


soluções integradas
Fortalecer vínculos, valorizar a essência confessional e promover resultados transformadores.
Esse é o propósito do Integra, uma iniciativa da FTD Educação, pensada para apoiar a missão das Mantenedoras de Redes e Escolas Católicas, educar com fé, propósito e excelência, comprometida com os objetivos sinodais em comunhão com a ANEC, CNBB e CRB.
Novidade no ar: conheça o IntegraCast!
O novo podcast do Integra que traz reflexões, espiritualidade e práticas pedagógicas especialmente para educadores, gestores e lideranças das redes confessionais.
1ª temporada com 8 episódios
Escaneie o QR Code acima e comece a ouvir!
EDITORIAL
IDENTIDADE CONFESSIONAL
• Leão XIV: um papa de braços abertos diante dos desafios da Igreja
• Educação Católica do Brasil presta homenagem ao Papa Francisco com orações e ações pastorais
• Dia Internacional da Educação Católica: ações marcaram a data em todo o país
• ANEC: 80 anos potencializando a Educação Católica e transformando vidas
MANTENEDORAS
• CEBAS e presunção de constuticionalidades
• A importância do assistente social em escolas confessionais
• Marketing educacional para instituições de ensino confessionais
EDUCAÇÃO SUPERIOR
• A agenda política da ANEC para o Ensino Superior
EDUCAÇÃO BÁSICA
• Um olhar à gestão com espiritualidade da escola católica: “A fim de que a vossa esperança transborde” (Rm 15,13)
• Restrição do uso de celulares nas escolas: desafios, estratégias e oportunidades para a gestão escolar
PASTORAL
• Pastoral ou pastoralidade?
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
• ANEC participa das discussões sobre o
novo Plano Nacional de Educação
• Compromisso contínuo: ANEC participa das discussões sobre o novo Plano Nacional de Educação
• Conselho Nacional de Educação estabelece diretrizes para orientar a oferta dos itinerários formativos do Ensino Médio
• Reunião no MEC discute marco regulatório da EaD e calendário de 2025 com participação da ANEC
ENTREVISTA
• Padre Marinoni – 80 anos da ANEC: história, união e legado.
ACONTECEU NA ANEC
• Dia ANEC 2025: uma jornada de união, fé e compromisso com a Educação Católica
• Primeira edição do ANEC Summit Comunicação e Marketing debate desafios e oportunidades da comunicação educacional católica
• Pastoralidade universitária em pauta: Seminário Nacional reúne IES Católicas na PUC-Rio
• ANEC promove imersões em estados para fortalecer a gestão educacional das instituições católicas
• Encontro de Gestores da Rede Brasil Marista 2025 conta com participação da ANEC
• ANEC potencializa formação de educadores no 1º semestre de 2025: cursos, workshops e lives abordam temáticas relevantes para a rotina educacional
• A Casa Comum: do umbigo ao coração – um caminho de Educação Integral e Ecologia
• UniSALESIANO realizou Missão Humanitária no RS: saúde, solidariedade e esperança
• Colégio São José Formosa e RMNSD: história de fé, missão e educação
• Colégio Dom Amando (Santarém -PA) Pré-Vestibular Solidário: Tranformando vidas.
• Fazer o bem faz bem: os benefícios do trabalho voluntário na formação integral dos adolescentes e jovens em uma Escola Católica Doroteia
• Ecologia Integral e formação éticosocioambiental: A agenda escolar 2025 na rede concepcionista de ensino
• Na UFN TV, Minutos de Sabedoria conecta a Pastoral à comunidade universitária
• Projeto Lixo Zero: compromisso com a nossa Casa Comum
AGENDA ANEC
• Campanha da Fraternidade 2025
ANEC 80 anos: tradição que inspira, experiência que transforma
Este ano é profundamente simbólico para todos nós que fazemos parte da Educação Católica no Brasil. Ao celebrarmos os 80 anos da ANEC, recordamos o caminho percorrido e reafirmamos, com esperança, nosso compromisso com o futuro da educação nacional.
A trajetória da ANEC é marcada por um enraizamento na missão evangelizadora da Igreja, pela defesa da educação integral e pelo compromisso com a justiça social. Em cada escola, universidade e obra educativa associada, pulsa a mesma vocação: formar pessoas capazes de transformar o mundo à luz do Evangelho.
Este jubileu nos encontra em movimento. Celebramos a memória com gratidão, sim, mas, sobretudo, lançamos nossos olhos para os desafios contemporâneos – e eles não são poucos. Por isso, nossa revista é potencializada como um espaço de articulação, escuta, formação e visibilidade para a missão que nos une.
Nesta edição da EducANEC, destacamos a importância das ações realizadas no Dia Internacional da Educação Católica, a força mobilizadora do Dia ANEC, o vigor do nosso Congresso e a sabedoria compartilhada nos encontros de formação, como o ANEC Summit de Comunicação e Marketing e o Seminário Nacional de Pastoralidade das IES Católicas na PUC-Rio, além de tantas outras formações relevantes desenvolvidas pela ANEC. Em cada pauta, reafirmamos nossa identidade confessional e o protagonismo das instituições educacionais católicas em todo o Brasil.
Mais do que nunca, é tempo de esperança. Recordamos, com gratidão e reverência, o legado do Papa Francisco, cuja vida e pontificado inspiraram uma Igreja comprometida com os mais pobres, com a educação e com a ecologia integral. Sua voz profética continua ecoando entre nós. Hoje, sob a condução do Papa Leão XIV, reafirmamos nossa fidelidade à missão evangelizadora da Igreja e seguimos nossa caminhada com coragem renovada. A ANEC é feita por pessoas: educadores, religiosos, gestores, estudantes e famílias que acreditam na força transformadora da educação iluminada pela fé.
Convido você, que lê esta publicação, a celebrar conosco este marco de 80 anos com o coração aberto e os olhos atentos às possibilidades do presente. Que esta revista siga sendo instrumento de unidade, de formação e de inspiração para seguirmos educando com excelência, fé e compromisso social.
Com gratidão e esperança,
Pe.
de Lima Diretor-Presidente da ANEC
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil tem como finalidade atuar em favor de uma educação de excelência, promover uma educação cristã evangélico-libertadora, entendida como aquela que visa à formação integral da pessoa humana - sujeito e agente de construção de uma sociedade justa, fraterna solidária e pacífica segundo o Evangelho e o ensinamento social da Igreja.
CONSELHO SUPERIOR
Pe. Sérgio Eduardo Mariucci - Presidente
Ir. Adair Aparecida Sberga - Vice-Presidente
Ir. Maria Aparecida Matias de Oliveira - Secretária
Pe. Luís Henrique Eloy e Silva - Conselheiro
Dom João Justino de Medeiros Silva - Conselheiro
Vidal Serrano Nunes Júnior - Conselheiro
Ir. Paulo Fossatti - Conselheiro
Ir. Patricia Silva de Vasconcelos - Conselheira
Pe. João Carlos Almeida - Conselheiro
Carmem Murara - Conselheira
Deivid Carvalho Lorenzo - Conselheiro
Ir. Rogério Renato Mateucci - Conselheiro
DIRETORIA NACIONAL
Pe. João Batista Gomes de Lima – Diretor-Presidente
Ir. Iraní Rupolo – Diretora 1ª Vice-Presidente
Pe. Charles Lamartine – 2° Vice-Presidente
Pe. Geraldo Adair Da Silva – Diretor 1° Secretário
Ir. Marisa Oliveira De Aquino – Diretora 2° Secretária
Ir. Marli Araújo da Silva – Diretora 1ª Tesoureira
Ir. Carolina Mureb Santos – Diretora 2ª Tesoureira
CONSELHO EDITORIAL
Pe. João Batista Gomes de Lima - Diretor-Presidente
Guinartt Diniz - Secretário-Executivo
Fabiana Deflon - Gerente da Câmara de Mantenedoras
Gregory Rial - Gerente da Câmara de Ensino Superior
Roberta Guedes - Gerente da Câmara de Educação Básica
Anna Catarina Fonseca - Gerente de Comunicação e Marketing
ASSESSORIA PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Comunicação Conectada
DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Agência Kharis
BANCO DE IMAGENS
Freepik
REVISÃO DE TEXTOS
Raquel Cruz
A Revista EDUCANEC é uma publicação da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) . As matérias publicadas nesta Revista representam a opinião de seus autores
Leão XIV: um papa de braços
Crédito: Reprodução Vatican Media
Na sacada central da Basílica de São Pedro, ele não falou de imediato, mas abriu os braços e chorou. Deixou-se olhar e olhou de volta para suas ovelhas ali reunidas e tocou o mundo antes mesmo de pronunciar uma só palavra. Numa natural pedagogia dos gestos, Leão XIV, o novo papa, já iniciou seu magistério, apresentando-se ao povo como alguém vulnerável, permeável, sensível à dor do mundo e também ao milagre da fé de tantos. Quando, enfim, começou a falar, sua voz embargada não impediu a clareza: “Que a paz esteja com todos vocês!” — disse, com a ternura de quem carrega o Evangelho no olhar e a coragem de quem está disposto a caminhar com o povo de Deus.
Seu discurso, mais longo que dos pontífices anteriores e escrito à mão, possivelmente às pressas, trouxe a figura de Cristo ressuscitado. Invocou a paz desarmada e desarmante, reafirmou o amor incondicional de Deus e agradeceu ao Papa Francisco por ter mantido acesa a esperança mesmo nos dias mais frágeis. Fez memória de sua missão no Per,
abraçou o mundo com simplicidade e se confiou à Maria, suplicando por uma Igreja sinodal, missionária, de portas e corações abertos. Aquele homem emocionado, de batina branca recém-vestida, não buscava impressionar. Queria apenas disponibilizar-se como pastor.
Ao escolher o nome Leão XIV, o novo Papa parece evocar a memória de dois pontífices marcantes: Leão XIII, conhecido como o “Papa da modernidade”, autor da encíclica Rerum Novarum e símbolo do compromisso social da Igreja, e Leão Magno, defensor da ortodoxia cristológica e da autoridade pastoral em tempos de crise. A escolha sugere um desejo de unir firmeza doutrinária e sensibilidade pastoral, promovendo uma liderança serena, mas corajosa, em tempos de transição e desafios.
Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, nasceu em Chicago, EUA, em 14 de setembro de 1955. Entrou para a Ordem de Santo Agostinho em 1977, professando votos solenes em 1981. É bacharel
em Matemática, mestre em Teologia e doutor em Direito Canônico, tendo defendido tese sobre a autoridade dos priores agostinianos. Depois de ordenado padre, foi enviado como missionário ao Peru, onde dedicou décadas à formação de seminaristas, ao ensino e à vida pastoral.
Foi prior geral dos agostinianos por dois mandatos (2001–2013), e, a convite de Francisco, tornou-se bispo da Diocese de Chiclayo em 2015, sendo depois nomeado prefeito do Dicastério para os Bispos e cardeal em 2023. Sua atuação curial destacou-se pela escuta discreta e discernimento firme. Ligado à América Latina por vínculos profundos e a Francisco por afinidades eclesiológicas, Leão XIV surge como um Papa de transição com traços de continuidade: pastoral, espiritual, sinodal e humanamente acessível. Um Papa que chora, mas caminha.
Enquanto bispo e também como superior-geral dos Agostinianos, Leão XIV construiu sua autoridade mais pelo que escutava do que pelo que dizia. Discreto, mas incisivo, mostrava-se sempre atento aos detalhes humanos, espirituais e institucionais que envolviam as decisões. Era reconhecido por fazer perguntas justas, ouvir longamente e só então discernir com firmeza, qualidades que levaram o Papa Francisco a confiar-lhe, já nos últimos anos de seu pontificado, a delicada missão de escolher os novos bispos da Igreja no mundo inteiro.
Esse perfil de pastor escutante, profundamente enraizado na espiritualidade agostiniana do “coração inquieto”, foi decisivo para que os cardeais vissem nele não apenas um homem de continuidade, mas também alguém capaz de articular escuta e governo, doutrina e misericórdia, tradição e adaptação. É com essa escuta madura e esse coração universal que Leão XIV se apresenta agora como o novo Bispo de Roma.
O desafio da unidade
Mas os tempos são exigentes. A partir daqui, abrem-se os grandes desafios que o novo Papa terá de enfrentar — não somente como líder espiritual da Igreja Católica, mas como articulador de esperança em um mundo fraturado. Os próximos passos de seu pontificado exigirão mais que escuta: exigirão decisões corajosas.
Um dos desafios centrais do pontificado de Leão XIV será resguardar a unidade da Igreja em um tempo de profundas polarizações internas. Diferentemente das divisões ideológicas do mundo político, as cisões dentro da Igreja assumem contornos teológicos e espirituais: expressam modos distintos de compreender a Deus, a liturgia, a oração, a estética e a própria identidade do povo de Deus. O que antes eram disputas entre visões sociais tornou-se também conflito sacramental, devocional e pastoral, gerando desalento e desolação espiritual em muitas comunidades.
Nesse contexto, o sonho da unidade da Igreja de Jesus — frequentemente atravessado por interferências externas — emerge como projeto corajoso e essencial. Leão XIV demonstra sensibilidade a essa urgência. Seu lema episcopal, “In illo uno unum” (“No único [Cristo], somos um”), e suas primeiras palavras como pontífice apontam para um caminho de reconciliação pela escuta, pelo diálogo e pela sinodalidade. A missão será fomentar a convivência entre diferentes sensibilidades, cultivar gestos concretos de reconciliação e nutrir a confiança de que o amor à Igreja pode ser maior que qualquer posição ou preferência individual.
A voz da Igreja no mundo: proclamar a paz em tempos de crise
Outro grande desafio que se impõe ao Papa Leão XIV é dar continuidade ao processo de afirmação pública da voz da Igreja diante das grandes questões do mundo. O pontificado de Francisco reposicionou o papel do papado no cenário internacional, trazendo com coragem temas profundamente evangélicos e, ao mesmo tempo, universais, como o cuidado com a casa comum, o acolhimento dos migrantes e refugiados, a urgência da fraternidade entre os povos e o Pacto Educativo Global como chave para uma nova cultura.
Leão XIV herda esse caminho com a responsabilidade de tornar a Igreja um espaço de articulação ética e espiritual diante de crises que ameaçam a humanidade em escala planetária. A paz, tema central de sua primeira saudação ao mundo — “Que a paz esteja com todos vocês” — parece estar no centro do seu programa pastoral. Ele a descreveu como uma paz desarmada e desarmante, humilde
e perseverante, que nasce do amor incondicional de Deus e se torna compromisso concreto com a justiça e com o outro.
Em um mundo de desafios, a palavra da Igreja precisa continuar sendo profética, mas também credível. A autoridade espiritual do Papa será tanto mais relevante quanto mais for enraizada na escuta do sofrimento do mundo e na disposição de construir pontes onde reinam muros.
Reapresentar o cristianismo ao mundo: espiritualidade, compromisso e atração
O Papa Leão XIV também será chamado a dar forma visível à multidimensionalidade da Igreja, que é, ao mesmo tempo, mistério espiritual, corpo comunitário, força de sentido e presença transformadora no mundo. Em um tempo marcado por um deserto espiritual profundo, a Igreja precisa ocupar novamente seu lugar como fonte de sentido, como espaço em que as perguntas mais radicais da alma humana encontram escuta, consolo e horizonte. Essa missão espiritual não se opõe — e nunca deveria se opor — à dimensão social e política da fé. A Doutrina Social da Igreja lembra que o cuidado com os pobres, a justiça, a solidariedade e o bem comum são expressões concretas do compromisso com o Reino de Deus, e não apenas tarefas periféricas.
Esse testemunho exige coerência e coragem, mas também uma nova apresentação da fé ao mundo. A evangelização do século XXI não poderá se basear na imposição nem no medo, mas deverá nascer da força da atração, da beleza, da autenticidade da vida cristã. O catolicismo cresce em algumas regiões — como África e Ásia —, mas declina em outras — como Europa e América Latina —, revelando a urgência de um cristianismo que saiba renovar-se sem se diluir, e firmar-se sem endurecer. Diante do avanço dos radicalismos religiosos e dos discursos fundamentalistas promovidos por setores cristãos hipermidiatizados, a missão da Igreja será revelar-se como alternativa segura, humilde e íntegra para uma vida plena.
Este é, talvez, o grande desafio pastoral do Papa Leão XIV: reapresentar Cristo ao mundo contemporâneo como um caminho de sentido, comunhão e esperança, em meio ao ruído das narrativas que
fragmentam, polarizam e afastam. A relevância da Igreja dependerá menos de sua visibilidade institucional e mais de sua capacidade de tocar corações e reconstruir vínculos espirituais e sociais em escala global.
Este texto foi escrito no próprio dia da eleição de Leão XIV e, quando vier a ser publicado, muitos dos sinais aqui descritos talvez já tenham ganhado novas formas, novas luzes ou até novos contornos. A história de um pontificado não se resume a um discurso inaugural ou a um gesto simbólico, mas começa ali. E começa com esperança. A esperança de que Leão XIV seja, de fato, um Papa de pontes — pontes para dentro da própria Igreja e pontes voltadas ao mundo, onde a fé cristã pode reencontrar sua relevância como caminho de paz, diálogo e sentido. Que essa esperança resista ao tempo, às tensões e às tentações do poder, e que siga firme como oração de um povo que deseja, acima de tudo, permanecer unido no amor de Cristo.
A Educação Católica brasileira uniu-se em oração e gratidão pelo legado do Papa Francisco, após seu falecimento no dia 21 de abril de 2025. A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), em comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mobilizou instituições de ensino de todo o país para prestar homenagens ao Santo Padre, reconhecendo sua importante contribuição à educação e à missão evangelizadora da Igreja.
Francisco, o Papa da Educação, inspirou todos com sua ênfase na formação integral, no Pacto Educativo Global, na cultura do cuidado e do encontro, e na confiança na juventude como força transformadora do mundo. Seu testemunho humilde e profético seguirá presente nas práticas pedagógicas e pastorais das instituições católicas brasileiras.
No dia seguinte ao falecimento, a ANEC divulgou uma circular com orientações pastorais para o pe-
ríodo de luto e memória. As escolas e universidades católicas foram convidadas a incluir intenções nas orações comunitárias e promover momentos específicos de reflexão e celebração da vida do Papa Francisco, relacionando sua missão ao mistério pascal de Cristo.
Foram sugeridas práticas, como a realização de Horas Santas Eucarísticas, oração do terço, celebrações do Ofício Divino e outras expressões litúrgicas, com participação ativa de estudantes, professores e colaboradores. A mobilização reforçou a espiritualidade presente no cotidiano das instituições, reafirmando a fé como um pilar da educação católica.
A ANEC também disponibilizou roteiros celebrativos adaptáveis às realidades locais, oferecendo apoio às equipes de pastoral e garantindo uma vivência litúrgica coerente com o momento e com a espiritualidade pascal.
No dia 23 de abril, uma live especial foi realizada no canal oficial da ANEC no YouTube, reunindo a comunidade educativa para celebrar o legado do Papa Francisco. O evento foi um espaço de comunhão, memória e esperança, onde a gratidão pelo testemunho do Papa foi compartilhada entre educadores e estudantes de todo o Brasil.
No mesmo dia, a Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana (FPC) promoveu uma reunião interativa, no Senado Federal, em homenagem ao Papa Francisco, que contou com falas de representantes da ANEC.
O falecimento do Papa Francisco deixa uma marca significativa na história da Igreja e da Educação Católica. Sua voz seguirá ecoando em cada sala de aula, em cada projeto de cuidado e inclusão, e em cada educador comprometido com a construção de um mundo mais justo e fraterno.
A ANEC também expressa sua gratidão às instituições que, meses antes de sua partida, se mobilizaram em oração pela saúde do Papa Francisco. A corrente de fé, que percorreu escolas e universidades católicas de todo o país, testemunhou o carinho, o respeito e a espiritualidade presentes na comunidade educativa.
Milhares de estudantes, professores e colaboradores se uniram em preces, partilhas e celebrações, reforçando o compromisso da Educação Católica com o cuidado e a esperança. Esse movimento de fé, tão vivo e generoso, permanece agora como expressão de gratidão e homenagem a um Papa que sempre acreditou na força da educação para transformar vidas.
Centenas de instituições se mobilizaram e compartilharam ações propostas pela ANEC em celebração ao Dia Internacional da Educação Católica.
No dia 29 de maio de 2025, a comunidade educativa católica brasileira uniu-se em uma grande celebração nacional pelo Dia Internacional da Educação Católica. A data, instituída em 2002 pela Organização Internacional da Educação Católica (OIEC), é comemorada, anualmente, na quinta-feira que antecede a Solenidade da Ascensão do Senhor. Este ano, a celebração teve um caráter ainda mais especial, pois marcou, também, os 80 anos da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC).
Sob o tema “Educação Católica: tradição que inspira, experiência que transforma”, centenas de escolas e Instituições de Ensino Superior (IES) em todo o país se engajaram em uma série de ações propostas pela ANEC, com o propósito de evidenciar o papel essencial da Educação Católica na formação integral da pessoa humana e na construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.
A campanha contou com ampla ação de mídia, coordenada em todos os canais de comunicação das instituições católicas, incluindo redes sociais, sites e veículos da imprensa local. O material disponibilizado pela ANEC — como o mídia kit com artes e textos — deu unidade visual e narrativa à mobilização, que alcançou milhares de pessoas em todo o Brasil.
As escolas e IES promoveram momentos celebrativos, com orações, reflexões e atividades pedagógicas voltadas ao fortalecimento da identidade confessional. Muitas comunidades também realizaram missas especiais, nas quais foi lida uma mensagem que destacou a importância da Educação Católica.
A escolha do tema deste ano ressalta um dos maiores patrimônios da Educação Católica: a capacidade de honrar uma tradição secular focada nos desafios do presente e nas exigências do futuro. A “tradição que inspira” remete à herança de fé, cultura e conhecimento construída pela Igreja ao longo dos séculos. Já a “experiência que transforma” se concretiza nas metodologias ativas, no uso da tecnologia a serviço do humanismo integral e nos projetos sociais que fazem da escola um espaço de acolhimento, justiça e esperança.
A celebração deste ano reafirmou que a Educação Católica segue viva, atual e necessária, contribuindo com a formação de pessoas que sonham e atuam por um mundo melhor. A ANEC agradece a todas as instituições que participaram das ações e convida a comunidade educativa a seguir cultivando, diariamente, a missão de educar com fé, excelência e compromisso social.
Jubileu destaca a contribuição histórica da Educação Católica e reforça o compromisso com o futuro da educação brasileira
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), em 2025, celebra um ano especial: o jubileu de 80 anos. Fundada em 1945, a ANEC é referência na articulação de mais de 2 mil instituições educacionais católicas em todo o território nacional, abrangendo desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.
Ao longo de oito décadas, a ANEC tem defendido uma educação integral, enraizada em valores cristãos e comprometida com a excelência acadêmica e a transformação social. Em 2025, a associação celebra a longevidade, a relevância e a renovação contínua frente aos desafios da educação contemporânea.
Entre os momentos mais significativos das comemorações está a Missa em Ação de Graças, realizada no dia 22 de maio, no Santuário São João Bosco, em Brasília. A celebração reuniu representantes de instituições associadas, autoridades e membros da comunidade educativa para agradecer pelo legado da ANEC e renovar o compromisso com a missão evangelizadora.
Na mesma noite, a história ganhou brilho no Jantar Comemorativo, realizado no Monumental Espaço para Eventos. Em clima de emoção e confraternização, associadas, autoridades, gestores e parceiros de longa data celebraram conquistas e reafirmaram a esperança em um futuro construído por meio da Educação Católica.
No dia seguinte, 23 de maio, a Sessão Solene no Senado Federal reconheceu, publicamente, a importância da ANEC para a educação brasileira. Parlamentares, autoridades e convidados prestaram homenagens à entidade e às instituições associadas, que atuam em todas as regiões do país promovendo inclusão, qualidade e valores humanos essenciais à sociedade.
As celebrações dos 80 anos da ANEC não se encerraram com os eventos de maio. Ao longo de 2025, diversas outras ações estão previstas, como a celebração da data também no VII Congresso Nacional de Educação Católica. A proposta é envolver toda a comunidade educativa e reafirmar a identidade, a missão e a contribuição da ANEC para a educação nacional. Confira o que estamos preparando para marcar a data!
Livro comemorativo – ANEC 80 anos
A publicação contará a trajetória da Educação Católica no Brasil desde a chegada das primeiras congregações até a constituição da AEC, da ABESC, da ANAMEC e, finalmente, da ANEC. O livro traz, ainda, depoimentos de protagonistas dessa história, revelando os bastidores e as inspirações que construíram essa caminhada. Um verdadeiro resgate histórico e afetivo, que também inspira os novos tempos.
Para celebrar essa história de fé, educação e compromisso com a transformação social, o ícone comemorativo dos 80 anos da ANEC, que traz a imagem de Jesus, Mestre da Esperança, realizará uma peregrinação por todas as regiões do país. A cada parada, ele será acolhido pelas instituições associadas com celebrações, momentos de oração, encontros pedagógicos e atividades com estudantes e educadores. Mais do que um símbolo visual, o ícone torna-se uma presença viva da unidade e da missão compartilhada entre as instituições católicas de ensino. Essa jornada reforça o sentimento de pertencimento à rede da ANEC e inspira a continuidade da missão educativa com compromisso e solidariedade. O ícone, escrito pela artista cearen-
se Maria Fonseca, traz o jovem Jesus, no centro da cena, ensinando aos doutores da Lei no templo enquanto é buscado por seus pais. É uma imagem viva do Pacto Educativo Global que busca unir famílias, escolas e sociedade colocando as crianças e jovens no centro.
A ANEC também lançará, em breve, uma pesquisa nacional sobre o impacto da Educação Católica na vida de milhares de estudantes e famílias. Os dados evidenciarão como a atuação das instituições associadas contribui para a equidade, o desenvolvimento humano e a formação cidadã no Brasil, reafirmando o papel social e evangelizador da Educação Católica.
Já se vão alguns anos da decisão alcançada no julgamento dos embargos de declaração na ADI 4480. Em apertada síntese, a decisão final, por maioria dos ministros do STF, declarou a inconstitucionalidade formal e material de alguns artigos constantes da Lei n. 12.101/2009, legislação ordinária que regulava o CEBAS, o qual, até aquela data (20/3/2020), impôs às instituições beneficentes de assistência social um sem-fim de requisitos declarados, então, inconstitucionais.
No entanto, a decisão proferida no julgamento dessa ADI, como também em outras tantas com o teor de matérias semelhantes, não declarou a inconstitucionalidade do CEBAS. Ou seja, a inconstitucionalidade confirmada pelo Pretório Excelso reconheceu que o CEBAS, excluindo-se os aspectos formais e materiais julgados inconstitucionais, é constitucional, ainda que tenha nascido de legislação ordinária.
Tal efeito dessa decisão se transformou numa verdadeira bomba-relógio para algumas instituições que, desde muito, vinham discutindo as agruras impostas pela legislação “ordinária” do CEBAS, pelos inúmeros indeferimentos de CEBAS ocorridos ao longo dos anos, transformados em processos tributários administrativos e ações judiciais que ainda não
Ocorre que, sistematizado a partir da doutrina dominante e de farta jurisprudência, várias dessas instituições envolvidas no imbróglio CEBAS aqui comentado questionaram e se posicionaram nas estratégias judiciais, questionando a sustentação da imunidade tributária das contribuições sociais no enfoque da lei ordinária em relação à sua incapacidade de estabelecer requisitos para fins de gozo e fruição da benesse constitucional.
Tudo caminhava como esperado, favoravelmente às instituições, até que insurge a decisão meritória nos embargos de declaração na ADI 4480 que validou o CEBAS como constitucional, exceto naqueles artigos então declarados inconstitucionais.
A partir de então, seja em relação ao CARF, para os processos tributários administrativos, seja em relação a ações judiciais, o resultado que ecoa é destruidor: a ausência do CEBAS como garantidor da imunidade tributária das contribuições sociais, ocasionando aplicação desse tipo de tributação para os períodos então sob discussão.
Tal cenário agravou-se ainda mais, considerando o julgamento de ação originária pelo STF, ocorrido no ano passado. Reportamo-nos à ação de Reclamação Constitucional, que tem como objetivo, conforme previsto no art. 102, inc. I, letra “l”, da CF/88, garantir a autoridade das decisões proferidas pelo tribunal. A seguir, colacionamos tal decisão, que confere rumos extremamente prejudiciais aos processos que ainda não alcançaram final e estão sob o crivo do julgamento:
O trabalho que deve permear as instituições beneficentes de assistência social pauta-se no compliance como forma de mitigação de riscos...
Agravo Regimental na Reclamação 63829 AgR/PR – Paraná
Relator(a): Min. CRISTIANO ZANIN
Julgamento: 13/05/2024
Publicação: 15/05/2024
Ementa
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO.
DIREITO TRIBUTÁRIO. ADI 4.480/DF. CEBAS.
EXIGÊNCIAS PROCEDIMENTAIS POR LEI ORDINÁRIA.
AUSÊNCIA DE ADERÊNCIA ESTRITA. AGRAVO DESPROVIDO.
I - A jurisprudência firme do Supremo Tribunal Federal exige, em regra, para o cabimento da reclamação em casos desse jaez, que fique demonstrada a aderência estrita entre o ato reclamado e o conteúdo do paradigma apontado como violado, o que não ocorre no caso.
II - A exigência de apresentação de certidões de regularidade de recolhimento do FGTS não foi afastada
Decisão
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Primeira Turma, Sessão Virtual de 3.5.2024 a 10.5.2024.
Considerando o cenário apresentado, cujo desfecho é desanimador para aquelas instituições que ainda discutem CEBAS em processos passados, temos de voltar nossos olhos para o presente e o futuro. O trabalho que deve permear as instituições beneficentes de assistência social pauta-se no compliance como forma de mitigação de riscos oriundos dessa cena. Não basta garantir a consecução das bolsas de estudo. É primordial não haver hierarquia no atendimento aos requisitos estabelecidos na LC n. 187/21 e todos alcançarem o cumprimento por parte da instituição.
Caíram por terra discussões judiciais que possam sustentar a imunidade tributária das contribuições sociais sem considerar o CEBAS e seus requisitos validadores.
Para aquelas instituições que ainda grassam pelo CARF
Napoleão Alves Coelho Advogado e Contador Sociodiretor da Alcoe Advogados Associados
O assistente social desempenha um papel fundamental na educação. Ele atua como um elo entre a escola, a família e a comunidade. A atuação é guiada por princípios éticos que garantem a promoção de direitos e a justiça social. Este artigo explora as diversas funções e a importância desse profissional no ambiente escolar, especialmente em escolas confessionais.
O assistente social, em escolas confessionais, vai além das questões de bolsas de estudos para filantropia, análises socioeconômicas, elaboração de relatórios e prestações de contas do MEC. Ele está presente no cotidiano dos colégios, lidando com diversas questões que envolvem o aluno, a família e a comunidade escolar. A atuação dos assistentes sociais é guiada pelo Código de Ética Profissional, o qual enfatiza a defesa dos direitos humanos, a promoção da cidadania e a luta contra qualquer forma de discriminação. No contexto escolar, esses princípios são aplicados para garantir que os direitos dos alunos sejam respeitados e que o ambiente escolar seja inclusivo e acolhedor.
O assistente social ajuda a identificar e mediar problemas sociais e emocionais que podem afetar o desempenho e o comportamento do estudante, como dificuldades financeiras, violência doméstica, bullying e transtornos familiares.
Ao agir como mediador e orientador, ele contribui para a construção de um ambiente mais inclusivo e acolhedor, garantindo sempre os direitos da criança e do adolescente, que, em alguns momentos, podem ser violados.
Ele atua como um elo entre a escola, a família e a comunidade.
A atuação também é voltada para o fortalecimento de vínculos entre escola, família e comunidade, promovendo ações preventivas, como palestras, orientações e grupos de apoio. O assistente social se dedica a sensibilizar a equipe pedagógica para
a importância de observar as múltiplas dimensões da vida do aluno, entendendo que o contexto social pode influenciar diretamente na aprendizagem.
O assistente social na escola tem uma atuação multifacetada. Entre as funções, podemos destacar algumas, como as listadas a seguir.
Acompanhamento de casos de abandono e evasão escolar: atua no monitoramento de alunos que possam estar em risco de abandonar a escola, oferecendo estratégias e intervenções para manter os estudantes na escola, além de envolver as famílias nesse processo.
a importância de observar as múltiplas dimensões da vida do aluno, entendendo que o contexto social pode influenciar diretamente na aprendizagem.
Encaminhamentos e parcerias: realiza encaminhamentos para serviços externos, como unidades de saúde, programas de assistência e órgãos públicos, garantindo que o aluno e a família recebam o suporte necessário fora do ambiente escolar.
Intervenção em situações de risco: identifica casos de vulnerabilidade social e realiza as intervenções necessárias, atuando de forma preventiva e, quando necessário, de maneira emergencial para proteger o estudante.
Promoção de direitos e cidadania: trabalha para garantir que os direitos dos alunos, como acesso à educação de qualidade, alimentação, saúde e segurança, sejam respeitados, promovendo a cidadania e a igualdade de oportunidades.
O papel do assistente social na educação é essencial para a promoção de um ambiente escolar saudável e inclusivo, já que a atuação desse profissional contribui para a melhoria do ensino e da aprendizagem, bem como para a construção de uma sociedade mais justa.
Dulce Ribeiro Fonseca
Assistente social há mais de quinze anos nos Salesianos de Campinas/SP.
Da tradição à inovação na captação e fidelização de alunos. Sua instituição está realmente conquistando e fidelizando famílias e estudantes ou apenas matriculando alunos?
Há cerca de 10 anos, o cenário educacional era marcado por um número reduzido de concorrentes, em sua maioria instituições independentes, sem vínculo com grandes grupos educacionais. O acesso das famílias à internet era limitado, o que restringia as possibilidades de comparação entre as instituições.
Nesse contexto, a procura por vagas era elevada; muitas vezes, gerava filas de espera durante o período de matrícula. O investimento em campanhas de captação era mínimo, e a renovação de matrículas ocorria de forma natural, com pouco esforço por parte das instituições.
Desde então, passaram-se aproximadamente 10 anos — período marcado por profundas transformações, incluindo uma pandemia que acelerou drasticamente a digitalização de empresas, instituições e usuários. Estima-se que, nesse intervalo, antecipamos em cerca de uma década o avanço das inovações tecnológicas aplicadas ao cotidiano.
Hoje, vivemos o presente enquanto projetamos o futuro e ainda sentimos que o ponteiro do relógio
está atrasado. Isso porque, no dia a dia, gestores educacionais se deparam com uma série de novas ferramentas voltadas à produtividade, à gestão estratégica e à diferenciação institucional.
É necessário identificar modelos inovadores para aplicar nas escolas, compreender como funcionam os algoritmos das redes sociais para manter a instituição visível ao público-alvo, explorar o potencial da Inteligência Artificial nas plataformas digitais — tudo isso enquanto novas tecnologias surgem em ritmo acelerado. A sensação é de que, quando começamos a dominar uma inovação, outra já está em desenvolvimento.
É necessário identificar modelos inovadores para aplicar nas escolas.
E isso sem mencionar os inúmeros desafios pedagógicos que exigem atenção constante. Estamos em um tempo em que é preciso aprender enquanto se executa e sabemos que não é simples, mas é possível – e necessário.
Diante de tantas transformações, algumas perguntas se tornam essenciais: como sua escola ou universidade pode, neste novo cenário, comunicar a grandeza da missão e aquilo que a torna única? Como atrair novos alunos e renovar, com excelência, as matrículas daqueles que já conhecem e confiam no seu propósito?
Mais do que isso: a missão da sua instituição está sendo verdadeiramente percebida pelos alunos e pelas famílias?
Para atuar de forma estratégica diante de um contexto em que a evolução tecnológica e a concorrência são inevitáveis, sua instituição precisa se posicionar de maneira ativa e intencional, de forma a garantir que sua missão seja compreendida, valorizada e vivenciada por toda a comunidade educacional. Para isso, algumas ações são essenciais:
1. Ter uma pessoa responsável pela captação e fidelização
É essencial contar com alguém dedicado à execução das ações de captação, acompanhamento e atendimento aos interessados (leads) e conversão em matrículas. A captação e a fidelização devem
ser realizadas o ano todo — não apenas no período de matrículas.
2. Desenvolver o setor de marketing com foco em atração de novos alunos
O marketing educacional é um setor estratégico. Ele leva para fora dos muros da instituição aquilo que ela tem de melhor, promovendo sua proposta de valor e garantindo a chegada de novos alunos a cada ano.
Para isso, deve-se desenvolver estratégias de conteúdo relevantes para redes sociais; investir em tráfego pago com segmentação eficaz; criar campanhas alinhadas à missão institucional, gerando identificação e confiança no público-alvo.
3. Planejar ações específicas para captação ativa
Além das ações institucionais, é importante promover eventos abertos ao público, programar visitas guiadas para interessados, realizar parcerias estratégicas com empresas da região e estar presente onde seu público está.
4. Estabelecer métricas de monitoramento e metas de captação e fidelização
Executar é importante, e mensurar é essencial. Algumas métricas recomendadas:
Para captação:
• Número de interessados (leads);
• Número de matrículas;
• Taxa de conversão;
• Performance dos canais de aquisição.
Para fidelização:
• NPS (Net Promoter Score);
• CSAT (satisfação por área);
• LTV (tempo médio de permanência);
• Taxa de fidelização e evasão.
Implementar
Manter os alunos exige tanto esforço quanto atrair novos. Para isso, é preciso:
• promover escuta ativa e periódica;
• estabelecer uma comunicação próxima e personalizada com alunos e famílias;
• aplicar pesquisas de satisfação para compreender necessidades e expectativas;
• demonstrar acolhimento, fortalecendo a confiança e o vínculo com a instituição.
6. Fortalecer a identidade institucional e comunicar com propósito
É fundamental investir em uma comunicação coerente, que reflita a missão da instituição em todos os canais — site, redes sociais, eventos e materiais institucionais. Além disso, é preciso promover ações que reforcem, na prática, a vivência dessa missão em relação aos alunos, tornando-a concreta no cotidiano educacional.
A Pastoral é um dos pilares que diferencia a instituição confessional. Ela conecta a formação acadêmica à formação humana e espiritual. Quando bem divulgada, fortalece a percepção de valor da instituição, atrai famílias que compartilham dos mesmos princípios e se torna um poderoso diferencial.
Por meio da criação de conteúdos que mostrem o impacto positivo de seus projetos na vida dos alunos e das famílias, a Pastoral, mediante divulgação constante de eventos, ações e testemunhos nos canais de comunicação, demonstra um modo de viver a missão da instituição.
Investir em marketing não é apenas divulgar; é fortalecer a identidade institucional, gerar valor percebido, criar conexões genuínas com as famílias e construir uma base sólida de alunos engajados com a missão.
Diante de um cenário cada vez mais desafiador — com novas tecnologias, maior concorrência e mudanças no comportamento das famílias —, o marketing educacional torna-se um pilar essencial da sustentabilidade institucional. Nas instituições confessionais, ele vai além da simples captação: trata-se de comunicar com clareza a missão, conectando famílias que compartilham dos mesmos valores e reconhecem na instituição um espaço integral para seus filhos, transformando cada matrícula em uma relação de confiança e pertencimento.
Sua escola ou universidade está garantindo que as famílias compreendam e valorizem tudo o que ela tem a oferecer? Afinal, comunicar bem a missão é o primeiro passo para garantir que ela continue viva e impactando gerações.
Marília Fischer
Sócia e Diretora de Marketing e Relacionamento da Ruiz Consultoria Educacional.
Pautas das IES Católicas são levadas pela ANEC até os espaços de discussão e articulação política para defender os princípios da Doutrina Social da Igreja e garantir os direitos das instituições associadas
Diante dos intensos desafios e das constantes mudanças nas políticas públicas voltadas à educação superior no Brasil, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) tem atuado com estratégia, escuta qualificada e articulação institucional. Nesse contexto, a Câmara de Ensino Superior da ANEC é instância de representação das Instituições de Ensino Superior Católicas (IES) junto aos poderes públicos, sendo responsável por reunir as demandas do setor, promover o diálogo entre as associadas e formular posicionamentos diante dos temas que afetam o presente e o futuro das IES.
A importância dessa articulação se materializa na Agenda Estratégica da ANEC para o Ensino Superior, documento que orienta os esforços de advo-
cacy institucional e que foi recentemente revisado pelas associadas, reunidas no Fórum de Reitores. Diante da dinamicidade das políticas públicas e das frequentes disputas por visibilidade e espaço nos processos decisórios, a definição de uma agenda comum permite dar unidade às ações, fortalecer o campo comunitário e assegurar que as especificidades das IES Católicas sejam reconhecidas e respeitadas.
Dentre as pautas prioritárias da agenda estratégica da ANEC para o Ensino Superior, destacam-se o reconhecimento e tratamento justo das Instituições Comunitárias, frequentemente invisibilizadas e injustamente equiparadas ao setor privado lucrativo; a defesa de uma regulação mais justa para
os cursos de Medicina, considerando a diversidade institucional do sistema federal; a exigência de qualidade e rigor na supervisão da Educação a Distância; a urgência de um pacto nacional pela formação docente frente à crise das licenciaturas; a reformulação dos programas de financiamento estudantil, como ProUni e FIES, para torná-los mais justos e sustentáveis; e o fortalecimento da pós-graduação, com valorização da produção científica. Trata-se de uma agenda política e institucional que posiciona a ANEC como voz propositiva em defesa de uma educação superior ética, inclusiva e comprometida com sua missão evangelizadora.
Visibilidade para as IES comunitárias
A primeira pauta da agenda estratégica da ANEC diz respeito ao reconhecimento e tratamento justo das Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES). Apesar dos avanços legais promovidos pela Lei nº 12.881/2013 e, posteriormente, pela Lei nº 13.868/2019, ainda persiste uma lógica binária que opõe instituições públicas e privadas, deixando as comunitárias em uma zona de invisibilidade. A não segregação dos dados das ICES nos censos oficiais — como os produzidos pelo INEP — mascara sua contribuição e favorece a narrativa predominante do setor privado mercantil, dificultando o reconhecimento das ICES como um segmento legítimo, diferenciado e estratégico. Essa omissão também impacta sua presença em espaços decisórios, como conselhos e grupos de trabalho do Ministério da Educação, onde frequentemente se veem sub-representadas, mesmo sendo responsáveis por parte significativa da oferta de ensino, pesquisa e extensão em diversas regiões do país. O recente parecer do CNE recomendando a regulamentação das ICES por meio de decreto reacende a esperança de que o Estado passe a tratá-las com a seriedade e a coerência que sua missão exige, embora o cenário ainda seja de baixa expectativa quanto à publicação efetiva dessa normativa.
A ANEC defende que as ICES, cuja qualificação abarca grande parte das instituições católicas — especialmente universidades —, ocupam um lugar importante no Sistema Federal de Educação Superior por sua atuação territorializada, seu compromisso social e sua capacidade de combinar excelência acadêmica com transformação comunitária.
No entanto, o desconhecimento ou a resistência por parte de setores governamentais e de outras instituições de ensino — como as universidades federais — tem reforçado um ambiente de hostilidade e desvalorização, desconsiderando a legislação vigente. A ANEC também destaca que o próprio setor comunitário é diverso e requer abordagens diferenciadas: as IES católicas, por exemplo, possuem identidade, trajetória e finalidades distintas das fundações laicas ou de confissão evangélica. Por isso, a ANEC sustenta a necessidade urgente de um decreto regulamentador da Lei nº 12.881, a aprovação do PL 3039/2024 — que amplia o acesso de estudantes de ICES aos benefícios da assistência estudantil — e a construção de políticas públicas que reconheçam sua especificidade, com dados segregados, representação formal e acesso equitativo ao financiamento da pesquisa e da extensão. Sem isso, perpetua-se a exclusão institucional de um setor que é, em sua essência, público não-estatal, comprometido com a justiça social e o desenvolvimento integral do país.
Por um processo justo nos cursos de Medicina
A situação dos cursos de Medicina no Brasil revela uma das faces mais sensíveis e desafiadoras do sistema federal de ensino superior. Desde a implantação da Lei nº 12.871/2013, que criou o Programa Mais Médicos, a política pública em torno da formação médica tem oscilado entre interesses sociais legítimos — como o aumento da cobertura de saúde no interior do país — e interesses econômicos de grupos privados, nem sempre orientados pelo compromisso com a qualidade. A moratória entre 2018 e 2023, somada à judicialização da abertura de cursos via liminares, gerou uma anomalia regulatória que ainda provoca distorções no sistema. As dificuldades de se sustentar um diálogo transparente e contínuo com as instituições sérias, como as IES Católicas, dificulta a construção de soluções equitativas e enfraquece o ideal de uma medicina voltada ao bem comum. O problema se agrava com os novos editais do programa Mais Médicos, cujos critérios de seleção — como a exigência de experiência prévia na oferta de cursos de Medicina, a comprovação de capacidade econômica elevada e a distribuição geográfica pouco clara — favorecem grupos educacionais com alto poder de mercado, excluindo
do processo instituições comunitárias com sólida reputação acadêmica e compromisso social.
Além disso, a atuação de sistemas estaduais de educação, que em certos casos autorizam cursos de Medicina sem seguir os critérios federais do SINAES ou da própria Lei do Mais Médicos, tem criado distorções preocupantes. Essas instituições, muitas vezes vinculadas a fundações municipais, ofertam cursos pagos sob a aparência de instituições públicas, expandindo vagas sem garantir critérios de qualidade e comprometendo a distribuição de campos de estágio no SUS. A ANEC entende que o Brasil precisa, sim, de mais médicos, mas precisa principalmente de médicos bem formados, com consciência ética, técnica e social. Para isso, é urgente a revisão dos critérios dos editais federais, com atenção à diversidade institucional, à transparência na alocação de vagas e à proporcionalidade das exigências burocráticas. A ANEC defende o combate à concentração de mercado na formação médica e exige a reestruturação dos editais de autorização de cursos, com base em escuta qualificada, colaboração federativa e reconhecimento das especificidades das IES Católicas e comunitárias.
Um pacto pela formação de professores
A crise nas licenciaturas representa um dos maiores desafios estruturais da educação brasileira. O constante declínio no número de matrículas nesses cursos é sintoma direto da baixa atratividade da carreira docente, da ausência de políticas públicas consistentes e da falta de incentivos reais à formação inicial de professores. Entre 2019 e 2025, a instabilidade regulatória agravou o cenário, com a publicação de diretrizes curriculares nacionais (DCNs) sucessivas e desconectadas da realidade das IES formadoras. A recente DCN de 2024, por exemplo, embora tenha mantido a possibilidade do semipresencial, impõe um mínimo de 50% de presencialidade física sem oferecer respostas claras a respeito da implementação de estágio e extensão desde o primeiro semestre — exigência que sobrecarrega as redes de ensino básico e desorganiza o percurso formativo. Para as IES Católicas, cuja atu-
ação nas licenciaturas se dá majoritariamente pela Educação a Distância (com 76% dos estudantes nessa modalidade), as exigências atuais representam um entrave à missão institucional de ampliar o acesso à formação docente com qualidade, sobretudo nas regiões mais carentes.
Programas, como o PARFOR e o PIBID, que são experiências relevantes, sofrem com a descontinuidade e a falta de estrutura estável, já que não foram transformados em políticas públicas de Estado. A reativação da Política Nacional de Formação de Professores e do Sistema Nacional de Formação, ambos praticamente inativos, é vista pela ANEC como urgente diante da ameaça concreta de um “apagão” de professores na educação básica. Mesmo iniciativas recentes, como o Programa Pé-de-Meia das Licenciaturas, demonstram limitações: não incluem prioritariamente as instituições comunitárias e católicas, impõem nota de corte elevada e carecem de previsão orçamentária clara. A ANEC defende, com veemência, a criação de um pacto nacional pela formação docente, que articule governo federal, estados, municípios, IES e sociedade civil em torno de um compromisso real com a valorização da carreira, a ampliação do financiamento e a superação dos obstáculos regulatórios. É preciso transformar o discurso sobre a importância dos professores em políticas concretas que garantam futuro ao magistério e ao país.
As políticas de acesso e financiamento estudantil, como o FIES e o ProUni, sempre desempenharam um papel essencial na democratização do ensino superior, especialmente para estudantes em situação de vulnerabilidade social. No entanto, ambas vêm sofrendo um processo de desfiguração que compromete sua efetividade e sustentabilidade. O Programa de Financiamento Estudantil (FIES), por exemplo, encontra-se hoje limitado por um teto de financiamento desatualizado, que não acompanha o custo real de cursos de alto valor, como Medicina. A exigência de coparticipação elevada, somada à burocracia crescente, às restrições nos critérios de acesso e ao aumento da inadimplência, afastou o programa de seu propósito original de inclusão. A situação se agrava com a carga financeira impos-
ta às instituições, obrigadas a contribuir com altos percentuais ao Fundo Garantidor, mesmo sem garantia de recebimento integral dos repasses. O resultado é um programa disfuncional, que hoje atende a menos de 2% dos estudantes das IES Católicas e que necessita urgentemente de uma reformulação profunda, com revisão do teto, desburocratização e reposicionamento como política de acesso e permanência.
Já o ProUni, embora mais presente nas IES Católicas — onde atende cerca de 14% dos estudantes —, também tem enfrentado dificuldades significativas, especialmente após as mudanças introduzidas pela Lei nº 14.350/2022 e os recorrentes problemas operacionais do SISPROUNI. A nova fórmula de cálculo, a desconsideração de bolsas adicionais ofertadas espontaneamente, a criação de passivos artificiais e a não compatibilização com os dispositivos da Lei Complementar nº 187/21 (que regula o CEBAS) colocam em risco a viabilidade financeira das instituições beneficentes. Em alguns casos, o número de bolsas exigido em um único semestre supera o volume de anos anteriores inteiros, sem contrapartida orçamentária e sem ampliação proporcional da estrutura acadêmica, comprometendo inclusive a qualidade da formação. Além disso, a exclusão de mecanismos legítimos de contrapartida previstos em lei e o fim da CONAP — instância de controle social do programa — ampliam a sensação de insegurança jurídica e dificultam o planejamento institucional. A ANEC defende com firmeza a permanência e o fortalecimento desses programas, mas exige reformas urgentes que resgatem sua vocação inclusiva, harmonizem sua regulamentação com o CEBAS e garantam segurança jurídica, justiça social e sustentabilidade para as IES que, historicamente, têm cumprido a missão pública de garantir o direito à educação.
As pautas defendidas pela ANEC no campo do Ensino Superior ultrapassam o plano técnico-institucional e se enraízam em uma visão cristã de educação como direito inalienável e instrumento de promoção humana. O compromisso com a justiça nos programas de financiamento, o reconhecimento das instituições comunitárias, a equidade nos processos regulatórios e a valorização da formação docen-
te são expressões concretas de uma atuação que busca, mais que proteger as IES católicas, contribuir para um sistema educacional mais justo, inclusivo e orientado ao bem comum. Essas demandas refletem uma compreensão ética e solidária da missão educacional, alinhada à Doutrina Social da Igreja.
Nesse contexto, o princípio da subsidiariedade se torna um eixo fundamental. Ele reconhece que as instâncias mais próximas da realidade — como as instituições comunitárias e confessionais — devem ser respeitadas, fortalecidas e não substituídas pelo Estado, quando são capazes de cumprir sua missão com competência e responsabilidade. Ao mesmo tempo, exige que o poder público atue com justiça e colaboração, criando condições para que essas instituições continuem a desempenhar seu papel social e educativo. A defesa da autonomia das IES católicas, portanto, não é corporativismo, mas fidelidade a um modelo de gestão que valoriza a pluralidade e a corresponsabilidade na construção do bem comum.
Inspirada por esse horizonte, a ANEC reafirma sua atuação como espaço de diálogo, escuta e proposição, fazendo da política educacional uma expressão concreta do mandamento do amor. Como recordava o Papa Francisco, de saudosa memória, “a política, tão denegrida, é uma das formas mais elevadas da caridade, porque busca o bem comum” (Fratelli Tutti, 180). Ao articular suas pautas junto aos poderes públicos, a ANEC deseja representar as instituições católicas e testemunhar que a educação, quando enraizada no Evangelho e orientada por critérios de justiça e solidariedade, é um ato profundamente político e profundamente evangélico.
É preciso garantir que professores, estudantes e famílias compreendam que a medida não é punitiva.
Um olhar à gestão com espiritualidade da escola católica: “A fim de que a vossa esperança transborde” (Rm 15,13)
Estamos vivendo, em toda a Igreja, o jubileu da esperança. É propósito do Papa Francisco que o jubileu “seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança” (SnC, n. 1). O apelo do Papa é um convite às educadoras e aos educadores católicos para reanimar a esperança na caminhada educativa, “para fazer amadurecer uma nova solidariedade universal e uma sociedade mais acolhedora” (Mensagem de lançamento do Pacto Educativo Global).
É também este o objetivo deste breve artigo: reanimar a esperança na gestão com espiritualidade da escola católica. Soma-se, neste sentido, a uma série de práticas e reflexões sobre a gestão da escola católica, que diversos gestoras e gestores vêm realizando com suas equipes pelo mundo afora. Por isso, nos caracterizamos como “um olhar”, entre muitos outros. “Um olhar” didático, introdutório e assumidamente insuficiente, que restringimos a três proposições.
A gestão da escola católica se configura na missão evangelizadora da Igreja. Dentre as muitas questões que envolvem esta primeira e basilar proposição, destacamos a compreensão da gestão da escola católica no dinamismo da revelação. Já notou São Paulo que a criação inteira, e o ser humano em seu interior, ainda geme e sofre as dores do parto (Rm 8, 22-23). Com isso, quer dizer que a criação ainda está acontecendo. A gestão cristã, por esta via, é um ato cocriador. A Dei Verbum – Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina (n. 2), por sua vez, diz que a Deus aprouve revelar-se a si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade. Temos aqui o movimento sempre atual do encontro da criação (e nela o ser humano), no seu esforço de realizar-se, com um Deus que, por seu amor e sua sabedoria, não cessa de revelar-se. A revelação, de iniciativa divina, acontece no tempo presente, portanto, não é um fato do passado. Da experiência do encontro da criação, com
suas necessidades (carências e potencialidades) e Deus, com sua proposta, renova incessantemente a missão cristã. É no dinamismo desse encontro que a gestão da escola católica busca a revitalização dos processos educacionais. Nele, tradição e inovação se mantêm em tensão recriadora (Ap 21, 5). Cabe à gestão, portanto, inserir-se no dinamismo de tal encontro e discernir os sinais dos tempos. Para tanto, tem de propor-se constantemente a pergunta: qual é a proposta divina para as necessidades educativas do tempo presente?
A segunda proposição, decorrente da primeira, se refere ao sentido evangelizador da gestão escolar católica. Enquanto parte integrante da missão da Igreja, a educação se desdobra como processo de evangelização. Isso não acontece automaticamente, de modo a ser esta também uma das tarefas da gestão da escola. É dessa proposição que vem a expressão bastante usada, em duas fórmulas complementares: educar evangelizando e evangelizar educando. Em que sentido a educação tem significado de evangelização? Recordamos, para ilustrar este aspecto, o que Paulo VI propõe a respeito do sentido da evangelização na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, Sobre a Evangelização no mundo contemporâneo, em 1975 (n. 19): “para a Igreja não se trata
tanto de pregar o Evangelho a espaços geográficos cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, mas de chegar a atingir e como que a modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação”. A Educação Católica pretende atingir e modificar, não de qualquer modo, mas pela força inspiradora do Evangelho, critérios, valores, interesses, linhas de pensamento, fontes inspiradoras e modelos de vida, que estão em desacordo com o Reino de Deus. Cabe à gestão da escola manter a vigilância necessária para que a educação evangelize.
Em consequência das duas proposições anteriores, a gestão da católica é, desde o início, uma gestão com espiritualidade. O destaque que damos ao com pretende sublinhar que o espírito central da mensagem cristã tem de compor a gestão desde o início, conferindo-lhe o aspecto central da identidade. Gerir com espiritualidade (cristã-católica) é diferente de gerir somente de acordo com o que dizem as ciências administrativas. Não dispensamos tais ciências, mas incorporamos os saberes, as técnicas e os recursos ao nosso modo de ser. É por isso que não basta, para a gestão com espiritualidade, o tradicional conceito de competência, que a vê como o conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA). Para a gestão com espiritualidade, seria mais assertivo falar em CHAVE (Competências, Habilidades, Atitudes, Valores e Espiritualidade).
Desse modo, o propósito da gestão da escola católica transcende a busca da performance ou a perseguição da excelência dos resultados. É necessário que, antes de tudo, se viva profundamente a proposta do Evangelho, que Jesus resumiu em “vida em abundância para todos” (Jo 10,10). Sob esse aspecto, a excelência dos resultados seria um fruto da qualidade do desenvolvimento humano integral experimentado na trajetória escolar. Ela não pode ser obtida ao custo da fraternidade universal. Como sabiamente disse o Papa Bento XVI, na Carta Encíclica Caritas in Veritate, Sobre o Desenvolvimento Humano Integral na Caridade e na Verdade (n. 34), “Por sua natureza, o dom ultrapassa o mérito; a sua regra é a excedência”. A excelência com exce-
dência supõe que o conhecimento não se resuma ao treino de competências e habilidades, mas alcance a dimensão do sentido profundo da vida que, hoje, se relaciona ao cuidado da criação, pois “tudo está estreitamente interligado” (LS, n. 16). Há de se pensar e implantar uma educação que forme as pessoas no e para o cuidado da casa comum, sendo a escola um exemplo forte e vivo de tal cuidado.
Como peregrinos da esperança, humildemente, pedimos que o Deus da esperança nos abençoe nesta importante jornada da peregrinação educacional católica: “Que o Deus da esperança vos cumule de toda alegria e paz em vossa fé, a fim de que pela ação do Espírito Santo a vossa esperança transborde” (Rm 15, 13).
Sugestões de leitura:
• Instrução da Congregação para a Educação Católica - A identidade da escola católica para uma cultura do diálogo. Disponível em: Instrução “Identidade da escola católica para uma cultura do diálogo” (25 de janeiro de 2022). Acesso em: 1 abr. 2025.
• Orientações da Congregação para a Educação Católica – Educar para o humanismo solidário. Disponível em: Educar ao Humanismo Solidário - Para construir uma “civilização do amor” 50 anos após a <i>Populorum progressio</i> 16 de abril de 2017. Acesso em: 1 abr. 2025.
• BALBINOT, Rodinei. Gerir a Escola Católica com espiritualidade. São Paulo: FTD editora, 2015. Rodinei Balbinot Diretor-Geral da Rede Santa Paulina e Diretor-Presidente da Sapiência Desenvolvimento Profissional e Gerencial. Mestre e doutorando em Educação pela UPF, é especialista em Administração de Empresas, graduado em Teologia e licenciado em Filosofia. Autor de livros sobre gestão com espiritualidade, possui 25 anos de experiência na gestão de instituições católicas.
Restrição do uso de celulares nas escolas: desafios, estratégias e oportunidades para a gestão escolar
A implementação da restrição do uso de celulares e dispositivos móveis nas escolas provoca a gestão escolar a atuar além da simples proibição do uso desses dispositivos. Para uma intervenção educativa e preventiva, pressupõe o desenvolvimento de um ambiente que promova a aprendizagem, a saúde mental e o desenvolvimento integral dos estudantes, ao mesmo tempo que equilibra o acesso à tecnologia com a intencionalidade pedagógica.
Nesse processo, o primeiro passo da gestão é comunicar a intencionalidade da restrição para toda a comunidade escolar. É preciso garantir que professores, estudantes e famílias compreendam que a medida não é punitiva. O uso excessivo de celulares
tem sido associado a impactos negativos na aprendizagem, na socialização e na saúde mental, incluindo distúrbios como a nomofobia (dependência digital).
Recreios e intervalos são períodos em que a restrição do uso dos dispositivos móveis tem sido mais fortemente questionada. Esses momentos são, entretanto, uma grande oportunidade para as escolas resgatarem brincadeiras, jogos e interações sociais saudáveis, essenciais para o bem-estar emocional e o desenvolvimento de crianças e adolescentes.
A gestão escolar precisa adotar uma abordagem participativa e promover discussões que permitam aos estudantes e às famílias refletirem sobre os im-
pactos do uso excessivo de celulares. É certo que, ao compreenderem o sentido das normas, a adesão tende a ser maior, mas também haverá quem resista e desafie as regras. Ansiedade por não ter acesso aos dispositivos também poderá ser observada.
A escola deve, então, proporcionar ambientes de escuta e apoio emocional, além de apoiar e preparar os docentes para identificar sinais de sofrimento psíquico e lidar com as resistências de maneira firme, mas também acolhedora. É preciso ter em vista, ainda, que a restrição ao uso de celulares não exclui a tecnologia do ambiente escolar; ao contrário, ela deve ser utilizada de forma qualificada e alinhada a objetivos educacionais claros. Afinal, a tecnologia, quando bem direcionada, é uma poderosa aliada no processo de ensino-aprendizagem.
Por fim, a gestão escolar deve estabelecer uma parceria efetiva com as famílias. A restrição ao uso de celulares no colégio terá efeito significativo se as famílias apoiarem a escola: ao atuar na prevenção
Este artigo é, em síntese, um convite aos gestores para encararem essa mudança como uma oportunidade. Capacitem seus professores para integrar a tecnologia de forma significativa, promovam a educação midiática e a cidadania digital, e criem espaços de diálogo com os estudantes e as famílias.
Assim, nossas decisões e ações resultarão em uma educação mais significativa e transformadora, o que resultará em um ambiente mais acolhedor, seguro e afetivo na formação de cidadãos conscientes, críticos e preparados para os desafios do mundo em constante transformação. Vamos construir futuros melhores para nossos estudantes!
É preciso garantir que professores, estudantes e
A vida pastoral nas instituições educacionais católicas tem ganhado releituras importantes nos últimos anos. Em meio às mudanças sociais, culturais e eclesiais, expressões como “escola em pastoral” ou “universidade em saída” vêm se tornando cada vez mais frequentes. Esse movimento, contudo, tem trazido à tona um debate conceitual sutil, mas relevante: afinal, estamos falando de Pastoral ou de pastoralidade?
Ambas as palavras se referem ao mesmo campo de sentido, mas apontam para abordagens diferentes. “Pastoral” é, tradicionalmente, o termo mais consagrado. É usado para nomear setores institucionais, equipes de trabalho, planos de ação e eventos vinculados à dimensão evangelizadora da escola. Pode funcionar como substantivo (a Pastoral da escola) ou como adjetivo (ação pastoral, dimensão pastoral), sendo compreendido como o proprium da missão evangelizadora da instituição.
Ao longo das últimas décadas, essa compreensão gerou frutos significativos. Muitas escolas e universidades estruturaram departamentos de Pastoral, formaram agentes, organizaram planos anuais e criaram ações que buscam manter viva a proposta de evangelização. No entanto, quando reduzida à configuração organizacional ou restrita à dimensão funcional, a Pastoral pode correr o risco de se tornar um setor paralelo, isolado do cotidiano escolar e desvinculado da vida da comunidade educativa. É nesse ponto que a noção de pastoralidade ganha força.
A palavra “pastoralidade” ainda não figura nos principais dicionários de Teologia. Não há data precisa para o surgimento dela nem uma definição doutrinária consolidada. Relatos orais indicam que alguns religiosos e agentes pastorais já utilizavam o termo entre as décadas de 1980 e 1990, especialmente no contexto da vida consagrada e da missão educativa. Apesar do uso informal, a expressão foi legitimada em 2022 pelo Papa Francisco, em uma entrevista concedida à revista America, dos jesuítas estadu-
nidenses. Na ocasião, ao comentar os desafios e as tensões enfrentados pela Igreja, o Papa afirmou que “em situações extremas, é preciso manter a pastoralidade”, ou seja, o estilo próprio do cuidado evangelizador e humano que caracteriza a missão da Igreja, segundo Jesus.
Trata-se, portanto, de um sintagma conceitual: uma palavra que, embora informal, traduz um conjunto de sentidos e práticas. Pastoralidade é mais do que fazer pastoral. É cultivar uma forma pastoral de ser, de decidir, de educar e de se relacionar. É a expressão de uma cultura institucional marcada pelo cuidado, pela centralidade da pessoa, pela compaixão ativa, pela escuta sensível e pela presença encarnada no cotidiano. É a tradução, em linguagem educacional, do que o Papa Francisco chama de “estilo de Jesus”.
Na prática, pastoralidade significa a transversalidade da missão evangelizadora. Quando uma escola vive a pastoralidade, o Evangelho não está restrito às celebrações, aos grupos de jovens ou aos projetos de evangelização – ele transparece no currículo, na gestão, no modo de avaliar, no acolhimento aos estudantes, nas relações interpessoais. A pastoralidade perpassa todos os domínios da vida institucional e não se limita a eventos ou calendários. Ela transforma a própria cultura escolar.
É importante frisar que pastoral e pastoralidade não são conceitos concorrentes, mas complementares. O setor de Pastoral, com ações estruturadas, continua sendo essencial como núcleo articulador da missão evangelizadora. No entanto, ele deve operar como dinamizador de uma cultura mais ampla, irradiando sentido, provocando os demais setores, formando lideranças e contribuindo para que a fé cristã se torne critério de humanização e referência ética para toda a instituição. Ou seja, o setor de Pastoral expressa a pastoralidade da instituição.
Falar em pastoralidade, nesse contexto, é também reconhecer que a identidade católica de uma instituição não pode ser reduzida a sinais externos ou a ações pontuais. Ela precisa ser integrada, coerente, relacional e viva. Exige conversão institucional, transversalidade pedagógica e comprometimento comunitário. Exige, sobretudo, que Cristo esteja no centro – não apenas no discurso, mas nos processos, nas escolhas e nas prioridades.
A pastoralidade, por fim, desloca a evangelização do território exclusivo da Pastoral para o território compartilhado da corresponsabilidade. Quando bem compreendida, ela desinstala, provoca e convoca. Ajuda a resgatar o sentido mais profundo da missão educativa da Igreja: formar pessoas à luz do Evangelho, em uma escola que seja, ela mesma, expressão do Reino.
A pastoralidade perpassa todos os domínios da vida institucional e não se limita a eventos ou calendários.
Ela transforma a própria cultura escolar.
Gregory Rial
Doutor em Comunicação. Bacharel, licenciado e mestre em Filosofia. É coordenador do Setor de Animação Pastoral da ANEC.
Em março, a Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) reforçou a atuação no cenário político ao se reunir com o ministro de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Costa Macêdo. O encontro, que contou com a presença do Presidente da ANEC, Pe. João Batista, do Secretário-Executivo, Guinartt Diniz, e da Gerente da Câmara de Mantenedoras, Fabiana Deflon, teve como objetivo apresentar a ANEC institucionalmente e fortalecer a relação com o Governo Federal.
Durante a reunião, a ANEC convidou o ministro para participar do VII Congresso Nacional de Educação Católica, em Fortaleza/CE, um evento estratégico para debater os desafios e as oportunidades da educação no Brasil. A presença do ministro é vista como um passo importante para ampliar o diálogo com outras instâncias do Governo e reforçar o papel da Educação Católica no desenvolvimento do país.
A Secretaria-Geral da Presidência da República tem um papel central na articulação política entre o Governo e a sociedade civil, especialmente no que
tange à juventude. Essa proximidade torna a pasta um parceiro estratégico para a ANEC, que busca representar as associadas e contribuir ativamente para a formulação de políticas públicas educacionais.
A ANEC também apresentou um panorama da pesquisa Impacto da Educação Católica para a Sociedade Brasileira, ressaltando a importância desse segmento no país. Além disso, como gesto simbólico, o presidente da ANEC presenteou o ministro Márcio Macêdo com uma imagem de Nossa Senhora Educadora, reforçando o compromisso da entidade com os valores da Educação Católica.
Esse encontro evidencia a força política e estratégica da ANEC, que segue comprometida em garantir espaço e reconhecimento para a Educação Católica no Brasil. Por meio do diálogo e da cooperação, a entidade reafirma a missão de contribuir para uma educação de qualidade, promovendo equidade e inclusão no cenário educacional brasileiro.
Compromisso contínuo: ANEC participa das discussões sobre o novo Plano Nacional de Educação
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) reafirma a atuação permanente nos espaços de formulação de políticas públicas ao participar de audiências públicas sobre o novo Plano Nacional de Educação (PNE), por meio do Fórum Nacional de Educação (FNE).
O primeiro encontro do ano, em abril, foi promovido pela Comissão de Educação do Senado e teve como foco a ampliação da participação social na construção do novo PNE e o enfrentamento das desigualdades educacionais. Na ocasião, a gerente da Câmara de Educação Básica da ANEC, profa. Roberta Guedes, representou o presidente do FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro.
A representante da ANEC e do FNE destacou que o novo PNE deve ser resultado de um amplo pacto social, comprometido com o direito à educação com qualidade, equidade e financiamento justo. Ela também chamou a atenção para os desafios de execução do plano anterior (2014-2024) e defendeu que o novo documento vá além de metas e diretrizes, sendo construído com base no diálogo democrático e na escuta ativa da sociedade civil.
Outro ponto ressaltado pela professora foi a necessidade de valorização dos profissionais da educação, de fortalecimento das instâncias de participação e a inclusão de uma abordagem socioambiental sustentável como parte do compromisso com uma educação transformadora.
A audiência foi conduzida pela senadora Teresa Leitão (PT-PE), presidente da Comissão de Educação, e integra o ciclo de debates sobre o Projeto de Lei n. 2.614/2024, que estabelece as diretrizes para o PNE 2024-2034.
Ao marcar presença nesses espaços, a ANEC reforça o compromisso histórico com uma educação socialmente referenciada, democrática e promotora da dignidade humana. A associação seguirá presente nas próximas audiências públicas, como a prevista para o mês de julho, fortalecendo a contribuição na construção coletiva do novo Plano Nacional de Educação.
Em julho de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei n. 14.945/2024, instituindo uma nova política nacional para o Ensino Médio. A legislação é resultado de um amplo processo de consulta pública à sociedade brasileira e representa um marco importante na reconstrução de uma etapa educacional mais justa, equitativa e alinhada às necessidades dos estudantes e aos desafios contemporâneos do país.
Entre os avanços determinados pela nova lei, estão a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e a normatização dos Parâmetros Nacionais para a Qualidade da Oferta dos Itinerários Formativos de Aprofundamento (PNIFA). Essas ações foram concebidas como estratégias fundamentais para corrigir distorções e mitigar desigualdades aprofundadas durante o processo de implementação da Reforma do Ensino Médio.
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) acompanhou, contribuiu e apoiou todo o processo de construção e aprovação das novas
diretrizes. Em todas as etapas, compartilhou orientações e novidades a respeito do tema com as associadas.
O processo de formulação das novas diretrizes foi liderado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e pelo Ministério da Educação (MEC), que estabeleceram um modelo participativo envolvendo professores de escolas públicas e equipes técnicas de todas as secretarias estaduais de educação. O Grupo de Trabalho Interfederativo (GTI) e a Comissão Assessora de Especialistas (CAE) mobilizaram mais de 300 profissionais de todas as unidades da federação para a construção de subsídios que orientaram o trabalho normativo do CNE.
Com base nesses insumos, foram elaboradas e aprovadas, em novembro de 2024, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. No dia 10 de abril, em sessão da Câmara de Educação Básica do CNE, também foram aprovados o Parecer e a Resolução que instituem os Parâmetros Nacionais para a Oferta dos Itinerários Formativos de Aprofundamento.
O conselheiro Israel Batista, que acompanhou de perto os debates e a formulação do texto final, destacou a importância do processo e o impacto da aprovação:
“A aprovação da resolução representa um passo decisivo para consolidar um Ensino Médio mais conectado com a realidade dos nossos jovens e com os desafios do país. O processo foi construído com escuta ativa de professores, gestores estaduais e diversos atores educacionais, o que conferiu legitimidade e sensibilidade à proposta. A solução que encontramos – ao publicar guias específicos para redes, equipes escolares, professores e estudantes – equilibra a necessidade de uma norma nacional enxuta com o dever de orientar, de forma prática, os processos de implementação nos territórios. É uma conquista coletiva, que respeita a autonomia federativa e, ao mesmo tempo, assegura padrões de qualidade e equidade para todos.”
O texto aprovado reforça o papel dos itinerários formativos como espaços de aprofundamento e integração dos conteúdos da Formação Geral Básica, a partir de projetos interdisciplinares e integradores. Os itinerários devem ter como foco a articulação entre as disciplinas obrigatórias de cada área do conhecimento e os componentes curriculares de natureza eletiva ou optativa. Também foram definidos os objetivos de aprendizagem e as competências gerais que devem orientar a oferta dos itinerários, respeitando as ênfases específicas de cada área do conhecimento.
Com essa conquista, o Brasil avança na construção de um Ensino Médio que respeita a diversidade dos territórios, reconhece as juventudes na pluralidade e assegura padrões mínimos de qualidade e equidade para todos os estudantes.
Devem ter como foco a articulação entre as disciplinas obrigatórias de cada área do conhecimento e os componentes curriculares de natureza eletiva ou optativa.
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) participou de uma reunião com a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES) do Ministério da Educação (MEC) para tratar do marco regulatório da Educação a Distância (EaD) e do calendário regulatório de 2025. O encontro foi articulado pelo Fórum Brasil Educação, do qual a ANEC faz parte, e contou com a presença das seis instituições que integram o Fórum, as quais possuem assento no Conselho Consultivo para o Aperfeiçoamento dos Processos de Regulação e Supervisão da Educação Superior (CCPARES) do MEC.
A ANEC foi representada pelo diretor-presidente, Pe. João Batista Gomes de Lima.
Um dos principais pontos discutidos foi a previsão de publicação do decreto do novo marco regulatório da EaD. Também foi debatida a questão do calendário regulatório de 2025. Segundo a secretária, a divulgação desse calendário está diretamente atrelada à publicação do decreto. No entanto, ela ressaltou que, assim que o decreto for publicado, o calendário regulatório será divulgado imediatamente.
A ANEC, que é membro do CCPARES e participou ativamente da construção do novo marco regulatório, a partir de amplo debate e escuta das suas associadas, segue acompanhando as discussões e reforçando o compromisso em defender os interesses das instituições educacionais católicas.
A memória viva da Educação Católica no Brasil. Entrevista com Pe. José Marinoni, protagonista da articulação que deu origem à ANEC
Em um relato emocionante, Padre Marinoni reconstrói a história da transição das associações católicas de ensino até a criação da ANEC, revelando os bastidores de um dos maiores marcos institucionais da Educação Católica brasileira.
Padre Marinoni, é uma alegria tê-lo conosco nesta edição especial, que celebra os 80 anos da ANEC. Para começarmos, o senhor poderia nos contar um pouco sobre as origens da Associação Nacional de Educação Católica?
Pe. Marinoni: A respeito da ANEC, é importante lembrar o início da AEC – Associação das Escolas Católicas. Para isso, sirvo-me do livro do padre Laércio Dias de Moura, jesuíta e reitor da PUC do Rio, que traz a história da Educação Católica no Brasil. Lá, ele cita o irmão lasallista Antônio Pool, que participou da instalação da AEC em 1945. Até os anos 1930, os católicos atuavam isoladamente. A AEC nasceu no Congresso Nacional de Estabelecimentos Particulares de Ensino em 1944, mas só foi instalada oficialmente em 24 de novembro de 1945, no Palácio São Joaquim, presidida pelo cardeal Dom Jaime de Barros Câmara.
E como se deu o processo de transição da AEC para a ANEC?
Pe. Marinoni: A transição envolveu várias entidades: AEC, ABESC, ANAMEC e até o MEB. Em 1994, houve uma tentativa com o CONIEC, o Conselho Nacional de Instituições de Educação Católica. Mas só em 2008 nasceu, oficialmente, a ANEC. Eu era presidente da ANAMEC, a irmã Olmira da AEC e o reitor Volmir da ABESC. Tínhamos reuniões mensais com Dom Orani Tempesta, então bispo responsável pelo setor de educação da CNBB. Um dia, cansado da superficialidade das reuniões, propus: “Por que não criamos uma entidade única?”. Assim começaram as articulações.
Foi um processo fácil?
Pe. Marinoni: Não foi. Houve resistências, receios, incompreensões. Fomos acusados de querer que a ANAMEC dominasse tudo, mas mostrei que a proposta era de união, não de dominação. Criamos uma comissão com três representantes de cada entidade. Coordenei as reuniões em várias cidades e, dali, surgiu o esqueleto da futura ANEC.
Como foi o trabalho da primeira Diretoria?
Pe. Marinoni: Tivemos uma diretoria provisória em 2008: eu como presidente, o Volmir e a irmã Olmira como vice-presidentes. Enfrentamos muitas pendências, especialmente financeiras, herdadas das AECs estaduais. A ANAMEC, felizmente, tinha reservas e conseguimos regularizar a situação.
E a sede da ANEC?
Pe. Marinoni: A sede funcionava onde antes era a sede da AEC nacional. Houve proposta para vendê-la, mas eu fui totalmente contra. Disse: “Se vendermos essa sede, perderemos a identidade”. E insisti. Hoje, a ANEC está na 102 Norte, em Brasília, graças a essa decisão.
Quais foram os principais desafios políticos enfrentados?
Pe. Marinoni: Faltava representatividade. Quando o governo precisava, falava com a AEC, depois com a ABESC, depois com a ANAMEC. Estávamos pulverizados. Por isso, lutamos para que a ANEC fosse a voz única da Educação Católica. Em uma assembleia, cheguei a dizer que, se não revertessem a proposta contra a filantropia, iríamos colocar faixas nas escolas dizendo “Não vote em quem acabou com a filantropia”. Foi firme e necessário. Conseguimos audiência na Casa Civil e a situação foi revertida.
E sobre as articulações com outras instituições?
Pe. Marinoni: Trabalhamos com a ABRUC, o CRUB e a ABIEE. Às vezes, há dificuldades, mas sempre buscamos unir forças. A ANEC não representa apenas educação, mas também saúde e assistência social, conforme definido desde o início.
Padre, olhando para toda essa trajetória, qual é o legado que a ANEC deixa para a educação brasileira?
Pe. Marinoni: O maior legado é a sinergia. Sozinhos, não somos nada. Respeitar as identidades, sim; precisamos caminhar unidos. Não basta estar juntos – é preciso estar unidos, de verdade. A ANEC representa isso. E este país nasceu com a Educação Católica.
E qual mensagem o senhor deixa para os educadores e as instituições católicas que caminham rumo ao futuro?
Pe. Marinoni: Todos temos de acreditar na ANEC. Todos fazemos parte dela. Cada educador, cada instituição tem muito a contribuir e muito a aprender. Estamos num ano jubilar: é tempo de esperança. Não sejamos espectadores. Se você não contribui, a ANEC não será completa. A ANEC é a união de todas essas forças. Vamos em frente com a esperança do apóstolo Paulo e a inspiração do Papa Francisco.
Não basta estar juntos é preciso estar unidos, de verdade. A ANEC representa isso. E este país nasceu com a Educação Católica
Reflexões sobre o pensamento pedagógico cristão inspiram novo projeto editorial voltado ao mundo educacional
Foi lançada, no último mês de abril, a obra As Origens da Pedagogia Cristã: do movimento de Jesus à literatura neotestamentária, que inaugura a série Pedagogia Cristã — um projeto editorial dedicado a promover reflexões sobre teoria e prática educativa inspiradas no pensamento pedagógico do cristianismo.
Fruto de uma sólida trajetória acadêmica — com graduações em Pedagogia, Teologia e Serviço Social; mestrado em Educação e Teologia; doutorado e pós-doutorado em Educação — o autor, Pe. Charles Lamartine, reitor da UniCatólica do Rio Grande do Norte e vice-presidente da ANEC, propõe um diálogo aprofundado entre a tradição pedagógica cristã e as Ciências da Educação. O objetivo é contribuir com a construção de um novo humanismo ético, estético e pedagógico em sintonia com os desafios contemporâneos.
A obra parte de uma pergunta central: quais relações de diálogo e de influências recíprocas podem ser resgatadas a partir do modelo pedagógico cristão para responder às necessidades humanas e educacionais da atualidade? Ao abordar essa questão, o livro conduz o leitor por caminhos históricos e filosóficos que fundamentam uma proposta de renovação para a educação.
Entre os destaques da obra está a análise da pedagogia de Jesus, apresentada como uma pedagogia do caminho — itinerante e marcada pela cultura do encontro. O amor aparece como eixo central dessa prática educativa, que reconhece a dignidade de cada pessoa e propõe uma missão universal: tornar a educação acessível a todos, em todos os tempos e lugares.
Mais do que uma contribuição teórica, As Origens da Pedagogia Cristã é um convite à ação: educadores, gestores e estudiosos são chamados a repensar suas práticas à luz de uma tradição que valoriza a solidariedade, a humanização e a transformação social. A publicação é gratuita e já se consolida como uma referência para todos que desejam integrar fé, conhecimento e compromisso educativo.
“Se é verdade, como disse Manoel de Barros, que ‘palavra que eu uso me inclui nela’ posso dizer que, quando falamos com amor, cada palavra que se diz é uma revelação daquele que fala. Os escritos partilhados na obra As Origens da Pedagogia Cristã traduzem o modo como nos sentimos, tecidos como ato amoroso, um júbilo de esperança. Advindas da alma, as ideias transmitidas amparam sonhos, sentimentos vivos, e, assim, ampliam o horizonte existencial.
Com um tema de relevância e originalidade colossais, afianço-lhes, a obra produz um vigoroso alicerce histórico, epistemológico, hermenêutico e político para estruturação de um importante arcabouço axiológico, segundo nossa humilde interpretação. Inspira-nos a enxergar, produzir novas possibilidades emancipatórias e pensar diferentes sensibilidades, outras formas de afetabilidade e uma percepção valorativa dos sujeitos e da vida.
Em tempos difíceis marcados por radicalizações, medos, guerras, segregacionismos, tensões sociais e lamaçal civilizatório, este livro simboliza projetos comuns, luzeiros significativos que nos impulsionam no exigente ofício de educar e formar na perspectiva da educação humanizada e humanizadora, modelo uníssono com a pedagogia amorosa, inclusiva, libertadora e universal de Jesus”, comenta o autor da obra, Pe. Charles Lamartine.
Dia ANEC 2025: uma jornada de união, fé e compromisso com a Educação Católica
Com crescimento recorde de participantes e presença marcante em todo o país, o Dia ANEC se consolida como um dos maiores encontros da Educação Católica brasileira.
A cada ano, o Dia ANEC transforma-se em um marco ainda mais significativo na agenda da Educação Católica do Brasil. Em 2025, não foi diferente. Promovido nos primeiros meses do ano pela ANEC Nacional, em articulação com os Conselhos Estaduais, o evento percorreu diversos estados e reuniu mais de 10 mil participantes, em uma jornada de fortalecimento da missão educativa das instituições católicas.
Foram encontros repletos de espiritualidade, partilhas, formação e escuta ativa – traços que compõem a identidade do Dia ANEC. O crescimento de 43,2% em relação ao ano anterior mostra que essa iniciativa não só se consolida, como também inspira e mobiliza toda uma rede comprometida com a excelência e os valores cristãos na educação.
O Dia ANEC 2025 foi realizado em quase todos os estados brasileiros, promovendo encontros presenciais que valorizaram a realidade local sem perder de vista o sentido nacional da missão comum. Ao promover o diálogo entre educadores, gestores, religiosos e especialistas, o evento estimulou reflexões profundas sobre os desafios da atualidade e apontou caminhos concretos para uma educação evangelizadora e transformadora.
Mais do que indicadores de sucesso, os dados do Dia ANEC 2025 revelam a força de uma mobilização coletiva e o impacto gerado nas comunidades escolares. A elevação da satisfação média dos participantes é reflexo de uma escuta atenta, de uma curadoria de
conteúdo relevante e de um ambiente de acolhida cuidadosamente construído em cada edição local.
Visibilidade e valorização regional
As edições de 2025 também se destacaram pela ampla cobertura da mídia e pelo apoio institucional das escolas anfitriãs. Canais, como Jornal O São Paulo, TV Evangelizar e AF Notícias, deram destaque aos encontros, o que ampliou a visibilidade da Educação Católica na imprensa nacional e local.
Essa presença midiática fortalece a imagem institucional da ANEC e contribui para mostrar à sociedade a relevância das instituições educacionais católicas na formação integral de crianças, adolescentes, jovens e adultos.
Diante dos resultados expressivos de 2025, a ANEC já projeta os próximos passos. Para 2026, estão sendo propostas ações estratégicas, como a criação de um plano nacional de comunicação e a cobertura audiovisual padronizada, garantindo que todas as edições tenham materiais de qualidade e potencial de alcance ainda maior.
Essa proposta visa valorizar o protagonismo das instituições regionais, ampliar o impacto do evento e atrair novas parcerias em todo o território nacional.
Mais do que um evento: um movimento
O Dia ANEC é, acima de tudo, um movimento de fé, formação e comunhão. É o encontro de vozes, experiências e esperanças que, unidas, reafirmam o compromisso da Educação Católica com a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária.
Enquanto os números impressionam, são os testemunhos, os abraços e os reencontros que perma-
necem na memória de quem participou. O Dia ANEC 2025 foi grandioso – e já deixa um legado inspirador para os próximos capítulos dessa caminhada coletiva.
A realização do Dia ANEC 2025 só foi possível graças ao empenho incansável dos Conselhos Estaduais da ANEC, que se dedicaram, com excelência, à articulação local, e à generosidade das instituições anfitriãs, que acolheram os eventos com profissionalismo, carinho e espírito de missão. Cada detalhe — da estrutura à programação — refletiu o compromisso com a Educação Católica e a disposição em servir à rede de forma colaborativa e fraterna.
A ANEC também expressa gratidão especial aos patrocinadores que confiaram no propósito do Dia
ANEC e contribuíram para que as edições estaduais fossem realizadas com qualidade e alcance. O apoio de cada patrocinador foi fundamental para garantir experiências significativas aos participantes e para fortalecer a presença da Educação Católica nas diversas regiões do Brasil.
Para saber como foi o Dia ANEC nos estados, acesse o site da ANEC (anec.org.br).
Cada detalhe refletiu o compromisso com a Educação Católica e a disposição em servir à rede de forma colaborativa e fraterna
Que manhã incrível! Parabéns a todos que fizeram do Dia ANEC um momento tão especial e inspirador!
Foi muito especial fazer parte desse dia. Gratidão!
Educação Católica unida e fortalecida!
Manhã para ficar na história da educação católica. Gratidão por poder participar desse momento marcante!
edição do ANEC Summit Comunicação e Marketing debate desafios e oportunidades
Nos dias 19 e 20 de março, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) promoveu o primeiro ANEC Summit Comunicação e Marketing, reunindo profissionais da área de Comunicação e Marketing para discutir estratégias e desafios enfrentados pelas instituições educacionais católicas. O evento, realizado na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo/SP, lotou o auditório da instituição e teve como foco a importância da comunicação na identidade institucional e no relacionamento com a comunidade, além de estratégias para atender às demandas do mundo atual.
Uma Celebração Eucarística marcou a abertura do evento, em solenidade a São José, celebrado no dia 19 de março. Em seguida, com uma fala de abertura, Pe. João Batista, presidente da ANEC, afirmou que vivemos em um mundo onde a comunicação é essencial para o sucesso e a sustentabilidade das escolas. “A maneira como nos comunicamos com nossos alunos, pais, professores e a comunidade em geral pode fazer total diferença na construção de um ambiente educacional acolhedor e eficaz”, destacou.
A abertura do evento também contou com a fala da anfitriã Ir. Maria Aparecida Matias, conselheira secretária da ANEC e reitora da Faculdade Santa Marcelina, que destacou a importância do evento para a Educação Católica.
Fortalecendo a identidade da
A Irmã Carolina Mureb Santos, diretora 2ª Tesoureira e diretora do Setor de Animação Pastoral da ANEC, abriu a programação de palestras e conduziu o momento Fortalecendo a identidade da Educação Católica, em que propôs uma reflexão aos profissionais de Comunicação e Marketing presentes. “Você trabalha ou atua em uma instituição de Educação Católica. O que isso realmente diz sobre a finalidade dessa instituição? E como você, comunicador ou
comunicadora, compreende essa identidade de tal forma que nos ajude a torná-la visível e comunicá-la da maneira mais adequada?”, refletiu.
A palestrante destacou que as escolas católicas possuem uma identidade fundante, que as diferencia de outras instituições de ensino, e convidou os profissionais a refletirem sobre como o setor de Comunicação pode contribuir para fortalecer e comunicar essa identidade, despertando consciências e novas possibilidades.
Por fim, a Irmã Carolina ressaltou que a comunicação deve servir como ponte entre a instituição e a sociedade, promovendo o diálogo e a aproximação entre diferentes realidades.
Os desafios do marketing educacional orientado para resultados
Na palestra Os desafios do marketing educacional orientado para resultados, Tiago Rigo, professor e coordenador de marketing da PUCRS, trouxe reflexões importantes sobre como as instituições de ensino podem alinhar estratégias de marketing com os próprios propósitos educacionais e a própria missão. Ele iniciou destacando a importância de conciliar gestão e missão, afirmando que “não é uma questão de ‘ou gestão, ou missão’, mas sim ‘gestão e missão’ trabalhando juntas”.
Um dos pontos centrais da palestra foi a discussão sobre branding e posicionamento. Rigo citou o especialista Arthur Bender, o qual afirma que “marca serve para criar desigualdade entre coisas que seriam iguais”. “Se perguntarmos para as famílias e estudantes quais palavras definem nossa escola, será que eles vão dizer exatamente aquilo que queremos?”, questionou. O palestrante reforçou que a comunicação precisa ser repetitiva, coerente e bem
alinhada entre todos os envolvidos na instituição, desde professores até famílias, para evitar ruídos e garantir uma percepção clara da marca.
Tiago, que é professor de gestão de dados, enfatizou que “não se gerencia o que não se mede”. Ele defendeu o uso de dados para embasar decisões estratégicas, como campanhas de marketing direcionadas e ajustes na comunicação.
Por fim, o especialista encerrou com uma reflexão sobre a importância de inovar e não se prender a métodos antigos. “Não tenha medo das novas ideias, tenha medo das antigas, pois são elas que podem sabotar o seu negócio e a sua carreira”, aconselhou.
Novos cenários para a Assessoria de Imprensa num mundo de influenciadores digitais
Janaína Santos, jornalista e mestre em Comunicação, abordou como a revolução digital transformou a comunicação entre marcas e consumidores.
No Brasil, onde 86% da população está conectada à internet, a assessoria de imprensa precisou se adaptar a um cenário em que influenciadores digitais têm um papel importante na percepção e credibilidade das empresas. Antes focada na intermediação com grandes veículos de comunicação, a estratégia agora deve incluir criadores de conteúdo e redes sociais, já que 66% dos brasileiros estão ativos nessas plataformas. A interação direta com o público, mediada por influenciadores, redefine como as informações são divulgadas e absorvidas.
Em vez de depender apenas da mídia tradicional, as empresas estão estabelecendo parcerias estratégicas com criadores de conteúdo para ampliar a presença digital. Essa abordagem permite um diálogo mais próximo com os consumidores, construindo uma imagem mais autêntica e humanizada. A comunicação, nesse contexto, torna-se uma ferramenta essencial para conectar marcas e público, adaptando-se às demandas de um mundo cada vez mais digital e interconectado.
“O futuro da assessoria de imprensa está intrinsecamente ligado à capacidade de adaptação ao universo digital. O desafio não é apenas acompanhar a transformação do mercado, mas liderar essa mudança, entendendo o papel fundamental dos influenciadores na nova dinâmica da comunicação. Num mundo onde a percepção das marcas é moldada em tempo real, estar presente e bem-posicionado nas redes sociais é um fator determinante para o sucesso”, destacou Janaína.
O sucesso da comunicação nas instituições educacionais católicas
No primeiro dia do evento, o público teve a oportunidade de conhecer cases de boas práticas na Educação Católica, com a apresentação de iniciativas inspiradoras de várias instituições de ensino, abordando o impacto da comunicação estratégica e do protagonismo estudantil no engajamento da comunidade escolar.
Os cases incluíram projetos de escolas, universidades e mantenedoras, como o Colégio Nossa Senhora das Dores, apresentado por Fernanda Madeira e Anna Paula Jardim; a Congregação de Nossa Senhora, da Rede de Educação Notre Dame, apre-
sentado por Erni da Rosa; o Colégio Regina Mundi, por Ricardo Botelho; o Colégio Dom Elizeu, por Carlos Enrique Lima; a Rede Filhas de Jesus, por Renata Dantas; o Colégio dos Jesuítas, por Mauro Gabriel Fonseca; o Colégio Nossa Senhora das Neves, por Cecília Ludmila Marinho; e a Universidade Franciscana, por Carina Bohnert e Bruna Taschetto.
Estratégia
e comunicação: planejar e construir o futuro da Educação Católica
Marcelo Cordeiro, especialista em Estratégia e Comunicação, abriu o segundo dia do evento destacando a importância do planejamento estratégico nas instituições educacionais. “A comunicação é essencial no processo estratégico. Se as pessoas não conhecem o plano, como vão implementá-lo?”, questionou.
Assim como a Ir. Carolina Mureb, ele destacou a importância de considerar a identidade confessional das escolas nos planos de comunicação e marketing. “Já vi empresas contratarem consultorias estratégicas que propunham planos baseados apenas na lógica do mercado, focando em concorrência e lucro, mas que falharam por não se alinharem à identidade institucional. Isso reforça a importância de estratégias coerentes com os valores da organização.”
Ele também ressaltou a necessidade de adaptação constante e a importância de estratégias coerentes com os valores da organização. “[A comunicação] tem uma função pedagógica dentro da organização educacional, que é traduzir, muitas vezes, os conceitos e ideias, aquilo que pensamos em termos de teoria da estratégia, para uma linguagem mais coloquial, mais simples, mais informal do cotidiano da educação. Então, é importante fazer essa transposição da linguagem técnica, mais objetiva, para uma linguagem mais acessível e próxima das pessoas”, afirmou.
O especialista também destacou a importância de envolver todos os colaboradores no processo de planejamento para garantir a implementação eficaz das estratégias.
Gestão de crise: comunicação e cultura do cuidado
Rosângela Florczak – doutora e mestre em Comunicação, especialista em Comunicação Empresarial e decana na PUCRS –, abordou a importância
da prevenção e do cuidado na gestão de crises. “Em crises, a comunicação não deve ser tratada como uma mera transferência de informação. Ela deve ser vista como uma negociação de sentido, um processo de construção de significado”, destacou.
Ela enfatizou a necessidade de mapear riscos e preparar estratégias de comunicação preventiva. “[A crise] não é circunstancial, é um dado do nosso tempo. Vivemos tempos de grandes transformações, e as crises são um reflexo disso. (…) Agora, estamos enfrentando outras transformações, como a inteligência artificial, e precisamos entender que as crises que surgem são apenas sintomas dessa metamorfose”, destacou.
Em entrevista exclusiva para a ANEC, Rosângela destacou os três principais pontos durante uma gestão de crise: a preparação das instâncias envolvidas; o cuidado na comunicação interna e externa; e a implementação de boas práticas.
“A comunicação interna deve ser priorizada, com foco nas pessoas diretamente envolvidas no episó-
Não é uma questão de ‘ou gestão, ou missão’, mas sim ‘gestão e missão’ trabalhando juntas.
dio que gerou a crise. Em resumo, a gestão deve estar preparada para enfrentar situações complexas, com protocolos bem definidos, para evitar surpresas e garantir que o tema seja tratado de forma planejada e com a devida seriedade”, concluiu.
LGPD nas instituições educacionais católicas: boas práticas e desafios na proteção de dados
Silvana Lewandoski, advogada especialista em proteção de dados da Rede Jesuítas, abordou os desafios e as boas práticas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) nas instituições educacionais. Ela explicou que os dados pessoais são “um ativo dentro da instituição” e devem ser tratados com cuidado para evitar desconfiança e descredibilidade.
A especialista explicou que a LGPD se baseia em dez princípios para o tratamento de dados e destacou os quatro principais: finalidade, pois os dados devem ser coletados para um propósito legítimo e específico; adequação, pois os dados coletados devem ser apropriados à finalidade proposta; necessidade, pois deve-se coletar apenas os dados estritamente necessários para o objetivo pretendido; e transparência, de maneira que o titular dos dados deve ter conhecimento claro sobre como as informações estão sendo utilizadas.
Em entrevista exclusiva para a ANEC, Silvana re-
forçou que um dos maiores desafios é garantir que todas as áreas envolvidas estejam cientes e conscientes da importância da lei. “Para isso, é essencial ter um programa de adequação à lei, para que possamos tratar corretamente os dados pessoais em todos os processos da instituição. Isso nos permite identificar lacunas no tratamento dos dados e melhorar procedimentos relacionados ao armazenamento e ao cancelamento de dados.”
Segundo Silvana, por vezes, a LGPD é vista como algo distante, como uma área apenas para resolver problemas, quando, na verdade, o objetivo dela é prevenir problemas. “A comunicação eficaz, tanto interna quanto externa, é uma forma importante de evitar incidentes. Estou muito feliz de estar participando deste evento, pois ele contribui para dar mais segurança às instituições, e acredito que a ANEC fez um excelente trabalho ao promover esses debates”, concluiu.
Campanha de Matrículas: como o time de marketing pode potencializar a estratégia
Na palestra Campanha de Matrículas: como o time de marketing pode potencializar a estratégia de captação e retenção, Lucas Faleiro, especialista em comunicação para escolas, trouxe reflexões práticas para instituições de ensino. Ele iniciou destacando a importância de pensar no ciclo de matrículas de forma anual, dividindo-o em duas etapas: planejamento e execução. “O ciclo de matrículas para 2026 já começou. Se não começarmos a planejar agora, vamos ficar atrasados”, alertou. Faleiro enfatizou que o tempo dedicado ao planejamento permite que as ações sejam executadas da melhor forma possível, garantindo maior eficácia na captação e retenção de alunos.
Faleiro também abordou a importância da retenção de alunos, destacando que reter um aluno custa de 5 a 10 vezes menos do que captar um novo. Ele sugeriu a realização de pesquisas de satisfação eficazes, com perguntas objetivas e focadas no que realmente importa para a instituição. “Uma pesquisa bem-feita pode ajudar a entender a satisfação dos alunos e das famílias em momentos específicos”, explicou. Além disso, ele recomendou o
uso do “funil de rematrícula” como ferramenta para identificar alunos em risco de evasão e desenvolver ações específicas para retê-los. “Foque nos 300 que indicaram interesse em não se rematricular e desenvolvam ações específicas para reverter essa situação”, sugeriu.
Transformação digital e inovação: estratégias avançadas para o marketing educacional
Na palestra Transformação digital e inovação: estratégias avançadas para o marketing educacional, Ivan Seidel – cofundador e CPO da Layers Education – compartilhou experiências e estratégias que podem ser aplicadas no marketing educacional, mesmo vindo de um background de tecnologia. Um dos pontos que ele destacou foi a importância de resolver problemas de forma criativa.
O palestrante também abordou a importância de transformar operações repetitivas em ativos intangíveis, como o conhecimento, que pode ser documentado e replicado com menos esforço a cada ano. Ele introduziu os conceitos de Opex (gastos operacionais) e CapEx (gastos de capital), destacando que o tempo das pessoas pode ser convertido em ativos valiosos, se bem aplicado.
O palestrante também falou sobre a importância de gerar awareness, ou consciência da marca, antes de focar em vendas. Ele destacou ser crucial conquistar a atenção do público antes de tentar vender, usando estratégias que maximizem o espa-
ço mental e o poder da emoção. Ele concluiu enfatizando a necessidade de basear decisões em dados e métricas para garantir que as estratégias de marketing sejam eficazes e replicáveis.
Na palestra apresentada por Paloma Bastos, foram abordados temas centrais sobre a importância da comunicação empática e não violenta no contexto das relações humanas. Com especialização em educação moderna (PUC-RS), a gerente pedagógica do LIV (Laboratório Inteligência de Vida) destacou que a comunicação é um processo cheio de ruídos, em que, muitas vezes, o que é dito não é, necessariamente, o que é entendido. “Como ter certeza de que o que queremos comunicar realmente chegou na pessoa? Não temos essa certeza. Podemos ser o mais claro possível, mais objetivo, seguir técnicas e, ainda assim, qual a garantia de que a pessoa vai entender?”.
Paloma frisou a complexidade da comunicação e a necessidade de uma escuta atenta e consciente. Em um dos pontos centrais da palestra, ela explicou que conflitos são inevitáveis nas relações humanas, mas não precisam ser violentos. A especialista também apresentou os componentes da Comunicação Não Violenta (CNV), que incluem: observar fatos, reconhecer sentimentos, identificar necessidades e fazer pedidos claros. Apesar de não ser uma fór-
mula exata, a aplicação desses princípios auxilia na compreensão e na resolução de conflitos.
No encerramento do evento, Anna Catarina Fonseca, gerente de Comunicação da ANEC, reforçou os agradecimentos aos palestrantes, participantes, ao GT ANEC Summit, aos patrocinadores, membros da ANEC e da Faculdade Santa Marcelina que colaboraram para o encontro acontecer e destacou a importância dos dois dias de encontro. “Ao longo do evento, vimos como a comunicação pode ser um instrumento potente de evangelização e identidade institucional. Compartilhamos desafios, celebramos conquistas e fortalecemos a rede de profissionais que tem um propósito em comum: potencializar a Educação Católica por meio da comunicação. Que venha o próximo ANEC Summit!”, finalizou.
Pe. João Batista proferiu a fala final. “Este evento pode ser considerado uma oportunidade para fortalecer nossos laços e criar uma rede de apoio entre as escolas católicas. Juntos, podemos enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem diariamente em nossas instituições”, reforçou Pe. João Batista, dando a benção final de envio a todos os presentes.
Para os participantes, o evento foi muito positivo. “Foi incrível! Todas as palestras e cases relevantes para a realidade que vivemos nos colégios. Muito aprendizado e uma reciclagem de conhecimentos. E, principalmente, focado na educação católica sem esquecer do mundo em que vivemos. Maravilhoso!”, afirmou a gerente de Marketing do Colégio Sion, em São Paulo/SP, Andréa Caroline Oliveira.
Nosso agradecimento especial à equipe da Faculdade Santa Marcelina, que apoiou a ANEC em todo o processo de planejamento, organização e realização do evento.
Aos patrocinadores FTD Educação, Book Fair, Edify Education, Editora do Brasil, International School, Isaac, Layers e LIV, nossos agradecimentos por tornar possível a primeira edição do ANEC Summit.
Confira, no QRCode ao lado, as fotos do evento.
Reflexões significativas, espiritualidade e partilhas inspiradoras marcaram o Seminário Nacional de Pastoralidade Universitária das Instituições de Ensino Superior Católicas, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em março. O evento reuniu educadores, gestores e agentes pastorais de diversas regiões do Brasil para dialogar sobre os desafios e horizontes da evangelização no ambiente acadêmico.
A abertura oficial contou com a presença do reitor da PUC-Rio, Pe. Anderson Antonio Pedroso, S.J., do Pe. Paulo Veríssimo, S.J. (coordenador da Pastoral Universitária Anchieta), do Pe. Thiago Azevedo (vigário Episcopal para a Educação) e da Ir. Carolina Mureb (diretora do Setor de Animação Pastoral da ANEC), que deram as boas-vindas aos participantes.
Na Conferência Inaugural, o Pe. Anderson Pedroso refletiu sobre o tema O que significa evangelizar em ambientes universitários?, em que destacou a necessidade de uma pastoral contextualizada, acolhedora e dialogal, que escute as inquietações da juventude e promova pontes entre fé e conhecimento.
“Evangelizar em ambientes universitários significa estar atento aos desafios e às realidades dos jovens, acolhendo suas perguntas e promovendo espaços de escuta e transformação”, afirmou o reitor.
Na sequência, a primeira mesa-redonda trouxe ao centro do debate a acolhida das juventudes e suas trajetórias de formação. Foram apresentados dois projetos emblemáticos, como O Programa Esperançar, que oferece cursos de 15h em formato EaD com certificação pela Universidade Católica de Brasília, voltados ao fortalecimento da esperança e da vocação nos jovens, e O Grupo de Vivências, da PUC Minas, presente em diversos campi e que propõe encontros baseados nas cinco dimensões da formação integral, promovendo espaços de escuta e partilha sobre momentos significativos da vida dos estudantes.
À tarde, os participantes se reuniram em grupos de trabalho para debater o Documento do Fórum, partilhando experiências pastorais e construindo propostas colaborativas. O encerramento do dia foi marcado por uma plenária coletiva, seguida por um
momento de oração, reforçando o espírito de comunhão e interioridade que permeou todo o encontro.
O segundo dia do Seminário foi dedicado à apresentação de experiências e oficinas práticas voltadas à pastoralidade no contexto universitário. As mesas-redondas abordaram ecologia integral e cuidado da vida, com destaque para alguns projetos, como:
• a Semana Socioambiental do Instituto Humanitas Unicap (IHU), que promove a conscientização ambiental entre estudantes;
• a iniciativa Ecologia Integral na Formação dos Estudantes, do Unileste, que articula fé, ciência e sustentabilidade;
• o Programa Propósito de Vida, desenvolvido pelo Grupo UBEC, que auxilia os jovens a encontrarem sentido nas trajetórias acadêmicas e pessoais;
• as reflexões sobre formação da consciência juvenil, apresentadas pela Faculdade Santa Marcelina, que reforçaram o papel transformador da educação pautada em valores.
No período da tarde, as oficinas pastorais trouxeram vivências práticas e metodológicas sobre temas fundamentais, como Gestão de projetos em pastoralidade universitária (PUC-Rio); Metodologias para vivências de espiritualidade (PUC-RS); Comunicação e curadoria da linguagem na pastoralidade (PUC-PR).
O evento foi encerrado com uma Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta, que reafirmou o compromisso das instituições católicas com a evangelização no Ensino Superior.
O Seminário Nacional de Pastoralidade Universitária é uma iniciativa do Fórum Permanente de Pastoralidade Universitária, organismo que reúne os gestores pastorais das Instituições de Ensino Superior Católicas do Brasil, realizado pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), em parceria com o Setor Universidades da CNBB.
O evento repercutiu em veículos de comunicação católicos. Confira no QR Code ao lado.
Com o compromisso de promover o aprimoramento contínuo da gestão educacional nas instituições associadas, a ANEC tem realizado, em diversos estados e com o apoio dos Conselhos Estaduais da ANEC, encontros de imersão com temas estratégicos para o setor, reunindo gestores e equipes técnico-administrativas para um dia inteiro de formação e troca de experiências.
A programação nos estados foi marcada por dois eixos de aprofundamento: Imunidade Tributária e Direito Educacional.
A primeira parte do evento foi dedicada ao tema Revisitando a Imunidade Tributária: Conformidade, Prevenção e Mitigação de Riscos, conduzida pelo advogado e contador Dr. Napoleão Alves. O especialista abordou aspectos fundamentais para a correta aplicação do benefício fiscal, com ênfase na importância da conformidade documental e na relação com o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS).
Foram destacadas as boas práticas para a manutenção da imunidade tributária, os principais pontos de atenção diante da fiscalização e os desafios enfrentados pelas instituições, especialmente no que se refere à gestão administrativa e à transparência.
Ainda nesse eixo, os participantes discutiram os impactos da Reforma Tributária sobre as
instituições de ensino filantrópicas e os possíveis desdobramentos legislativos no contexto da imunidade tributária e do CEBAS.
Na segunda parte da imersão, o foco foi o Direito Educacional, com destaque para a Gestão de Riscos nos Contratos de Prestação de Serviço de Ensino. Dr. Napoleão trouxe uma análise prática sobre os elementos jurídicos e administrativos que garantem segurança nas relações entre instituições e estudantes, desde cláusulas contratuais até orientações para prevenir litígios.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) também esteve em pauta, com atenção especial à aplicação dele no cotidiano escolar. Questões, como regimento interno, acessibilidade e inclu-
são de pessoas com deficiência, além do uso de imagem de alunos e profissionais em materiais institucionais, foram amplamente discutidas.
Formação, partilha e compromisso com a missão
A Reunião de Imersão é parte de um movimento mais amplo da ANEC, que tem promovido encontros semelhantes em alguns estados do país, com o objetivo de apoiar as instituições na superação dos desafios contemporâneos da educação e garantir uma atuação sólida, ética e juridicamente segura.
Entre os dias 7 e 11 de abril, a cidade de Recife (PE) acolheu o Encontro de Gestores da Rede Brasil Marista, reunindo cerca de 350 lideranças das 96 unidades da rede em todo o país. Com o tema “Juntos, em travessia”, o evento foi marcado por momentos de escuta, troca de experiências e planejamento coletivo, guiado por cinco verbos que simbolizam a missão marista: atravessar, compartilhar, desafiar, ritmar e esperançar. A programação do encontro incluiu oficinas, rodas de conversa, vivências culturais e experiências em rede, sempre com o foco em conectar o presente e o futuro da missão marista no Brasil.
A ANEC foi representada pelo vice-presidente Pe. Charles Lamartine, que participou de um momento
especial, apresentando um relatório parcial das Ações de Impacto da ANEC destacando as frentes de atuação da associação nas Câmaras de Mantenedoras, Ensino Superior, Educação Básica e no Setor de Animação Pastoral. As ações englobam articulação de grupos estratégicos, formações, incidência política e produção de conhecimento voltado à educação católica em todo o país.
A presença da ANEC no encontro demonstra o compromisso com a missão educativa evangelizadora, somando forças com as redes católicas para construir, de forma colaborativa, um futuro mais justo, fraterno e esperançoso para a educação no Brasil.
ANEC potencializa formação de educadores no 1º semestre de 2025: cursos, workshops e lives abordam temáticas relevantes para a rotina educacional
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) intensificou, ao longo do primeiro semestre de 2025, o compromisso com a formação de educadores e gestores escolares por meio de cursos, workshops, lives e outras iniciativas que abordaram desde os fundamentos cristãos da educação até temas atuais, como ecologia integral, legislação sobre uso de celulares em sala de aula e educação midiática. A seguir, confira um panorama das principais iniciativas.
Em maio, a ANEC realizou a formação Educação Midiática e Informacional: Letramento digital – Saberes digitais docentes, em parceria com a AlfaMed, oferecendo gratuitamente às instituições associadas dois encontros virtuais. Conduzido pela Ir. Márcia Koffermann FMA e por Gabriela Borges, o curso aprofundou competências digitais essenciais para o planejamento e a prática pedagógica, fortalecendo a integração crítica das mídias no processo educativo e consolidando a colaboração entre ANEC, AlfaMed e especialistas de referência na área.
Promovido pelo programa PastoLAB da ANEC e conduzido pela Ir. Carolina Mureb e por Gregory Rial, o curso ofereceu imersão nos documentos fundamentais do Magistério da Igreja — Divini Illius Magistri, Gravissimum Educationis, encíclicas (Populorum Progressio, Fides et Ratio, Caritas in Veritate), documentos do Dicastério para a Cultura e a Educação e do CELAM (Medellín, Aparecida). O objetivo foi aprofundar a compreensão dos fundamentos cristãos da educação e capacitar os participantes para uma atuação pastoral e pedagógica alinhada à missão da Igreja.
Conduzido pelo professor Sérgio Junqueira, o workshop debateu a formação docente e a produção de material didático para o Ensino Religioso (ER). Foi lançado o primeiro volume dos Cadernos de Fontes, alinhados à BNCC, e discutido o novo documento da CNBB que torna o Ensino Religioso obrigatório em todas as etapas da Educação Básica nas escolas católicas.
Em parceria com o Instituto Casa Grande, a ANEC promoveu uma live para discutir desafios e oportunidades da educação inclusiva. Foram apresentados dados de 2023 mostrando que 99% das 1.200 escolas católicas já incluem alunos com deficiência, mas enfrentam queda de permanência no Ensino Médio. O evento destacou adaptações curriculares, materiais e sensoriais, além do projeto Educação Inclusiva 360, com mais de 600 horas de formação continuada em aplicativo.
Workshop sobre a Campanha da Fraternidade 2025 – “Fraternidade e Ecologia Integral”
Reunindo teólogos, educadores e especialistas, o encontro refletiu sobre a urgência de uma conversão ecológica e espiritual, inspirada pela Laudato Si’ e pela COP 30 na Amazônia. Foram apresentados os 11 objetivos da Campanha da Fraternidade e práticas pedagógicas interdisciplinares – hortas comunitárias, projetos de reciclagem e atividades artísticas – integradas ao currículo escolar e à missão educativa das escolas católicas.
Curso Aspectos essenciais para profissionais de Contabilidade junto ao CEBAS-Educação
Ministrado por Liliana Regina Ramos, o curso online abordou as exigências legais (Lei Complementar n. 187/2021; Decreto n. 11.791/2023; ITG 2002 R1) e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC TG Estrutura Conceitual, NBC TG 26 R5, NBC TG 1000) aplicáveis às instituições portadoras do CEBAS-Educação. Destacou-se a importância da transparência contábil e da segregação de informações por áreas de atuação.
Workshop Como elaborar o Relatório de Execução Anual e o Plano Anual de Atendimento para o CEBAS-Educação
Com Liliane Pellegrini, a oficina online apresentou modelos e melhores práticas para a elaboração dos relatórios e planos anuais exigidos pelo CEBAS. Discutiram-se linguagem adequada, base de cálculo, segregação por nível de ensino e alinhamento às normas legais, além de promover a troca de experiências entre os participantes.
Reunião Extraordinária sobre a Lei n. 15.100/2025 – Restrição do Uso de Celulares
Especialistas, como Dr. Hugo Sarubbi e profa. Roberta Guedes, orientaram escolas católicas na implementação da Lei n. 15.100/2025, sancionada em 13 de janeiro, que restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais durante aulas e intervalos. A reunião abordou exceções para finalidades pedagógicas, de acessibilidade e saúde mental, bem como reforçou a necessidade de adaptação imediata de regimentos, contratos e planejamentos pedagógicos para garantir o bem-estar de toda a comunidade escolar.
Webinar - O Enamed e as IES Católicas
Com o objetivo de esclarecer os impactos e diretrizes do recém-lançado Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), a ANEC realizou no dia 9 de maio o webinar “O Enamed e as IES Católicas”, que contou com a participação do Prof. Ulysses Tavares Teixeira, Diretor de Avaliação da Educação Superior do INEP. O encontro reuniu reitores, pró-reitores, coordenadores de cursos de Medicina, membros de CPAs e procuradores institucionais das Instituições Católicas de Ensino Superior de todo o país. Durante a reunião, foram apresentados detalhes sobre o novo exame, sua articulação com o Enade e o Enare, e os caminhos para garantir a qualidade e a humanização na formação médica no Brasil.
Ao longo dos primeiros seis meses de 2025, a ANEC consolidou o papel de articuladora de formações que aliam tradição cristã, inovação pedagógica e atenção às demandas legais e sociais. A agenda continua disponível em anec.org.br/eventos, reafirmando o compromisso de promover uma Educação Católica integral, plural e alinhada aos desafios do século XXI.
Confira as matérias completas no site da ANEC (anec.org.br) ou no QRCode ao lado.
A presença da Educação Católica tem ganhado cada vez mais espaço na mídia nacional, evidenciando temas relevantes e a atuação das instituições associadas à ANEC. Confira algumas das veiculações que contaram com a participação de representantes da nossa rede e associadas de todo o país. Para acessar as matérias completas, basta escanear os QR Codes correspondentes.
Mobilização em prol da saúde do Papa Francisco
A ANEC, em parceria com a CNBB, promoveu uma emocionante mobilização em prol da saúde do Papa Francisco. A ação reuniu centenas de escolas e milhares de estudantes em oração e mensagens de apoio, sendo destaque em diversos veículos, como Vatican News, REDEVIDA e Uol, e evidenciando a força da fé e da solidariedade na Educação Católica.
Dia ANEC nos estados
Várias ações realizadas em celebração ao Dia ANEC, por instituições de todo o Brasil, ganharam espaço na mídia, o que valoriza o trabalho conjunto e o compromisso das escolas com a educação de excelência.
ANEC Summit Comunicação e Marketing
A primeira edição do ANEC Summit de Comunicação e Marketing, que reuniu profissionais de todo o país, foi destaque na imprensa católica, com matérias veiculadas pela REDEVIDA e pela Canção Nova.
Seminário Nacional de Pastoralidade Universitária das IES
O Seminário Nacional de Pastoralidade Universitária das IES Católicas ganhou repercussão na mídia, com matérias que destacaram a importância da integração entre fé, cultura e ensino nas Instituições de Ensino Superior.
Proibição do uso de celulares em sala de aula
O debate sobre a proibição do uso de celulares em sala de aula esteve em pauta no Jornal da Vida, da REDEVIDA. A Ir. Marli Araújo, diretora-tesoureira da ANEC e diretora do Colégio das Neves, em Natal/RN, participou da matéria, em que analisou como a nova diretriz pode impactar a aprendizagem e a vivência pedagógica nas escolas católicas.
Novo Plano Nacional do Ensino Médio
A entrada em vigor do Novo Plano Nacional do Ensino Médio, prevista para 2025, foi pauta no Jornal da Vida, da REDEVIDA. A matéria contou com a participação de Zuleica Ávila, diretora-executiva do Colégio Santa Doroteia (MG) e integrante do GT Pedagógico Nacional da ANEC, trazendo reflexões sobre os impactos e desafios da implementação.
A formação integral das crianças exige um processo educativo que transcenda o aprendizado acadêmico, incorporando valores éticos, espirituais, ambientais e sociais. Atenta a esse compromisso, a Rede Cordimariana de Educação (RCE) desenvolve, ao longo do ano de 2025, o projeto pedagógico e pastoral A Casa Comum: do umbigo ao coração – A Jornada das crianças pelo cuidado com a terra. Inspirado no livro A Casa Comum: do umbigo ao coração – Contos sobre a Língua Laudato Si´, de Humberto Herrera, o projeto proporciona às crianças dos Anos Iniciais (1º ao 5º ano) uma conexão com os princípios da Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, que convida à conversão ecológica e ao cuidado com a criação. A obra de Humberto Herrera narra, de forma lúdica e reflexiva, as experiências do menino Pedro em suas interações com a família, professores e o ambiente natural, bem como traduz conceitos complexos de maneira acessível às crianças.
Vivenciado a partir de março de 2025, o projeto articula os componentes curriculares de Ensino Religioso, Ciências, Língua Portuguesa, Geografia e Artes com práticas pedagógicas e pastorais que favorecem a empatia, a responsabilidade social e o engajamento ecológico. Com o suporte metodo-
lógico do autor, as ações incluem rodas de conversa, dramatizações, investigações sobre o ambiente local, leitura de imagens e oficinas práticas. O objetivo geral é sensibilizar as crianças para a vivência da Ecologia Integral, utilizando o livro de literatura infantil como ferramenta para a reflexão sobre hábitos e cuidado com o meio ambiente. Entre os objetivos específicos, estão: compreender a Encíclica Laudato Si’ por meio da leitura e interpretação do livro de literatura infantil; conectar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Campanha da Fraternidade 2025 e o Pacto Educativo Global com as ações pedagógicas; desenvolver hábitos sustentáveis; refletir sobre o impacto das ações humanas no planeta; promover a cidadania ecológica; e integrar o tema “A Casa Comum: do umbigo ao coração” ao contexto escolar e familiar.
Dentre os temas abordados, destacam-se o estudo da biodiversidade e dos impactos ambientais, a importância da vida animal, os cuidados com o corpo humano como reflexo da terra, o uso consciente dos recursos naturais e a formação das cidades. Elementos, como o filme A Criação do Mundo, pesquisas sobre animais em extinção e reflexões sobre o papel de insetos – por exemplo, abelhas e formigas – en-
riquecem a aprendizagem científica e ecológica. As ações são desenvolvidas em cada unidade da RCE e envolvem toda a comunidade educativa: professoras realizam leituras compartilhadas, rodas de conversa, oficinas de reciclagem, passeios ecológicos e dramatizações; as crianças produzem diários ambientais, aceitam desafios ecológicos, elaboram cartazes, desenhos, poemas e histórias inspiradas na obra; as famílias participam com campanhas de redução do uso de plástico, plantio de hortas caseiras e reflexões sobre o consumo consciente; e a comunidade escolar se mobiliza com mutirões de limpeza, implantação de hortas escolares, projetos de reciclagem e parcerias com ONGs ambientais.
O projeto dialoga diretamente com a Campanha da Fraternidade 2025, cujo tema é “Fraternidade e Ecologia Integral” e lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31). Está alinhado, também, aos ODS, especialmente o ODS 4 (Educação de Qualidade), ODS 13 (Ação contra a Mudança Global do Clima) e ODS 15 (Vida Terrestre), além de incorporar os compromissos do Pacto Educativo Global, dando enfoque ao sétimo compromisso: Cuidar da Casa Comum, que propõe uma educação integral, inclusiva e voltada ao bem comum. A proposta se organiza em etapas mensais, respeitando a dinâmica de cada instituição e favorecendo a vivência contínua dos valores promovidos. Por meio de práticas concretas e do envolvimento ativo de crianças, professores e famílias, o projeto busca formar mentes e corações comprometidos com a ética do cuidado, a solidariedade e a sustentabilidade.
A primeira etapa do projeto consistiu em um encontro online com a assessora pedagógica e da Pastoral da RCE, no qual foram alinhadas propostas e diretrizes para a vivência integrada entre as unidades escolares. Em seguida, coordenadores pedagógicos reuniram-se para traçar orientações e metas, seguidas de encontros com as professoras dos Anos Iniciais para apreciação da proposta e planejamento de atividades significativas, conectadas transversalmente aos compromissos curriculares. Um encontro coletivo garantiu o alinhamento pedagógico e pastoral, e o lançamento oficial do projeto foi realizado durante a Abertura da Campanha da Fraternidade. O projeto A Casa Comum: do umbigo ao coração foi pensado com o propósito de proporcionar uma experiência de desenvolvimento integral para as
crianças, focando não apenas no aprendizado acadêmico, mas também no fortalecimento de valores de cidadania, sustentabilidade e espiritualidade. Ao longo do lançamento do projeto, a proposta envolveu a entrega simbólica do livro paradidático, que deu início a um caminho de reflexão e ação coletiva, o qual engajou as crianças, os professores, as famílias e a comunidade escolar.
Nas aulas de Ciências, o projeto explorou temas relacionados ao meio ambiente, à biodiversidade e à sustentabilidade. A exibição do filme A Criação do Mundo foi um ponto de partida importante para despertar a curiosidade das crianças sobre o papel da natureza na vida humana e no equilíbrio do planeta. A pesquisa sobre animais em extinção e a importância de espécies, como abelhas e formigas, ampliou a visão das crianças sobre os impactos ambientais e a necessidade de preservação. Além disso, ao realizar a analogia entre o corpo humano e a Terra, as crianças puderam refletir sobre cuidados com a saúde, como vacinação, prática de exercícios físicos e alimentação equilibrada, entendendo a importância de cuidar de si para cuidar do planeta.
A
formação integral das crianças exige um processo educativo que transcenda o aprendizado acadêmico, incorporando valores éticos, espirituais, ambientais e sociais
Nas aulas de Geografia, as crianças tiveram a oportunidade de refletir sobre a relação entre os seres humanos e o espaço, compreendendo como utilizamos os recursos naturais e como as cidades se formam e se organizam. Esse conhecimento foi ampliado com atividades que estimularam o olhar sobre o entorno da escola, promovendo uma análise crítica sobre o uso do espaço e a preservação ambiental, incentivando as crianças a se tornarem agentes ativos na mudança da própria realidade.
Em Língua Portuguesa, o foco foi no desenvolvimento da leitura e escrita, estimulando as crianças a produzirem resenhas, cartas reflexivas e poemas, com base nas vivências e nos temas abordados ao longo do projeto. A proposta de criar textos sobre os cuidados com o meio ambiente ajudou a fortalecer
a expressão de sentimentos e pensamentos, além de promover uma reflexão sobre as ações sustentáveis e a importância da coletividade.
As ações pedagógicas desenvolvidas pelos professores e pelas crianças foram enriquecidas por momentos de interação direta com o meio ambiente. Foram realizadas leituras compartilhadas e rodas de conversa que estimularam a escuta ativa e o respeito pela opinião do outro. As oficinas de reciclagem e compostagem trouxeram uma abordagem prática, a qual permitiu que as crianças aprendessem, na prática, sobre o reaproveitamento de materiais e a redução do desperdício. Também foram feitos passeios ecológicos que incentivaram a observação da natureza e a discussão sobre os impactos ambientais, conectando a teoria com a realidade vivida pelas crianças.
As crianças participaram ativamente da criação de um Diário Ambiental, no qual registraram as próprias reflexões sobre o que aprenderam e observaram ao longo do projeto. Além disso, foram desafiadas a reduzir o uso de papel e criar cartazes, murais e outras produções artísticas sobre o meio ambiente, o que incentivou a criatividade e o engajamento com a causa ambiental.
O envolvimento das famílias foi fundamental para o sucesso do projeto. Elas participaram de campanhas de conscientização sobre o consumo de plástico e de ações de plantio e cuidado com hortas ou jardins em casa. A reflexão familiar sobre o descarte correto e o uso sustentável dos recursos ajudaram a reforçar a importância de todos estarem comprometidos com as questões ambientais. Na comunidade escolar, os mutirões de limpeza e a implantação de uma horta escolar foram práticas que envolveram crianças, professores e funcionários, promovendo a colaboração e a solidariedade.
Ao longo das semanas, atividades complementares ajudaram a aprofundar os conceitos trabalhados. A produção de desenhos e resumos, debates sobre o meio ambiente e desafios ecológicos incentivaram o protagonismo infantil. A oficina de reciclagem, a criação de cartões com tarefas ecológicas para casa e os momentos de espiritualidade, como o “Rezando com a Natureza”, ajudaram as crianças a se conectarem mais profundamente com a terra, promovendo uma vivência de cuidado e respeito.
A culminância do projeto foi marcada por uma exposição ecológica, em que as crianças apresentaram os resultados de suas pesquisas, produções artísticas, textos e vídeos sobre sustentabilidade. Essa exposição celebrou os aprendizados e fortaleceu o compromisso das crianças com as ações ambientais, tornando-as verdadeiras “Guardiões do Meio Ambiente”, com carteirinhas simbólicas que reconheciam o engajamento delas.
O projeto A Casa Comum: do umbigo ao coração foi uma vivência pedagógica que ultrapassou os limites da sala de aula, alcançando a comunidade escolar, as famílias e, principalmente, as crianças, que se tornaram conscientes do papel que desempenham na preservação do planeta e na construção de um futuro mais sustentável. Este projeto reafirma o compromisso da Rede Cordimariana de Educação com a formação integral das crianças, promovendo a união de fé, conhecimento, cidadania e responsabilidade ambiental.
Ir. Regiane do Nascimento Rede Cordimariana de Educação
Com o lema Saúde não espera!, grupo com 37 voluntários da saúde atuou no RS durante as enchentes de 2024
Em maio de 2024, o UniSALESIANO promoveu a Missão Humanitária Saúde não espera!, levando 37 voluntários – entre profissionais da saúde e acadêmicos de Medicina e Enfermagem – ao Rio Grande do Sul, duramente atingido pelas enchentes. A ação foi marcada por um forte espírito de solidariedade e compromisso social.
Antes da partida, os voluntários foram abençoados em uma cerimônia no campus de Araçatuba. Familiares, reitoria e representantes institucionais acompanharam o momento, marcado por emoção e gratidão. O ônibus seguiu escoltado por forças de segurança e foi recepcionado por estudantes do Colégio Salesiano com cartinhas de apoio.
A missão foi coordenada pelo médico e docente Dr. Ângelo Jacomossi, com foco em integrar a equipe às ações locais de emergência. Ele destacou a importância de manter a segurança e o espírito de equipe durante a atuação em um cenário tão dinâmico.
Entre os voluntários, a emoção era visível. “Ser enfermeiro é ser solidário”, afirmou Pablo Maycon, então acadêmico de Enfermagem. Já Natália Furlaneto, acadêmica de Medicina, disse que aceitou o convite com o coração aberto, desejando contribuir com amor e dedicação.
Paralelamente, estudantes de diferentes cursos organizaram uma campanha de doações para o estado gaúcho, arrecadando alimentos, roupas e itens essenciais. A união da comunidade acadêmica evidenciou o compromisso do UniSALESIANO com a formação cidadã e a transformação social por meio da educação.
Comemorações de 115 e 80 anos destacaram legado, espiritualidade e compromisso com a formação integral
Nos meses de abril e maio de 2025, o Colégio São José Formosa viveu momentos especiais de celebração: os 115 anos de fundação e os 80 anos da presença da Congregação das Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores à frente da instituição. Dois marcos que testemunham uma trajetória construída com dedicação, fé e compromisso com a educação.
Fundado em 1910, o Colégio São José se consolidou como referência em formação humana e acadêmica, integrando tradição e inovação ao longo das décadas. Desde 1945, conta com a presença das Religiosas Missionárias de Nossa Senhora das Dores, cuja atuação espiritual e educativa marca profundamente a identidade da escola. Inspiradas por Madre Maria de Jesus, fundadora da Congregação, essas mulheres consagradas seguem como presença viva de amor e missão, conduzindo, com ternura e firmeza, a caminhada educativa.
As comemorações reuniram alunos, famílias, ex-alunos, colaboradores e religiosas em momentos de memória, fé e gratidão. A Missa em ação de graças, a Corrida de São José, as atividades internas com
os estudantes, a gravação de um documentário e a criação de um espaço de memória deram vida a esse tempo festivo, trazendo à tona histórias, afetos e aprendizados construídos ao longo dos anos. Foram várias ações que reconheceram o legado de tantos que contribuíram para essa história e o compromisso com uma educação que transforma vidas e constrói esperança.
Uma história viva, feita de pessoas, valores e sonhos compartilhados ao longo de gerações e que segue sendo escrita com entusiasmo, missão e um profundo senso de pertencimento. Ao celebrarmos este marco, reconhecemos a importância de cada etapa na construção de um legado educativo, em que o conhecimento e a dedicação se entrelaçam para formar cidadãos críticos e conscientes. A ocasião reforçou a relevância de uma Educação Católica que, ao mesmo tempo que honra a tradição, se reinventa para responder aos desafios do presente e às demandas de um futuro em constante transformação.
Tereza Almeida Comunicação Rede NSD
Desde 2002, o projeto Pré-vestibular Solidário, iniciativa do Colégio Dom Amando, transforma vidas pela educação de mentes e corações
O Colégio Dom Amando, escola confessional católica mantida pela Congregação de Santa Cruz, registra, em 82 anos, relevante participação em Santarém, respondendo, com qualidade, às demandas da realidade.
Nesse contexto, em 2002, surgiu o Pré-Vestibular Solidário, uma proposta que visa minimizar as adversidades enfrentadas por parte da população que dificultam a oportunidade de oferecerem aos filhos cursos preparatórios para o ingresso na vida universitária, de modo a dar seguimento à formação como cidadãos.
Uma instituição educacional de excelência reconhecida na região, o Colégio Dom Amando propôs-se reunir alunos em fase final do Ensino Médio, vindos das escolas públicas de Santarém, para, por meio de um curso regular de pré-vestibular gratuito e de qualidade, impulsionar a preparação deles para o Enem e provas de vestibular, favorecendo, assim, o acesso ao Ensino Superior. O projeto Pré-Vestibular Solidário também contribui para ratificar o compromisso da Congregação de Santa Cruz em formar integralmente – educando mentes e corações – cidadãos éticos e socialmente responsáveis.
Por meio de aulas regulares, de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h, ministradas por professores voluntários (muitos legatários), as ações do projeto, no qual também são desenvolvidas atividades culturais, contam com coordenação pedagógica exclusiva e são assistidas pelos setores de Psicologia Escolar, Serviço Social e Pastoral Escolar.
Dos 50 alunos em 2024, 84% foram aprovados nas principais universidades – públicas e privadas – da região.
São ofertadas 50 vagas anuais e a seleção dos alunos se faz por meio de indicação das escolas de origem, seguida de entrevista com a coordenação. Material didático e um lanche diário são disponibilizados gratuitamente. Entre 2002 e 2024, acolheu 1024 alunos, com expressivos resultados. Destaque-se que, dos 50 alunos em 2024, 84% foram aprovados nas principais universidades – públicas e privadas – da região.
O Pré-Vestibular Solidário impacta vidas e leva esperança àqueles que a ele se vinculam.
Fernando Frozza Diretor pedagógico geral do Colégio Dom Amando
Márcia R. Savioli Coordenadora geral educacional da Congregação de Santa Cruz, distrito do Brasil
Em uma Escola Doroteia, “educar significa deixar-se possuir pela Pedagogia do Evangelho que leva o estudante a descobrir que é amado por Deus, a acreditar nesse amor e a crescer como pessoa até a plenitude da maturidade em Cristo” (Const., art. 26, em Doc. Educar para Nós, p. 8).
A Pedagogia Evangelizadora não se faz por improvisação ou emendas, mas por meio de um Projeto Político Pedagógico e Pastoral sólido, construído a partir da centralidade de Jesus Cristo, em sua humanidade, tendo-O como melhor referência de ser humano a ser formado.
Paula Frassinetti (1809-1882), fundadora da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia da Frassinetti, deixou como legado para suas Irmãs e Escolas a Via do Coração e do Amor como itinerário eficaz para a consolidação de uma educação evangelizadora. Desde o início da trajetória missionária, Paula colocou-se na escola do Mestre de Nazaré, num constante esforço de crescimento que a impulsionou a dar a vida para fazer-se toda para todos, a fim de ganhar a todos para o Cristo.
Em uma Escola Doroteia, há de se cultivar um espírito de família natural e propício ao crescimento humano, em que crianças, adolescentes e jovens se sintam eles mesmos, acolhidos nos desafios e limites, sentindo-se amados e acreditados.
Para tanto, a formação integral se faz presente no currículo e na práxis educativa desde a fundação da Congregação, em 1834. Para a Educação Doroteana, o crescimento e o amadurecimento da pessoa supõem o discernimento das próprias capacidades, bem como o desenvolvimento em múltiplas dimensões: humana, acadêmica e cristã.
Paula Frassinetti entendeu que a escola é lugar de desenvolvimento da inteligência para compreender a realidade na qual se vive, situar-se nela e formar uma
justa hierarquia de valores. A escola é, também, lugar de desenvolvimento da vontade, para amar a vida e enfrentá-la com coragem, sobretudo nas dificuldades; de saber fazer escolhas, mesmo à custa de renúncia e sacrifícios; e, acima de tudo, de descobrir o Projeto de Deus para a própria vida. Quando aborda a questão da afetividade e da sexualidade, a formação integral na Escola Dorotéia visa à capacidade da criança, do adolescente e do jovem de acreditar em si e amar-se, superar o egoísmo, estabelecer equilibradas relações interpessoais, desenvolver a capacidade de dom e gratuidade e integrar a sexualidade ao processo do amadurecimento afetivo.
Paula Frassinetti defendeu, naquela época, ainda válida para o nosso contexto contemporâneo, uma educação solidificada na ética, na estética, na consciência ambiental e social, na práxis da solidariedade, da fraternidade, do diálogo, da justiça social, da cidadania e da escuta dos apelos dos mais sofridos e desvalidos pelo sistema excludente. Os pobres e os mais vulneráveis eram vistos por Paula como o rosto de Deus sem moldura.
A escola é, também, lugar de desenvolvimento da vontade, para amar a vida e enfrentá-la com coragem, sobretudo nas dificuldades.
No Colégio Santa Dorotéia de Belo Horizonte, as Irmãs e os Leigos Educadores se identificam como vocacionados e enviados por Deus para evangelizar por meio da educação, com preferência pelas juventudes e pelos mais pobres. Vivemos a experiência de uma escola em pastoral, trazendo os elementos do carisma e da missão evangelizadora para o chão da sala de aula: as relações interpessoais e a interlocução com as realidades para além dos muros da escola.
No combo das excelências humana, acadêmica e cristã, temos, no trabalho voluntário, uma porta de
acesso à práxis da fraternidade universal e da amizade social, tal como sugerido pelo Papa Francisco na Fratelli Tutti de 2020. Segundo Francisco, “o mundo precisa de voluntários e de organizações que queiram comprometer-se com o bem comum. Sim, esta é a palavra que muitos hoje em dia querem apagar: ‘compromisso’. E o mundo precisa de voluntários comprometidos com o bem comum” (Fratelli Tutti, 2020).
Pensando na formação do estudante para o contexto universitário e o mundo do trabalho, a experiência do voluntariado na Educação Básica, atividade regulamentada pela Lei n. 9.608/1998, é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma boa rede de networking e para a descoberta de habilidades comportamentais e profissionais que serão diferenciais no mercado, como espírito de liderança, protagonismo juvenil, comunicação, altruísmo, empatia, produtividade e trabalho em equipe.
O voluntariado é uma atividade desenvolvida com os estudantes do Ensino Fundamental 2 (do 6º ao 9º ano) e do Ensino Médio, com a participação e a coordenação de educadores, coordenadores e orientadores educacionais. Todas as atividades desenvolvidas são contabilizadas e registradas para a produção de um portfólio a ser anexado no Histórico Escolar do estudante.
Atualmente, com o apoio irrestrito da Diretoria do Colégio, trabalhamos com três projetos de voluntariado: Nós por Elas, Casa Comum e Embaixadores das Relações Saudáveis.
A Congregação das Irmãs de Santa Dorotéia da Frassinetti tem, no DNA, um compromisso com a emancipação da mulher na sociedade. Única mulher em uma família de cinco filhos, Paula Frassinetti não frequentou a escola regular e foi alfabetizada em casa pelo pai e pelos irmãos mais velhos. Viveu em um tempo em que a educação feminina (escolar) não era uma prioridade. Ao se decidir pela vida religiosa consagrada, Paula concentrou todos os esforços na fundação de um Instituto Religioso que se dedicasse à educação e à formação integral das meninas, trazendo a condição da mulher para o centro da proposta educativa e evangelizadora.
A frente de voluntariado Nós por Elas tem em Paula Frassinetti e no carisma da Congregação o fundamento mais sólido. Trata-se de um grupo de estudantes e educadores empenhados na aquisição de absorventes para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. Além dos absorventes, a frente fomenta a escuta ativa, com rodas de conversa sobre o lugar da mulher na sociedade contemporânea, trabalhando temas relevantes, como violência contra mulher, feminicídio, discriminação, exploração e
desigualdades contra a mulher na sociedade e no mercado de trabalho, dentre outros. Além de todas essas ações, há a construção de uma nova postura e de uma nova relação entre os estudantes, com a valorização e o respeito da mulher dentro e fora da escola.
ciação “Lacre de latinhas” para
Inspirada na Laudato Si’ (2015) e na Laudate Deum (2023), propostas pelo Papa Francisco para o cuidado da nossa Casa Comum, esta frente de voluntariado traz para o cotidiano da escola o compromisso de todos com as questões ambientais e de sustentabilidade do planeta. Desde a origem, a frente vem desenvolvendo, na comunidade escolar, a consciência e a prática da coleta seletiva de resíduos orgânicos e materiais recicláveis, como papel, plástico, vidro, dentre outros. Os coletores coloridos estão espalhados pela escola, bem como as ações de conscientização sobre o consumo consciente, os benefícios de uma economia verde e a importância do reúso, da reciclagem e da redução da produção de lixo e de resíduos.
Para Paula Frassinetti, a Escola Dorotéia deve oferecer a todos um ambiente de família, marcado pela união de corações e propósitos de almas: “Um só coração e uma só alma no Coração de Jesus!”. Em um mundo marcado pela globalização da indiferença, o Papa Francisco propõe a globalização da empatia. Na Fratelli Tutti, o Papa convoca os cristãos católicos a fomentarem a fraternidade universal e a amizade social como mecanismos de proximidade, alteridade e cuidado das relações.
A amizade e o bem-querer são dois dos muitos benefícios que a escola oferece às crianças e aos jovens. Os laços construídos no tempo da Educação Básica acompanham o ser humano por toda sua vida e história. O cantor e compositor brasileiro Emicida incluiu, em uma de suas canções, a afirmação “quem tem um amigo tem tudo”, ressaltando a importância da amizade na vida das pessoas. Estudos e pesquisas, ao redor do mundo, destacam o quanto esse convívio e essa socialização podem fazer toda a
diferença no desenvolvimento das crianças. A escola é o lugar perfeito para isso.
A frente de voluntariado Embaixadores das Relações Saudáveis é composta por estudantes e educadores comprometidos com o fomento de relações saudáveis e duradouras no ambiente escolar e fora dele. As ações são marcadas pela acolhida aos que chegam, pelo acompanhamento dos que estão isolados, pelo fomento de recreios musicais, pelo combate ao bullying e ao ciberbullying, pela preocupação com a saúde mental, por rodas de conversa com especialistas, por encontros de pais e filhos, além de um canal de comunicação – anônimo ou identificado –, em que cada estudante pode falar sobre as dificuldades de se relacionar, bem como dar sugestões para uma convivência pacífica e fraterna no ambiente escolar.
O Papa Francisco defende que os voluntários dão um rosto mais humano e cristão à nossa sociedade. A cultura da solidariedade expressa concretamente a participação na construção de uma sociedade fraterna, no centro da qual está a pessoa humana. O voluntariado envolve a dimensão fundamental da imagem cristã de Deus e do ser humano: o amor a Deus e o amor ao próximo. No Evangelho, Jesus nos convida a amar a Deus com todo o coração e ao próximo como a nós mesmos. É a caridade de Deus que nos faz reconhecer nos outros o irmão e a irmã a serem acolhidos.
O trabalho voluntário representa uma oportunidade valiosa para os jovens desenvolverem
habilidades, ampliarem a visão de mundo e contribuírem ativamente para a transformação da sociedade. Mais do que uma simples doação de tempo, o voluntariado é uma via de mão dupla: enquanto oferece ajuda a quem precisa, também proporciona crescimento pessoal, fortalecimento de valores e construção de um senso de responsabilidade social. Ao se envolverem em ações voluntárias, os jovens descobrem o poder que têm de fazer a diferença e passam a enxergar o próprio papel no mundo de forma mais consciente e engajada. Incentivar essa prática é investir em uma geração mais solidária, comprometida e preparada para os desafios do futuro.
Jean Sidcley Álvares Teixeira Núcleo de Pastoralidade
Kátira Cristina Coelho Núcleo de Coordenação e Orientação Educacional
Em unidade com a Campanha da Fraternidade da Igreja Católica do Brasil, as escolas da Rede Concepcionista de Ensino assumiram integralmente, em 2025, o tema Ecologia Integral, guiando-se pela afirmação do Papa Francisco: “Tudo está interligado”. Essa frase sintetiza o chamado a uma nova consciência sobre a interdependência entre o ser humano, a natureza e Deus. Nesse sentido, a Agenda Escolar 2025 busca promover uma espiritualidade ecológica que convida à contemplação e ao cuidado da Casa Comum, entendida como dom e responsabilidade.
O objetivo deste trabalho é apresentar um instrumento pedagógico que favorece a formação integral, conectando fé, ciência e práticas de cuidado com a criação. A agenda foi elaborada com o intuito de inspirar a comunidade educativa a adotar atitudes conscientes e sustentáveis no cotidiano escolar e familiar. A metodologia é qualitativa, baseada na encíclica Laudato Si’, nas diretrizes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e nos referenciais pedagógicos da Rede Concepcionista. A partir disso, construiu-se uma proposta didática com trilhas ecológicas mensais, frases inspi-
radoras, desafios, ecoatividades e os chamados Dias D, em que alunos, educadores e famílias são convocados a refletir e agir de maneira integrada.
Os resultados demonstram forte adesão da comunidade educativa às propostas da agenda. Até o presente momento, os alunos têm se engajado, de forma significativa, nos desafios mensais, promovendo ações concretas de cuidado, sustentabilidade e solidariedade. Tais experiências têm contribuído para despertar o encantamento com a natureza, fortalecer o vínculo com o sagrado e cultivar a ética do cuidado. A Agenda Escolar 2025 configura-se como prática pedagógica inovadora, capaz de sensibilizar e formar sujeitos ecológicos, conscientes da responsabilidade diante da criação.
A Agenda Escolar 2025 busca promover uma espiritualidade ecológica que convida à contemplação e ao cuidado da Casa Comum
MARIANA DA CRUZ
MASCARENHAS BRANDÃO Assessora de Comunicação da Rede Concepcionista de Ensino
Os conteúdos são gravados pela comunidade acadêmica e veiculados nas manhãs de domingo no canal universitário e nas redes sociais da UFN TV
Em um mundo cada vez mais acelerado e marcado pelo excesso de informações, o programa Minutos de Sabedoria, da UFN TV – canal universitário da Universidade Franciscana (UFN) –, destaca-se como um espaço de pausa e reflexão. Com mensagens curtas e profundas, o programa, que tem de um a cinco minutos, promove a espiritualidade de forma acessível e acolhedora, convidando o telespectador a reconectar-se com diversos valores, como fé, amor e esperança. O conteúdo é produzido pela Pastoral Universitária, da UFN, e é gravado e editado pela equipe da UFN TV. Os apresentadores, além da equipe da Pastoral, são professores, estudantes e técnicos-administrativos da universidade, os quais participam de forma voluntária. O programa Minutos de Sabedoria é veiculado pelo canal 15, da TV por assinatura Net/ Claro Santa Maria, e publicado no canal do YouTube e perfil do Instagram da UFN TV, nas manhãs de domingo.
o programa [...] promove a espiritualidade de forma acessível e acolhedora
As edições de 2025 já abordaram temas significativos para a vivência espiritual e a reflexão comunitária. Entre os destaques, estiveram a Campanha da Fraternidade, com o tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e os 800 anos do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis. O programa também de dicou momentos especiais à oração pela saúde do Papa Francisco, gesto de comunhão e solidariedade com o líder da Igreja. Outras reflexões contemplaram o tempo litúrgico da Quaresma e da Semana Santa.
Inspirado nos valores franciscanos, ao integrar es piritualidade, educação e comunicação, o programa reafirma o compromisso da UFN com a formação in tegral do ser humano. O Minutos de Sabedoria mos tra que a espiritualidade pode e deve ocupar espaço na vida acadêmica e na sociedade, como fonte de sentido e transformação. Mais do que um conteúdo televisivo, Minutos de Sabedoria é uma inspiração no cotidiano de quem assiste.
Bruna Taschetto Coordenadora
da UFN TV
O Brasil enfrenta grandes desafios na gestão dos resíduos sólidos. O consumo excessivo e a ausência de políticas públicas eficazes provocam impactos socioambientais preocupantes. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n. 12.305/2009) destaca a responsabilidade compartilhada e aponta a necessidade de ações de redução, reutilização e reciclagem. A escola, como espaço formador de cidadãos, tem papel estratégico nesse processo.
Foi nesse contexto que, em 2021, nasceu o projeto Lixo Zero no Colégio Agostiniano Mendel, com o objetivo de promover uma gestão ambientalmente adequada dos resíduos e sensibilizar toda a comunidade escolar. A primeira etapa foi um diagnóstico com análise gravimétrica e aplicação de questionários. Com os dados em mãos, foram desenvolvidas ações de sensibilização: vídeos, oficinas, jogos, treinamentos, campanhas e manuais.
Entre os resultados alcançados, estão: engaja mento de alunos, familiares e colaboradores; envio mensal de mais de 12 toneladas de recicláveis às cooperativas e 4 toneladas de orgânicos para com postagem; arrecadação de mais de 10 toneladas em
O projeto permitiu a integração de todos os setores do colégio em torno de um propósito comum.
Os impactos extrapolam os muros da escola, com alunos e colaboradores levando o aprendizado para casa. O projeto Lixo Zero segue firme, com a ampliação da compostagem, da reciclagem e do monitoramento contínuo – e com o desafio, agora, de expandi-lo para todas as unidades da nossa mantenedora, a SAEA (Sociedade Agostiniana de Educação e Assistência).
Ao compartilhar essa experiência, esperamos inspirar outras escolas a adotarem práticas sustentáveis, contribuírem para um futuro mais responsável e assumirem, também, o compromisso de amor e cuidado com a nossa Casa Comum.
A ANEC seguirá promovendo formações de grande relevância para as associadas ao longo do segundo semestre de 2025. Nos meses de agosto, setembro e outubro, a programação contemplará cursos, workshops e seminários virtuais e presenciais, com temáticas que vão desde a educação inclusiva e itinerários formativos até a regulação e a avaliação no setor educacional.
Entre os destaques presenciais do segundo semestre, estão três importantes encontros promovidos pela ANEC: o Fórum de Reitores e Pró-Reitores das Instituições de Ensino Superior Católicas, que será realizado em Brasília, em outubro; o Fórum de Presidentes e Gestores das Mantenedoras, também na capital federal no mesmo mês; e o Seminário Nacional de Identidade Confessional, que reunirá especialistas, gestores e lideranças educacionais para refletir sobre os fundamentos, desafios e perspectivas da identidade católica nas instituições de ensino. Esses momentos são estratégicos para o fortalecimento da rede de ensino católica e para o alinhamento de ações diante dos desafios do cenário educacional contemporâneo.
Fique atento(a) aos canais oficiais da ANEC para mais informações e inscrições nas próximas atividades formativas. Acesse o QR CODE abaixo para conferir o calendário completo e ficar por
Celebrando 33 anos de alegria,brincadeiras e momentos inesquecíveis que encantam as crianças!
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E é assim, com passos certos, que seguimos inovando na Educação há mais de 122 anos.