REVISTA EDUCANEC ANO XVI | nº 3 AGO/DEZ/2025 ISSN 2238-3093

Ano XVI | nº3 AGO/DEZ/2025 ISSN 2238-3093

CONSTELAÇÕES DE ESPERANÇA:

ANEC PARTICIPA DO JUBILEU DO MUNDO EDUCATIVO EM ROMA ACONTECEU NA ANEC

POLÍTICAS EDUCACIONAIS

SEGUNDO SEMESTRE DE FORMAÇÃO: PRESIDENTES, REITORES E EQUIPES DE PASTORAL EM DIÁLOGO PARA FORTALECER A EDUCAÇÃO CATÓLICA

ANEC LANÇA AGENDA POLÍTICA NO CONGRESSO E REFORÇA PRESENÇA DA EDUCAÇÃO CATÓLICA NO DEBATE LEGISLATIVO

IDENTIDADE CONFESSIONAL UM ÍCONE PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA

PASTORAL O CURRÍCULO DO ENSINO RELIGIOSO: POTÊNCIA PARA UMA EDUCAÇÃO HUMANISTA

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Revista EDUCANEC

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A Campanha da Fraternidade 2026 nos traz a reflexão sobre fraternidade e moradia, reforçando a necessidade de fortalecer o nosso compromisso sociotransformador junto aos mais pobres.

Por isso, a partir da Boa Nova do Reino de Deus e em espírito de conversão quaresmal, destacamos a importância de refletir, junto às crianças e aos jovens, sobre moradia digna como prioridade e direito, junto aos demais bens e serviços essenciais a toda a população.

ÍNDICE 5

EDITORIAL

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Um ícone para a Educação Católica

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ANEC promove seminário para fortalecer a identidade confessional como diferencial estratégico na Educação Católica

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A Carta Apostólica “Desenhar novos mapas de esperança”, do Papa Leão

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A recepção do marco regulatório da EaD nas IES católicas

ANEC reforça engajamento em discussão sobre as Diretrizes Orientadoras para a Integração da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na educação nacional

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A diversidade institucional na Educação Superior

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O que muda na prática das coordenações pedagógicas com a inclusão nas escolas

Fórum de Reitores e Pró-reitores da ANEC destaca esperança e compromisso com o futuro da Educação Superior católica no Brasil

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ANEC homenageia Padre José Marinoni por contribuição na criação e consolidação da associação

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ANEC lança o livro “Saberes e práticas para uma Ecologia Integral” para inspirar o caminho rumo à COP 30

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Seminário Nacional de Pastoral Escolar fortalece a missão da educação católica no Brasil

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A adoção da Governança Corporativa em Instituições de Ensino: um caminho a trilhar na evolução da gestão educacional

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Museu Franciscano inaugura nova sede em Santa Maria (RS)

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EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE EM AÇÃO: UM PROJETO INTERDISCIPLINAR MOBILIZA ALUNOS E PROFESSORES NO COLÉGIO ESCOLÁPIO IBITURUNA, EM GOVERNADOR VALADARES (MG)

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Faculdade Santa Marcelina: uma comunidade acadêmica em Pastoral

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Jovens do Colégio Dom Bosco e do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), de Americana (SP), dedicam uma semana do recesso escolar de julho para vivenciar a Semana Missionária

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Economia com alma: juventudes, justiça social e esperança em movimento

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BETS: o vício silencioso que já chegou às nossas famílias

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ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS

Tijolo por Tijolo

Autora: Telma Guimarães

ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS

A morada de cada um Autor: Ricardo Mariz

Assista ao nosso vídeo e saiba mais sobre a campanha.

O currículo do Ensino Religioso: potência para uma educação humanista O currículo do Ensino Religioso: potência para uma educação humanista

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Papa Leão fala aos Agostinianos e aos comunicadores

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ANEC lança agenda política no Congresso e reforça presença da Educação Católica no debate legislativo

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Educação, fé e compromisso institucional: os primeiros meses de Ir. Iraní Rupolo à frente da Presidência da ANEC

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Constelações de Esperança: ANEC participa do Jubileu do Mundo Educativo em Roma

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Fórum Nacional de Educação Católica 2026: unidade, esperança e futuro para a missão educativa

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Presidente da Frente Católica vivencia imersão na ANEC e firma compromissos com a educação católica

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Senado destaca o papel da educação católica e reforça compromissos do Pacto Educativo Global em sessão especial

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Fórum de Presidentes e Gestores de Mantenedoras reúne líderes da Educação Católica para debater governança e liderança transformadora

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EDITORIAL

Conheça os parceiros ANEC A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil tem como finalidade atuar em favor de uma educação de excelência, promover uma educação cristã evangélico-libertadora, entendida como aquela que visa à formação integral da pessoa humana - sujeito e agente de construção de uma sociedade justa, fraterna solidária e pacífica segundo o Evangelho e o ensinamento social da Igreja.

CONSELHO SUPERIOR Pe. Sérgio Eduardo Mariucci - Presidente Ir. Adair Aparecida Sberga - Vice-Presidente Ir. Maria Aparecida Matias de Oliveira - Secretária Pe. Luís Henrique Eloy e Silva - Conselheiro Dom João Justino de Medeiros Silva - Conselheiro Maria Amalia Pie Abib Andery - Conselheira Ir. Paulo Fossatti - Conselheiro Ir. Patricia Silva de Vasconcelos - Conselheira Pe. João Carlos Almeida - Conselheiro Carmem Murara - Conselheira Deivid Carvalho Lorenzo - Conselheiro Ir. Rogério Renato Mateucci - Conselheiro DIRETORIA NACIONAL Ir. Iraní Rupolo – Diretora-Presidente Pe. Charles Lamartine – Vice-Presidente Pe. Geraldo Adair Da Silva – Diretor 1° Secretário Ir. Marisa Oliveira De Aquino – Diretora 2ª Secretária Ir. Marli Araújo da Silva – Diretora 1ª Tesoureira Ir. Carolina Mureb Santos – Diretora 2ª Tesoureira CONSELHO EDITORIAL Pe. João Batista Gomes de Lima - Diretor-Presidente Guinartt Diniz - Secretário-Executivo Fabiana Deflon - Gerente da Câmara de Mantenedoras Gregory Rial - Gerente da Câmara de Ensino Superior Meily Cassemiro - Gerente da Câmara de Educação Básica Anna Catarina Fonseca - Gerente de Comunicação e Marketing ASSESSORIA PRODUÇÃO DE CONTEÚDO Comunicação Conectada DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO Agência Kharis BANCO DE IMAGENS Freepik REVISÃO DE TEXTOS Raquel Cruz A Revista EDUCANEC é uma publicação da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC).

As matérias publicadas nesta Revista representam a opinião de seus autores.

Desenhar novos mapas de esperança É com imensa alegria, gratidão e esperança que apresento a você a nova edição da EducANEC, a primeira publicada sob minha Presidência. Desde agosto, quando assumi esta missão, vivi meses intensos de encontros, escutas, celebrações, conquistas institucionais e momentos marcantes para toda a Educação Católica. Cada passo desse percurso confirma que, quando caminhamos juntos, somos mais fortes, mais lúcidos e mais capazes de servir ao Evangelho por meio da educação.

Nestes primeiros meses, a ANEC vivenciou um importante momento no Jubileu do Mundo Educativo, em Roma; aprofundou seu compromisso com o Pacto Educativo Global, fortaleceu sua presença política no Congresso Nacional, celebrou os 80 anos de sua história com maturidade institucional e renovou sua identidade pastoral e confessional. Esses marcos são sinais de que o Espírito continua conduzindo nossa missão e pedindo de nós coragem, discernimento e unidade.

A revista que você tem em mãos reforça a necessidade de sermos pontes, constelações que se unem, redes que se conectam, instituições, pesquisadores, gestores, professores e colaboradores para iluminar, a partir da fé, temas que estão no centro das transformações contemporâneas: a refundação espiritual da educação proposta pelo Papa Leão XIV; a governança das nossas instituições; os desafios regulatórios da Educação Superior; a riqueza da diversidade institucional; o imperativo ético da inclusão nas escolas; o papel humanizador do Ensino Religioso; e a força de uma Pastoral Escolar que assume seu lugar estratégico na vida das instituições.

Nosso compromisso é evidente: queremos que a educação católica continue a ser farol, presença transformadora na sociedade e sementeira de esperança. Em um mundo fragmentado, acelerado e, por vezes, exausto, educar continua a ser o gesto mais forte de confiança no futuro. Por suas palavras, o Papa afirma que educar é “desenhar novos mapas de esperança no céu da história”. Essa é a ousadia que a ANEC assume constantemente com humildade e determinação.

Também celebramos, nesta edição, o ícone “Jesus, Mestre da Esperança”, abençoado pelo Santo Padre na celebração do Jubileu da Educação 2025. Mais que um símbolo, ele é um convite para recentrarmos nossa missão n’Aquele que caminha conosco e que, antes de ser Mestre, é Esperança encarnada.

Que Ele seja a inspiração de cada educador e instituição a guiar e manter a fé como horizonte e a pessoa humana no centro de tudo.

Que esta edição da EducANEC seja, ao mesmo tempo, agradecimento pelo caminho percorrido e chamado à esperança do que temos a construir juntos. Em 2026, daremos continuidade a projetos essenciais, formações qualificadas e encontros que fortalecem nossa missão. Entre eles, destaco o Fórum Nacional de Educação Católica e a Assembleia Ordinária, que realizaremos em abril, em Brasília, e será um momento privilegiado de reflexão, comunhão e discernimento que queremos fazer juntos: mantenedoras e instituições.

Sigamos firmes, com fé serena, compromisso social e coragem. Juntos, formamos uma constelação educativa, chamada a brilhar unida, iluminar caminhos para milhões de estudantes e famílias.

Maria, Sede da Sabedoria, acompanhe nossas instituições e ajude a educação católica a desenhar novos mapas de esperança.

Com estima fraterna,

Ir. Iraní Rupolo, fscj Diretora-Presidente da ANEC

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Revista EDUCANEC | IDENTIDADE CONFESSIONAL

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a mensagem mais importante”, explica Maria.

A artista também destaca o caráter espiritual do trabalho: “A sabedoria divina provém da escuta da Palavra de Deus e tendo Jesus como centro de nossas vidas”. Para ela, o ícone convida ao encontro com o olhar de Cristo, um olhar que precede o nosso. “Antes mesmo de contemplarmos Jesus no ícone, Ele nos contemplou.”

A Ir. Carolina Mureb, diretora de Pastoral da ANEC e membra da Sociedade Brasileira de Teologia Moral, explica que o ícone foi idealizado como uma janela aberta ao mistério de Deus, que “nunca se esgota” e convida à contemplação e à gratidão.

UM ÍCONE PARA A EDUCAÇÃO CATÓLICA “Jesus, Mestre da Esperança” inspira escolas e IES católicas a vivenciarem a fé, a comunhão e o compromisso educativo.

Em sintonia com o Ano Jubilar “Peregrinos de Esperança”, convocado pelo Papa Francisco, e com as comemorações dos 80 anos de fundação da ANEC, o ícone “Jesus, Mestre da Esperança”, foi criado como símbolo maior da Peregrinação da Esperança 2025-2027. A iniciativa propõe um movimento de fé e comunhão entre escolas e instituições de ensino superior católicas de todo o Brasil, para celebrar a missão evangelizadora da educação e preparar o caminho para o VIII Congresso Nacional de Educação Católica, que ocorrerá em 2027, no Rio de Janeiro.

O ícone foi criado pela artista plástica Maria Fonseca, que se dedica à arte sacra há mais de 25 anos e possui obras presentes em mais de dez

estados brasileiros. O processo de criação, segundo ela, foi desenvolvido “em conjunto com os coordenadores da ANEC”, a partir de um briefing que orientou uma iconografia poética, teológica e catequética. No centro da obra, está Cristo, de quem brota a Árvore da Vida, símbolo da verdadeira sabedoria e da origem da esperança.

Entendo Cristo estando ao centro do ícone e dele surge a Árvore da Vida, de onde vem a verdadeira sabedoria. Para mim, essa é

Queremos contemplar e agradecer o que Deus permitiu que a ANEC realizasse em sua história de 80 anos: a vida de tantos religiosos e religiosas, leigos e leigas que contribuíram para sua solidez institucional e todo o trabalho de articulação e defesa da Educação Católica no país”, afirma.

Segundo ela, o ícone, que teve a graça de ser abençoado pelo Santo Padre no dia 31 de outubro, na Praça São Pedro, em frente à Basílica de mesmo nome, sob as mãos da presidente da ANEC, Irmã Iraní Rupolo, também reflete o sentido jubilar de alegria e renovação da fé. “O Ano Santo convocado pelo Papa Francisco é tempo de gratidão e revigoramento da esperança de que o Senhor permanece caminhando conosco”. Nesse espírito, a Peregrinação da Esperança é um convite à oração,

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à partilha e à visibilidade pública da Educação Católica. “Será ocasião para as comunidades educativas se reunirem para rezar, refletir e partilhar, envolvendo bispos, padres e famílias nas celebrações e nas mídias locais”, completa.

O ícone “Jesus, Mestre da Esperança” é, também, uma síntese dos sete compromissos do Pacto Educativo Global, proposto pelo Papa Francisco em 2019. Ele recorda que todo processo educativo é comunitário e coletivo, nascendo da aliança entre família, escola e sociedade. Essa dimensão relacional expressa a própria concepção cristã da educação, em que a pessoa está no centro do processo pedagógico por ser imagem e semelhança de Deus (imago Dei).

A Ir. Carolina destaca, ainda, a relevância simbólica e pedagógica do ícone para os educadores: “Os professores são convidados a contemplar em Jesus o modelo de mestre e de pessoa. Ele viveu as incertezas e alegrias de um projeto que nem sempre foi acolhido ou valorizado, mas cuja semente dá frutos até hoje”. Nessa perspectiva, o ícone propõe uma educação solidária, transformadora e enraizada na Doutrina Social da Igreja, unindo fé e compromisso social.

Para favorecer esse momento de comunhão, o Setor de Pastoral da ANEC preparou subsídios celebrativos e pedagógicos que poderão ser utilizados pelas escolas e instituições durante o período em que acolherem o ícone. Esses materiais, disponíveis no site da ANEC, reúnem roteiros, orações e reflexões que ajudam a integrar fé, arte e missão educativa no cotidiano das comunidades escolares.

Ao atravessar o país, o ícone “Jesus, Mestre da Esperança” marca uma celebração institucional e renova o chamado a uma educação que evangeliza, humaniza e transforma. Assim como do Cristo brota a Árvore da Vida, das instituições educacionais católicas brotam as sementes da esperança, cultivadas pela fé, pela sabedoria e pela certeza de que o Mestre continua a caminhar com cada educador, estudante e família.

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Concílio Vaticano II, ao colocar a educação no centro da missão eclesial, não a tratou como serviço auxiliar, mas como “a própria trama da evangelização: é na educação que o Evangelho se faz relação, cultura, experiência e transformação” (n. 1.1). A educação, portanto, é o lugar onde a fé se traduz em humanidade e onde a caridade cristã ganha corpo social. Trata-se de um alerta, já no começo da carta, à tentação de secundarizar a educação na agenda eclesiástica. O Papa sabe que, sem um projeto educativo, a evangelização não atinge o cerne da alma humana, aquilo que Edith Stein chamava de “a alma da alma”.

A CARTA APOSTÓLICA “DESENHAR NOVOS MAPAS DE ESPERANÇA”, DO PAPA LEÃO Um convite a construir pontes na Educação Católica A Carta Apostólica Desenhar novos mapas de esperança, lançada em 28 de outubro de 2025, em comemoração aos 60 anos da Declaração Gravissimum Educationis, do Concílio Vaticano II, marca um momento histórico: é o primeiro texto magisterial do Papa Leão XIV inteiramente dedicado à educação, embora o tema já estivesse presente em diversos discursos e intervenções.

Herdeiro de uma sólida tradição agostiniana, Leão traz para o magistério a experiência de quem compreende a educação como caminho interior e diálogo entre fé e razão – uma herança amadurecida ao longo da trajetória como frade agostiniano, superior-geral da ordem e bispo e grão-chanceler da Universidade Católica Santo Toríbio de Mogrovejo, no Peru, onde cultivou um olhar pastoral e intelectual sobre a formação integral da pessoa.

Com ousadia e profundidade, o Papa relança o Pacto Educativo Global, ampliando-o com novos compromissos – a vida interior, o digital humano e a paz desarmada – e propõe à Igreja e ao mundo uma verdadeira refundação espiritual e cultural da educação: educar, para ele, é o modo mais alto de semear esperança no coração da história. Em quatro pontos, vamos aprofundar o sentido da Carta Apostólica e ressoá-la no nosso contexto educacional brasileiro.

A Gravissimum educationis e a ousadia de educar Ao recordar os 60 anos da Gravissimum educationis, o Papa Leão XIV evita fazer uma comemoração nostálgica e busca ressaltá-la como um manifesto de esperança. Ele relembra que o

Para Leão XIV, educar exige coragem evangélica. Ele reconhece que é necessário relançar o impulso e conciliar num contexto que mudou radicalmente: um mundo “complexo, fragmentado e digitalizado”, onde as certezas se dissolvem e o sentido se dispersa. Nesse cenário, o Papa não propõe um retorno às antigas formas, mas uma renovação criativa, fiel ao espírito do Concílio, que apostava na abertura, no diálogo e na leitura dos “sinais dos tempos”. Ao falar da rica tradição educacional católica, o Papa usa a expressão “esse patrimônio não está engessado: é uma bússola que continua a indicar a direção e a falar da beleza da viagem”.

Contra os modismos que cercam a Educação Católica de se recuperar um estilo educativo anacrônico, pretensiosamente chamado de “clássico”, o Papa fala de uma “cosmologia da paideia cristã”, expressão que evoca a visão de conjunto da tradição educativa da Igreja – uma sabedoria que integra fé e razão, pensamento e vida, conhecimento e justiça. Essa “cosmologia” não é um sistema fechado, mas uma constelação viva de experiências e carismas que atravessam os séculos e mantêm acesa a chama da esperança. É ela que permite à Igreja não se encastelar, mas lançar-se ao mar das transformações, guiada pela convicção de que “o Evangelho não envelhece, mas faz novas todas as coisas”.

Leão XIV também recupera uma dimensão ética e social da Gravissimum educationis: a educação como dever de justiça. Diante dos milhões de crianças e jovens privados de instrução básica, o Papa pergunta com veemência: “como poderíamos não agir?”. Ele recorda que a educação é ato de compaixão, mas também de reparação — porque “a educação dos pobres não é um favor, mas um

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dever” –, expressão que canoniza a responsabilidade social da educação e que alerta para o perigo da elitização das instituições educacionais católicas. Nesse sentido, educar é um gesto político e profético: político, porque toca as estruturas sociais e rompe os ciclos da exclusão; profético, porque anuncia que o Reino de Deus começa sempre onde alguém aposta no crescimento do outro.

Assim, Leão XIV devolve à Gravissimum educationis a força original de restabelecer o direito universal à educação como ação emancipatória. Educar é ousar – crer na pessoa humana, abrir caminhos de sentido, servir o Evangelho no campo onde ele mais se encarna: a formação integral de cada pessoa e de toda a sociedade. É a ousadia de fazer da educação, como ele mesmo escreve na Dilexi Te, “uma das expressões mais altas da caridade cristã” – aquela que ensina, liberta e recria a vida.

2. Constelações, coral e coreografia Ao longo da carta, o Papa Leão XIV recorre a três imagens poéticas com força teológica – constelação, coral e coreografia – para exprimir a visão relacional e comunitária da educação. Essas imagens traduzem um verdadeiro método espiritual e pedagógico, uma forma de compreender o ato educativo como experiência de comunhão e harmonia, como um “nós” que gera vida.

A constelação é a primeira imagem, e talvez a mais emblemática da carta. Nela, o Papa vê o mundo educativo católico como um tecido de luzes interligadas, uma rede viva e plural de escolas, universidades, centros de pesquisa, comunidades, movimentos e congregações religiosas.

Cada estrela tem o brilho próprio – o carisma de uma fundadora, a tradição de uma ordem, o trabalho cotidiano de um professor, a intuição de um educador local –, mas o sentido pleno só emerge quando todas brilham juntas. “Onde antes houve rivalidade”, escreve o Papa, “hoje pedimos às instituições que convirjam: a unidade é a nossa força mais profética”. Aqui tem-se um importante alerta para aqueles que alimentam um espírito cismático no âmbito da educação. Especialmente no Brasil, em que crescem grupos que se autointitulam “verdadeira Educação Católica” para se contrapor às obras educacionais seculares da Igreja e que se entrincheiram ideologicamente, alimentando pola-

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rizações eclesiásticas, o chamado do Papa à unidade na diversidade torna-se urgente. Sabe-se que as diferenças existirão e que os tensionamentos fazem parte da dinâmica eclesial. As divergências de concepções pedagógicas e pastorais são comuns e devem ser administradas sempre no espírito de unidade.

cipar da “dança da vida”, uma coreografia que envolve corpo e alma, fé e razão, teoria e prática, espiritual e humano, local e global. Cada gesto educativo é um passo dentro de uma dança mais ampla: a de Deus, que se comunica com o mundo e o convida a mover-se em harmonia com o amor criador.

O espírito cismático, divisor, vem do maligno e não contribui para que a constelação brilhe. Essa constelação, portanto, não é uma soma de obras dispersas, mas um corpo em comunhão. O que dá coerência ao conjunto não é a uniformidade, mas a convergência: o olhar comum sobre o essencial, o compromisso compartilhado com a dignidade da pessoa humana e a missão evangelizadora da Igreja. Como as estrelas que orientam o navegante na noite, as instituições católicas são chamadas a indicar rumos em meio à desorientação cultural e moral do mundo contemporâneo, ajudando a humanidade a reencontrar o norte da esperança.

A coreografia proposta por Leão XIV é um humanismo integral em movimento: uma educação que não separa, mas integra; que não impõe, mas convida; que não adestra, mas desperta. Ela exige educadores coreógrafos, aqueles que saibam compor ritmos e dar forma à convivência, que saibam traduzir o Evangelho em gestos cotidianos e em práticas pedagógicas concretas. A coreografia, imagem do movimento coordenado à sinfonia, é garantia de sobrevivência.

A segunda imagem, o coral, aprofunda essa ideia e desloca o foco da estrutura para a relação.

Educar, para Leão XIV, é sempre um ato coral, uma “obra coletiva” em que vozes diversas se encontram e se afinam. No coral educativo, ninguém canta sozinho: professores, famílias, estudantes, consagrados, gestores e a sociedade civil compõem, juntos, uma melodia comum. Essa metáfora reforça uma convicção fundamental do Papa: a educação é inseparável da comunidade. O verdadeiro educador não é o solista isolado, mas o maestro que sabe ouvir, ajustar e favorecer o encontro entre timbres e ritmos.

O coral, no magistério de Leão XIV, é também um antídoto contra o individualismo e o tecnocratismo. Em um tempo em que o conhecimento tende a fragmentar-se e o ensino a transformar-se em serviço, o coral recorda que o processo educativo é relação e presença, escuta e diálogo. Cada voz tem o direito de ser ouvida; cada diferença é potencial harmonia, se posta a serviço do bem comum. Educar é dar forma a uma sinfonia de saberes e afetos, em que a diversidade se torna beleza e a colaboração se torna arte.

Por fim, a imagem da coreografia, inspirada numa expressão do Papa Francisco, introduz uma dimensão dinâmica e criativa. Se a constelação remete ao brilho e o coral à escuta, a coreografia fala de movimento e integração. Educar é parti-

As três imagens – constelação, coral e coreografia – formam, juntas, uma trilogia da comunhão educativa. Elas expressam o coração da pedagogia relacional de Leão XIV: educar é integrar, compor, fazer comunhão. É descobrir que o ato educativo é, antes de tudo, um exercício espiritual de sintonia, no qual fé e cultura, razão e emoção, tradição e inovação se unem para desenhar novos mapas de esperança no céu da humanidade.

3. Relançar o Pacto Educativo Global Para o Papa Leão XIV, o Pacto Educativo Global é uma das heranças mais proféticas do pontificado de Francisco – uma estrela polar que orienta a travessia do mundo educativo num tempo de dispersão e incerteza. O Papa não o toma como um projeto concluído, mas como um processo vivo, que precisa ser continuamente relançado, recriado e enraizado nas realidades concretas das escolas, universidades e comunidades educativas.

Relançar o Pacto, na visão de Leão XIV, significa abrir uma nova estação educativa, capaz de falar ao coração das novas gerações e de devolver à educação a sua função espiritual, ética e civilizatória. Leão XIV parte de um diagnóstico realista: as rápidas transformações culturais, a hiperconectividade digital e a crise das relações humanas colocaram a educação diante de desafios inéditos.

Nesse contexto, conservar o que já foi feito não basta. É preciso recompor o elo entre conhecimento e sentido, competência e fé, técnica e humanidade, unindo o saber ao sabor da espe-

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rança.

O Papa insiste que o Pacto não é um programa nem um protocolo, mas um chamado a formar alianças. Ele é “a estrela polar” porque recoloca no centro a pessoa humana e orienta a convergência de esforços entre Igreja, famílias, sociedade civil, instituições políticas, comunidades religiosas e organizações internacionais. O verbo central do Pacto é convergir, pois ninguém educa sozinho, e nenhuma instituição pode isolar-se num mundo interdependente. Por isso, Leão XIV fala do Pacto como uma “constelação educativa global”, em que carismas e instituições diversas formam um desenho unitário e luminoso, o mesmo que ele descreve na imagem das constelações.

Ao relançar o Pacto, o Papa propõe três prioridades que atualizam seu horizonte humanista e respondem às urgências do nosso tempo. a. Vida interior: redescobrir a profundidade Em um mundo saturado de estímulos e vazio de sentido, os jovens pedem profundidade. O Papa reconhece essa sede e convida as instituições educativas a criarem espaços de silêncio, discernimento e escuta de si mesmos, dos outros e de Deus. A vida interior não é um luxo espiritual, mas a condição para a liberdade e para a autenticidade. Educar, nesse contexto, é formar pessoas capazes de sustentar perguntas, de lidar com a incerteza e de buscar o bem. A interioridade é o antídoto contra o superficialismo e o imediatismo que corroem a experiência educativa contemporânea.

b. Digital humano: colocar a pessoa antes do algoritmo Leão XIV dedica especial atenção ao ambiente digital, o qual ele chama de “novo espaço educativo”. Longe de condená-lo, o Papa reconhece o potencial criativo e alerta para os riscos da desumanização. O desafio é habitar o digital com sabe-

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doria, humanizando as tecnologias e harmonizando as inteligências técnica, emocional, social e espiritual. O “digital humano” que ele propõe é um campo de responsabilidade ética e pedagógica: formar pessoas para usar as tecnologias com discernimento, proteger a privacidade e o bem comum, e resistir à lógica da manipulação e do consumo. Assim, a Educação Católica é chamada a liderar uma alfabetização ética e espiritual do mundo digital, cultivando a consciência crítica e a empatia.

c. Paz desarmada e desarmante: educar para o diálogo e a reconciliação O terceiro eixo é a paz. Leão XIV denuncia as “guerras educativas” de narrativas, ideologias e culturas que alimentam a polarização e a desconfiança. Relançar o Pacto significa educar para uma paz desarmada e desarmante, que substitui a linguagem da agressão pela da misericórdia, e o medo pela hospitalidade. O Papa propõe uma pedagogia da reconciliação: ensinar a desarmar as palavras, a escutar sem reduzir o outro, a dialogar com quem pensa diferente. Essa paz é ativa, transformadora e começa nos ambientes educativos, onde se aprende a convivência como arte e vocação.

Para Leão, relançar o Pacto é reacender a esperança pedagógica da Igreja. A Educação Católica, diz ele, deve ser “vanguarda de um novo humanismo educativo”, capaz de integrar as dimensões espiritual, cultural e social da vida. Isso implica coragem para abrir portas, compromisso com os pobres, políticas inclusivas e qualidade na formação docente. Onde o acesso à educação é privilégio, a Igreja deve criar caminhos; onde há indiferença, deve acender o desejo de aprender; onde há desesperança, deve ensinar a esperar.

4. Redescobrir o papel da Educação Católica no século XXI Ao longo de todo o texto Desenhar novos mapas de esperança, o Papa Leão XIV dirige-se diretamente às instituições católicas de ensino, chamando-as a uma redescoberta da própria vocação educativa. Ele parte de uma convicção clara: a Educação Católica não pode limitar-se a conservar o que foi; deve reinventar-se como presença transformadora no coração do mundo con-

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temporâneo.

O Papa descreve esse tempo como uma “intuição a ser aproveitada antes que escape”.

Essa imagem sintetiza bem sua visão: o século XXI é um tempo rápido, fluido, inquieto, mas também fértil, cheio de oportunidades espirituais, culturais e tecnológicas. Nesse contexto, a Educação Católica deve habitar o presente com discernimento e coragem, a fim de evitar dois extremos igualmente perigosos: a tentação do fechamento nostálgico, que paralisa, e a do pragmatismo vazio, que dissolve a identidade.

Leão XIV afirma que a escola e a universidade católica devem ser farol, não refúgio. O farol ilumina e orienta no meio das tempestades, de modo a oferecer direção sem se afastar da realidade; o refúgio, ao contrário, isola e protege, mas deixa o mundo no escuro. O papel da Educação Católica, portanto, é estar no centro da vida social e cultural, dialogando com o mundo sem perder a alma.

Trata-se de um equilíbrio delicado, que só se alcança quando a identidade se faz serviço, e não fronteira.

O Papa define esse novo papel em termos concretos: a escola e a universidade católica devem ser laboratórios de discernimento e inovação pedagógica. Laboratório, porque nelas a fé se experimenta, se testa, se traduz em ação; discernimento, porque educar é ajudar a ler os sinais de Deus na história, a reconhecer as vozes do Espírito no meio da complexidade contemporânea. Nesses laboratórios, a inovação não se opõe à tradição; pelo contrário, nasce dela. “Unir tradição e futuro, fé e cultura, espiritualidade e ciência” é a síntese que Leão XIV propõe para as instituições católicas do nosso tempo.

A Educação Católica, segundo o Papa, mantém a pessoa humana no centro, reafirmando a dignidade inalienável de cada vida e formando cidadãos capazes de servir e crentes capazes de testemunhar. Essa centralidade, porém, não é uma abstração: manifesta-se no compromisso com a justiça, na inclusão dos pobres, no cuidado com a casa comum e na promoção da paz. Onde o mundo tende à indiferença, a escola católica é chamada a ensinar a compaixão; onde há desesperança, a reacender o desejo de sentido; onde reina a fragmentação, a reconstruir o vínculo humano e espiritual que une a aprendizagem à vida.

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Leão XIV insiste que esse caminho passa pela palavra desarmada e pelo coração guardado.

“Desarmar as palavras” é aprender a educar sem violência verbal, sem imposição ideológica, com mansidão e escuta. “Guardar o coração” é cultivar a interioridade e o silêncio que protegem a vida interior de educadores e estudantes, o que impede que a pressa ou o ruído do mundo sufoque a alma.

Educar, nessa perspectiva, é, também, um ato contemplativo, um exercício de sabedoria que transforma o conhecimento em caridade e o estudo em comunhão.

A missão, portanto, não é apenas ensinar, mas formar pessoas capazes de olhar o céu e contar as estrelas – imagem que o Papa toma de Gênesis 15,5 para falar da fé de Abraão. Educar é fazer o mesmo gesto: elevar o olhar, despertar a esperança e perceber o invisível. A Educação Católica deve gerar pessoas que unam sabedoria e esperança, que saibam fazer da ciência um caminho para o bem, e do saber um serviço à vida.

Ao concluir a carta, Leão XIV confia essa missão à Virgem Maria, Sede da Sabedoria, e aos santos educadores, invocando-os como companheiros de viagem de todos os que se dedicam à missão educativa. Ele pede que pastores, leigos, professores e estudantes se tornem “coreógrafos da esperança” – expressão que sintetiza o espírito da Carta. O educador, nesse sentido, é um artista da convivência e da fé: compõe gestos, harmoniza diferenças e ensina a dançar a vida no ritmo do Evangelho.

Assim, redescobrir o papel da Educação Católica, no século XXI, é recriar a vocação de esperança. É compreender que o maior testemunho da Igreja, no campo da educação, não está nas estruturas ou nos números, mas na capacidade de formar pessoas que aprendam a amar, discernir e servir. Como diz o Papa, educar é sempre um ato de criação. No século XXI, essa criação deve ser luminosa e desenhar novos mapas de esperança no céu do nosso tempo.

Gregory Rial Doutor em Comunicação Social.

Mestre em Filosofia.

A RECEPÇÃO DO MARCO REGULATÓRIO DA EAD NAS IES CATÓLICAS O novo marco regulatório da Educação a Distância trouxe às Instituições de Ensino Superior (IES) católicas o desafio de ir além do cumprimento de normas. A mudança exige o realinhamento da missão, dos modelos pedagógicos e da presença territorial, de modo a garantir qualidade, sustentabilidade e identidade institucional.

As universidades católicas vivem um momento de balanço entre a preservação da identidade formativa – voltada à formação integral, ética e social – e as exigências legais que reforçam a necessidade de infraestrutura, acompanhamento pedagógico e presença acadêmica qualificada.

Para o reitor da Unilasalle, Ir. Cledes Antônio Casagrande, “manter a oferta de cursos de graduação com qualidade e acessíveis às pessoas que mais necessitam, sobretudo em regiões missionárias, é o cerne deste processo”. Ele ressalta que a identidade católica pode dialogar com a inovação pedagógica: “o semipresencial e as metodologias ativas são compatíveis com nossa missão, desde que haja equilíbrio entre inovação, qualidade, sustentabilidade e identidade institucional”.

Na PUC-Minas, o secretário de Planejamento, Marcos André Silveira Kutova, observa que a regulação “nivelou o campo ao exigir padrões mínimos, o que, para as IES católicas, representa

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uma oportunidade, já que a busca pela formação integral, acessível e de qualidade já faz parte de nossas missões”. Ele alerta que “crescimento em escala não deve ser a prioridade; a resposta mais adequada está em crescer em

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ados em projetos semestrais desenvolvidos em parceria com empresas e organizações. O modelo promove a interação entre professores e alunos, bem como gera economia ao permitir o reuso qualificado de materiais.

O Claretiano concentra polos em locais de maior infraestrutura, estratégia que, segundo Ribeiro, pode ser expandida por meio de arranjos colaborativos entre instituições católicas que atuam em uma mesma região. A Unilasalle reforça que qualquer expansão deve considerar missão e comunidade: “é preciso evitar que a busca por crescimento nos afaste do vínculo com os contextos locais”.

rede e aprofundar os vínculos locais”.

Já o gerente executivo do Claretiano, Evandro Tuka Ribeiro, reflete sobre a experiência de quem atua em uma instituição com grande capilaridade nacional: “o cenário atual exige um reposicionamento institucional profundo, com revisão de portfólios, redução e concentração estratégica de polos e investimentos em tecnologia”. Segundo ele, o marco “funciona como uma força motriz para mudanças estruturais que preservem a presença territorial sem comprometer a viabilidade financeira”.

Um ponto de convergência entre os gestores é a defesa da cooperação como caminho para alcançar escala sem perder identidade. “A escala deve ser buscada em rede, e não individualmente”, afirma Kutova. Ele destaca que o compartilhamento de formação docente, materiais didáticos e estruturas de governança pode reduzir custos e, ao mesmo tempo, preservar a identidade acadêmica das instituições.

Essa lógica aparece em práticas, como as da PUC Minas, que estruturou cursos EaD base-

Na área da saúde, os efeitos da regulação são ainda mais concretos. Para a professora Celina Bartalotti, Diretora Acadêmica do Centro Universitário São Camilo, a medida representa “um avanço ao resguardar práticas essenciais à formação em saúde, como avaliações e estágios presenciais, além do desenvolvimento de competências interpessoais“. Habilidades humanas e sensíveis exigem interação presencial, e a restrição da oferta de cursos da saúde em EaD é um passo importante para garantir qualidade”.

Ela pondera que “a melhoria depende de monitoramento contínuo, de estudos longitudi-

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presenciais, o que exige das IES católicas uma análise criteriosa sobre oferta, estrutura de polos e políticas de mensalidade.

• Revisão de portfólios: priorizar cursos alinhados às capacidades institucionais e ao impacto social, evitando redundâncias.

As análises convergem no ponto de que a EaD, quando bem estruturada, amplia o acesso,

• Racionalização de polos: concentrar operações em locais com infraestrutura adequada e maior potencial de captação, explorando parcerias locais.

• Cooperação em rede: compartilhar conteúdos, plataformas, formação docente e Governança para eficiência sem perda de identidade.

mas só se traduz em sucesso se houver engajamento, pertencimento e interação qualificada.

“Inclusão não é número de matrículas, é permanência e conclusão”, observa Celina, destacando que o desafio maior é criar condições para que os alunos se mantenham motivados e cheguem à conclusão dos cursos.

Kutova e Ribeiro enfatizam que modelos pedagógicos baseados em projetos e na mediação ativa, com tutores presenciais e professores conectados às comunidades locais, fortalecem a formação integral e favorecem a inserção profissional.

Casagrande reforça que “o semipresencial surge como uma ferramenta capaz de conciliar flexibilidade e vínculo formativo, atendendo estudantes que enfrentam restrições de horário ou distância sem abrir mão da qualidade acadêmica”.

As contribuições dos gestores resultam em recomendações para o setor, tais como as listadas a seguir.

nais e de ajustes durante a implantação”.

Segundo Celina, a transição também pode abrir espaço para instituições que mantêm cursos

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• Formação docente robusta: proporcionar capacitação continuada em ensino híbrido/EaD, mediação pedagógica e uso crítico de tecnologias.

• Foco na experiência estudantil: promover projetos por competência, tutoria ativa, avaliações formativas e estratégias de permanência e conclusão.

• Governança e sustentabilidade financeira: planejar expansão com base na sustentabilidade institucional, preservando a missão.

• Monitoramento e avaliação contínua: acompanhar impactos – especialmente em cursos da saúde – e ajustar políticas com base em evidências.

O novo marco regulatório representa, para as IES católicas, um chamado à responsabilidade institucional. Trata-se de reafirmar missão e modelo formativo. Como sintetiza o Ir. Cledes Casagrande: “O desafio está em conciliar expansão com qualidade e identidade”.

Se há obstáculos concretos da capilaridade à formação docente, passando pelos impactos na saúde, também existe a oportunidade de transformar esse momento em alavanca estratégica. Para as instituições que apostarem em planejamento consistente, cooperação e centralidade na experiência estudantil, a regulação pode se converter em um impulso para consolidar uma EaD mais qualificada, inclusiva e fiel à vocação social das IES católicas.

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singularidade institucional é uma constante na vida das IES. O Ir. Paulo observa que esse equilíbrio depende de múltiplos fatores interconectados (normativos, pedagógicos e culturais) e deve ser sustentado por um projeto de qualidade e equidade.

“Para fortalecer a identidade coletiva, sem sacrificar a singularidade de cada instituição, são fundamentais o alinhamento às normativas regulatórias, a atualização curricular e a adoção de metodologias inovadoras”, afirma. Ele destaca, ainda, a importância de que cada instituição mantenha a própria identidade, refletindo sua história e missão. “A construção de uma identidade coletiva robusta requer um equilíbrio delicado entre a conformidade com as normas, a inovação e a valorização da singularidade institucional.”

A DIVERSIDADE INSTITUCIONAL NA EDUCAÇÃO SUPERIOR A Educação Superior brasileira é marcada por uma pluralidade de instituições que espelha as dimensões continentais e a complexidade sociocultural do país. Universidades públicas, privadas e comunitárias coexistem em um ecossistema dinâmico, cada qual com missão, identidade e contribuições singulares para o desenvolvimento humano, científico e social. Essa diversidade reflete distintas formas de compreender e praticar a educação – do ensino à pesquisa, da extensão ao compromisso com o território.

Entre esses modelos, as instituições católicas e comunitárias têm desempenhado papel de destaque. Ao integrar tradição e inovação, elas

reafirmam a centralidade dos valores éticos e humanistas na formação de cidadãos comprometidos com o bem comum. Para o Ir. Paulo Fossatti, Conselheiro Nacional de Educação do CNE, presidente da UBEC e membro do Conselho Superior da ANEC, “o Brasil abriga uma diversidade rica de instituições de Educação Superior, incluindo públicas estatais, privadas e comunitárias. Essa pluralidade é importante para atender às demandas educacionais de um país de dimensões continentais. Cada tipo de instituição, com sua própria identidade e abordagem, busca garantir a qualidade do tripé ensino, pesquisa e extensão”.

O desafio de equilibrar identidade coletiva e

Após a discussão sobre identidade institucional, a reitora da PUC Goiás, profa. Olga Izilda Ronchi, apontou dois grandes desafios enfrentados pelas instituições comunitárias. “O desafio da sustentabilidade diante do quadro concorrencial altamente predatório, o equilíbrio financeiro implica na revisão dos custos do projeto pedagógico institucional, dos projetos de ensino, pesquisa e extensão. Compatibilizar essas demandas com mensalidades justas e competitivas que assegurem a permanência dos estudantes e os programas de bolsas do Prouni e outras ações institucionais têm sido um desafio gigantesco para a sustentabilidade das Instituições Comunitárias de Ensino Superior (ICES)”.

Ela também destaca a necessidade de rever os modelos de governança. “Outro desafio é a transição de modelo de governança que promova a sustentabilidade e assegure a identidade comunitária. A maioria das ICES brasileiras foram criadas nas décadas de 1950 e 1960, tendo como referência de organização administrativa e acadêmica as instituições públicas. Nos últimos anos, sob o forte impacto das tecnologias de informação e da comunicação, da emergência dos grupos empresariais que atuam no Ensino Superior, na oferta desregulada da gra-

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duação a distância, nas profundas mudanças de época que redefinem valores, influenciam comportamentos das juventudes, aliados a outros fatores, os modelos de gestão e governança das ICES entraram em crise evidenciando a premente necessidade de revê-los. A transição tecnológica para plataformas mais robustas de ERP e o uso crescente da inteligência artificial foram impostos como condição de avanços.

Essas mudanças têm sido desafiadoras, pois as ICES devem garantir em todos os processos sua missão, valores e identidade.

Na visão de Olga, o futuro das instituições comunitárias depende de estratégias claras e de reconhecimento social e estatal. “As ICES, respeitada a diversidade de suas naturezas laicas e confessionais, devem estar em profunda sintonia e unidade em torno de sua identidade comunitária, sem fins lucrativos, garantindo que eventuais superávites sejam aplicados rigorosamente em suas finalidades e que assegurem sua função social, altamente comprometidas com a excelência acadêmica, com o desenvolvimento científico e sócio-ambiental. Suas prerrogativas legais asseguradas pela LDB e pela Lei n.

12.881/2013 devem ser plenamente reconhecidas”.

A colaboração entre diferentes instituições é, segundo Fossatti, “fundamental para o fortalecimento da qualidade educacional e para a promoção de inovações pedagógicas”. Ele cita experiências concretas, como programas conjuntos de formação docente, acordos de cooperação técnica e iniciativas de mobilidade acadêmica. Essas parcerias, explica, “possibilitam a troca de experiências e metodologias, otimizando recursos e ampliando o acesso à educação de qualidade”.

Essa visão é compartilhada pelo reitor Cleiton Vaz, do Centro Universitário Católica de Santa Catarina. Ele destaca o papel do Estado como indutor do desenvolvimento humano e educacional, bem como ressalta o valor da parceria entre poder público e instituições comunitárias. “Ao apoiar a formação superior, o Estado promove a qualificação de pessoas capazes de

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gerar inovação e enfrentar os desafios contemporâneos e futuros. Esse movimento não é assistencialismo, mas investimento consciente em capital humano”, afirma.

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equidade e inclusão. São parceiras das políticas de Estado e defensoras das causas de suas comunidades.”

Vaz cita o Programa Universidade Gratuita, implantado em Santa Catarina, como exemplo de cooperação bem-sucedida. “Em pouco mais de dois anos, o programa já demonstra resultados expressivos para a sociedade. A interlocução entre o Estado e as instituições comunitárias é essencial, pois elas nasceram da realidade local, conhecem as demandas regionais e dispõem de capital intelectual e infraestrutura capazes de construir soluções sustentáveis e inovadoras.”

Para Fossatti, a regulamentação definitiva da Lei n. 12.881/2013, que trata das Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES), é um passo decisivo. “A regulamentação permitirá que essas instituições acessem editais de fomento e recursos orçamentários, garantindo sustentabilidade e ampliando sua capacidade de atuação em ensino, pesquisa e extensão”, explica. Ele acredita que o decreto poderá “promover um sistema educacional mais justo e equitativo, que valorize a diversidade e fortaleça o papel social da educação”.

Ainda que reconheça os desafios administrativos e burocráticos que envolvem essas parcerias, o reitor ressalta que o diálogo constante é o caminho para superá-los. “As instituições comunitárias têm um vínculo orgânico com a sociedade e um compromisso que vai além da lógica do mercado. São parceiras estratégicas no desenvolvimento regional e na promoção de benefícios coletivos.”

A multiplicidade de modelos institucionais amplia horizontes e oferece percursos formativos diversos, refletindo a própria complexidade do mundo contemporâneo. O Ir. Paulo enfatiza que “essa diversidade não apenas enriquece a formação dos estudantes, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, onde diferentes vozes e experiências são valorizadas e integradas”.

No atual cenário da Educação Superior, marcado pela predominância de instituições privadas com fins lucrativos, o Ir. Paulo destaca o papel fundamental das instituições comunitárias. “Elas têm contribuído de maneira significativa para o ensino de qualidade, a pesquisa aplicada e a extensão comunitária, aproximando-se das realidades locais e promovendo a transformação social”, afirma.

Para o reitor Cleiton Vaz, essa pluralidade se manifesta, também, na resposta das IES às demandas locais e globais. “As instituições comunitárias estão enraizadas em seus territórios e, ao mesmo tempo, abertas ao diálogo com o mundo. Essa combinação entre identidade local e visão global é o que permite formar profissionais preparados para atuar com propósito e responsabilidade.”

Ele lembra que o DNA comunitário dessas instituições alia a formação de profissionais competentes e éticos à promoção da cidadania ativa e à defesa de causas sociais. “As instituições comunitárias colaboram na formação de professores, no desenvolvimento de projetos de paz, justiça social,

A diversidade institucional na Educação Superior brasileira retrata a pluralidade de origens e missões, bem como caracteriza-se como uma força estruturante para a inovação, a inclusão e o desenvolvimento humano. Ao unir diferentes modelos sob o mesmo propósito de formar cidadãos críticos e comprometidos com o bem comum, o sistema educacional brasileiro reafirma que a verdadeira riqueza da educação está justamente na capacidade de integrar diferenças e construir pontes de cooperação e solidariedade.

O QUE MUDA NA PRÁTICA DAS COORDENAÇÕES PEDAGÓGICAS COM A INCLUSÃO NAS ESCOLAS A inclusão de estudantes com diversas necessidades educativas deixou de ser uma exceção para se tornar a regra. Isso tem provocado mudanças estruturais na rotina das coordenações pedagógicas. Longe de se restringir a meras adaptações curriculares, esse movimento inclusivo exige uma transformação cultural e política que envolve gestores, professores, famílias e toda a comunidade escolar.

Para o Ir. Gabriel Pôrto César, diretor regional Centro-Oeste da Rede La Salle, o setor de Coordenação Pedagógica é o “eixo articulador de toda Instituição de Ensino”. O impacto da inclusão, para ele, é multifacetado e exige a criação de um novo corpo profissional: o coordenador do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

“Esse novo profissional não é um apêndice. Ele mantém o diálogo constante com todo o universo escolar”,

explica o Ir. Gabriel. Segundo ele, o enfoque da inclusão se materializa em três movimentos fundamentais: a formação de pessoas e equipes; o planejamento de atividades escolares acolhedoras; e, o mais significativo, a proximidade e a abertura para o trabalho conjunto entre família, escola e sociedade.

Luciana Winck Corrêa, psicóloga, mestre em Educação e gestora escolar na Rede Marista, reforça que a inclusão move a Coordenação Pedagógica “de um lugar de gestão burocrática” para um “espaço político-pedagógico de mediação, liderança e formação continuada”.

Luciana se alinha ao modelo social da inclusão, que desloca o foco da “deficiência” para as barreiras sociais, curriculares e contextuais que a própria escola impõe. A partir dessa visão, o coordenador assume a responsabilidade

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de: articular a acessibilidade (removendo barreiras); fomentar uma cultura inclusiva; mediar as relações complexas com a família e serviços externos; e, primordialmente, formar e apoiar professores por meio de estudos de caso e reuniões colaborativas.

Uma das mudanças mais intensas na prática cotidiana é a necessidade de adaptações no planejamento. O Ir. Gabriel aponta que o modelo educacional tradicional, por vezes, pressupõe “processos coletivos uniformes”. No entanto, a demanda da inclusão provoca a escola a “humanizar o olhar para cada aluno e suas particularidades”, qualificando os processos.

“Uma mudança prática é a rotina de planejamento e acompanhamento dos alunos. O que é importante desse novo cotidiano é que essa sensibilidade e humanização não podem ser apenas da escola, mas das famílias, da sociedade. A inclusão não é da escola, é de pessoas em sua completude”, resume o diretor.

A colaboração, portanto, deixa de ser um diferencial e se torna uma exigência operacional. De acordo com Luciana, os professores precisam deixar de estar sozinhos e passar a atuar em rede, com suporte contínuo da coordenação para a análise de casos e a formação centrada em problemas reais.

Nesse cenário, o professor de AEE insere-se na sala de aula para atuar como apoio reflexivo a professores e coordenação. É nesse trabalho em conjunto que ferramentas, como o Desenho Universal de Aprendizagem (DUA) — que amplia as formas de ensinar, engajar e avaliar — e as tecnologias assistivas, mostram o potencial máximo, garantindo o acesso e a permanência de todos os alunos.

Equilibrar as regras e diretrizes institucionais com a necessidade de atenção personalizada é o desafio cotidiano mais delicado. O Ir. Gabriel retoma a motivação original das normas. “A boa organização do ambiente e dos fluxos existem para que possamos otimizar tempo, recursos e pessoas e, ainda assim, atender melhor às neces-

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sidades dos alunos”. A chave, no entanto, está no “bom senso na estruturação e aplicação” dessas normas, manifestando valores institucionais de acolhimento e cuidado.

O equilíbrio é garantido pela clareza e transparência. Luciana Winck Corrêa reforça que políticas claras de flexibilização, a documentação rigorosa das adaptações (como o Plano Educacional Individualizado – PEI) e o acompanhamento periódico são fundamentais.

“A inclusão não é apenas uma mudança metodológica, mas uma transformação cultural e política da escola. Para que se efetive, a Coordenação Pedagógica deve assumir o protagonismo de mediadora entre políticas educacionais, práticas docentes e necessidades dos estudantes”, afirma Luciana.

O histórico brasileiro, com um arcabouço legal expressivo (como a LBI e a Constituição), e o cenário internacional (com exemplos de Finlândia, Canadá e Portugal) revelam caminhos possíveis.

Contudo, a efetivação da inclusão no cotidiano depende de a Coordenação Pedagógica liderar ativamente processos colaborativos, criar condições de trabalho docente e garantir que, com o apoio do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) e da parceria com as famílias, cada estudante tenha oportunidades reais e significativas de aprendizagem.

Como resume o Ir. Gabriel: “A inclusão não é da escola, é das pessoas”. Luciana reflete sobre o desafio maior da nossa sociedade: “o convite às mudanças a partir da aceitação de diferenças, compreensão e emprego das diversidades como forma de enriquecer suas experiências e tornar a equidade uma realidade social”.

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O CURRÍCULO DO ENSINO RELIGIOSO: POTÊNCIA PARA UMA EDUCAÇÃO HUMANISTA O Ensino Religioso, enquanto componente curricular, ocupa um lugar estratégico na formação integral dos estudantes. Além de apresentar conteúdos sobre religiões, oferece instrumentos para compreender a complexidade cultural, histórica e ética da sociedade. Em escolas católicas, esse componente se articula com a proposta evangelizadora. No entanto, a relevância transcende o âmbito religioso e contribui para a formação de cidadãos críticos, éticos e atentos ao outro.

O diretor de Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Formação de Educação e Religião (IPFER), Sergio Junqueira, ressalta que “o protagonismo não é apenas ser o primeiro, mas estar atento ao outro.

Respeito, cuidado e atenção se tornam marcas fundamentais do espaço pedagógico”. Essa reflexão evidencia que o Ensino Religioso não se limita à transmissão de informações, mas atua como espaço de construção de valores, diálogo e compreensão da diversidade, ajudando o estudante a se posicionar de forma ética e cidadã em

Social

diferentes contextos.

Já o professor, assessor pedagógico e doutor em Educação pela Universidade Católica de Santa Fé, Humberto Herrera, acrescenta que o Ensino Religioso apresenta três potenciais fundamentais: social, educativo e científico. No potencial social, o componente promove a cidadania local e global, desenvolvendo estudantes mais abertos, fraternos e ecológicos, o que contribui para uma educação intercultural, inclusiva e democrática. No educativo, favorece a formação integral do estudante ao estimular a liberdade-solidariedade e a construção de sentidos pessoais e comuns. No científico, reconhece a religiosidade como dimensão cultural essencial, disponibilizando uma “sociobiografia” que conecta o estudante aos tempos e espaços, o que promove maior consciência e convivência social.

No Brasil, um país marcado por diversidade cultural e religiosa, o Ensino Religioso assume um

Educativo

Científico

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papel ainda mais relevante. Ele contribui para consolidar uma cultura de respeito e tolerância, promovendo convivência pacífica e atenção às múltiplas identidades presentes na sociedade. Em sintonia com o Pacto Educativo Global proposto pelo Papa Francisco, esse componente curricular favorece a construção de uma educação humanista e oferece ferramentas para que os estudantes desenvolvam cidadania, empatia e capacidade crítica.

Um diferencial do Ensino Religioso é a capacidade de estabelecer diálogos com outros componentes curriculares, como História, Filosofia, Artes e Ciências Sociais. Sergio afirma que “o Ensino Religioso atua tanto no plano objetivo, com as manifestações culturais e religiosas, quanto no subjetivo, com os aspectos emocionais ligados às crenças. Isso permite ao estudante compreender fenômenos sociais, históricos e éticos de forma integrada”.

Sob a perspectiva humanista, o Ensino Religioso coloca o estudante no centro do processo educativo, incentivando-o a compreender e respeitar a diversidade cultural e religiosa. Sergio observa que “o estudante precisa entender a interculturalidade e a cultura de paz. Caso contrário, será apenas mais uma informação, sem sentido, que o afasta da aprendizagem e da convivência social”.

Humberto acrescenta que a multidimensionalidade do currículo exige coragem para construir “entre-lugares” pedagógicos, nos quais o Ensino Religioso interage com outras áreas sem perder a identidade. A análise das 10 competências gerais da BNCC demonstra que o conhecimento religioso pode ser incorporado em diversas feiras, avaliações e projetos escolares, promovendo liberdade e cidadania.

Humberto complementa que, ao experimentar o Ensino Religioso pautado pelo diálogo, pelo respeito e pela paz, o estudante projeta uma educação humanizadora que convida à busca do transcendente e ao exercício pleno da liberdade-solidariedade, o que favorece o desenvolvimento de cidadãos éticos e socialmente conscientes.

Apesar da longa trajetória, o Ensino Religioso ainda enfrenta resistências de ordem administrativa, comunitária e legal. Sergio enfatiza que “é necessário investir na formação dos professores e compreender o componente curricular. Caso contrário, não há como realizar uma inserção significativa no currículo”.

Para cumprir a função formativa, o Ensino Religioso deve permitir que o estudante compreenda a própria identidade religiosa, reconheça a função histórica e social das religiões e, sobretudo, desenvolva a capacidade de conviver com a diversidade.

Sergio explica que “o estudante precisa compreender que as escolhas religiosas dos indivíduos ajudam a construir a cultura do povo brasileiro.

Não se trata apenas de acreditar, mas de aprender a conviver”.

Humberto observa que profissionais da educação e lideranças religiosas distantes da realidade social limitam o potencial transformador do Ensino Religioso. As famílias, embora bem-intencionadas, podem confundir suas funções com as da escola, gerando receio em relação ao componente. Humberto recomenda encontros de reflexão, como o Ciclo de reflexão sobre o Ensino Religioso, realizado em setembro de 2025 pelo Setor de Ensino Religioso da CNBB e pelo Observatório da Religião na Escola (Fundação SM), os quais promovem diálogo e conscientização sobre o papel transformador do Ensino Religioso.

Humberto destaca três elementos essenciais: atenção à realidade social dos estudantes e da comunidade, escuta constante do aluno para avaliar a efetividade do componente e formação contínua dos professores, incorporando conhecimentos da Pedagogia, Psicologia, interculturalidade, direitos humanos, gênero, sexualidade e educação especial. Essa abordagem possibilita ao aluno compreender fenômenos sociais, culturais e históricos ligados à religião, promovendo atitudes de respeito e tolerância.

O Ensino Religioso apoia-se em diretrizes legais, na BNCC e em princípios pedagógicos que orientam a formação integral do estudante. Ele oferece ferramentas para a compreensão crítica da sociedade, incentivando o diálogo, a reflexão ética e a valorização da diversidade.

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O CURRÍCULO DO ENSINO RELIGIOSO: POTÊNCIA PARA UMA EDUCAÇÃO HUMANISTA A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) lançou, em julho, as Novas Linhas de Ação Pastoral 2025-2030, resultado de um amplo processo sinodal que envolveu gestores, pastoralistas e lideranças de instituições de Educação Básica de todo o país. O documento, construído de forma coletiva e inspirado diretamente no pontificado do Papa Francisco, representa um avanço na compreensão da Pastoral Escolar e no fortalecimento da identidade confessional das escolas católicas brasileiras.

processo reflete a essência sinodal da Igreja. “A ANEC está a serviço das associadas e, por isso, o documento nasce da escuta das bases. Metade do conteúdo textual foi escrita pelos próprios membros do Fórum, a partir de suas experiências e intuições pastorais”. Após a construção coletiva, o texto passou por validação da Diretoria Nacional e, então, foi publicado.

As novas linhas são fruto de um processo contínuo de escuta realizado no Fórum Nacional Permanente de Pastoral, organismo da ANEC que reúne gestores de Pastoral das redes de Educação Básica. Em diálogo permanente, o grupo sistematizou desafios, avanços, sonhos e necessidades das escolas católicas ao longo dos últimos anos.

O resultado é um documento que dialoga com realidades diversas, reconhece a pluralidade das escolas e propõe caminhos possíveis e consistentes. Para Joaquim Alberto Silva, coordenador de Pastoralidade do Grupo UBEC e integrante do Fórum Nacional Permanente de Pastoral da ANEC, “essa construção coletiva consolida a Pastoral Escolar como um organismo estratégico das instituições católicas, reposicionando-a com força, relevância e clareza”.

Segundo a Ir. Carolina Mureb dos Santos, diretora do Setor de Animação Pastoral da ANEC, o

O documento apresenta uma base sólida de fundamentação

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teológica, eclesiológica e pastoral. Para isso, resgata o que significa a missão evangelizadora no contexto escolar e reconhece a pastoralidade como elemento transversal da identidade católica.

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O primeiro horizonte retoma a centralidade da identidade confessional como diferencial estratégico das escolas católicas. Diante de crises contemporâneas – antropológicas, climáticas, sociais e econômicas –, o documento alerta para o risco de tentar “retornar ao passado” em busca de segurança. Em vez disso, propõe uma identidade dinâmica, consciente e em constante construção.

Entre os pontos-chave, destacam-se: • Pastoral como área estratégica da gestão escolar; • necessidade de planejamento, intencionalidade e avaliação na ação pastoral; •

compromisso com uma escola em pastoral, onde toda a comunidade educativa compreende e assume sua responsabilidade evangelizadora;

• fortalecimento do sentido de pertença eclesial e do trabalho em rede.

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Entre os impulsos deste horizonte, estão:

3. Evangelização transformadora 2. Integração pedagógico-pastoral Considerado por muitos como o horizonte mais desafiador, a integração entre pedagógico e pastoral se apresenta como coração da Educação Católica. Para Joaquim, “não existe currículo neutro: se o currículo não é evangelizador, ele deixa de ser católico”.

1. Identidade sólida

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com as realidades humanas. Inspiradas nos últimos apelos do Papa Francisco, as linhas de ação afirmam que a escola católica deve ser boa notícia onde há sofrimento, exclusão e injustiça.

Esse horizonte evidencia que assumir a identidade católica com clareza e coragem é essencial para manter a relevância da Educação Católica no Brasil.

Entre os destaques, está a necessidade de compreender que a Pastoral Escolar não é uma réplica paroquial, mas um serviço evangelizador próprio da escola, com linguagens, métodos e intencionalidades específicas.

A partir desses fundamentos, o texto apresenta quatro horizontes estruturantes, cada um composto por impulsos, coragens e caminhos de ação.

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O documento reafirma a: • necessidade de ações pedagógicas pensadas em conjunto com a Pastoral; • indispensável participação do coordenador de Pastoral em decisões estratégicas pedagógicas; • importância de materiais didáticos alinhados aos valores da instituição; • transposição pedagógica que o pastoralista precisa realizar para dialogar com diferentes etapas e áreas da escola.

Este horizonte apresenta a missão evangelizadora como anúncio de uma boa notícia, capaz de oferecer sentido, horizonte e esperança aos estudantes e suas famílias. Evangelizar, como reforça a Ir. Carolina, “não é catequizar: é propor vida plena, é dialogar com a realidade, é iluminar o cotidiano com o Evangelho”.

Os impulsos deste horizonte incluem: • novas linguagens e metodologias pastorais; • formação e acompanhamento de quem vive a fé católica; • construção de projetos de vida ampliados, que transcendam o individualismo e assumam compromisso social; • valorização das vocações e dos estados de vida; • evangelização das famílias como corresponsáveis no processo educativo.

O documento reforça que não há Educação Católica sem projeto de vida e sem cuidado com a totalidade do sujeito.

Essa integração exige mudanças de cultura, coragem institucional e a compreensão de que evangelizar é educar, e educar é evangelizar.

4. Humanização solidária O último horizonte convoca as escolas a assumirem uma Pastoral profética e comprometida

• promoção de acolhimento a todas as pessoas da comunidade educativa, com atenção especial às diferenças, vulnerabilidades e diversidades; • enfrentamento de preconceitos, racismos e práticas que violam a dignidade humana; •

cuidado socioemocional sistemático;

• compromisso com o território e com as transformações sociais.

Como afirma Joaquim, “é preciso coragem para ser profético. As escolas católicas devem ser lugares de acolhimento real, não apenas de inclusão formal”.

As novas Linhas de Ação Pastoral chegam em um momento emblemático: os 80 anos da ANEC. Marcam a celebração e a renovação. O documento oferece direção para escolas que já têm uma Pastoral estruturada e, sobretudo, para instituições que necessitam de orientação base para fortalecer a missão.

Para o Fórum de Pastoral, o material representa um marco, pois é um documento nascido da escuta, consolidado na comunhão e alinhado ao chamado de Francisco para uma Igreja em saída, sinodal, missionária e comprometida com os mais frágeis.

Mais do que apontar caminhos, o texto inspira. Inspira coragem. Inspira comunidade. Inspira identidade.

E, acima de tudo, inspira esperança.

A ANEC mantém a Pastoral Escolar no centro da missão educativa, reafirmando o compromisso de formar pessoas integrais, éticas, solidárias e comprometidas com a transformação social à luz do Evangelho.

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Veja a íntegra da Celebração Eucarística com o Papa Leão XIV

crédito: Osafund - Fondazione Agostiniani nel Mondo

PAPA LEÃO FALA AOS AGOSTINIANOS E AOS COMUNICADORES Na abertura do Capítulo Geral dos Agostinianos, em setembro, o Papa Leão XIV propôs aos religiosos um triplo caminho para discernimento: escuta, humildade e unidade. Longe de ser um apelo restrito à vida consagrada, a homilia do Santo Padre oferece um caminho de referência à comunicação da Igreja.

Nesse contexto, as mídias católicas, os influenciadores, os comunicadores e os agentes de Pastoral são chamados a transformar a comunicação de mera técnica ou estratégia em um ato de serviço, testemunho e missão.

Se muito comunicamos, muito devemos ouvir.

Há uma pluralidade de vozes no nosso dia a dia.

A comunicação, portanto, não deve ser um canal que ressoa os ruídos, mas que amplifica o que é

essencial, pois “somos membros do corpo que fala”, e, por isso, devemos comunicar a Ele. Essa “conversão” comunicativa reside no reconhecimento de que a evangelização e a comunicação estão intrinsecamente ligadas, sendo esta a alma daquela. “A comunicação em sua natureza e manifestação é a expressão do amor maior” (Doc. 99, 54). “Deus é amor!” (1 Jo, 4-16).

O primeiro grande desafio para a comunicação católica, seja nas grandes mídias eclesiais ou nas redes sociais de influenciadores, agentes de Pastoral, dioceses e paróquias, mas também nas relações sociais, é incorporar a virtude da humildade. O Papa Leão XIV, ao exortar os Agostinianos, lançou uma premissa que deve

ressoar em todo o ambiente comunicativo: “Que ninguém pense ter todas as respostas sozinho.

Que cada um compartilhe o que tem e acolha com fé o que o Senhor inspira”.

A missão da Igreja na comunicação, conforme o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, é levar a Boa-Nova a todos os povos, inculturando-a nos novos ambientes, especialmente na cultura digital.

Essa orientação é um remédio contra o tom de certeza e proselitismo agressivo, muitas vezes presente, seja nas nossas relações ou nas diversas mídias. A comunicação da fé não pode ser um monólogo de verdades incontestáveis, mas um convite humilde ao encontro. Não se pode perder de vista que “o amor, por sua natureza, é comunicação: leva a abrir-se, não se isolando” (Doc.99, 134). A escuta ativa – “escuta de Deus, escuta dos outros” – é uma comunicação de amor, ou seja, não se isola.

Em Manaus, durante o Mutirão Brasileiro de Comunicação, o Cardeal Leonardo Steiner sintetizou essa visão ao afirmar aos comunicadores que “Tudo comunica Deus”. Essa frase é um grande chamado à coerência, ao testemunho e à totalidade. Significa que a nossa fé não é um tema de comunicação, mas a sua fonte e o seu conteúdo em todos os aspectos: na forma de dialogar, na humildade de reconhecer a incompletude das nossas respostas e no esforço pela unidade.

Nesse sentido, a comunicação é serviço, ela serve à verdade. É no compartilhamento humilde e na escultura do diálogo que se constrói a verdadeira unidade, o terceiro pilar apontado pelo Papa, evitando as polarizações eclesiais que tanto ferem o corpo de Cristo.

Quando a comunicação é realizada com essa perspectiva, ela se torna serviço, testemunho e missão. A técnica é empregada não para manipular ou criar seguidores, mas para facilitar o encontro, o diálogo e a comunhão.

A comunicação, portanto, transcende a mera transmissão de conteúdo. É muito mais que trends! Ela é, antes de tudo, testemunho. A vida, a conduta e a atitude do comunicador ou do meio de comunicação se tornam a primeira mensagem.

Desse modo, o comunicador católico atua como um mediador da graça, acolhendo o dom do Espírito Santo, que age no “penetralia cordis” (do interior dos corações), como recorda o Papa Leão XIV, e manifestando a luz de Cristo, para que, de fato, tudo comunique a presença de Deus.

Edigley Duarte da Costa Jornalista, com extensão em Marketing Educacional em Divulgação Científica. Pós-graduando em política e Sociedade e em Inteligência Artificial e negócios.

Atualmente, é coordenador de comunicação do Colégio dos Santos Anjos, no Rio de Janeiro (RJ).

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Revista EDUCANEC | POLÍTICAS EDUCACIONAIS

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Por sua vez, a Câmara de Mantenedoras discute pontos fundamentais para a sustentabilidade do setor, como CEBAS, FIES, Pé-de-Meia da Educação Básica, ProUni e Reforma Tributária.

Segundo o documento, em relação a alterações da LDB e da BNCC, há 25 projetos de lei em tramitação com potencial de modernizar e diversificar o ensino no país. A ANEC defende que as escolas católicas participem ativamente desse debate para garantir que as transformações legislativas respeitem os valores e princípios da educação cristã.

ANEC LANÇA AGENDA POLÍTICA NO CONGRESSO E REFORÇA PRESENÇA DA EDUCAÇÃO CATÓLICA NO DEBATE LEGISLATIVO A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) lançou, em outubro, na Câmara dos Deputados, a Agenda de Incidência Política da Educação Católica, documento que reúne as principais pautas do setor e busca ampliar o diálogo com parlamentares sobre temas estratégicos para o ensino. Entre os assuntos, estão o financiamento, a sustentabilidade das instituições confessionais e o fortalecimento da gestão educacional.

O lançamento ocorreu durante o café da manhã de abertura do Fórum de Presidentes e Gestores de Mantenedoras, que reuniu dirigentes de instituições católicas de todo o país. A cerimônia contou com a presença de deputados federais, como o presidente da Frente Parlamentar Católica, Luiz Gastão (PSD-CE), além de Odair Cunha (PT-MG), Márcio Honaiser (PDT-MA), Luiz Carlos Motta (PL-SP), e do senador Izalci Lucas (PL-DF), bem como de assessores da senadora Ivete Silveira (MDB-SC).

A ANEC é a maior instituição de representação confessional do país, com mais de 1,5 mil instituições associadas, e a segunda maior associação mundial de instituições de Educação Católica. A nova agenda política está estruturada por câmaras temáticas – Educação Básica, Ensino

Superior e Mantenedoras – e reflete a missão da entidade de promover uma educação de excelência, pautada por valores humanos, sociais e cristãos.

Na Câmara de Educação Básica, as discussões envolvem temas sensíveis e atuais, como alterações na LDB e BNCC, educação domiciliar (homeschooling), educação midiática e inteligência artificial, ensino médio, inclusão, financiamento e Fundeb, uso de celulares nas escolas e segurança escolar.

Já a Câmara de Ensino Superior aborda outras questões, como cursos de Teologia, exame de proficiência em Medicina, marco regulatório da Educação Superior e apoio a políticas estudantis em instituições comunitárias.

A solenidade iniciou com um momento de oração, conduzido pelo vice-presidente da ANEC, Pe. Charles Lamartine, a partir do texto das bem-aventuranças do Evangelho de São Mateus. O padre João Paulo dos Santos, assessor da Comissão Episcopal para a Cultura e Educação da CNBB, deu continuidade, destacando que a Educação Católica tem um compromisso histórico com a formação integral do ser humano e um impacto positivo na sociedade brasileira. “As instituições católicas geram emprego, renda e oferecem Educação de qualidade. Educar é um ato de fé e amor”, afirmou ele. A presidente da Câmara de Mantenedoras da ANEC e diretora-tesoureira, Irmã Marli Araújo, reforçou o caráter coletivo e missionário da iniciativa. “Esta agenda marca um tempo novo para a ANEC, um tempo de maturidade, fortalecimento e propósito. Assumimos juntos o compromisso de servir, e não de exercer poder pelo poder”, disse.

Já a diretora-presidente da ANEC, Irmã Iraní Rupolo, enfatizou a importância da presença ativa da Igreja no debate político-educacional. “A fé católica já incide na vida pública do país.

Agora, queremos evidenciar essa presença, não de forma exibicionista, mas como testemunho de serviço e compromisso com o que Jesus nos pede.”, declarou.

O padre Sérgio Mariucci, presidente do Conselho Superior da ANEC, destacou o pro-

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cesso de elaboração da agenda e a relevância do trabalho de formação política que a antecedeu.

“Esse documento vem sendo construído já há algum tempo. Ele teve a assessoria parlamentar da Metapolítica, que nos preparou para compreender o porquê é importante fazer incidência política, como fazer e qual é a estatura da Associação Nacional de Educação Católica para atuar nas pautas que interessam às nossas associadas. Hoje, foi um primeiro passo de algo que foi sendo amadurecido, e isso nos coloca em diálogo eficaz com as autoridades parlamentares e governamentais.

A agenda de hoje é, portanto, um marco importante.”

O presidente da Frente Parlamentar Católica, deputado Luiz Gastão, afirmou que o documento da ANEC é como um “farol” e uma “bússola” para “nortear na identificação e no posicionamento em cada projeto dentro do Parlamento”. “Nós temos que estar sempre vigilantes, atentos e acompanhando para que não haja desvirtuação da educação e que nós possamos usufruir dos princípios e valores cristãos baseados na doutrina social da Igreja”, disse Gastão.

Já o deputado Odair Cunha (PT-MG) destacou o valor técnico e permanente da presença da ANEC no Congresso. “Ter o olhar da Educação Católica sobre os projetos nos traz segurança. Essa agenda não é isolada, mas parte de um processo contínuo de interação e diálogo com o Parlamento”, afirmou o deputado.

Com a nova Agenda de Incidência Política, a ANEC potencializa sua representatividade institucional e garante que a Educação Católica continue contribuindo para a formação de cidadãos éticos, críticos e comprometidos com a transformação social.

“A Educação Católica educa para esperançar o mundo – e essa esperança encontra sua plenitude em Cristo”, concluiu o padre João Paulo dos Santos, em nome da CNBB.

Leia o QR Code ao lado e acesse o documento na íntegra

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Revista EDUCANEC | ENTREVISTA

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EDUCAÇÃO, FÉ E COMPROMISSO INSTITUCIONAL: OS PRIMEIROS MESES DE IR. IRANÍ RUPOLO À FRENTE DA PRESIDÊNCIA DA ANEC

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evangélica que nos é concedida para criar a realidade da comunhão eclesial. A participação da ANEC no Jubileu do Mundo Educativo foi uma experiência de integração da equipe e de proximidade da associação com a sede do Vaticano. A celebração do Jubileu também possibilitou momentos especiais, como o espaço das Constelações de Esperança e o relançamento do Pacto Educativo Global.

De que modo a ANEC vem atuando e influenciando políticas públicas educacionais?

Há poucos meses à frente da Presidência da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), Irmã Iraní Rupolo já tem como marcas da gestão conquistas importantes, presença institucional ativa e momentos simbólicos para a Educação Católica no país. Reitora da Universidade Franciscana (UFN), Ir. Iraní assumiu a função de diretora-presidente da ANEC em agosto de 2025, sucedendo o Pe. João Batista Gomes de Lima. Como posicionamento, reafirma o compromisso de manter a missão da associação, de articular, congregar e representar as instituições associadas, alinhada aos princípios da Igreja Católica, bem como de prosseguir no diálogo com a sociedade e com os órgãos públicos.

Nesta edição da EducANEC, conversamos com a presidente sobre trajetória, aprendizados, prioridades e expectativas para o futuro da Educação Católica no Brasil. Confira!

Irmã Iraní, como têm sido esses primeiros meses como presidente da ANEC? De início, sem tempo para planejamento. Foi necessário colocar foco nas finalidades e na missão da ANEC. Ao imergir na função, o caminho se define e se ilumina. Sente-se a responsabilidade de liderar a equipe que compõe a Diretoria e, juntos, pensar, congregar e inspirar a Educação Católica no Brasil.

Fomos assumindo os compromissos imediatos. As decisões e os encaminhamentos foram tomados com discernimento, observadas a história e a missão da ANEC. Sabe-se que muitas pessoas rezam por nós; a confiança em Deus, a colaboração efetiva da equipe

do Escritório Nacional e de todos os associados nos conduzem nesta missão.

Quais foram os principais desafios e aprendizados desse período inicial?

Organizar a agenda, selecionar o que nos compete confiar às equipes e o que é necessário ser delegado aos colaboradores; estabelecer um elo de confiança com a equipe e compartilhar compromissos também foi importante. O planejamento de curto e médio prazo é indispensável para a função.

Quais ações, conquistas ou momentos marcantes desses primeiros meses a senhora destacaria para os nossos leitores?

Participamos do lançamento da Agenda de Incidência Política da ANEC, na Câmara dos Deputados, documento orientador que consolida as principais pautas e o posicionamento da ANEC frente a temas relevantes da Educação Básica, do Ensino Superior e das Mantenedoras no que concerne a políticas e legislação. Entre os eventos programados, realizou-se o Fórum de Presidentes das Mantenedoras, o qual teve o propósito de aprofundar a identidade católica e tratar sobre o tema da liderança nas mantenedoras e instituições. O Fórum dos Reitores debruçou-se sobre temas de ordem normativa e política, bem como contou com a presença de representantes da CAPES. Destaco a importância de contar com a presença do Excelentíssimo Núncio Apostólico Dom Giambattista Diquattro, que abordou sobre a graça

A associação, evolutivamente, tem se empenhado em compreender, analisar e atuar em situações da realidade contextual da educação. A proximidade e a reflexão à luz do Evangelho e a complexidade dos ambientes educativos imersos em uma realidade fragmentada, o surgimento de novas tendências na Educação Católica e, por vezes, informações falsas despertam propósitos de revisar a identidade de uma escola/instituição católica. O contexto mundial traz o apelo de mudanças reais no que diz respeito a questões antropológicas, econômicas, sociais e de desenvolvimento humano, entre outras. O avanço de novas tecnologias e da inteligência artificial também constitui algumas das emergências que demandam posicionamentos da ANEC em relação à política e legislação no país. Essas questões exigem presença atenta e disposição dialógica com diferentes atores sociais.

Como a ANEC pretende contribuir para o fortalecimento das escolas e instituições de ensino superior católicas no cenário atual?

A ANEC, como organização representativa da Educação Católica no Brasil, completou 80 anos. Contudo, a existência e o funcionamento da Educação Católica no nosso país remontam ao século XVI. Considero importante conhecer mais e profundamente a contribuição da educação e da Igreja Católica para a composição da cultura e da educação no nosso país.

Ressalto que, nos dias atuais, é indispensável intensificar, na nossa narrativa, a história da Educação Católica para a sociedade brasileira. Somos instituições que há vários séculos contribuem para desenvolver o patrimônio da fé e da cultura, da educação e dos valores de bem, inclusive na evolução tecnológica, humana e social. Reafirmar esse percurso também chama a redirecionar o que pode ser melhor nas nossas instituições e na Associação Nacional de Edu-

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cação Católica como representante dessa área educacional. Enfim, conhecer as situações que compõem a realidade e, ao mesmo tempo, responder de modo novo. Tudo isso, aos poucos, se torna sereno e possível.

Que caminhos a ANEC pode trilhar para que educação e missão evangelizadora caminhem cada vez mais integradas?

A ANEC conta com um valioso quadro de associadas. Mais do que a quantidade de instituições e carismas que a constituem, a missão de educar seguindo o Evangelho forma o núcleo integrador de todas as associadas da educação básica e superior, obras sociais e mantenedoras. Os objetivos da ANEC de articular, congregar e representar a identidade confessional católica nos unem na fidelidade ao Evangelho, à doutrina e ao magistério da Igreja, assim como fomentam a pastoralidade no ambiente educativo, para que sempre expresse a qualidade do ensino e da aprendizagem e a formação humana integral inspirada em Jesus.

Que mensagem a senhora deixa às lideranças, aos educadores e às comunidades das instituições associadas à ANEC? Inspirada pelo Papa Leão XIV, que, na celebração do Jubileu do Mundo Educativo, relançou o Pacto Educativo Global, quero acentuar os três novos caminhos que elevam a esperança e encorajam a superar dificuldades: Cuidar da vida interior, pois é necessário que o conhecimento acadêmico e o científico ajudem a saber quem somos e qual é o sentido da vida. Humanizar a Inteligência Artificial: essa novidade contém enormes oportunidades de estudo e de comunicação. Não permitamos que a inteligência artificial conduza nossas vidas; sejamos autores e utilizemos a tecnologia com sabedoria. Construir a paz: é necessário desarmar o coração. A verdadeira paz nasce quando muitas vidas, como estrelas, se unem e formam novos mapas de esperança.

Enfim, pensemos em todas as escolas e instituições católicas do Brasil; cada qual como estrela de luz própria e, juntas, imaginar, desenhar e construir novos mapas de esperança.

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• e a linguagem do coração, vivida por meio de momentos de espiritualidade, oração e escuta interior, para que a educação alcance a totalidade do ser humano. Duas atividades marcaram essa dimensão: os ininterruptos momentos de oração em diversos idiomas na Igreja de São Lourenço, chamados de Escola do Coração, e a exposição artística Das raízes às estrelas.

CONSTELAÇÕES DE ESPERANÇA: ANEC PARTICIPA DO JUBILEU DO MUNDO EDUCATIVO EM ROMA

A presença da ANEC e da delegação brasileira O Brasil teve papel de destaque nessa constelação educativa. A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) acompanhou de perto a programação oficial com uma comitiva de cerca de 60 participantes, composta por representantes da Diretoria e do Escritório Nacional, de escolas, universidades, mantenedoras e empresas parceiras, como FTD Educação, BookFair, Layers Education e Árvore.

O encontro mundial reafirmou a educação como ato de esperança e a missão da Igreja como educadora do coração humano No período de 28 de outubro a 2 de novembro de 2025, Roma transformou-se em um grande campus educativo. A cidade eterna acolheu milhares de estudantes, professores, gestores, religiosos e líderes de instituições de ensino de todo o mundo para celebrar o Jubileu do Mundo Educativo, evento que integra o Ano Santo da Esperança, convocado pelo Papa Francisco, sob o tema “Peregrinos da Esperança”.

ANEC na Praça São Pedro

Missa em português com Dom Agamenilton no último dia do Jubileu

A presença da ANEC se deu em sintonia com a Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação da CNBB. Juntas, apresentaram ao Dicastério para a Cultura e a Educação as principais ações brasileiras, no âmbito do Pacto Educativo Global.

A semana marcou um momento histórico de comunhão e compromisso global com o futuro da educação. Mais de 20 mil pessoas, de 300 instituições de mais de 50 países, viveram juntos o chamado do Papa: “Educar é um ato de esperança”.

O espaço expositivo da delegação brasileira, na área da Aldeia da Educação, foi visitado por centenas de participantes e contou com a presença especial do cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério. Em diálogo com os representantes brasileiros, o cardeal destacou “a vitalidade e a criatividade da Igreja no Brasil em traduzir o Evangelho em práticas educativas concretas” e encorajou os educadores a continuarem desenhando “novos mapas de esperança”.

Promovido pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, em colaboração com o Ministério da Educação e do Mérito da Itália, o Jubileu do Mundo Educativo reuniu universidades, escolas, movimentos e organizações comprometidas com a educação integral.

O tema “Constelações de Esperança” traduziu o desejo de conectar experiências, culturas e saberes que iluminam o mundo com o brilho da fé e da fraternidade. A programação foi inspirada nas “três linguagens da educação”, conceito proposto pelo Papa Francisco e retomado pelo Papa Leão XIV na carta apostólica Desenhar novos mapas de esperança:

A ANEC apresentou os resultados e as experiências brasileiras no fortalecimento do Pacto Educativo Global e destacou ações que envolvem escolas e universidades católicas. Como boas práticas apresentadas na Aldeia da Educação, no dia 30/10, a presidente da ANEC, Irmã Iraní Rupolo, trouxe o impacto da Educação Católica no Brasil.

Para isso, destacou a amplitude e a relevância das instituições associadas à ANEC, que hoje reúnem milhares de escolas, universidades e centros de Educação Superior, responsáveis pela formação integral de milhões de estudantes em todo o país.

• a linguagem da mente, dedicada ao pensamento e à reflexão sobre os grandes desafios contemporâneos da educação, cuja principal expressão foi o Congresso Internacional Educative Constellations – a pact with future; • a linguagem das mãos, representada pela Aldeia da Educação, espaço expositivo onde projetos e boas práticas foram compartilhados;

Audiência do Jubileu do Mundo Educ ativo

Partilha Irmã Iraní

Partilha de Boas Práticas da ANEC no

Jubileu

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A Irmã Iraní ressaltou o compromisso das instituições católicas brasileiras com uma educação humanizadora, inovadora e socialmente transformadora, que busca integrar fé, ciência e cultura em favor do bem comum. O discurso da irmã foi recebido com entusiasmo pelos presentes e reforçou o papel da ANEC como referência internacional em articulação, gestão e inspiração para a Educação Católica.

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Na mesma ocasião, o Papa concedeu a bênção ao ícone Jesus, Mestre de Esperança, cujas réplicas, a partir de 2026, peregrinarão pelas instituições educacionais católicas associadas à ANEC em todo o Brasil.

“Estar presentes no jubileu da Educação Católica, estar presente neste jubileu global da educação nos anima a sermos cada vez mais lugares de esperança, mas também a nos conectarmos para formar, como nos diz o slogan do jubileu, constelações de esperança. Saímos daqui inspirados e comprometidos como instituições a nos fortalecer na esperança, a somar renovadamente e não esquecer de sermos fontes e luzes de esperança, porque o jubileu não termina agora. Que sigamos mais fortalecidos por caminhos novos de fé e de esperança”.

Na tarde do mesmo dia, foi realizado o relançamento do Pacto Educativo Global, em uma cerimônia marcada por forte espiritualidade e compromisso com o futuro da humanidade. Na ocasião, educadores, instituições e comunidades de fé foram convidados a renovar a paixão pela missão de formar as novas gerações. Foram apresentadas três novas prioridades do Pacto: educação para a interioridade, como ferramenta para enfrentar os desafios contemporâneos; a educação para um digital humano, a fim de se restaurar uma relação sadia das crianças e dos jovens com as novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial; e a educação para a paz “desarmante e desarmada”, com foco na aprendizagem comunicativa e no diálogo entre as diferenças. Ao fim, foi feito um chamado comovente à comunidade educativa mundial: “apaixonem-se novamente pela missão de educar”, recordando que educar é sempre um ato de esperança.

eiro da São John Henri Newman, co-padro Educação Católica

Relançamento do Pacto Educativo Global

Na manhã de 31 de outubro, durante a audiência com o Papa Leão XIV, na Praça de São Pedro, a ANEC viveu um momento de imensa emoção e fé. A associação teve a oportunidade de cumprimentar o Santo Padre, por meio da diretora-presidente, Irmã Iraní Rupolo, do presidente do Conselho Superior, Pe. Sérgio Mariucci, do secretário-executivo, Guinartt Diniz, e do representante da Rede Marista Brasil, Irmão Iranilson Lima.

Pe. Sérgio Mariucci e

Papa Leão

crédito © Vatican Med ia

Papa abençoa ícone ANEC - © Vatican Media

O gesto, repleto de simbolismo, expressou o reconhecimento do Papa à missão educativa da Igreja no país e inspirou a ANEC a seguir fortalecendo a presença evangelizadora nas escolas e universidades, como sinal vivo de esperança e comunhão.

Uma nova inspiração para a Educação Católica No dia 1º de novembro, durante a Solenidade de Todos os Santos, o Papa Leão XIV proclamou São John Henri Newman como doutor da Igreja, em uma celebração histórica que contou com a presença de líderes religiosos também da Igreja da Inglaterra.

Guinartt Diniz e Pa pa Leão crédito © Vatican Med ia

Além disso, durante as celebrações dos 60 anos da declaração Gravissimum educationis, do Concílio Vaticano II, documento que inaugurou uma nova visão sobre a missão educativa da Igreja, o papa proclamou Newman como co-padroeiro da Educação Católica, ao lado de São Tomás de Aquino. Em sintonia com esse marco, o Papa Leão XIV lançou uma nova Carta Apostólica, intitulada Desenhar novos mapas de esperança, na qual reafirmou que educar é muito mais do que instruir: é formar corações e inteligências capazes de transformar o mundo com sabedoria e compaixão.

Ao escolher Henri Newman para inspirar a Educação Católica, o Pontífice destacou a importante contribuição dele como educador, teólogo e intelectual da Igreja. Newman teve uma expressiva atuação acadêmica como professor e reitor da Universidade Católica da Irlanda. Ele deixou inúmeros escritos sobre o papel da universidade no mundo. Convertido do anglicanismo, Newman foi um defensor incansável da integração entre fé e razão, bem como acreditou que a formação acadêmica deveria caminhar lado a lado com a formação

Irmã Iraní e Papa Le ão crédito © Vatican Med ia

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humana e espiritual. A vida e obra de Newman inspiram o ideal de uma educação que forma pessoas livres, responsáveis e comprometidas com o bem comum.

Como recordou o Papa Leão XIV, “não basta preservar a missão educativa; é preciso relançá-la com esperança, paixão e coragem”.

O Jubileu do Mundo Educativo também marcou os 60 anos do decreto conciliar Gravissimum Educationis e o 35º aniversário da Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae. Juntos, esses marcos reforçam a visão de que a Educação Católica é um projeto de humanização e fraternidade, o que extrapola uma proposta pedagógica.

Para a ANEC, estar presente nesse momento histórico significa renovar a missão de servir à Igreja e à sociedade com uma educação que forma pessoas integrais, conscientes e comprometidas com o bem comum.

Diálogos que transcendem fronteiras

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A agenda institucional também incluiu um momento de diálogo com a rádio Vaticano, no qual a Irmã Iraní Rupolo, acompanhada de representantes da FTD Educação e do Marista Brasil, concedeu uma entrevista ao renomado jornalista Silvonei José sobre os desafios e as perspectivas da Educação Católica no contexto atual e a participação no Jubileu do Mundo Educativo. O espaço de visibilidade internacional destacou o compromisso da ANEC com uma educação humanista, solidária e inovadora, capaz de formar pessoas para a transformação social e a construção da paz.

Educar é peregrinar: passos de fé da ANEC no Jubileu Para além da programação oficial do Jubileu, a comitiva brasileira da ANEC viveu uma agenda especial de peregrinação e espiritualidade em Roma e Assis, o que proporcionou momentos de comunhão e renovação da fé. O grupo visitou as quatro basílicas maiores da Igreja – São Pedro, São João de Latrão, Santa Maria Maggiore e São Paulo Fora dos Muros – e teve a graça de atravessar as quatro Portas Santas abertas pelo papa Francisco na inauguração do Jubileu, símbolo da conversão e da misericórdia divina. O roteiro incluiu, também, visitas à Capela Sistina, ao Panteão, ao Coliseu e à cidade de Assis, berço de São Francisco e Santa Clara, e onde repousa o corpo do São Carlo Acutis, jovem símbolo da evangelização no mundo digital.

Esses momentos de encontro, oração e contemplação marcaram a experiência da delegação brasileira, fortaleceram o sentido de missão e inspiraram cada participante a voltar ao Brasil com o coração cheio de esperança e o propósito renovado de educar com fé, beleza e fraternidade.

Irmã Iraní e Dom Tolentino

Além desses momentos significativos, a Irmã Iraní Rupolo participou de um encontro com Dom José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. Na ocasião, a presidente da ANEC apresentou a trajetória da Associação nos últimos anos e o convidou oficialmente para participar do VIII Congresso Nacional de Educação Católica, que será realizado em 2027, na cidade do Rio de Janeiro. O convite foi prontamente aceito por Dom Tolentino, o que fortaleceu os laços entre a ANEC e o Dicastério e reafirmou o papel da Educação Católica na promoção de uma cultura de encontro, diálogo e esperança.

Entrevista à Rádio Vaticano

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Acesse o QR Code e ouça a entrevista na íntegra

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DEPOIMENTO

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“É uma experiência muito única e particular poder participar do Jubileu da Educação, onde nós podemos nos reunir como Igreja para celebrar este lugar, em que nós olhamos o ser humano de uma maneira integral. Então, estou muito feliz de estar aqui e poder participar com as minhas irmãs, mas com todas as outras pessoas que também trabalham no meio da educação, levando a evangelização por meio da formação humana integral e também acadêmica.”

“É indescritível representar a ANEC nesse Jubileu do Mundo Educativo. É de uma importância indescritível, porque a gente traz no peito e no coração todos os educadores e educadoras que, no dia a dia de nossas escolas no Brasil, educam com valores e em valores, trazendo ou levando a mensagem de nosso Senhor Jesus Cristo por meio da educação.”

Irmã Marli Araujo

Irmã Kassia Renata da Costa

De Roma, ecoa uma mensagem que ilumina o mundo: a educação é o lugar onde nasce a esperança.

A constelação educativa formada por escolas, universidades, famílias e comunidades continua a brilhar, guiando o caminho de quem acredita que educar é, antes de tudo, um gesto de amor ao futuro.

“A esperança é o nome daquilo que une todas as constelações educativas do mundo.” Papa Leão XIV

Leia o QR Code e acesse o álbum de fotos aqui.

FÓRUM NACIONAL DE EDUCAÇÃO CATÓLICA 2026: UNIDADE, ESPERANÇA E FUTURO PARA A MISSÃO EDUCATIVA A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) realizará, em abril de 2026, em Brasília (DF), mais uma edição do Fórum Nacional de Educação Católica e da Assembleia Geral Ordinária, um dos encontros mais importantes para as instituições católicas do país. Com o tema “Educação Católica: sonhar juntos hoje para impulsionar o amanhã”, o evento propõe uma reflexão sobre os caminhos da missão educativa da Igreja diante dos desafios contemporâneos.

Inspirado pela promessa bíblica “Eu é que sei os pensamentos que tenho a vosso respeito... para vos dar um futuro e uma esperança” (Jr 29,11), o Fórum convida gestores administrativos, pedagógicos e pastorais das instituições associadas a retomarem, de forma coletiva, a força da identidade e da perenidade da Educação Católica. A intenção é pensar o presente com realismo, sem renunciar ao horizonte de esperança que deve orientar cada processo formativo.

O Fórum se consolida como um espaço de escuta e sinodalidade, no qual diferentes áreas das instituições católicas dialogam sobre inovação, gestão, espiritualidade, posicionamento institucional e tecnologias emergentes. As conferências,

os painéis e o ANEC Talks pretendem inspirar novas visões e ampliar a capacidade de resposta das instituições em um cenário educacional marcado por mudanças aceleradas.

A realização da Assembleia Geral Ordinária integra a programação e confere ao evento um caráter ainda mais estratégico. Nesse espaço deliberativo, serão discutidos temas essenciais para a vida associativa, reafirmando o compromisso das instituições com a governança, a corresponsabilidade e a unidade que sustentam a ação educativa católica em todo o país.

Em um tempo marcado pela complexidade social, transformações tecnológicas e desafios éticos emergentes, o Fórum 2026 será uma oportunidade de atualização, alinhamento institucional e renovação da missão. Ao reunir lideranças de todo o Brasil, a ANEC reforça o chamado para que a Educação Católica continue sendo lugar de esperança, inovação e formação integral.

Com olhar para o futuro e raízes plantadas no Evangelho, o evento reafirma o convite a sonhar juntos, para que o amanhã seja impulsionado por instituições mais preparadas, unidas e corajosas diante da vocação educativa.

PARTICIPE! Nos dias 16 e 17 de abril, no Hotel Royal Tulip, em Brasília (DF), aguardamos você!

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Revista EDUCANEC | ACONTECEU NA ANEC

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Revista EDUCANEC | ACONTECEU NA ANEC

Expansão do Ensino Superior e entraves regulatórios A associação destacou a dificuldade histórica das universidades católicas em ampliar áreas essenciais, como Medicina, por limitações regulatórias, o que compromete a sustentabilidade de cursos deficitários e restringe o crescimento das instituições. Um edital recente que permitiu a participação de instituições católicas vinculadas a hospitais foi visto como avanço, mas longe de resolver o conjunto de restrições do setor.

Os representantes da ANEC destacaram que as instituições católicas se sentem sozinhas diante de um ambiente regulatório desfavorável. O desafio, agora, é criar condições políticas e institucionais para um novo ciclo de crescimento.

Educação religiosa e presença da Igreja no espaço público

PRESIDENTE DA FRENTE CATÓLICA VIVENCIA IMERSÃO NA ANEC E FIRMA COMPROMISSOS COM A EDUCAÇÃO CATÓLICA O presidente da Frente Parlamentar Católica na Câmara dos Deputados, o deputado federal Luiz Gastão Bittencourt (PSD-CE), esteve na sede da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), em Brasília, no mês de dezembro.

Mais do que uma visita institucional, o encontro deu continuidade a um processo permanente de diálogo, proporcionando ao deputado uma imersão nas pautas prioritárias da educação católica promovida pela ANEC, que estão conectadas à Agenda de Incidência Política da educação católica, lançada este ano na Câmara dos Deputados.

Trata-se de uma construção que vem sendo fortalecida ao longo de sucessivas reuniões, com o objetivo de estreitar relações, ampliar a cooperação e somar esforços em torno da defesa dos valores cristãos, da vida, da família e dos direitos das instituições educacionais católicas no país.

A ANEC apresentou ao parlamentar um pano-

rama atualizado da educação católica no país, os principais desafios das instituições e as pautas prioritárias para 2025–2026. Com 80 anos de atuação nacional, a ANEC passou, nos últimos anos, por um processo de mudanças estratégicas a fim de ser mais incisiva na representação dos interesses de suas associadas. O foco atual é articular, congregar e representar as instituições católicas em suas demandas políticas, jurídicas, pastorais e eclesiais.

O cenário apresentado ao presidente da Frente Parlamentar Católica, deputado Gastão, dimensiona a relevância do setor: 361 mantenedoras; 1.209 escolas; 81 instituições de ensino superior (faculdades, centros universitários e universidades); 11 hospitais vinculados a instituições de ensino superior; 1,5 milhão de estudantes (sendo 300 mil no ensino superior); 273 mil colaboradores e professores.

A ANEC também destacou ao deputado o novo documento da CNBB sobre Ensino Religioso, de caráter facultativo, que abre portas para um diálogo mais estruturado com escolas públicas. O material deve embasar conversas com Secretarias Estaduais de Educação e apoiar o clero na compreensão da dinâmica das políticas educacionais.

Na ocasião, foram apresentadas ao deputado

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outras pautas consideradas prioritárias pela ANEC, que estão em discussão no Congresso Nacional.

1. Reforma tributária e defesa das instituições sem fins lucrativos Durante a reunião, foi exposta a preocupação com propostas que ameaçam a imunidade tributária constitucional das entidades filantrópicas.

Um estudo sobre os impactos da reforma tributária foi apresentado pela Carmem Murara, membro do Conselho Superior da ANEC e diretora de Relações Institucionais e Governamentais do Grupo Marista, e o Saulo Marcon, advogado da PUC-Paraná. Entre os pontos apresentados estão a defesa da aprovação do PL n. 3043/22 na versão original (do deputado Israel Batista), a aprovação do PLP n. 162/22 e rejeição do PLP n. 153/22, o estudo sobre os impactos do novo modelo do IBS para instituições filantrópicas e não filantrópicas, além do risco de aumento do ônus tributário e dificuldade de creditamento.

O deputado reconheceu os problemas e afirmou que deve conduzir ajustes no texto da reforma no próximo ano, incluindo soluções de acreditação cruzada.

2. Reconhecimento das IES comunitárias A ANEC pediu reforço político no diálogo com o MEC para proteger o modelo comunitário. O deputado se comprometeu a atuar pela realização de uma audiência pública na Câmara sobre o papel das instituições católicas na sociedade.

3. Políticas de inclusão e preocupações operacionais O deputado também teve conhecimento da preocupação da ANEC sobre as políticas de inclusão nas escolas previstas em projetos em tramitação na Câmara dos Deputados, incluindo o financiamento previsto no novo decreto de inclusão, os limites de alunos por turma, a falta de diretrizes operacionais claras, os custos de adaptações estruturais e contratação de profissionais de saúde, além da implementação do PL n. 3648, que trata do financiamento de estudantes com deficiência na rede privada.

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O diagnóstico é claro: há boa intenção nas propostas, mas falta clareza sobre o “como”, especialmente no que diz respeito ao impacto financeiro.

Foi reforçado, ainda, o compromisso da ANEC com a inclusão e, nessa ocasião, foi entregue ao deputado o estudo sobre a “Educação Inclusiva na Educação Católica” a partir dos contextos das instituições associadas, que aponta os desafios e os investimentos necessários para garantir um ensino de qualidade para todos.

4. Representatividade política A associação também solicitou apoio da Frente Parlamentar para garantir deputados católicos na Comissão de Educação em 2026, fortalecer a presença da educação católica no Conselho Nacional de Educação e no Conselhão da Presidência da República, além de incluir as pautas da educação católica no debate das eleições de 2026.

O deputado Gastão acolheu o pleito e garantiu articulação com outros parlamentares. A entidade também propôs realizar, com apoio da Frente, uma audiência ou seminário na Câmara, em 2026, sobre o Pacto Educativo Global, iniciativa do Papa Francisco, relançado pelo Papa Leão XIV.

Ações da Frente Parlamentar Católica Ao final do encontro, o deputado apresentou as principais atividades realizadas pela Frente,

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como a Santa Missa mensal no Congresso; o grupo de oração semanal; confissões semanais na Capela do Senado. Além de sessão solene em 3 de março em comemoração à relação Brasil–Santa Sé, com convite a todos os bispos e com a participação da ANEC. Gastão também foi convidado para abrir o ano letivo no Dia ANEC CE, evento com cerca de 800 participantes, e recebeu de presente do secretário-executivo, Guinartt Diniz, uma medalha abençoada pelo Papa Leão na ocasião da participação da ANEC no Jubileu do Mundo Educativo, realizado em outubro e novembro deste ano, em Roma, bem como a carta apostólica do Papa Leão XIII, também assinada nesta ocasião.

Por fim, o deputado assumiu o compromisso pela Frente parlamentar Católica de “estar cada vez mais próximos da ANEC para difundir o ensino católico e fazer com que ele seja mais respeitado e valorizado pelo povo brasileiro.” Neste sentido, já está prevista uma nova reunião do Deputado com as Presidências da Diretoria e do Conselho Superior da ANEC, para o mês de fevereiro.

“Nosso papel é defender os valores cristãos, as instituições cristãs e todos os que levam a palavra de Cristo para a população. A ANEC e o ensino católico são fundamentais para fazer com que os valores cristãos possam permear toda a sociedade”, reforçou o parlamentar.

SENADO DESTACA O PAPEL DA EDUCAÇÃO CATÓLICA E REFORÇA COMPROMISSOS DO PACTO EDUCATIVO GLOBAL EM SESSÃO ESPECIAL O Senado Federal realizou, no dia 28/11, uma Sessão Especial dedicada ao Pacto Educativo Global e ao legado do Papa Francisco, cujo falecimento completou seis meses em novembro. A iniciativa, proposta pelo senador Flávio Arns (PSBPR) com apoio institucional da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) e da PUC Paraná, reuniu autoridades legislativas, eclesiásticas, acadêmicas e estudantes para reafirmar o compromisso do Brasil com uma educação integral, fraterna e voltada ao bem comum.

O Pacto Educativo Global, lançado por papa Francisco em 2019, segue inspirando instituições de ensino no Brasil e no mundo. O objetivo central permanece atual: colocar a pessoa no centro, reconstruir vínculos sociais e formar uma ampla aliança entre famílias, escolas, universidades, governos e entidades civis.

O relançamento da iniciativa pelo Papa Leão XIV, em 2025, trouxe novos eixos — espiritualidade, humanização do digital e promoção da paz — reforçando o caráter ético e transformador do pacto.

Em mensagem lida no plenário pelo estudante da Universidade Católica de Brasília (UCB) Pedro Paulo, o cardeal José Tolentino, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, destacou que o pacto é mais que um documento.

“O Santo Padre recorda-nos que toda educação autêntica deve ajudar a construir mapas capazes de orientar a vida, a acender o desejo de gerar. O Pacto Educativo Global não é um documento, é um caminho, é uma promessa, é uma cultura de esperança”, disse na carta.

O representante da CNBB, padre Júlio César

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Evangelista Resende, reforçou o impacto global do pacto. “A convocação feita por Francisco nasceu das solicitações de organismos internacionais que reconheceram nele uma voz lúcida e profética em meio a um mundo fragmentado. O Pacto Educativo Global oferece um horizonte comum”, explicou.

Ao presidir a sessão, o senador Flávio Arns reforçou que o Congresso tem papel decisivo na consolidação do pacto no país, especialmente durante a revisão e votação do Plano Nacional de Educação (PNE), que definirá diretrizes para a próxima década. “O debate no Congresso deve refletir a consciência da sociedade. Quanto mais essa visão fraterna se espalhar, mais condições teremos de transformá-la em políticas públicas”, afirmou.

O senador ressaltou, ainda, que Francisco e Leão XIV apontam “caminhos possíveis e concretos” para que o Brasil avance rumo a uma sociedade do diálogo, da escuta e da participação.

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Educação católica brasileira: compromisso renovado A presidente da ANEC, Irmã Iraní Rupolo, afirmou que o pacto se alinha diretamente com a missão da educação católica. “Educar é dignificar a pessoa humana. Leão XIV nos convida a imaginar novos mapas de esperança e a integrar espiritualidade, tecnologia e paz como fundamentos educativos. A Casa Legislativa tem papel crucial ao regulamentar políticas que alcançam toda a educação pública, privada e confessional.”

A atuação da ANEC, segundo a Irmã Iraní, tem buscado fortalecer projetos institucionais, articulação pública e iniciativas de formação alinhadas aos dez compromissos do pacto.

O reitor da PUC Paraná, Irmão Rogério Mateucci, destacou o simbolismo de levar o debate ao Parlamento. “Trazer o Pacto Educativo Global para uma casa de leis é um gesto de coerência com sua própria proposta. É integrar universidade,

Estado e sociedade civil na promoção de uma educação inclusiva e transformadora”, disse.

Representando as universidades católicas da América Latina, o padre Anderson Pedroso, reitor da PUC Rio e presidente da ODUCAL, reforçou a importância de superar barreiras e assumir responsabilidades conjuntas. “Francisco nos ensinou a quebrar muros e construir pontes. A educação só avança quando escutamos, acolhemos e decidimos juntos”, declarou.

Para a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, Ir. Maria do Desterro, a convocação de Francisco ecoa na prática diária das congregações religiosas. “A vida religiosa está onde a vida pede socorro. O pacto reafirma a centralidade da pessoa e a espiritualidade como ponte de paz.

Participar desta sessão é reafirmar nosso compromisso com a educação e com todas as forças que defendem a dignidade humana”, enfatizou.

A escuta dos estudantes: pacto se concretiza com participação juvenil O universitário Pedro Paulo Viana, da Universidade Católica de Brasília, destacou que ser ouvido em um ambiente legislativo reforça a relevância da participação estudantil. “Como estudante me sinto honrado em estar participando do evento, isso é sinal de que a voz dos estudantes também é ouvida”, disse.

Já Paula da Silva Nogueira, estudante do Colégio Marista de Brasília, lembrou que a educação vai além do conteúdo e destacou a importância da escuta. “Educar hoje exige abrir espaços de diálogo real, em que jovens e adultos possam se encontrar de igual para igual, com respeito mútuo e coragem para aprender uns com os outros o sentido da vida”, declarou.

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FÓRUM DE PRESIDENTES E GESTORES DE MANTENEDORAS REÚNE LÍDERES DA EDUCAÇÃO CATÓLICA PARA DEBATER GOVERNANÇA E LIDERANÇA TRANSFORMADORA

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Realizado nos dias 7 e 8 de outubro, em Brasília, o Fórum de Presidentes e Gestores de Mantenedoras da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) reuniu lideranças de instituições de todo o país para refletir sobre o tema “Liderança e Governança na Educação Católica: caminhos para uma gestão transformadora”. A programação integrou palestras, espiritualidade e momentos de troca, o que reforçou o compromisso da ANEC em fortalecer a missão educacional e evangelizadora das instituições católicas.

Unidade e missão da Educação Católica

Para o Padre Charles Lamartine, vice-presidente da ANEC, o encontro reafirmou o papel singular da Educação Católica no país, cuja missão é “transformar vidas e impactar diretamente a nossa sociedade”. Ele destacou a importância da união entre as instituições: “Nós não competimos só na dinâmica de mercado, mas há uma filosofia e valores que nos norteiam”.

Idealizadora da programação, em parceria com a gerente da Câmara de Mantenedoras, Fabiana Deflon, a Ir. Marli Araújo, diretora-tesoureira da ANEC, celebrou a consolidação do Fórum como espaço de crescimento conjunto. “Trazemos cases de grandes e pequenas associadas para uma troca que faz todas crescerem”, afirmou.

Um dos destaques do primeiro dia foi a palestra do Pe. Antônio Tabosa, do FONIF, que reforçou a necessidade de ampliar o protagonismo dos leigos nas decisões das instituições religiosas. “Os religiosos estão diminuindo e isso exige um novo modelo de governança, no qual os leigos participem ativamente”, explicou. Ele também ressaltou a importância da formação contínua para alinhar gestão e missão.

O Pe. Joãozinho, SCJ, trouxe uma reflexão sobre o papel do líder católico na sociedade atual, fundamentada na fé, no amor e na esperança. Ao apresentar o conceito de metanoia, enfatizou que a verdadeira liderança nasce da coerência e da espiritualidade.

Ele alertou para os “três ídolos que desviam do essencial: ter, poder e prazer”, indicando como remédios a oração, o jejum e a caridade.

Case inspirador

Entre os exemplos apresentados, destacou-se o relato da Ir. Maria José Machado, da Rede Filhas de Jesus, que compartilhou a experiência de implantação de um centro de serviços compartilhados. “Encontramos um caminho de adminis-

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tração leve e eficiente, que pode inspirar outras pequenas redes”, afirmou.

Liderança com propósito

O segundo dia começou com uma missa presidida pelo Pe. Joãozinho, seguida da palestra de Marcos Custódio, que apresentou O Código da Liderança, momento em que pontuou ser o cuidado com as pessoas o diferencial do líder. “As pessoas são o verdadeiro motor dos resultados”.

Na sequência, o professor Romenio dos Santos destacou que a liderança exige constante formação e abertura ao novo. “Liderar é estar em movimento permanente”.

Evangelização, identidade e mindset

À tarde, o Pe. Sérgio Mariucci abordou os desafios e diferenciais da liderança em instituições católicas, enquanto a Ir. Carolina Mureb reforçou o compromisso evangelizador. “As instituições não podem esquecer a razão pela qual existem. É essa memória que nos alimenta”, destacou.

A neurocientista Solange Mata Machado apresentou o tema Mindset e defendeu a importância de preparar estudantes para um futuro cada vez mais tecnológico. “A capacidade humana é infinita e ainda pouco explorada”, afirmou.

Gestão com espiritualidade

Para o Pe. Eguione Ricardo, da Ação Educacional Claretiana, o Fórum destacou o caráter carismático da gestão nas mantenedoras. “A gestão expressa o carisma e o sentido de pertença das instituições. É evangelização por meio da administração”.

A diretora do Colégio Santa Inês, Ir. Celassi Dalpiaz, avaliou o encontro como “extremamente positivo”, ressaltando a importância de temas como mindset e neurociência, para aprimorar a aprendizagem.

Encerrando o evento, o Pe. Joãozinho, membro do Conselho Superior da ANEC, sintetizou o espírito do Fórum. “Foi um mergulho da tradição à inovação. Saímos cansados, mas felizes, com a mente cheia de ideias e o coração cheio de propósito”.

Expositores

O Fórum contou com a presença de empresas parceiras, que enriqueceram o encontro com soluções e iniciativas para as instituições católicas: FTD, Edebê, BookFair, International School, LIV, Lyceum, Educbank, GVDASA, Isaac, Santillana e Verbum.

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ANEC PROMOVE SEMINÁRIO PARA FORTALECER A IDENTIDADE CONFESSIONAL COMO DIFERENCIAL ESTRATÉGICO NA EDUCAÇÃO CATÓLICA

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A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) realizou, em 9 de outubro, o Seminário de Identidade Confessional, que reuniu gestores, equipes de Pastoral, pesquisadores e especialistas para refletir sobre o tema “Entre a herança e o horizonte – o potencial estratégico da identidade confessional da Educação Católica”. O encontro consolidou-se como espaço de escuta, discernimento e diálogo sobre como a identidade católica sustenta um projeto educativo evangelizador, crítico, inclusivo e profético.

cria pontes de diálogo. Ela ajuda o mundo a viver plenamente os valores do Evangelho.”

A presidente da ANEC, Ir. Iraní Rupolo, e a vice-presidente do Conselho Superior e coordenadora do Observatório de Identidade Confessional, Ir. Adair Aparecida Sberga, conduziram a abertura institucional após a Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Sérgio Mariucci.

À tarde, a mesa-redonda sobre identidade confessional no mercado educacional, com o Dr. Jonathan Félix e o Dr. Bruno Barreto, reforçou a necessidade de posicionamento estratégico das escolas católicas.

Pastoralidade como diferencial institucional Ao longo do Seminário, um ponto comum nas discussões foi a necessidade de reconhecer a identidade confessional como o grande diferencial das instituições católicas no cenário educacional.

A Ir. Adair Sberga enfatizou que esse entendimento precisa alcançar a alta gestão para se traduzir em diretrizes concretas. “O primeiro desafio é que os gestores entendam que a identidade confessional é o nosso grande diferencial, inclusive no mercado educacional atual.”

Ela lembrou que a pastoralidade amplia o conceito de Pastoral ao expressar carisma, missão e clima institucional – uma transversalidade que mantém viva a essência de “ir pelo mundo e evangelizar”.

Outro desafio destacado foi a formação dos profissionais da Pastoralidade, uma área ainda sem curso formal específico. Para a Ir. Carolina Mureb, diretora do Setor de Animação Pastoral da ANEC, esses profissionais precisam de preparo multidisciplinar. “A identidade confessional católica

Na primeira palestra, a teóloga Rosana Manzini refletiu sobre a identidade católica no século XXI e destacou a urgência de um discernimento profético diante da crise civilizatória e das “estruturas de morte”. Citando o documento Dilexi Te, recém-lançado pelo Papa Leão XIV, afirmou que a Igreja está entre “o abismo e a profecia”, sendo chamada a ser “voz do que não tem voz” em um Brasil marcado por violências estruturais.

O Frei Jefferson, da Rede Lius, lembrou que, diante de um cenário educacional “bombardeado pelo capital aberto”, o diferencial está em preservar a identidade. “O grande diferencial da escola católica é conjugar expectativas contemporâneas com a transmissão de valores e a educação integral.”

Para ele, a identidade precisa aparecer não apenas em ritos, mas na prática pedagógica, na comunicação de valores e em experiências formativas, como o voluntariado.

O Seminário foi encerrado com um diálogo conduzido pelo Pe. Paulo Veríssimo, SJ, que abordou como revitalizar a identidade confessional por meio da pastoralidade e da gestão. Ao lado da Ir. Adair Sberga e de Gregory Rial, trouxe provocações sobre a necessidade de dar maior visibilidade à identidade confessional no cotidiano institucional.

O momento final foi marcado pela oração comunitária “Proclamação das Bem-aventuranças da Educação Católica”, seguida pelo canto da Salve Rainha, gesto que simbolizou comunhão e esperança para o futuro da Educação Católica.

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pós-graduação –, promovendo a formação continuada e o fortalecimento da pesquisa aplicada”.

A audiência também contou com a apresentação do professor doutor Max Damas, pesquisador externo da Comissão de CT&I e assessor da Presidência da Fundação Oswaldo Aranha e do SEMERJ. Na exposição “O Presente como Encruzilhada Histórica”, o professor destacou a transição entre paradigmas educacionais e sociais, analisando os desafios do século XXI e a necessidade de integrar ciência, tecnologia e humanismo no currículo escolar.

Entre os principais pontos abordados pelo professor Damas, estiveram: • a integração entre ciência, tecnologia e humanismo, sustentada por currículos dinâmicos e centrados na aprendizagem personalizada;

ANEC REFORÇA ENGAJAMENTO EM DISCUSSÃO SOBRE AS DIRETRIZES ORIENTADORAS PARA A INTEGRAÇÃO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO (CT&I) NA EDUCAÇÃO NACIONAL A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) marcou presença na audiência pública realizada no Senado Federal, em 14 de outubro, que debateu o Parecer sobre as Diretrizes Orientadoras para a Integração da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) na Educação Nacional, elaborado pela Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação na Educação Brasileira, do Conselho Nacional de Educação (CNE).

O encontro, liderado pela senadora Teresa Leitão (PT-PE), reuniu especialistas, gestores educacionais e representantes de entidades da sociedade civil em torno de uma pauta estraté-

gica: o fortalecimento da ciência, da tecnologia e da inovação como dimensões estruturantes da educação nacional.

A ANEC foi representada pelo professor doutor Ir. Paulo Fossatti, membro do Conselho Superior da Associação e relator do tema no CNE, que destacou a importância de um pacto nacional pela CT&I na educação. O professor ressaltou que “se queremos ciência, inovação e tecnologia como um pacto nacional, precisamos nos associar com todas as iniciativas que colaboram com esse novo conceito de ciência. É essencial dedicarmos um eixo à formação dos professores – desde a educação infantil até a

• a promoção da Ciência Aberta, em consonância com as recomendações da UNESCO, como instrumento de democratização e diálogo entre saberes científicos e populares; • o fortalecimento do ecossistema nacional de inovação, baseado em políticas públicas integradas, cooperação interinstitucional e redes colaborativas de aprendizagem; • a implementação de diretrizes por meio de modelos participativos e descentralizados, com indicadores institucionais próprios, parcerias com arranjos locais e startups e formações interdisciplinares orientadas por desafios reais.

Agenda de Incidência Política da Educação Católica Durante a ocasião, representantes da ANEC entregaram à senadora Teresa Leitão a Agenda de Incidência Política da Educação Católica para reforçar a importância do diálogo entre a instituição e os parlamentares sobre os desafios e as prioridades da Educação Católica no país.

Ao defender a integração entre ciência, tecnologia e inovação na formação integral, a ANEC reforça a missão de promover uma Educação Católica de excelência, humanizadora e comprometida com o desenvolvimento sustentável e social do país.

Como parte do compromisso com o avanço das políticas educacionais, a ANEC contribuiu ativamente com a elaboração da minuta da Resolução, por meio da Nota Técnica nº 007/2025, encaminhada à Comissão de CT&I do CNE.

Confira a Nota Técnica produzida pela ANEC aqui.

Foto: Mariana Leal/Gab. senadora Teresa Leitão (capa)

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FÓRUM DE REITORES E PRÓ-REITORES DA ANEC DESTACA ESPERANÇA E COMPROMISSO COM O FUTURO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR CATÓLICA NO BRASIL O encontro presencial do Fórum de Reitores e Pró-reitores da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), realizado nos dias 21 e 22 de outubro, em Brasília, reuniu líderes de Instituições de Ensino Superior católicas de todo o país. O evento foi marcado por reflexões sobre as transformações nas políticas públicas da educação, a sustentabilidade das universidades confessionais e a missão evangelizadora das IES católicas num contexto de rápidas mudanças culturais e tecnológicas.

O padre Sérgio Mariucci, presidente do Conselho Superior da ANEC, destacou o fortalecimento dos vínculos entre reitores e pró-reitores e o lançamento do documento de incidência política apresentado durante o jantar com parlamentares.

“Vivemos um momento de comunhão, de diálogo com a CNBB e de presença forte das nossas instituições na construção de políticas públicas”, afirmou. A presidente da ANEC, Irmã Iraní Rupolo, avaliou o encontro como “intenso e promissor”, ao destacar a partilha de experiências, a construção conjunta e o compromisso das universidades católicas com o bem comum, sempre com sentido educativo e evangelizador.

A abertura contou com a presença da Irmã Iraní Rupolo; do padre Anderson Pedroso, reitor da PUC-Rio; do padre João Paulo, representante da

CNBB; e do padre Sérgio Mariucci. Para o padre João Paulo, a missão das universidades católicas segue ancorada na vocação de educar para o bem comum, inspirando estudantes e professores a serem protagonistas de uma sociedade mais justa.

Um dos momentos mais significativos do primeiro dia foi a alocução de Dom Giambattis Diquattro, núncio apostólico no Brasil, que enfatizou que a comunhão evangélica deve ser prioridade para a Igreja e para as instituições católicas. “Num mundo fragmentado e dividido, a comunhão é a prioridade e o testemunho da Igreja”, afirmou.

Entre os temas centrais, o professor Ulysses Teixeira, diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, apresentou as mudanças no Sinaes, incluindo a reformulação do Enade, o Enamed para Medicina e o Enad Docente, voltado às licenciaturas. Ele reforçou a necessidade de construção coletiva dessas mudanças e destacou o papel essencial da ANEC no diálogo com o poder público para aprimorar políticas e fortalecer a autoavaliação institucional e as atividades de extensão. Já a coordenadora de Fomento Institucional da CAPES, Priscila Lelis Cagni, alertou para a falta de valorização da pós-graduação e para a invisibilidade das universidades comunitárias nas políticas governamentais; diante disso, defendeu uma ação permanente de sensibilização em relação a essa pauta no Legislativo.

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A urgência na formação de professores também ganhou destaque. Márcia Serra Ferreira, diretora de Formação de Professores da CAPES, trouxe dados alarmantes sobre a evasão em cursos de licenciatura, como os 73% registrados em Física, e lembrou que programas como o PIBID ainda alcançam apenas uma pequena parte dos estudantes. Novas iniciativas, como o Pé-de-Meia Licenciaturas, buscam reverter esse cenário por meio de incentivos financeiros. Haroldo Corrêa Rocha, do Movimento Profissão Docente, chamou atenção para a queda acentuada na formação de professores em instituições confessionais – de 30 mil formandos em 2010 para 6 mil em 2024 –, efeito da expansão da EaD autoinstrucional. A conselheira do CNE e presidente do CONFENEM, Elizabeth Guedes, reforçou a necessidade de criar uma carreira de Estado para garantir a valorização docente.

O segundo dia começou com a celebração eucarística presidida por Dom Joaquim Hudson, que conduziu uma reflexão sobre a “pedagogia da esperança” à luz do Pacto Educativo Global. Ele destacou que esperançar é corresponsabilizar-se e manter vivo o compromisso com a transformação social por meio da educação. A sustentabilidade das instituições católicas também esteve no centro das discussões. Adilson Santana, diretor do MEC, apresentou desafios do Prouni e do Fies, especialmente relacionados à inadimplência e ocupação de vagas. Já Marcos Kutova, da PUC-Minas, mostrou dados do Inep que evidenciam a queda das matrículas presenciais e o avanço expressivo da EaD, reforçando a necessidade de as universidades católicas reafirmarem a identidade e o valor do encontro presencial. Leonardo Galvani, pró-

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-reitor da UCB, por sua vez, ressaltou a importância de equilibrar compromisso social, gestão financeira e inovação curricular; para isso, citou o uso de tecnologias digitais e novas linguagens comunicacionais como estratégias essenciais.

No painel de encerramento, Irmã Iraní Rupolo e Gregory Rial apresentaram as agendas política e institucional da ANEC, com destaque para a presença ativa no Legislativo e a entrega de documentos estratégicos aos parlamentares. O padre Anderson Pedroso, presidente da Oducal, trouxe a perspectiva latino-americana e elogiou a iniciativa da ANEC de promover um encontro que integra esperança, planejamento e estratégia educacional.

Ao fim, o pró-reitor da UCB, padre Isaac Celestino Assis, reforçou o papel central da Pastoral Universitária como elemento da identidade institucional.

A reitora da PUC-Goiás, Olga Ronck, relembrou a missão histórica das universidades católicas na formação de professores e chamou atenção para a gravidade da crise atual nas licenciaturas, reafirmando a importância da qualidade na formação docente como aposta no futuro do país. Frei Mayko Ataliba, do Instituto São Boaventura, também destacou o caráter de comunhão, diálogo e fortalecimento institucional promovido pelo encontro, especialmente nos debates com representantes do MEC. O encerramento do Fórum foi marcado por uma síntese das reflexões sobre os desafios contemporâneos e pela reafirmação da missão das instituições católicas de ensino, comprometidas com a esperança, a formação integral e a transformação social.

ANEC lança Agenda de Incidência Política e Estratégica do Ensino Superior com cinco prioridades para universidades católicas Como parte da programação do Fórum de Reitores e Pró-reitores, a ANEC deu mais um passo na atuação política com o lançamento da Agenda de Incidência Política e Estratégica do Ensino Superior, apresentada durante um jantar em Brasília com representantes de Instituições Católicas de Ensino Superior (IES) e parla-

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mentares. Esse encontro foi um momento de diálogo sobre políticas públicas para o setor.

coragem, dignidade e disposição para servir ao país”, destacou.

Elaborado pela Câmara de Ensino Superior da ANEC, em parceria com reitores de instituições associadas, o documento propõe cinco eixos prioritários de atuação, abordando o reconhecimento das IES comunitárias, a revisão dos critérios para cursos de Medicina, a formação docente, o financiamento estudantil e o fomento à pesquisa e à pós-graduação. A proposta consolida um mapa estratégico de diálogo com os Três Poderes e reforça o papel das universidades católicas – que atendem mais de 337 mil estudantes – como parceiras na formulação de políticas públicas para o país.

O Irmão Cledes Casagrande, reitor da Unilasalle, enfatizou o caráter coletivo e a qualidade do processo de construção do documento, bem como apontou que ele estabelece uma diretriz objetiva para o diálogo com autoridades e dentro das próprias instituições. Parlamentares presentes reforçaram a importância das instituições católicas para o país. Já o presidente da Frente Parlamentar Católica, deputado Luiz Gastão (PSD-CE), afirmou que o ensino católico se destaca pela formação integral e pela promoção de valores, e que é necessário ampliar e garantir a sustentabilidade das universidades para que continuem a prestar serviço essencial à sociedade. Por seu turno, a deputada Maria do Rosário (PT-RS), homenageada com o Prêmio do Mérito Educacional Católico durante o evento, destacou a dimensão ética e o compromisso com os direitos humanos, característicos da Educação Católica, reforçando que a agenda da ANEC valoriza a formação docente e o papel das instituições comunitárias.

Durante o lançamento, a presidente da ANEC, Irmã Iraní Rupolo, destacou que o documento nasce de um esforço coletivo e expressa a maturidade institucional das IES católicas na defesa da missão educacional e social. Para ela, a agenda representa um instrumento de diálogo qualificado com o poder público e uma expressão concreta do compromisso da Educação Católica com a transformação social. “Quando sabemos quem somos e o que queremos, sabemos melhor conversar sobre o que desejamos e podemos fazer. Este documento é pequeno, mas denso, e traduz o sonho de ‘organizar a esperança’, como dizia o Papa Francisco”, afirmou. Ela reforçou, ainda, a necessidade de uma bancada parlamentar que pense em educação e de políticas com visão de futuro, capazes de responder aos desafios dos próximos anos.

A relevância da iniciativa também foi ressaltada por lideranças das instituições. O bispo auxiliar de Manaus e diretor da Faculdade Católica do Amazonas, Dom Joaquim Hudson, lembrou que a Educação Católica tem papel essencial na promoção da vida, da inclusão e da cidadania, e que políticas públicas devem garantir direitos fundamentais, como o acesso à educação. Para ele, o lançamento simboliza uma caminhada construída “por muitas mãos e corações que acreditam na esperança e na construção de uma sociedade segundo os valores do Evangelho”. Já o reitor da PUC-Rio, padre Anderson Pedroso, afirmou que a agenda representa um marco político para o setor ao expressar a disposição das instituições católicas de exercerem o direito à educação com clareza e coragem. “Não se trata de pedidos, mas de um posicionamento. A ANEC se levanta com

O senador Izalci Lucas (PL-DF) elogiou a consolidação de uma pauta unificada e destacou a necessidade de o Congresso ouvir mais o setor privado e comunitário, sobretudo diante da ampla quantidade de projetos que impactam o Ensino Superior. Representando o Ministério da Educação, Adilson Santana, diretor responsável pelo ProUni e FIES, afirmou que o MEC está aberto ao diálogo e reconhece a importância da contribuição das IES católicas. Ele destacou que os programas de financiamento estudantil já transformaram milhões de vidas e que precisam ser aprimorados com o apoio de quem vivencia diariamente a realidade do Ensino Superior.

Também acompanharam o lançamento o diretor de Avaliação da Educação Superior do Inep, Ulysses Tavares, a presidente do CONFENEM e conselheira do CNE, Elizabeth Guedes, além de representantes do Congresso Nacional. O evento foi encerrado pelo padre Sérgio Mariucci, diretor-presidente do Conselho Superior da ANEC, que reafirmou o compromisso da entidade com a democracia e com uma educação que seja projeto nacional, defendendo que a ANEC se consolida como ponte entre a Igreja, o Congresso e o futuro da educação brasileira.

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ANEC LANÇA O LIVRO “SABERES E PRÁTICAS PARA UMA ECOLOGIA INTEGRAL” PARA INSPIRAR O CAMINHO RUMO À COP 30 Fruto da parceria entre ANEC, PUC-Minas e Articulação Igreja Rumo à COP 30, a obra reúne experiências educativas ecotransformadoras e está disponível gratuitamente para download.

ANEC HOMENAGEIA PADRE JOSÉ MARINONI POR CONTRIBUIÇÃO NA CRIAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO Figura central na história da educação católica no Brasil, o Padre José Marinoni é reconhecido como uma das lideranças mais influentes na articulação que resultou na fusão das três instituições antecessoras — AEC, ANAMEC e ABESC — processo que deu origem à ANEC. Seu olhar estratégico, aliado à postura sempre marcada por “amor e firmeza”, contribuiu para organizar a esperança na educação católica e fortalecer as bases da missão que hoje norteia a associação.

A Irmã Iraní Rupolo, presidente da ANEC, destacou, durante o Fórum de Reitores e Pró-reitores da ANEC, o Padre Marinoni como uma das lideranças mais significativas na reflexão e fusão das três instituições antecessoras (AEC, ANAMEC e ABESC). Foi um processo que, apesar de desafiador, “organizou a esperança na educação” e lançou as bases para a continuidade do trabalho da ANEC. A Irmã Iraní relembrou, ainda, a característica do Padre Marinoni, expressa nas próprias palavras, de unir “amor e firmeza” no trato das questões, uma postura essencial para o sucesso da união.

Em reconhecimento formal, o Padre Sérgio, presidente do Conselho Superior da ANEC,

outorgou a Padre Marinoni o Prêmio de Mérito Educacional Católico, pelos “relevantes serviços em prol do Pacto Educativo Global em nosso país” e pela atuação fundamental na união das instituições.

No discurso, o Padre Marinoni compartilhou o mérito da homenagem com outros importantes líderes, como o reitor professor Wolmir e a Irmã Olmira, e relembrou os intensos esforços de articulação que envolveram a busca por apoio da CNBB, por meio de Dom Geraldo Magela, e a visita a 17 AECs Estaduais para construir o consenso e o estatuto da nova associação católica de educação.

Marinoni destacou o esforço em conservar a sede da antiga AEC como um símbolo de união e reforçou que a construção da ANEC foi marcada por “amabilidade, amor e firmeza”, superando dificuldades para alcançar a posição de destaque que a associação ocupa hoje. O Padre Marinoni finalizou com um agradecimento emocionado e um apelo à unidade, traço distintivo da ANEC. “Permaneçamos sempre unidos, porque é a união que é a característica e aquilo que distingue a ANEC”, concluiu.

A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, em parceria com a Articulação Igreja Rumo à COP 30 e a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), lançou o livro Saberes e práticas para uma Ecologia Integral: experiências educativas ecotransformadoras.

A publicação foi uma das principais contribuições brasileiras para o debate global sobre ecologia integral e justiça climática, no contexto da COP 30, realizada em novembro de 2025, em Belém do Pará.

Um chamado à ação e à esperança Com mais de 300 páginas, o livro reúne artigos, relatos e reflexões de pesquisadores, educadores, lideranças e movimentos sociais de todo o país. A obra articula saberes acadêmicos, populares e espirituais para responder aos desafios da crise climática e promover uma cultura de cuidado com a Casa Comum.

Organizado em dois eixos, o volume propõe uma verdadeira agenda ecossocial transformadora: Eixo 1 – Contextos, desafios e resistências na defesa da Casa Comum: analisa criticamente as causas políticas, econômicas e culturais da emergência climática, destacando as resistências dos povos amazônicos, indígenas e quilombolas.

Eixo 2 – Os caminhos que vêm da educação: apresenta experiências educativas concretas que integram fé, ciência e transformação social, mostrando o poder da educação como ferramenta de mobilização e esperança.

A obra traz, ainda, um texto especial da Pontifícia Comissão para a América Latina, assinado pela

teóloga Emilce Cuda, que reconhece a relevância do livro como “guia de reflexão para toda a América Latina e o Caribe” na construção de uma nova ordem, marcada pela justiça social e ambiental.

Educação ecotransformadora e compromisso com o planeta Inspirado pela Laudato Si’ e pelo Pacto Educativo Global, o livro destaca a educação como um caminho essencial para uma verdadeira transição ecológica. Em suas páginas, são apresentadas experiências de escolas e universidades católicas que estão transformando a ecologia integral em ação concreta: da Cátedra Laudato Si’ da UNICAP ao Observatório Marista do Clima, passando por iniciativas de agroecologia nas escolas, arte e educação popular e extensão universitária ambiental. O livro reafirma que a ecologia integral não é apenas um conceito, mas uma prática viva que une espiritualidade, ciência, pedagogia e política.

Download gratuito A ANEC convida toda a comunidade acadêmica, pastoral e educativa a conhecer essa importante obra. O livro Saberes e práticas para uma Ecologia Integral: experiências educativas ecotransformadoras está disponível gratuitamente para download no site da ANEC e pode ser utilizado como material de estudo, reflexão e formação para escolas, universidades e comunidades comprometidas com a Ecologia Integral e a COP-30.

Baixe gratuitamente o livro ao acessar o QR Code.

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SEMINÁRIO NACIONAL DE PASTORAL ESCOLAR FORTALECE A MISSÃO DA EDUCAÇÃO CATÓLICA NO BRASIL Entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, Belo Horizonte recebeu educadores, agentes de pastoral, gestores e religiosos de todo o país para participar do Seminário Nacional de Pastoral Escolar, promovido pela ANEC. O encontro, que reuniu mais de 170 participantes, consolidou-se como um espaço de escuta, formação, espiritualidade e construção coletiva para o fortalecimento da pastoral nas instituições de educação católica.

À tarde, as oficinas de gestão aproximaram os participantes de temas, como planejamento, pessoas, processos e avaliação da Pastoral, traduzindo o conteúdo formativo em práticas aplicáveis ao cotidiano escolar. O dia terminou com uma inspiradora formação sobre “Evangelização e mundo digital”, reforçando os desafios e oportunidades para anunciar o Evangelho no contexto contemporâneo.

A primeira noite foi inaugurada com a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, reitor da PUC Minas e membro do Conselho Superior da ANEC. O clima de acolhida e integração se ampliou durante o jantar de confraternização, que preparou o grupo para a sessão de abertura.

O último dia do seminário iniciou com um momento de oração, seguido da mesa-redonda “Pastoralidade, acolhimento e superação ao preconceito”. As reflexões continuaram com o debate “Para onde vai a Igreja Católica? Reflexões sobre o sentido de se fazer pastoral hoje”, convidando os participantes a pensar o papel da Pastoral diante dos desafios atuais.

O tema da noite, “O senso religioso contemporâneo e o espaço da escola confessional católica”, provocou reflexões importantes a partir das contribuições do Prof. Dr. Sandson Rotterdam (PUC Minas/Colégio Santa Doroteia) e da Me. Ir. Carolina Mureb Santos, FC (PUC-SP/ANEC). Foi um início permeado de espiritualidade, partilha e horizontes renovados para a missão pastoral.

O segundo dia começou com a Santa Missa, presidida por Dom Edmar José da Silva, seguida da apresentação das Linhas de Ação Pastoral, desenvolvidas pela ANEC para as escolas. As reflexões da manhã abordaram temas essenciais para a atuação na escola católica, incluindo saúde mental e acompanhamento pastoral.

À tarde, as Conversas no Espírito favoreceram um ambiente de discernimento para projetar as prioridades da Pastoral Escolar para 2026. O encontro foi encerrado com a Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Márcio Ribeiro, vigário episcopal para Cultura e Educação na Arquidiocese de Belo Horizonte, renovando o compromisso dos participantes com a missão evangelizadora nas escolas.

O evento reafirmou que a Pastoral Escolar é um espaço vital de escuta, acolhimento, evangelização e cuidado integral — e que sua missão continua mais viva e necessária do que nunca.

A ADOÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO: UM CAMINHO A TRILHAR NA EVOLUÇÃO DA GESTÃO EDUCACIONAL A crescente adoção da Governança Corporativa é uma realidade nas organizações privadas, em especial naquelas que já identificaram as contribuições que tal modelo pode trazer para o fortalecimento e a evolução da gestão. No segmento educacional, a Governança também se faz presente, embora ainda haja amplas oportunidades de criação e aprimoramento na adoção, sobretudo nas instituições que enfrentam desafios para alcançar a perenidade, como hoje se observa em diversas organizações de ensino.

A Governança Corporativa, também conhecida como Governança, é definida pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) como “um conjunto de boas práticas e processos que garantem a direção e o controle de uma organização”. É todo um sistema que envolve princípios, regras, estruturas e processos que orientam a direção e o monitoramento das organizações, visando a geração de valor sustentável para a organização, os sócios e a sociedade em geral.

Assim, a Governança contribui para a sustentabilidade e perenidade das organizações, desafio vivido por muitas das nossas instituições de ensino.

Os princípios fundamentais da Governança incluem integridade, transparência, equidade, responsabilização (accountability) e sustentabilidade, que orientam a conduta dos agentes de governança e formam o alicerce das melhores práticas corporativas. A Governança não atua diretamente na gestão das organizações, que é de responsabilidade do corpo diretivo, mas estabelece diretrizes que orientam a tomada de decisões e a gestão de recursos; assim, contribui na proteção dos interesses de longo prazo dos sócios, mitigando que ações diretivas de curto prazo possam, eventualmente, ser tomadas em busca de resultados imediatos, mas não perenes.

Dessa forma, a Governança promove uma visão de longo prazo, orientada para a perenidade da organização, mais relevante e duradoura do

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que resultados pontuais de curto prazo. Nesse sentido, as contribuições da Governança para a sustentabilidade das instituições de ensino podem ser consideradas um dos principais efeitos positivos da implementação efetiva.

A Governança fundamenta-se em cinco pilares essenciais.

• Integridade: promove e consolida uma cultura ética na organização, evitando decisões sob influência de conflitos de interesse, mantendo coerência entre discurso e prática, e preservando a lealdade à instituição e o cuidado com suas partes interessadas, comunidade acadêmica, sociedade e meio ambiente.

• Transparência: busca disponibilizar informações verdadeiras, tempestivas, coerentes, claras e relevantes, tanto positivas quanto negativas, e não apenas aquelas exigidas por leis ou regulamentos. Essas informações não devem ser limitadas aos esclarecimentos do desempenho econômico-financeiro; devem contemplar, também, os fatores ambiental, social e de governança. A promoção da transparência favorece o desenvolvimento dos negócios e estimula um ambiente de confiança para o relacionamento de todas as partes interessadas.

• Equidade: assegura que todos os sócios e as demais partes interessadas sejam tratados de forma justa e equilibrada, levando em consideração direitos, deveres, necessidades e expectativas, como indivíduos ou coletivamente. A equidade pressupõe respeito à diversidade, inclusão, pluralismo e igualdade de oportunidades.

• Responsabilização(accountability): atribui responsabilidades pessoais àqueles que atuam em nome da organização, exigindo diligência e independência, com vistas à geração de valor sustentável no longo prazo, assumindo a responsabilidade pelas consequências de atos e omissões. Além disso, deve-se prestar contas da atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, cientes de que as decisões podem não apenas responsabilizá-los individualmente, como impactar a organização, as partes interessadas e o meio ambiente.

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• Sustentabilidade: zela pela viabilidade econômico-financeira da organização, busca reduzir as externalidades negativas dos negócios e das operações, bem como aumentar as positivas, levando em consideração os diversos capitais (financeiro, manufaturado, intelectual, humano, social, natural e reputacional).

Para além dos resultados financeiros (necessários para a sustentação), o pilar propõe uma perspectiva de longo prazo, que almeja a perenidade das organizações.

Modelo de estrutura de Governança Para além da constituição de uma estrutura de cargos e processos, que podem variar de acordo com o tipo de organização, a adoção de um modelo de Governança é fruto da maturidade e decisão de implementar uma cultura organizacional, baseada em valores éticos inegociáveis, de responsabilidade com as partes envolvidas e visão de longo prazo, que persiga a perenidade da instituição.

Não são indicações determinísticas, mas uma estrutura amplamente adotada é composta pelos seguintes órgãos de Governança: • Conselho de Administração (CAD): exerce o papel de guardião do propósito, dos valores, do objeto social da organização e do sistema de Governança. É o órgão colegiado encarregado da definição da estratégia corporativa, do acompanhamento do cumprimento pela Diretoria, e da conexão entre a gestão executiva e os sócios em defesa dos interesses da organização. Na qualidade de administradores, os conselheiros possuem deveres fiduciários para com a organização, o que inclui orientar e monitorar a Diretoria Executiva, atuando como elo entre ela e os sócios, com vistas à geração de valor sustentável no curto, médio e longo prazos para a organização, seus sócios e demais partes interessadas.

• Comitês de Assessoramento ao CAD: o número e a natureza dos comitês de assessoramento devem observar a necessidade da organização. Assim, o escopo e o benefício da existência de cada comitê devem ser reavaliados periodicamente, de modo a assegurar que todos tenham um papel efetivo de assessoramento ao CAD. Os comitês de assessora-

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mento são formados por conselheiros e especialistas que ajudam a conduzir estudos sobre matérias que demandam análise técnica e deliberação do conselho de administração.

• Comitê de Auditoria (COAUD): dentre os comitês de assessoramento, este é um relevante papel para buscar, de forma autônoma e independente, a apuração de dados apresentados pela Diretoria Executiva, para que representem, de forma fidedigna, o desempenho e os resultados da operação da organização, quer financeiros ou não. Sem a prerrogativa deliberativa, o COAUD exerce atividades relacionadas à supervisão ativa e preventiva, visando à confiabilidade e integridade das informações para resguardar e aprimorar a Governança.

• Comitê de Ética: como princípio fundamental da Governança, a ética deve ser aplicada e garantida em todos os processos, as ações, as deliberações e as atividades exercidas pela organização, quer seja direta ou indiretamente exercidos por colaboradores e partes relacionadas. A existência deste comitê é uma forma de garantir que todas as partes envolvidas da organização cumpram e façam cumprir plenamente o código de conduta ética da organização.

• Comitê de Estratégia e Inovação: a depender da atividade exercida pela organização, este é um comitê de assessoramento, pois é o órgão de Governança que pode aportar e avaliar oportunidades e inovações, submetendo-as à apreciação do CAD como potencial área de atuação na organização ou da revisitação de prioridades no planejamento estratégico.

• Conselho Fiscal: não exerce papel de assessoramento; é um órgão de Governança estabelecido para supervisionar e fiscalizar os administradores da companhia com relação às atividades financeiras e contábeis, de forma independente e com o objetivo de assegurar a integridade, transparência e qualidade das informações financeiras e contábeis divulgadas pela organização.

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Desafios da implementação Apesar dos benefícios diretos e indiretos, desde a melhoria no acompanhamento da gestão, passando pela percepção reputacional positiva pela sociedade, até a contribuição para o efetivo cumprimento da missão educativa, a implantação da Governança em instituições de ensino ainda passa por desafios, como resistência cultural, desconhecimento da aplicação, limitações de recursos financeiros, falta de capacitação de gestores e dificuldades em articular transparência com práticas consolidadas. Afinal, representa uma mudança sobre alguns costumes de olhar introspectivo, de curto prazo, por vezes avaliado como resultados apenas os de caráter econômico-financeiro. Um modelo de Governança amplia esse olhar, torna colegiado o entendimento de desempenho das organizações, podendo ser acompanhado sob múltiplas perspectivas complementares.

Um primeiro ponto para se chegar à maturidade de adoção do modelo é passar a tratar do tema como estudo, como conhecimento ampliado recorrentemente nas reuniões de planejamento e definição de objetivos da organização. Contar com profissionais externos, experientes e isentos dos interesses da área executiva é uma boa prática, pois permite ampliar e diversificar as formas de observação da gestão. Um modelo de Governança não afeta nem interfere na gestão executiva. Nem pode. No entanto, seguramente, traz aos sócios um olhar isento e externo sobre a avaliação da organização, para além dos simples resultados econômico-financeiros, que são importantes, mas não bastam para um olhar completo, de longo prazo, com vistas à perenidade, mais relevante que o retorno financeiro de curto prazo.

A relevância da Governança em instituições de ensino extrapola a gestão administrativa. Ela é um instrumento de transformação educacional. Ao promover transparência, eficiência e participação social, a Governança cria bases sólidas para que as escolas alcancem melhores resultados pedagógicos e preparem cidadãos mais conscientes, críticos e engajados. Portanto, investir em modelos de Governança em instituições de ensino é um compromisso com o futuro da missão educativa.

Luiz César Córdoba

Bacharel em Administração, mestre e doutor em Educação pela Universidade Católica de Brasília, pós-Graduado MBA Executivo pela Miami University e Especialização pelo CELAM Conselho Episcopal Latino-Americano.

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crédito: Universidade Franciscana

MUSEU FRANCISCANO INAUGURA NOVA SEDE EM SANTA MARIA (RS) O museu integra ações de preservação da memória e de fortalecimento da Educação Católica.

Preservar memórias também é educar. No dia 14 de outubro de 2025, a Universidade Franciscana (UFN) inaugurou a nova sede do Museu Franciscano: História e Cultura, instalado na Avenida Rio Branco, 454, em Santa Maria (RS). O espaço abriga o acervo da Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã, fundada em 1835, na Holanda, e presente no Brasil desde 1872.

O acervo teve início em 1972, com o trabalho da missionária alemã Madre Elenara Vogel, que reuniu objetos e documentos sobre a trajetória da Província e da Congregação. O material resultou, em 2007, na criação do Museu Histórico e Cultural das Irmãs Franciscanas.

O museu foi transferido do Convento São Francisco de Assis para a Residência Carmen Fernandes Bicca, construída entre 1935 e 1938. O imóvel foi doado à congregação em 2009 e passou por reformas e ampliações concluídas em 2023, as quais adaptaram o espaço à nova função.

O acervo reúne imagens sacras, objetos litúrgicos, instrumentos musicais, vestes religiosas, itens do cotidiano, lembranças de viagens, coleções numismáticas e filatélicas, além de peças relacionadas às áreas da saúde e da educação. “Existe uma museografia planejada de acordo com o acervo e o propósito do Museu, que se inicia com uma linha do tempo sobre os 200 anos da funda-

dora Madre Madalena. A trilogia, objetos de uso, de trabalho e de oração, traduzem a missão das Irmãs”, explica a reitora da UFN, diretora do Museu e presidente da ANEC, Irmã Iraní Rupolo.

A nova exposição é organizada em espaços temáticos que apresentam a trajetória das Irmãs Franciscanas desde São Francisco de Assis até as ações atuais na área educacional. O visitante recebe um caderno-roteiro para percorrer o trajeto com autonomia. Os temas abordados incluem música, costumes, saúde, arte sacra e Educação Superior, além de exposições temporárias.

O projeto de comunicação e museografia foi desenvolvido por professores e estudantes da Universidade Franciscana (UFN).

O museu busca preservar a memória da congregação e evidenciar a relação entre fé, educação e serviço social, fundamental para instituições e comunidades educativas que acompanham e sustentam a Educação Católica.

A Irmã Iraní Rupolo também destacou a importância do novo espaço para a comunidade. “O Museu Franciscano representa o compromisso das Irmãs com a memória e com a formação das novas gerações. Ao abrir suas portas, o museu amplia o diálogo entre a educação, a fé e a cultura na cidade de Santa Maria e na região”.

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EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE EM AÇÃO: UM PROJETO INTERDISCIPLINAR MOBILIZA ALUNOS E PROFESSORES NO COLÉGIO ESCOLÁPIO IBITURUNA, EM GOVERNADOR VALADARES (MG) Com protagonismo juvenil e colaboração docente, o Projeto Futuro Sustentável envolveu mais de 280 estudantes e 20 professores em uma experiência de formação cidadã, crítica e comprometida com o amanhã.

Nas salas de aula do Colégio Escolápio Ibituruna, em Governador Valadares (MG), uma infinidade de banners, maquetes, brindes e recursos chama a atenção dos visitantes. Esses foram alguns dos muitos trabalhos apresentados no evento de culminância do “Projeto Futuro Sustentável”, realizado no dia 9 de maio de 2025. A iniciativa, que envolveu as primeiras e segundas séries do Ensino Médio, reuniu mais de 280 estudantes e 20 professores de áreas diversas da Educação Básica em uma jornada coletiva de pesquisa, produção e protagonismo.

O projeto foi idealizado como alternativa para a solução de problemas e resposta educativa diante de um cenário global de crises interligadas – ambientais, sociais, econômicas e tecnológicas.

Foi planejado como uma ação interdisciplinar articulada ao currículo da escola, ao planejamento dos professores e, sobretudo, à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O foco foi o desenvolvimento de competências como empatia, responsabilidade, criatividade e pensamento crítico de alunos e professores.

Segundo a coordenadora pedagógica do

Ensino Médio, Grasiela Pires, o “objetivo foi ampliar a interligação entre os conteúdos e criar situações reais de aprendizagem, nas quais o aluno pudesse, em equipe, investigar, refletir e propor soluções viáveis para problemas do cotidiano”.

Temas urgentes, respostas criativas Durante os meses de março a maio de 2025, os estudantes, distribuídos em grupos de seis integrantes, investigaram temas diretamente relacionados à sustentabilidade e à cidadania. Os grupos foram sorteados pelos professores e pela Coordenação, da mesma forma que os temas, indicados pelos docentes de cada área. Entre os temas, os estudantes puderam abordar: o descarte de resíduos sólidos, mobilidade urbana sustentável, obesidade infantil, consumo consciente, crimes cibernéticos, causas e consequências dos jogos on-line e das BETS e iniciativas de reaproveitamento de alimentos. Para cada tema, os estudantes, sempre com o apoio de professores-orientadores de diferentes áreas do conhecimento, realizaram pesquisas de campo, entrevistas com especialistas, produção de materiais digitais e propostas de intervenção local.

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A aluna Gabriela Nunes, da 2ª série, conta que o grupo dela trabalhou sobre alimentação saudável e segurança alimentar. “A gente visitou uma feira agroecológica da cidade e conversou com produtores. Descobrimos que muito alimento ainda é desperdiçado. Propusemos um aplicativo de doação e reaproveitamento para comércios locais”, explica.

Colaboração como prática formativa O projeto também serviu como um cenário propício para práticas de formação entre os professores. As propostas multidisciplinares promoveram o compartilhamento de atividades, o replanejamento de propostas didáticas em conjunto e a criação de novas estratégias de avaliação. “Acreditamos na ideia de um ‘professor em formação permanente’, construindo o seu conhecimento profissional, como defende o pesquisador português António Nóvoa (2009)”, afirma a coordenadora.

Segundo a professora de Língua Portuguesa e Redação das turmas participantes, Cátia Degan: “Não há inovação sem ação, colaboração e participação. Projetos dessa natureza ampliam a nossa compreensão sobre como os assuntos atuais da nossa sociedade podem ser solucionados de vários pontos de vista com a participação de áreas distintas”.

A coordenadora reforça, ainda, que o projeto “Futuro Sustentável” foi uma oportunidade desafiadora para os docentes e a equipe pedagógica dialogarem sobre diferentes formas de conhecimento e discutirem as formas de ensinar e aprender nos tempos atuais.

Da teoria à ação: quando o currículo se torna realidade vivida para além da escola O projeto “Futuro Sustentável” concretizou, de maneira prática, princípios e competências previstas na BNCC, como o pensamento científico, a argumentação, a cultura digital e a responsabilidade social. Os trabalhos revelaram uma compreensão ampliada de cidadania e sustentabilidade, mostrando que os estudantes estão atentos aos desafios do tempo e dispostos a agir.

A culminância do projeto contou com a presença de pais, representantes da comunidade local e vereadores da Câmara Municipal, especialmente os que integram o projeto “Parlamento Jovem”, com o qual a escola mantém parceria. A exposição aberta ao público transformou o colégio em um espaço de diálogo, troca e visibilidade das produções estudantis, o que fortaleceu o vínculo entre escola e

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sociedade.

Um dos pontos de destaque da proposta foi a forma como os estudantes conseguiram transpor o conhecimento teórico para ações concretas.

O professor de Matemática, Pedro Costa, acompanhou os grupos que trataram de mobilidade urbana e relatou que o projeto possibilitou uma vivência de cidadania ativa. “Discutimos conceitos como espaço urbano, direito à cidade e justiça ambiental, mas os alunos foram além. Propuseram a reestruturação de uma via da cidade para ciclistas e desenvolveram um abaixo-assinado virtual para enviar à Secretaria de Transporte”, afirma.

Experiências assim evidenciam o quanto o currículo, quando trabalhado de forma prática e ativa, ganha concretude e significado para os alunos, que passam a compreender a aprendizagem para além da nota: ela é vivência, responsabilidade e transformação.

O que fica após a culminância?

Mais do que um trabalho trimestral, o projeto “Futuro Sustentável” se consolida como uma proposta pedagógica que coloca em prática os ideais de formação ética, cidadã e transformadora. Ao fomentar o trabalho colaborativo entre professores e estudantes, integrar áreas do conhecimento e propor ações que extrapolam os muros da escola, o projeto reafirma o compromisso da educação com o futuro, que começa a ser desenhado hoje, com escuta, diálogo, coparticipação e esperança.

O projeto “Futuro Sustentável” evidencia a importância de uma escola que articula teoria e prática, que reconhece no estudante não apenas alguém que aprende, mas alguém que pode transformar o mundo à sua volta. “Não é possível pensar em educação de qualidade sem considerar os desafios do nosso tempo. Formar para a sustentabilidade é educar para a vida, para a ética, para a responsabilidade social”, conclui o diretor das escolas do Sistema Escolápio, Philipe Alves, durante o encerramento do evento. Por meio de projetos como esse, o Colégio Escolápio Ibituruna reafirma o compromisso com uma educação significativa, transformadora e comprometida com o bem comum, com um futuro sustentável que começa agora, com coragem, ação e propostas de solução.

Por Cátia C. Degan Fernandes e Grasiela Pires

FACULDADE SANTA MARCELINA: UMA COMUNIDADE ACADÊMICA EM PASTORAL A Educação Superior é um dos pilares para a transformação da sociedade. Não apenas pela formação técnica e intelectual, mas também pela construção de valores humanos e sociais. Na Faculdade Santa Marcelina, essa missão vai além da sala de aula, pois é vivida de forma concreta por meio da Pastoral Universitária, que atua como um elo entre fé, cultura e razão. Essa presença pastoral busca promover o desenvolvimento integral do ser humano, bem como fortalecer uma comunidade acadêmica comprometida com a justiça, a solidariedade e a dignidade da pessoa humana.

A Pastoral Universitária, na Faculdade Santa Marcelina, é expressão viva do compromisso cristão com a transformação do mundo. Inspirada pelos valores do Evangelho, ela acolhe todos, promovendo o respeito, o diálogo e a vivência da fé em meio à diversidade. A ação pastoral se organiza em três eixos centrais: espiritualidade, reflexão e ação social solidária, criando espaços de escuta, formação e engajamento prático.

O eixo da espiritualidade convida a comunidade acadêmica a viver uma fé encarnada na realidade, por meio de celebrações, momentos de oração e experiências de encontro com Deus. Já a reflexão promove o diálogo entre o saber científico e a sabedoria cristã, estimulando o pensamento crítico e a busca de sentido para a vida e a profissão. A ação social concretiza o amor ao próximo

por meio de projetos solidários, de modo a contribuir para uma sociedade mais justa e fraterna.

Essa atuação pastoral está ligada aos princípios humanísticos, éticos e de justiça social que fundamentam a missão da instituição. A Faculdade Santa Marcelina compreende a Pastoral não como uma atividade isolada, mas como parte essencial da identidade confessional, que busca formar profissionais comprometidos com o bem comum, atentos às necessidades do mundo e guiados por valores que promovem a vida na plenitude.

Em síntese, a Faculdade Santa Marcelina, por meio da Pastoral Universitária, promove a construção de uma comunidade acadêmica voltada à formação integral, tornando-se um espaço em que fé e razão caminham em harmonia, a solidariedade encontra expressão concreta e a espiritualidade se manifesta em compromisso com o próximo.

Dessa forma, a Pastoral Universitária não apenas evangeliza o ambiente acadêmico, mas também contribui para a transformação de realidades, favorecendo a formação de cidadãos éticos, conscientes e comprometidos com a promoção de mudanças na sociedade.

Prof. Everton Brunaikovics Georgetti

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JOVENS DO COLÉGIO DOM BOSCO E DO CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO (UNISAL), DE AMERICANA (SP), DEDICAM UMA SEMANA DO RECESSO ESCOLAR DE JULHO PARA VIVENCIAR A SEMANA MISSIONÁRIA Jovens do Ensino Médio do Colégio Salesiano Dom Bosco e universitários do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL), de Americana (SP), vivenciaram, no período de 5 a 12 de julho de 2025, na paróquia São Sebastião, cidade de Porto Ferreira e Diocese de Limeira, a Semana Missionária.

O projeto ocorre há mais de 25 anos na Inspetoria Salesiana de São Paulo. Na edição de 2025, foram mais de 1100 jovens envolvidos, acompanhados de Salesianos, assessores de Pastoral e leigos adultos, das obras sociais, paróquias, escolas e Ensino Superior, em diversas dioceses e comunidades paroquiais.

A preparação para a Semana Missionária envolve formações sistemáticas, vivências, organização de gincanas e celebrações, retiro espiritual, arrecadação de mantimentos e venda de rifas para cobrir os custos de todas as atividades e a alimentação do grupo.

A experiência comunitária e missionária é intensa para os participantes. O grupo fica alojado em salão paroquial ou escolas. Todas as atividades realizadas exigem revezamento entre os jovens, nos vários trabalhos e serviços (cozinha, banheiros,

alojamento, benção nas famílias, gincanas etc.), com o acompanhamento e a orientação dos adultos e assessores.

Além da experiência comunitária, ela envolve a visita e as bênçãos nas casas das famílias pelos jovens missionários, enviados em duplas ou trios, no período da manhã. No período da tarde, ocorrem as atividades recreativas e artesanais com crianças, adolescentes, jovens e famílias. Na parte da noite, são as celebrações e vivências de espiritualidade com a comunidade. Para encerrar o dia, os missionários fazem o momento oracional e a partilha das vivências mais significativas para eles daquele dia.

Fundamentada na Espiritualidade Juvenil Salesiana e com metodologia consolidada, a Semana Missionária contribui para uma experiência de vida de comunidade, a vivência e o amadurecimento da fé entre os jovens missionários e o exercício do protagonismo juvenil no anúncio do Evangelho, a partir do carisma salesiano.

Pe. Roque Luiz Sibioni, Salesiano de Dom Bosco Diretor-geral do Colégio Dom Bosco de Americana Pró-reitor de Pastoral, Extensão e Ação comunitária do Unisal

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ECONOMIA COM ALMA: JUVENTUDES, JUSTIÇA SOCIAL E ESPERANÇA EM MOVIMENTO De 11 a 14 de setembro, Recife foi o ponto de encontro de mais de 300 participantes do 3º Encontro Nacional da Economia de Francisco e Clara (ENEFC), realizado na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). O evento reuniu jovens economistas, lideranças sociais, pastorais e comunitárias de diversas regiões do Brasil, que refletiram sobre alternativas econômicas capazes de responder às urgências sociais e ambientais do presente, inspirados pelo chamado do Papa Francisco a “organizar a esperança” e o tema motivador do encontro “A economia pode ser justa para todas as vidas, já!”.

O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Jaime Spengler, cumprindo agenda em Roma, enviou uma saudação aos presentes no encontro com votos de bom trabalho e coragem. “Redes, comunidades, homens e mulheres que sonham, que sonham com uma realidade, uma sociedade inspirada pelos valores de Francisco e Clara. Não tenhamos medo de, juntos, elaborar, discutir, aprofundar, rezar para que, talvez, as próximas gerações possam ter dias melhores”, ressaltou. A assessora da Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora da CNBB, Alessandra Miranda, participou de todo o evento e saudou os presentes na mesa de abertura.

Em uma mensagem em vídeo, a secretária do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé, irmã Alessandra Smerili, felicitou a Articulação Brasileira para a Economia de

Francisco e Clara (ABEFC) pela realização do evento, salientando a pertinência do tema escolhido. “Falar de economia hoje, no mundo em que vivemos, significa enfrentar uma realidade complexa, marcada por fortes desequilíbrios, injustiças e crises. Mas também significa reconhecer que já existem caminhos alternativos, experiências que abrem brechas de esperança, visões capazes de orientar a mudança.”

A programação foi construída de forma plural e participativa, combinando espaços de reflexão acadêmica com experiências de espiritualidade e cultura popular. O encontro contou com momentos de mística, rodas de conversa, oficinas temáticas nos territórios e atividades artísticas que mobilizaram os participantes em torno de três eixos principais: ecologia integral, economia solidária e incidência social.

Dentre os convidados para os painéis, estiveram os ministros de Estado Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) e Luciana Santos (Ciência Tecnologia e Inovação). Reconhecido nacionalmente pelo seu trabalho com a população em situação de rua, o Padre Júlio Lancellotti, da Arquidiocese de São Paulo, participou do encontro e compartilhou a sua experiência. Secretária da Pontifícia Comissão para a América Latina, a teóloga argentina Emilce Cuda, participou virtualmente do evento e destacou, junto com o Frei Giampero Gambaro, representante da Economy of Fran-

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cesco, o legado do Papa Francisco na América Latina e os momentos iniciais do pontificado do Papa Leão XIV. Em clima de peregrinação, os participantes foram à Igreja das Fronteiras, onde viveu dom Helder Câmara entre 1968 e 1999, para a celebração da Eucaristia, presidida pelo bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT), dom Adriano Ciocca. Ao final, uma caminhada pelas ruas da capital pernambucana marcou o compromisso de seguir construindo novas formas de economia.

O encerramento do encontro foi marcado pelo lançamento da Carta de Recife, um manifesto do compromisso coletivo com uma economia que seja “justa para todas as vidas, já!”. O documento denuncia a crise climática, o extrativismo predatório e a concentração de riquezas, lembrando ainda o agravamento das desigualdades e o enfraquecimento da democracia diante da lógica do mercado. “Queremos continuar a resgatar a centralidade da transformação do sistema econômico e, em diálogo latino-americano, tecer pontes para uma ampla rede de encontros, diálogos e convergências. Que em cada comunidade se costurem laços e se desenvolvam processos de conscientização. No contexto do Jubileu da Esperança, reafirmamos nosso compromisso com o descanso da terra e o fim das dívidas econômicas, sociais e ecológicas”, destaca o texto.

A Carta resgata o convite de Francisco à construção de pactos comunitários e reafirma duas ideias-força: indignação, que impede a acomodação diante das injustiças, e esperança, que move a semear novas práticas de solidariedade e cooperação. Entre as reivindicações, estão a luta pelo fim da escala 6x1, a justiça tributária em favor dos mais pobres, a universalização dos direitos à terra, teto e trabalho, além da defesa de uma transição justa de modelo econômico. O texto convoca todas as pessoas a participarem da construção de uma economia “com alma”, centrada na vida e na dignidade humana.

“Esse encontro é para falar que a economia pode ser justa para todas as vidas já a partir das nossas comunidades. A economia de Francisco e Clara olha para as comunidades e nos joga num outro horizonte de construção, onde o macro – políticas de Estado – pode ver cada vez mais as comunidades como experiências concretas de outras economias, sem seguir a hegemonia do capital que hoje manda em nós e nos unifica, uniformiza, nos endivida, nos empobrece e nos aliena”,

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apontou Eduardo Brasileiro, da comissão organizadora do encontro.

“A gente acolheu esse chamado como um grito contra o capitalismo, de dizer que essa economia em que nós vivemos mata, explora, busca um lucro, multiplica as vidas que são sacrificadas, que são mineradas e que são invisibilizadas. A economia de Francisco e Clara, então, quer potencializar as economias para a vida”, explicou Gabriela Consolaro, da comissão organizadora do encontro.

Ao final do encontro, o integrante da secretaria da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara, Eduardo Brasileiro, apresentou aos presentes a Portaria nº 147/2025 da Unicap, por meio da qual é criado o Grupo de Trabalho (GT) para a proposição da Cátedra de Economia de Francisco e Clara. O documento assinado pelo reitor Padre Pedro Rubens Ferreira de Oliveira, S.J, nomeia os membros do GT, composto por docentes e colaboradores externos, e define a missão de elaborar uma proposta conceitual e metodológica da Cátedra, propor um plano de atividades de pesquisa, extensão e incidência social, além de identificar parcerias nacionais e internacionais. De acordo com a portaria, a iniciativa está em sintonia com a missão humanista e jesuíta da instituição: “A criação da Cátedra reforça nosso compromisso com a justiça socioambiental, o diálogo entre fé, ciência e cultura e a formação integral da pessoa humana”.

A Economia de Francisco e Clara

A Economia de Francisco é um movimento mundial convocado pelo Papa Francisco em 2019, que reúne jovens economistas, trabalhadores e lideranças sociais para pensar e praticar uma nova economia. Inspirado na vida simples de São Francisco de Assis, o chamado busca alternativas ao modelo econômico dominante, marcado pela exclusão e pela exploração da natureza. A proposta é construir uma economia que tenha a vida no centro, seja solidária, sustentável e capaz de promover justiça social e ecológica em escala global.

No Brasil, a Articulação Brasileira abraçou a convocação feita pelo Papa Francisco e uniu Clara a este apelo de uma nova economia, considerando a expressiva participação das mulheres nas comunidades e nos territórios, buscando na força feminina o exemplo para a transformação e a construção de uma economia justa. Outras informações pelo e-mail economiadefrancisco@gmail.com.

BETS: O VÍCIO SILENCIOSO QUE JÁ CHEGOU ÀS NOSSAS FAMÍLIAS Um alerta sobre o avanço silencioso das apostas on-line e como reduzir os impactos emocionais, financeiros e sociais em famílias e escolas.

Tenho insistido em escrever sobre este tema porque o barulho de quem incentiva as bets está custando caro. Cada vez mais jovens, muitos ainda menores de 18 anos, estão sendo capturados pelo mundo das apostas on-line. Elas parecem inofensivas: as propagandas estão por todo canto e intimamente ligadas ao futebol, aos eventos esportivos, às redes sociais, influenciadores e artistas. São apresentadas como um joguinho, uma forma rápida de ganhar dinheiro, um passatempo qualquer.

percebemos que os desafios financeiros atingiam todos os níveis de renda. Mesmo pessoas com acesso ao dinheiro e à informação cometiam erros graves. Estudamos, praticamos e entendemos que os sentimentos e as emoções definem muitas decisões que geram impactos diretos no bolso das pessoas. Não basta informar! O conhecimento sobre termos econômicos, investimentos, previdência e matemática precisa vir acompanhado de uma transFORMAÇÃO de hábitos, crenças e comportamentos.

No entanto, na prática, o que vemos são pessoas indo à falência, famílias endividadas e desestruturadas, corações feridos e angustiados, sonhos sendo destruídos em silêncio. Se você é pai, mãe, educador ou evangelizador, esse alerta é para você.

Vou destacar três pontos essenciais para compreender o perigo das bets, tentar desarmar a armadilha e contribuir para escolhas financeiras mais responsáveis e libertadoras.

Desde 2008, quando fundamos a Oficina das Finanças para levar Educação Financeira Comportamental para empresários, professores, funcionários públicos, bancários, crianças, jovens e famílias,

São armadilhas digitais cuidadosamente desenhadas para gerar vício e dependência, capturando grandes quantias de dinheiro. Você não está

1) As bets não são apenas jogos

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“sem sorte”. O jogo é programado para fazer as pessoas perderem.

Essas plataformas usam algoritmos capazes de simular vitórias e alimentar a ilusão de controle. O que elas buscam não é o seu sucesso, mas a sua permanência. Quanto mais tempo jogando, mais dinheiro elas ganham e mais as pessoas perdem.

Estamos falando de um cassino 24 horas no bolso de adolescentes e adultos, com luzes, sons, bônus e notificações. Tudo foi pensado para ativar impulsividade, imediatismo e o falso prazer do ganho fácil.

E aqui vai um alerta: esse dinheiro está saindo do país, deixando de gerar empregos, renda e desenvolvimento econômico no Brasil. Apostar contribui para aumentar a pobreza, a desigualdade e enfraquecer a economia local.

2) As bets usam estratégias para viciar as pessoas Elas são construídas com base em estudos de neurociência, psicologia e economia comportamental. Elas sabem como despertar a dopamina do prazer, acender a emoção da aposta e manter o jogador preso à esperança da próxima vitória.

A pessoa ganha uma vez? Fica animada.

Perde? Quer recuperar. Ganha de novo? Acredita que está no controle. E, sem perceber, fica presa a um ciclo difícil de quebrar, que destrói pouco a pouco a saúde emocional, financeira, os relacionamentos e a autoconfiança.

O que está em jogo não é só dinheiro. É tempo de vida, valores e liberdade, dons preciosos e necessários para sermos administradores responsáveis dos nossos talentos e recursos.

3) Sim, é possível sair dessa A mudança começa pela consciência e pela conversão do olhar, de dentro para fora. Antes de apostar, pare e lembre-se: você precisa assumir o controle!

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Fique longe desse tipo de jogo.

Mesmo R$ 5,00 por semana aplicados podem se transformar em um gesto de esperança e responsabilidade. Esse dinheiro vai trabalhar por você e, no longo prazo, gerar frutos de paz, não de culpa. Além disso, você estará trocando um comportamento destrutivo por um construtivo.

Se for o caso, procure ajuda profissional e busque novas formas de prazer saudável. Saia para tomar um café com amigos, um filme em família, faça momentos de oração, gestos solidários. A alegria verdadeira é aquela que não fere ninguém e que transborda o coração.

O Léo, meu marido e sócio, e eu, enfrentamos momentos financeiros difíceis quando éramos muito jovens: dívidas, frustrações e medo. Com pequenos hábitos, dedicação, fé e grandes propósitos, mudamos o rumo da nossa história.

Passamos a compartilhar o que aprendemos e fizemos, estruturamos um método que usa o dinheiro como instrumento de bem, capaz de construir tranquilidade, liberdade, concretizar sonhos e transformar realidades para melhor.

Por isso, convido você a compartilhar esta mensagem. Converse com seus filhos, com seus alunos, com quem você ama. Explique que o dinheiro é um instrumento de troca e realização, e que a liberdade se constrói com escolhas responsáveis de cada dia, com prudência, gratidão e colaboração.

Não dá para ser tudo por dinheiro! É preciso ressignificar a economia, como disse o Papa Francisco. Acredito que precisamos construir uma economia saudável, colaborativa e sustentável.

Precisamos entender que estamos interligados, inclusive nas finanças. O dinheiro circula entre pessoas, empresas, governos e países, e esse fluxo acontece a partir de cada pequena decisão do dia a dia. É necessário desenvolver conhecimentos, crenças e comportamentos que garantam que o dinheiro seja usado com solidariedade e sustentabilidade. O verdadeiro jogo da vida não é o das apostas, mas o de fazer boas escolhas hoje para colher autonomia, liberdade e paz.

Desinstale o aplicativo de apostas.

• Transfira o valor da aposta para um pequeno investimento ou uma doação.

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Confira o Calendário ANEC 2026 A ANEC disponibiliza o Calendário de Formações, Reuniões e Datas Comemorativas de 2026, reunindo as principais ações previstas. O material apresenta, de forma organizada e atualizada, todas as atividades planejadas pelas Câmaras, pelos Setores, pelos Fóruns e pelos GTs, além das celebrações importantes para a educação e para a Igreja.

O calendário é uma ferramenta estratégica para apoiar as instituições associadas no planejamento interno, na participação em eventos e na articulação nacional. Ele está disponível on-line e será atualizado sempre que necessário.

Acesse em: bit.ly/calendário-ANEC-2026 ou leia o QR CODE Planeje sua participação e caminhe conosco em mais um ano de formação, articulação e

Carolina Simões Lopes Ligocki Fundadora e autora da Oficina das Finanças

missão!

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Kimberly Ugeda Assistente PCP

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E é assim, com passos certos, que seguimos inovando na Educação há mais de 122 anos. se

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TRANSFORMAÇÃO ISSO É FTD EDUCAÇÃO.

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Conectamos histórias.

Construímos futuros.