ferragem em relação ao concreto), os critérios definidos pelas normas técnicas nacionais e internacionais são mostrados na tabela II. A figura 8 mostra medições do potencial de uma estrutura de concreto. De acordo com a ASTM C876-15, essas medições permitem identificar os locais onde as ferragens estão se corroendo. Os anodos de proteção catódica devem ser instalados nesses locais.

mento ou uma obra de concreto é o descrito em etapas a seguir: x Primeira etapa: análise dos desenhos, inspeção visual e medições de campo. x Segunda etapa: análise das informações de campo e elaboração do projeto de proteção catódica, com definição do tipo de sistema a ser utilizado (galvânico ou corrente impressa), especificação dos materiais, desenhos e instruções de instalação. x Terceira etapa: fornecimento dos equipamentos e materiais, e instalação do sistema projetado. x Quarta etapa: testes e pré-operação do sistema instalado, incluindo as medições dos potenciais de proteção, a elaboração dos documentos “conforme construído” e a emissão dos certificados de garantia e qualidade.

Normas técnicas As normas técnicas nacionais e internacionais recomendadas para as medições de campo, projeto, instalação, operação e manutenção dos sistemas de proteção catódica são as seguintes: x ABNT NBR ISO15589-1: Proteção Catódica de Dutos Terrestres. x ABNT NBR ISO15589-2: Proteção Catódica de Instalações Submersas.

O procedimento adotado com mais frequência e recomendado para o estudo, projeto, fornecimento, instalação e pré-operação do sistema de proteção catódica de uma determinada estrutura, seja ela uma tubulação enterrada, um tanque de armazena-

Fig. 8 – Medições do potencial de uma estrutura de concreto

Tab. II – Critérios de proteção catódica Estrutura

Procedimento recomendado

x NACE SPO 196-2015: Proteção Catódica Galvânica para as Superfícies Internas de Tanques de Aço para Armazenamento de Água. x NACE SPO 388-2014: Proteção Catódica por Corrente Impressa para as Superfícies Internas de Tanques de Aço para Armazenamento de Água. x NACE SP0193-2016-SG: External Cathodic Protection of On-Grade Carbon Steel Storage Tank Bottoms. x API RP 651:2014: Cathodic Protection of Aboveground Petroleum Storage Tanks. x ASTM C 876-15: Standard Test Method for Corrosion Potentials Uncoalted Reinforced Steel in Concrete. x ISO12696:2016: Cathodic Protection of Steel in Concrete. x NACE SP0187-2017: Design for Corrosion Control of Reinforcing Steel in Concrete.

Critério de proteção catódica

Norma técnica utilizada

Adutora enterrada

Potencial tubo/solo igual ou mais negativo que – 0,85 V medido em relação ao eletrodo de referência de Cu/CuSO4

ABNT NBR ISO 15589-1

Tanque (fundo/parte externa)

Potencial tanque/solo igual ou mais negativo que – 0,85 V medido em relação ao eletrodo de referência de Cu/CuSO4

ABNT NBR ISO 15589-1

Potencial tanque/água igual ou mais Tanque negativo que – 0,80 V medido em relação (fundo e costado/parte interna) ao eletrodo de referência de Ag/AgCl

ABNT NBR ISO 15589-2

Estruturas de concreto

Acréscimo de 100 mV no potencial ferragem/concreto

ASTM C876-15 ISO 12696


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x NACE SP0112-2017: Corrosion Management of Atmosferic Exposed Reinforced Concrete Structures. x NACE SP0290-2007: Impressed Current Cathodic Protection of Reinforcing Steel in Atmosfhericaly Exposed Concrete Structures. x NACE SP0408: Cathodic Protection of Reinforcing Steel in Buried or Submerged Concrete Structures.

Conclusão Os problemas de corrosão em adutoras enterradas, tanques de armazenamento e estruturas de concreto de um modo geral são bastante frequentes e conhecidos dos técnicos que operam essas instalações. Quando as obras são construídas nas proximidades de ferrovias eletrificadas e de linhas de transmissão

elétrica em alta tensão, o problema é ainda mais grave, devido à ocorrência de interferências elétricas e eletromagnéticas, extremamente prejudiciais. É praticamente impossível operar essas instalações com segurança e baixo custo sem o auxílio de um sistema de proteção catódica, que possui a finalidade de garantir a proteção contra a corrosão do aço quando enterrado, submerso ou embutido no concreto. A proteção catódica é a única técnica capaz de garantir a proteção contra a corrosão de adutoras, tanques de armazenamento e estruturas de concreto de estações de tratamento de água, com baixo custo e total segurança, razão pela qual deve ser sempre considerada em obras novas ou existentes.

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Referências [1] Gomes, Luiz Paulo: Sistemas de Proteção Catódica, 2a edição, editora Interciência, 2020. [2] Gomes, Luiz Paulo: Proteção Catódica, IEC Instalações e Engenharia de Corrosão, 1990. [3] Gomes, Luiz Paulo: Importance for Cathodic Protection for the Modern World, IPCM - Protective Coatings, 2017. [4] Gomes, Luiz Paulo: Protecting Underground Pipelines Against Corrosion and Electrical Interference, IPCM - Protecting Coatings, 2018. [5] Gomes, Luiz Paulo: How to Preserve Concrete Structures With Galvanic Anodes for Cathodic Protection, IPCM - Protecting Coatings, 2019. [6] Gentil, Vicente: Corrosão, 6a edição, Editora LTC, 2011.

Trabalho originalmente apresentado no 31º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 15 a 17 de setembro de 2020, de forma online.


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Serviço

Guias de ETEs e ETAs O levantamento relaciona os fornecedores no país de equipamentos e integradores de estações de tratamento de água e efluentes em regime turnkey. Fazem parte os sistemas biológicos, físico-químicos e terciários, como membranas de ultrafiltração, além de estações compactas, de aproveitamento de água de chuva e desaguamento de lodo. Tratamento preliminar

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Acemax (11) 3907-4623 contato@acemax.com.br Acetecno (47) 3380-6200 vendas@acetecno.com.br Alfamec (11) 4991-5000 contato@alfamec.com.br Alphenz (19) 3302-9606 contato@alphenz.com.br Aquamec Brasil (11) 98296-9913 contato@aquamecbrasil.com.br Aquarenne (51) 98110-1016 sos@aquarenne.com.br Aquastar (41) 3292-5653 contato@aquastar.com.br Atag Water (11) 93405-7773 contato@atagwatersolutions.com Auxtrat (47) 3473-7796 vendas@auxtrat.com.br B&F Dias (19) 98305-4748 bfdias@bfdias.com.br Biosis (11) 99173-7043 biosis@biosis.eco.br Bomax (11) 4138-8800 bomax@bomax.com.br

Remoção de gordura Remoção de areia Gradeamento Peneira (estática e rotativa) Triturador de sólidos Unidade compacta de pré-tratamento (1) Precipitação de metais Oxidação de cianetos Redução de cromo hexavalente Adsorção em carvão ativado Oxidação com peróxido Ozonização Oxidação UV/peróxido Remoção de fósforo Eletrocoagulação/floculação Eletrólise Desinfecção Aeróbio Anaeróbio MBBR (2) SBR - Lodo ativado por bateladas MBR - Biorreator a membrana MABR (3) Biodisco Remoção de nutrientes (N e P) Soprador, compressor, aerador e difusor Estações elevatórias Estações compactas Aproveitamento de água de chuva Tratamento de água cinza Sistema de reúso de água Jardins filtrantes Microfiltração, ultrafiltração e nanofiltração Membranas Osmose reversa Skid com bags Skid com filtro-prensa Skid com centrífuga Locação de estações Sistemas móveis de tratamento

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Tratamento preliminar

Ideu (11) 97459-6404 • • • • contato@ideu.com.br Improv (19) 3407-0494 contato@improvequipamentos.com.br Johnson Screens (11) 94375-9941 • • david.nasser@johnsonscreens.com.br Kemia (49) 99115-0888 • • • • rafael@kemia.com.br KS Industrial (51) 998505-5704 comercial@ksindustrial.com.br Linsul (47) 99905-0235 atendimento@linsul.com.br

MCLvale (49) 3555-3100 comercial@mclvale.com.br Memphis (11) 98244-3216 contato@memphis.ind.br Minitrat (47) 3511-1338 contato@minitrat.com.br Netzsch (47) 98831-8003 joao.assis@netzsch.com Nordic Water (11) 96827-6929 comercial@nordicwaterbr.com Okena (11) 3552-0101 comercial@okena.eco.br Ouro Fino (19) 99754-2845 contato@ourofinoambiental.com.br Paques (19) 3429-0600 info.br@paquesglobal.com Pollycall (47) 99112-2627 contato@pollycall.com.br Power (71) 99136-6269 newton@power-ind.com.br Propitank (82) 98141-1191 antonio.santos@propitank.com.br Pumps Brasil (19) 3859-2626 comercial@pumpsbrasil.com.br

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(1) Gordura, areia e peneira; (2) Biorreator de leito móvel com biofilme; (3) Biofilme fixo aerado com membrana

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Serviço

Ravagnan (31) 99264-2974 p.lanata@ravagnan.com Retesp (18) 99651-8272 meioambiente@retesp.com.br Romann (51) 99942-0680 roberto@romaneng.com.br SaveWater (49) 3555-3100 comercial@savewater.com.br Saneflux (14) 99862-2372 vendas@saneflux.com Scientech (11) 99521-7454 lcrocha@scientech.com.br Sigma (11) 97640-1149 comercial@sigma.ind.br Snatural Ambiente (11) 5072-5452 contato@snatural.com.br TanksBR & Ágili (19) 99554-1636 vendas@tanksbr.com.br Tecitec (11) 99841-9865 nilson@tecitec.com.br Tecnosan (47) 99983-8331 tecnosan@tecnosan.com.br Tinamma (11) 98331-6088 contato@tinamma.com.br Verlag (54) 99684-3411 verlag@verlag.com.br Vogelsang (51) 99591-7102 diego.silva@vogelsang.com.br Water Hub (11) 98983-7287 paulo.carvalhop@waterhub.com.br Water Warehouse (21) 98835-9548 info@waterwarehouse.com.br

Sistema físico-químico

Sistema biológico

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Remoção de gordura Remoção de areia Gradeamento Peneira (estática e rotativa) Triturador de sólidos Unidade compacta de pré-tratamento (1) Precipitação de metais Oxidação de cianetos Redução de cromo hexavalente Adsorção em carvão ativado Oxidação com peróxido Ozonização Oxidação UV/peróxido Remoção de fósforo Eletrocoagulação/floculação Eletrólise Desinfecção Aeróbio Anaeróbio MBBR (2) SBR - Lodo ativado por bateladas MBR - Biorreator a membrana MABR (3) Biodisco Remoção de nutrientes (N e P) Soprador, compressor, aerador e difusor Estações elevatórias Estações compactas Aproveitamento de água de chuva Tratamento de água cinza Sistema de reúso de água Jardins filtrantes Microfiltração, ultrafiltração e nanofiltração Membranas Osmose reversa Skid com bags Skid com filtro-prensa Skid com centrífuga Locação de estações Sistemas móveis de tratamento

Empresa / telefone / e-mail

Tratamento preliminar

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(1) Gordura, areia e peneira; (2) Biorreator de leito móvel com biofilme; (3) Biofilme fixo aerado com membrana Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 413 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, novembro e dezembro de 2023. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.



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Conexão

Sistema de acoplamento e reparos de tubos Este trabalho apresenta uma perspectiva de melhoria e inovação ao sistema de gestão das companhias de saneamento, com foco na manutenção das redes tubulares de abastecimento de água potável, por meio da tecnologia das abraçadeiras de inox universais bilabiais autosselantes. Oswaldo Brandão dos Santos, consultor de produtos da Toraqua Technologies; André Vizioli Gomes, diretor geral da Toraqua Technologies

O

sistema de abastecimento de água é dotado de um agrupamento linear de tubulações que o interliga, desde o sistema de captação de um manancial até a entrega da água potável ao consumidor final (distribuição). Contudo, para a gestão desse conjunto de distribuição, são necessárias ações de melhorias para as etapas de instalação, operação e manutenção. Destacam-se também os programas de controle de perdas de água, que têm impacto direto nos custos operacionais, com forte participação no planejamento estratégico e financeiro das companhias de saneamento. Uma área notável dentro do processo de gestão operacional do abastecimento de água é a de manutenção das redes existentes. A Sabesp, por exemplo, com os seus 75,3 mil quilômetros de redes de distribuição de água em 2019, registrou um índice de perdas reais ou físicas de 19,9%. Considerando a complexidade do sistema de gestão operacional, é de suma importância adotar programas de melhorias e inovação para sua

maximização. As abraçadeiras de inox universais bilabiais autosselantes com dois fechos são peças fundamentais nesse processo de melhoria e inovação. Com a tecnologia de vedação bilabial autosselante, as abraçadeiras de inox com dois fechos apresentam uma solução eficiente para a instalação e manutenção das redes tubulares. A universalidade para qualquer diâmetro, pressão e fluido, possibilitando também a sua instalação quando a tubulação está sob pressão, são aspectos que se destacam e apresentam vantagens frente às abraçadeiras convencionais disponíveis no mercado nacional.

de caso, com a aplicação da abraçadeira em uma rede de abastecimento de fibrocimento de um sistema de irrigação, localizado na Espanha.

Objetivo

Situação atual – primeira geração de abraçadeira

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma perspectiva de melhoria e inovação ao conjunto do sistema de distribuição de água potável com redes tubulares, visando à instalação, operação e manutenção, por meio da tecnologia das abraçadeiras universais de inox. Para isso, são apresentados dados da tecnologia, e algumas informações preliminares de um estudo

Metodologia Para validação da proposta de inovação apresentada pela tecnologia de abraçadeiras universais bilabiais autosselantes com dois fechos, foi realizado, inicialmente, um levantamento teórico das demais tecnologias existentes e suas principais características, para então justificar a necessidade da mudança.

Todos os sistemas dos fabricantes de abraçadeiras de primeira geração voltados ao reparo de tubulações realizam a vedação por meio do esmagamento e compressão da borracha plana ou de seção mais ou menos retangular, na face externa do tubo, para evitar o vazamento e a perda de água. A aplicação desdes sistemas requer aperto exces-


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sivo nos parafusos, o que gera sobrecargas tanto na abraçadeira quanto na tubulação, que podem afetar a vida útil do conjunto. As principais desvantagens desta primeira geração do produto são: x As abraçadeiras recebem altas cargas nos parafusos (devido à necessidade de um alto torque), o que aumenta o risco de corrosão devido a tensões mecânicas, em materiais que normalmente não são inoxidáveis. x A junta de borracha EPDM rapidamente perde sua memória elástica devido ao excesso de aperto e, portanto, sua capacidade de manter a tensão ao longo do tempo. x Como sistemas rígidos, na zona de quebra, eles geram tensões nos dois lados de uma fenda, não permitindo os movimentos naturais do terreno que geram a quebra. x Existem ainda alguns desses sistemas que não são projetados como grampos de reparo e que, para instalá-los, é necessário cortar o próprio tubo. Dentre os modelos utilizados da primeira geração de sistemas de acoplamento e abraçadeiras, destacam-se alguns a seguir, acompanhados por seus aspectos técnicos negativos: x Abraçadeiras de junta plana com carcaça em ferro fundido: recebem alta carga com o aperto excessivo nos parafusos. Em função dessa carga, a junta de EPDM perde rapidamente sua memória elástica e gera tensão no ponto de instalação. x Abraçadeiras de junta plana totalmente inoxidável: não permitem conectar dois tubos; não permite desvios angulares e laterais. A selagem é por esmagamento, reduzindo a vida útil da junta de EPDM. x Mancais de junta plana de ferro fundido de três peças (tripartida): não permitem conexão de dois tubos. As peças de ferro fundido são muito pesadas. Devido ao design plano da

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borracha, a largura útil é menor que 40% da junta. x Junta de ferro fundido multimateriais e multidiâmetros: requer reparo do cano danificado (cortadela) e válvula de corte a montante da área danificada. A partida da rede será adiada até o preenchimento completo da seção do tubo. Parafusos na área inferior dificultam a instalação e o ajuste da peça.

Abraçadeira universal de inox bilabial autosselante com dois fechos As abraçadeiras de inox universais bilabiais autosselantes com dois fechos apresentam tolerância de 12 mm (numa única abraçadeira), a partir do diâmetro de 60 mm, e propiciam redução significativa de estoque, já que com apenas oito unidades é possível reparar tubos de diâmetros nominais de 50 a 300 mm. A tabela I apresenta os diâmetros e os materiais de modelos de abraçadeiras, conforme a possibilidade de aplicação. Vale ressaltar que, embora não tenha sido apresentado, é possível utilizar o referido modelo de abraçadeiras em tubulações com diâmetros de até 4000 mm. Dentre os principais aspectos técnicos das abraçadeiras de inox universais bilabiais autosselantes com dois fechos, destacam-se: x Realizam união (ponta a ponta) ou reparo de tubulações. x Possibilitam realizar reparo em carga. x Universalidade, isto é, atendem qualquer diâmetro, pressão e fluido. x Redução de peso em até 90% (DN 600 9 kg). x Fácil manuseio, aplicação em locais de difícil acesso (tecnologia hold on e piloto). x Permitem correção de desvio angular e ovalidade em até 3%.


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Conexão x Sistema definitivo, em aço inoxidável AISI 304L/316L, resistentes a meios agressivos/corrosivos. x Apresentam vedação dinâmica (aperto controlado) com mínima ação sobre o material EPDM, preservando sua memória elástica e vida útil operacional.

Estudo de caso A rede a ser reparada atende um sistema de ir- Fig. 1 – Trecho com vazamento a ser reparado rigação, utilizado para atividade agrícola, na Espanha. O solo x Instalação de equipamento resistenda região possui características ácidas te à acidez do solo (alta corrosão). (corrosivas) devido aos defensivos x Propiciar resistência ao movimento agrícolas usados nas plantações. A de massa provocado pela circulação tubulação é de fibrocimento com DN do maquinário. 550 mm e pressão de 10 bar. O comx Melhorar o desempenho do sisteprimento total da rede de irrigação é ma de irrigação, eliminando os ponde 350 metros, divididos por barras tos de perda. de 6 metros. x Proporcionar economia de água, evitando as perdas. Em cada barra, para a junção dos x Otimizar o tempo das equipes de trechos, foi instalada uma junta de fitrabalho envolvidas nas frequentes brocimento contendo no seu interior manutenções. dois anéis de vedação de borracha x Reduzir os custos não planejados/ EPDM (figura 1). Com o passar do previstos. tempo, devido à perda da vida útil da borracha EPDM, à perda de memória elástica e ao aperto excessivo na insProposta de melhoria – talação, foi constatada a presença de abraçadeira universal de vazamentos em vários trechos de juninox com junta bilabial ção, sendo necessária a realização de frequentes manutenções, ocasionando Como medida corretiva e de mealto índice de perda de água, ineficiênlhoria, foi recomendada a utilização cia do sistema de irrigação, bem como das abraçadeiras de inox universais prejuízos financeiros com as recorrentes bilabiais autosselantes com dois feintercorrências. A figura 1 apresenta um chos. O modelo escolhido foi o de dos trechos a ser reparado. 135 mm de largura. Devido às caracPortanto, o projeto apresentava os terísticas corrosivas da área em quesseguintes problemas que precisavam tão, foram realizados reforços nos ser solucionados: componentes para evitar danificação x Necessidade de rápido reparo, evifutura. Nesse caso, utilizou-se um sistando longa parada, a fim de não detema de fixação de dois fechos e dois sabastecer o sistema de irrigação. parafusos, visando à instalação com


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Tab. I – Modelos de abraçadeiras Pressão Diâmetro Material e diâmetro externo (mm) nominal Peso nominal Ferro PVC Cimento (mm) Aço (bar) (kg) fundido PEAD amianto 50 60,3 63 25 1,20 98 88 90 100 25 2,6 75 100 118 114,3 110 120 24,6 2,8 150 170 169,3 160 170 18,8 3,2 200 222 219,1 225 230 13 4,1 274 273 280 280 11 4,5 250 300 315 15 6 300 326 323,8 330 14,5 5,5 350 355,6 355 13 6 378 12,3 6,2 350 380 400 406,4 400 11,7 6,5 400 429 10,7 6,8 450 457,2 450 10 7 480 8,4 450 13,1 500 8,7 500 508 12,5 500 532 11,6 9 600 609,6 10,2 9,9 600 635 630 12 9,7 650 660,4 11,9 17,9 19,1 700 711,2 710 11

maior rapidez. A figura 2 apresenta um dos trechos de aplicação.

Resultados obtidos Em apenas quatro dias foram fabricadas 25 abraçadeiras de inox universais bilabiais autosselantes com dois fechos, para a execução dos reparos necessários. Com a agilidade na fabricação bem como a facilidade de ins-

Range de aplicação (mm)

60-63 88-100 108-120 158-170 218-230 268-280 308-320 318-330 348-360 368-380 398-410 428-440 448-460 478-490 498-510 528-540 608-620 628-640 658-670 708-720

Fig. 2 – Trecho com vazamento reparado com a abraçadeira universal

talação, foi possível atender e cumprir o curto prazo para a instalação definitiva das 25 unidades. Assim, evitaram-se prejuízos ao cliente (referente aos dias de parada do sistema de irrigação), além de proporcionar economia de água e melhor eficiência do sistema de irrigação.

Conclusões Ao comparar as características das abraçadeiras da primeira geração com as abraçadeiras de inox universais bilabiais autosselantes com dois fechos,

é possível reconhecer o avanço tecnológico voltado ao sistema de reparo e junção de redes tubulares de abastecimento de água potável. Além da inovação tecnológica, as abraçadeiras de inox universais apresentam ótimo custo/benefício, bem como redução de perdas do fluido, propiciando também economia a longo prazo. Por fim, é possível concluir que com esta nova tecnologia, todo o processo será maximizado, beneficiando todas as partes envolvidas, desde a captação até a entrega do fluido ao consumidor final.


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Produtos Gerador de dióxido de cloro Fabricado pela Sabará Químicos e Ingredientes, o gerador de dióxido de cloro série OOW tem capacidade de produção de 0,5 a 25 kg/h. Apresenta grau de rendimento acima de 95% e um pacote de automação que permite maior controle sobre o processo.

IA – Inteligência Artificial que se integram a diversos sistemas. A tecnologia pode ser empregada na recuperação de receitas, retenção de faturas, detecção de fraudes, bem como na gestão de serviços e hidrômetros. Site: https://www.logicsp.com.br/

Colorímetro O Cor Tester utiliza o método colorimétrico de platina-cobalto para analisar a cor da água. Compacto, o equipamento possui uma faixa

Jardins filtrantes

Site: https://phytorestore.com.br/

Gestão A Logic Fábrica de Software desenvolve soluções de

Site: www.bettahidroturbinas.com.br

Tratamento de efluentes

LED multicoloridos, alarme sonoro e pode ser conectada a outros dispositivos eletrônicos por meio de redes baseadas em Modbus. Site: www.hannainst.com.br

Blocos para filtros de areia de medição de 0 a 500 PCU e resolução de 1 PCU. Apresenta display OLED e conta com mensagens interativas em seu visor, além de indicação de percentual de bateria. Desenvolvido e comercializado pela Akso. Site: www.akso.com.br

camadas de vegetação e substrato natural, que atua em conjunto para remover os poluentes do esgoto e também tratar águas de rios e cursos d’água contaminados.

mo e é isenta de cavitação, característica que segundo a empresa aumenta a vida útil e proporciona baixo custo de manutenção.

O CLIM NANO, da Hidrodomi, é uma solução aquosa de nanopartículas inorgânicas que contribui para o tratamento de efluentes em

Site: www.sabaraquimicos.com

A Phytorestore Brasil desenvolve jardins filtrantes que combinam tratamento dos efluentes com a restauração natural do ecossistema aquático de rios. Os produtos utilizam um sistema de fitorremediação, uma filtragem biológica composta por

de quatros dos principais parâmetros de análise de água: pH, ORP – Potencial de Oxidação-Redução, condutividade e oxigênio dissolvido. A solução é equipada com indicadores de status

Turbina redutora de pressão A turbina redutora de pressão da Betta Hidroturbinas utiliza a diferença de pressão como força motriz para produzir energia elétrica. Voltada para tubulações a partir de 75 mm, a solução reduz a pressão da água via um sistema hidráulico autôno-

ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto. Segundo a companhia, a solução pode ser aplicada em qualquer estágio do tratamento.

Os blocos Pluvitec Master, da Hidro Solo, são um fundo de fluxo confinado para filtros de areia em estações de tratamento de água. Entre suas principais características estão o funcionamento

Site: www.hidrodomi.com

Controlador de processo O HI520, da Hanna Instruments, é um controlador de processo universal que pode ser configurado para aplicações que requerem monitoramento ou controle

com ou sem ar como auxiliar na retrolavagem, eliminação de fundo falso e incremento da eficiência do filtro de areia. Site: www.hidrosolo.com.br


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Publicações Mecânica de bombas – As plantas industriais da atualidade utilizam bombas hidráulicas com alta tecnologia. Em Mecânica das Bombas (editora Interciência, 1526 páginas, https://tinyurl. com/22y497ny), o autor Epaminondas Pio Correia Lima aborda os principais tópicos da mecânica das bombas industriais. Com o apoio da Petrobras nas duas primeiras edições, a obra, dividida em duas partes, traz ilustrações que facilitam a compreensão dos assuntos descritos. Para cada categoria de bomba (centrífuga, alternativa e rotativa), o livro trata dos detalhes construtivos das peças, da lubrificação, das recomendações de instalação e operação, da diagnose dos problemas operacionais mais comuns e de dados práticos de manutenção. Reforma tributária – Realizado pelo Abcon Sindicon em parceria com a GO Associados, o estudo Os Impactos da Reforma Tributária no Setor de Saneamento Básico revela que o consumidor poderá ter um reajuste de 18% na conta de água, caso seja aprovada a proposta de Reforma Tributária (PEC 45/19)

em tramitação no Senado. De acordo com a análise, a entrada em vigor da proposta resultaria no aumento da alíquota sobre os serviços de água e abastecimento dos atuais 9,25% sobre a receita bruta para 27%. Conforme estimativa da GO Associados, a carga tributária efetiva (explícita e implícita) incidente sobre o setor de saneamento é de 10% sobre a receita bruta. A incidência efetiva aumentaria em 30% (chegando a uma incidência de 13%) com a implementação da reforma aprovada na Câmara. Com 40 páginas, o documento completo pode ser acessado pelo link: https://tinyurl.com/2p8mrb74. Legislação – Em Saneamento Básico: Uma Lei e Um Marco (https://tinyurl. com/4pufjvtf, editora Forum, 476 páginas), Augusto Neves Dal Pozzo e Geninho Zuliani apresentam uma obra que contribui com a interpretação de aspectos desafiadores do setor de saneamento básico, com base no novo marco regulatório (Lei nº 14.026/20).

Sensoriamento remoto – Especialmente nas últimas décadas, os estudos ambientais vêm ganhando destaque em virtude das mudanças climáticas, alterações da cobertura vegetal, aumento da escassez de recursos, entre outros aspectos relevantes. Tais questões têm motivado discussões técnicas, políticas e científicas e exigido ainda mais da área de imageamento por sensoriamento remoto, principalmente o orbital. Em Processamento Digital de Imagens de Sensoriamento Remoto para Análise Ambiental e Geográfica (editora InterSaberes, https:// tinyurl.com/ycky4fba, 214 páginas), o leitor encontrará os principais pressupostos teóricos e metodológicos referentes ao processamento digital de imagens de sensoriamento remoto, ferramenta imprescindível para monitorar as mudanças geográficas na superfície da Terra. Nela, o autor Marcelo Gonçalves busca elucidar conceitos e fundamentos referentes a sensoriamento remoto e geoprocessamento, bem como demonstrar seus procedimentos e aplicação técnica.

Índice de anunciantes


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Opinião Pedro Okuhara, Especialista de Produto e Aplicação da Mitsubishi Electric Brasil

A

tualmente, a base instalada de tecnologias de rede para automação industrial é dominada por protocolos de Ethernet Industriais, que estão sendo rapidamente impulsionados por uma tecnologia mais recente, a rede TSN Time-Sensitive Networking (Rede sensível ao tempo). A rede TSN, compatível com protocolos antigos, é um conjunto de padrões que permite comunicação determinística e de baixa latência em redes Ethernet para automação industrial. Com a TSN, é possível garantir que os dados sejam entregues no momento certo e na ordem correta, eliminando atrasos e interrupções na comunicação. Isso é especialmente importante em ambientes onde cada milissegundo conta, como em sistemas de controle de máquinas, em que qualquer atraso pode ter consequências graves. A adoção da arquitetura TSN, uma extensão da Ethernet definida pelo IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers, aplicada em redes de automação industrial, reverte em altos benefícios financeiros e operacionais, oferecendo o potencial de um nível sem precedentes de desempenho padronizado e determinístico nas linhas de automação industrial, além das vantagens comerciais da convergência de vários tipos de rede que separavam os processos de TO/TI - Tecnologia da Operação e Tecnologia da Informação. Redes determinísticas, como a TSN, estão no centro de fábricas inteligentes e conectadas, e oferecem a capacidade de determinar com precisão o tempo necessário para transferência de informações entre diversos pontos, controlando e priorizando os fluxos de dados

em redes Ethernet e impulsionando as aplicações críticas em tempo real. Entre as principais tendências nas linhas de produção de diversos setores está a adoção de inteligência artificial e de estratégias de manutenção preditiva para garantir alta produtividade e qualidade. Essa transformação requer comunicação de alta velocidade e controle determinístico de grandes volumes de dados dos sistemas de TI. A comunicação inovadora proporcionada pelas redes TSN aumenta a eficiência dos processos e a produtividade, com redes inteligentes que suportam comunicações industriais, com fácil configuração dos dispositivos. Além disso, permite diagnóstico de softwares de terceiros, permitindo a solução de problemas de dispositivos de rede. A adoção de redes TSN em aplicações de automação industrial certamente beneficiará os usuários finais em diversos setores, oferecendo a capacidade de mesclar diferentes tipos de tráfego de dados, levando a ambientes mais flexíveis e colaborativos. Ao mesmo tempo, simplifica arquiteturas de rede, tornando-as mais econômicas, e promove sistemas integrados de hardware e software. Reconhecida por representar o futuro da Ethernet Industrial, pois estabelece os princípios para fábricas inteligentes e conectadas orientadas por dados, a rede TSN é mais do que uma simples solução ao nível de produto, é uma tecnologia que oferece uma solução sistêmica para apoiar o determinismo, a convergência e a transparência dos processos. Esses recursos inovadores são a razão pela qual a adoção do TSN

faz parte dos mais inovadores projetos de automação industrial. Entre algumas das vantagens da rede TSN estão: x Alta velocidade e flexibilidade: desenvolvida para trabalhar de forma determinística e em tempo real, permitindo trabalhar com servoacionamentos, dispositivos de segurança e E/S convencionais em um mesmo meio físico. x Rápida configuração e diagnóstico: permite um comissionamento mais rápido e diagnósticos para equipes de manutenção. x Grande variedade de dispositivos: permite que uma plataforma completa de automação seja compatível com a rede TSN. Em uma companhia de saneamento, a leitura de variáveis importantes, como dados de temperatura, níveis de reservatórios, dosagem de elementos químicos, vazão e qualidade da água, podem ser feitas a distância por meio da comunicação com redes de fibra óptica e tecnologias avançadas de redes industriais, eliminando a necessidade de leituras humanas, que impedem uma compreensão precisa dos diferentes cenários de distribuição da água. Os dados do mercado comprovam essa adesão. Segundo estudo da Global Market Insights, o volume de venda da tecnologia TSN ultrapassou US$ 200 milhões em 2019 e deverá ter uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de mais de 30% entre 2020 e 2026, elevando o tamanho do mercado para mais de US$ 1 bilhão até o final desse período. Os novos padrões de comunicação entre redes industriais, a exemplo do 5G e da tecnologia TSN, e a confiabilidade dos sistemas de automação e controle, podem representar um impulso na automação de processos que certamente poderão ajudar a colocar o Brasil na trilha certa para atingir as metas do novo marco legal do saneamento.



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