REVISTA EDUCANEC ANO XV | REVISTA EDUCANEC ANO XV | Nº 2 ISSN 2238 3093 AGOSTO A DEZEMBRO/ 2024

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EDITORIAL

IDENTIDADE CONFESSIONAL

• Campanha da Fraternidade 2025 e os 10 anos da Laudato Si’:, a importância da Ecologia Integral nas escolas católicas

• ANEC participa do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação

• XXIi Encontro da Pastoral da Educação

MANTENEDORAS

• Orçamento e Indicadores:: Ferramentas Vitais de Gestão de uma Escola

• Por que muitos planejamentos estratégicos morrem nas gavetas?

ENSINO SUPERIOR

• As IES Católicas, a qualidade da EaD e o Novo Marco Regulatório

EDUCAÇÃO BÁSICA

• Ensino Médio 2025: o que vai mudar?

• Os Fóruns Estaduais de Gestores da ANEC: unindo lideranças das escolas católicas na tomada de decisões

PASTORAL

• O que significa uma escola em pastoral?

• A Escola em Pastoral e o Conselho de Classe: reflexões Inspiradas na Pedagogia de Jesus

• A importância do Retiro Pastoral para a percepção das Dimensões Humanas

POLÍTICAS EDUCACIONAIS

• ANEC integra o CCPares, conselho consultivo do MEC para a Educação Superior

• “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável” A participação da ANEC no G20 social

CAPA

• Educar, cuidar, esperançar: VII Congresso potencializará o futuro da Educação Católica por meio da esperança

ENTREVISTA

• PUC-Rio se consagra como a melhor universidade privada do Brasil em 2024.

IMPACTOS DA ANEC

• A ANEC em 2024: construindo transformações e fortalecendo a Educação Católica.

ACONTECEU NA ANEC

• Em audiência no Senado, ANEC apresenta pesquisa inédita sobre o impacto da educação católica no Brasil

• Fórum de Presidentes e Gestores das Mantenedoras da ANEC reúne lideranças para discutir governança e impacto da educação católica

• Encontro presencial do Fórum de Reitores das IES Católicas debate desafios do Ensino Superior e a regulação da EaD

• ANEC divulga dados do Censo das IES Católicas de 2023 e debate os avanços no ensino católico no Brasil

• ANEC promove encontro com Cardeal Tolentino, que destaca a importância da reflexão sobre a inovação na Educação Católica

• ANEC constitui Fórum de Pró-Reitores para fortalecer a Educação Superior Católica no Brasil

• Universidades Católicas realizam simpósio de práticas pastorais

• Reunião do GT Nacional de Assessores discute desafios para o terceiro setor

AGENDA ANEC

• 2025: um ano ainda mais transformador para a Educação Católica

BOAS PRÁTICAS

• Sustentabilidade em ação: redes de ensino católicas apresentam cases de sucesso em iniciativas ecológicas

• Mulheres na Tecnologia

• VIII Congresso Internacional Do Conhecimento Científico - CICC

• V Congresso Nacional de Ciência e Educação (CONCED) da UniCatólica do RN: Educação para Arte de Humanizar e Reinventar o Tempo

• Educação Infantil no Colégio Damas: formação integral e humanizada para um futuro consciente

• Mostra de Vídeo e Concurso de Fotografia promovem criatividade e reflexão social por meio da produção dos alunos

PARCEIROS

• Campanha da Fraternidade 2025

• Todo mundo quer a felicidade dos filhos, mas é preciso deixá-los se frustrar, diz CEO do LIV

Agosto a Dezembro | 2024

EDITORIAL

Estimado leitor,

É com alegria que apresento mais uma edição da Revista EducANEC, dedicada a refletir sobre a constante renovação de nossa missão educativa. Em um mundo que enfrenta rápidas transformações e crescentes desafios, reafirmamos nosso compromisso com uma educação integral e de qualidade social, pautada em valores humanos, cristãos e na promoção de uma sociedade mais justa e fraterna.

Neste ano de 2025, celebraremos datas importantes: o Jubileu da Esperança e os 80 anos da ANEC. Será um ano de celebração, reflexão e ação! Por isso, convido você a participar do VII Congresso Nacional de Educação Católica, que acontecerá entre os dias 2 e 4 de julho, em Fortaleza, e de diversos outros momentos especiais de formação que marcarão esse ano tão significativo. Serão oportunidades importantes para renovarmos nossa fé e nosso compromisso com a educação católica.

Nesta edição da revista, celebramos a significativa atuação de nossas instituições associadas, que seguem exemplificando o impacto transformador da educação católica. O relatório que destaca o retorno social da imunidade tributária demonstra, com dados concretos, que o valor gerado pela nossa missão vai muito além das salas de aula.

Entre os artigos, destacam-se reflexões sobre o uso responsável da Inteligência Artificial na educação básica e o papel da Educação a Distância como ferramenta de democratização no Ensino Superior. Também destacamos o papel fundamental da ANEC na defesa dos interesses das associadas, assim como as boas práticas desenvolvidas pelas instituições de educação básica e ensino superior associadas.

Que esta edição inspire e nos ajude a continuar trilhando o caminho da fé, do conhecimento e da solidariedade.

Com votos de estima,

da ANEC

Pe. João Batista Gomes de Lima

A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil tem como finalidade atuar em favor de uma educação de excelência, promover uma educação cristã evangélico-libertadora, entendida como aquela que visa à formação integral da pessoa humana - sujeito e agente de construção de uma sociedade justa, fraterna solidária e pacífica segundo o Evangelho e o ensinamento social da Igreja.

CONSELHO SUPERIOR

Pe. Sérgio Eduardo Mariucci - Presidente

Ir. Adair Aparecida Sberga - Vice-Presidente

Ir. Maria Aparecida Matias de Oliveira - Secretária

Pe. Luís Henrique Eloy e Silva - Conselheiro

Dom João Justino de Medeiros Silva - Conselheiro

Maria Amalia Pie Abib Andery - Conselheira

Ir. Paulo Fossatti - Conselheiro

Ir. Patricia Silva de Vasconcelos - Conselheira

Pe. João Carlos Almeida - Conselheiro

Carmem Murara - Conselheira

Deivid Carvalho Lorenzo - Conselheiro

Ir. Rogério Renato Mateucci - Conselheiro

DIRETORIA NACIONAL

Pe. João Batista Gomes de Lima – Diretor-Presidente

Ir. Iraní Rupolo – Diretora 1ª Vice-Presidente

Pe. Charles Lamartine – 2° Vice-Presidente

Pe. Geraldo Adair Da Silva – Diretor 1° Secretário

Ir. Marisa Oliveira De Aquino – Diretora 2° Secretária

Ir. Marli Araújo da Silva – Diretora 1ª Tesoureira

Ir. Carolina Mureb Santos – Diretora 2ª Tesoureira

CONSELHO EDITORIAL

Pe. João Batista Gomes de Lima - Diretor-Presidente Guinartt Diniz - Secretário-Executivo

Fabiana Deflon - Gerente da Câmara de Mantenedoras

Gregory Rial - Gerente da Câmara de Ensino Superior

Roberta Guedes - Gerente da Câmara de Educação Básica

Anna Catarina Fonseca - Gerente de Comunicação e Marketing

ASSESSORIA PRODUÇÃO DE CONTEÚDO

Comunicação Conectada

DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO

Agência Kharis

BANCO DE IMAGENS

Freepik

REVISÃO DE TEXTOS

Raquel Cruz

A Revista EDUCANEC é uma publicação da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) .

As matérias publicadas nesta Revista representam a opinião de seus autores

Conheça os parceiros ANEC

Campanha da Fraternidade 2025 e os 10 anos da Laudato Si’: a importância da Ecologia Integral nas escolas católicas

O tema escolhido para a CF 2025 destaca a urgência da Ecologia Integral, unindo fé e ação para formar uma geração comprometida com o cuidado da Casa Comum

Anualmente, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) escolhe um tema para a Campanha da Fraternidade, com o objetivo de dar visibilidade para uma causa de grande impacto na sociedade. Para 2025, a Igreja nos faz um convite especial para refletir sobre a relação entre a fé e o cuidado com o planeta, tendo como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”.

Inspirada nos 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis e na comemoração dos 10 anos da encíclica Laudato Si’, a Campanha reforça a necessidade de uma conversão ecológica e espiritual. Além disso, em um momento de urgência ambiental, a campanha coincide com a realização da COP30 em Belém (PA), na Amazônia — o que destaca a relevância do tema para o Brasil e o mundo.

Beatriz Leal, assessora do Setor Ensino Religioso da CNBB, afirma que “a ecologia integral não é apenas importante; ela é uma urgência. Basta abrirmos as redes sociais ou ligarmos a televisão para vermos as consequências do uso irresponsável do nosso ambiente, com tantas calamidades e catástrofes climáticas. Isso ocorre porque não estamos tratando a ecologia com a seriedade que ela exige.”

Tendo como lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31), não é um acaso que a Campanha da Fraternidade 2025 é celebrada nos dez anos da encíclica Laudato Si’, conforme ressalta Padre Dário, assessor da Comissão Sociotransformadora da CNBB. Segundo ele, esse é um dos documentos do Magistério da Igreja com “maior impacto e acolhida também no mundo não cristão”.

Dez anos da Laudato Si’ e os desafios globais da crise climática

Desde a publicação do documento, em 18 de junho de 2015, a Igreja tem assumido um papel de destaque nas discussões globais sobre a crise climática, e o Papa Francisco continua a ser uma voz importante na defesa ambiental. Contudo, o desafio de transformar essa visão em prática ainda persiste.

Para Eduardo Scorsatto, coordenador de Campanhas do Movimento Laudato Si’, o principal desafio é “viver a Laudato Si’”, uma vez que o documento pede uma “mudança de lógica, uma mudança de racionalidade” que vai muito além de iniciativas pontuais. Segundo Scorsatto, a Ecologia Integral é um processo profundo e complexo, que demanda uma transformação estrutural das práticas de consumo, produção e relação com o extrativismo.

“Como o Papa Francisco diz na própria Laudato Si’, não existem duas crises separadas, uma social e a outra ambiental. É uma única e complexa crise socioambiental”, afirma. “Poderíamos dizer que é a crise do humanismo, a crise dos valores importantes de cada sociedade. Todas essas crises institucionais, políticas, econômicas e sociais se entrelaçam e, por isso, ganham a expressão de uma crise integral, que é a das mudanças climáticas.”

Embora reconheça o empenho de muitas iniciativas de base, Scorsatto afirma que “ainda não temos uma resposta à altura da complexidade do problema”. A Igreja Católica, por outro lado, tem desempenhado um papel significativo em promover a unidade global para enfrentar a crise climática. Eduardo lembra que a Igreja foi crucial para o Acordo de Paris de 2015. “Ninguém duvida do papel que a Igreja teve na construção de laços e de mediações para viabilizar a adesão de todos os países a esse acordo.”

Segundo o secretário-executivo de Campanhas da CNBB, Pe. Jean Poul Hansen, a CF 25 pretende, justamente, promover uma conversão que alcance, também, o nível pessoal e o comunitário. Segundo ele, “é nesse contexto que a CF 2025 propõe o desafio da conversão integral, que contemple também a nossa conversão do pecado ecológico”. A proposta evidencia uma mudança no comportamento das pessoas, convidando a sociedade a abandonar o “paradigma tecnocrático” e o tratamento da Terra como um “depósito inesgotável de recursos”.

Caminhos de reflexão e ação para a Ecologia Integral na CF 2025

Os cientistas e os povos ancestrais – estes com a sabedoria milenar – concordam que alcançamos um tempo limite e vivemos um momento decisivo para assumir uma profunda conversão ecológica, reduzir

o impacto do colapso ambiental e climático em que nos encontramos e cuidar da reparação dos danos provocados até agora, conforme salienta o Pe. Dário Bossi. “Não se trata simplesmente de sensibilização para uma relação mais equilibrada com a Mãe Terra, mas de um grito de alarme e de um apelo urgente às consciências”, afirma.

Para Eduardo Scorsatto, a CNBB dá ao Brasil uma oportunidade de envolver todas as comunidades nessa discussão “determinante e indispensável”. “Independentemente do espectro político ou da posição socioeconômica, ninguém poderá se esquivar de debater as mudanças climáticas, cujas consequências não eximem ninguém — ainda que, obviamente, os pobres sofram esses impactos com mais violência e exposição”, afirma o coordenador de Campanhas do Movimento Laudato Si’.

Dessa forma, a Campanha da Fraternidade promove uma base para as discussões, bem como proporciona mais condições de compreensão e participação nos debates decorrentes da COP30 no Brasil, conforme salienta Scorsatto. Diante desse cenário, as propostas que a CF 25 oferecem, desde a tomada de consciência da realidade que vivemos (VER), passam pelo conhecimento do dado da fé acerca do mistério da Criação (ILUMINAR), até chegar, por fim, a um conjunto de sugestões para a ação concreta de pessoas, comunidade e da inteira sociedade (AGIR).

“O diferencial desta CF é a abordagem integral à ecologia, inaugurada pelo Papa Francisco, há 10 anos, com a Encíclica Laudato Si’. Não estamos falando de ecologia verde apenas, nem só de ecologia humana, cultural, econômica... Queremos rever e modificar nossa relação com toda a vida no planeta, visto que, em nossa Casa Comum, ‘tudo está estreitamente interligado’ (LS, 16)”, explica o Pe. Jean.

Dentre as ações, destaca-se o calendário a seguir, elaborado pela CNBB, repleto de oportunidades para estabelecer essa inter-relação nas instituições católicas.

• Mutirão em defesa da Casa Comum, a ser realizado entre janeiro e fevereiro.

• Campanha da Fraternidade 2025, durante a Quaresma.

• Semana Laudato Si’, celebrando os 10 anos da encíclica.

• Campanha Junho Verde, estabelecida pela Lei n. 14.393/2022, de iniciativa popular, proposta pela CNBB.

• Curso de Animadores Laudato Si’.

• Tempo da Criação.

• Celebração dos 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis.

• COP30, realizada em Belém (PA) – a primeira na Amazônia.

• Novena do Natal.

Conforme lembra o Pe. Dário Rossi, o Papa Francisco, no Sínodo da Amazônia, provocou a sociedade em relação ao conceito de desaprender para reaprender. “Assim, precisamos desaprender uma cultura de agressão e saqueio da natureza e reaprender relações de interconexão e interdependência. Educar à ecologia integral é também promover uma espiritualidade de reverência e contemplação, capaz de reconhecer a presença de Deus em todas as suas criaturas e assumir o apelo de Deus ao compromisso pela justiça socioambiental”, ressalta o Pe. Dário Bossi.

A influência das instituições educacionais católicas

na formação de cidadãos conscientes

As instituições de ensino católicas têm como principal objetivo divulgar o Evangelho de Cristo, por meio da formação de cidadãos conscientes e comprometidos com o cuidado da Casa Comum. Em consonância com a mensagem do Papa Francisco sobre a importância de uma Ecologia Integral, essas instituições estão engajadas em promover uma educação que vá além do conteúdo acadêmico, integrando valores de sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.

Como afirma o Pe. Dário, as escolas católicas podem atuar como “laboratórios de invenções de novos estilos de vida sustentáveis e inclusivos”. Esse enfoque se reflete em diversas iniciativas que incentivam os estudantes a refletirem sobre alternativas para um convívio urbano mais sustentável, promovendo o

respeito aos saberes ancestrais dos povos originários e afrodescendentes, bem como a valorização de uma economia solidária e inclusiva. “Os jovens estudantes das escolas e universidades precisam investigar, propor e exigir novos modos de conviver em nossas cidades, hoje profundamente insustentáveis e excludentes”, afirma.

A nova geração já está apresentando uma relação diferenciada com os temas da sustentabilidade, graças a um trabalho conjunto das escolas com a iniciativa da Igreja Católica. Segundo Beatriz Leal, o incentivo ao protagonismo dos alunos cria um senso de responsabilidade social e de conscientização sobre a nossa responsabilidade com a Casa Comum. “Eu vejo, na escola em que trabalho, como esses alunos estão mais conscientes sobre a questão do cuidado com a escola, com o lixo, com o descarte do alimento. Você vê entre os jovens: ‘não enche muito o prato não, para você não descartar’. Isso é fruto de um trabalho de formação e conscientização”, destaca.

Nesse sentido, anualmente, a Campanha da Fraternidade é um dos principais meios de impactar os estudantes. Conforme explica o Pe. Jean, em muitas escolas, “o tema da CF é assumido como tema pedagógico pastoral transversal para todo o ano, motivando ações pedagógicas e pastorais em todas as turmas e em todos os momentos da vida acadêmica”. A CNBB, por meio da Secretaria de Campanhas e da Comissão de Educação e Cultura, produz uma série de subsídios para a Educação, tanto para a escola quanto para a universidade.

“A Campanha da Fraternidade certamente será um momento ímpar para que, no Brasil, façamos uma discussão mais profunda. Não apenas conhecemos a Laudato Si’, que é determinante e importante, mas seguimos cada vez mais na direção de incorporá-la com força, ânimo e fôlego, seja na ação pastoral, educacional, sociopolítica ou em qualquer âmbito de atuação”, conclui Eduardo Scorsatto.

ANEC participa do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação

por Comunicação ANEC

Em novembro, a Associação Nacional de Educação

Católica do Brasil (ANEC) marcou presença no XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação (Enape), promovido pela Comissão Episcopal para Cultura e Educação da CNBB, na Arquidiocese de Vitória (ES). Representada pela Ir. Carolina Mureb, diretora de Pastoral, e pelo coordenador do setor de Animação Pastoral, Gregory Rial, a ANEC trouxe contribuições significativas ao evento, o que reforça o compromisso da associação com a missão educativa da Igreja no Brasil.

Com o tema “Educadores: peregrinos de esperança”, o encontro reuniu 505 agentes pastorais – 105 de forma presencial e 400 remotamente – de todas as regiões do Brasil, os quais representaram as 19 regionais da CNBB. O objetivo central foi refletir sobre os desafios e as perspectivas da ação evangelizadora no âmbito educacional, à luz do Jubileu de 2025.

Na abertura do evento, a Ir. Carolina Mureb transmitiu uma mensagem inspiradora em nome da ANEC. Situando os 80 anos de fundação da ANEC, que serão celebrados em 2025, ela destacou que as escolas católicas são parte viva da Igreja e que o ato de educar é uma peregrinação que envolve tanto mistério quanto aventura. Já o coordenador Gregory Rial fez a mediação do mosaico de experiências pastorais e das discussões, bem como apresentou um case sobre a educação católica no Brasil, em que trouxe dados e informações relevantes sobre como a pastoral é vivida nas escolas confessionais, de forma a evidenciar a riqueza e os desafios dessa missão em um cenário plural e dinâmico.

Inspiração de São José de Anchieta

Um dos momentos mais marcantes do encontro foi a peregrinação ao Santuário Nacional São José de Anchieta, que proporcionou aos participantes uma profunda conexão espiritual e histórica. O exemplo do apóstolo do Brasil serviu como inspiração para

educadores de todo o país e reforçou o compromisso com uma educação pautada nos valores cristãos.

“A figura de São José de Anchieta, como um educador sensível e atento, nos inspira a educar com afeto e empatia”, destacou a professora Edna Maria, da Regional Sul I. Para ela, a experiência do Enape é uma oportunidade de renovação no compromisso com uma prática pedagógica transformadora.

Os participantes foram conduzidos por um itinerário metodológico que os convidou a refletir sobre as “luzes e sombras” do mundo da educação atual. Os painéis apresentados no encontro destacaram tanto as ameaças à educação integral quanto as oportunidades de missão nos espaços educativos.

“A troca de experiências no Enape revela a presença samaritana dos educadores católicos, que são sinais de esperança e agentes de transformação social em seus contextos”, afirmou o Pe. Júlio César, assessor do setor de Educação da CNBB.

Frutos do encontro

Como resultado das reflexões, foi elaborada uma carta pastoral expressando as preocupações, os compromissos e as esperanças dos educadores. A carta destaca a necessidade de uma educação que promova inclusão, dignidade humana e transformação social. Ela reafirma o compromisso com uma formação fundamentada em valores cristãos e humanos, defendendo a educação como um direito universal e um instrumento de esperança e construção de um mundo mais justo e solidário.

A participação da ANEC no Enape reforça a atuação como protagonista na evangelização por meio da educação. Com iniciativas que unem inovação e tradição, a associação segue fortalecendo a missão de contribuir para a formação integral dos estudantes, transformando a educação em um caminho de esperança e fé.

CARTA DE VITÓRIA

Educadores e Educadoras, Peregrinos da Esperança,

No chão sagrado do Espírito Santo, onde o mar abraça as montanhas e o céu parece tocar a alma, ergueu-se um clamor de esperança. Aqui, na terra de São José de Anchieta, educador e poeta, nos reunimos dos dias 15 a 17 de novembro de 2024, como sementes em busca de solo fértil, trazendo no coração o tema que nos move: “Educadores peregrinos de esperança”.

Vindos de norte a sul do Brasil, as vozes dos agentes da Pastoral da Educação ecoaram uníssonas, tecendo uma sinfonia de esperanças e desafios. Educadores, bispos, padres, diáconos, religiosos(as), leigos(as), todos líderes e sonhadores, trouxeram na mente, nas mãos e no coração o desejo de seguir os passos de Jesus, Mestre e Educador, nossa esperança.

Este XXII Enape teve como objetivo refletir, partilhar e traçar caminhos para fortalecer a presença evangelizadora da Igreja nos múltiplos espaços educativos deste imenso Brasil. Em um cenário de rápidas mudanças socioculturais, fomos chamados a renovar nosso compromisso com uma educação enraizada na esperança.

Historicamente, a Igreja sempre expressou formas privilegiadas de concretização de sua missão evangelizadora, tanto na educação formal quanto na educação informal. Por isso, reafirmamos nosso compromisso com a educação como processo e princípio de direito.

Reforçamos a importância de pensarmos uma educação que valorize e integre as experiências dos diferentes agentes e sujeitos educativos, superando o individualismo, como nos é estimulado pelo caminho sinodal e pela proposta de Igreja em saída.

No horizonte da missão da Pastoral da Educação, brilha o ideal de uma educação humanizadora e inclusiva, que seja ponte para a dignidade de cada pessoa e instrumento de transformação social.

A caminhada rumo a esse ideal é marcada por muitos desafios, que foram elencados a partir da escuta dos participantes do Enape:

● desigualdade educacional e exclusão;

● crise socioambiental;

● violências;

● desvalorização dos professores;

● privatização da educação pública.

Às vésperas do Ano Santo de 2025, nosso coração se volta para o Jubileu e queremos renovar nossa vocação de peregrinos de esperança nos ambientes educativos. Assim, nos propomos a testemunhar concretamente a esperança:

● Reafirmando a educação à luz do Pacto Educativo Global, que busca integrar os diferentes segmentos e esferas da educação – pública, privada ou confessional –, defendendo a educação pública, de qualidade e inclusiva como imperativo constitucional, especialmente diante das ameaças de privatização e disputas ideológicas;

● Acreditando na força do Evangelho para educar ao humanismo, à solidariedade, à fraternidade e ao cuidado com a Casa Comum em meio às crises ambientais e sociais;

● Promovendo uma cultura de paz, diálogo e tolerância diante das violências que aterrorizam as escolas;

● Cuidando dos educadores e educadoras como sinal profético das nossas ações pastorais;

● Continuando a esperançar, a tecer redes de apoio mútuo e a acreditar no poder transformador da educação para a promoção da dignidade da pessoa humana, felicidade e bem-estar.

Enviados aos nossos regionais, dioceses, paróquias e comunidades, como discípulos-missionários de Jesus Cristo, apaixonados pelo Reino de Deus e pela arte de educar, assumimos a missão de ser presença profética em cada espaço educativo, cuidando dos que ali estão e sendo sinais da esperança.

Que a Bem-aventurada Virgem Maria, Senhora da Penha, Mãe Educadora e expressão do cuidado de Deus, nos inspire em nosso peregrinar rumo à esperança que, em Cristo, não decepciona.

Participantes do XXII Encontro Nacional da Pastoral da Educação

Vitória, Espírito Santo, 17 de novembro de 2024.

Orçamento e Indicadores:

Ferramentas Vitais de Gestão de uma Escola

É sabido que a maior parte das escolas ainda trabalha com recursos de gestão orçamentária muito aquém dos recomendáveis. Essa constatação passa ao largo do tamanho ou mesmo do sucesso mercadológico da escola. Existem, e não são poucas, escolas de grande porte com sucesso no seu produto, mas que trabalham num regime que se aproxima do modelo de “voo cego”.

Essa prática, porém, tem se tornado cada vez mais insustentável. A competição no mercado do ensino privado tem aumentado por uma série de fatores que valeriam um artigo só sobre isso. Para resumir a história: a qualidade da oferta tem aumentado bastante e isso tem exigido das escolas uma profunda profissionalização da gestão. Entendemos que há espaço para todo tamanho e tipo de escola nesse mercado, mas o sarrafo da qualidade subiu de nível. As pequenas empresas familiares, que compõem a maioria das escolas, vão continuar existindo, mas, para isso, elas terão de aprimorar a gestão.

Nosso mundo, de fato, mudou bastante – e vai continuar mudando. O espaço para o sucesso de escolas no modelo “voo cego”, que existia anteriormente, está deixando de existir.

É evidente que existe um espaço imenso entre esse modelo “voo cego” e o estado da arte na gestão. São inúmeros os passos a serem dados – com especial atenção, energia e cuidado nos primeiros, pois são eles que darão suporte aos passos seguintes.

Entre esses primeiros passos, sem dúvida, a elaboração e o acompanhamento de um orçamento, de um lado, e o dimensionamento dos indicadores de desempenho econômico da escola, de outro, têm uma importância significativa.

No que se refere a orçamento, podemos alinhar as grandezas que a escola precisa dimensionar e projetar: receitas com anuidades; folha de pagamento; despesas não salariais; movimentação financeira (entradas e saídas) de atividades extras oferecidas

às famílias; investimentos; pagamentos de empréstimos e parcelamentos; e, por fim, a distribuição de lucros entre os sócios, quando for o caso.

Alguns desses tópicos deverão se subdividir em outros. Por exemplo: para prever a receita com anuidades, a escola deverá projetar o número de alunos por curso, as bolsas, os descontos e a inadimplência.

Esse trabalho de fatiamento das premissas e de geração de um orçamento estruturado pode parecer complexo, mas ele é fundamental para uma gestão empresarial bem direcionada. A partir de premissas bem dimensionadas e adequadamente tratadas para efeito de projeção, a escola terá condições de responder a algumas questões fundamentais para sua análise empresarial: o negócio é lucrativo? Se sim, qual é a margem de lucro? Se não, qual é a distância que existe para o equilíbrio? Qual é a distribuição do resultado da escola entre os cursos que ela oferece? Alguns estão deficitários e outros superavitários? Qual é a projeção de fluxo de caixa até o fim do ano? Vai faltar dinheiro? Se sim, quanto e quando? Haverá espaço para distribuir lucros? Se sim, quanto e quando?

O fato é que a maior parte das escolas que opera hoje no mercado não sabe as respostas para essas perguntas. É importante notar que, do ponto de vista empresarial, essas perguntas podem ser consideradas básicas para um investidor. Dificilmente, um player novo entra em um negócio – de qualquer setor – sem ter um dimensionamento confiável da própria capacidade de geração de caixa.

Obter essas respostas demanda, por certo, uma organização mínima do setor administrativo-financeiro de uma escola. Esse ponto é crucial: não é tão difícil quanto pode parecer. O ponto central é contar com profissionais internos e/ou externos que tenham conhecimento dessas ferramentas básicas. Além disso, dar-lhes condições de trabalho para desenvolver as análises e os relatórios adequados.

As conquistas advindas da utilização de um orçamento estruturado são importantes, mas não representam um fim em si. É vital que a escola enxergue o caminho que está trilhando, mas o valor dessa informação só será pleno se ela conseguir entender quais são os ajustes de rota que ela precisa fazer. E é nesse

momento que entram em cena os indicadores.

O conceito de indicadores está na natureza do trabalho de uma escola – afinal, ela está constantemente avaliando, de forma quantitativa, seus alunos em diferentes quesitos. O cliente de uma escola tem, durante o ano, relatórios completos sobre o próprio desempenho nas diversas áreas, sempre tendo muito claro a que distância está do mínimo aceitável em cada uma delas.

Não seria fenomenal se todas as escolas tivessem também um “boletim” sobre seus indicadores de desempenho na área econômico-financeira? Isso é possível, mas elas precisam fazer direitinho a lição de casa – já que estamos usando uma linguagem da área educacional.

O primeiro passo para se chegar a esse controle de indicadores já foi abordado aqui: a realização de um trabalho adequado de planejamento e controle orçamentário. Dado esse passo, a escola poderá chegar, sem grande dificuldade, aos próprios indicadores de desempenho.

Quais são os indicadores mais importantes? São aqueles que têm a maior sensibilidade no desempenho financeiro de uma escola, a saber: percentual consolidado de bolsas obrigatórias; percentual consolidado de descontos voluntários; percentual consolidado de bolsas e descontos concedidos; inadimplência; incidência da folha de pagamento sobre a receita; incidência de cada um dos itens de custo não salariais sobre a receita; margem de lucro. A lista não para por aqui, mas esses são, sem dúvida, os indicadores mais sensíveis.

Cada um deles vai exigir alguns cuidados técnicos, como a apuração correta do volume salarial da escola e a mensuração adequada da taxa de encargos sobre salários a ser utilizada. Aqui também seria o caso de um artigo exclusivo para tratar desses cuidados – o que não é a finalidade neste momento.

Quando a escola chegar ao “boletim”, ou seja, ao mapa de indicadores, vai faltar somente mais um passo para esse trabalho ficar completo: comparar cada um dos dados com os padrões de mercado. Sabe o resultado do hemograma que os médicos

costumam nos pedir? Ele sempre vem acompanhado de uma tabela de normalidade de cada um dos indicadores ali presentes. Assim, o relatório fica completo: com o seu resultado e com a análise sobre como ele se encaixa quando comparado com os padrões desejados.

O acesso aos padrões de mercado, porém, não depende somente da própria escola, que consegue, com esforço próprio, chegar aos próprios indicadores. O trabalho terá avançado bastante, mas ainda não estará completo.

O mercado do ensino privado é um dos mais fechados da economia. As escolas, em geral, oferecem grande resistência em ceder seus dados para análise técnica – em boa parte, por receio de que isso vá parar nas mãos da concorrência.

A obtenção desses dados depende de um tripé bastante sensível: conhecimento de mercado, acesso às informações de uma grande quantidade de escolas e confiabilidade. Somente com esses três requisitos se pode construir uma base sólida de indicadores de mercado.

Dessa forma, incentivamos que as escolas, de forma individual ou por meio das associações, compartilhem seus dados e seus indicadores. Elas têm muito mais a ganhar do que a perder com esse movimento.

Fernando Barão

Graduado em Economia, pela Faculdade de Economia e Administração da USP, e com MBA-USP em Economia de Empresas

Marina C. Camargo

Graduada em Administração de Empresas, pela FGV, com experiência na gestão econômico-financeira de escolas privadas

Por que muitos planejamentos estratégicos morrem nas gavetas?

Ao longo da minha trajetória em estratégia, gestão e governança, tive o privilégio de colaborar com diversas instituições de vários segmentos (principalmente educacional), cada uma com as particularidades e os desafios próprios.

Nessas experiências, observei padrões recorrentes que podem transformar um planejamento estratégico promissor em um documento esquecido na gaveta.

Sem expor instituições específicas e de forma mais lúdica, compartilho aqui os aprendizados e as principais percepções que tive ao longo dos anos.

Este relato busca ilustrar os desafios comuns enfrentados no campo do planejamento estratégico e oferecer insights valiosos para aqueles que desejam evitar esses obstáculos e alcançar resultados significativos.

Certa vez, estive em uma escola renomada, um grupo de educadores dedicados que decidiram avançar e melhorar a instituição por meio de um planejamento estratégico robusto. Eles tinham grandes sonhos e acreditavam que, com um bom plano, poderiam elevar a qualidade do ensino, melhorar a experiência de todos os envolvidos, obter melhores resultados e rentabilidade.

No entanto, o que parecia ser uma jornada promissora logo se transformou em uma série de desafios que levaram o planejamento estratégico a um destino comum: a gaveta.

Diagnóstico: o começo da derrota

O primeiro passo foi a etapa de diagnóstico. Desde o início, a equipe enfrentou problemas. A falta de dados concretos, estatísticas e séries históricas tornou difícil entender o cenário real. Pesquisas relevantes eram escassas, e as evidências tangíveis, praticamente inexistentes. Essa ausência de dados levou a um processo cheio de subjetividade. As discussões eram baseadas em percepções pessoais (“...eu acho que....”), e não em fatos relevantes.

Além disso, a equipe tinha pouco conhecimento real sobre os públicos internos e externos, e muito menos sobre a concorrência; faltavam segmentação, detalhamento e o mínimo de profundidade. A análise do clima e da cultura organizacional foi superficial, e quase não se considerou a eficiência dos controles, dos processos nem a performance de gestão educacional. O mercado de atuação e os principais concorrentes foram negligenciados, assim como a apuração do desempenho econômico e os resultados financeiros por segmento de atuação, até porque quase todos os participantes não entendiam dos números e do impacto das decisões. O mapeamento político, econômico, social, tecnológico e legal, que poderia gerar ameaças ou oportunidades no médio e no longo prazos, simplesmente não existiu.

De tudo, o mais preocupante diante das lamúrias, lamentações e justificativas era a ausência legítima de autorresponsabilização por chegarem e estarem naquele contexto indesejável.

Planejamento: um labirinto de problemas

Na etapa de planejamento, os problemas continuaram. A subjetividade dominou as discussões, e a representatividade dos principais setores organizacionais foi baixa. A falta de clareza sobre a proposta de valor, a vantagem competitiva, a diferenciação e o posicionamento de mercado eram evidentes. Os objetivos eram desconectados e com baixa sinergia

entre si, muitas vezes não atuavam nem resolviam as reais necessidades da instituição.

A metodologia SMART para objetivos e metas foi ignorada, e não havia critérios de prioridade, urgência e gravidade. Os recursos necessários foram subestimados, desconsiderando os limites e a capacidade orçamentária. Tudo isso gerou uma alocação inadequada de recursos entre as necessidades e os desejos organizacionais, em que o apelo para a criatividade, muitas vezes, foi usado como justificativa no sentido de compensar a ausência de recursos financeiros, e sempre eram usadas frases de incentivo ou justificativa, tais como: “...precisamos pensar fora da caixa...”, “...vamos fazer mais com menos...” e “...fazer do limão uma limonada...”.

Havia muita confusão entre planejamento estratégico e plano de ação operacional. A ausência de indicadores claros para mensurar o desempenho e o alcance dos objetivos era evidente, e a desconexão entre planejamento e realidade operacional era gritante. As metas eram irrealistas, e o processo de análise e discussão era prolixo, sem fundamentos, dados ou evidências reais.

Muitas vezes, fatos pontuais e isolados eram considerados como recorrentes em toda a organização, e havia uma resistência a mudanças e a abordagens sob outras perspectivas e dimensões.

A falta de metodologia e/ou a pouca habilidade do comitê de planejamento em articular, alinhar e buscar convergências entre a diversidade dos participantes resultou na exclusão dos principais stakeholders no processo decisório. As pessoas, principalmente os alunos e pais de alunos, na maioria das vezes, não eram colocadas no centro das análises e decisões.

Execução e gestão: o golpe final

Quando chegou a hora de executar o plano, a falta de rotina, de disciplina e de resiliência no controle e acompanhamento se tornou evidente. Não havia uma área executiva específica para supervisão e controle do planejamento estratégico. A comunicação e o engajamento institucional sobre a implantação, execução e gestão do plano eram falhos.

As responsabilidades sobre objetivos e indicadores não foram claramente atribuídas, e as decisões do dia a dia eram incoerentes com os pilares e objetivos estratégicos estipulados. Não havia informativos, relatórios ou painéis de fácil acesso e compreensão sobre a execução, o desempenho e as conquistas de resultados. A ausência de uma política de meritocracia que destacasse, reconhecesse e valorizasse os responsáveis pelo alcance das metas e dos resultados desmotivou a equipe, gerando apenas um aparente envolvimento, e não um profundo comprometimento.

Manter antigas abordagens, comportamentos e procedimentos na busca de novos resultados foi um erro. A falta de flexibilidade na revisão do planejamento e dos objetivos estratégicos impediu ajustes necessários ao longo do tempo.

O golpe final veio quando a principal liderança da instituição, por não acreditar no planejamento estratégico, passou a atuar com base nas próprias convicções e nos critérios de decisão na microgestão operacional, sem auxiliar, efetivamente e regularmente, os devidos responsáveis pelas entregas pactuadas.

Se sua organização apresenta dificuldades de planejamento e gestão estratégica, é possível que, ao ler esta pequena ficção, tenha percebido semelhanças com momentos e situações reais já ocorridas. Então, que bom que, agora, você já pode identificar melhor as causas das principais falhas do processo e fazer melhor.

E, assim, o que começou com grandes sonhos e expectativas terminou com o planejamento estratégico engavetado. A história dessa instituição é um lembrete de que, para evitar esse destino comum, são essenciais um diagnóstico preciso, um planejamento claro e realista, bem como uma execução disciplinada e comprometida. Assim, podemos realmente transformar os sonhos e as oportunidades em realidade e sucesso perenes.

Evans Filgueiras

Com formação em Tecnologia, Gestão e Negócios, atua como Executivo nas áreas de Estratégia, Negócios, Finanças e Operações há mais de 15 anos em Instituições Educacionais.

Confira, por meio deste QRCode, questionários que poderão auxiliar você neste caminho em direção ao sucesso.

As IES Católicas, a qualidade da EaD e o Novo Marco Regulatório

por Comunicação ANEC

A Educação a Distância (EaD) tem se firmado como uma modalidade essencial para a democratização do acesso ao Ensino Superior no Brasil, impactando, de forma significativa, o cenário educacional em um país de dimensões continentais. Os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), reforçam essa relevância. Em 2023, mais de 4,9 milhões de pessoas ingressaram em cursos de graduação, sendo que 66,4% optaram pela modalidade EaD, enquanto apenas 33,6% escolheram cursos presenciais. Esse crescimento acelerado reflete a capacidade da EaD de alcançar regiões remotas e atender às necessidades de estudantes que, muitas vezes, conciliam trabalho e estudo, sem possibilidade de frequentar aulas presenciais cinco dias por semana.

O alcance da EaD se manifesta por meio da presença em 3.366 municípios brasileiros em 2023, o que representa um aumento de 96% em relação a 2014. Hoje, apenas 6,6% das cidades não contam com al-

guma forma de Ensino Superior. Além disso, os estudantes da EaD apresentam características específicas: em geral, são mais velhos e comprometidos, com percentuais de conclusão comparáveis aos dos estudantes presenciais, apesar de terem mais tempo para finalizar os cursos, devido à sua inserção no mercado de trabalho. Para especialistas, como Francisco Borges, consultor de políticas educacionais, a EaD representa um instrumento crucial de inclusão social, especialmente em um país com desafios econômicos e sociais tão profundos. Ele ressalta que o fortalecimento da EaD é uma necessidade estratégica, incompatível com políticas que desvalorizem a modalidade.

Nas Instituições de Ensino Superior (IES) Católicas, o papel da EaD também é cada vez mais evidente. Segundo o Censo das IES Católicas de 2023, 22% dos estudantes dessas instituições estão matriculados em cursos a distância, o que representa um crescimento de 4% em relação ao ano anterior. A oferta de cursos EaD nas IES Católicas aumentou 5%, totalizando 5.950 cursos em 2023. A modalidade tem maior destaque em cursos tecnológicos, que representam

93% da oferta, seguidos pelos cursos de licenciatura, com 88%. Os bacharelados em EaD também têm uma presença significativa, compondo 40% da oferta.

O crescimento da EaD nas IES Católicas tem sido notável ao longo da última década, com um aumento de 289% no número de matrículas. Apesar de esse crescimento ser inferior aos 463% registrados pelas IES com fins lucrativos, reflete o compromisso das IES Católicas com a qualidade e a formação integral, priorizando a experiência do estudante. No entanto, desafios permanecem: 26% dos cursos EaD não possuem alunos matriculados e 77% das vagas disponíveis estão ociosas, o que revela uma dificuldade de preenchimento que acompanha o setor em geral. Mesmo assim, as IES Católicas demonstram maior eficiência em comparação com as instituições privadas com fins lucrativos, que apresentam uma ociosidade de vagas de 88%, muitas vezes como resultado de estratégias comerciais agressivas e pouco sustentáveis.

O fluxo de estudantes na EaD das IES Católicas também reflete a importância crescente dessa modalidade. Em 2023, 59.364 estudantes ingressaram em cursos a distância, o que representa 41% do total de ingressos nas instituições. A maior procura foi por cursos tecnológicos (42%), seguidos por bacharelados (31%) e licenciaturas (27%). Ao fim do mesmo ano, 12.204 estudantes concluíram os cursos EaD, o que representa 21% do total de concluintes nas IES Católicas.

O fortalecimento da EaD e a regulação dessa modalidade de ensino passaram a ser foco de debates aprofundados com a criação do Conselho Consultivo de Política Regulatória da Educação Superior (CC-Pares), instituído pela Portaria n. 529/2024. Esse espaço, coordenado pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), reúne representantes de diversos segmentos do Ensino Superior, incluindo as IES Católicas, que, por meio da ANEC, têm desempenhado papel decisivo na formulação de propostas para o aprimoramento da modalidade. A participação da ANEC nesse processo é um reflexo do compromisso da associação em garantir que a EaD ofereça uma formação de qualidade social e alinhada às demandas contemporâneas. A ANEC contribuiu ativamente para a elaboração do novo marco regulatório, defendendo princípios,

como a interatividade, o protagonismo docente, a adequação das metodologias avaliativas e a flexibilização do conceito de presencialidade.

A ANEC publicou o relatório “Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância”, elaborado no contexto do Conselho Consultivo de Política Regulatória da Educação Superior (CC-Pares), como o fruto de uma construção coletiva envolvendo as IES associadas, que, por meio de consultas virtuais, reuniões técnicas e grupos de trabalho temáticos, consolidaram um conjunto robusto de diretrizes. O objetivo é assegurar que a EaD atenda aos padrões mínimos de qualidade e destaque como uma modalidade inovadora, humanizada e alinhada às demandas da Ensino Superior. O relatório reflete a diversidade de contribuições e a experiência prática das IES Católicas, reafirmando o compromisso com a formação integral dos estudantes e a transformação social por meio da educação.

Entre os aspectos mais destacados nas propostas da ANEC está a interatividade, reconhecida como um componente indispensável para a eficácia da EaD. A modalidade deve ir além das interações exclusivamente assíncronas – que, muitas vezes, limitam a dinâmica entre alunos e professores – e passe a incorporar atividades síncronas, como videoconferências e aulas ao vivo. Essas práticas promovem a recriação da experiência de sala de aula presencial no ambiente virtual, fortalecendo o vínculo entre os participantes, enriquecendo as discussões e fomentando um maior engajamento. Tal abordagem é especialmente relevante para mitigar a sensação de isolamento que, frequentemente, contribui para as altas taxas de evasão em cursos a distância. Além disso, a ANEC sugere que até 30% das atividades possam ser realizadas presencialmente, em especial para cursos que exigem práticas laboratoriais, estágios ou atividades de extensão, de forma a garantir a formação prática e a interação social.

A promoção da interatividade também reflete uma preocupação das IES com a qualidade da experiência do estudante, alinhada a evidências de que interações diretas, tanto síncronas quanto assíncronas, contribuem significativamente para a retenção de alunos e para a construção de comunidades de aprendizado mais coesas. O protagonismo docente é, portanto, um ponto intransponível quando se

fala de qualidade da EaD. No processo formativo, o papel do professor vai muito além da produção de materiais didáticos; ele é o mediador pedagógico, o facilitador das interações e o responsável por engajar os alunos, tanto em atividades síncronas quanto assíncronas. Esse protagonismo exige que os docentes sejam devidamente capacitados, sejam reconhecidos, dominem metodologias específicas de ensino a distância e saibam usar tecnologias educacionais avançadas.

Nesse sentido, a valorização dos professores na EaD inclui, também, a ampliação das responsabilidades, de modo a permitir que exerçam plenamente a função docente ao interagir diretamente com os alunos. Essa interação vai além do suporte técnico e administrativo, envolvendo a provocação intelectual, a resolução de dúvidas e o estímulo à colaboração entre os estudantes. A ANEC defende, no relatório, que a presença ativa do professor nas atividades síncronas é essencial para humanizar a experiência educacional e criar um ambiente de aprendizado que seja ao mesmo tempo inclusivo e exigente.

Os polos de apoio, tradicionalmente vistos como espaços administrativos, também precisam ser ressignificados. A ANEC defende que esses polos se transformem em “microcampi”, oferecendo suporte pedagógico e tecnológico, além de promoverem espaços para convivência e networking. Essa transformação exige investimentos significativos e os benefícios são claros: maior integração dos estudantes com a instituição, ampliação das oportunidades de aprendizado prático e fortalecimento da identidade institucional.

O novo marco regulatório da EaD

Nesse contexto de busca por qualidade e inovação, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), apresentou, em novembro de 2024, uma proposta para o novo marco regulatório da EaD no Brasil. De acordo com a Seres, o novo marco busca equilibrar flexibilidade e qualidade, promovendo avanços em questões como presencialidade, atividades síncronas, credenciamento de instituições e avaliação de aprendizagem.

O conceito de EaD foi ampliado para incluir a utilização de tecnologias de informação e comunicação em processos de ensino e aprendizagem que podem ocorrer em tempos e espaços distintos. A nova definição destaca a importância das atividades síncronas reguladas, realizadas em tempo real, com limite de 50 estudantes por grupo e controle mínimo de 75% de frequência. Essas atividades visam promover maior interação pedagógica, garantindo que a EaD não se limite a interações mediadas apenas por materiais didáticos.

A presencialidade permanece fundamental para atividades práticas, como estágios e extensão, sendo exigida pelo menos uma avaliação presencial a cada 10 semanas por unidade curricular. Essas avaliações terão peso majoritário na composição da nota final, assegurando a credibilidade e a integridade do processo avaliativo.

As Instituições de Ensino Superior (IES) deverão atender a requisitos rigorosos para credenciamento, incluindo infraestrutura física compatível com as atividades oferecidas e núcleos específicos de EaD. Os polos de EaD também foram ressignificados, exigindo infraestrutura robusta, como laboratórios de informática, espaços para estudos e conexão de internet de alta qualidade. Para cursos que demandam práticas laboratoriais, os polos deverão oferecer instalações equivalentes às dos cursos presenciais.

O papel das IES Católicas na transformação da EaD

O novo marco regulatório da Educação a Distância (EaD), ainda em elaboração pelo Ministério da Educação (MEC), apresenta-se como uma oportunidade histórica para reverter o processo de sucateamento da modalidade, promovido ao longo dos anos por práticas educacionais voltadas exclusivamente ao lucro. Grande parte do setor de ensino privado, impulsionado pela lógica de mercado, tem tratado a EaD como um produto de massa, priorizando a expansão desenfreada de vagas e polos, muitas vezes em detrimento da qualidade do ensino. Essa abordagem mercantilista não apenas desvaloriza a experiência acadêmica dos estudantes, mas também compromete a credibilidade da EaD como uma modalidade transformadora e inclusiva.

O desafio principal do novo marco regulatório é estabelecer padrões que garantam a qualidade acadêmica, combatendo práticas que transformaram a EaD em uma estratégia de maximização de lucro. A abertura indiscriminada de cursos, polos e vagas, muitas vezes sem considerar a demanda real ou a capacidade de atendimento pedagógico e estrutural, resultou em índices alarmantes de ociosidade. Segundo dados recentes, cerca de 88% das vagas de EaD permanecem desocupadas nas IES privadas com fins lucrativos. Esses números evidenciam a inflação artificial de ofertas, típica de um modelo que prioriza interesses financeiros em detrimento da sustentabi lidade educacional.

A resistência ao sucateamento da EaD não é ape nas uma questão técnica ou regulatória, mas tam bém ética. A Educação Superior, especialmente em um país com desigualdades tão profundas como o Brasil, deve ser tratada como um direito, não como uma mercadoria. A lógica do mercado, quando apli cada de forma indiscriminada, agrava problemas como a evasão, a baixa empregabilidade dos for mandos e a desvalorização do ensino. Espera-se que o novo marco regulatório, ao adotar critérios mais rígidos e priorizar a qualidade sobre a quantidade, ajude a tornar a EaD em um modelo mais inclusivo, sustentável e efetivamente capaz de democratizar o acesso ao Ensino Superior sem renunciar à quali dade.

Para as IES Católicas, que já adotam uma postura diferenciada ao privilegiar a formação integral e o compromisso ético, o novo marco regulatório representa uma oportunidade de consolidar a liderança na construção de uma EaD de excelência. A experiência acumulada por essas instituições demonstra que é possível aliar inovação, acessibilidade e qualidade, contrariando a lógica puramente mercantilista. A regulação proposta pelo MEC, se bem implementada, além de conter os abusos do mercado educacional, pode reposicionar a EaD como uma modalidade transformadora, centrada no aprendizado significativo e na inclusão social.

O novo marco regulatório representa uma oportunidade de consolidar a liderança na construção de uma EaD de excelência.

Novo modelo prioriza formação integral, educação técnica e combate à desigualdade educacional

A partir de 2025, o cenário educacional brasileiro passará por mudanças estruturais, impulsionadas pela aprovação da Lei n. 14.945/2024. A nova legislação redefine a Política Nacional de Ensino Médio ao aumentar a carga horária para a formação geral básica, regulamentar os itinerários formativos e valorizar a educação técnica e profissional.

De acordo com a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Helena Schweickardt, o objetivo da nova política é “tornar a educação mais relevante e atrativa para os jovens, assim como reduzir a evasão escolar”. A reforma foi elaborada com base em amplas consultas públicas realizadas em 2023 e na colaboração de diversas entidades, redes estaduais e especialistas.

Conforme explica a secretária, a proposta visa a “retomada de todas as disciplinas obrigatórias, valorizando os conhecimentos dos diferentes componentes curriculares e fortalecendo as aprendizagens, de modo a fomentar uma formação integral sólida para todos os estudantes e diminuir a desigualdade”.

Reorganização da carga horária e foco na Formação Geral Básica

Segundo Kátia Schweickardt, as principais mudanças são: aumento da carga horária destinada à Formação Geral Básica; recomposição de todos os

componentes curriculares (anteriormente conhecidos como disciplinas obrigatórias); e valorização do ensino profissional e tecnológico integrado ao Ensino Médio.

A carga horária continua sendo de, no mínimo, 3.000 horas ao longo dos três anos. No entanto, frente às críticas do modelo em vigor, foi realizada uma redistribuição, que aumentou de 1.800 para 2.400 horas dedicadas à Formação Geral Básica e destinou 600 horas para os Itinerários Formativos.

No caso dos itinerários formativos, Kátia explica que o estudante deverá escolher uma das áreas de conhecimento (Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) ou a formação técnica e profissional. “Cada escola deve ofertar, pelo menos, dois itinerários formativos, com exceção das escolas que oferecem ensino técnico”, destaca.

O ensino técnico conta com uma carga horária de 2.100 horas para a Formação Geral Básica, admitindo-se que até 300 horas dessa carga sejam destinadas ao aprofundamento de estudos de conteúdos da Base Nacional Comum Curricular, diretamente relacionados à formação técnica profissional oferecida.

Essa flexibilidade permite uma melhor prepara-

ção para o mercado de trabalho, com currículos que dialogam diretamente com as áreas de atuação escolhidas pelos alunos.

Equidade, inclusão e EaD

A nova política traz medidas específicas para garantir a inclusão de populações historicamente excluídas da educação de qualidade. Entre essas medidas, estão:

• a priorização de escolas em tempo integral no recebimento de recursos federais, especialmente aquelas que atendem estudantes de comunidades quilombolas, indígenas, do campo e de baixa renda;

• a inclusão de estudantes da educação do campo como beneficiários de cotas e bolsas em programas como o Prouni e o Pé-de-Meia, que oferece uma poupança para estudantes em condições de vulnerabilidade;

• a determinação de que cada município tenha ao menos uma escola com oferta de Ensino Médio noturno, quando houver demanda.

Embora a nova lei reafirme o caráter presencial do Ensino Médio, ela reconhece a importância das tecnologias em situações específicas, como nas regiões mais remotas da Amazônia. No entanto, a regulamentação do Ensino a Distância deverá ser elaborada com a participação de estados e de redes de ensino.

Medidas para garantir uma transição suave para o novo modelo

A implementação do novo modelo será feita de forma gradual, com início a partir de 2025 para as turmas da primeira série do Ensino Médio. Em 2026, as turmas da segunda série serão impactadas pelas mudanças e, em 2027, as turmas da terceira série.

“Através da Portaria 776/2024, [o MEC] instituiu um grupo de trabalho interfederativo (GTI) para a sistematização e consolidação dos subsídios técnicos, para a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e a elaboração das Diretrizes Operacionais Nacionais para a Implementação dos Itinerários Formativos de Aprofundamento”, esclarece.

Kátia Schweickardt explica que, no dia 15 de outubro de 2024, o GTI entregou ao Conselho Nacional de Educação (CNE) um documento de subsídios para a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Conforme a legislação, estados e municípios receberão capacitação técnica e apoio contínuo para alinhar os planos pedagógicos às novas exigências.

A ANEC e suas contribuições para a educação brasileira

A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) acompanhou todo o processo de aprovação do Novo Ensino Médio, tanto por meio da participação nas audiências, quanto no apoio às associadas.

Assim que a nova legislação foi aprovada, a associação formou um Grupo de Trabalho Temporário do Ensino Médio (GTT) e realizou um encontro on-line que contou com a participação de especialistas e representantes da ANEC, os quais detalharam as principais alterações e forneceram orientações práticas para a implementação das novas normativas.

Comprometida em apoiar as escolas associadas durante a implementação das disposições da Lei n. 14.945/2024, a ANEC oferece orientações contínuas e recursos para garantir a qualidade da educação proporcionada. As escolas podem consultar a Nota Técnica 001/2024 e encaminhar dúvidas para a professora Roberta Guedes, gerente da Câmara de Educação Básica da ANEC.

A secretária Kátia Helena Schweickardt ainda destacou a participação da associação no processo. “A ANEC, assim como outras instituições e entidades da sociedade civil, participaram de forma ativa não só com contribuições diretas ao Ministério, como também nas contribuições e escuta ao Fórum Nacional de Educação (FNE) da qual a entidade é membro”.

Confira, aqui, os materiais produzidos para as associadas acerca do Novo Ensino Médio.

Os Fóruns Estaduais de Gestores da ANEC: unindo lideranças das escolas católicas na tomada de decisões

Os Fóruns Estaduais de Gestores da ANEC são pontes de diálogo e colaboração, onde líderes de escolas católicas compartilham estratégias e soluções inovadoras para enfrentar os desafios educacionais, fortalecendo a missão cristã no ensino em todo o Brasil

Os Fóruns Estaduais de Gestores da ANEC desempenham um papel fundamental na articulação e no fortalecimento das escolas católicas em todo o Brasil. Contando com reuniões mensais, em sua maioria, os fóruns consistem em grupos formados por gestores de cada estado. Funcionando como espaços estratégicos de encontro e diálogo entre lideranças educacionais, promovem a troca de experiências e boas práticas, bem como criam uma rede colaborativa para enfrentar os desafios da educação católica no país.

Zuleica Ávila, coordenadora do Fórum de Gestores da ANEC em Minas Gerais, reforça que esses encon-

tros são “um canal para disseminar diretrizes, discutir desafios e compartilhar experiências”, formando uma rede de apoio que enriquece as instituições. Em cada encontro, as atividades incluem palestras, workshops e seminários, nos quais gestores trocam práticas pedagógicas e pastorais. “Essas trocas enriquecem o conhecimento coletivo, permitindo que as instituições adotem e adaptem boas práticas”, acrescenta Zuleica.

Segundo a Ir. Graças Fonseca, coordenadora do Conselho da ANEC na Bahia, o Fórum não apenas reúne gestores, mas também “os anima em sua missão e os apoia nos desafios”. Em uma parceria constan-

te e alinhada com a ANEC Nacional, ela destaca a importância desses encontros para o fortalecimento da relação entre os gestores e suas equipes.

“O Fórum de Gestores, através da partilha, promove a integração e fortalece a convicção de que a escola é um espaço de multiculturalidade e formação de comunidades multiculturais”, explica a Ir. Graças. “Em um Encontro Mundial de Educação, ouvi o Papa Francisco destacar que a escola católica é uma comunidade de convivência multicultural e, no Fórum de Gestores da Bahia, buscamos incutir esse conceito em nossas experiências.”

Para a Ir. Marisa Aquino, membro do Conselho ANEC do Paraná e da Diretoria Nacional, o principal objetivo dos fóruns é fortalecer a identidade confessional das instituições católicas. Ela enfatiza que “é necessário unir esforços para formar pessoas maduras, capazes de reconstruir o tecido relacional e criar uma humanidade mais fraterna”, em consonância com os valores orientados pelo Papa Francisco.

Iniciativas que transformam

Conforme a necessidade de cada estado, os gestores se reúnem para tratar de temas de interesse comum e, por vezes, de algum caso específico e buscar apoio e direcionamento nos participantes do Fórum. A partir dessas reflexões e da troca de experiências, surgem iniciativas para auxiliar a caminhada das instituições católicas — desde parcerias, programas de formação e compartilhamento de práticas.

Como explica o Ir. Renato da Silva, diretor do Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré e membro do Fórum de Gestores do Pará, nas reuniões ordinárias, ao se debater um tema específico, os gestores conseguem buscar soluções adequadas ao momento em que vivemos. “Ao buscar conhecimento a partir desse caminho, oferecemos a riqueza do encontro. A troca de experiências alimenta a intuição das instituições por respostas sempre audazes”, destaca.

Segundo Zuleica Ávila, as discussões nos fóruns do estado de Minas resultaram em iniciativas, como criação de programas de formação continuada para educadores, implementação de metodologias ativas de ensino e ações voltadas à inclusão e à diversidade nas escolas.

“O Fórum de Minas Gerais se destacou por estabelecer parcerias com universidades e instituições de formação, promovendo ciclos de formação que integram teoria e prática. A mobilização da comunidade escolar em torno de projetos sociais, educacionais, de formação continuada e religiosos fortaleceu o compromisso com a missão educativa”, afirma.

Já a Ir. Graças destaca que uma das principais iniciativas do Fórum de Gestores da Bahia é a troca solidária entre as instituições, principalmente em momentos de dificuldade. Desde o compartilhamento de informações ou o apoio no caso de uma tragédia, englobando tanto as escolas do interior do estado quanto as universidades da capital, em Salvador, a coordenadora do Fórum da Bahia cita que os gestores estão sempre em contato, mesmo fora das reuniões mensais, buscando ajudar uns aos outros. “Esse tipo de suporte é fundamental. Talvez não seja um apoio técnico, mas nós buscamos sempre nos ajudar.”

Superando obstáculos com criatividade e união

Diante dos múltiplos desafios da educação, os fóruns oferecem um espaço de diálogo estratégico para superar obstáculos com criatividade e união. “Os desafios são inúmeros, mas o Fórum nos permite lidar com eles ao humanizar o espaço escolar”, comenta o Ir. Renato, da ANEC-PA.

Considerando o cenário plural que as escolas católicas enfrentam atualmente, a Ir. Marisa, da ANEC-PR, fala sobre a importância de observar e refletir sobre o que está acontecendo ao nosso redor. “Como a sociedade em geral, também não temos respostas prontas, mas mantemos um olhar de esperança e de cuidado sobre todas as demandas que identificamos como desafios ou necessárias à realidade em que nos encontramos inseridos.”

No Fórum Estadual de Minas Gerais, os gestores têm se mobilizado para enfrentar desafios, como a falta de recursos e as mudanças nas diretrizes educacionais. Para isso, têm promovido diálogos com autoridades e adaptado as práticas às necessidades locais, “sempre buscando manter a essência da educação católica centrada em Cristo”, afirma Zuleica.

Ir. Elka Ribeiro, membro do Fórum de Gestores do Distrito Federal, afirma que os gestores buscam se capacitar para enfrentar as diversas realidades e os vários desafios da educação, zelando, também, pelo nome das instituições que representam. Eles adotam práticas educativas inovadoras e participam de eventos promovidos pela ANEC Nacional, como fóruns, seminários, assembleias e congressos, que não apenas apontam os desafios, mas também são espaços fundamentais para o debate e o fortalecimento da educação católica.

A Ir. Fabiana Seabra, diretora do Instituto São Pio X e coordenadora do Fórum de Gestores de São Paulo, comenta sobre a importância da ANEC Nacional como suporte para os gestores. “Nós temos um apoio incondicional da ANEC Nacional e isso faz toda diferença, em todos os aspectos”, afirma. “Eu tenho uma organização, eu tenho uma rede, mas, quando falamos de ANEC, é uma intencionalidade mais global: o meu problema é o do outro e, juntos, somos mais fortes para superá-lo.”

“As escolas católicas não competem entre si. Estamos no mesmo barco, remando para promover um currículo evangelizador, o protagonismo dos alunos, uma aprendizagem criativa e, assim, formar seres humanos melhores”, reforça a Ir. Fabiana.

Boas práticas: exemplos que fazem a diferença

Dentre as práticas adotadas pelos Fóruns de Gestores Estaduais, algumas são reconhecidas como soluções que podem ser replicadas por outros estados. Para a Ir. Graças, da ANEC-BA, uma das principais e mais simples é o ato de escutar.

“É interessante destacar a importância de escutar as escolas, os diretores, mas também a equipe administrativa e a coordenação. Perguntar o que mais aflige no momento, qual é a maior necessidade das escolas, nos trouxe uma visão clara das demandas, como, por exemplo, práticas e dicas concretas para

captação e retenção de alunos, e a formação para as equipes de matrícula.”

Segundo a coordenadora do Fórum da Bahia, essas questões levantadas foram transformadas em encontros de formação, buscando atender as demandas dos encontros. “Em nosso último encontro de formação, focado em mídias sociais, captação e retenção de alunos, reunimos 72 pessoas, incluindo gestores de universidades de Salvador até de escolas do interior da Bahia”, destaca.

Já Zuleica Ávila, do Fórum de Minas Gerais, destaca: “iniciativas como a criação de grupos de trabalho focados em áreas específicas, como educação inclusiva, novo ensino médio e espiritualidade, além de eventos de formação integrados que reúnem educadores de diversas regiões, são exemplos que poderiam ser replicados em outros estados”.

Segundo a Ir. Marisa, os avanços alcançados no Paraná são resultado do engajamento dos gestores das escolas católicas, pois, sem eles, nenhum trabalho teria efetividade. “A participação e o apoio que recebemos das diversas instâncias da sociedade, inclusive da Igreja local, são fundamentais para o resultado do nosso trabalho.” Ela afirma que não é um trabalho isolado, mas uma rede, “tecida a muitas mãos, sempre com foco no desenvolvimento da pessoa humana e na contribuição que devemos dar à sociedade”.

A Ir. Elka também observa que o trabalho conjunto dos fóruns tem promovido uma educação católica mais atuante no país. “Os resultados são frutos de um trabalho em conjunto que os Fóruns realizam para promover uma educação de qualidade. O que podemos destacar é uma educação católica mais visível no país, as parcerias, o fortalecimento do trabalho em Rede, como também ocupar espaços nos Conselhos Estaduais, Sindicatos e outras representações importantes”, conclui.

O que significa uma escola em pastoral?

A escola católica carrega consigo o compromisso de evangelizar e formar integralmente a pessoa, promovendo uma educação que vai além da dimensão acadêmica. Isso está expresso no compromisso por uma educação integral, assumido há muito pelas escolas e reforçado, mais recentemente, pelo Papa Francisco ao convocar o Pacto Educativo Global. Nesse contexto, a pastoralidade emerge como uma expressão concreta do compromisso evangelizador, envolvendo todos os âmbitos da vida escolar e traduzindo os valores cristãos em atitudes e ações cotidianas.

Embora a pastoralidade e a educação sejam compreendidas historicamente como parte da dimensão religiosa, esse compromisso não se restringe à catequese, à formação doutrinária nem à realização de eventos litúrgicos; ele se estende à formação de um ambiente onde cada interação, decisão pedagógica e prática administrativa reflete os princípios do Evangelho. O setor de pastoralidade, nesse sentido, atua como um eixo articulador, promovendo a inte-

ética e social dos estudantes.

Assim, a pastoralidade torna-se uma dinâmica viva que orienta a missão educativa da escola católica. Ela desafia a comunidade escolar a pensar a educação como um processo integral, que valoriza o diálogo, o acolhimento, a justiça, e a construção de um projeto coletivo que se comprometa com a transformação social e o cuidado com a dignidade humana e a Casa Comum. Dessa forma, a pastoralidade não é apenas um complemento ou um anexo da vida escolar, mas a essência que dá sentido à identidade e à missão da escola católica.

O lugar da pastoralidade

O entendimento de “escola em pastoral” diferencia-se de uma “escola com pastoral” pela centralidade e profundidade da ação pastoral no cotidiano da instituição. Essa diferença está intrinsecamente ligada ao lugar que a pastoralidade ocupa na dinâmica escolar e à forma como ela é compreendida e vivida

Dessa forma, a pastoralidade não é apenas um complemento ou um anexo da vida escolar, mas a essência que dá sentido à identidade e à missão da escola católica.

gração entre o saber científico e os valores espirituais, entre o crescimento acadêmico e a formação

por todos os atores envolvidos – gestores, professores, colaboradores, alunos e famílias.

Enquanto a “escola com pastoral” tende a limitar a ação evangelizadora a um setor específico ou a iniciativas isoladas, como celebrações religiosas ou eventos esporádicos, a “escola em pastoral” busca integrar a pastoralidade como eixo transversal, permeando todas as dimensões da vida escolar. A Pastoral deixa de ser um “departamento” ou uma responsabilidade restrita a poucos e passa a ser um elemento constitutivo da identidade e da missão da escola, partilhada por todos os setores e integrada em todas as iniciativas. Nesse modelo, a Pastoral deixa de ser um “adereço” ou uma resposta a necessidades pontuais e se torna uma força transformadora que orienta as práticas pedagógicas, os processos administrativos, as relações interpessoais e o compromisso social da instituição.

A diferença entre esses dois modelos é mais do que semântica: ela reflete a profundidade do engajamento com a missão evangelizadora e revela o grau de intencionalidade pastoral de uma instituição. Na “escola com pastoral”, a pastoralidade, frequentemente, ocupa um lugar periférico, sendo vista como algo complementar ou secundário, sem impacto significativo nas decisões pedagógicas ou na gestão. Já na “escola em pastoral”, a pastoralidade assume um papel central e integrado, contribuindo para construir uma visão educativa profundamente marcada pelos valores do Evangelho. Esse modelo exige um compromisso coletivo com a vivência da fé, a construção de uma cultura de acolhimento e a promoção de uma educação integral que dialoga com os desafios do mundo contemporâneo, envolve gestores e educadores, mesmo aqueles que não professam a fé católica.

Além disso, o lugar da pastoralidade na escola também reflete o nível de maturidade da instituição em relação ao próprio carisma e à própria missão. Uma “escola em pastoral” demonstra que a evangelização não é uma tarefa exclusiva de alguns, mas uma responsabilidade compartilhada por todos os membros da comunidade educativa. Essa visão exige um processo contínuo de conversão institucional, no qual todos os setores – pedagógico, administrativo e Pastoral – são desafiados a rever as práticas à luz do ensinamento de Jesus e a trabalhar de forma conjunta para alcançar a síntese entre fé, vida e cultura.

Pensando nesses dois paradigmas – a escola com

Pastoral e em Pastoral –, pode-se visualizar uma escala de gradação de intencionalidade pastoral.

Escola COM Pastoral

• Pastoral formal: quando a evangelização ocorre de forma superficial, como um mero cumprimento de exigências formais. Aqui, a Pastoral é vista como “tapa-buraco”, sem influência concreta no projeto educativo.

• Pastoral eventual: caracteriza-se por ações pontuais e desconectadas da missão pedagógica, ainda marginalizadas no cotidiano escolar.

Escola EM Pastoral

• Pastoral processual: a Pastoral começa a ser estruturada dentro de uma linha pedagógica, integrando as ações pastorais ao projeto pedagógico da escola.

• Pastoral rizomática: representa o ideal de uma pastoral que permeia todos os aspectos da instituição, influenciando decisões administrativas, curriculares e pedagógicas. Neste modelo, a pastoralidade é vivida como uma dinâmica comunitária e colaborativa.

A transição de “escola com Pastoral” para “escola em Pastoral” requer mudanças profundas, especialmente no modo como a pastoralidade é percebida e vivida por todos os agentes escolares. É verdade que o setor de pastoralidade é fundamental para essa “conversão”, contudo é preciso que, sobretudo, os gestores administrativos e pedagógicos também estejam conscientes e engajados no processo.

3. Escola em Pastoral: um ideal ao nosso alcance

Uma escola em Pastoral não surge de forma espontânea. Trata-se de um processo intencional, que exige o envolvimento de todos os setores da comunidade escolar. Pensando de maneira concreta e prática, temos alguns caminhos a explorar. Por exemplo, uma escola em pastoral é um ambiente de humanização e acolhimento. A gestão deve criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e respei-

tados ao promover a dignidade humana e o senso de pertença. Isso pode ser feito com momentos de escuta ativa com estudantes, famílias e colaboradores, formação de professores em práticas de empatia e acolhimento, além de ambientes físicos que reflitam cuidado e acolhida.

Parte indispensável da escola em pastoral é a modelagem curricular com viés evangelizador. O currículo deve formar cidadãos comprometidos com a transformação social e que tenham os valores do Evangelho como norte para o modo de agir no co-

Por fim, uma escola em Pastoral tem, na pastoralidade, um norte para as decisões administrativas e pedagógicas da escola. Os gestores pastorais devem participar das reuniões estratégicas, para ajudarem a instituição a avaliar periodicamente a coerência das práticas com os valores do Evangelho e desenvolver políticas internas que priorizem o cuidado com as pessoas.

O sonho de uma escola em Pastoral não é uma invenção recente. Desde o Concílio Vaticano II, os documentos eclesiais têm reforçado a conexão profun-

É um processo contínuo de conversão institucional, que requer intencionalidade, planejamento e engajamento coletivo.

tidiano. Para isso, a escola pode desenvolver projetos interdisciplinares que abordem temas, tais como justiça social e sustentabilidade, e integrar reflexões sobre ética e espiritualidade ao planejamento pedagógico em todas as áreas do conhecimento para culminar em ações solidárias em parceria com organizações sociais.

A escola em Pastoral também está nos compromissos com a educação atitudinal e disciplinar, como, por exemplo, ao se adotar uma abordagem formativa para a gestão de conflitos, baseada no diálogo e na justiça restaurativa, substituindo punições tradicionais por metodologias que incentivem a reflexão e a reparação de danos. É claro que, para alcançar esse objetivo, é preciso capacitar professores, orientadores educacionais e supervisores para mediar conflitos, além de se criar círculos de diálogo regulares com os estudantes.

Naturalmente, o processo de conversão para uma escola em pastoral envolve o setor de Pastoral. Ao longo do tempo, a Pastoral Escolar viveu de realizar eventos e celebrações, sem estabelecer processos de continuidade e evangelização. Planejar a pastoral com intencionalidade, alinhando projetos e programas ao carisma da escola e à identidade, é um passo concreto importante. Também é útil que o plano pastoral esteja integrado ao projeto pedagógico, ou seja, se vincule aos campos de experiência, áreas de conhecimento, habilidades e competências de cada série.

da entre a missão pedagógica-formativa da escola e o compromisso evangelizador. Essa visão é continuamente renovada, como no recente chamado do Papa Francisco ao Pacto Educativo Global, que destaca o compromisso por uma educação integral, fundamentada nos valores do Evangelho e voltada para a transformação social e o cuidado com a Casa Comum.

Para alcançar esse ideal, é necessário o comprometimento de toda a comunidade educativa: gestores, professores, colaboradores, estudantes e famílias. É um processo contínuo de conversão institucional, que requer intencionalidade, planejamento e engajamento coletivo. Mais do que um modelo educativo, a escola em pastoral é um testemunho vivo do Evangelho em ação, em que fé, vida e cultura se integram de forma coerente e transformadora. Assim, a escola católica realiza plenamente sua missão de ser um espaço de evangelização e formação integral, fiel ao chamado da Igreja de ser um lugar de encontro com Cristo e de transformação do mundo.

Gregory Rial

Doutor em Comunicação Social, mestre, bacharel e licenciado em Filosofia. Atualmente é coordenador do Setor de Animação Pastoral da ANEC e gerente da Câmara de Ensino Superior.

A Escola em Pastoral e o Conselho de Classe: reflexões Inspiradas na Pedagogia de Jesus

A “Escola em Pastoral” é um paradigma organizacional das escolas católicas no qual valores cristãos e humanos permeiam a vida escolar, promovendo uma formação integral que enriquece a instrução acadêmica. Esse conceito abrange dimensões espirituais e éticas dos estudantes, formando seres humanos na integralidade. Nesse ambiente, a “Pastoral Escolar rizomática” desponta como uma abordagem interconectada, alcançando diversos setores e envolvendo o currículo e o processo pedagógico-pastoral, promovendo uma experiência contínua de evangelização e humanização. Esse processo permite que as Coordenações Pedagógicas e a Pastoral Escolar atuem de forma articulada, transformando o cotidiano escolar em um espaço de aprendizado e crescimento.

Dentro dessa proposta, o Conselho de Classe, que acontece periodicamente nas escolas, assume um papel privilegiado, pois funciona como um espaço onde educadores, coordenadores, diretores, membros da Pastoral Escolar, orientadores e, ocasionalmente, estudantes e familiares se reúnem para refletir sobre o desenvolvimento integral dos alunos. Esse conselho transcende a simples avaliação de notas; é um momento de análise e construção colaborativa de soluções que promovam, com ética e profissionalismo, seguindo as recomendações educacionais, legais e o regimento escolar, o pleno desenvolvimento dos estudantes. Como aponta Silva (2015), “o Conselho de Classe se constitui num momento privilegiado de análise e reflexão sobre o processo educativo, permitindo que os profissionais da educação discu-

tam as práticas pedagógicas e repensem suas estratégias, com vistas à promoção do sucesso escolar dos alunos” (p. 34).

Esse olhar misericordioso e transformador é fundamental para um Conselho de Classe humanista, pedagógico e pastoral.

Nesse contexto, a integração pedagógico-pastoral em um Conselho de Classe se fortalece, unindo a análise do desempenho acadêmico ao cultivo de valores cristãos e humanos. Segundo Lopes (2020), “a escola pastoraliza-se ao desenvolver práticas rizomáticas que ultrapassam conteúdos e disciplinaridade, promovendo a formação ética e cidadã baseada no amor e na justiça cristã”. Dessa forma, a escola se torna um espaço comunitário de crescimento,

1. Acolhimento e empatia:

onde o aprendizado entrelaça fé e ética, resultando em uma educação integral e significativa. A passagem da mulher adúltera (João 8, 1-11), na perspectiva da pedagogia de Jesus, oferece uma inspiração profunda para o Conselho de Classe. Quando Jesus afirma “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (João 8:7), Ele nos convida a refletir sobre o julgamento e a importância do acolhimento. Esse olhar misericordioso e transformador é fundamental para um Conselho de Classe humanista, pedagógico e pastoral. Rubem Alves (2001) reforça essa visão ao afirmar que “não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”, uma abordagem que enriquece o Conselho e aproxima a escola do ideal de uma educação integral.

No espírito de uma “Escola em Pastoral” na escola católica, apresentamos, a seguir, dez reflexões, inspiradas na pedagogia de Jesus, para transformar o Conselho de Classe em um espaço pedagógico e pastoral, alinhado aos valores cristãos e humanos.

o Conselho de Classe pode começar com uma oração e uma reflexão, acompanhadas de palavras de acolhimento que reconheçam as qualidades dos estudantes e dos professores. Um educador pode, por exemplo, reconhecer o progresso de um aluno que superou desafios, enquanto outro ressalta o empenho dos colegas professores, criando um ambiente de apoio e compreensão. Esse clima de respeito, fé e valorização mútua, falando sobre os estudantes e os professores de forma respeitosa, é importante para que todos se sintam integrados e motivados a refletir sobre os processos pedagógico-pastorais, acolhendo suas responsabilidades e aprendendo com cada etapa do desenvolvimento educativo.

2. Acompanhamento contínuo e avaliação reflexiva: inspirado na acolhida de Jesus à mulher adúltera, o Conselho pode ser um espaço de avaliação ética, evitando julgamentos precipitados. É fundamental que o acompanhamento dos alunos seja contínuo, por meio de avaliações, autoavaliações, registros, relatórios, diálogos e vivências, considerando avanços e dificuldades acadêmicas e comportamentais. A comunicação constante com as famílias, por meio de mensagens e encontros, também é essencial para que possam colaborar no desenvolvimento integral dos estudantes.

3. Escuta ativa: uma escola em pastoral valoriza a escuta, especialmente das vozes dos próprios estudantes. Ao incluí-los na preparação do Conselho, eles podem compartilhar, previamente, suas percepções e dificuldades, contribuindo para um ambiente educativo mais inclusivo e ajustado à sua realidade. Paulo Freire (1996) destaca que o diálogo genuíno é essencial para a construção de saberes, práticas e vivências.

4. Diálogo respeitoso e aberto: o Conselho deve ser um lugar onde o diálogo é a chave para resolver conflitos, mediar divergências e aprimorar práticas educativas e evangelizadoras. Educadores e estudantes devem ser incentivados a compartilhar suas dificuldades e a buscar apoio na comunidade educativa, fortalecendo a colaboração e a empatia.

5. Fomento à espiritualidade, resiliência e superação: assim como Jesus ofereceu à mulher a chance de recomeçar, o Conselho deve promover a resiliência e a capacidade de superação. Esse momento é especialmente voltado para os estudantes em processos de recuperação ou aqueles que não passarão para a próxima etapa escolar, destacando a importância da responsabilidade, da empatia e da ética ao vivenciar escolhas, circunstâncias e consequências. Por exemplo, ao sugerir melhorias a um estudante, a equipe deve acompanhar o desenvolvimento dele ao longo do semestre, incentivando um crescimento gradual e integral.

6. Valorização da singularidade e vida comunitária: respeitar as singularidades dos estudantes e professores e incentivar a vida comunitária são fundamentais. A equipe pedagógico-pastoral, a partir do Conselho, deve reconhecer que cada estudante e professor tem o próprio ritmo e as próprias necessidades, oferecendo apoio e orientações personalizadas.

7. Estímulo à autonomia e ao protagonismo: incentivar que estudantes e professores estabeleçam metas de desenvolvimento fortalece o protagonismo e a responsabilidade da comunidade educativa. Ao fim do Conselho, cada professor pode definir um objetivo de melhoria para o próximo semestre, bem como incentivar os estudantes a assumirem mudanças, desenvolvendo acompanhamento e valorização dos compromissos.

8. Promoção de valores cristãos e humanos: a prática pedagógica-pastoral deve promover a ética nas relações interpessoais e intrapessoais. Os educadores podem enfatizar o respeito e a integridade dos estudantes, tanto dentro quanto fora da sala de aula, incentivando uma formação acadêmica, religiosa e cidadã comprometida com o bem comum.

9. Engajamento da comunidade escolar: o Conselho de Classe deve considerar a família e a comunidade. Reuniões periódicas, momentos de formação e atendimentos individualizados com os pais e responsáveis ajudam a fortalecer o vínculo entre escola e família, incentivando um acompanhamento conjunto do desenvolvimento dos estudantes.

10. Compromisso com a formação integral: a equipe pedagógico-pastoral, em encontros periódicos, deve considerar os estudantes em aspectos socioemocionais e éticos, além do desenvolvimento acadêmico. Projetos sistemáticos, atividades e ações que promovam empatia, cooperação e valores cristãos e humanos ao longo do ano letivo são essenciais para o desenvolvimento integral dos estudantes, contribuindo para as reflexões e decisões nos momentos do Conselho de Classe.

As reflexões pedagógico-pastorais propostas, bem como outras que são desenvolvidas na comunidade educativa, fortalecem um ambiente de respeito e apoio mútuo, promovendo uma cultura de aprendizado contínuo na “Escola em Pastoral”. O lema “evangelizar educando e educar evangelizando” traduz esse ideal, o que torna o Conselho de Classe um espaço de educação para a transformação e o acolhimento, onde cada pessoa é valorizada na singularidade e incentivada a crescer. Assim, à luz da pedagogia de Jesus, o Conselho de Classe torna-se uma construção de educação integral, humanizadora e fraterna.

Wanderson Raposa Ferreira

Mestre em História da Educação pela UFU, especialista em Ensino Religioso pela UNISAL-SP, especialista em Educação e Direitos Humanos pela UCG-GO, graduado em História (UNIUBE) e Pedagogia (Claretianos); professor de História, Ensino Religioso, Ética e coordenador de Pastoral Escolar do Colégio Nossa Senhora das Dores (Uberaba – MG) e assessor de Pastoral Escolar da Província das Irmãs Dominicanas de N. Sra. do Rosário de Monteils.

A importância do Retiro Pastoral para a percepção das Dimensões Humanas

Nota-se que a formação educacional de grau superior, em instituições de carisma franciscano, alicerça-se na ação de “promover uma educação que dê valor e aceite a experiência e o conhecimento que tem o educando sobre as diversas dimensões da vida” (Diretrizes gerais para a Educação Franciscana, p. 21). No entanto, durante o percurso formativo, observa-se que os discentes relegam a segundo plano o ato de refletir sobre as múltiplas dimensões que compõem o seu ser, pautados na concepção de que “a vida é imediata, o emprego é que conta, o prazer está por toda parte” (BRADBURY, 2020, p. 78). Essa atitude pode inibir a aquisição de valores e a abertura a experiências relevantes por parte dos estudantes, assim como atrapalhar a evolução da autopercepção, os relacionamentos interpessoais e a postura profissional deles. Logo, intui-se que

é necessário oferecer aos estudantes alternativas que visem à promoção da reflexão, do encontro com Deus e do autoconhecimento, pois “descobrir um sentimento para si mesmo, assim como descobrir um propósito gratificante para si mesmo, é uma parte fundamental da educação” (GATTO, 2019, p. 92).

Destarte, uma vicissitude que colabora para a mudança da situação dos discentes é a oferta de momentos de meditação e introspecção pela Pastoral Universitária. Essa ocasião de reflexão pode acontecer a partir da promoção de retiros pastorais, visto que “o ser humano somente encontra o sentido pleno de sua existência na via do dom de si mesmo” (MANNES, 2021, p. 141), ou seja, quando ele se abre para a autorreflexão. Assim, o retiro

pastoral caracteriza-se por “oferecer ao educando mediações para a reflexão e a meditação encaminhadas ao conhecimento dele mesmo, como condição para que possa entrar em uma comunhão mais estreita com os demais” (Diretrizes gerais para a Educação Franciscana, p. 18), para se “promover a familiaridade com a Palavra de Deus” (Diretrizes gerais para a Educação Franciscana, p. 17) e, consequentemente, com a noção de que “os seres humanos são espelhos ou ‘portadores’ de Cristo para os outros” (LEWIS, 2017, p. 245). A partir disso, possibilita-se ao estudante um caminho para ele “se abrir ao projeto de Deus” (Diretrizes gerais para a Educação Franciscana, p. 17) e ponderar sobre as múltiplas dimensões que compõem o seu ser, suas vocações pessoais e o próprio papel na sociedade.

Além disso, segundo o texto “O que é um retiro?”, da Opus Dei (2022), pode-se esclarecer que a prática do retiro “no campo espiritual, é o equivalente à inspeção periódica dos carros ou à revisão médica das pessoas: trata-se de ver na presença de Deus como vai a nossa vida cristã e de uma pessoa se examinar para descobrir o que pode melhorar”.

Partindo desse pressuposto, periodicamente, a Pastoral Universitária realiza o retiro pastoral. Nesse momento, os discentes são convidados a se desconectarem de aparelhos celulares e a refletirem sobre as dimensões que os compõem e as vivências com Deus por meio de reflexões guiadas pela equipe da Pastoral e pelos freis participantes. A atividade consiste em momentos de acolhida, oração, partilha, caminhada orante, reflexão e troca de experiências entre os participantes, assim como de instantes de autorreflexão e de abertura para a fé. Percebe-se que os educandos chegam ao retiro com o coração aberto à experiência de meditação, todavia com entraves em relação ao autoconhecimento e receosos em discorrer sobre si mesmos com os pares. Aspecto esse que demonstra que “não basta ter consciência da dificuldade do outro, precisamos também da sensibilidade que nos põe em contato com os sentimentos do próximo” (MANNES, 2021, p. 144), pois “o diálogo é ponte que une diferenças e constrói novas possibilidades” (MANNES, 2021, p. 131).

Por conseguinte, o retiro pastoral qualifica-se como uma oportunidade para o resgate de valores

e o desenvolvimento da socialização entre os envolvidos, visto que, no transcorrer, os participantes, por meio de momentos contextualizados de reflexão, oração e deserto, são instigados a ponderar sobre os estigmas que compõem a própria existência, os fatores que estabelecem o seu encontro com Deus e o sentido da sua vida e missão pessoal. Com base nisso, observa-se que a abertura do ser humano para as suas múltiplas dimensões não é imediata e necessita de instrumentos que guiem o seu coração nesse processo, evidenciando que “a sensibilidade e os sentimentos superam as argumentações da lógica e do silogismo” (BERNARDI, 2015, p. 14). Assim, entende-se que, para o participante enxergar suas potencialidades e o propósito dele no mundo e compartilhá-las com o grupo, ele precisa abrir-se “a experiência de ser acolhido, de sentir-se protegido e de pertencer a um grupo com ideias, projetos e propostas comuns” (BERNARDI, 2015, p. 28). Ou seja, precisa visualizar a presença de Deus em seus semelhantes e entender que “todo cristão deve se tornar um pequeno Cristo” (LEWIS, 2017, p. 231).

Portanto, a participação, no retiro pastoral, indica aos estudantes os alicerces para a busca de um viver mais meditativo e autoperceptivo, bem como desperta neles o desejo de acolher o próximo e lutar por uma convivência mais fraterna em sociedade. Isso contribui para o reconhecimento das várias dimensões inerentes ao ser, para a modificação de percepções e evidencia que “o mundo em que habitamos é reflexo de tudo que nós somos e fazemos, é o espelho de nossas relações” (MANNES, 2021, p. 119) e que “a relação do homem com a sua interioridade: pensamentos, sentimentos, desejos, sonhos, decisões, valores e convicções e com o seu corpo se desenvolve dentro das relações com os outros” (Diretrizes gerais para a Educação Franciscana, p. 17).

Kelly Aparecida Maidanchen Vilcheskn Acadêmica de Letras da FAE Centro Universitário e voluntária da Pastoral Universitária FAE.

Ronaldo Faustino

Coordenador de Pastoral da FAE Centro Universitário, Coordenador de Pastoralidade Colégio

Católica Curitiba Grupo UBEC, MBA em Liderança, Gestão Inovadora de Instituições Educacionais, Psicomotricista e Licenciado em Filosofia.

ANEC integra o CC-Pares, conselho consultivo do MEC

para a Educação Superior

por Comunicação ANEC

Em uma significativa movimentação para o setor educacional brasileiro, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) passou a integrar, neste ano, o recém-instituído Conselho Consultivo para o Aperfeiçoamento dos Processos de Regulação e Supervisão da Educação Superior (CC-Pares), do Ministério da Educação (MEC). O representante da ANEC é o Pe. Sérgio Eduardo Mariucci, reitor da Unisinos e presidente do Conselho Superior da ANEC.

O CC-Pares tem como objetivo principal assessorar a Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES) na formulação de políticas regulatórias, supervisão e avaliação do Ensino Superior, em consonância com as metas do Plano Nacional da Educação (PNE). O Conselho é composto por representantes de diversos órgãos governamentais e entidades educacionais, incluindo a ANEC, designada para representar as instituições comunitárias, filantrópicas ou confessionais de Ensino Superior.

A presença da ANEC no CC-Pares é de grande relevância, uma vez que a associação desempenha um papel crucial na defesa e promoção da educação católica no Brasil. O representante titular da ANEC no Conselho, Pe. Sérgio Mariucci, é doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e pós-doutor em Design Estratégico

pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).

Além da representação institucional com Pe. Sérgio, as IES Católicas estão presentes nas cadeiras titular e suplente da ABRUC, por meio da profa. Sônia Margarida Gomes Sousa, que é pró-reitora de graduação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUCGO, e da profa. Marion Creutzberg, da PUCRS.

A participação da ANEC no CC-Pares é um reconhecimento da importância das instituições católicas no cenário educacional brasileiro e reforça o compromisso delas com a qualidade e a excelência no Ensino Superior. Além disso, a contribuição de Pe. Sérgio Mariucci promete agregar valor significativo aos debates e às decisões do Conselho, especialmente no que tange ao aprimoramento dos processos regulatórios e supervisórios da Ensino Superior no país.

Com reuniões trimestrais e a possibilidade de convocações extraordinárias, o CC-Pares se configura como um fórum estratégico para a formulação de políticas educacionais mais robustas e eficazes. A inclusão de representantes de diversas entidades garante um olhar abrangente e integrado sobre os desafios e as oportunidades da Ensino Superior no Brasil, buscando sempre a melhoria contínua e a inovação no setor.

“Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”
A participação da ANEC no G20 social por Comunicação ANEC

O Rio de Janeiro sediou, pela primeira vez no Brasil, a reunião de cúpula do G20, evento que reúne as principais economias do mundo para debater temas essenciais para o desenvolvimento econômico, social e político dos países-membros. Conhecido formalmente como Grupo dos Vinte, o G20 é um fórum internacional de cooperação entre as nações mais ricas e as maiores economias emergentes, formado por 19 países, incluindo o Brasil, e pela União Europeia. Anualmente, ao fim de suas reuniões de cúpula, os chefes de Estado assinam acordos e compromissos que foram discutidos ao longo do ano.

Paralelamente à cúpula dos líderes, que aconteceu entre os dias 18 e 19 de novembro, o Rio de Janeiro também sediou eventos inéditos, como a Cúpula do G20 Social, Urban 20 e o Aliança Global Festival. De 14 a 16 de novembro, o Boulevard Olímpico recebeu a primeira edição do G20 Social, que reúne representantes da sociedade civil de várias partes do mundo

Oportunidade única de integrar as vozes da educação ao debate global sobre o futuro das políticas sociais e educacionais.

para discutir temas urgentes, como fome, desigualdade, sustentabilidade e governança global. Este é um momento histórico para o G20, que, pela primeira vez, abre espaço para que movimentos sociais e organizações da sociedade civil compartilhem suas perspectivas e participem da formulação de um documento final, a ser entregue ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, com recomendações e compromissos propostos pelos participantes.

Entre os representantes do Brasil na Cúpula do G20 Social, estiveram o Ir. Paulo Fossatti, conselheiro da ANEC, como representante do Conselho Nacional de Educação (CNE), e a profa. Roberta Guedes, gerente da Câmara de Educação Básica da ANEC, como representante do Fórum Nacional de Educação (FNE). Ambos defenderam pautas que destacam o papel da educação na superação de desafios globais relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade.

A programação do G20 Social incluiu mais de 200 atividades autogeridas, desde painéis e rodas de conversa até oficinas temáticas. Com ampla participação internacional, as atividades objetivaram promover a interação e o intercâmbio entre os participantes, fortalecendo as demandas sociais e educativas como pilares para a construção de um mundo mais inclusivo. O evento foi organizado com uma estrutura que priorizou a participação direta do público, com credenciamento aberto e transmissões ao vivo pela TV G20.

Para a ANEC, a participação na cúpula foi uma oportunidade importante de integrar as vozes da educação ao debate global sobre o futuro das políticas sociais e educacionais.

Educar, cuidar, esperançar

VII Congresso potencializará o futuro da Educação Católica por meio da esperança

De 2 a 4 de julho de 2025, Fortaleza será a cidade que acolherá a educação católica brasileira ao sediar o VII Congresso Nacional de Educação Católica. Sob o tema Educação Católica que transforma vidas: educar, cuidar e esperançar!, o evento de formação reunirá educadores, gestores, pesquisadores e profissionais de todo o país de Instituições de Ensino Superior e Educação Básica, além das mantenedoras, para uma imersão em aprendizado, troca de experiências e renovação de propósitos.

Realizado pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), o Congresso é uma oportunidade fundamental para refletir sobre o papel da educação católica como agente de mudança social, além de fortalecer redes de colaboração em busca

da excelência e da formação integral do ser humano.

“O Congresso Nacional de Educação Católica da ANEC é mais do que um evento: é um espaço dedicado a aprender, compartilhar experiências e se conectar às principais tendências educacionais, sempre com o propósito de transformar vidas. Inspirados pelo tema desta edição, buscamos fortalecer a missão de educar com excelência, cuidar com amor e cultivar a esperança no futuro. Em um mundo em constante mudança, a educação católica é essencial para formar cidadãos éticos, socialmente responsáveis e comprometidos com os valores cristãos”, ressalta o Pe. João Batista Gomes de Lima, diretor-presidente da ANEC.

O VII Congresso Nacional de Educação Católica promete superar todas as expectativas. Durante os três dias de evento, os participantes terão acesso a uma programação robusta e diversificada, com:

+2.500 congressistas vindos de todo o Brasil;

+50 palestras com especialistas nacionais e internacionais;

+80 horas de conteúdo transformador sobre educação, inovação e gestão;

+300 estandes na ExpoANEC, a maior feira de soluções educacionais para instituições católicas.

O evento será realizado no Centro de Eventos do Ceará, um espaço moderno e acolhedor, que permitirá aos participantes vivenciar momentos de aprendizado e conexão em uma das cidades mais belas do país.

Programação

A programação foi elaborada para proporcionar uma significativa reflexão sobre os desafios e as oportunidades da Educação Católica no Brasil. Com atividades que abrangem desde conferências e mesas-redondas até salas temáticas e momentos de espiritualidade, o Congresso integrará discussões sobre governança, sustentabilidade, inclusão, inovação pedagógica, o papel da educação na promoção da fé e dos direitos constitucionais, além de outras temáticas, com especialistas renomados da educação.

Investimento:

R$ 450 para associadas

R$ 900 para não associadas

Confira, no QR Code ao lado, toda a programação preparada para você.

EXPOANEC

Além das palestras, o Congresso proporcionará a ExpoANEC, uma excelente oportunidade de conexão entre as instituições de ensino e empresas que oferecem soluções educacionais inovadoras.

Com mais de 300 estandes, distribuídos em mais de 9 mil metros quadrados, a ExpoANEC 2025 é uma das maiores feiras de tendências de educação do país. Esse espaço estratégico permitirá que gestores e tomadores de decisão participantes explorem novas tecnologias, metodologias e parcerias que possam alavancar o desenvolvimento e a excelência educacional nas instituições.

Garanta já sua inscrição no maior evento da educação católica do país! Acesse congresso.anec.org.br ou leia o QR Code ao lado. No site do evento, você poderá conferir a programação dos três dias do Congresso, assim como os palestrantes, as empresas expositoras e dicas de turismo na cidade.

Fortaleza e seus encantos

Fortaleza proporciona aos visitantes atrações turísticas incríveis. E quem vai ao Congresso também pode aproveitar o melhor da cidade! Para que você tenha a melhor experiência, selecionamos algumas dicas que precisam ser incluídas no seu roteiro.

Para um tour religioso

Santuário de Fátima: é um dos principais pontos de peregrinação da cidade. Com uma linda arquitetura e um ambiente acolhedor, é um lugar perfeito para momentos de reflexão e oração.

Catedral Metropolitana de Fortaleza: um belíssimo exemplo de arquitetura gótica, a Catedral é um marco da cidade. Além da beleza, possui uma programação de missas e eventos que podem interessar os visitantes.

Seminário da Prainha: conhecido pela história e importância na formação de novos sacerdotes. Os visitantes podem conhecer as instalações e aprender mais sobre a formação religiosa na região.

Igreja de São José de Ribamar: uma igreja muito visitada pelos fiéis, famosa pelas celebrações e pelos eventos religiosos. A atmosfera é muito espiritual e acolhedora.

Outros pontos turísticos da cidade

Praia de Iracema: em julho, você encontrará muitas opções de atividades aquáticas, como stand-up paddle e caiaque.

Praia de Meireles: um mar calmo, ideal para famílias, com uma orla charmosa e muitos restaurantes e hotéis. É um ótimo lugar para um passeio tranquilo e para desfrutar da culinária local.

Centro Cultural Dragão do Mar: um complexo cultural com museus, cinemas, teatros e espaços de exposições. Verifique a programação de eventos para julho de 2025, pois sempre há algo interessante acontecendo.

Praia do Futuro: conhecida pelas ondas fortes, perfeitas para surfistas. Há, também, opções de restaurantes e bares na orla; você pode encontrar barracas de praia para relaxar e aproveitar o sol.

Beach Park: se você busca diversão, o Beach Park é um parque aquático incrível, com muitas atrações para todas as idades. É um pouco distante do centro, mas vale a pena a visita.

Mercado Central: um lugar cheio de vida, perfeito para comprar lembrancinhas, artesanato e produtos locais. É uma experiência sensorial única, com muitos aromas e diversas cores.

Passeio de Jangada: um passeio tradicional em jangadas pelas águas calmas da orla. É uma ótima maneira de apreciar a beleza da costa de Fortaleza.

Cumbuco: uma vila de pescadores próxima a Fortaleza, com belas praias e dunas. É um lugar ideal para relaxar e apreciar a natureza.

Passeio de buggy: explore as dunas e praias próximas a Fortaleza em um passeio de buggy. É uma aventura emocionante e inesquecível.

Hospedagem

A ANEC está comprometida em proporcionar a melhor experiência para os participantes, desde a escolha da hospedagem até os serviços turísticos. Por isso, indicamos a JF Eventos e Viagens como a agência de turismo oficial do Congresso. A JF Eventos e Viagens oferece suporte completo para reservas de hotéis e outros serviços turísticos, garantindo conforto e tranquilidade em sua estada.

Para mais informações sobre pacotes de viagem e hospedagem, entre em contato diretamente com: Flávia Trindade – JF Eventos e Viagens Telefone: (61) 99824-2231.

Aguardamos você no maior Congresso de educação católica do país!

PUC-Rio se consagra

como

a

melhor universidade privada do Brasil em 2024

Pesquisa internacional posiciona a PUC-Rio em terceiro lugar entre as melhores universidades do Brasil, sendo considerada a melhor dentre as instituições de Ensino Superior privado

A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) foi eleita a melhor universidade privada do Brasil e alcançou o terceiro lugar geral no país. Os dados são do ranking da Times Higher Education (THE) 2025, uma respeitada revista britânica especializada em ensino superior, publicada pela TES Global em parceria com o jornal The Times.

De acordo com o estudo divulgado em outubro, a PUC-Rio subiu cinco posições em relação ao ano anterior entre as instituições brasileiras. No cenário global, a universidade também avançou nos últimos dois anos, especialmente nos critérios de ensino e qualidade de pesquisa.

Além do reconhecimento internacional, a PUC-Rio obteve avaliação máxima do MEC em 12 cursos – o que reafirma o compromisso com a formação de excelência. Entre os destaques, estão diversas áreas, como Estudos de Mídia, Filosofia, História, Letras, Comunicação Social – Cinema e Matemática. A instituição segue inovando com a criação de dois novos cursos: Neurociências e Estudos de Mídia.

O contexto evidencia a participação de Pe. Anderson Antonio Pedroso, S.J., nessa conquista. Jesuíta, doutor em História da Arte Contemporânea e Estética Filosófica e mestre em Filosofia Estética pela Universidade Sorbonne, em Paris, o extenso currículo do padre inclui, ainda, graduação e mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, além de licenciatura em Filosofia pela Universidade do Sagrado Coração, em Bauru (SP).

Chegou à universidade em 2020, quando assumiu como vice-reitor da PUC-Rio, bem como foi nomeado presidente do Conselho de Identidade e Missão (CIM) e professor do Departamento de Artes & Design. Ele integra o Conselho Superior da FAPERJ, é vice-presidente da AUSJAL (Asociación de Universidades Confiadas a la Compañía de Jesús en América Latina) e, atualmente, coordena a aliança estratégica das PUCs no Brasil.

Em uma entrevista exclusiva para a Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), ele compartilhou detalhes sobre a atual gestão, essa grande conquista para a PUC-Rio e o impacto disso na educação brasileira.

1. Padre Anderson, como o senhor e toda a equipe da PUC-RJ receberam a notícia de que a universidade foi eleita a melhor instituição privada do Brasil?

Recebemos a notícia com muita alegria e gratidão. O resultado é fruto do trabalho de toda a comunidade universitária: professores, estudantes e funcionários, mas também antigos alunos que têm se reaproximado de sua alma mater. Há 84 anos fazendo parte ativa da formação acadêmica e intelectual da cidade, PUC-Rio é a mais querida dos cariocas – de nascimento ou adoção –, e temos antigos alunos espalhados por todo o Brasil e pelo mundo. A PUC-Rio foi pioneira em pós-graduação, especialmente mestrados e doutorados. Isso nos permitiu formar muitos quadros. Há muita gratidão à instituição. Queremos aprofundar isso. Por isso, trabalhamos a marca, com nova identidade visual, e inauguramos um novo branding neste ano. Tem sido muito positivo o resultado.

2. Quais fatores ou estratégias o senhor acredita que foram fundamentais para que a PUC-RJ alcançasse esse reconhecimento?

Há um fator mais estruturante, que é a transparência. Desde que iniciamos a gestão, assumimos como missão estabelecer novos padrões de transparência, seja financeira ou de processos. O Papa Francisco nos inspira nessa direção. Somos uma universidade pontifícia e precisamos estar unidos, afetiva e efetivamente, ao Sumo Pontífice, tornando concretas as orientações de seu Magistério e estilo de conduzir a Igreja. O mundo mudou e todas as universidades têm o desafio de se transformar. Se pensarmos em termos de políticas de inclusão e de integridade (compliance), por exemplo, não podemos deixar de dar exemplo de ética e compromisso com o que é correto – aliás, dar exemplo é a primeira forma de evangelizar.

3. A PUC-RJ possui uma longa tradição de excelência acadêmica. Como essa tradição foi sendo construída ao longo dos anos e qual foi o papel da atual gestão para consolidar esse título?

A PUC-Rio adotou, desde sua origem, a tradição jesuítica da busca da excelência. Santo Inácio nos falava no ‘magis’, uma expressão latina que quer indicar: o mais, ou buscar e escolher o que é melhor no seguimento de Cristo. Deus só nos apresenta duas possibilidades: uma boa e uma melhor. Precisamos de discernimento para escolher a melhor, a que – parafraseando Santo Inácio – dará maior glória a Deus. O resultado foi uma comunidade que, ainda não sendo, muitas vezes, consciente desse princípio espiritual, dá melhor serviço à sociedade, onde acreditamos que podemos melhorar a vida das pessoas. Isso nos leva à excelência em termos acadêmicos, especialmente na pesquisa, que é nosso carro-chefe. Nossa gestão continua buscando aumentar a carteira de parceiros. De fato, gostamos de dizer que a PUC-Rio é uma universidade de pesquisa. Para ser mais correto, significa que é uma universidade com os três pilares: ensino, pesquisa e extensão; que vive a pesquisa como dimensão que dá condições de possibilidade para as outras duas. Concretamente, temos, atualmente, cerca de 120 parceiros e mais de 220 projetos de pesquisa patrocinados. Essa relação com companhias internacionais e empresas das mais diver-

sas nos proporciona um meio ambiente altamente inovador, pois cremos que há projetos de pesquisa excepcionais, que podem se transformar em excelentes oportunidades e em soluções para o Brasil e para o mundo.

4. Como a universidade se posiciona em relação à inovação e à pesquisa científica? Quais são os principais investimentos feitos pela instituição nessas áreas?

Gosto de pensar o sentido da palavra ‘tradição’ em sua acepção de transmissão. Assim, estou convencido que a tradição da PUC-Rio é inovar-se constantemente. Nossos pesquisadores estão sempre em busca de novos projetos, de novas oportunidades e soluções para os mais variados problemas. Temos, por exemplo, uma tradicional e forte pesquisa na área energética, de óleo e gás (petróleo). Mas, diante da grave crise climática, as companhias, empresas e instituições públicas e privadas têm solicitado novos projetos na linha da transição energética – algo fundamental e irrenunciável. Assim, unimos ciência inovadora e compromisso ético no ‘cuidado da casa comum’, como nos ensina e pede o Santo Padre. O principal investimento é nas pessoas. Queremos que mais pesquisadores jovens sigam o caminho aberto pelos seus queridos professores. Investimos também nos equipamentos e no todo da universidade. Criar um ambiente sadio e entusiasta pelo saber é fundamental. Isso não se faz só com melhorias estruturais, claro, mas também não acontece sem elas. Aos poucos, vamos vencendo desafios de renovação das salas de aula, de melhora dos serviços, de entendimento das novas demandas dos estudantes, de valorização de todos: de professores a funcionários – todos são trabalhadores e têm seus direitos que devem ser garantidos. Nossa gestão quer equilibrar as contas e dar condições para que possamos preservar o emprego das pessoas, especialmente dos mais pobres. Para isso, precisamos de uma instituição sustentável. E isso depende de todos, não só da alta gestão.

5. A PUC-RJ, como uma instituição de ensino católica, também é conhecida por seu compromisso com a formação humana e social dos alunos. Como isso se reflete no dia a dia da instituição?

Creio que as instituições católicas estão cada vez mais conscientes de que a sociedade mudou e que nós precisamos nos atualizar, mantendo nosso horizonte evangelizador. Gosto de dizer que a universidade católica tem um “ethos confessional claro, mas aberto”. O que significa isso? Significa que somos católicos e felizes por isso. Nossa fé cristã católica é completa, nos dá todas as condições de viver uma experiência de sentido nesse mundo: somos pessoas habitadas pela presença amorosa de Deus Pai, que se revelou em Jesus e que é movida pelo Espírito para transformar esse mundo. Nosso testemunho no mundo da educação passa primeiro por manter estruturas coerentes, com as melhores práticas. Temos que ser sinal (sacramento) de justiça, reconciliando esse mundo, proporcionando uma experiência de ensino-aprendizagem que propicie a formação de profissionais competentes, conscientes, coerentes, compassivos, comprometidos e criativos.

6. Para o senhor, qual é o papel da ANEC na promoção de uma educação de qualidade no Brasil? Como o suporte da ANEC à educação católica está impactando, não só as instituições associadas, mas a evolução do setor no país?

A função da ANEC é fundamental para ajudar a todos, para ‘caminharmos juntos’. Sua natureza é sinodal. De fato, em um mundo tão voltado para a demonstração da força e dominado por lógicas individualistas, creio que a primeira função de propostas de aliança, como a ANEC e como outras formas de associação, é a de demonstrar que não somos concorrentes, mas cooperadores. Que estamos na mesma missão. Que precisamos aprender a nos alegrar e celebrar os avanços de uma instituição e, ao mesmo tempo, estar prontos para ajudar outra que esteja em situação de fragilidade. Que podemos não só exigir, mas também produzir políticas públicas que nos ajudem a cumprir nossa missão como instituições educativas, a serviço da sociedade: ‘para que todos tenham vida’. Vejo que isso tem acontecido, que a ANEC está nesse caminho, trazendo confiança uns nos outros. Investir nesse ambiente de confiança é fundamental.

A ANEC em 2024: construindo transformações e fortalecendo a Educação Católica

A ANEC encerrou 2024 com uma importante atuação no cenário educacional brasileiro, impulsionando mudanças significativas em benefício das instituições associadas. Durante o ano, a ANEC direcionou ações e estratégias para iniciativas que refletem sua missão essencial: articular, congregar e representar as instituições educacionais católicas em todo o Brasil.

Ao articular, a ANEC promove projetos e espaços estratégicos que fortalecem as instituições por meio de uma rede sólida e interconectada. No papel de congregar, a associação reúne profissionais da educação católica em Conselhos Estaduais, Fóruns Nacionais e Estaduais, em grupos de trabalho, formações, cursos e publicações. Essas iniciativas reforçam o compromisso com a excelência pedagógica e o aprimoramento constante. Já ao representar, a ANEC leva a voz das instituições associadas aos corredores do poder público e às esferas política e religiosa. Como uma interlocutora ativa e influente, a associação defende os interesses das associadas,

contribuindo para a formulação de políticas educacionais alinhadas aos valores da educação católica.

Algumas realizações de 2024 poderão ser conferidas por meio de análises e indicadores que destacam as articulações, reuniões estratégicas e formações promovidas ao longo do ano. Cada dado reforça o empenho da ANEC e a relevância na construção de avanços para as instituições associadas e para o sistema educacional brasileiro como um todo, buscando promover uma educação de qualidade, pautada na inclusão e no impacto social.

Impacto em 2024

Atividades, resultados e conquistas do ano

Fortalecendo pautas nacionais

MANTENEDORAS

• Fórum Nacional de Presidentes de Mantenedoras: 5 reuniões virtuais + 1 encontro presencial de 2 dias, em Brasília, para dialogar sobre temas relevantes para as mantenedoras.

• Fórum Nacional de Gestores de Mantenedoras: 10 reuniões virtuais para estudo do mercado educacional e tendências e 1 encontro presencial de 2 dias, em Brasília.

• Reuniões estratégicas para a articulação da Regulamentação da Reforma Tributária:

• 8 reuniões virtuais + 18 reuniões presenciais.

• Grupos de Trabalho: de assessores, assistentes sociais, políticas educacionais, transparência CEBAS

ENSINO SUPERIOR

• Fórum Nacional de Reitores: 8 reuniões virtuais + 2 reuniões presenciais, em Brasília

• INTELLIGENS - Fórum Nacional de Inteligência Estratégica: 6 reuniões virtuais + 4 Relatórios de Inteligência publicados.

• Grupos de Trabalho de Procuradores Institucionais, de EaD, de Licenciaturas, pós-graduação e pesquisa e de Medicina.

EDUCAÇÃO BÁSICA

• GT Pedagógico Nacional: 4 reuniões + produção de 2 pesquisas + 3 Coletâneas e 6 Notas e Contribuições Técnicas + produção de 2 relatórios.

• Participação da ANEC na CONAE extraordinária e levantamento das demandas de Inclusão nas instituições educacionais católicas com uma reunião estratégica com representantes das Redes de Ensino Católicas.

• Conteúdos qualificados produzidos para a comunidade

Coletânea ANEC | Educação e Tecnologia vol. 3

Colétânea ANEC | “O uso da IA nas salas de aula da Educação Básica: o futuro é agora”

Coletânea ANEC | Voluntariado Educativo vol. 1

Nota Técnica | Projeto de Lei nº 2.614/2024, que propõe a instituição do PNE para o decênio 2024/2034

Contribuições Técnicas | Acerca do documento de subsídios para revisão das diretrizes curriculares para o EM

Nota Técnica | Orientações para Implantação do Ensino Médio 2025

Contribuição Técnica | Relatório CONAE 2024

Contribuição Técnica | Análise do impacto dos PLs de Inclusão para as escolas católicas

Contribuição Técnica | Política do Ensino Médio

PASTORAL

• Fórum Nacional de Pastoral Escola: 7 reuniões + 1 e-book sobre a Evangelização nas Escolas Católicas.

• Fórum de Pastoralidade Universitária: 7 reuniões de 30 IES Católicas

Somando forças localmente

Conselhos Estaduais da ANEC: conselheiros titulares e suplentes que representam a ANEC em 22 estados + Distrito Federal.

Fóruns Estaduais de Gestores: organizados em 19 estados e no DF com dinâmica de reuniões própria de cada estado. Discutem assuntos locais, organizam a incidência política (ocupação de espaços, como sindicatos, conselhos e comissões) e potencializam a educação católica em suas regiões.

GTs Estaduais de Pastoral: presentes em 7 estados e no DF com reuniões bimestrais.

Apoiando a gestão das escolas, das IES e das mantenedoras

MANTENEDORAS

• Curso CEBAS Educação: aprenda na prática

• Curso Planejamento Estratégico para as Instituições de Educação

• A Lei complementar nº 187/2021 e seus desdobramentos

• Programa de Conscientização sobre Intimidação Sistematizada da ANEC, focado em bullying e cyberbullying

• Reuniões formativas virtuais: 10 encontros sobre temáticas de gestão, compliance, governança, mercado educacional, marketing, CEBAS Educação.

• + 1500 participantes.

EDUCAÇÃO BÁSICA

• DIA ANEC: 20 edições em diferentes estados e no Distrito Federal, com mais de 7.500 participantes

• Cursos oferecidos: Currículo do Ensino Religioso, Educação Inclusiva na Prática, Currículo Antirracista e Emergência Climática, além de 6 workshops que trataram sobre: Inclusão, Implantação do Novo Ensino Médio, IA na Educação Básica e Gestão e Sustentabilidade atingindo + de 2.900 participantes.

PASTORAL

• PastoLAB - Laboratório de Pastoralidade: 3 cursos práticos para agentes e coordenadores de Pastoral sobre Gestão da Pastoral, Evangelização das Juventudes e Identidade Confessional para Gestores Escolares.

• Mais de 60 horas de cursos.

• 5 workshops de uma tarde.

• + 1.000 participantes.

Participando ativamente das políticas educacionais

Monitoramento legislativo

A ANEC acompanha as propostas de lei e busca intervir naquelas que apresentam riscos ou benefícios às suas associadas.

367

Projetos de Lei que interferem na educação católica

113

Projetos de Lei com tramitação próxima que impactam as associadas

40

Reuniões com parlamentares e seus gabinetes

Assuntos mais recorrentes REPRESENTAR AS ASSOCIADAS

1. FIES

2. Alterações na LDB

3. CEBAS

4. Inclusão

5. Política do Ensino Médio

6. Plano Nacional de Educação

7. Prouni

8. Educação a Distância

Dados coletados pela Metapolítica e analisados pela equipe ANEC em dezembro de 2024

Audiências com órgãos e agentes políticos: Congresso Nacional, Ministério da Educação, SERES, SESU, SEB, DPR, CGCEBAS, SASE, INEP, CAPES, CNE, CEEs, SINEPE, FONCEDE, Assembleias Legislativas e Câmara Distrital.

Defesa dos interesses das instituições associadas junto ao poder público e por meio da articulação política.

Espaços ocupados pela ANEC em prol das associadas:

• Cadeira titular no Fórum Nacional de Educação

• Cadeira titular no Conselho Nacional de Educação

• Cadeiras de titularidade e suplência nos Fóruns Estaduais de Educação: Minas Gerais, Goiás, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, Alagoas, Espírito Santo, Piauí e Ceará.

• Cadeira de Coordenação do GT de Sistematização do PNE pelo FNE

• Cadeira no CC-Pares da SERES MEC

• CONAE—fase nacional: 34 delegados e 6 observadores

• Grupos de trabalho do FNE: Cultura da Paz, Privatização da Educação, Novo Ensino Médio.

PAUTAS POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO CATÓLICA EM 2024

Prouni, Decreto LC n. 187/2021, Reforma Tributária, CEBAS, Política do Ensino Médio, Educação Inclusiva, Formação inicial docente, Educação a Distância.

Apoiando pautas eclesiais

Nos espaços eclesiais que a ANEC ocupa e tem interlocução na CNBB, na CRB ou em outros organismos congêneres, levamos adiante nossas preocupações pastorais.

1. Apoio da Igreja às escolas e universidades católicas.

2. Ressignificação da identidade confessional face aos processos de secularização e transição religiosa.

3. Aproximação do episcopado e do clero, reconhecimento das escolas e universidades católicas como espaços de missão.

4. Acompanhamento das novas realidades educacionais católicas, em seus aspectos pastorais, canônicos, pedagógicos e jurídicos.

5. Pauta da ecologia integral em linha com o movimento “Igreja rumo a COP 30” e com os 10 anos da Laudato Si’.

DOCUMENTOS TÉCNICOS

Por meio de contribuições e notas técnicas, relatórios, pesquisas e coletâneas a ANEC produz conhecimento de alto nível, que colabora com as associadas e com o país na construção de políticas públicas inclusivas e equalitárias.

Conteúdos produzidos

Acesse, por meio do QR Code ao lado.

5 relatórios de dados (Inclusão | Novo Ensino Médio | Indicadores de qualidade na EaD | Censo das IES Católicas 2023 | As IES Católicas no RUF | Contribuições da educação católica para a sociedade brasileira)

+ 8 Notas Técnicas (Regulação da EaD | Política do Ensino Médio | Cursos de Teologia | Reforma Tributária | PNE | Conae 2024 | Projetos de Lei sobre inclusão | Novas DCN das Licenciaturas )

+ 3 Revistas (2 EducANEC | 1 de Pastoral)

Este registro detalhado da atuação da ANEC evidencia tanto as conquistas realizadas quanto as perspectivas promissoras para as instituições educacionais católicas associadas, consolidando a certeza de que, unidas, somos agentes transformadores com potencial para moldar o futuro da educação no Brasil.

Em 2025, seguiremos juntas, ANEC e instituições associadas!

Em audiência no Senado, ANEC apresenta pesquisa inédita sobre o impacto da educação católica no Brasil

O estudo inédito mostra o retorno de R$24,34 para a sociedade, a cada R$ 1,00 de benefício tributário das instituições católicas

A ANEC apresentou, em novembro, em audiência pública na Comissão de Educação do Senado Federal, os dados inéditos da pesquisa “Impactos da Educação Católica na Sociedade Brasileira”.

A audiência foi conduzida pela senadora Teresa Leitão (PT-PE) e contou com a participação do diretor-presidente da ANEC, Padre João Batista, o pesquisador Pedro Mello e a gerente da Câmara de Mantenedoras da ANEC, Fabiana Deflon.

Na abertura da apresentação, Padre João Batista destacou a importante presença da ANEC na comissão legislativa, responsável pelas principais discussões nacionais no âmbito da educação. Ele

reforçou o compromisso e a missão da associação em defender a educação integral alinhada aos princípios cristãos e em prol do desenvolvimento pleno da pessoa humana.

“A ANEC está aqui, hoje, para apresentar a sua mais recente pesquisa como forma de prestação de contas para a sociedade brasileira e também aos senadores que têm a prerrogativa de legislar e regulamentar as políticas públicas”, declarou o diretor-presidente da associação.

Na sequência, o pesquisador Pedro Mello apresentou os indicadores e números da pesquisa elaborada com dados do Governo Federal, disponibiliza-

dos via Lei de Acesso à Informação (LAI) e Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), além de informações e caminhadas pelas mantenedoras.

Pedro Mello destacou o dado inédito sobre o retorno financeiro das instituições de educação católica para a sociedade. “A cada R$ 1,00 da imunidade tributária, a educação católica retorna R$ 24,34 por meio direito das Mantenedoras de Educação Básica e Superior no país”, informou.

De acordo com a pesquisa, as escolas católicas da Educação Básica estão presentes em 509 municípios brasileiros, o que representa quase 10% das 5.570 cidades do país.

Posteriormente, a gerente da Câmara de Mantenedoras da ANEC, Fabiana Deflon, apresentou o viés beneficente das instituições de educação católica em prol da erradicação da pobreza. “Mais de 20% dos alunos das escolas católicas estudam com bolsas de estudo 100% integrais, ou seja, gratuitas. Ao todo, mais de 115 mil alunos recebem bolsas de estudos nos colégios católicos”, apresentou Fabiana.

“É uma entrega muito grande de resultados que beneficiam a sociedade como um todo, para que o estudante saia da vulnerabilidade, mude de vida e não abandone a escola. Damos condições mínimas para o estudante permanecer, o aluno fica porque tem transporte, alimentação e a aprovação dele é 6x maior também”, declarou a gerente da ANEC.

Dados relevantes apresentam o impacto da educação católica

A pesquisa também revelou que alunos de escolas católicas que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2019 — último ano em que houve a divulgação dos microdados — tiraram notas de redação quase 20% maiores na média, em comparação com alunos de outras escolas privadas e públicas.

A assiduidade nas escolas católicas é 27 vezes maior, e a aprovação é 6 vezes maior que nas outras escolas. Analisando o resultado dos municípios que possuem escolas católicas, estes obtiveram resultado 42% melhor no indicador de analfabetismo na população com 15 anos ou mais.

Sobre a Educação Superior, foi revelado que as faculdades e universidades católicas conseguem resultado em média 15% maior do que as instituições de Ensino Superior públicas e privadas no IDD. Além disso, o índice de conclusão do curso é de 36% superior ao índice das outras IES públicas e privadas do país.

Senadora destaca qualidade dos dados da pesquisa

Após a realização da audiência, a senadora Teresa Leitão destacou a importância da pesquisa para valorização da educação católica no Brasil. “Nós fomos convidados para a apresentação da pesquisa, não pudemos ir e tivemos essa ideia, eu o senador Flávio Arns, de trazer a apresentação para o Senado”, disse.

“A pesquisa, muito bem realizada, dá uma dimensão da importância dessas escolas, tanto no próprio conteúdo curricular, tendo em vista os resultados do Enem, tendo em vista os resultados de outros espaços de competição e de ingresso no ensino superior, como também de outra questão relacionada aos chamados bens intangíveis”, concluiu a senadora.

Acesse a pesquisa na íntegra por meio do QRCode ao lado

Fórum de Presidentes e Gestores das Mantenedoras da ANEC reúne lideranças para discutir governança e impacto da educação católica

por Comunicação ANEC

No segundo semestre de 2024, em Brasília, a ANEC realizou o Fórum de Presidentes e Gestores das Mantenedoras, que reuniu líderes das instituições associadas para debater estratégias, compartilhar boas práticas e reforçar o compromisso com a excelência na educação católica.

O evento teve início com uma missa e a fala de abertura do presidente da ANEC, Padre João Batista, e da presidente da Câmara de Mantenedoras, Ir. Marli Araújo. Mediado por Fabiana Deflon, ge-

rente da Câmara de Mantenedoras, o primeiro dia trouxe palestras e painéis que abordaram temas, como Governança, CEBAS na Saúde, Educação e Assistência Social. Para conversar sobre os temas relacionados ao CEBAS, o Fórum contou com a participação de representantes dos Ministérios certificadores, como Alexandre Augusto (coordenador CGCEBAS – MEC), Adriana Lustosa (CEBAS-Saúde) e Kamilla Alvares (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

Um dos momentos mais marcantes foi a apresentação da pesquisa “Impacto da Educação Católica na Sociedade Brasileira”, que revelou dados sobre o impacto social, acadêmico e financeiro das escolas católicas no Brasil. A pesquisa apontou que, para cada R$ 1 investido pelo Estado por meio de imunidade tributária, a educação católica gera um retorno de R$ 24,34 à sociedade. Além disso, destacou que as escolas católicas apresentam índices de aprovação e assiduidade significativamente maiores que escolas não confes-

sionais e um impacto positivo no combate ao analfabetismo em municípios onde estão presentes.

Participantes elogiaram a seriedade e os resultados da pesquisa. Para o Padre Joãozinho, membro do Conselho Superior da ANEC, ela trouxe dados concretos, os quais reforçam a relevância das instituições católicas. Já a Ir. Elka Cristina Oliveira, da Associação Família de Maria, enfatizou que, em um contexto de alta concorrência e visão mercadológica, a pesquisa reafirma o papel das escolas católicas na formação integral do ser humano.

O primeiro dia também contou com palestra sobre indicadores de desempenho financeiro, ministrada pela economista Marina Cordaro Camargo, e sobre compliance e governança, conduzida pelo advogado Dr. Hugo Sarubbi. O encerramento trouxe reflexões sobre sustentabilidade, com a palestra de Carmem Murara: “Como e por que estruturar sua instituição sob os pilares do ESG?”.

O segundo dia foi marcado por discussões aprofundadas sobre governança, gestão e ecologia integral. O CEO do Grupo Marista, Maurício Zanforlin, destacou os

desafios e aprendizados da governança, ressaltando a importância de alinhar a missão das instituições católicas à transformação social.

O reitor da Universidade Católica de Brasília, o professor Carlos Longo, trouxe à tona o impacto da inteligência artificial na educação, questionando se as instituições estão preparadas para lidar com essas mudanças. Já a diretora ASG da Rede Lius, Aleluia Heringer, apresentou o conceito de ecologia integral e defendeu ações que promovam inclusão, equidade e diversidade nas escolas.

Outro momento de destaque foi a apresentação de Pedro London, da Inspin Educação, sobre estratégias para o crescimento exponencial das instituições, abordando fidelização, captação de alunos e ações para aumentar matrículas.

O dia foi encerrado com a assinatura do Pacto de Transparência CEBAS, liderado pela presidente da Câmara de Mantenedoras, Ir. Marli Araújo. O Pacto reafirmou o compromisso das instituições com a transparência e a divulgação de dados que reforçam o impacto positivo da educação católica.

Avaliação do evento

Participantes elogiaram o Fórum pela qualidade técnica e relevância dos temas abordados. Para Emerson Corrêa, da Rede Divina Providência, o evento superou expectativas pela profundidade dos debates. O Padre Jonas Carvalho, da Companhia de Jesus Jesuítas, destacou os cases apresentados e o impacto da pesquisa sobre educação católica como diferenciais do encontro.

O diretor-presidente da ANEC, Padre João Batista, celebrou o sucesso do Fórum, que promoveu uma rica troca de experiências e apontou caminhos para enfrentar os desafios atuais. “Se não nos reunimos e discutimos, não avançamos. O Fórum mostrou como a ANEC pode ajudar suas associadas a fortalecerem ainda mais seus valores e práticas”, concluiu.

Patrocinadores e parceiros

O evento contou com o apoio de patrocinadores, como FTD, Bookfair, Edify, LIV, Isaac e Systemic, que reforçaram o compromisso com a educação de qualidade ao apresentar soluções inovadoras para as instituições participantes.

Encontro presencial do Fórum de Reitores das IES Católicas debate desafios do Ensino Superior e a regulação da EaD

Brasília também sediou o Encontro Presencial do Fórum de Reitores das Instituições de Ensino Superior (IES) Católicas, promovido pela ANEC. O evento, que ocorreu no dia 13 de novembro, contou com a presença de, aproximadamente, 50 participantes, entre reitores e vice-reitores das IES Católicas.

Ao fazer a abertura do Fórum, o diretor-presidente da ANEC, Padre João Batista, destacou os avanços da ANEC na representação das IES Católicas e reforçou a importância do evento para debater os desafios do Ensino Superior privado, confessional e católico.

Desafios do Ensino Superior e revisão do Marco Regulatório da EaD

Daniel Aquino Ximenes, diretor de regulação da SERES/MEC, detalhou as propostas para o novo Marco Regulatório da EaD, que incluem:

• frequência mínima de 75% em atividades presenciais e síncronas;

• interações síncronas reguladas com até 50 alunos;

• avaliações periódicas e presenciais nos polos;

• credenciamento único para instituições, com obrigatoriedade de sede física.

A ANEC também apresentou contribuições para o debate, defendendo maior protagonismo docente, revisão da obrigatoriedade de polos e metodologias mais diversificadas para avaliação.

O primeiro painel abordou os desafios do Ensino Superior no Brasil, com foco na evasão estudantil e na falta de jovens interessados na docência, segundo o reitor da PUC Campinas, Germano Rigacci. Dados apresentados por Ulysses Teixeira, diretor do INEP, reforçaram essas questões: apenas 24% das vagas de graduação são preenchidas, e muitos professores ainda não têm formação superior, o que aponta para um apagão docente nas próximas décadas.

No painel “Políticas educacionais e mercado educacional”, mediado pela Dra. Carmen Luiza Silva, o reitor da Universidade Católica de Brasília, Carlos Longo, enfatizou a necessidade de adaptação das IES Católicas a temas emergentes, como Inteligência Artificial, equidade, acessibilidade e impacto das novas tecnologias na educação e no mercado de trabalho.

Outro momento significativo foi a apresentação da Carta de Intenções do Fórum Permanente de Pastoralidade Universitária, liderada por Joaquim Alberto Silva, gestor pastoral do grupo UBEC e membro do Fórum, que delineou compromissos das pastorais universitárias.

O evento contou com a participação de Dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, que destacou o papel das universidades católicas como “faróis” que iluminam os caminhos da educação e da sociedade. Ele destacou a ANEC como mediadora e incentivadora da unidade no setor educacional, ressaltando a importância da sinodalidade no trabalho conjunto.

Censo da Educação Superior Católica 2023

Encerrando o encontro, a ANEC apresentou uma prévia do Censo da Educação Superior Católica 2023, que destaca a inclusão e a acessibilidade das IES Católicas, desmistificando a visão de elitização.

O Fórum de Reitores reafirma a relevância das universidades católicas no cenário educacional e destaca a importância de inovação, sinergia e planejamento para enfrentar os desafios do Ensino Superior no Brasil.

Confira aqui

Na avaliação do vice-presidente da ANEC e reitor da UniCatólica do Rio Grande do Norte, Padre Charles Lamartine, o evento foi de um “valor imenso”, por avaliar os desafios do Ensino Superior. “Os desafios não se tornam menores, mas eu acredito que muitas mentes pensando, sobretudo, na nossa perspectiva de fé, no mesmo coração, no mesmo desejo da garantia e do valor da educação católica, por si só já é muito grande, já é algo magnânimo. Foi um momento de criar e construir agendas de esperança”, destacou o sacerdote.

Para a Ir. Maria Aparecida Matias, diretora-geral da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, e conselheira secretária da ANEC, o Fórum dos Reitores é um “espaço de fortalecimento entre as IES Católicas”. “Nos ajuda a nos fortalecermos como rede, para continuarmos a grande missão que é educar, transformando vidas, pessoas e realidades, além de reforçar o quanto nosso papel como igreja é importante na vida de uma sociedade”, afirmou.

Nosso agradecimento especial aos patrocinadores do evento, que tornaram o encontro possível: Lyceum, Isaac, Pearson, Principia e Cobrafix. Patrocinadores

ANEC divulga dados do Censo das IES Católicas de 2023 e debate os avanços no ensino católico no Brasil

O evento online destacou os principais dados do CENSO, oferecendo um panorama geral e estratégico sobre os avanços do ensino católico em 2023

por Comunicação ANEC

A Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) realizou, em dezembro, um evento on-line de divulgação do Relatório Anual da Câmara de Ensino Superior da ANEC sobre o Censo das Instituições de Ensino Superior (IES) de 2023, oferecendo às instituições associadas um panorama específico e estratégico sobre a educação católica no Brasil.

Com a contribuição do grupo Intelligens, fórum de Inteligência Estratégica da ANEC, que homologou

os dados e validou as análises, o relatório reflete o esforço colaborativo para entender as realidades e particularidades do setor, oferecendo subsídios para a tomada de decisões e planejamento institucional.

O encontro, que contou com a participação do presidente da associação, Padre João Batista, e de Gregory Rial, gerente da Câmara de Ensino Superior, debateu todas as metas alcançadas pela asso-

ciação no período de 2023.

No início da live, o Pe. João Batista destacou os resultados positivos do ano e exaltou a atuação da ANEC na promoção da educação católica no país. Segundo ele, o trabalho desenvolvido pela associação elevou diversas instituições de ensino a boas colocações nos rankings.

“Temos muito a comemorar, pois os resultados foram extremamente positivos. Eu posso citar aqui, por exemplo, os avanços observados na prova do ENADE e, sobretudo, no ensino a distância, que demonstraram o quanto nossos alunos e nossas instituições foram bem ranqueados no Folha RUF. Podemos observar claramente os resultados positivos desse trabalho”, afirma Pe. João Batista.

Para detalhar os dados, Gregory iniciou o painel mostrando um panorama sobre a presença das instituições católicas no Brasil. Atualmente, existem 98 instituições católicas no Brasil, sendo 57 faculdades e 7 universidades pontifícias. As IES Católicas estão presentes em 24 estados e no Distrito Federal, atuando em 73 municípios brasileiros.

Outro padrão identificado foi a diferença no número de ingressantes entre o ensino a distância (EaD) e a modalidade presencial. Em comparação ao ano de 2022, houve uma discreta redução no número de Licenciaturas, com cerca de 31 cursos encerrando suas atividades. Em contrapartida, registrou-se um aumento de quase 100 novos cursos tecnológicos e mais de 100 bacharelados. Segundo os dados, a maioria desse crescimento ocorreu no EaD.

Além disso, as Instituições de Ensino Superior (IES) privadas com fins lucrativos oferecem 84% de suas vagas na modalidade EaD. Já as privadas sem fins lucrativos disponibilizam 65%, enquanto as comunitárias apresentam uma oferta de 61%. Ou seja, no setor privado, as IES Católicas têm a menor oferta em EaD e a maior em cursos presenciais.

A ANEC também se destacou pelo aumento no número de ingressantes no ensino superior, que registrou um crescimento de 15%. O gerente parabenizou as instituições e afirmou que o investimento em

marketing foi um dos principais fatores que contribuíram para esse resultado.

“Nossas instituições estão de parabéns. Esse aumento reflete o nosso investimento em marketing, que fortaleceu nosso posicionamento institucional. Eu também atribuo esse sucesso à nossa caminhada coletiva”, destacou Gregory.

A pesquisa ainda revela que, utilizando o corte de 4 anos, que é o tempo médio de um curso de graduação, as IES Católicas registraram a maior taxa de sucesso em relação à conclusão de seus cursos, com 51%. Seguidas das IES federais, com 42%, e das IES privadas com fins lucrativos, cuja taxa de sucesso é 35%.

Confira aqui o Relatório

“Censo das IES Católicas 2023”

ANEC promove encontro com Cardeal Tolentino, que destaca a importância da reflexão sobre a inovação na Educação Católica

por Comunicação ANEC

A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) promoveu, em agosto, um encontro entre presidentes, diretores, gestores, educadores e representantes da Igreja, para receber o Cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação do Vaticano (ministro da Educação da Santa Sé). O evento, em parceria com a Arquidiocese de São Paulo, foi realizado na Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, e promoveu discussões sobre o papel da educação católica em tempos de modernização, crise e transformação.

A abertura do encontro foi marcada por uma apresentação musical do coral de alunos do Colégio Santa Marcelina e pelo discurso da Ir. Maria Apare-

cida Matias de Oliveira, diretora-geral da Faculdade Santa Marcelina e membro do Conselho Superior da ANEC. Ela destacou a importância da união da missão educativa frente aos obstáculos.

“Sabemos que vivemos tempos desafiadores para a educação católica em nosso país e no mundo, mas, sustentados pela fé e firmes na esperança, apoiados e motivados pelo exemplo de pessoas corajosas, sábias, como nesta tarde, não tenho dúvidas de que seremos fortalecidos e encorajados no nosso dia a dia na missão educativa e seguiremos com alegria e entusiasmados, na certeza de que o Senhor está conosco. Portanto, não estamos sozinhos”, disse a Ir. Maria Aparecida.

Em seguida, o Pe. João Batista, diretor-presidente da ANEC, falou sobre a missão da educação católica. “Nos tempos atuais, o Papa Francisco, por meio de documentos, como Laudato Si´, Fratelli Tutti e o Pacto Educativo Global, tanto tem insistido para que sejamos instrumentos de mudança nas estruturas sociais, nos modelos econômicos, nas lideranças políticas e do projeto educacional para uma nova consciência econômica, psicológica e socioambiental”, afirma.

As escolas católicas brasileiras como um espaço de comunhão

O Cardeal Tolentino iniciou a fala demonstrando gratidão pela presença de todos, principalmente pelo trabalho realizado na educação católica brasileira. “Esta diversidade, que já foi aqui enunciada, representa verdadeiramente o espírito de educação católica, enriquecida com o vosso sonho, a vossa doação, mas também com a vossa capacidade de inovar, de criar, de acompanhar os tempos, de pensar os problemas pedagógicos e de encontrar novas soluções.”

Outro ponto alto do evento foi a reflexão sobre o papel das escolas católicas como espaços de esperança e confiança. “[As escolas católicas] têm que ser feitas de mulheres e homens que correm o risco da confiança. Porque a esperança quer dizer abraçar o risco de confiar”, destacou Dom Tolentino, reforçando o papel fundamental que a educação desempenha na formação de pessoas comprometidas com o bem comum.

Nesse mesmo sentido, ele reforçou a importância da união entre as escolas católicas: “As escolas entre si, as escolas católicas têm de se apoiar. Temos de aprender uns com os outros. E isso só acontece quando nós paramos para nos ouvir, para nos escutar. Quando somos hospitaleiros, quando acolhemos aquilo que o outro pode dar.”

Inovação e tecnologia na Educação Católica

Segundo o Cardeal, a escola é uma espécie de antena para transformações sociais, de maneira que os obstáculos lá chegam primeiro e são mais delicados. Ele cita, por exemplo, o processo de digi-

talização da sociedade e a chegada de tecnologias, como a Inteligência Artificial. “Sem dúvida, a tecnologia e tantos dispositivos mecânicos podem ser colocados a serviço da vida. Contudo, o projeto da educação, e não abdicamos disso, é um projeto que tem no centro a pessoa humana, com uma visão integral dessa pessoa.”

Ele afirma que, hoje, nas escolas, o impacto da tecnologia na humanidade pode ser, em muitos aspectos, enriquecedor, mas, em outros, empobrecedor: “nas relações, na maturação da inteligência dos jovens e nos conteúdos, que, muitas vezes, retiram a curiosidade, o grande motor da inteligência humana”. Por isso, ele afirma ser necessária uma reflexão aberta, sem preconceitos sobre o assunto.

A partir disso, ele incentiva os educadores a enfrentarem as grandes questões contemporâneas com ousadia e criatividade. “Não tenhamos medo do futuro”, disse o Cardeal. “Este é um tempo de abalo, de transformação, também de crise, mas é, sobretudo, um tempo de imaginação, de criar novos cenários e paradigmas, contribuindo, como diz o Papa Francisco, para encontrar novas racionalidades, também no campo educativo”.

O papel das escolas católicas na formação da sociedade

Ao falar sobre o papel pastoral das instituições católicas, o Cardeal cita a importância da escola ser um local de transmissão de experiência, dos valores, da alegria de acreditar, visando sempre potencializar a pessoa humana. Dessa forma, não basta que a escola se limite a gerar bons técnicos ou bons especialistas.

“A escola tem de gerar pessoas maduras, responsáveis, equilibradas, com uma visão integral da vida, que sabem que são corpo e espírito, que são o presente e o futuro, que são o instante e a eternidade, que são as funções e os afetos, que são o eu e o nós. Esta costura do ser humano é uma tarefa que nós, escolas católicas, somos chamados a abraçar muito particularmente. Com sentido muito grande de responsabilidade pelos bens naturais e pela Casa Comum”, ressaltou.

Em um momento inspirador, o Cardeal fechou o

discurso com uma metáfora para descrever as escolas católicas: “deveria ser escrito na porta de uma escola: ‘Sala de Parto’, porque é um lugar para promover o nascimento de pessoas. Mas também poderia se escrever ‘Sala de Voo’, porque é um lugar para aprender a voar, e ainda ‘Casa da Fraternidade’, porque é o lugar onde experimentamos a beleza inapagável de ter irmãos, de ser irmão”.

As escolas entre si, as escolas católicas têm de se apoiar. Temos de aprender uns com os outros. ACONTECEU

Após a sessão de perguntas e respostas, Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, se pronunciou sobre como devemos usar a imaginação e refletir sobre os projetos educativos. “Precisamos nos perguntar o que ainda podemos fazer, o que já fazemos, como podemos fazer diferente e como podemos abraçar o novo projeto educativo global que o Papa Francisco está pedindo. Um novo, reno-

vado projeto educativo global como parte de uma proposta justamente de antropologia cristã, divisão cristã da pessoa humana, do mundo, da convivência social, e nisso a Escola Católica tem muito a contribuir”, destacou.

Pe. João Batista também ressaltou a importância do encontro. “A presença do Cardeal Tolentino entre nós é uma forma de escrevermos juntos um capítu-

lo importantíssimo da história da educação brasileira. Este é um momento de extrema importância para todos nós que trabalhamos diariamente para o fortalecimento da educação católica que, além do compromisso com a formação cidadã e os valores cristãos, atua na disseminação da doutrina social da Igreja.”

ANEC constitui Fórum de Pró-Reitores para fortalecer a Educação Superior Católica no Brasil

A ANEC deu um importante passo na consolidação da atuação no Ensino Superior ao constituir o Fórum de Pró-Reitores das Instituições de Ensino Superior (IES) Católicas. Segundo o presidente da ANEC, Pe. João Batista, a criação desse Fórum é fundamental, pois reúne atores estratégicos, que desempenham papéis cruciais no desenvolvimento institucional das IES Católicas e oferecem um espaço de discussão e articulação sobre as principais demandas e os desafios do setor.

O Fórum de Pró-Reitores é composto por pró-reitores das universidades, dos centros universitários e das faculdades católicas de todo o Brasil. O objetivo principal é discutir e encaminhar as pautas mais urgentes e relevantes para o Ensino Superior, seja no âmbito das políticas públicas, regulatório ou institucional. A expectativa é que o Fórum se torne uma plataforma essencial para a troca de informações, alinhamento estratégico e defesa dos interesses das IES Católicas.

A proposta de trabalho do Fórum prevê reuniões bimestrais. Além disso, os membros do Fórum manterão discussões e trocas de informações constantes, por meio de grupos de WhatsApp e e-mail, de forma a garantir uma comunicação ágil e eficaz. O Fórum também terá a responsabilidade de direcionar pautas para a ANEC e validar os passos estratégicos da associação, assegurando que as ações estejam em sintonia com as necessidades e os desafios das IES Católicas.

A constituição do Fórum de Pró-Reitores pela ANEC tem o objetivo de reforçar o compromisso com a excelência e a relevância do Ensino Superior católico no Brasil, proporcionando um espaço de diálogo e construção coletiva que contribuirá para o fortalecimento das IES e para a promoção de uma educação humanista e transformadora.

Universidades Católicas realizam simpósio de práticas pastorais

Universidades católicas de todo o Brasil participaram, também em agosto, de um simpósio sobre pastoralidade universitária, promovido pelo Fórum Permanente de Pastoralidade Universitária, com o apoio da ANEC. Esse evento se configurou como uma importante oportunidade para as Instituições de Ensino Superior (IES) católicas compartilharem experiências, trocarem conhecimentos e realizarem benchmarking, contribuindo para a construção de um caminho de sinodalidade e comunhão.

Dentre as diversas experiências apresentadas, algumas iniciativas merecem especial atenção, como a PUC Goiás, que compartilhou o processo de construção das diretrizes pastorais, além de práticas institucionais inovadoras. A Católica SC apresentou uma atividade de espiritualidade para estudantes no formato de trilha ecológica, além de um projeto em parceria com escolas públicas, focado no desenvolvimento do projeto de vida dos estudantes.

A PUC PR expôs uma atividade de formação para professores, alinhando-os à identidade institucional. O Grupo UBEC destacou o projeto Esperançar, que oferece cursos livres de alta qualidade para toda a comunidade, e o Fórum de Estudantes, uma iniciativa que promove a participação dos alunos na construção da identidade das instituições do grupo, incluindo a UCB, FICR, Unileste e Unicatólica TO.

Outra experiência significativa veio da PUC Minas, que relatou os encontros com a juventude cristã e a implementação de centros de espiritualidade em cada campus, fortalecendo a vivência da fé no ambiente universitário.

A PUC Campinas apresentou o Fórum da Fraternidade, que promove debates sobre temas relacionados à Campanha da Fraternidade em diálogo com diversas áreas do conhecimento. A UCPel, por sua vez, destacou ações de evangelização e espiritualidade, incluindo a prática diária da liturgia das horas no campus e várias iniciativas de solidariedade.

A Paróquia Universitária de Goiânia apresentou atividades de evangelização voltadas para jovens, incluindo atendimento sacramental e sessões de lectio divina. A UniLaSalle RJ trouxe o programa Pé Pequeno, que envolve estudantes em projetos sociais e de formação em comunidades vulneráveis no entorno do campus.

Entre as iniciativas inovadoras, a PUC RS destacou o Rocket Pass, um programa que engaja os estudantes em atividades pastorais no campus, permitindo que eles preencham um “passaporte” e se conectem pela espiritualidade e pelo carisma da instituição. A FAE Centro Universitário ressaltou atividades de solidariedade e a conexão com o carisma franciscano, enquanto a UFN encerrou as apresentações com o projeto Amica, que oferece acompanhamento espiritual e formativo para cuidadores de pessoas com Alzheimer.

O simpósio demonstrou a relevância da pastoralidade nas IES católicas, destacando o compromisso dessas instituições com a formação integral dos estudantes, fundamentada nos valores cristãos e na missão evangelizadora.

Reunião do GT Nacional de Assessores discute desafios para o terceiro setor

O Grupo de Trabalho Nacional de Assessores da ANEC se reuniu na sede da associação para tratar temas relevantes às instituições do terceiro setor, com foco na Reforma Tributária e no CEBAS-Educação. O encontro contou com a participação de advogados, contadores, assistentes sociais e gestores.

Na pauta da Reforma Tributária, os assessores jurídicos da ANEC, Dr. João Paulo Amaral e Dr. Hugo Sarubbi, analisaram o PLP n. 68/2024, destacando os impactos para as instituições sem fins lucrativos e a importância de acompanhar as mudanças legislativas.

Quanto ao CEBAS-Educação, o debate incluiu a ausência de regulamentação específica do MEC e os processos pendentes. Alexandre Augusto Silva, coordenador-geral de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social, abordou desafios, como a falta de profissionais e a necessidade de melhorias no sistema de certificação. O GT sugeriu estratégias, como um dia de escuta com o MEC e a colaboração no desenvolvimento de novas ferramentas.

O encontro reforçou o compromisso da ANEC em apoiar o setor na busca de soluções e no fortalecimento do acesso à educação por meio do CEBAS-Educação.

2025: um ano ainda mais transformador para a Educação

Católica

Com o início de um novo ano, a ANEC reafirma o compromisso em oferecer oportunidades significativas para educadores e gestores que desejam impulsionar a excelência na educação católica. Confira os principais eventos e programe-se para um ano repleto de aprendizado e colaboração!

Dia ANEC: o diálogo que transforma!

O primeiro grande evento de formação de 2025 será o Dia ANEC, um encontro estadual que reúne educadores e gestores para diálogos enriquecedores sobre os desafios e as oportunidades na educação. Com debates focados em fortalecer a educação católica, o evento marcará o início do ano letivo, promovendo trocas de ideias e experiências em cada estado.

Encontros dos Fóruns e Grupos de Trabalho: fortalecendo vínculos, construindo futuros

Ao longo do ano, a ANEC realizará os encontros presenciais dos Fóruns de Presidentes e de Gestores, assim como o Fórum de Reitores, além dos Grupos de Trabalho das Câmaras de Mantenedoras, Ensino Superior e Educação Básica. Esses momentos são essenciais para compartilhar boas práticas, debater estratégias inovadoras e fortalecer a colaboração entre líderes educacionais, construindo uma educação católica mais sólida e conectada às demandas contemporâneas. Os Fóruns também seguirão, periodicamente, se reunindo de forma virtual, nos âmbitos nacional e estadual, reunindo gestores das instituições, das áreas administrativa, pedagógica, de Pastoral e Comunicação e Marketing.

Reuniões dos Conselhos Estaduais: decisões que transformam

Os Conselhos Estaduais da ANEC continuarão sendo espaços decisivos para a educação católica. A participação ativa nesses encontros será uma oportunidade de contribuir com ideias e estratégias que impactam diretamente as instituições educacionais em cada estado.

PastoLAB: um laboratório de novas ideias para a pastoralidade

Em 2025, o PastoLAB abordará temáticas de extrema importância para a área de pastoralidade, com abordagens práticas e concretas que impactam a ação evangelizadora das escolas. Estão previstos três cursos para a formação dos pastoralistas focados no magistério eclesial sobre educação, na inclusão em ambientes pastorais e também a segunda edição do Curso “Pastoral Escolar Essencial”, com uma formação básica para agentes de Pastoral.

ANEC Summit Comunicação e Marketing

A primeira edição do ANEC Summit, nos dias 19 e 20 de março, será um espaço de troca de conhecimentos, experiências e melhores práticas entre os gestores de Comunicação e Marketing das instituições educacionais católicas associadas à ANEC. O evento visa fortalecer a rede de comunicação educacional, promovendo a inovação, a colaboração e a excelência na comunicação e no marketing educacional católico.

VII Congresso Nacional de Educação Católica

Entre 2 e 4 de julho, com o tema Educação Católica que transforma vidas: educar, cuidar e esperançar!, o VII Congresso Nacional de Educação Católica proporcionará aos educadores, gestores e pesquisadores a vivência de uma jornada transformadora, em que a educação católica será potencializada como um importante agente de mudança na sociedade. Acesse congresso.anec.org.br e inscreva-se!

Calendário ANEC 2025: fique por dentro de tudo!

Para garantir que você acompanhe os momentos mais importantes do ano, disponibilizamos um QR Code exclusivo com o calendário completo de formações, eventos e reuniões. Escaneie o código e planeje um 2025 de aprendizado e colaboração!

Prepare-se para um ano repleto de oportunidades, crescimento e trocas significativas. Conte conosco nessa jornada de transformação e excelência na educação católica!

Sustentabilidade em ação: redes de ensino católicas apresentam cases de sucesso em iniciativas ecológicas

Redes católicas de ensino impulsionam práticas sustentáveis que integram educação ambiental e impacto positivo na comunidade

As instituições de ensino desempenham um papel cada vez mais relevante na promoção da sustentabilidade, integrando práticas ecológicas ao currículo e à rotina escolar. As redes de ensino católicas associadas à ANEC, fundamentadas em valores de responsabilidade social e cuidado com a criação, têm liderado projetos ambientais de grande impacto.

Extrapolando o ensino da teoria sobre a preservação ambiental, as instituições estão implementando ações concretas que envolvem alunos, professores e comunidade. Por meio de uma abordagem prática e educativa, escolas católicas em diversas regiões do país estão transformando a gestão de resíduos, promovendo o consumo consciente e traçando metas ambiciosas.

Este artigo explora alguns desses cases de sucesso, revelando como essas iniciativas ecológicas têm objetivos para além da preservação ambiental,

promovendo a formação de cidadãos mais conscientes e engajados.

Aterro Zero em 2030: conheça a gestão de resíduos da Rede Lius Agostinianos

A Rede Lius Agostinianos estabeleceu uma meta ambiciosa: tornar-se “Aterro Zero” até 2030. Essa meta envolve o principal projeto da rede, que trata da gestão de resíduos, integrando aspectos pedagógicos e operacionais. Segundo Aleluia Heringer, diretora de Relações Institucionais e ASG da Rede Lius Agostinianos, a iniciativa começou com a formação de um grupo de trabalho dedicado ao diagnóstico das unidades escolares da rede, identificando os desafios e as oportunidades para a implementação de um plano de ação voltado à sustentabilidade.

Segundo Luiza Franco, analista Sênior de Processos ASG da Rede Lius, a gestão de resíduos é um

dos pilares fundamentais da estratégia de sustentabilidade. O projeto começou com um diagnóstico detalhado de todas as unidades, permitindo a criação de um plano de ação personalizado para cada escola, levando em consideração particularidades.

Um dos maiores desafios, segundo Luiza, tem sido mudar a mentalidade das pessoas em relação ao papel de cada indivíduo na gestão dos resíduos. “A primeira dificuldade é ter a consciência de que o seu ato individual, ele reflete na comunhão do todo, e a gestão (...) lidar com o seu próprio resíduo é algo que culturalmente as pessoas distanciaram no seu ato (...)”, explica. “Então, a primeira dificuldade é a compreensão da importância do indivíduo, e o segundo ponto é saber que a gestão de resíduos é um processo contínuo de transformação, é uma caminhada, é uma jornada.”

A Ecologia Integral na prática

A rede já colhe resultados desse trabalho contínuo, segundo Luiza, como a “a medição mensal do volume de resíduos orgânicos que vai para compostagem, os recicláveis vão para associações de catadores, além dos resíduos especiais, como lâmpadas, pilhas e baterias. É uma garantia da rastreabilidade, ou seja, de saber que esse resíduo que sai da escola vai ter um tratamento adequado para no futuro alcançar o aterro zero (...) Contribuir para a sociedade fora dos portões da escola, no impacto socioambiental dos aterros sanitários”, destaca Luiza.

Além disso, o projeto da Rede Lius não se restringe ao âmbito operacional. Ele também envolve alunos e professores, de maneira que cada ação em sala de aula se torna um ponto de partida para mudanças fora da escola. “Os estudantes se engajam à medida que veem seus educadores envolvidos, e isso reflete diretamente em suas famílias e comunidades. Quando o professor acredita na transformação, ele se torna um multiplicador dessas ideias”, ressalta Aleluia Heringer.

Um dos instrumentos mais valiosos implementados pela Rede Lius Agostinianos para promover a sustentabilidade é o Guia de Boas Práticas, que serve como referência para a adoção de ações ecológicas em todas as unidades escolares. “O guia foi desenvolvido coletivamente, envolvendo equipes

pedagógicas e administrativas, e funciona como um manual de consulta que materializa a cultura ecológica da unidade escolar”, explica Luiza Franco.

A metodologia é replicável, visto que cada escola pode adaptar o guia às próprias particularidades. Dessa maneira, é possível garantir que as boas práticas sejam incorporadas de forma eficaz e consistente, promovendo um ambiente mais sustentável e engajado a longo prazo.

Rede Marista: de robótica a “Segunda sem Carne” — como a sustentabilidade faz parte do cotidiano das escolas

Segundo Leia Raquel de Almeida, gerente Socioeducacional do Marista Brasil, a rede de educação básica, com unidades distribuídas por todo o território nacional, desenvolve uma série de projetos voltados para a sustentabilidade nas práticas cotidianas.

Um dos destaques foi o Marista Escola Social Ecológica, em Curitiba, que opera como uma referência nacional em práticas sustentáveis. Leia Raquel ressaltou que a escola, criada em 1989, “é um modelo de educação inovadora, sustentável e regenerativa, que transforma o território em que está inserida”.

Projetos, como o “Disperdiçômetro”, “Jardins de Mel” e “Reflorestar”, refletem esse compromisso com a sustentabilidade. Além disso, a instituição conseguiu implementar a automatização de hortas e a implantação de compostagem, as quais têm um impacto direto na redução de desperdício e na educação alimentar.

Outro projeto é o “Brilhe sem descuidar: protetor solar para uma pele saudável e um mundo sustentável”, do Colégio Marista Pio X, em João Pessoa. Com base no ODS 14, os alunos estudaram a relação entre poluição plástica, proteção solar e conservação dos oceanos. Utilizando luz negra, testaram ingredientes, como pasta d’água e óleo de coco, para criar um protetor natural eficiente. O projeto incentivou discussões sobre a conservação dos oceanos, envolvendo o público em oficinas bilíngues que uniram ciência e sustentabilidade.

Resultados no dia a dia das escolas

Leia também apontou resultados concretos dos projetos, como a conquista do Selo Escolas pelo Clima em 2024 pela Escola Social Ecológica, o que valida o impacto das ações implementadas. O projeto “Inovação Sustentável: celebrando Santos Dumont com robótica e criatividade” foi um exemplo de como a sustentabilidade pode ser integrada à tecnologia.

“O projeto alcançou resultados ao desenvolver habilidades técnicas e de sustentabilidade entre os alunos. Eles aplicaram conhecimentos de robótica e automação para criar réplicas de aviões e um aeroporto usando materiais recicláveis”, afirma.

Outro destaque foi o II Congresso Marista de Educação e Sustentabilidade, que envolveu os alunos do Ensino Médio em discussões sobre desastres ambientais e conservação de ecossistemas. “O projeto culminou em apresentações e mesas-redondas, onde os alunos discutiram temas, como desastres ambientais e conservação de ecossistemas, ao lado de convidados especialistas, fortalecendo uma educação alinhada ao desenvolvimento sustentável e ao diálogo com a comunidade acadêmica”, destacou.

Embora os resultados sejam animadores, Leia destacou desafios enfrentados durante a implementação das iniciativas, como o custo elevado de projetos – a instalação de painéis solares e de sistemas de captação de água da chuva. Além disso, ela mencionou a resistência inicial de alguns colaboradores em adotar práticas, como a separação do lixo e a campanha “Segunda sem Carne”. Segundo ela, por meio do diálogo e da formação, a rede está conseguindo superar essas barreiras e fortalecer a adesão às práticas sustentáveis.

Leia enfatizou o papel central dos estudantes no sucesso das iniciativas. Projetos como o “Sustentabilidade em Blocos”, que utiliza o Minecraft para criar soluções sustentáveis adaptadas ao contexto angolano, demonstram como a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para o aprendizado ambiental. “Esse engajamento se refletiu na dedicação dos alunos em construir modelos detalhados e fun-

cionais, e no orgulho em apresentar seus trabalhos para a comunidade escolar”, comentou.

Inspiração para outras redes de ensino

Sobre a replicabilidade das iniciativas, Leia acredita que muitos dos projetos podem ser adaptados a outras redes de ensino. “As iniciativas da escola social podem ser replicadas desde que sejam consideradas a estrutura física e o contexto das escolas”, sugeriu.

Segundo a gerente da Rede Marista, tanto o projeto “Inovação Sustentável: Celebrando Santos Dumont com Robótica e Criatividade”, quanto o “Sustentabilidade em Blocos: Soluções Sustentáveis para Angola com Minecraft”, podem ser replicados, devido à combinação de ferramentas acessíveis, como o Minecraft Education e o Tinkercad, com materiais reciclados para construção física.

“A metodologia pode ser adaptada para diferentes realidades, e a criação de soluções sustentáveis por meio da tecnologia pode ser aplicada em diversos contextos culturais, promovendo o aprendizado interdisciplinar e a consciência ambiental dos estudantes”, afirma.

Utilizando materiais acessíveis e técnicas de teste relativamente simples, como o uso de luz negra, outras escolas podem facilmente adaptar o projeto “Brilhe sem Descuidar” para incentivar a conscientização ambiental e a saúde dos alunos. “Além disso, a estrutura do projeto permite que seja ajustado para temas de ciências e cidadania, reforçando o ensino de práticas sustentáveis e empreendedoras em diversos contextos escolares.”

Por fim, ela destaca o “II Congresso Marista de Educação e Sustentabilidade”, pois, sua metodologia ativa, como a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), pode ser implementada em qualquer contexto em que haja o desejo de promover a sustentabilidade e o engajamento crítico dos estudantes. “A integração de temas locais e a inclusão de especialistas da comunidade também são aspectos replicáveis, que potencializam o impacto educativo e social”, conclui.

Mulheres na Tecnologia

Projeto de extensão aproxima meninas do universo digital, computacional e tecnológico

Amanda Freitas, estudante do 3º ano do Ensino Médio, participa do projeto Elas ++

“Esperamos que as ações do Projeto Elas++ possam colaborar com a representatividade das mulheres na Computação, buscar a equidade de gênero, tanto na academia quanto no mercado de trabalho, e obter maior reconhecimento de todos”, professora Luciana Mara Freitas/Os professores Felipe Domingos e Luciana Freitas afirmam que é importante fomentar a discussão de gênero na área de TI

O que você se vê fazendo no futuro próximo? Para Amanda Freitas, a resposta é rápida: participar do desenvolvimento de um jogo. Ela está no 3° ano do Ensino Médio de uma escola pública em Belo Horizonte e participa, desde o início do ano, do Projeto Elas++ (elas mais mais), atividade de extensão do Curso de Ciência da Computação do campus Lourdes. “Resolvi participar do projeto porque faz muito tempo que penso em entrar na área de Ciência da Computação. Queria saber mais sobre a carreira, se realmente é o que quero”, conta Amanda.

O principal objetivo do Elas++ é atrair e aproximar as pessoas do sexo feminino-jovens – adolescentes e mulheres – para o universo digital, compu-

“A gente quer mostrar para as meninas que a área de TI tem muita coisa pra fazer, tem muito espaço no mercado de trabalho, inclusive no exterior”, Gabriela Muniz

tacional e tecnológico. “A gente quer mostrar para as meninas que a área de TI tem muita coisa para fazer, tem muito espaço no mercado de trabalho, inclusive no exterior – por isso, fui para essa área –, um espaço gigantesco para crescimento e que é uma área muito divertida”, explica a extensionista do projeto, Gabriela Muniz, aluna do 2º período de Ciência da Computação no campus Lourdes.

Ela conta que um dos grandes desafios refere-se ao fato de as mulheres não se enxergarem nessa área. Quebrar esse paradigma é justamente a proposta do projeto: mostrar para as meninas que a área de tecnologia é algo muito maior e com muitas possibilidades para todos e todas. “O projeto

visa promover ações constantes, por meio de oficinas regulares sobre fundamentos da Computação direcionadas a alunas do Ensino Médio, e também ações voltadas para estudantes de cursos superiores, como palestras e workshops com temas voltados para a tecnologia”, explica a professora Luciana Mara Freitas Diniz, coordenadora do Projeto Elas ++, iniciativa parceira do programa Meninas Digitais, da Sociedade Brasileira de Computação (SBC).

A história da Amanda não é tão comum. “Muitas meninas gostam de jogos, mas nunca pensaram que poderiam desenvolver um”, conta a profa. dra. Mirella Moro, uma das coordenadoras do programa Meninas Digitais da SBC. Assim como o Elas++, o Meninas Digitais conta, atualmente, com quase 90 projetos parceiros ativos em todas as regiões do Brasil. “Levamos as informações para as meninas sobre a área de computação, sobre as possibilidades do mercado de trabalho, sobre os valores dos salários, que existe um mercado de jogos no Brasil e não é preciso ir para o exterior se não quiser”, explica. “Praticamente em todos os projetos do Meninas Digitais temos exemplos de meninas que vieram para a área de Tecnologia porque tiveram acesso às informações”, conta.

Amanda acredita que as meninas precisam perder o medo da área de computação. “É algo muito legal e pode mudar a vida delas. E muito interessante de se aprender. Programação é a base de tudo. Você pode fazer muitas coisas com isso”, fala. A motivação para se criar o Projeto Elas++ foi a baixa expressividade do público feminino nas áreas de Exatas e, mais especificamente, na área de Tecnologia da Informação, a exemplo do número restrito de jovens mulheres ingressantes em cursos superiores de Computação. “O cenário se mantém praticamente o mesmo desde quando ingressei na faculdade e em 12 anos de docência em diferentes instituições de ensino superior, onde pude perceber tal constância”, conta a professora Luciana.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número de mulheres trabalhando com tecnologia aumentou 60% nos últimos cinco anos. No entanto, quando se analisa os números gerais, as mulheres ocupam apenas 12,3% dos cargos de tecnologia. “A indústria está vendo a

importância de ter mais mulheres, porque o perfil da mulher em Computação é diferente do homem: têm mais atenção aos detalhes, querem fazer funcionar com uma interface bacana, querem que tenha uma contribuição social. As empresas estão percebendo essa diferença. Por isso, estão buscando mulheres que fazem Computação”, explica a professora Mirella, que conta que, recorrentemente, recebe ofertas de vagas voltadas para as mulheres nas empresas.

De acordo com a professora Luciana, outro objetivo do projeto Elas++ é colaborar para evitar, ou pelo menos mitigar, a evasão de alunas recém-chegadas ao Curso de Ciência da Computação. Para o prof. dr. Felipe Domingos da Cunha, chefe do Departamento de Ciência da Computação da PUC Minas, por ser uma área predominantemente masculina, há muitos preconceitos e o Projeto Elas++ é importante para fomentar essa discussão de gênero na área, conscientizando, também, os homens. “Essas discussões são pontos importantes no curso porque temos mulheres muito importantes na área de Computação ao longo da história, seja no Brasil ou no exterior.

Reconhecer a importância das mulheres já é um primeiro passo. É preciso criar um ambiente heterogêneo e diverso, para que elas possam contribuir com suas habilidades femininas para o curso, para o departamento, para o mercado”, explica.

A professora Mirella destaca a importância de projetos, como o Elas++, pois despertam no corpo docente um olhar especial para as questões de gênero na tecnologia.

“Com esses projetos, acabamos afetando todo o corpo docente. Professoras e professores começam a perceber a necessidade de fomentar a participação de mulheres e de apoiar as alunas. Elas saem do Ensino Médio, geralmente, com turmas equilibradas, para ingressarem em salas onde são a minoria”, conta. “Esse meio pode ser muito opressor e aí está a importância do acolhimento a essas estudantes”. De acordo com a professora, muitos meninos fazem o Ensino Médio técnico e iniciam a graduação com bons conhecimentos em programação, o que não é muito comum entre as meninas. E isso também con-

tribui para a desigualdade em sala de aula. “É muito importante que as meninas tenham esse acolhimento durante a graduação, e muito apoio depois, para fazerem especialização, mestrado, doutorado”.

O professor Felipe Cunha ressalta a importância do projeto Elas++, pois é uma forma de proporcionar às meninas do Ensino Médio contato com a área da Computação, mesmo não estando em um curso superior. “Muitos não sabem o que é ser um cientista da computação e quais são as áreas de atuação. As meninas passam a ter um entendimento do que é estudar tecnologia e quais são as perspectivas dessa profissão. O Elas++ foca nessas minorias tentando clarear um pouco mais essas perspectivas e mostrar o quanto o cenário é carente da presença de mulheres e quanto pode ser valoroso”, explica. “Esperamos que as ações do Projeto Elas++ possam colaborar com a representatividade das mulheres na Computação, buscar a equidade de gênero, tanto na academia quanto no mercado de trabalho, e obter maior reconhecimento de todos”, conta a professora Luciana.

Gabriela espera “ajudar ainda mais meninas a verem que a área de Tecnologia é incrível. Não é fácil, mas a gente é muito resiliente e criativa. Todas nós que participamos do Programa, em todas as regiões e projetos, temos o mesmo grau de resiliência, de força, de criatividade, de vontade, de saber que é importante dedicar horas do seu trabalho para essa causa, porque acreditamos nisso”, conclui a professora Mirella.

Saiba mais: Meninas que optam por cursos na área de Tecnologia enfrentam preconceitos e a luta contra a baixa autoestima. O Elas++ tem a missão de fomentar debates e empoderar as estudantes, reduzindo a evasão e proporcionando um ambiente inclusivo e acolhedor para as futuras profissionais. Escolas interessadas em participar das atividades podem fazer contato pelo elasmaismais@pucminas. br ou @elasmaismais.

VIII CONGRESSO INTERNACIONAL DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO - CICC

“Fronteiras da inovação: conectando ciência, tecnologia e sociedade”

Superando as expectativas, os Institutos Superiores de Ensino do Censa – ISECENSA, Faculdade Salesiana de Campos dos Goytacazes, realizou, com enorme sucesso, a oitava edição do CICC, no período de 16 a 19 de setembro. O evento, que ocorre a cada 3 anos, apresentou, em 2024, números grandiosos, não só na programação, direcionada às áreas de atuação dos 11 cursos oferecidos pela instituição, mas, também, pelo enorme público, que contabilizou 2.977 participantes – 521 externos – e 135 palestrantes. As 146 atividades variaram entre palestras nacionais e internacionais, visitas técnicas, oficinas e mesas-redondas, além de apresentações orais (45), banners (136), submissão de trabalhos (181) e eventos culturais com shows, lançamento de livros, podcast, stands, exposição de arte e espaço de convivência com música e food trucks.

O primeiro dia do Congresso, que também sediou o IX Seminário de Pesquisa & Desenvolvimento e a II Mostra de Extensão do ISECENSA, foi marcado por uma verdadeira celebração da pesquisa e do conhecimento científico. Além dos trabalhos dos

alunos da casa, a participação externa promoveu uma integração acadêmica significativa. A presença de 50 avaliadores externos, que trouxeram suas contribuições e expertises, ampliou as perspectivas e fortaleceu o diálogo interdisciplinar, agregando valor à troca de ideias. A programação internacional da noite ficou por conta da convidada Ir. Sarah Bawagan Garcia, diretora e principal representante do Escritório de Direitos Humanos do Instituto Internacional Maria Auxiliadora (IIMA), em Genebra, que abordou brilhantemente o tema “Direitos Humanos na perspectiva da Organização das Nações Unidas - ONU”.

A abertura oficial, na terça-feira, lotou o ginásio de esportes, para ouvir os palestrantes Flávio Canto, medalhista olímpico e fundador do Instituto Reação, e o futurista Gui Rangel, estrategista com foco em projetos de tendências emergentes. Dando um toque especial, o violino de Marina Andrade e a voz de Luciana Ribeiro e Gui Valença fecharam a noite, com um belo show.

Foram quatro dias de intensa imersão no conhecimento e na valorização do saber, num espaço de debate e networking que colocou o ISECENSA no patamar daqueles que acreditam na excelência acadêmica e veem na Educação o caminho para grandes transformações da sociedade.

DEPOIMENTOS

“O CICC, mais uma vez, oportunizou à sociedade a disseminação e a partilha do conhecimento de forma atual, científica, em profundidade e, ao mesmo tempo, agradável e atraente.”

“O VIII CICC foi uma experiência maravilhosa e rica de conhecimentos, abordagens e inovações do contexto contemporâneo, que ampliaram nossa visão para enfrentar os desafios globais do presente e nos capacitar para o futuro.”

“Temos orgulho de ser um farol de conhecimento e inovação. Acreditamos que a Educação e a pesquisa científica são pilares fundamentais para o desenvolvimento pessoal e coletivo e nos entregamos a esse objetivo. Somos inconformados com a estagnação. O conhecimento é movimento, é contexto das necessidades e mudanças do mundo!”

“A qualidade dos trabalhos apresentados e a expressiva participação da comunidade acadêmica destacam a importância do CICC como um espaço essencial para troca de conhecimento, desenvolvimento científico e incentivo à pesquisa.”

Carolina Magalhães, coordenadora do CPPGE

Ir. Rosa Idália Pesca, diretora geral
Beth Landim, vice-diretora do ISECENSA
Ir. Adair Aparecida. Sberga, diretora do ISECENSA

V Congresso Nacional de Ciência e Educação (CONCED) da UniCatólica do RN: Educação para Arte de Humanizar e Reinventar o Tempo

Métrica adotada pela instituição é semelhante à utilizada para medir satisfação de clientes na área de serviços e está sendo implementada da Educação Básica à Superior

Conhecimentos, gestos poéticos, aprendizagens, sensibilidades estéticas e humanidades anunciaram a toada do V Congresso Nacional de Ciência e Educação (CONCED) da UniCatólica do Rio Grande do Norte. Alicerçado em valores éticos e princípios de uma formação humanizadora, o V CONCED, realizado no período de 16 a 20 de setembro, trouxe para o centro do debate o tema Educação para Arte de Humanizar e Reinventar o Tempo.

Momento de imersão, uma travessia formativa ao sabor de conhecimentos e autores que ajudaram a pensar sobre o “Tempo”, categoria tão importante para a humanidade. Refletir a respeito da temá-

tica remete a tecer considerações sobre o seu significado em relação à compreensão da pluralidade de significações culturais que formam a concepção de tempo, seu impacto no solo temporal da existência humana e na forma como se tem vivido. Que é, pois, o tempo? Qual dimensão do tempo Chronos ou Kairós estamos consentindo à vivência em nosso cotidiano? Como viver a relação com o tempo nos dias atuais? Questões basilares do homem e do seu tempo, norteadoras das discussões, nesse importante Congresso científico.

O Congresso Nacional de Ciência e Educação (CONCED) estabelece-se, a cada ano, como um

evento de grande relevância da vida acadêmica institucional. Firma-se como um ponto de convergência para profissionais, estudantes e pesquisadores, de forma a proporcionar um espaço significativo para o aprimoramento crítico e científico, ao promover uma interlocução entre os mais diversos saberes produzidos na sociedade, dando visibilidade à sua produção ao mesmo tempo que potencializa um contexto de debate sobre cenários e desafios da contemporaneidade.

Com uma proposta inovadora e inclusiva, o V CONCED proporcionou aos participantes uma oportunidade de atualizar, difundir conhecimentos, estimular o pensamento crítico, científico e incentivar a ciência e a pesquisa. O evento, que contou com palestras, oficinas, mesas, painéis, minicursos, workshops práticos, apresentação de trabalhos, teve como destaque, na abertura dos trabalhos, a apresentação artístico/cultural: Um passeio no tempo. Um espetáculo fascinante, produzido pelo Coral Ângelus da UniCatólica do RN com participação especial do Diocecena, Grupo de Dança do Colégio Diocesano Santa Luzia e de artistas locais. Musical de densa qualidade sonora, criatividade e originalidade, provocou vultuosa emoção ao público presente.

Para o Magnífico Reitor da UniCatólica do RN,

Padre Charles Lamartine, conferencista da palestra inaugural do colóquio, o CONCED, ao disseminar a ciência, o fortalecimento da cultura e das artes, reafirma o importante papel desta instituição de ensino, que, desde que nasceu, legitima o compromisso de promover a humanização e formação plena da pessoa com base nos valores humanos e cristãos. Caracteriza-se como um espaço acadêmico que possibilita uma formação humana e cristã, bem como a produção de conhecimentos técnico-científicos, que busca contribuir com a promoção do bem comum, pelo desenvolvimento das ciências, das letras e das artes, pela difusão e preservação da cultura e pelo domínio e cultivo do saber humano em suas diversas áreas.

O reitor ainda destacou a honra e alegria em discutir o tema geral do Congresso. Segundo Pe. Charles, nas paragens provisórias da poética da vida e dos encontros, ao trazer a reflexão sobre o sentido do tempo e suas relações com a mitologia grega, a religião, a filosofia, a linguagem, a arte e o ser do homem, lançou o convite de sermos sensíveis ao tempo como presença/encontro/inteireza. Espaço defendido pelo Cardeal José Tolentino: “para ver, sentir, para ter compaixão, para fazer um pedaço de caminho em conjunto”. Hábito vital para aproximar os corações, estreitar laços, construir pontes e plantar a esperança.

Educação Infantil no Colégio Damas: formação integral e humanizada para um futuro consciente

Com foco na formação integral, humanizada e cristã, o Colégio Damas promove uma Educação Infantil que desenvolve as habilidades cognitivas, socioemocionais e espirituais das crianças, preparando-as para serem protagonistas do próprio aprendizado

A Educação Infantil é uma etapa decisiva no desenvolvimento de qualquer criança, sendo considerada a base para toda a educação. É durante essa fase que as crianças começam a desenvolver as primeiras habilidades cognitivas, emocionais, sociais e motoras, que serão essenciais ao longo de toda a trajetória de vida. Além de estimular a curiosidade e o desejo de aprender, as instituições devem promover a formação integral, preparando os pequenos para interagir com o mundo de forma mais autônoma e crítica.

Nesse contexto, as instituições católicas de ensino são responsáveis por criar um ambiente acolhedor e estimulante — de maneira que as crianças se desenvolvam em todos os aspectos da vida. Com uma abordagem estruturada e intencional, essa etapa oferece as ferramentas necessárias para que o desenvolvimento das capacidades individuais seja respeitado e potencializado, garantindo, assim, um suporte para os desafios futuros.

O Colégio Damas, por exemplo, se destaca pela abordagem diferenciada, que combina tradição com inovação pedagógica, criando um ambiente fértil para os pequenos estudantes. A Ir. Alcilene Fernandes, diretora-geral do Colégio Damas em

Recife (PE), destaca que a escola valoriza o “desenvolvimento integral das crianças, abrangendo aspectos espirituais, cognitivos, emocionais, sociais e motores”.

Os impactos da fé e do acolhimento no fazer pedagógico

A proposta educativa do Colégio Damas, na Educação Infantil, é marcada pela formação humanística e cristã, conforme explica a Ir. Alcilene. “Os fundamentos da fé e a promoção da espiritualidade são partes inegociáveis do nosso fazer pedagógico.” Essas diretrizes se manifestam de forma prática no cotidiano escolar, por meio de vivências litúrgicas e encontros de evangelização promovidos pela Pastoral da escola.

Outro diferencial é a forte parceria da instituição de ensino com os familiares, uma relação indispensável para o acompanhamento e desenvolvimento das crianças. “A comunicação e a conexão entre escola e família promovem um acompanhamento próximo e colaborativo do desenvolvimento das crianças”, ressalta a diretora. Além disso, o ambiente afetivo e acolhedor criado pela escola permite que as crianças se sintam seguras e confortáveis.

A criança no centro do processo de aprendizagem

O Colégio Damas trabalha com projetos pedagógicos que visam a criação de experiências concretas e planejadas com intencionalidade. “Buscamos proporcionar uma relação afetiva e construtiva, cuidando para que esses aspectos cresçam junto à inteligência de nossos estudantes”, afirma a Ir. Alcilene. Nesse contexto, as crianças são vistas como agentes ativos no processo de aprendizagem, o que lhes permite explorar, refletir e enfrentar desafios, com o apoio e direcionamento dos educadores.

As metodologias ativas são um dos pilares da abordagem inovadora do Colégio. Segundo a diretora, as crianças são incentivadas a resolver problemas, debater e experimentar. “Permitimos que as crianças aprendam para além dos preceitos curriculares, dando sentido de forma criativa à aprendizagem”, acrescenta. A utilização de práticas lúdicas, como jogos e atividades sensoriais, também é aplicada para respeitar o ritmo e as necessidades individuais dos estudantes.

Os resultados obtidos pelo Colégio Damas com a abordagem educativa são notáveis, tanto no desenvolvimento acadêmico quanto no socioemocional. “Percebemos o desenvolvimento integral das crianças desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, demonstrando um crescimento harmonioso em diversas dimensões”, destaca a Ir. Alcilene. Além dos resultados pedagógicos, há, também, o fortalecimento de aspectos, como consciência ética, moral e espiritual, os quais são trabalhados de forma contínua e integrada ao currículo.

Indo contra a corrente em busca da formação integral do ser humano

No cenário atual da Educação Infantil, muitos desafios surgem, principalmente em relação ao excesso de exposição à tecnologia e à negligência de aspectos lúdicos e motores no desenvolvimento das crianças. A Ir. Alcilene alerta para o fato de que muitas famílias “não priorizam a formação humana e cristã do indivíduo, o que dificulta a tarefa educativa”. Além disso, o uso descontrolado de dispositivos digitais, sem a devida mediação, é uma preocupa-

ção crescente.

Para enfrentar esses desafios, o Colégio Damas tem adotado medidas que promovem o uso pedagógico da tecnologia, ao mesmo tempo que valoriza a educação emocional. “A instituição tem priorizado a educação emocional, implementando programas que incentivam a empatia, a autorregulação e o respeito às emoções dos outros”, explica a diretora.

Outro desafio para o Colégio Damas é a inclusão. São realizados investimentos em capacitação contínua dos educadores para garantir que todas as crianças tenham uma educação de qualidade e adaptada às próprias especificidades. Para garantir que a inclusão das crianças atípicas seja efetiva, a instituição se preocupa em “criar um ambiente que favoreça a interação e o aprendizado”, enfatiza.

Boas práticas para a comunidade católica

Quando questionada sobre quais práticas poderiam ser replicadas, a diretora citou: a aprendizagem baseada em projetos; a educação socioemocional; a formação continuada de educadores, oferecendo cursos e espaços para troca de experiências, para que os docentes estejam sempre atualizados; e a educação inclusiva, por meio de práticas que reconhecem a individualidade e especificidade dos estudantes em sua pluralidade cultural – “promovendo a aceitação e o respeito às diferenças, criando um ambiente acolhedor para todos”.

Por fim, a diretora cita, ainda, a importância da parceria com as famílias. “Entendendo que o engajamento das famílias é fundamental para o sucesso educacional, o Colégio tem trabalhado para estreitar a comunicação e a parceria com as famílias, promovendo eventos e reuniões que fortalecem essa relação e garantem um suporte consistente ao aprendizado das crianças”, conclui.

“Viver a educação sob a ótica da fé, utilizando uma linguagem acessível, penetrante e profunda para transmitir a mensagem evangélica de Jesus Cristo”, Ir. Alcilene Fernandes, diretora-geral do Colégio Damas.

Mostra de Vídeo e Concurso de Fotografia promovem criatividade e reflexão social por meio

da produção dos alunos

O “Curta na ESFA” oferece aos alunos uma oportunidade de expressão por meio do audiovisual, tratando temas relevantes, como o da Campanha da Fraternidade

A Escola São Francisco de Assis (ESFA), situada nos municípios de Santa Teresa e Ibiraçu, no Espírito Santo, reafirma o compromisso com a formação integral dos seus estudantes, por meio de iniciativas culturais e educacionais, como a Mostra de Vídeo e o Concurso de Fotografia, ambos parte do projeto “Curta na ESFA”. Sob a coordenação da Pastoral Escolar, essas atividades envolvem os estudantes desde o 1º ano do Ensino Fundamental até o 9º ano, incentivando a produção audiovisual e fotográfica como forma de reflexão sobre temas sociais.

Segundo Marilson da Costa Simões, diretor pedagógico da unidade Ibiraçu-ES, a proposta central do projeto é promover o desenvolvimento dos estudantes para “atuarem na sociedade de forma qualificada e comprometida com os valores franciscanos”. Nesse sentido, a produção de vídeos e fotos surge

como uma ferramenta de expressão artística, permitindo que os estudantes abordem questões relevantes da Campanha da Fraternidade – temática que norteia as edições do evento.

Simões destaca que o projeto pedagógico vai além do âmbito acadêmico: “A atividade tem sido uma oportunidade de propiciar a participação dos estudantes na ampliação do debate de temas sociais, da importância de refletir sobre políticas de promoção, proteção, atendimento e defesa de direitos nas diversas áreas, tais como educação, saúde, esporte e meio ambiente, necessárias à construção de uma sociedade mais justa e fraterna”.

Estudantes mais engajados e a descoberta de talentos vocacionais

Ao longo das edições, o “Curta na ESFA” tem mostrado resultados relevantes, tanto em termos de criatividade, quanto na reflexão de temas referentes a questões sociais contemporâneas, alinhadas à missão franciscana da escola. Marilson Simões ressalta que o evento estimula o engajamento dos alunos nos temas da Campanha da Fraternidade e desperta nos jovens o interesse pela criação audiovisual.

Ele destaca que, a partir dessa vivência, “o estudante tem a possibilidade de desenvolver, de forma criativa, os vídeos e as fotografias, refletindo sobre o seu papel na sociedade, e reconhecer a importância de sua participação na construção de um mundo mais humano, justo e fraterno, denunciando as estruturas e situações causadoras de exclusão, injustiça e atentado à dignidade da pessoa humana”.

Criatividade que reverbera: o impacto na comunidade

Sobre os planos de expansão, o diretor é otimista: o projeto já foi aberto à participação de estudantes de outras escolas, tanto públicas quanto privadas, em edições anteriores. “O objetivo é que, nas próximas edições, possamos compartilhar esse projeto com a comunidade estudantil”, afirma Simões, destacando que o “Curta na ESFA” já está na 14ª edição e é um evento muito aguardado pelos estudantes.

A iniciativa da ESFA reflete o compromisso das instituições católicas em promover uma educação que vai além do conteúdo acadêmico. Por meio da criação audiovisual, os estudantes têm a chance de expressar as próprias visões sobre o mundo, desenvolvendo um olhar crítico e sensível sobre temas sociais que os cercam.

O estudante tem a possibilidade de desenvolver, de forma criativa, os vídeos e as fotografias, refletindo sobre o seu papel na sociedade...

Entre os resultados mais marcantes, Simões menciona a descoberta de talentos vocacionais e a reflexão sobre o caminho de formação profissional, proporcionada pela experiência de trabalhar com a linguagem audiovisual. Além disso, os estudantes ampliam as perspectivas sobre a defesa e garantia de direitos, entendendo a importância de atuar em prol de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.

A participação dos estudantes no projeto é amplamente incentivada, por meio de atividades pedagógicas interdisciplinares, que incluem rodas de conversa, oficinas, palestras e debates sobre os temas abordados na Campanha da Fraternidade. O diretor explica que os professores têm um papel crucial nesse processo: “os alunos são sensibilizados pelos professores a partir de vivências pedagógicas”.

Como afirma Marilson Simões, “a produção audiovisual é uma das formas de contribuir positivamente para o bem da sociedade, pelo fato de os mecanismos tecnológicos estarem tão presentes em nossa cultura, especialmente na vida de nossos jovens”.

Alinhada aos valores franciscanos de justiça, fraternidade e respeito à dignidade humana, o “Curta na ESFA” é uma prática a ser observada por toda a comunidade educacional, devido ao papel na formação integral dos estudantes e, consequentemente, de cidadãos mais conscientes e comprometidos com o bem comum.

“O principal compromisso de uma instituição de ensino deve ser o de contribuir para uma sociedade melhor”, Marilson da Costa Simões, diretor pedagógico da Escola São Francisco de Assis, Ibiraçu-ES

Há mais de 60 anos, ocorre, no Brasil, a Campanha da Fraternidade, planejada e gerida pela Comissão de Campanhas da CNBB para atender a realidades sociais distintas. Para 2025, foram eleitos o tema Ecologia Integral e o lema “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

O conceito de Ecologia Integral nos faz entender que tudo está interligado. Todos os seres vivos, toda a matéria, tudo o que há e tudo que ainda há de vir. Tudo está interligado!

“Nunca é demais insistir que tudo está interligado. O tempo e o espaço não são independentes entre si; nem os próprios átomos ou as partículas subatômicas se podem considerar separadamente. Assim como os vários componentes do planeta –físicos, químicos e biológicos – estão relacionados entre si, assim também as espécies vivas formam uma trama que nunca acabaremos de individuar e compreender. Boa parte da nossa informação genética é partilhada com muitos seres vivos. Por isso, os conhecimentos fragmentários e isolados podem tornar-se uma forma de ignorância, quando resistem a integrar-se numa visão mais ampla da realidade” (LS 138).

Fechar os olhos, os ouvidos e a boca, desconsiderando os impactos ambientais que temos sofrido,

simboliza uma postura antiética de quem ainda não entendeu, ou até, lamentavelmente, não aprendeu que participamos do poder criador de Deus (Gn 1,28). “A criação geme como que em dores de parto” (Rm 8,22). É preciso escutar os gritos da natureza. Tudo está interligado, afirma o Santo Padre (LS 117). Como colaboradores do próprio Deus, se faz necessário investir, celebrar e realizar uma autêntica comunhão entre a educação, a ciência, os avanços tecnológicos e a fé.

O compromisso cristão com a Ecologia Integral está além da transmissão de um conhecimento a ser adquirido e ensinado. Esse compromisso é uma provocação a uma verdadeira conversão integral, ou seja, uma autêntica mudança de vida em todos os seus aspectos. Essa mudança não é uma tarefa fácil, mas é simples. Como educadores, podemos contribuir, de forma efetiva, para alcançar esse amadurecimento, favorecendo uma aliança honesta, um pacto educativo com as famílias, a fé e a sociedade. (Pacto Educativo Global: Vedemecum,

2019, p.16). Tudo está interligado (LS 92), tudo está verdadeiramente conectado, integrado.

Inspirada no texto-base, no manual e nas vias-sacras propostos pela Comissão de Campanhas da CNBB, a FTD Educação também oferece apoio para as escolas parceiras na missão educacional. Para isso, oferecemos um curso EaD completo, com propostas de projetos interdisciplinares; literaturas e projetos literários específicos para o Ensino Fundamental, com os autores Telma Guimarães e Ricardo Mariz. Acesse: https://youtu.be/zTk5--YtT24d?siwhYNfPlt8kafBMJG. Ficou interessado?! Procure os consultores institucionais da FTD Educação.

Além dessas entregas para parceiros da FTD Educação na missão educativa, em parceria com o Portal Farol 1817, acesse https://portal.farol1817. com.br, do Grupo Marista, em que disponibilizamos, gratuitamente, o Guia Prático do Fundo Nacional de Solidariedade com orientações para elaboração e qualificação de projetos; cursos sobre Ecologia Integral; uso evangélico dos bens; entre catequeses, proteção das crianças, Pacto Educativo Global, literatura, teologia e muito mais.

Nossa missão é apoiar a sua! Agende uma visita com nossos consultores institucionais, para que possamos ampliar essa comunhão e tornar as propostas do Pacto Educativo Global uma realidade.

Todo mundo quer a felicidade dos filhos, mas é preciso deixá-los se frustrar, diz CEO do LIV

“Eu só quero que meu filho seja feliz”. Quantas vezes você já disse ou escutou essa frase? Muitas, não é mesmo? Mas, em algum momento, parou para refletir se a busca incessante pela felicidade pode trazer algum prejuízo para a saúde mental?

Essa provocação tem sido feita por Caio Lo Bianco, fundador e CEO do programa socioemocional LIV- Laboratório Inteligência de Vida, em suas palestras por escolas de todo o Brasil. Em sua fala, ele defende que a ideia de felicidade que impera, que

busca a maximização do prazer, é simplista, pois não leva em consideração algum nível de sofrimento, inevitável na vida de todos.

“Foi criada uma falsa ideia de que é possível se escolher entre felicidade e sofrimento e que o indivíduo tem a responsabilidade por seu destino. É uma mentalidade individualista, na qual a culpa pela inadequação, pelo fracasso social, é da pessoa, pois, se ela quiser, pode superar as dificuldades. Isso gera muita frustração em quem não consegue”.

Escolas e famílias precisam de nova abordagem

Caio defende que a sociedade, as escolas e famílias tenham uma nova abordagem, mais dialética, que enxergue que a felicidade não é o oposto de sofrimento.

“Precisamos resgatar isso nas escolas, não podemos tratar as crianças ignorando o mal-estar de viver. Nossas crianças crescem numa bolha de proteção. E na adolescência percebem que a vida não é um conto de fadas, que não são as mais legais ou bonitas, as mais inteligentes. Não há um modo de mostrar mais cedo como o mundo é? A gente não discute derrotas e perdas e esquece a importância do não, da frustração”.

Todo mundo quer a felicidade dos filhos, mas é preciso deixá-los se frustrar, diz o CEO do programa socioemocional que está presente em mais de 700 escolas no país.

Caio Lo Bianco também diz que os pais precisam mostrar suas fragilidades, suas derrotas para evitar que os filhos acreditem que eles são perfeitos. Essa idealização, argumenta, pode levar crianças e adolescentes a pensar que precisam seguir o mesmo padrão para serem amados.

Medicalização: é preciso tanto diagnóstico?

Caio também defende que, ao esquecermos que a infelicidade também faz parte da vida, passamos a tratá-la, muitas vezes, como transtorno mental, levando a uma medicalização excessiva de adultos, crianças e adolescentes. Hoje em dia, ele afirma, citando a psiquiatra americana Anna Lembke, nos esforçamos para eliminar qualquer tipo de dor ou incômodo. Essa obsessão pela ausência completa

de dor, nos leva a extremos, como ao consumo, nos Estados Unidos, de remédios psiquiátricos diários para uma a cada 20 crianças.

Sem ignorar a extrema importância dos medicamentos em muitos casos, Caio defende que existe um custo ao medicar todo tipo de sofrimento humano. E esse custo está cada vez mais alto. Cada vez mais usamos mais remédios para dor e cada vez mais pessoas morrem viciadas em remédios para dor.

Impacto das redes sociais precisa ser levado em conta

Especialista em suicídio de jovens, com mestrado sobre o tema pela Universidade de Columbia, em Nova York, Caio Lo Bianco também fala sobre o impacto do excesso de telas na saúde mental dos adolescentes. As redes sociais, onde a perfeição é exaltada e todo mundo parece estar sempre feliz, diz ele, descolam os adolescentes daquilo que é real, mas não é só isso.

“Elas oferecem sempre mais do mesmo por conta do algoritmo. Elas, em tese, seriam ótimas para se conhecer o outro, mas o que elas fazem, na verdade, é isolar, conhecer mais do mesmo. Além disso, oferecem a facilidade de se acabar com um relacionamento com um clique. É um fim sem ritos, sem luto, que não dá espaço nem tempo para lidar com o sofrimento”.

Em meio a estes desafios, ele defende que é preciso oferecer aos adolescentes espaços de escuta e fala, onde eles possam conversar sobre emoções e sentimentos, tanto dentro da família quanto da escola. “É preciso dar voz ao indivíduo que sofre. O suicídio é uma falha no campo da palavra. Precisamos recuperar a possibilidade que esse jovem possa falar do seu mal-estar”, finaliza.

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Caroline Lina Colaboradora FTD

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