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Destaque . 04

Tendências e Desafios na Cadeia de Valor do Habitat

Tendências . 9

Habitações e Escritórios: Tendências Atuais e Futuras

Tendências e Vivências nos nossos dias

Secção Jurídica . 11

Tendências e Vivências

Design . 13

Entre os Estados Unidos e Portugal: uma viagem de descoberta pelo Design

Tendências na Construção . 20

Atuais e Futuras Vivências e Tendências nas Habitações

Energia . 22

Biocombustíveis e combustíveis verdes na indústria da cerâmica: rumo a uma produção sustentável

Notícias & Informações . 25

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Novidades das Empresas Cerâmicas Portuguesas

Novidades das Empresas Cerâmicas Portuguesas na Feira Cersaie 2023

Calendário de Eventos . 40

Propriedade e Edição

APICER - Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria

NIF: 503904023

Direção, Administração, Redação, Publicidade e Edição Rua Coronel Veiga Simão, Edifício Lufapo

Hub A - nº 40, 1º Piso

3025-307 Coimbra [t] +351 239 497 600 [f] +351 239 497 601 [e-mail] info@apicer.pt [internet] www.apicer.pt

Tiragem 500 exemplares

Diretor Marco Mussini

Editor e Coordenação

Albertina Sequeira [e-mail] keramica@apicer.pt

Conselho Editorial

Albertina Sequeira, António Oliveira, Marco Mussini, Martim Chichorro e Susana Rodrigues

Capa

Nuno Ruano

Índice de Anunciantes

AMBIENTE (Página 35)

• AXPO (Página 31)

SEW EURODRIVE (Página 17)

• CERTIF (Verso Capa) • ECP (Página 23)

• SMARTENERGY (Contra-Capa)

Publicação Bimestral nº 384 . Ano XLVIII . Setembro . Outubro . 2023

Colaboradores

Albertina Sequeira, Ana Calhôa, Filomena Girão, Filipa P. Silva, João Carvalho, José Manuel dos Santos, Nini Andrade Silva, Renata Santos Machado, Victor Ferreira

Paginação

Nuno Ruano

Impressão

Gráfica Almondina - Progresso e Vida; Empresa Tipográfica e Jornalística, Lda Rua da Gráfica Almondina, Zona Industrial de Torres Novas, Apartado 29 2350-909 Torres Novas [t] 249 830 130 [f] 249 830 139 [email] geral@grafica-almondina.com [internet] www.grafica-almondina.com

Distribuição

Gratuita aos associados e assinatura anual (6 números); Portugal €36,00 (IVA incluído); União Europeia €60,00; Resto da Europa €75,00; Fora da Europa €90,00

Versão On-line https://issuu.com/apicer-ceramicsportugal

Notas

Proibida a reprodução total ou parcial de textos sem citar a fonte. Os artigos assinados veiculam as posições dos seus autores.

• GOLDENERGY (Página 1) • INDUZIR (Verso Contra-Capa) • JORNADAS TÉCNICAS (Página 7)

Depósito legal nº 21079/88 Publicação Periódica inscrita na ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social] com o nº 122304 ISSN 0871 - 780X

Estatuto Editorial disponível em http://www.apicer.pt/apicer/keramica.php

O tema destaque desta edição da revista Kéramica é “Tendências”.

Fiz várias tentativas para iniciar este editorial e sempre apagava o que escrevia. Sem perceber porquê, o meu pensamento envolvia-se naquilo que fomos construindo como verdades, das vivências da pré-história.

Tendências na alimentação, no vestuário, na decoração das cavernas, nos tempos de descanso. Às várias elucubrações sobre o assunto, juntei algum divertimento sobre com se faria a tendência alimentar. Peixe, carne ou fruta? A Tendência do vestuário? Pele deste ou daquele animal? E como foram usadas as cavernas na organização da vida dos seres humanos desta época. Obviamente, são perguntas sem resposta.

Tendências – parece-me possível concluir – só passaram a existir quando começou a haver excedentes, poupança e abundância.

E, num abrir e fechar de olhos passamos da pré-história aos dias de hoje.

Agora, é de hoje que escrevo. O nosso tempo é uma sociedade de abundância, por isso é uma sociedade de tendências.

O conceito – levou-me a fazer várias perguntas –que formulo desta forma.

Como é que pessoas tão diferentes entre si, descobrem ao mesmo tempo que têm as mesmas vontades/tendências e comportamentos? Quais os mecanismos que permitem a propagação e alastramento destas vontades/tendências e comportamentos? Somos individualmente livres para agir ou a sociedade é que nos leva a tomar certas opções? Qualquer fenómeno de moda pode ser tratado como uma tendência?

As redes de influência, a publicidade, a criatividade, o marketing, os jornalistas, críticos, influenciadores, analistas, especialistas de dados, sociólogos e a mera imitação, são alguns dos agentes do gosto coletivo ou, dito de outro modo, das tendências e das modas, são os responsáveis deste fenómeno coletivo tão vasto, e tão pouco estudado.

Os seres humanos são e sempre foram seres gregários, que dão respostas coletivas aos diferentes fenómenos sociais que as dinâmicas coletivas vão produzindo, aceitando-os os não.

Um objeto, um comportamento, uma prática tem atrás de si um processo normalmente bem elaborado, para se tornar tendência/moda.

Duas visões se opõem nas análises das tendências. Uma das visões apresenta os indivíduos manipulados por algo que os envolve e que os leva a aderir a determinadas tendências/modas. A outra visão entende as tendências/modas como resultado de decisões individuais que se conjugam. A primeira visão entende o seguidor da tendência/moda como sujeito passivo e a segunda visão como sujeito ativo, racional e estratega.

A analise sociológica das tendências tem nestas duas visões o seu campo de estudo para entender os movimentos de consumo.

Hoje as tendências/modas quase deixaram de ser movimentos sociais, para se tornar simples fenómenos recreativos, sempre indissociáveis de uma dimensão comercial.

Hoje as tendências/modas/marcas são mais reflexo de um interesse comercial e industrial do que social. As tendências/modas são uma “mentira” em que todo o mundo acredita.

Fui sempre associando as duas palavras tendências/modas, pois bem atrevo-me a definir moda. Moda é o que vai passar de moda . Lembremo-nos, apenas, da Belle Époque

José Cruz Pratas (Presidente da Direção da APICER)

Destaque

Tend Ncias E Desafios Na Cadeia De Valor Do Habitat

A sustentabilidade é um conceito com práticas antigas que, para a opinião pública, emergiu de novo ligado ao tema do desenvolvimento sustentável por volta da década de 80 do século vinte, impulsionado pelo relatório das Nações Unidas conhecido como o relatório Brundtland (1987), ou também por conferências como a do Rio de Janeiro em 1992, entre outros fenómenos. Ao longo destes últimos 35 anos, o conceito da sustentabilidade apresentou-se com diferentes formas e abordagens, tendo vindo a afirmar-se nos últimos anos como um valor de mercado. Este facto impulsionou respostas diversas, desde políticas públicas a posicionamentos de competitividade das empresas perante esta perceção de valor e de premência de resolução de um conjunto de desafios a ela associados.

Destacam-se como problemas mais marcantes, que continuaremos a enfrentar, a crescente procura pelos recursos naturais finitos no nosso planeta, a poluição e as consequências das alterações climáticas, com efeitos hoje finalmente reconhecidos como devastadores e que, por isso, se constituíram como uma das grandes preocupações atuais das gerações mais novas, que marcarão não só o desenvolvimento económico e social na próxima década, mas também a qualidade de vida e, em muitos casos, a sobrevivência de muitas empresas em múltiplos sectores. Tornou-se evidente a crescente procura do mercado por soluções mais sustentáveis devido precisamente a este quadro de preocupações, o que gera uma correspondente necessidade de oferta competitiva neste domínio.

A cadeia de valor do Habitat é constituída por um conjunto diversificado de atividades e sectores, desde a extração das matérias-primas, a sua transformação em materiais, produtos e sistemas diversos para a construção e vivência do nosso Habitat (infraestruturas, edifícios, cidades), até outros equipamentos e bens de su- porte à vida das pessoas neste planeta, sejam em espaços urbanizados ou em espaços não construídos, garante da indispensável biodiversidade, cuja harmonia com o espaço construído deve ser permanentemente garantida. Neste contexto, a indústria da construção e todos os sectores conexos que a alimentam, como o da indústria cerâmica, são dos principais responsáveis pela extração de recursos naturais, consumo de energia e água, geração de resíduos e emissões de fluidos poluentes. Certo também é que estes atores da cadeia de valor do Habitat, movidos por razões económicas, ambientais ou sociais têm procurado inovar e implementado soluções que minimizam os impactes causados pela sua atividade e que os coloquem numa posição competitiva nos mercados, que são cada vez mais exigentes e regulamentados no que concerne à sustentabilidade.

De facto, temos assistido nos últimos anos ao aparecimento de políticas públicas, diretivas ou regulamentos ligados ao conceito da sustentabilidade, que afetam os mercados e procuram dar resposta aos objetivos de desenvolvimento sustentável no quadro mundial, europeu e nacional. São também o reflexo de estarem perante uma opinião pública crescentemente mais exigente e desperta para a necessidade imperiosa de viver num Habitat mais sustentável, pois não temos outro planeta e os recursos naturais disponíveis são finitos. Claramente, que estes tópicos marcam as tendências futuras dos mercados, já a curto e médio prazo, e constituem-se como desafios à competitividade das empresas. Encontramos vários casos recentes destas diretivas que afetam diretamente a cadeia de valor do Habitat, bem como a vida e o posicionamento futuro das empresas e de quem gere espaços urbanos e não construídos. Destacam-se as políticas e planos de ações relativos aos resíduos e outras formas de poluição, as diretivas de desempenho energético dos edifícios e indústrias, e mais recentemente, a diretiva do Green Deal europeu (a transição verde), ou ainda, a transição digital em curso em diversos domínios. Estes dois últimos casos estão profundamente interligados, sendo mesmo denominados como a transição gémea ( twin transition ) e são capazes de gerar desafios com grande capacidade de transformação da forma como iremos viver, construir e preservar o nosso Habitat. Se, no primeiro caso, temos como indutores da transformação a transição para uma economia circular, com modelos de produção, aplicação e uso de soluções de forma reversível, reutilizando, reparando e reciclando em vez de consumir e dispor dos recursos de forma linear e desaproveitada, este pacto da transição verde obriga também a gerar soluções de descarbonização nas nossas atividades que irão impor todo um conjunto de soluções às indústrias e cidades sob a forma como vivemos, produzimos e usamos o que nos rodeia. Por outro lado, é já hoje bem conhecido o impacto da inevitável transição digital com implicações diversas em termos de conectividade, cibersegurança, modo de trabalho e eficiência no uso de recursos e produção de bens, apenas para citar alguns dos fatores motores desta transição, que inevitavelmente também afeta e contribui para a transição verde.

O Cluster Habitat Sustentável ( www.centrohabitat.net ), reconhecido pelo governo português desde 2009, é uma rede que agrega empresas de diversos sectores da cadeia de valor do Habitat com outros agentes do sistema científico-tecnológico, municípios e outras entidades públicas e privadas, no sentido de ser um es - paço de reflexão e de mobilização para encontrar e promover soluções inovadoras e competitivas que deem resposta a estes desafios atuais atrás referidos. Inovar pela sustentabilidade para criar um Habitat mais sustentável é um dos objetivos fundamentais deste cluster, que procura de forma colaborativa fazer surgir e promover soluções de competitividade acrescida para as empresas e de resiliência e atratividade para as cidades e espaços envolventes.

Neste âmbito, apresenta-se aqui como exemplo específico um dos projetos recentes em que o Cluster participou e que termina em outubro de 2023. Trata-se do projeto UAveiroGreenbuilding , um projeto financiado pelos EEA Grants ao abrigo do Programa Ambiente, liderado pela Universidade de Aveiro com a parceria do Cluster Habitat Sustentável e da EVRIS Foundation (Islândia), que teve como objetivo central desenvolver uma metodologia de aplicação dos princípios da economia circular em projetos de construção e reabilitação de edifícios. Consciente do impacto que a construção e reabilitação tem no ambiente e da necessidade de reparar, reutilizar e reciclar em vez de rejeitar, procurou-se definir procedimentos futuros através de casos-piloto no campus edificado da Universidade de Aveiro, como base de desenvolvimento e teste deste conceito de ecodesign aplicado a edifícios. A metodologia procurou incorporar elementos úteis para a tomada de decisão dos prescritores em estágios iniciais dos projetos, que se baseasse num pensamento de ciclo de vida, em informações de circularidade e sobre os impactes das soluções. A praça central do Campus da Universidade de Aveiro envolve um espaço edificado que serviu de caso piloto de experimentação do projeto UAveiroGreenbuilding no sentido de uma reabilitação sustentável.

Figura 1 . Análise dos impactes ambientais da caixilharia (GWP = Potencial de aquecimento global; ODP = Destruição da camada de ozono; AP = Acidificação; EP = Eutrofização; POCP = Formação fotoquímica de ozono; ADPE = Esgotamento abiótico de recursos minerais e metais; ADPF = Esgotamento de recursos fósseis.)

Durante o projeto, foi desenvolvida e validada uma ferramenta de ecodesign com um guia de suporte, que incorpora e troca informações com fontes diversas como, por exemplo, das declarações ambientais de produtos ou do plano de prevenção e gestão de resíduos, o que permitiu a comparação entre soluções concorrentes no momento da tomada de decisão sobre as alternativas com melhor grau de sustentabilidade e circularidade. O formato digital da informação armazenada permite o diálogo com módulos BIM ( Building Information Modelling ) associados ao projeto. O que a ferramenta de ecodesign permite é comparar soluções concorrenciais do ponto de vista dos seus impactes ambientais, consumo de recursos e de custos de aquisição e manutenção ao longo da vida das soluções em causa. As figuras 1 e 2 mostram um exemplo de uma comparação efetuada no caso piloto sobre os impactes ambientais e de consumo de recursos gerado pelo tipo de caixilharias a adotar (alumínio, PVC ou madeira) no projeto. A exposição em gráficos de tipo radar permite decidir pela solução com menor impacte global (área poligonal menor) ou então valorizar na seleção a minimização de alguma(s) categoria(s) de impacte particular. A esta comparação juntam-se depois, para a decisão, outros elementos como os custos e outras considerações específicas de arquitetura e engenharia. Este exemplo pode ser estendido a outros elementos como os estruturais ou os pavimentos e revestimentos num espaço edificado.

Análise do consumo de recursos da caixilharia (TRR = uso total de recursos energéticos primários renováveis (EPR + RR); TRNR = uso total de recursos energéticos primários não renováveis (EPRN + RNR); MS = uso de material secundário; CSR = combustíveis secundários renováveis; CSNR = combustíveis secundários não renováveis.)

Figura 2

Complementarmente, esta intervenção no caso piloto deste projeto foi avaliada de forma independente ao nível do projeto de execução pelo sistema de avaliação de sustentabilidade português (LiderA), tendo obtido uma classificação A+. Após o mapeamento e inventário dos materiais nesta reabilitação na praça central, antecipa-se neste caso piloto um aumento de 15% na incorporação de matérias-primas secundárias, a incorporação de pelo menos 10% de materiais reciclados e a redução de cerca de 70% no total de resíduos de construção e demolição resultantes das obras.

Em jeito de conclusão sobre as tendências e desafios que se apresentam aos diferentes sectores da cadeia de valor do Habitat, este exemplo é também paradigmático do que poderá ser marcante nos próximos anos. A transição verde que engloba preocupações de circularidade e descarbonização bem como a transição digital exigem mudanças e inovação ao nível de produtos, processos, organização, marketing, gestão, modelos de negócio e serviços nas empresas e outras entidades da cadeia de valor. São transformações incontornáveis para se manter a competitividade e não correr riscos de se ficar fora dos mercados ou obsoletos. Dois exemplos muito simples do que pode ser exigido por estas transições gémeas, relacionados com o projeto acima referido. Perante uma solicitação de apresentação da pegada carbónica do seu produto, para efeitos de contabilização do potencial de descarbonização, implica que as empresas tenham declarações ambientais de produto (DAP – ver sistema DAPhabitat.pt) que o atestem com credibilidade para que arquitetos e engenheiros possam escolher os seus produtos com base em dados fiáveis. A transição digital trazida pelo BIM implica que as empresas se devem preparar para criar os seus objetos BIM com informação das características técnicas e também ambientais (espelhadas nas DAP) dos produtos, para que os aplicativos de design/projeto os possam ler. Em ambos os casos não ter esta informação pode significar ficar fora das escolhas do mercado. Saliento aqui o facto de que o novo Código de Contratos Públicos (art.º 62) já contempla a possibilidade da modelização eletrónica de dados na construção. Também a recente portaria n.º 255/2023 de 7 de agosto (art.º 1) sugere a utilização do BIM em projetos de arquitetura e especialidades promovendo a partilha de informações das características físicas, funcionais e de comunicação, entre os intervenientes durante todas as fases do ciclo de vida de uma construção. Julga-se que este processo será tendencialmente obrigatório entre 2026 e 2030 vindo a compra pública verde a desempenhar um papel mobilizador nesta transição. Portanto, as empresas que não estiverem inseridas na utilização e comunicação digital dos seus produtos, com informação técnica e de impacte ambiental, poderão sofrer constrangimentos como a potencial exclusão na concorrência a contratos públicos ou privados. Este é, por tudo isto, o tempo de mudança com o pensamento centrado na competitividade e na resposta a este “novo” valor de mercado.

HABITAÇÕES E ESCRITÓRIOS: TENDÊNCIAS ATUAIS E FUTURAS

por Nini Andrade Silva, CEO & Founder Atelier Nini Andrade Silva

Nos últimos anos, o mundo assistiu a mudanças profundas no estilo de vida, nos padrões de trabalho e nas prioridades relacionadas às habitações e escritórios.

A crescente adoção do trabalho remoto e à distância transformou a forma como vivemos e trabalhamos, e, por conseguinte, influenciou as escolhas de design de interiores, materiais e acabamentos.

Muitas empresas perceberam os benefícios da flexibilidade e liberdade de opção de modelos menos rígidos de trabalho que contribuem para o equilíbrio da saúde mental e produtividade dos seus colaboradores, o que, consequentemente levou à adoção de políticas de trabalho à distância permanentes. Isso trouxe uma mudança significativa nas necessidades de espaço nas nossas casas, tornando a criação de espaços de trabalho eficientes uma prioridade que veio para ficar. Os escritórios em casa, antes uma raridade, tornaram-se uma necessidade para muitos. Os projetos de design de interiores passaram a incorporar de forma diferente a funcionalidade dos espaços de trabalho, com ênfase na ergonomia, na iluminação adequada e na separação do espaço pessoal e profissional.

Já no que respeita aos escritórios e espaços empresariais, a realidade também se alterou significativamente, principalmente no contexto de organizações mais progressistas e com foco em políticas de bem-estar e produtividade. Neste âmbito verifica-se uma tendência de reforço da importância dada a espaços mais funcionais. Os projetos de design de interiores passaram a enfatizar ambientes abertos, flexíveis, cores claras e elementos naturais. As áreas de lazer, de prática de atividades de grupo ou individuais, como por exemplo salas de meditação e até de descanso passaram a integrar os programas funcionais de diversos escritórios.

É neste contexto que a cerâmica, um material de forte tradição na indústria portuguesa, desempenha um papel importante. As suas características de durabilidade, higiene, versatilidade e variedade de designs tornam-no uma escolha preferencial para revestimentos e acabamentos em ambientes domésticos e comerciais.

A cerâmica também é reconhecida pela sua facilidade de manutenção, uma consideração crucial para novos

Tendências

riores ou à arquitetura, permitindo uma ampla gama de estilos, desde clássicos até modernos, contemporâneos, minimalistas, etc. Com uma diversidade enorme no que respeita a cores e texturas, a cerâmica é capaz de se adaptar a qualquer visão de design de interiores, podendo ser aplicada em pisos, paredes, bancadas, e muito mais. Combinada com inovações tecnológicas, como a cerâmica porcelânica, oferece uma solução completa para ambientes sofisticados ou de natureza mais práticas. As perceções das pessoas sobre a cerâmica podem ser influenciadas por vários fatores, incluindo design, durabilidade, facilidade de manutenção, versatilidade, conforto, sustentabilidade e preço. À medida que as prioridades pessoais evoluem, esses fatores podem ganhar mais ou menos peso nas decisões de design e decoração.

Conclusão: públicos que valorizam estas características. Além disso, a sustentabilidade está no centro das preocupações, e a cerâmica, pela sua durabilidade e capacidade de reciclagem, é um material que responde perfeitamente e com eficiência a este paradigma que é primordial nos projetos de design de interiores.

A versatilidade da cerâmica é outra característica a ter em consideração no que respeita ao design de inte-

À medida que a sociedade abraça o trabalho remoto e à distância, as habitações e escritórios passam por uma transformação profunda. Os projetos de design de interiores desempenham um papel fundamental na criação de espaços funcionais, agradáveis e produtivos. Por sua vez, a cerâmica, com sua tradição e inovação na indústria portuguesa, emerge como um material versátil e sustentável que se adapta às tendências atuais e futuras.

À medida que os estilos de vida continuam a evoluir, a cerâmica permanece como uma escolha sólida dos nossos projetos, quer seja para habitação particular ou escritórios. A responsabilidade ambiental deste material promete ser cada vez mais influenciado pela versatilidade e inovação da cerâmica portuguesa.

Tend Ncias E Viv Ncias

A atualidade segue rumo virado para a inovação, para a tecnologia, privilegiando o digital em detrimento do analógico. Antecipa-se um futuro despojado de tudo aquilo que é considerado menos adequado a este novo tempo, refletido, aliás, pela crescente obsolescência de produtos, hoje absolutamente inovadores, amanhã quase antiquados e absolutos, em múltiplas áreas de atividade, sendo o setor rodoviário um excelente exemplo desta profunda renovação.

É uma das áreas que, nos últimos tempos, evidencia uma renovação profunda e acelerada, seja pela possibilidade de configurar e até comprar um automóvel por canal digital (longe vão os tempos em que ninguém comprava um veículo antes de o experimentar no terreno), seja pelos novos modelos de comercialização, seja pela constante busca de uma mobilidade integrada e mais sustentável.

É este, felizmente, o novo paradigma, numa tentativa de proteger o nosso planeta e as gerações vindouras.

Nesta senda vem também o anúncio do Orçamento de Estado para 2024. Veja-se, a propósito, o Programa de Incentivo ao Abate de automóveis ligeiros em fim de vida, com matrículas até 2007, com dotação orçamental de cerca de 130 milhões de euros.

A tendência é, efetivamente, como vem dito, a substituição do tão útil e confiável veículo movido a combustíveis fósseis, primeiramente, pelos automóveis híbridos e, ulteriormente, por veículos completamente elétricos, com emissões zero. A ratio para esta mudança de paradigma é, na sua grande parte, movida por fatores ambientais – aproximamo-nos a rápido passo de perigosos limiares de aquecimento global, em muito relacionados com as emissões de carbono. A verdade é que também o “ dieselgate ” abalou a confiança dos consu- midores na aquisição de veículos movidos a diesel, porquanto despoletou uma regulamentação das emissões de poluentes muito mais rígida (atente-se, por exemplo, no Regulamento UE 2019/631 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de abril de 2019), que tende a aumentar o custo destes automóveis, tornando-os menos atrativos.

E, ao mesmo tempo, somos confrontados com uma política de reutilização, a par de uma tendência para a qual as gerações mais novas estão cada vez mais conscientizadas: a necessidade de reduzir a compra de novos itens, seja porque já se possui bem semelhante ou porque se reconhece a desnecessidade de adquirir novo bem em primeira mão. O vintage foi – como todos constatamos – recuperado dos confins dos armários e das casas (e garagens) dos avós e tornou-se a nova moda.

Encontramos aqui um novo padrão, aplicável também ao quesito automóvel, que deriva, desde logo, na seguinte questão: será preferível continuar a utilizar o veículo do início do século (ou até de final do século passado), já que aquele, efetivamente, ainda se encontra em bom estado de funcionamento, correndo o risco de ser declarado um risco ambiental andante; ou trocá-lo