Revista Kéramica n.º 384 Setembro / Outubro 2023

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KÉRAMICA revista da indústria cerâmica portuguesa

Publicação Bimestral €8.00

nº384

Edição Setembro/Outubro . 2023

TENDÊNCIAS VIVÊNCIAS


juntos, criando um amanhã melhor! together, creating a better tomorrow!

C: 0 M: 100 Y :100 K: 20

PANTONE 1797C



Index

Editorial . 03

Design . 13 Entre os Estados Unidos e Portugal: uma viagem de descoberta pelo Design

Destaque . 04

Te n d ê n c i a s n a C o n s t r u ç ã o . 2 0

Tendências e Desafios na Cadeia de Valor do Habitat

Atuais e Futuras Vivências e Tendências nas Habitações

Energia . 22

Te n d ê n c i a s . 9

Biocombustíveis e combustíveis verdes na indústria da cerâmica: rumo a uma produção sustentável

9 Habitações e Escritórios: Tendências Atuais e Futuras 18 Tendências e Vivências nos nossos dias

Secção Jurídica . 11 Tendências e Vivências

Notícias & Informações . 25 25 Novidades das Empresas Cerâmicas Portuguesas 27 Novidades das Empresas Cerâmicas Portuguesas na Feira Cersaie 2023

Calendário de Eventos . 40

Propriedade e Edição APICER - Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria NIF: 503904023

Colaboradores Albertina Sequeira, Ana Calhôa, Filomena Girão, Filipa P. Silva, João Carvalho, José Manuel dos Santos, Nini Andrade Silva, Renata Santos Machado, Victor Ferreira

Direção, Administração, Redação, Publicidade e Edição Rua Coronel Veiga Simão, Edifício Lufapo Hub A - nº 40, 1º Piso 3025-307 Coimbra [t] +351 239 497 600 [f] +351 239 497 601 [e-mail] info@apicer.pt [internet] www.apicer.pt

Paginação Nuno Ruano

Tiragem 500 exemplares Diretor Marco Mussini Editor e Coordenação Albertina Sequeira [e-mail] keramica@apicer.pt Conselho Editorial Albertina Sequeira, António Oliveira, Marco Mussini, Martim Chichorro e Susana Rodrigues Capa Nuno Ruano

Impressão Gráfica Almondina - Progresso e Vida; Empresa Tipográfica e Jornalística, Lda Rua da Gráfica Almondina, Zona Industrial de Torres Novas, Apartado 29 2350-909 Torres Novas [t] 249 830 130 [f] 249 830 139 [email] geral@grafica-almondina.com [internet] www.grafica-almondina.com Distribuição Gratuita aos associados e assinatura anual (6 números); Portugal €36,00 (IVA incluído); União Europeia €60,00; Resto da Europa €75,00; Fora da Europa €90,00 Versão On-line https://issuu.com/apicer-ceramicsportugal Notas Proibida a reprodução total ou parcial de textos sem citar a fonte. Os artigos assinados veiculam as posições dos seus autores.

Índice de Anunciantes AMBIENTE (Página 35) • AXPO (Página 31) • CERTIF (Página 23) • ECP (Verso Capa) • GOLDENERGY (Página 1) • INDUZIR (Verso Contra-Capa) • JORNADAS TÉCNICAS (Página 7) SEW EURODRIVE (Página 17) • SMARTENERGY (Contra-Capa) Conteúdos conforme o novo acordo ortográfico, salvo se os autores/colaboradores não o autorizarem Publicação Bimestral nº 384 . Ano XLVIII . Setembro . Outubro . 2023

Depósito legal nº 21079/88 . Publicação Periódica inscrita na ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social] com o nº 122304 ISSN 0871 - 780X Estatuto Editorial disponível em http://www.apicer.pt/apicer/keramica.php

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Editorial

O tema destaque desta edição da revista Kéramica é “Tendências”. Fiz várias tentativas para iniciar este editorial e sempre apagava o que escrevia. Sem perceber porquê, o meu pensamento envolvia-se naquilo que fomos construindo como verdades, das vivências da pré-história. Tendências na alimentação, no vestuário, na decoração das cavernas, nos tempos de descanso. Às várias elucubrações sobre o assunto, juntei algum divertimento sobre com se faria a tendência alimentar. Peixe, carne ou fruta? A Tendência do vestuário? Pele deste ou daquele animal? E como foram usadas as cavernas na organização da vida dos seres humanos desta época. Obviamente, são perguntas sem resposta. Tendências – parece-me possível concluir – só passaram a existir quando começou a haver excedentes, poupança e abundância. E, num abrir e fechar de olhos passamos da pré-história aos dias de hoje. Agora, é de hoje que escrevo. O nosso tempo é uma sociedade de abundância, por isso é uma sociedade de tendências. O conceito – levou-me a fazer várias perguntas – que formulo desta forma. Como é que pessoas tão diferentes entre si, descobrem ao mesmo tempo que têm as mesmas vontades/tendências e comportamentos? Quais os mecanismos que permitem a propagação e alastramento

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destas vontades/tendências e comportamentos? Somos individualmente livres para agir ou a sociedade é que nos leva a tomar certas opções? Qualquer fenómeno de moda pode ser tratado como uma tendência? As redes de influência, a publicidade, a criatividade, o marketing, os jornalistas, críticos, influenciadores, analistas, especialistas de dados, sociólogos e a mera imitação, são alguns dos agentes do gosto coletivo ou, dito de outro modo, das tendências e das modas, são os responsáveis deste fenómeno coletivo tão vasto, e tão pouco estudado. Os seres humanos são e sempre foram seres gregários, que dão respostas coletivas aos diferentes fenómenos sociais que as dinâmicas coletivas vão produzindo, aceitando-os os não. Um objeto, um comportamento, uma prática tem atrás de si um processo normalmente bem elaborado, para se tornar tendência/moda. Duas visões se opõem nas análises das tendências. Uma das visões apresenta os indivíduos manipulados por algo que os envolve e que os leva a aderir a determinadas tendências/modas. A outra visão entende as tendências/modas como resultado de decisões individuais que se conjugam. A primeira visão entende o seguidor da tendência/moda como sujeito passivo e a segunda visão como sujeito ativo, racional e estratega. A analise sociológica das tendências tem nestas duas visões o seu campo de estudo para entender os movimentos de consumo. Hoje as tendências/modas quase deixaram de ser movimentos sociais, para se tornar simples fenómenos recreativos, sempre indissociáveis de uma dimensão comercial. Hoje as tendências/modas/marcas são mais reflexo de um interesse comercial e industrial do que social. As tendências/modas são uma “mentira” em que todo o mundo acredita. Fui sempre associando as duas palavras tendências/modas, pois bem atrevo-me a definir moda. Moda é o que vai passar de moda. Lembremo-nos, apenas, da Belle Époque José Cruz Pratas (Presidente da Direção da APICER)

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Destaque

TENDÊNCIAS E DESAFIOS NA CADEIA DE VALOR DO HABITAT

p o r V i ct o r Fe r r e i r a , P r e s i d e n te do Cluste r Ha b i t a t Su s t e nt á v e l . P r o fe ssor Cate dráti co, D e p. Eng ª Ci v i l, Uni v e r s i d ade de Ave i ro

Victor Ferreira

A sustentabilidade é um conceito com práticas antigas que, para a opinião pública, emergiu de novo ligado ao tema do desenvolvimento sustentável por volta da década de 80 do século vinte, impulsionado pelo relatório das Nações Unidas conhecido como o relatório Brundtland (1987), ou também por conferências como a do Rio de Janeiro em 1992, entre outros fenómenos. Ao longo destes últimos 35 anos, o conceito da sustentabilidade apresentou-se com diferentes formas e abordagens, tendo vindo a afirmar-se nos últimos anos como um valor de mercado. Este facto impulsionou respostas

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diversas, desde políticas públicas a posicionamentos de competitividade das empresas perante esta perceção de valor e de premência de resolução de um conjunto de desafios a ela associados. Destacam-se como problemas mais marcantes, que continuaremos a enfrentar, a crescente procura pelos recursos naturais finitos no nosso planeta, a poluição e as consequências das alterações climáticas, com efeitos hoje finalmente reconhecidos como devastadores e que, por isso, se constituíram como uma das grandes preocupações atuais das gerações mais novas, que marcarão não só o desenvolvimento económico e social na próxima década, mas também a qualidade de vida e, em muitos casos, a sobrevivência de muitas empresas em múltiplos sectores. Tornou-se evidente a crescente procura do mercado por soluções mais sustentáveis devido precisamente a este quadro de preocupações, o que gera uma correspondente necessidade de oferta competitiva neste domínio. A cadeia de valor do Habitat é constituída por um conjunto diversificado de atividades e sectores, desde a extração das matérias-primas, a sua transformação em materiais, produtos e sistemas diversos para a construção e vivência do nosso Habitat (infraestruturas, edifícios, cidades), até outros equipamentos e bens de su-

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porte à vida das pessoas neste planeta, sejam em espaços urbanizados ou em espaços não construídos, garante da indispensável biodiversidade, cuja harmonia com o espaço construído deve ser permanentemente garantida. Neste contexto, a indústria da construção e todos os sectores conexos que a alimentam, como o da indústria cerâmica, são dos principais responsáveis pela extração de recursos naturais, consumo de energia e água, geração de resíduos e emissões de fluidos poluentes. Certo também é que estes atores da cadeia de valor do Habitat, movidos por razões económicas, ambientais ou sociais têm procurado inovar e implementado soluções que minimizam os impactes causados pela sua atividade e que os coloquem numa posição competitiva nos mercados, que são cada vez mais exigentes e regulamentados no que concerne à sustentabilidade. De facto, temos assistido nos últimos anos ao aparecimento de políticas públicas, diretivas ou regulamentos ligados ao conceito da sustentabilidade, que afetam os mercados e procuram dar resposta aos objetivos de desenvolvimento sustentável no quadro mundial, europeu e nacional. São também o reflexo de estarem perante uma opinião pública crescentemente mais exigente e desperta para a necessidade imperiosa de viver num Habitat mais sustentável, pois não temos outro planeta e os recursos naturais disponíveis são finitos. Claramente, que estes tópicos marcam as tendências futuras dos mercados, já a curto e médio prazo, e constituem-se como desafios à competitividade das empresas. Encontramos vários casos recentes destas diretivas que afetam diretamente a cadeia de valor do Habitat, bem como a vida e o posicionamento futuro das empresas e de quem gere espaços urbanos e não construídos. Destacam-se as políticas e planos de ações relativos aos resíduos e outras formas de poluição, as diretivas de desempenho energético dos edifícios e indústrias, e mais recentemente, a diretiva do Green Deal europeu (a transição verde), ou ainda, a transição digital em curso em diversos domínios. Estes dois últimos casos estão profundamente interligados, sendo mesmo denominados como a transição gémea (twin transition) e são capazes de gerar desafios com grande capacidade de transformação da forma como iremos viver, construir e preservar o nosso Habitat. Se, no primeiro caso, temos como indutores da transformação a transição para uma economia circular, com modelos de produção, aplicação e uso de soluções de forma reversível, reutilizando, reparando e reciclando em vez de consumir e dispor dos recursos

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Destaque

de forma linear e desaproveitada, este pacto da transição verde obriga também a gerar soluções de descarbonização nas nossas atividades que irão impor todo um conjunto de soluções às indústrias e cidades sob a forma como vivemos, produzimos e usamos o que nos rodeia. Por outro lado, é já hoje bem conhecido o impacto da inevitável transição digital com implicações diversas em termos de conectividade, cibersegurança, modo de trabalho e eficiência no uso de recursos e produção de bens, apenas para citar alguns dos fatores motores desta transição, que inevitavelmente também afeta e contribui para a transição verde. O Cluster Habitat Sustentável (www.centrohabitat.net), reconhecido pelo governo português desde 2009, é uma rede que agrega empresas de diversos sectores da cadeia de valor do Habitat com outros agentes do sistema científico-tecnológico, municípios e outras entidades públicas e privadas, no sentido de ser um es-

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Destaque

um espaço edificado que serviu de caso piloto de experimentação do projeto UAveiroGreenbuilding no sentido de uma reabilitação sustentável. Durante o projeto, foi desenvolvida e validada uma ferramenta de ecodesign com um guia de suporte, que incorpora e troca informações com fontes diversas como, por exemplo, das declarações ambientais de produtos ou do plano de prevenção e gestão de resíduos, o que permitiu a comparação entre soluções concorrentes no momento da tomada de decisão sobre as alternativas com melhor grau de sustentabilidade e circularidade. O formato digital da informação armazenada permite o diálogo com módulos BIM (Building Information Modelling) associados ao projeto. O que a ferramenta de ecodesign permite é comparar soluções concorrenciais do ponto de vista dos seus impactes ambientais, consumo de recursos e de custos de aquisição e manutenção ao longo da vida das soluções em causa. As figuras 1 e 2 mostram um exemplo de uma comparação efetuada no caso piloto sobre os impactes ambientais e de consumo de recursos gerado pelo tipo de caixilharias a adotar (alumínio, PVC ou madeira) no projeto. A exposição em gráficos de tipo radar permite decidir pela solução com menor impacte global (área poligonal menor) ou então valorizar na seleção a minimização de alguma(s) categoria(s) de impacte particular. A esta comparação juntam-se depois, para a decisão, outros elementos como os custos e outras considerações específicas de arquitetura e engenharia. Este exemplo pode ser estendido a outros elementos como os estruturais ou os pavimentos e revestimentos num espaço edificado.

Figura 1 . Análise dos impactes ambientais da caixilharia (GWP = Potencial de aquecimento global; ODP = Destruição da camada de ozono; AP = Acidificação; EP = Eutrofização; POCP = Formação fotoquímica de ozono; ADPE = Esgotamento abiótico de recursos minerais e metais; ADPF = Esgotamento de recursos fósseis.)

Figura 2 . Análise do consumo de recursos da caixilharia (TRR = uso total de recursos energéticos primários renováveis (EPR + RR); TRNR = uso total de recursos energéticos primários não renováveis (EPRN + RNR); MS = uso de material secundário; CSR = combustíveis secundários renováveis; CSNR = combustíveis secundários não renováveis.)

paço de reflexão e de mobilização para encontrar e promover soluções inovadoras e competitivas que deem resposta a estes desafios atuais atrás referidos. Inovar pela sustentabilidade para criar um Habitat mais sustentável é um dos objetivos fundamentais deste cluster, que procura de forma colaborativa fazer surgir e promover soluções de competitividade acrescida para as empresas e de resiliência e atratividade para as cidades e espaços envolventes. Neste âmbito, apresenta-se aqui como exemplo específico um dos projetos recentes em que o Cluster participou e que termina em outubro de 2023. Trata-se do projeto UAveiroGreenbuilding, um projeto financiado pelos EEA Grants ao abrigo do Programa Ambiente, liderado pela Universidade de Aveiro com a parceria do Cluster Habitat Sustentável e da EVRIS Foundation (Islândia), que teve como objetivo central desenvolver uma metodologia de aplicação dos princípios da economia circular em projetos de construção e reabilitação de edifícios. Consciente do impacto que a construção e reabilitação tem no ambiente e da necessidade de reparar, reutilizar e reciclar em vez de rejeitar, procurou-se definir procedimentos futuros através de casos-piloto no campus edificado da Universidade de Aveiro, como base de desenvolvimento e teste deste conceito de ecodesign aplicado a edifícios. A metodologia procurou incorporar elementos úteis para a tomada de decisão dos prescritores em estágios iniciais dos projetos, que se baseasse num pensamento de ciclo de vida, em informações de circularidade e sobre os impactes das soluções. A praça central do Campus da Universidade de Aveiro envolve

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16 e 17 novembro 2023

Hotel Montebelo Mosteiro de Alcobaça

INFORMAÇÕES aqui! https://www.ctcv.pt/jtc2023/

NextGenerationEU


Complementarmente, esta intervenção no caso piloto deste projeto foi avaliada de forma independente ao nível do projeto de execução pelo sistema de avaliação de sustentabilidade português (LiderA), tendo obtido uma classificação A+. Após o mapeamento e inventário dos materiais nesta reabilitação na praça central, antecipa-se neste caso piloto um aumento de 15% na incorporação de matérias-primas secundárias, a incorporação de pelo menos 10% de materiais reciclados e a redução de cerca de 70% no total de resíduos de construção e demolição resultantes das obras. Em jeito de conclusão sobre as tendências e desafios que se apresentam aos diferentes sectores da cadeia de valor do Habitat, este exemplo é também paradigmático do que poderá ser marcante nos próximos anos. A transição verde que engloba preocupações de circularidade e descarbonização bem como a transição digital exigem mudanças e inovação ao nível de produtos, processos, organização, marketing, gestão, modelos de negócio e serviços nas empresas e outras entidades da cadeia de valor. São transformações incontornáveis para se manter a competitividade e não correr riscos de se ficar fora dos mercados ou obsoletos. Dois exemplos muito simples do que pode ser exigido por estas transições gémeas, relacionados com o projeto acima referido. Perante uma solicitação de apresentação da pegada carbónica do seu produto, para efeitos de contabilização do potencial de descarbonização, implica que as empresas tenham declarações ambientais de produto (DAP – ver sistema DAPhabitat.pt) que o atestem com credibilidade para que arquitetos e engenheiros possam escolher os seus produtos com base em dados fiáveis. A transição digital trazida pelo BIM implica que as empresas se devem preparar para criar os seus objetos BIM com informação

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Imagem . Freepik.com

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Destaque

das características técnicas e também ambientais (espelhadas nas DAP) dos produtos, para que os aplicativos de design/projeto os possam ler. Em ambos os casos não ter esta informação pode significar ficar fora das escolhas do mercado. Saliento aqui o facto de que o novo Código de Contratos Públicos (art.º 62) já contempla a possibilidade da modelização eletrónica de dados na construção. Também a recente portaria n.º 255/2023 de 7 de agosto (art.º 1) sugere a utilização do BIM em projetos de arquitetura e especialidades promovendo a partilha de informações das características físicas, funcionais e de comunicação, entre os intervenientes durante todas as fases do ciclo de vida de uma construção. Julga-se que este processo será tendencialmente obrigatório entre 2026 e 2030 vindo a compra pública verde a desempenhar um papel mobilizador nesta transição. Portanto, as empresas que não estiverem inseridas na utilização e comunicação digital dos seus produtos, com informação técnica e de impacte ambiental, poderão sofrer constrangimentos como a potencial exclusão na concorrência a contratos públicos ou privados. Este é, por tudo isto, o tempo de mudança com o pensamento centrado na competitividade e na resposta a este “novo” valor de mercado.

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Te n d ê n c i a s

H A B I TAÇ Õ E S E E S C R I T Ó R I O S : T E N D Ê N C I A S AT UA I S E F U T U R A S

por Ni ni Andrade Si l v a , C E O & Fo und e r At e lie r Ni n i An dra d e Sil v a

Nini Andrade Silva . Foto Creditos: João Almeida

Nos últimos anos, o mundo assistiu a mudanças profundas no estilo de vida, nos padrões de trabalho e nas prioridades relacionadas às habitações e escritórios. A crescente adoção do trabalho remoto e à distância transformou a forma como vivemos e trabalhamos, e, por conseguinte, influenciou as escolhas de design de interiores, materiais e acabamentos.

Muitas empresas perceberam os benefícios da flexibilidade e liberdade de opção de modelos menos rígidos de trabalho que contribuem para o equilíbrio da saúde mental e produtividade dos seus colaboradores, o que, consequentemente levou à adoção de políticas de trabalho à distância permanentes. Isso trouxe uma mudança significativa nas necessidades de espaço nas nossas casas, tornando a criação de espaços de trabalho eficientes uma prioridade que veio para ficar. Os escritórios em casa, antes uma raridade, tornaram-se uma necessidade para muitos. Os projetos de design de interiores passaram a incorporar de forma diferente a funcionalidade dos espaços de trabalho, com ênfase na ergonomia, na iluminação adequada e na separação do espaço pessoal e profissional. Já no que respeita aos escritórios e espaços empresariais, a realidade também se alterou significativamente, principalmente no contexto de organizações mais progressistas e com foco em políticas de bem-estar e produtividade. Neste âmbito verifica-se uma tendência de reforço da importância dada a espaços mais funcionais. Os projetos de design de interiores passaram a enfatizar ambientes abertos, flexíveis, cores claras e elementos naturais. As áreas de lazer, de prática de atividades de grupo ou individuais, como por exemplo salas de meditação e até de descanso passaram a integrar os programas funcionais de diversos escritórios. É neste contexto que a cerâmica, um material de forte tradição na indústria portuguesa, desempenha um papel importante. As suas características de durabilidade, higiene, versatilidade e variedade de designs tornam-no uma escolha preferencial para revestimentos e acabamentos em ambientes domésticos e comerciais. A cerâmica também é reconhecida pela sua facilidade de manutenção, uma consideração crucial para novos

http://www.niniandradesilva.com

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Te n d ê n c i a s

Casa Hintze Ribeiro . Foto Creditos: Nick Bayntun

riores ou à arquitetura, permitindo uma ampla gama de estilos, desde clássicos até modernos, contemporâneos, minimalistas, etc. Com uma diversidade enorme no que respeita a cores e texturas, a cerâmica é capaz de se adaptar a qualquer visão de design de interiores, podendo ser aplicada em pisos, paredes, bancadas, e muito mais. Combinada com inovações tecnológicas, como a cerâmica porcelânica, oferece uma solução completa para ambientes sofisticados ou de natureza mais práticas. As perceções das pessoas sobre a cerâmica podem ser influenciadas por vários fatores, incluindo design, durabilidade, facilidade de manutenção, versatilidade, conforto, sustentabilidade e preço. À medida que as prioridades pessoais evoluem, esses fatores podem ganhar mais ou menos peso nas decisões de design e decoração.

Bessa Baixa Hotel . Foto Creditos: Nick Bayntun

Savoy Palache . Foto Creditos: Henrique Seruca

públicos que valorizam estas características. Além disso, a sustentabilidade está no centro das preocupações, e a cerâmica, pela sua durabilidade e capacidade de reciclagem, é um material que responde perfeitamente e com eficiência a este paradigma que é primordial nos projetos de design de interiores. A versatilidade da cerâmica é outra característica a ter em consideração no que respeita ao design de inte-

Conclusão: À medida que a sociedade abraça o trabalho remoto e à distância, as habitações e escritórios passam por uma transformação profunda. Os projetos de design de interiores desempenham um papel fundamental na criação de espaços funcionais, agradáveis e produtivos. Por sua vez, a cerâmica, com sua tradição e inovação na indústria portuguesa, emerge como um material versátil e sustentável que se adapta às tendências atuais e futuras. À medida que os estilos de vida continuam a evoluir, a cerâmica permanece como uma escolha sólida dos nossos projetos, quer seja para habitação particular ou escritórios. A responsabilidade ambiental deste material promete ser cada vez mais influenciado pela versatilidade e inovação da cerâmica portuguesa.

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Secção Jurídica

TENDÊNCIAS E VIVÊNCIAS

por Fi lome n a Gi r ã o e Fi l i p a P. Si l v a , FAF Ad vo ga do s

A atualidade segue rumo virado para a inovação, para a tecnologia, privilegiando o digital em detrimento do analógico. Antecipa-se um futuro despojado de tudo aquilo que é considerado menos adequado a este novo tempo, refletido, aliás, pela crescente obsolescência de produtos, hoje absolutamente inovadores, amanhã quase antiquados e absolutos, em múltiplas áreas de atividade, sendo o setor rodoviário um excelente exemplo desta profunda renovação. É uma das áreas que, nos últimos tempos, evidencia uma renovação profunda e acelerada, seja pela possibilidade de configurar e até comprar um automóvel por canal digital (longe vão os tempos em que ninguém comprava um veículo antes de o experimentar no terreno), seja pelos novos modelos de comercialização, seja pela constante busca de uma mobilidade integrada e mais sustentável. É este, felizmente, o novo paradigma, numa tentativa de proteger o nosso planeta e as gerações vindouras. Nesta senda vem também o anúncio do Orçamento de Estado para 2024. Veja-se, a propósito, o Programa de Incentivo ao Abate de automóveis ligeiros em fim de vida, com matrículas até 2007, com dotação orçamental de cerca de 130 milhões de euros. A tendência é, efetivamente, como vem dito, a substituição do tão útil e confiável veículo movido a combustíveis fósseis, primeiramente, pelos automóveis híbridos e, ulteriormente, por veículos completamente elétricos, com emissões zero. A ratio para esta mudança de paradigma é, na sua grande parte, movida por fatores ambientais – aproximamo-nos a rápido passo de perigosos limiares de aquecimento global, em muito relacionados com as emissões de carbono. A verdade é que também o “dieselgate” abalou a confiança dos consu-

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midores na aquisição de veículos movidos a diesel, porquanto despoletou uma regulamentação das emissões de poluentes muito mais rígida (atente-se, por exemplo, no Regulamento UE 2019/631 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de abril de 2019), que tende a aumentar o custo destes automóveis, tornando-os menos atrativos. E, ao mesmo tempo, somos confrontados com uma política de reutilização, a par de uma tendência para a qual as gerações mais novas estão cada vez mais conscientizadas: a necessidade de reduzir a compra de novos itens, seja porque já se possui bem semelhante ou porque se reconhece a desnecessidade de adquirir novo bem em primeira mão. O vintage foi – como todos constatamos – recuperado dos confins dos armários e das casas (e garagens) dos avós e tornou-se a nova moda. Encontramos aqui um novo padrão, aplicável também ao quesito automóvel, que deriva, desde logo, na seguinte questão: será preferível continuar a utilizar o veículo do início do século (ou até de final do século passado), já que aquele, efetivamente, ainda se encontra em bom estado de funcionamento, correndo o risco de ser declarado um risco ambiental andante; ou trocá-lo

Secção Jurídica . Kéramica . p.11


Secção Jurídica

por modelo novo, quando ainda se tem um automóvel funcional, e, assim, contribuir para a pegada que a sua construção inevitavelmente comporta? É matéria que suscita muita e muito aguerrida discussão, com os vários ‘players’ a defenderem o ponto de vista que mais lhes convém. Ora, o nosso Governo, por meio do Orçamento de Estado para 2024 há poucos dias anunciado, veio tomar posição sobre esta matéria. E, assim, anunciou o incentivo supramencionado, que deverá rondar os três mil euros, caso se verifique um dos seguintes requisitos: a aquisição de um veículo de zero emissões, novo ou usado, com um máximo de 4 anos; a aquisição de um veículo novo, a combustão interna, com emissões reduzidas; a aquisição de bicicletas de carga; ou, ainda,o depósito do referido incentivo num Cartão de Mobilidade, que poderá ser utilizado para a aquisição de serviços de transporte público e/ou mobilidade partilhada. É uma tomada de posição explícita que traduz uma política orientada para as novas soluções de uma mobilidade mais integrada e mais sustentável. Em paralelo àquele incentivo, aliás, o Governo prevê e estabelece um aumento do Imposto Único de Circulação (IUC) dos veículos anteriores a 2007, podendo configurar uma subida de mais de 230% em relação aos valores atuais – é inevitável ler nas entrelinhas que, mais do que incentivar, o objetivo último desta medida é forçar o proprietário a optar pelo abate do automóvel e, consequentemente, a adquirir um veículo com emissões zero. Embora se reconheça algumas vantagens desta pretensão do Governo, é inevitável questionar se a mesma é adequada e oportuna face à realidade de tantos milhares de Portugueses em situação de grande dificuldade

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financeira e até de pobreza. E, mais, adequar-se-á aquela política, sequer, às mais elementares preocupações ambientais com que nos deparamos, consideradas as consequências ambientais da construção, da comercialização e da distribuição daqueles novos e mais sustentáveis veículos? Já o depósito do referido incentivo em Cartão de Mobilidade surge como uma solução inequivocamente mais feliz. Não obstante, da mesma resultam dúvidas sobre a sua oportunidade, em função da realidade dos transportes públicos em Portugal, que são, infelizmente, escassos e de pouca qualidade, especialmente no interior do País. Pelo que vem dito, e em suma, sobra uma questão essencial: estaremos a tributar quem verdadeiramente contribui para a emissão de poluentes, ou a castigar, por defeito, o cidadão de classe média/baixa, que necessita de utilizar um veículo, que adquiriu há mais de 10 anos, na sua vida pessoal e profissional, por não ter outra opção? Não podendo (nem devendo) olvidar a preocupação ambiental, a necessidade de criar um futuro melhor, cujas perspetivas vêm sendo destruídas por práticas centenárias, que vão muito além da utilização de combustíveis fósseis no transporte rodoviário, cabe a todos nós alertar e pugnar pela criação de condições que colmatem as dificuldades que se avizinham com a implementação destas medidas. Como em muitas outras matérias, o ponto essencial, aqui, é o do acesso; no caso, do acesso à inovação. Num País cada vez mais desigual, nem todos lhe podem chegar. Para quem pode, sim, é uma oportunidade. Nas novas tendências, é preciso não esquecer as vivências de todos e de cada um.

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Design

ENTRE OS ESTADOS UNIDOS E PORTUGAL: UMA VIAGEM DE DESCOBERTA PELO DESIGN

po r Jos é Manu e l d o s S a n t o s, He a d o f D e s i g n Ame r ic a s | Sign ify

Mas de 2011 a 2016 laborei numa empresa do grupo Masco, uma Fortune 500 dedicada ao consumo doméstico com clientes exclusivos no grande retalho, cadeias de distribuição como The Home Depot, Lowes, Target entre outras. Era na altura responsável pelo departamento de design da Liberty Hardware em dois estúdios, e geria uma equipa de aproximadamente 15 designers industriais e gráficos responsáveis pela execução de novas coleções de ferragens e pela inovação no sector. Fui responsável por uma cultura onde me foi comunicado em pessoa que nunca deixariam um designer estar frente a frente a um cliente pois provavelmente faria asneira, a telefonarem-me a pedir uma visita ao estúdio de design porque tinham que comunicar um aumento de preços e seria mais fácil depois de visitar o estúdio e mostrar o trabalho que desenvolvíamos com tendências, novos materiais e novos conceitos. Isto no espaço de três anos. A empresa fabricava 100% dos seus produtos na China, tinha uma política de não ser proprietária de fabricação própria, em vez disso tinha uma organização

José Manuel dos Santos . Head of Design Americas | Signify

Desde 2016 que estou no sector da iluminação, depois de tantas áreas de design de produto tão distintas como mobiliário, eletrodomésticos, equipamentos, vim para uma área onde fui honesto com quem me contratou que não sabia nada do sector, sabia somente se as luzes estavam acesas ou apagadas. O meu chefe de então disse-me que eu iria encontrar muita gente a perceber de iluminação, ele estava a contratar-me por aquilo que eu sabia de design e gestão de design. Neste sector, o vidro ocupa lugar de destaque ao nível dos componentes, é impossível desenhar um produto profissional sem pensar na ótica ou lente capaz de potenciar e direcionar a iluminação de acordo com a aplicação. Mesmo nesse contexto, o vidro está a ser atacado por silicones e termoplásticos injetados ou impressos em 3D. A Signify, empresa onde laboro, tem investido na reutilização de matéria-prima para a criação de abat-jours feitos através de impressão 3D, produto que nos candelabros tradicionais continua a ser feito em vidro, mas que na área de consumo doméstico transitou para outros materiais nos últimos 20 anos.

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Design

sofisticada na China responsável por encontrar novos parceiros de acordo com as necessidades de produção, e controlar a qualidade antes dos produtos chegarem aos Estados Unidos. Fazia isto há mais de 20 anos, tal como a maioria dos seus concorrentes (incluindo os seus clientes), era considerado normal. Estávamos ainda longe das pressões que neste momento muitas empresas Americanas e Europeias sentem para deslocalizar a produção para mercados de consumo ou relativamente próximos, e apesar de muitos problemas de entrega, qualidade, cópia e abuso de propriedade intelectual, a competitividade com base em custos baixos era mais importante. Depois de muitos anos a visitar a China, as feiras e as fabricas do sector (experiencia que tinha iniciado anteriormente em Portugal), começou a tornar-se óbvio para mim que a minha empresa devia procurar equilibrar a origem da produção de uma forma distinta, encontrando alternativas em diferentes países, se não para o grosso da produção, pelo menos para coleções de alto valor, com preços e margens sustentáveis para poder justificar uma mudança, usar este tipo de estratégia para experimentar e testar novas ideias, aprender antes de serem obrigados a fazer a mudança de forma cate-

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górica. Eu, obviamente, pensei em Portugal. Coloquei de pé uma proposta para visitar fábricas em Portugal e reportar sobre a possibilidade de começar a produzir coleções limitadas, de alto valor, para o mercado americano. Durante uma semana, de 11 a 15 de Novembro de 2013, visitei e auditei 12 fábricas, entre as quais 3 de cerâmica e 2 de vidro. Visitei também fábricas de cortiça, feltro, metal e madeira. Selecionei as fábricas com 3 critérios possíveis de investigar online: • Experiência em exportar para os Estados Unidos ou mercados similarmente exigentes. • Experiência na venda a cadeias de grande retalho para o lar. • Produção em Portugal. Quando visitei, auditei elementos ligados aos recursos humanos, processos de manufatura, vendas e certificações. Tirei fotografias, fiz muitas perguntas, documentei. Depois do regresso, ancorei o trabalho de pesquisa numa iniciativa de inovação chamada “Style Stretch”, que tinha por objetivo explorar os limites de novos conceitos, materiais e processos de manufatura. Fiz uma exposição interna e discuti com a liderança quais os próximos passos. Uma das primeiras coleções

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Design

a desenvolver seria em cerâmica, e eu tinha por objetivo para cada material encontrar um/a designer com suficiente conhecimento do sector para inovar com exequibilidade, eu e a minha equipa de design não estávamos habilitados a projetar em todos estes novos materiais e processos de fabrico. Em 2015 dei início a um projeto fantástico com a talentosa Marta Galvão Lucas do Estúdio Caldas. O projeto cresceu e quando deixei a empresa em 2016 existiam várias coleções a serem produzidas em Portugal e noutros países mais próximos do local de consumo. Passaram quase 10 anos e eu gostaria de partilhar a aprendizagem e desmistificar alguns mitos relacionados com o design e com a inovação. Nos Estados Unidos há mais de 10, habituei-me a que as histórias de sucesso quase sempre são descritas a partir de falhanços, de falsos começos, de erros estrondosos. Em Portugal celebramos muito menos a aprendizagem que fazemos com os falhanços, esta atitude cultural provavelmente assente na nossa história dos descobrimentos e como a contamos, prejudica a inovação e coloca uma pressão tremenda nos que precisam de experimentar e explorar para acertar. Esta iniciativa de início não teve os resultados esperados, algumas das empresas com as quais trabalhei na altura possivelmente recordam-se de muita energia despendida sem encomendas. Eis alguns dos motivos que acredito serem motivo de reflexão: • A minha empresa não estava preparada para fazer a mudança que se avizinhava, muitas vezes as empresas (e as pessoas) só mudam quando obrigados. Mais do que boas intenções, era preciso dedicar orçamentos específico para este tipo de atividades, descobrir clientes que valorizassem as novas coleções, etc. Isto só veio a acontecer mais tarde, quando existiam muitos mais sinais que as coisas teriam que mudar. • E a iniciativa partiu do departamento de design, e mesmo com a bênção do departamento de compras e por entidades responsáveis pelas decisões de manufatura, estas entidades levaram muito tempo a abraçar a iniciativa como deles. Quando o fizeram, repetiram muito do trabalho feito e apontaram para outros mercados onde tinham dados que lhes permitiram justificar as mudanças. • As empresas em Portugal a quem pedi protótipos e orçamentos não estavam habituadas a este tipo de iniciativa, muitas ficaram pelo caminho, muitas responderam ao limite quando eu já estava exaus-

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to com a falta de resposta, muitas orçamentaram tão alto que o assunto ficou por ali. Somente as empresas que entenderam que eram precisas pessoas dedicadas, com conhecimento e experiência que permitisse este tipo de experimentação, com um horizonte de retorno de investimento distinto, acabaram por ser selecionadas. Uma outra forma de apreciar a iniciativa é de observar que a mesma permitiu que a Liberty Hardware se mantivesse no mercado como líder no seu sector, tendo desde a altura da iniciativa deslocado uma parte considerável da sua produção para outros países que não a China. Um vice-presidente do The Home Depot num determinado momento afirmou que ele estava consciente que a nossa empresa cobrava mais do que a concorrência, mas que ele reconhecia que trazíamos para a mesa muito mais do que a nossa concorrência. Tínhamos por hábito produzir um manual de tendências que produzíamos em pequenas quantidades somente para alguns clientes, e um outro vice-presidente caminhava para reuniões com a concorrência com o manual e perguntava se eles faziam o mesmo. Este tipo de análise assinala sucesso, do departamento de design e da política de inovação, mas tal sucesso assenta em trajetória que num determinado momento pode parecer desastrosa.

ARCHITECTURE

ART

LIGHTING

FURNITURE

TREND CRITERIA ___ Applicability to Liberty (current and future business portfolio/ platforms) ___ Maturity level (does it fit the timescale of the report) ___ Signal strength (are the signs/patterns strong) ___ Broad implications (graphics, product, materials ) ___ Differentiating/ownable (will it allow us to be innovative, different) ___ Mass retail power (ability to affect mass retail)

2017/2018 Liberty Design Studio Trend Report

Alguns mitos sobre o design e a inovação que eu gostaria de abordar, porque acredito estarem enraizados em designers e noutros, sustentando estratégias que a meu ver destroem valor a médio e longo prazo.

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Design

• Os designers devem se dedicar a fazer design e deixar a inovação para outros. Este mito, infelizmente partilhado até por alguns designers, limita a aplicação do design à totalidade do processo de inovação, não se ficando somente pelo ato de “design the thing right” mas também “design the right thing” (muitos reconhecem esta descrição do Design Council, apelidado de Double Diamond). Esta oportunidade acarreta responsabilidades para os designers, que precisam de se treinar em métodos de inovação para alem de formalizar conceitos, e para os gestores de empresa e de marketing que necessitam de se treinar em design thinking sem com isso acharem que se tornam em designers após formação. O processo de inovação vive de constante iteração, prototipagem e teste com usuários, algo que não pode ser efetuado num processo linear sem os designers presentes desde o início, no terreno. • Investir em design é caro e torna os processos mais lentos. Muitas empresas mencionam o custo do design sem fazerem bem as contas, ao custo de lançar produtos que não vencem no mercado, ao custo do impacto nos clientes e na sua perceção de marca e de valor, ao custo de não crescerem de forma diferenciada e com campo de ação para liderarem sem comoditização. Na verdade, se os designers não gostarem que o custo e o tempo sejam utilizados como justificação para a falta de investimento em design, eles devem assumir a responsabilidade de documentar investimento e tempo, e com dados relevantes, discutir essas noções com autoridade. Sendo verdade que ninguém pode medir o que não é feito, é igualmente verdade que podemos medir tudo e mais alguma coisa sem com isso transformar. A verdade é que este mito é nocivo acima de tudo para as empresas, porque denota falta de maturidade no que toca a entender como capturar o valor do investimento em design. • Nos tempos que correm, não vale a pena olhar muito à frente, foco no hoje e amanhã. Se por um lado acrónimos como VUCA (volatility, uncertainty, complexity and ambiguity) servem para empresários e outras entidades desmontarem estruturas e desinvestirem em recursos que olham para o futuro, se por um lado a crise que nos assolou a todas no passado recente pode ser entendida como impossível de prever e planear, a história

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conta que quanto mais complexos os tempos, mais importante a visão do futuro e o planeamento. Um guru de design afirma que os designers estão demasiado confortáveis a criar utopia, mas não gostam de pensar e desenhar a distopia, tudo o que pode correr mal com o que criamos e desenhamos todos os dias. A realidade onde nos encontramos, de impactos estruturais, sistémicos e globais aponta para a necessidade de mais design, mais visão, mais planeamento, não menos. Espero que esta viagem tenha sido interessante e que tenha servido como reflexão, o sector da cerâmica e do vidro em Portugal tem muito para oferecer ao mundo, resta saber se existe a vontade de usar design e inovação de forma a produzir valor para as empresas e para o país.

Com mais de 30 anos de experiência em design e gestão de design, José Manuel dos Santos detêm um mestrado em design industrial pela Central Saint Martins, um mestrado executivo pela Northwestern University e um doutoramento em design pela European University com o tema “Design(er) Leadership Large Corporations”. Iniciou a sua carreira em 1989 em Portugal como designer industrial na Novodesign, fundou e vendeu duas empresas de design, ocupou o cargo de Diretor de Design Industrial em Barcelona e foi Chief Design Officer da Innovagency em Lisboa. Cofundou a Beta-i, um dos aceleradores de start-ups de maior crescimento na Europa, além de coorganizar diversas conferências de design, atuar como orador convidado em eventos do setor e lecionar e orientar designers e não-designers em escolas de negócios e de design, desempenhou a função de jurado em competições internacionais de design. Em 2011, mudou-se para os Estados Unidos, assumindo a posição de Design Director na Fortune 500 Masco, e em 2016 ingressou na Signify (anteriormente PHILIPS Lighting) como Head of Design Americas.

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SEW-EURODRIVE—Driving the world

Posso apresentar-me? O meu nome é MOVIGEAR® performance Sou o primeiro membro descentralizado da família MOVI-C® e tenho vários recursos com elevado potencial. Confira por si mesmo!

O design do meu cárter é bastante compacto como eu sou composto por redutor, motor e eletrónica, não preciso de muito espaço. Além disso, peso até 50% menos do que as soluções de acionamento convencionais. Poderá economizar energia e custos comigo graças à mais elevada classe de eficiência energética IE5, de acordo com IEC TS 60034-30-2, e à mais elevada classe de eficiência de sistema IES2, de acordo com IEC 61800-9-2. Comigo, o comissionamento é simples e rápido - conecte e produza! A transmissão da chapa de caraterísticas eletrónica, assim como de vários sinais do motor para a eletrónica, ocorrem através da integração digital do motor, sem qualquer esforço adicional de instalação. Sou ideal para aplicações de posicionamento desde a operação com controlo de velocidade, até ao posicionamento com o opcional encoder absoluto integrado, que conhece a sua posição mesmo após a falha de energia. Comigo, o diagnóstico é simples e fiável, uma vez que posso fornecer informações sobre causas e medidas corretivas através da minha consola opcional, a qual também permite o arquivo de configurações para comparação futura. É uma alternativa local ao PC, rápida, simples e conveniente. Pode-me integrar e operar de forma simples porque trabalho com todas as infraestruturas mais comuns baseadas em Ethernet, como PROFINET, EtherNet/IPTM, Modbus TCP, POWERLINK e EtherCAT® / SBusPLUS. Sou silencioso e trabalho muito bem, mesmo em áreas sensíveis, já que não preciso de ventilador e o meu nível de ruído é baixo. Possuo um design higiénico e uma versão opcional para aplicações em áreas húmidas. A minha instalação é fácil e rápida e é possível em menos de 100 segundos! Também estou disponível com ligações exclusivas por conectores e a montagem no veio facilita a instalação mecânica. Pode-me dimensionar de forma ótima e reduzir o número de variantes devido à minha elevada capacidade de sobrecarga, elevada gama de velocidades e binário constante em toda a gama de velocidade.

Sou particularmente indicado para transportadores horizontais, em diversos setores industriais, designadamente na logística, indústria alimentar e de bebidas, indústria automóvel e aeroportos. Questões? Contacte-nos: 231 209 670 / infosew@sew-eurodrive.pt


Te n d ê n c i a s

TENDÊNCIAS VIVÊNCIAS NOS NOSSOS DIAS

po r Re n a t a S a n t o s Ma ch a d o, de si g n e r d e i nt e r i o r e s

Renata Santos Machado . Foto Crédito - Ana Car valho

Porque as tendências não são meras modas, mas sim evoluções do gosto que resultam, também, de novas vivências, é relevante entender a forma como vivemos hoje. O passado recente alterou a forma como utilizamos os espaços. Se por um lado, as nossas casas passaram a servir,

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também, para trabalhar, por outro, os escritórios ganharam o propósito de ponto de encontro entre trabalhadores, e não mero local onde se passava horas em frente a um teclado. Urbanisticamente, fruto do impulso do turismo e consequente reabilitação, os espaços ganharam uma nova dimensão, em que a “rua” e as zonas comerciais, em especial de restauração, passaram a ter uma dinâmica e um cuidado até então nunca vistos. Convém não esquecer, também os centros rurais foram afetados por esta alteração, visto que passaram a acolher famílias que, até então, tinham como maior propósito habitar junto do local de trabalho, nas metrópoles. O preço da habitação nos centros urbanos e a possibilidade de realizar inúmeras tarefas através de teletrabalho mudaram a forma como escolhemos, hoje, o local onde vivemos. Por todos os motivos inumerados em cima, um escritório, nos dias de hoje, não precisa de postos de trabalho fixos; uma sala de jantar pode ser o local de trabalho onde passamos uma parte significativa do nosso dia; a rua é mais vivida, quanto mais não seja numa esplanada ou jardim a enviar emails. Tudo isto não é de somenos e afeta a forma como organizamos os espaços… todos eles! Estamos sob uma enorme influência vinda do oriente, em particular do minimalismo nipónico, inspirado no conceito wabi-sabi do Japão do século XV. Tendência esta que remete para as cores neutras, os beges e os cinzentos, a simplicidade, as madeiras claras, as cerâmicas sem adornos, e as fontes de luz naturais. A tendência futura remete claramente para o conforto e a harmonia, determinada por uma paleta cromática clara, e a utilização de linhas orgânicas e fluídas

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Te n d ê n c i a s

– são estas as influências da decoração de amanhã, em que beges, cinzentos, tons terra e brancos vão preencher os nossos espaços. Os materiais orgânicos, como as pedras, os tecidos naturais, e as cores neutras de tons claros, dão-nos, claramente, a ideia de conforto e de familiaridade. Outro fator a ter em conta é a iluminação, que apresenta tons quentes e naturais, para que nos sintamos confortáveis em todas as dimensões e a qualquer hora. Encontraremos, no branco e na terracota das cerâmicas, os elementos decorativos discretos. Teremos a tranquilidade transmitida pelas luzes quentes e refletidas a dar vida aos elementos, a dar charme aos espaços. Veremos os metais de tom champagne, de perfil estreito, a dar cor e elegância aos acessórios. Teremos os tecidos naturais, de texturas densas, a dar conforto e a aquecerem os ambientes. Encontraremos, nas madeiras claras, o elo de ligação entre as peças.

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Teremos elementos curvos, peças abauladas e móveis torneados a trazerem a tranquilidade e harmonia que procuramos, cada vez mais, em espaços que se prestam a diferentes propósitos e onde passamos cada vez mais tempo, sem nos cansarmos do que os olhos veem. A uma designer de interiores compete interpretar a tendência, compreender a sua razão e adaptá-la ao seu gosto próprio propondo aos clientes ambientes atuais que respeitem o seu estilo e necessidades concretas. O grande objectivo é sempre o de nos apaixonarmos pelo espaço em que vivemos da forma mais confortável possível.

Renata Santos Machado, Desenho de Interiores Avenida de António José de Almeida, n.º44, 3º Dto, 1000-045 Lisboa TLM 939657072 TELEF: 949375857 atelierrenatasantosmachado.pt

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Te n d ê n c i a s n a C o n s t r u ç ã o

AT UA I S E F U T U R A S V I V Ê N C I A S E T E N D Ê N C I A S N A S H A B I TA Ç Õ E S

po r Jo ã o Ca r v a l h o , C E O d a Me lom Ob ras

João Car valho . CEO da Melom Obras

Na MELOM, temos acompanhado de perto duas grandes tendências no que diz respeito à renovação de habitações em Portugal. Estas tendências não apenas refletem mudanças nas preferências dos nossos clientes, mas também a evolução das necessidades e valores no contexto das casas. Neste artigo, iremos aprofundar estas tendências e destacar a nossa visão na MELOM, enquanto líderes na transformação de casas em verdadeiros lares.

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Revalorização dos Espaços Exteriores Uma das tendências que temos vindo a observar está relacionada com a revalorização dos espaços exteriores das habitações. Antes da pandemia, estes espaços, como varandas e terraços, muitas vezes eram negligenciados, quase esquecidos no meio da agitação da vida urbana. No entanto, a pandemia trouxe uma mudança notável na perspetiva das pessoas em relação às suas casas. Hoje, cada vez mais proprietários reconhecem a importância de criar e usufruir de espaços exteriores que anteriormente passavam despercebidos. Uma simples observação das fachadas dos edifícios em Portugal revela uma transformação notável: marquises anteriormente fechadas estão a ser reabertas, devolvendo ao ambiente urbano o charme e a autenticidade da sua arquitetura original. Este movimento celebra a abundante luz solar que Portugal oferece e a harmonia entre o interior e o exterior. Na MELOM, acolhemos entusiasticamente esta tendência. Acreditamos que a criação e valorização destes espaços exteriores não apenas melhoram a qualidade de vida dos nossos clientes, mas também enriquecem a estética e a autenticidade das fachadas dos edifícios. É gratificante ver jovens proprietários a decorar e a desfrutar destes espaços exteriores, dando vida a locais que anteriormente estavam esquecidos. Esta tendência não é apenas uma transformação física; é uma revolução na forma como vemos e vivemos as nossas casas.

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Photo Credits . Melom Aycor

Te n d ê n c i a s n a C o n s t r u ç ã o

Photo Credits . Melom Aycor

Photo Credits . Melom Aycor

Sustentabilidade e Eficiência Energética Outra tendência proeminente no âmbito das renovações habitacionais em Portugal é a crescente preocupação com a sustentabilidade e a eficiência energética. Hoje, o consumo de energia é uma questão premente, com implicações tanto para o ambiente quanto para os custos dos consumidores. Os nossos clientes estão cada vez mais atentos à seleção de equipamentos e soluções de construção que reduzam o consumo de energia e a pegada ecológica das suas casas. Na MELOM, partilhamos esta preocupação e acreditamos que a renovação de habitações pode ser uma oportunidade para melhorar não apenas a estética,

mas também a funcionalidade e a eficiência energética de uma casa. Estamos comprometidos em oferecer soluções de construção sustentáveis e equipamentos energeticamente eficientes. Acreditamos que, através de um planeamento cuidadoso e escolhas construtivas adequadas, podemos contribuir para um ambiente mais sustentável e reduzir o consumo de energia. Em resumo, as duas principais tendências e preocupações que observamos na MELOM são a melhoria da qualidade de cada espaço nas casas dos nossos clientes e o foco na eficiência energética e no conforto. É fundamental que auxiliemos os nossos clientes a conceber projetos competentes que visem uma melhoria significativa do conforto nas suas casas. Neste contexto, estamos orgulhosos de anunciar o lançamento recente de um gabinete de Arquitetura na MELOM. Este gabinete tem como objetivo orientar os nossos clientes na escolha do melhor caminho a seguir, abordando as suas necessidades específicas, desejos e preocupações. Acreditamos que, juntos, podemos transformar casas em verdadeiros lares, onde o conforto, a sustentabilidade e a estética se fundem em harmonia. Na MELOM, estamos comprometidos em liderar o caminho na renovação de habitações, respondendo às tendências e às preocupações dos nossos clientes. O nosso foco é transformar cada projeto numa jornada personalizada, onde os espaços interiores e exteriores ganham vida, refletindo a visão e os valores de cada cliente. Estamos entusiasmados com o futuro e a oportunidade de criar casas que não apenas atendam às necessidades de hoje, mas também celebrem a beleza e a funcionalidade do amanhã.

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Energia

BIOCOMBUSTÍVEIS E COMBUSTÍVEIS VERDES NA INDÚSTRIA DA CERÂMICA: RUMO A UMA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL

p o r An a Ca l h ô a , S e cr e t á r i a-G e ral da A BA - A s s o ci a çã o d e Bi o e ne r g i a Avan çada

Ana Calhôa . Secretária-Geral da ABA

O desenvolvimento da indústria da bioenergia avançada deu origem a biocombustíveis mais sustentáveis, que não dependem de matérias-primas da natureza, e que, assim como os combustíveis verdes, agregam inúmeras vantagens para o ambiente, para a economia e para a redução da dependência energética do país. Mas qual é o verdadeiro impacto destes biocombustíveis na indústria da cerâmica? Os biocombustíveis de resíduos, produzidos a partir de matérias-primas como óleos alimentares usados, gorduras animais (não destinadas ao consumo humano), molhos e margarinas fora de prazo, algas, borras de café, entre outros, apresentam resultados extremamente benéficos para o ambiente, sobretudo na redu-

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ção da sua pegada carbónica. Assim, a substituição dos combustíveis fósseis por estas fontes de energia renováveis contribuem não só para a economia circular, como também para a neutralidade carbónica de setores como a mobilidade mas também a indústria. A indústria da cerâmica constitui um setor de grande relevância nacional, com uma elevada taxa de exportação, cuja maioria da produção advém de um grande número de empresas de pequena e média dimensão, marcadas por uma elevada dependência energética. De acordo com os dados provisórios do balanço energético em Portugal para 2020 disponibilizado pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), o consumo de energia final por parte da indústria da cerâmica foi de 272 ktep, menos 68% do que em 2000. Segundo a mesma fonte, este número retrata a queda do consumo de Biomassa, devido à redução do número de empresas que utilizavam esta fonte de energia como principal combustível. O processo de fabrico na indústria da cerâmica envolve a queima a temperaturas de 800 a 2 000 °C, o que justifica o facto de esta ser encarada como altamente poluente. À medida que o mundo enfrenta desafios ambientais cada vez mais urgentes, torna-se imperativa a procura por opções sustentáveis, enquanto solução essencial no mix energético para a descarbonização em Portugal.

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Membro de vários Acordos de Reconhecimento Mútuo Presente em 25 países

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Energia

Nessa linha, a adoção de biocombustíveis e de combustíveis verdes desempenha um papel fundamental na redução das emissões de carbono na indústria da cerâmica uma vez que, quando queimados, produzirem menos emissões de dióxido de carbono (CO2) que os combustíveis fósseis tradicionais, como o carvão e o gás natural. Várias empresas da indústria já estão a adotar estas fontes de energia renováveis, alinhando-se com os esforços para combater as mudanças climáticas. Dado a maior rendimento dos biocombustíveis e dos combustíveis verdes, os custos associados para as empresas de cerâmica também podem ser inferiores. A transição para combustíveis verdes requer, muitas vezes, algum investimento em pesquisa e investimento em no-

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vas tecnologias, estimulando a inovação na indústria da cerâmica. Isto pode levar à adoção de novos métodos de produção, à redução de desperdício e ao aprimoramento da qualidade dos produtos cerâmicos. A adoção de tecnologias mais eficazes, como fornos de alto rendimento, em conjunto com combustíveis verdes, pode aumentar a eficiência operacional e a competitividade da indústria. É crucial adotar biocombustíveis e outros combustíveis verdes e combustíveis de baixo teor carbónico, na indústria da cerâmica, como noutras, para um desenvolvimento sustentável. Só desta forma será possível cumprir as metas estabelecidas pela UE, que visam a redução de pelo menos 40% no consumo final de energia até 2030.

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NOVIDADES DAS EMPRESAS CERÂMICAS PORTUGUESAS

por Alb e r t i na S e qu e i r a , Vice-Presidente Executiva da Apicer

Costa Nova

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Resonance

COSTA NOVA É um momento histórico para a COSTA NOVA. A marca detida pela Grestel, empresa que se dedica à produção de artigos de mesa, forno e acessórios de servir em grés fino, lançou a sua primeira coleção em porcelana: chama-se “Resonance” e foi apresentada, pela primeira vez, na HOST Milão, feira mundial dedicada ao mundo da restauração e hospitalidade, que decorreu de 13 a 17 de outubro. Assinada pelo premiado designer alemão Carsten Gollnick, esta nova coleção oferece uma gama diversificada de peças de porcelana que podem ser usadas de forma independente na mesa, bem como uma seleção de peças de grés que também podem ser usadas sozinhas ou combinadas com peças de porcelana para configurações de mesa criativas e versáteis. “‘Resonance’ ultrapassa os limites do design convencional e da decoração de mesa, convidando chefs e donos de restaurantes a explorar uma variedade de combinações de grés e porcelana. Esta mistura eleva a

Resonance

experiência do hóspede a novos níveis de sofisticação”, destaca Carsten Gollnick, a propósito desta que é a sua terceira colaboração com a COSTA NOVA. Este lançamento marca um momento crucial na vida da COSTA NOVA – assim como do seu fabricante, a Grestel, e é mais uma prova de que a inovação faz parte do ADN da empresa. A coleção “Resonance” representa o culminar de uma longa experiência em cerâmica, na manufatura de artigos em grés e no lançamento de produtos com design de vanguarda.

Costa Nova

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PANARIAGROUP O Panariagroup assumiu a direção da fábrica de Leisnig e as marcas cerâmicas Steuler, Grohn, Kerateam e Nordceram, a rede de vendas e respetivos stocks de

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produto acabado. O acordo prevê ainda a transferência para o Panariagroup de todo o staff administrativo e responsáveis pelos diversos serviços. Em 2022, a Steuler Fliesengruppe teve um volume de vendas de 136 milhões de euros na Alemanha, Áustria, Holanda e Suíça. A Gres Panaria Portugal, detentora das marcas comerciais Margres, Love Tiles e Gresart faz parte do Panariagroup, considerado um dos líderes mundiais na produção e distribuição de pavimentos e revestimentos cerâmicos. Marco Mussini, presidente do conselho de administração da Gres Panaria Portugal, falou da importância estratégica desta aquisição: “Graças a uma posição próxima dos produtores de matérias-primas e a uma rede comercial já ativa no

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terreno,” acrescentou Marco Mussini, “acreditamos ser possível fazer das instalações de Leisnig e dos outros ativos adquiridos, um centro estratégico para o desenvolvimento dos nossos negócios na Europa. Com esta operação e com a diversificação dos canais de distribuição do grupo adquirido, bem como das sinergias produtivas das nossas outras unidades de negócio europeias, o Panariagroup torna-se num dos principais intervenientes nos mercados de língua alemã.” Depois da reorganização da Unidade de Negócios dos Estados Unidos, a aquisição da Gresart em Portugal e a abertura de uma sala de exposição em Nova Deli, o Panariagroup reforça a sua liderança na produção e distribuição de superfícies cerâmicas de excelência.

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NOVIDADES DAS EMPRESAS CERÂMICAS PORTUGUESAS NA FEIRA CERSAIE 2023

po r Alb e r t i na S e q u e i r a , Vice-Presidente Executiva da Apicer

ALELUIA Com o mote “Organic Sophistication” (Sofisticação orgânica), a Aleluia Cerâmicas revelou 5 coleções que prometem destacar-se no mercado do pavimento e revestimento cerâmico. Seguindo as principais tendências e estilos decorativos, estas novidades são marcadas pela naturalidade e autenticidade dos materiais e por um visual mais orgânico e sofisticado.

Nogal | Elegância e sofisticação intemporal Inspirada numa das madeiras mais nobres, a coleção Nogal captura toda a naturalidade e elegância da nogueira para a criação de espaços refinados e distintos. Esta opção de pavimento extremamente elegante e sofisticada adapta-se facilmente à maioria dos esti-

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Aleluia

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Nogal Coffee - Sala

Magma Grey - Cozinha

Magma | Espaços confortáveis e distintos Magma inspira-se na quente e subtil pedra de calcário para trazer uma sensação de tranquilidade. Ideal para criar espaços de inspiração orgânica, visualmente confortáveis e regenerantes. Como rios de lava que fluem pela superfície da Terra, a coleção Magma possui veios dourados que percorrem as peças acompanhados por subtis veios cinza, reforçando toda a naturalidade da pedra de calcário e conferindo-lhe uma sensação de movimento e sofisticação.

Em termos de textura e acabamento, graças às mais recentes inovações, toda a naturalidade é captada até ao mais ínfimo detalhe. O relevo da sua superfície replica fielmente a ligeira profundidade dos veios e nuances da pedra em cada peça, acompanhando com exatidão o seu desenho e oferecendo uma naturalidade e um realismo de nível superior.

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los decorativos, trazendo um toque de requinte tanto aos ambientes de design de inspiração clássica como de ambientes mais modernos. Com veios suaves mas demarcados e tons quentes e profundos, Nogal confere um aspeto linear ao pavimento e tem a particularidade excecional de poder alongar ou ampliar visualmente uma divisão. Dispõe ainda de uma moderna decoração de parede de relevo 3D e de duas soluções originais de mosaicos que permitem igualmente decorar as paredes conferindo-lhe uma maior sofisticação e personalidade. Em termos de textura e acabamento, graças às mais recentes inovações, toda a naturalidade é captada até ao mais ínfimo detalhe. O relevo da sua superfície replica fielmente a ligeira profundidade dos veios e nuances da madeira em cada peça, acompanhando com exatidão o seu desenho e oferecendo uma naturalidade e um realismo de nível superior. Com acabamento natural e antiderrapante, pode ser utilizado tanto em zonas secas como húmidas, permitindo criar uma continuidade visual em todo o espaço.

Ebro | Ambientes modernos e orgânicos Lembrando os sedimentos que se vão lentamente acumulando no fundo dos rios, a coleção Ebro destaca-se por um visual discreto e harmonioso que transmite uma sensação de naturalidade aos espaços. Formado por uma aglomeração de partículas de pedra e minerais com várias dimensões dispersas sobre uma base de cimento, apresenta-se como um terrazzo mais ligeiro que proporciona um visual moderno e harmonioso. Desenhado para dar resposta às necessidades da arquitetura contemporânea, adequa-se perfeitamente tanto para uso em espaços comerciais como residenciais. Apresenta uma elevada robustez e durabilidade propor-

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Aleluia

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Ebro Cream

Raku Oyster + Bosco Noce

Raku | Estilo artesanal num visual moderno Inspirada na antiga técnica japonesa de vidragem de cerâmica, a coleção Raku recria uma tradição ancestral numa abordagem contemporânea e autênti-

ca. Com uma superfície brilhante e irregular, este produto evoca as cores e materiais da cerâmica tradicional para criar ambientes com visual moderno, sem perder o charme e autenticidade das peças artesanais. Produzida em pequeno formato (6x27cm), Raku é composta por 8 tonalidades de cores modernas, cada uma caracterizada por uma ampla variedade de tons, apontamentos de ferrugem e pequenos e leves pontos contrastantes. Com um visual versátil e altamente decorativo, esta coleção permite a conjugação com uma grande variedade de revestimentos como madeira, pedra e cimento, permitindo combinações criativas e a geração de paredes de destaque que iluminam os espaços.

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Aleluia

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Luna Light Grey + Black

Realizado em porcelanato extrudido toda a massa que lhe confere características técnicas de elevada durabilidade e resistência às manchas e abrasão. Pelas suas características torna-se adequado também para áreas de alto tráfego, sendo a solução ideal não só para espaços residenciais em geral mas, sobretudo, para espaços públicos e comerciais ou outros onde os requisitos técnicos são os mais exigentes.

cionada pelo fabrico em porcelanato extrudido toda a massa. Destaca-se ainda pelo novo acabamento Soft Antislip que garante uma superfície suave e agradável ao toque, mas que possui propriedades antiderrapantes. A principal vantagem é que permite que o mesmo material seja aplicado tanto em zonas que não têm requisitos de antiderrapante como em zonas onde esses requisitos são importantes (ex: zonas de duche, espaços exteriores, etc.), uniformizando a área dos espaços ou permitindo a sua continuidade entre o interior e exterior.

CINCA CHALET A doçura de uma madeira acolhedora, inspirada no majestoso nogueira italiano, e em harmonia com os seus mais belos e suaves atributos. Abraçamos a autenticidade da madeira (as suas gráficas, profundidade e textura) e criámos uma paleta de cores que apaixona os puristas e os vanguardistas: os elegantes tons quentes (Natural, Âmbar, Camel e Vermelho) e os inventivos tons neutros (Branco e Cinza). Independentemente do estilo escolhido, o aconchego e a autenticidade oferecidos por este efeito madeira entregarão uma estética naturalista ao projeto visado, pontilhando-o de uma sofisticação e elegância ímpar. A reprodução gráfica é rica em detalhes, e um simples olhar é o suficiente para descobrir a sua leve estrutura envolta num sortido de tons, conferindo-lhe uma atraente profundidade. Ademais, tudo isto é enaltecido pela reprodução de CHALET no formato 20x120

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Cinca

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Chalet

Luna | Elegância e sofisticação intemporal Reinterpretando a famosa Pierre Bleue, pedra muito popularmente utilizada na arquitetura ao longo dos tempos, surge a coleção Luna que se apresenta com um visual elegante e distinto, ideal para revestir superfícies com design contemporâneo. Luna é caracterizada por um visual orgânico levemente salpicado com delicadas inclusões fósseis. Disponível em 4 cores: 2 tons mais clássicos e marcantes (Black e Dark Grey) e 2 tons mais claros e suaves (Cream e Light Grey). Além dos formatos tradicionais, oferece ainda uma opção de multiformato que inclui na mesma caixa peças de diferentes formatos (60×60, 30×60, 30×30, 15×30 e 15×15) que de forma modular permite misturar os vários formatos na criação de composições originais e cheias de personalidade.

Notícias & Informações . Kéramica . p.29


Cinca

Cinca

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Slate

. Brickwork

Notícias & Informações

RTF, onde a sua irrepreensível beleza é realçada e se multiplica ao longo de toda a superfície cerâmica. A intemporalidade de CHALET desdobra-se em múltiplos ambientes, em peças agradavelmente marcadas por veios e nós, e por características que se adaptam às necessidades destes espaços: acabamento Natural (R9) em Porcelanato Vidrado. SLATE A inconfundível reprodução cerâmica da pedra SLATE, que nos fascina há milénios devido à sua excentricidade, destaca-se de tantas outras: impactante, irreverente e garbosa. SLATE fala-nos do bom gosto que perdura no tempo, da decoração que nunca desgasta os sentidos, da natureza trazida de dentro para fora e do imutável conforto com que naturalmente nos premeia. Desde a doçura dos seus abundantes tons, até às suas marcantes nuances, cada peça é dotada de uma dinâmica interação que se dá entre os tons, grafismos e texturas. SLATE é uma opção estética de qualidade, daquelas que não acarretam dúvidas. E a isto alia-se o acabamento Easy Cleaning que permitem explorar todas as áreas dos seus projetos. Temos, portanto, uma solução naturalista de dentro para fora e de fora para dentro.

tas irregulares e superfícies estruturadas que abrigam profundas destonalizações. A apresentação desta solução num novo formato inusitado, o formato 7,5x45 cm, torna-a ainda mais especial: a horizontalidade ou a verticalidade, dependendo da aplicação, ganha um novo protagonismo e concede mais fundura à composição. Esta profundidade, tão cobiçada nos bricks, é reforçada através das apelativas estruturas que decoram as superfícies das peças. O jogo de luz que daí advém desperta o desejo de contemplar os complexos murais criados com o BRICKWORK. Se pretende criar uma aura modernamente rústica, num registo vintage, BRICKWORK é a escolha a considerar.

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Cinca

. Bling

BRICKWORK Camadas de bricks repletas de nuances que nos relembram os tradicionais nova-iorquinos expostos nas fachadas centenárias: peças originais (7,5x45 cm), ares-

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NATURA Elegantemente favorecida por um agradável fundo claro e levemente decorada por finos veios brancos, NATURA foi especialmente produzida para ir ao encontro dos clássicos espaços minimalistas, onde o pavimento e revestimento cerâmico estão em total harmonia com os restantes elementos decorativos. Límpida, requintada e luminosa, NATURA detém uma aparência homogénea que resulta em ambientes sublimemente elegantes. Para além do belo branco, inspirado no mármore ónix, esta coleção dispõe de mais três tons igualmente suaves: Branco Osso, Cinza e Azul.

. PowerCrete

BLING BLING é um tênue mármore ónix revisitado em tons harmoniosos, com um efeito translúcido sedutor e fulgentes veios que decoram primorosamente esta graciosidade. O conjunto destas abundantes características dão espaço à projeção de belas áreas iluminadas, onde os elementos decorativos encontram facilmente o seu lugar. Assim, com BLING, desenham-se espaços puristas com uma nota de irreverência – e onde sobressai a delicadeza das linhas, ou outros clássicos com um forte carácter decorativo e estímulos visuais. A versatilidade desta coleção abre espaço para as criações mais originais dentro do tema “elegância”.

POWERCRETE Trazer à vida um material inerte, onde a passagem do tempo está belamente marcada e a sua mutabilidade, a do cimento, nos conquista demoradamente... POWERCRETE desperta interesse em todos os entusiásticos por efeitos nobres e versáteis. O potencial desta série de formatos retificados desdobra-se em vários cenários impossíveis de negligenciar. Aliás, observando as mais belas criações arquitetónicas do mundo, constatamos deleitosamente que o betão faz parte deste portefólio premium. Portanto, não é de admirar que este efeito betão, fortemente decorativo, caracterizando-se por uma mistura de suavidade e pureza, intensidade e rudeza, nos leva a passear por cenários grandemente inspiradores. POWERCRETE preenche-nos de sensações estéticas, levando-nos a considerar o efeito betão a partir duma perspetiva totalmente original. Esta série materializa a dignificação da passagem do tempo; historicamente aceite, desejável, reconhecida e admirada por uma ampla gama de estéticas: desde o minimalismo até ao maximalismo.

Cinca

. Natura

CLIPER Na Cersaie apresentam-se as novidades do setor e a nossa maior novidade são as nossas coleções de Grande Formatos, como é o caso das séries Boho, Odoko, Piasentina e Prestige.

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Cliper Cersaie 2023

Cliper

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Piasentina

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Boho

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Odoko

Notícias & Informações

Cliper

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DOMINÓ Ao longo dos cinco dias de feira, exibimos as nossas mais recentes coleções, que espelham as tendências atuais em arquitetura, construção e design de interiores.

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Dominó

Dominó

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Pantanal

Ecolife_decor wave

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Dominó

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Ecoliving

MARGRES/ LOVE TILES / GRESART 2023 foi um ano muito especial para as nossas marcas. Uma celebração das duas décadas da Margres e dos 15 anos da Love Tiles. Para além disso, em abril a nossa empresa deu um passo importante e adquiriu a terceira unidade industrial em Portugal, a Gresart, num claro sinal de investimento na indústria cerâmica, que nos permitirá alargar, expandir e oferecer novas soluções ao grupo.

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ThE LIFESTYLE MOvEmENT A maior e mais internacional mostra de artigos para mesa, casa e cozinha: No sector Dining, a Ambiente é a feira número 1 a nível mundial – e o ponto de encontro incontornável para o segmento HoReCa, em constante crescimento. Aqui o sector encontra inovações inteligentes e novidades que antecipam novos tempos. Uma indústria, uma comunidade: ambiente.messefrankfurt.com/dining info@portugal.messefrankfurt.com Tel. +351 21 7 93 91 40 Setembro . Outubro . 2023

Portugal DU: 02.10.2023

FRANKFURT / MAIN

75163-019_AM_AZ_DINING_Keramika_210x297 • FOGRA 39 • CMYK • cd |

de 26 a 30. 1. 2024


Notícias & Informações

diária. As mudanças na espessura dos nossos produtos trazem consequências tangíveis para o ambiente e, passo a passo, para um futuro melhor e habitável para as gerações vindouras. Tornou-se, portanto, imperativo apresentar soluções cerâmicas que posicionam as nossas três marcas na direção da competitividade, criatividade e inovação.

Metropolis

Margres

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Stage

Margres, no palco da autenticidade e da transformação Stage apresenta um efeito típico da essência natural da madeira, que é perfeitamente captado através de uma superfície completamente lisa, o que potencia um toque extremamente suave e agradável. Esta coleção elaborada em grés porcelânico e com uma técnica de impressão digital permite um maior detalhe dos veios da madeira. A fusão entre tradição e inovação está presente em Stage, através da incorporação de dois componentes clássicos da madeira: o efeito chevron e o parquet. Dois padrões de madeira icónicos que criam um efeito muito elegante e uma ligação harmoniosa entre o passado e a contemporaneidade, para garantir uma experiência visual rica e envolvente. Quanto à coleção Metropolis, será inspirado a transformar e a criar. O cimento conhece uma reinvenção a partir deste grés porcelânico, capaz de criar espaços com um estilo contemporâneo e moderno. Meticulosamente concebida a partir da riqueza gráfica do cimento, Metropolis é cromaticamente rica. A serenidade dos cinzentos, com o Cinza e o Cinza-Claro, a sofisticação do Bege e do Branco, conquistam-nos pela sua versatilidade e pureza do material. A cor que ganha maior destaque na coleção é a Terracota, com a intensidade dos tons terra. Love Tiles é onde começa a história da sua

Margres

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casa

A Gres Panaria Portugal e as nossas marcas estão a alinhar o seu modelo de negócio com a neutralidade carbónica, a biodiversidade, redesenhando e repensando produtos e serviços para serem mais sustentáveis. Este ano voltamos a dedicar-nos ao tema da sustentabilidade, uma vez que esta se tornou uma ação

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A celebração da grandiosidade do mármore é reinventada com esta coleção para transformar toda a essência do seu espaço. Majestic é uma homenagem ao tempo que moldou e aparou um material tão nobre e intemporal como o mármore. Na sua base podemos encontrar cinco mármores diferentes que foram o ponto de partida para uma paleta de seis cores. O Crema Marfil, originário de Espanha, tem uma cor bege dourada uniforme, com pequenas linhas de calcite. Majestic também tem três tipos diferentes

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gue, define esta pedra, Aurora. Porcelânico de excelência acompanhado por um revestimento luxuoso, cria espaços infinitos de teor contemporâneo com toques de classicismo remetendo para uma época onde o renascimento florescia e tudo era novo.

Aurora . Pavigrés

de branco: Calacatta Cloud, um mármore mais forte, com superfície bastante branca e veios pronunciados; Carrara, que tem um toque mais clássico e se caracteriza por um maior número de veios, mas mais ténues; Crystal White, que apresenta um fundo branco, com a incorporação de pequenos cristais e veios, pronunciados em cinzento e cobre, que lhe conferem profundidade. Por fim, o Majestic reserva ainda espaço para duas cores mais fortes: O Imperial Green é um verde alpino, uma cor sóbria e requintada e o Calacatta Black, que encarna a profundidade e o requinte do mármore preto, com veios brancos e dourados. Também na Love Tiles, estamos a lançar uma coleção para criar ambientes acolhedores. Woodline é inspirada na madeira de carvalho, conhecida pela sua resistência e beleza natural, onde cada peça é trabalhada preservando a essência da madeira. Com um estilo insuperável, a natureza ganha espaço às referências mais urbanas, como a tendência que veio para ficar. A sua aparência é natural, com tons quentes e as harmonias visuais são suaves e naturais. Utilizando uma técnica que, através de um efeito de brilho mate, transmite a ideia de veios reais, conseguimos obter um produto com uma sensação de profundidade e realismo extraordinário.

ENDURANCE Num universo de materiais em constante evolução, a madeira continua a ser um símbolo de

Stratum

Love Tiles

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Majestic Carrara

STRATUM Stratum é uma peça de arte geológica arrebatadora que revela a história da evolução. Entre camadas e histórias, os sedimentos ganham vida numa narrativa única gravada na superfície da Terra. As tonalidades vibrantes de ferrugem, ocre e ardósia pintam um retrato vívido de azuis e cinzentos que contam histórias de oceanos antigos, retratando eras de mudança, agitação e renascimento. Stratum é o nosso melhor entre iguais.

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Pavigrés

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PAVIGRÉS AURORA Um equilíbrio delicado entre a noite e o dia, quando o tempo parece suspenso e o horizonte se er-

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. Pavigrés

Pavigrés

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Enigma

Endurance

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autenticidade que envelhece graciosamente refletindo a passagem do tempo. Endurance é a lembrança de que a beleza reside nos detalhes únicos que evocam memórias de florestas antigas na jornada da humanidade ao longo do tempo. Criado em três diferentes épocas, Neo, Vintage e Antique, Endurance transforma a natureza em experiências, estabelecendo o design mestre para ambientes funcionais e de elevada estética. ILLUSIVE Existe um fenómeno que agita a própria essência do design, um conceito conhecido como “Culture Reborn”, um renascer de tradições e valores que inspira uma nova existência. A Coleção Illusive é uma jornada de renovação, onde os costumes e a sabedoria voltam a ser relevantes, não como relíquias do passado, mas como ideias interligadas. Illusive é uma fusão de património e inovação, onde o antigo e o novo se fundem para criar algo singularmente dinâmico.

ENIGMA A Coleção Enigma é uma sinfonia de opostos, um ponto de vista binário numa dicotomia de absolutos sejam eles envoltos na escuridão, sejam banhados pela luz. Muito para além da estética esta coleção é uma abordagem contemporânea onde a elegância encontra a sua musa no mais simples dos contrastes Enigma não é uma mera escolha de design, é uma narrativa de sofisticação, um jogo de luz e sombra. REVIGRÉS A Revigrés convidou os visitantes da maior feira internacional do setor cerâmico, a viajar até “UTOPIA”, um espaço em que todos os projetos são concretizáveis com as novas soluções cerâmicas da Marca, desenvolvidas com foco no design, na inovação e na sustentabilidade. Destaque para a edição 3.0 da coleção Cromática – com 30 cores, 10 formatos 3 acabamentos, revestimentos e pavimentos cerâmicos com novos formatos e espessuras, soluções técnicas inovadoras e efeitos estéticos e texturas que vão ao encontro das últimas tendências.

Pavigrés

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Illusive

Grandes formatos e espessurados em grés porcelânico técnico As coleções Light XL – no formato 120x278cm – combinam uma espessura reduzida (6mm) com uma elevada resistência técnica, introduzindo elegância e funcionalidade nos projetos. A sua dimensão permite criar um efeito visual de continuidade através da reprodução dos materiais naturais, enquanto a sua leveza

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. Revigrés

Revigrés

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Light XL

Block Glossy

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contribui para reduzir a pegada ecológica associada ao seu processo de produção e transporte e torna a sua aplicação muito versátil. Com diversos efeitos estéticos, o novo formato 120x120cm completa a gama da Revigrés, enquanto a Marca apresenta também a nova espessura Tech 20mm, uma solução técnica com elevada resistência mecânica, ideal para aplicação em exteriores. Novas texturas e efeitos Coleções Travertino Classic, Brick & Block e Reflex

PRO SYSTEM Deck cerâmico em pavimento sobrelevado. Destaque ainda para a nova solução PRO SYSTEM, um pavimento sustentável e inovador, de fácil aplicação e reutilizável, adequado para piso sobrelevado. Uma su-

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Revigrés

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Reflex-Oxide-Carbon

Com a tecnologia Tech 3D de impressão digital de última geração, a Revigrés introduz superfícies inovadoras, em que a gráfica e texturas dos materiais cerâmicos convergem na perfeição, conferindo-lhes um efeito sensorial ultrarrealista inspirado na pedra natural travertino. Já o revivalismo do mosaico tradicional combinado com a versatilidade do grés porcelânico – nos formatos 14x14cm e 7x29cm – e o mood urbano e contemporâneo do efeito metalizado resultam em ambientes ecléticos e atuais. perfície cerâmica com o efeito da madeira e antiderrapante aliada a um sistema de fixação 100% invisível que reúne todas as vantagens do grés porcelânico: durabilidade e inalterabilidade, resistência às manchas e ao desgaste, com uma elevada resistência ao impacto

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Calendário de eventos

UNICERA ‘2023 (Materiais de Construção) Anual – Istambul (Turquia) De 06 a 10 de Novembro de 2023 unicera.com.tr

CEVISAMA’2024 (Ladrilhos Cerâmicos) Anual – Valência (Espanha) De 26 de Fevereiro a 01 de Março de 2024 cevisama.feriavalencia.com

THE HOTEL SHOW’2024 (Cerâmica Utilitária e Decorativa) Anual – Dubai (EAU) De 04 a 06 de Junho de 2024 thehotelshow.com/

LONDON BUILD ‘2023 (Materiais de Construção) Anual – Londres (UK) De 15 a 16 de Novembro de 2023 www.londonbuildexpo.com

EXPOREVESTIR’2024 (Ladrilhos Cerâmicos) Anual – São Paulo (Brasil) De 19 a 22 de Março de 2024 exporevestir.com.br/

NEOCON’ 2024 (Design/Tendências) Anual – Chicago (USA) De 10 a 12 de Junho de 2024 neocon.com/

CONCRETA’2023 (Construção) Anual – Porto (Portugal) De 16 a 17 de Novembro de 2023 maisconcreta.exponor.pt/

CERAMITEC´2024 (Equipamento Ind Cerâmica) Anual – Munique (Alemanha) De 09 a 12 de Abril de 2024 ceramitec.com

3DAYSOFDESIGN ’2024 (Design/Tendências) Anual - Copenhaga (Dinamarca) De 12 a 14 de Junho de 2024 www.3daysofdesign.dk/

ARCHITECT@WORK´2023 (Materiais de Construção) Anual – Lisboa (Portugal) De 22 a 23 de Novembro de 2023 architectatwork.pt

The New York Tabletop Show´2024 (Cerâmica Utilitária e Decorativa) Bianual – New York (EUA) De 09 a 12 de Abril de 2024 tabletopassociationinc.com

MAISON & OBJET’2024 (Cerâmica Utilitária e Decorativa) Bianual - Paris (França) De 05 a 09 de Setembro de 2024 maison-objet.com

BIG 5 SHOW´2023 (Materiais de Construção) Anual – Dubai (EAU) De 04 a 07 de Dezembro de 2023 www.thebig5.ae/

SALONE DEL MOBILI’2024 (Design/Tendências) Anual – Milão (Itália) De 16 a 21 de Abril de 2024 salonemilano.it

CERSAIE’2024 (Ladrilhos Cerâmicos) Anual – Bolonha (Itália) De 23 a 27 de Setembro de 2024 cersaie.it

IMM’2024 (Interiores) Anual – Colónia (Alemanha) De 14 a 15 de Janeiro de 2024 imm-cologne.com

COVERINGS’2024 (Ladrilhos Cerâmicos) Anual – Atlanta (USA) De 22 a 25 de Abril de 2024 coverings.com/

BATIMAT’2024 (Materiais de Construção) Bienal – Paris (França) De 30 Setembro a 06 de Outubro de 2024 batimat.com

MAISON & OBJET’2024 (Cerâmica Utilitária e Decorativa) Bianual – Paris (França) De 18 a 22 de Janeiro de 2024 maison-objet.com

TEKTONICA’2024 (Construção) Anual – Lisboa (Portugal) De 02 a 05 de Maio de 2024 https://tektonica.fil.pt/

The New York Tabletop Show´2024 (Cerâmica Utilitária e Decorativa) Bianual – New York (EUA) De 8 a 11 de Outubro de 2024 tabletopassociationinc.com

AMBIENTE’2024 (Cerâmica Utilitária e Decorativa) Anual – Frankfurt (Alemanha) De 26 a 30 de Janeiro de 2024 ambiente.messefrankfurt.com

The National Restaurant Show.com’2024 (Cerâmica Utilitária ) Anual – Chicago (USA) De 18 a 21 de Maio de 2024 nationalrestaurantshow.com

EQUIPHOTEL’2024 (Cerâmica Utilitária e Decorativa) Bienal – Paris (França) De 03 a 07 de Novembro de 2024 equiphotel.com

SURFACE DESIGN SHOW’2024 (Ladrilhos Cerâmicos) Anual – Londres (R.U.) De 6 a 8 de Fevereiro de 2024 surfacedesignshow.com/

CONSTRUMAT’2024 (Construção) Anual – Barcelona (Espanha) De 21 a 23 de Maio de 2024 construmat.com

BAU’2025 (Materiais de Construção) Anual – Munique (Alemanha) De 13 a 18 de Janeiro de 2025 bau-muenchen.com/en/

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