Ano XV | n° 1 JANEIRO A JULHO/2024 ISSN 2238-3093

Ano XV | n° 1 JANEIRO A JULHO/2024 ISSN 2238-3093
IDENTIDADE CONFESSIONAL ENTREVISTA BOAS PRÁTICAS
PRESIDENTE DO CONSELHO
ACONTECEU NA ANEC O ANO SANTO DE 2025, O JUBILEU DA ESPERANÇA E A EDUCAÇÃO CATÓLICA
SUPERIOR DA ANEC COMPARTILHA PLANOS PARA O FUTURO DA EDUCAÇÃO CATÓLICA NO BRASIL
PROJETOS, REUNIÕES E FORMAÇÕES POTENCIALIZAM A IMPORTÂNCIA DA FILANTROPIA E A ATUAÇÃO EM PROL DA EDUCAÇÃO
PROJETOS E CONQUISTAS DAS INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS SÃO DESTAQUES NA EDUCAÇÃO
Há mais de 120 anos, as soluções educacionais da FTD Educação vão de mão em mão, conectando e fazendo a diferença na vida de mais de 16 milhões de estudantes, todos os anos, espalhados por todo o Brasil.
FTD Educação. Conectamos histórias. Construímos futuros.
O futuro da Educação já é realidade, vamos conhecê-lo juntos? ftd.com.br
• A prática da escuta ativa na realidade educacional
IDENTIDADE CONFESSIONAL , o jubileu da : livro da ANEC apresenta o impacto da missão evangelizadora das escolas católicas no
Impacto da Educação Católica na : estudo inédito
imunidade tributária, educação católica
: mudar para inovar Gestão de Bolsas de Estudo para fins de
EaD dispara 700% em uma década, mas
privadas do Brasil, 7 são católicas, diz levantamento realizado pelo Inep; confira os principais indicadores!
EDUCAÇÃO BÁSICA
• Como as políticas públicas são essenciais para a evolução da Educação Básica no Brasil
• Volta às aulas: precisamos falar de Inteligência Artificial com nossos filhos
PASTORAL
• A relevância da promoção do voluntariado pela pastoral universitária
• Pastoral dialógica: o caminho da educação católica no tempo das polarizações
• Em ano eleitoral, é hora de (re)encantar a política
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
• ANEC marca presença expressiva na Conferência Nacional da Educação que define PNE 2024-2034
• Comitê Misto sobre Inclusão da ANEC se reúne e define plano de ação 2024-2025
ENTREVISTA
• Pe. Sérgio compartilha suas visões, seus desafios e planos para o futuro da educação católica no Brasil.
CAPA
• Rede de solidariedade da educação católica: ANEC e instituições associadas se mobilizam para fazer a diferença para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
ACONTECEU NA ANEC
• ANEC realiza ações que marcam o Dia Internacional da Educação Católica
• Fórum Nacional de Educação Católica e Assembleia Geral: reflexões e debates pela educação nacional reúnem gestores de associadas de todo o Brasil
• Eleição e posse da nova Diretoria Nacional e do novo Conselho Superior da ANEC: conheça os novos membros
• Dia ANEC em todos os estados reforça a Educação Católica em todo o Brasil
• Campanha da Fraternidade 2024: ANEC incentiva atividades pedagógicas ligadas ao tema
• Fórum Nacional de Comunicação e Marketing da ANEC promove diálogo estratégico entre gestores da área
• Gestão em Foco: visitas técnicas proporcionam partilha de boas práticas e aprimoramento da gestão
• ANEC realiza audiências privadas com ministros do STF para discutir julgamento de ações envolvendo Instituições de Ensino Superior
• Reunião com Cardeal José Tolentino de Mendonça na PUC Campinas é promovida pela ANEC
• Formação continuada de gestores e educadores promovida pela ANEC é destaque no primeiro semestre
• Conselho Superior e Diretoria da ANEC realizam primeira série de reuniões da gestão que inicia este ano e vai até 2028
• ANEC se reúne com a presidente da Capes
• Em defesa da Educação, de obras sociais e dos hospitais filantrópicos, ANEC realiza reuniões acerca da Imunidade Tributária
• Unicap concede Doutor Honoris Causa ao Cardeal José Tolentino de Mendonça
BOAS PRÁTICAS
• FAFIRE se torna oficialmente UniFAFIRE com conceito máximo do MEC
• Faculdade Dehoniana, uma obra centenária: história e missão
• Grupo UBEC adota avaliação de satisfação do estudante para melhorar experiência de ensino
• Colégio Santa Maria Minas inaugura a 14ª Unidade Escolar
PARCEIROS
• A escola precisa judicializar os conflitos?
Estimado leitor da revista EducANEC,
É com grande honra e gratidão que assumo mais uma vez a Presidência da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) para a gestão 2024-2028. Este é um momento de importante reflexão e renovação de nosso compromisso com a educação católica.
Com alegria, também apresento a primeira edição de 2024 da revista EducANEC, que traz, como tema central, a rede de solidariedade na educação católica. Vivemos tempos desafiadores no primeiro semestre, sentindo a dor vivenciada pelo estado do Rio Grande do Sul, mas também vivemos grandes oportunidades para reafirmar nossa vocação de servir e educar. A solidariedade é a base sobre a qual construímos nossas ações e é o alicerce que sustenta a comunidade educativa católica. A partir desta rede, conseguimos superar dificuldades e também promover um ambiente de apoio mútuo, em que cada estudante, educador e instituição sente-se parte de uma grande família.
Durante os próximos quatro anos, a gestão da ANEC, que também será apresentada nesta publicação, continuará a trabalhar incansavelmente para fortalecer nossas associadas, promover boas práticas e desenvolver iniciativas que visam a excelência educativa.
Nesta edição, destacamos diversos artigos de nossas associadas, que compartilham experiências e projetos inovadores que podem servir de inspiração para toda a nossa rede e que reforçam nosso objetivo. Além disso, dedicamos um espaço significativo para relembrar tudo o que aconteceu na ANEC
no primeiro semestre, celebrando nossas conquistas em prol das associadas. Continuaremos a oferecer formações de alta qualidade e promover encontros sobre temas importantes, sempre com o intuito de capacitar nossos educadores e gestores. Nossa atuação em prol das associadas permanecerá intensa, buscando a união e a partilha de recursos e conhecimentos.
Nesta edição, também temos a honra de apresentar uma entrevista com o novo presidente do Conselho Superior da ANEC, Pe. Sérgio Mariucci, que trará sua visão e seus planos para contribuir, ainda mais, com a nossa missão educativa.
Agradeço a todos pelo apoio contínuo e pela dedicação à nossa causa comum. Que possamos, juntos, continuar a trilhar este caminho de fé, conhecimento e solidariedade, formando cidadãos comprometidos com um mundo mais justo e fraterno.
Com votos de estima,
Pe. João Batista Gomes de Lima Diretor-Presidente da ANEC
A Associação Nacional de Educação Católica do Brasil tem como finalidade atuar em favor de uma educação de excelência, promover uma educação cristã evangélico-libertadora, entendida como aquela que visa à formação integral da pessoa humana - sujeito e agente de construção de uma sociedade justa, fraterna solidária e pacífica segundo o Evangelho e o ensinamento social da Igreja.
CONSELHO SUPERIOR
Pe. Sérgio Eduardo Mariucci - Presidente
Ir. Adair Aparecida Sberga - Vice-Presidente
Ir. Maria Aparecida Matias de Oliveira - Secretária
Pe. Luís Henrique Eloy e Silva - Conselheiro
Dom João Justino de Medeiros Silva - Conselheiro
Maria Amalia Pie Abib Andery - Conselheira
Ir. Paulo Fossatti - Conselheiro
Ir. Patricia Silva de Vasconcelos - Conselheira
Pe. João Carlos Almeida - Conselheiro
Carmem Murara - Conselheira
Deivid Carvalho Lorenzo - Conselheiro
Ir. Rogério Renato Mateucci - Conselheiro
DIRETORIA NACIONAL
Pe. João Batista Gomes de Lima – Diretor-Presidente
Ir. Iraní Rupolo – Diretora 1ª Vice-Presidente
Pe. Charles Lamartine – 2° Vice-Presidente
Pe. Geraldo Adair Da Silva – Diretor 1° Secretário
Ir. Marisa Oliveira De Aquino – Diretora 2° Secretária
Ir. Marli Araújo da Silva – Diretora 1ª Tesoureira
Ir. Carolina Mureb Santos – Diretora 2ª Tesoureira
CONSELHO EDITORIAL
Pe. João Batista Gomes de Lima - Diretor-Presidente Guinartt Diniz - Secretário-Executivo
Fabiana Deflon - Gerente da Câmara de Mantenedoras
Gregory Rial - Gerente da Câmara de Ensino Superior
Roberta Guedes - Gerente da Câmara de Educação Básica
Anna Catarina Fonseca - Gerente de Comunicação e Marketing
ASSESSORIA PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
Comunicação Conectada
DIREÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Agência Kharis
BANCO DE IMAGENS
Freepik
REVISÃO DE TEXTOS
Raquel Cruz
A Revista EDUCANEC é uma publicação da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) .
As matérias publicadas nesta Revista representam a opinião de seus autores
O Ano Santo de 2025, o jubileu da esperança e a educação católica
Aguardado como um momento especial de oração, reflexão e busca de respostas à luz da fé católica, o Jubileu 2025 está sendo preparado com intensidade. Os trabalhos no Brasil seguem firmes porque, dentre outras ações, cerca de 250 mil peregrinos brasileiros devem ir para Roma, segundo projeção da Faculdade de Sociologia de Roma.
Com o tema Peregrinos da Esperança, o Ano Santo é bastante aguardado, já que será cumprido após o período habitual de 25 anos – o que faz dele um jubileu ordinário. Por causa disso, eventos, como o realizado no fim de janeiro de 2024, são tão importantes.
Na ocasião, mais de 280 pessoas, incluindo bispos, padres, diáconos, consagrados e consagradas, leigos e leigas, reuniram-se na Casa Dom Luciano, em Brasília, para participar de um evento de
dois dias, promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Dom Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização no Vaticano e coordenador do próximo Jubileu, foi um dos participantes do encontro, que, além de falar sobre os preparativos para a celebração, fez importantes e instigantes reflexões sobre o significado do período.
Além de ressaltar a importância de o evento permanecer fiel ao desejo do povo, Dom Rino afirmou que “o Jubileu precisa da participação de todas as pessoas, pois todos somos peregrinos da esperança”.
O significado de “esperança”
Apesar de os preparativos já terem começado, as atividades oficiais do Jubileu Ordinário 2025 iniciam em dezembro de 2024. De
acordo com a bula Spes non Confundit, no dia 24 de dezembro, será realizada a Abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro.
Com atividades durante todo o ano de 2025, o Ano Santo contará com o Jubileu dos Enfermos e o Mundo da Saúde (em abril), o Jubileu das Crianças (maio), o Jubileu dos Jovens (julho), o Jubileu dos Catequistas (setembro), o Jubileu dos Pobres (novembro) e mais. Ao todo, serão mais de 35 eventos durante o ano jubilar.
Na bula de convocação do Jubileu, o Papa explica porque escolheu o tema Peregrinos da Esperança. Segundo o pontífice, “todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã”. Porém, observa o papa, “esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapos-
tos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade”. Daí o tema do jubileu evocar justamente uma esperança reanimada em nossa grande peregrinação neste mundo.
Em entrevista à EducANEC, o padre Júlio César Evangelista Resende, assessor da Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação da CNBB, explica que a
temática do Jubileu 2025 é fundamental para vários aspectos das vidas pessoais dos fiéis. Ele cita que há uma relevância ainda maior quando o contexto é a educação, já que a formação humana é um importante pilar para os católicos.
“O ato de educar é primeiramente o gesto de acreditar no outro, de cultivar nas novas gerações o compromisso transformador em vista de um mundo melhor. Assim, educar é semear esperança. E o conceito de esperança do qual falamos no Jubileu de 2025 é
daquela esperança fundamentada na pessoa de Jesus Cristo, não apenas uma esperança momentânea, mas que dá o pleno significado da vida”.
O padre pontua, ainda, que a esperança, no sentido teológico, é como “um dom de Deus na vida da humanidade”.
O ano de 2025 será particularmente especial para a ANEC, já que ele marcará, também, o Jubileu de 80 anos da Associação Nacional de Educação Católica no Brasil.
A ANEC foi fundada em 1945, com o nome de Associação de Educação Católica do Brasil (AEC), que, depois, incorporou a Associação Brasileira de Escolas Superiores Católicas (ABESC) e a Associação Nacional de Mantenedoras de Escolas Católicas do Brasil (ANAMEC).
Atualmente, a ANEC é a representante oficial das principais instituições católicas de ensino do país. Conta com cerca de 1050 escolas e 81 instituições de Ensino Superior, além de 353 instituições mantenedoras, que atendem cerca de 1 milhão de estudantes no país e contam com mais de 200 mil educadores exercendo a missão de evangelizar por meio da educação.
Sobre o Jubileu de 80 anos da ANEC, Padre Júlio César comenta que todas as instituições escolares religiosas deverão promover reflexões, celebrações
e ações no sentido de vivenciar a intensidade deste tempo de oração, de partilha, de encontro e de caridade.
Dentre as ações no Brasil, a Comissão de Cultura e Educação da CNBB proporá iniciativas por meio de projetos pedagógicos e pastorais, além de celebrar a peregrinação de estudantes e professores a santuários diocesanos. Internacionalmente, em Roma, haverá o Jubileu do mundo educativo, entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro de 2025, que será uma oportunidade de retomar o que o Pacto Educativo Global tem possibilitado na realidade das escolas e comunidades, por meio dos 7 compromissos, segundo o padre.
“Caminhando juntos pela história pessoal e comunitária nos alegramos, nos frustramos e podemos nos apoiar mutuamente. A vida na escola é uma peregrinação, está em movimento, e caminhamos não sem direção, mas marcados por ideais claros. Este Jubileu poderá ser de grande valor na busca sempre necessária de reafirmar nossa identidade como escolas católicas”, finaliza o padre.
Como fermento na
massa: livro da ANEC
apresenta o impacto da missão evangelizadora
das escolas católicas no Brasil
Em maio, mês que marca o Dia Internacional da Educação Católica (9/5), a Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) celebrou a data especial com o lançamento do livro Como fermento na massa A obra, dedicada a apresentar o impacto das esco las católicas no Brasil, utiliza a metáfora do fermento para ilustrar como a educação católica multiplica e dissemina valores cristãos de maneira silenciosa e eficiente.
O fermento é um elemento químico fascinante, que, quando aquecido, infla a massa com gás carbônico, fazendo com que pães e bolos cresçam e possam alimentar mais pessoas. Jesus usou essa metáfora no Evangelho de Lucas, comparando o Reino de Deus ao fermento que uma mulher mistura na farinha até que toda a massa fique fermentada (Lc 13, 21). Assim, o valor do fermento está na força oculta de contagiar e fazer crescer.
O livro Como fermento na massa é um relato re-
mostrar como essas escolas atuam, para que estu dantes e famílias recebam a mensagem de Cristo e da Igreja.
Os relatos apresentados no livro abrangem o trabalho de 30 redes de educação católica ligadas a Congregações e Dioceses associadas à ANEC. Re presentam uma amostragem significativa das mais de 1.000 escolas de Educação Básica no Brasil. Cada relato é estruturado em quatro aspectos importan tes no contexto educacional católico.
Primeiramente, cada texto começa com uma apre sentação da história e da origem da Rede, eviden ciando a longa trajetória e o apostolado consolidado da educação católica no Brasil. Na seção “Currículo Evangelizador”, mostra-se como cada Rede incorpo
ra a própria identidade confessional e carismática no currículo escolar para anunciar o Evangelho de maneira sutil e cotidiana.
A seção “Vida Pastoral” detalha como cada Rede dinamiza a vida pastoral, apresentando diversas formas de evangelização adaptadas às realidades locais. Essas ações incluem evangelização de jovens, crianças, famílias e educadores, além de testemunhos litúrgicos e celebrativos. Por fim, na seção “Expandindo a Identidade”, o livro mostra como cada Rede promove o acolhimento e a inclusão da diversidade religiosa, desenvolvendo ações de voluntariado e de ecologia integral.
“O livro Como fermento na massa busca mostrar como as escolas católicas promovem o Reino de Deus, conduzindo estudantes, familiares e educadores por um caminho de fé seguro e criativo. O fermento das escolas católicas gera bondade e verdade na vida daqueles que se ligam a essas instituições”, afirma Pe. João Batista, presidente da ANEC.
Ao destacar o papel das escolas católicas como “verdadeiras comunidades eclesiais formadoras de discípulos-missionários”, o livro evidencia a contribuição significativa dessas instituições para fortalecer a Igreja no Brasil, tanto no presente quanto no futuro.
“Que esta obra possa inspirar e estimular a rede de escolas católicas do Brasil e da América Latina a fomentar o dinamismo pastoral, dando protagonismo às crianças e aos jovens, como recorda o poeta Manoel de Barros: “as coisas que não têm nome” são mais bem pronunciadas por eles”, roga o Cardeal José Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação em Roma, em texto escrito para o prefácio do livro.
Leia o livro na íntegra aqui.
Impacto
Educação
estudo inédito da ANEC mostra que a cada R$ 1 de imunidade tributária, educação católica retorna R$ 24 para a sociedade
Pesquisa conduzida pela Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) deixa claro o papel fundamental das instituições de educação católica, tanto na Educação Básica quanto na Educação Superior; alunos que estudam nessas instituições são destaques e possuem melhores avaliações
mostra o papel fundamental que as instituições católicas desempenham na formação humana e cidadã dos brasileiros e na construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.
Segundo o levantamento, realizado com base no Balanço Contábil das Mantenedoras certificadas pelo CEBAS (Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social), a cada R$ 1 de imunidade tributária, a educação católica retorna R$ 24 por meio de investimento direto das Mantenedoras de Educação Básica e Superior no país.
Os números constam na pesquisa “O Impacto da Educação Católica para a Sociedade Brasileira”, que é referente ao período de 2022. O levantamento utilizou dados do Governo Federal, disponibilizados via Lei de Acesso à Informação (LAI) e Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), além de informações encaminhadas pelas mantenedoras.
Considerando as informações do relatório “Demonstrativo de Gastos Tributários — Bases Efetivas”, da Receita Federal, as instituições filantrópicas brasileiras receberam cerca de R$ 2 bilhões de imunidade tributária no ano passado. O retorno em investimento direto foi de R$ 38 bilhões. No caso do retorno total, o valor devolvido para a sociedade foi de cerca de R$ 188 bilhões.
A pesquisa — que foi realizada pela primeira vez no país — mostra que as Mantenedoras de Educação Católicas estão presentes em 905 municípios. Os dados revelam, ainda, que as 657 Mantenedoras contam com 4,5 mil estabelecimentos e empregam 233 mil pessoas.
As vagas ocupadas por profissionais que atuam nas Mantenedoras mostram que as instituições católicas estão dentre as principais geradoras de emprego e renda no setor de educação brasileiro. As principais atividades dos colaboradores são de apoio à educação.
Para Ir. Marli Araújo da Silva, 1ª Diretora-Tesoureira da ANEC, a pesquisa é um marco na educação brasileira. Ela explica que o estudo foi desenvolvido para mostrar de maneira mais objetiva o resultado da atuação de todos os envolvidos com a Educação Católica no Brasil.
“A pesquisa da ANEC evidencia também o quão fundamental é o trabalho realizado pelas instituições educacionais católicas. O trabalho dedicado destas 233 mil pessoas acaba capacitando as pessoas para se tornarem agentes transformadores não só da sociedade brasileira, mas do mundo”, acrescenta.
Educação Católica com notas melhores na Educação Básica
O estudo “O Impacto da Educação Católica para a Sociedade Brasileira” mostra recortes do ensino católico na Educação Básica. De acordo com o levantamento, as escolas católicas estão presentes em 509 municípios brasileiros.
Utilizando dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o levantamento mostra que há 1.353 escolas católicas vinculadas às Mantenedoras, nas quais estão matriculados 775.248 mil alunos. A maior prevalência de alunos da educação católica é na região Sul, onde 20% dos alunos estão neste sistema de ensino.
Indicando o viés beneficente e do trabalho em prol da erradicação da pobreza, mais de 20% dos alunos das escolas católicas estudam com bolsas de estudo 100% integrais, ou seja, gratuitas. Ao todo, mais de 115 mil alunos recebem bolsas de estudos nos colégios católicos. Outros indicadores bastante importantes da pesquisa exibem os bons resultados da educação católica na Educação Básica.
Alunos de escolas católicas que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2019 — último ano em que houve a divulgação dos microdados — tiraram notas de redação quase 20% maior na média, em comparação a alunos de outras escolas privadas e públicas.
A assiduidade nas escolas católicas é 27 vezes maior, e a aprovação é 6 vezes maior que nas outras escolas. Analisando o resultado dos municípios que possuem escolas católicas, estes obtiveram resultado 42% melhor no indicador de analfabetismo na população com 15 anos ou mais.
“Além dos pontos quantitativos, a pesquisa ‘O Impacto da Educação Católica para a Sociedade Brasileira’ traz informações qualitativas. Ou seja, o estudo demonstra a alta quantidade de municípios atendidos pela educação católica, o alto número de bolsistas e, ainda, a qualidade do ensino que estes estudantes estão recebendo”, argumenta Ir. Marli.
Educação Católica com maior conclusão no Ensino Superior
A pesquisa ainda traz o recorte da Educação Superior. Nestes trechos, o estudo mostra que o Brasil tem 111 Instituições de Ensino Superior (IES), que estão espalhadas por 81 municípios brasileiros. Se levarmos em consideração que 719 municípios possuem faculdades e universidades, as IES católicas atendem 22% do país.
As 111 IES católicas contam com 351 mil alunos matriculados. Considerando apenas as instituições privadas, os alunos das IES católicas representam 20% dos matriculados. Passando pelo recorte de bolsistas, quase 87 mil dos 351 mil alunos matriculados em IES católicas recebem bolsa de estudo, seja ofertada por meio da política pública do CEBAS, seja por meio do Programa Universidade Para Todos (Prouni) — importantes políticas de acesso e inclusão na Educação Superior.
Os indicadores de qualidades, assim como na educação básica, também se destacam na Educação Superior. As faculdades e universidades católicas conseguem resultado em média 15% maior do que as instituições de Ensino Superior públicas e privadas no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). O IDD é o índice que mede o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes concluintes, considerando seus desempenhos no Enade e suas características de desenvolvimento ao ingressar no curso de graduação avaliado.
Além disso, o índice de conclusão do curso é de 36% superior ao índice das outras IES públicas e privadas do país.
“Esses dados são fundamentais para demonstrar o impacto do ensino católico na vida de centenas de estudantes brasileiros e, consequentemente, no futuro do país. Valorizamos uma formação integral dos nossos alunos, formando não só excelentes profissionais, mas pessoas íntegras, honestas e humanas”, conclui Ir. Marli Araújo.
Quem realmente me conhece sabe que adoro traçar paralelos entre a cultura pop e a vida. Ao escrever este artigo, não poderia fazer diferente. E, por isso, escolhi uma música emblemática do gênio David Bowie, chamada “Changes”.
“Turn and face the strange” ecoa a voz de David Bowie. Essas palavras, mais do que uma simples letra de música, são um chamado à transformação, um hino para os inovadores. E, no mundo da educação, onde estou imerso, essa transformação é mais do que necessária; é vital.
Aos 35 anos, assumi o desafio de ser um gestor de inovação em um grupo educacional. Confrontei-me com uma realidade paradoxal: muitos colegas, de diferentes idades, falando sobre inovação, mas poucos verdadeiramente dispostos a mudar. Por que é tão difícil alterar mindsets arraigados? Por que, mesmo reconhecendo a necessidade de mudança, resistimos a ela?
A música de Bowie me faz pensar: estamos realmente prontos para “enfrentar o estranho”? Na gestão educacional, inovar não é apenas implementar novas tecnologias ou metodologias; é uma batalha contra os “anticorpos” da inovação – aqueles mindsets e estruturas resistentes à mudança.
Lidar com resistência é exaustivo, mas a pergunta que devemos fazer é: podemos nos dar ao luxo de não mudar? O mundo está em constante evolução. Na verdade, o mundo é sinônimo de evolução. A pandemia global acelerou essa transformação, mostrando que a educação não pode permanecer estática. Como gestores, como podemos liderar essa mudança sem sucumbir ao medo de arriscar? Aliás, estamos perdendo o timing
“Time may change me, but I can’t trace time”, canta Bowie. Essa linha me faz questionar: estamos tentando traçar o tempo, mantendo-nos presos a práticas ultrapassadas, ou estamos permitindo que o tempo nos transforme? Como gestor, aprendi que
mudar mindsets é um processo lento e desafiador, mas não impossível. A persistência é a chave, mas como manter essa persistência diante de obstáculos aparentemente intransponíveis?
Nas salas de aula e nos corredores administrativos, inovações são visíveis. Essas mudanças são suficientes? Estamos realmente abraçando novas ideias e perspectivas, ou apenas aplicando uma camada superficial de “novidade” sobre estruturas antigas? Como gestores, como podemos cultivar um ambiente que não apenas tolera, mas celebra e incentiva a inovação verdadeira?
A música de Bowie nos desafia a sermos diferentes, a sermos inovadores, mas como podemos efetivamente ser esses agentes de mudança em um ambiente que, muitas vezes, parece resistente a ela? Como podemos inspirar outros a se juntarem a nós nessa jornada de transformação?
“Ch-ch-changes”, o refrão se repete, num lembrete de que a mudança é inevitável, mas também é uma grande oportunidade. É um convite para cada um de nós, especialmente nós, gestores educacionais, sermos parte ativa dessa melodia de inovação. Não é
suficiente apenas aceitarmos as mudanças. Devemos ser os compositores, os músicos, os maestros dessas mudanças.
“Just gonna have to be a different man”, nos desafia e conclama Bowie. Está na hora de sermos diferentes. Está na hora de encararmos o estranho, dançarmos ao ritmo da mudança e sermos os maestros da transformação na educação. E você, está pronto para ser parte dessa melodia?
Mauricio Henrique Beccker (Mau Beccker) Mestre em Tecnologias Emergentes em Educação. 20 anos de experiência em educação, atuando como gestor acadêmico, regulatório e gestor de inovação. Atualmente, é coordenador executivo de inovação do grupo UBEC, liderando projetos de inovação corporativa e educacional focados na melhoria da experiência dos estudantes.
A manutenção do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) requer gestão estratégica, considerando a importância para a entidade e a sociedade. O CEBAS é uma política pública com a finalidade de promover a inclusão de alunos de baixa renda, disposta na Lei Complementar n. 187, de 16 de dezembro de 2021, e regulamentada pelo Decreto n. 11.791, de 21 de novembro de 2023. A seguir, estão elencados alguns pontos relevantes para essa gestão.
• Atender a condição de no mínimo 1:9 pagantes: as entidades que oferecem bolsas de estudo parciais de 50%, em substituição às bolsas de estudo integrais, com a equivalência de 2 (duas) bolsas parciais para cada uma bolsa integral, para o alcance da proporção exigida pela LCP 187/2021, precisam se atentar ao cumprimento da condição de 1:9 (uma bolsa de estudo integral para cada 9 alunos pagantes) separadamente por nível da educação, independentemente de
terem alcançado a proporção exigida (regra 1:5 ou 1:4); essa é uma exigência para todas. Entidades que concedem bolsas integrais em quantidade suficiente, mas sem excedentes para alcançar essa condição ou atuam em locais onde a renda média da população é maior e há um certo grau de dificuldade em encontrar estudantes com o perfil socioeconômico para bolsa integral, com renda familiar bruta mensal per capita de até de 1 (um) e ½ (meio) salário mínimo, precisam ter cautela na gestão da permanência do bolsista, buscando minimizar a evasão desses estudantes; na hipótese disso ocorrer, a entidade deverá se esforçar para substituir por outra bolsa integral, para que, na apuração das bolsas, essa condição sempre seja atendida.
• Monitoramento das bolsas: é necessário que se faça um acompanhamento, no mínimo mensal, quanto ao atendimento da proporção de 1:5 ou 1:4 (uma bolsa de estudo integral para cada cinco ou quatro alunos pagantes), tendo em vis-
ta a evasão de bolsistas e o ingresso de alunos pagantes durante o decorrer do período letivo. Com essa oscilação, a entidade corre o risco de não cumprir com a proporção necessária. Às aderentes ao Prouni – Programa Universidade para Todos, devem se atentar à compensação das bolsas de estudo, que só ocorrerá no próximo ano. Entretanto, para fins de certificação, a obrigatoriedade de atendimento à proporção é referente aos matriculados no último mês de cada período letivo.
• Transparência ao processo de seleção dos bolsistas: as entidades precisam dar publicidade e visibilidade a seus processos de seleção de bolsistas, com cronogramas, procedimentos, critérios e etapas, afixando-os em locais de grande circulação ou acesso de pessoas, para que o público-alvo seja alcançado. Os sites na internet e redes sociais são uma ótima opção para isso. Respeitar as condições, os prazos e publicar o resultado da seleção também são importantes. Dessa forma, a entidade proporcionará condições de igualdade aos interessados, promoverá transparência e, consequentemente, elevará a credibilidade perante a comunidade.
• Bolsistas com deficiência: para usufruir da equivalência de 1,2 (um inteiro e dois décimos) para cada bolsa integral concedida a aluno com deficiência, é necessário que a entidade se atente a dois pontos: (1) comprovação da deficiência; e (2) declaração anual no Censo Escolar da Educação Básica. A comprovação da deficiência é importante para o enquadramento correto da(s) deficiência(s) no Censo Escolar, que aceita até oito tipos de deficiência: deficiência física, deficiência auditiva, surdez, cegueira, baixa visão, deficiência intelectual, deficiência múltipla e surdo-cegueira.
• Assegurar a permanência do bolsista: é importante que a entidade ofereça ao bolsista algum suporte para assegurar a inclusão e a permanência consoantes as necessidades detectadas, independentemente de enquadramento como benefícios dos tipos 1 e 2, tais como: orientação psicopedagógica; atendimento psicológico e aulas de reforço ou nivelamento. A proatividade da instituição em prol de favorecer a inclusão demonstra não só a responsabilidade social, mas também é um fator mitigante para o risco eventual de denúncia com efeito midiático
de preconceito e não acolhimento.
• Confidencialidade: a análise do perfil socioeconômico implica o acesso e o arquivo de documentos sob sigilo fiscal e dados pessoais sensíveis pela Lei Geral de Proteção de Dados (Lei n. 13.709/2018). Assim, é importante se certificar da inviolabilidade dos documentos, atentando-se para que a recepção e o manuseio ocorram com segurança por meios adequados, sejam eletrônicos ou manuais. O acesso deve ser restrito a pessoas autorizadas e capacitadas, para evitar o vazamento de informações.
• Política institucional de gratuidade: o CEBAS é concedido à mantenedora; dessa forma, o ideal é que os procedimentos sejam compilados em peça única. A gratuidade educacional, compreendida como bolsas de estudo e benefícios, deve ser regulamentada internamente por uma política institucional da mantenedora, a fim de assegurar uniformidade de processos entre as suas mantidas, mas discriminando as características peculiares entre elas. Além disso, a política institucional de gratuidade também desempenha um papel norteador para as comunidades interna e externa, ampliando a transparência do processo. A política deve abranger questões de compliance, mecanismos de transparência, direitos e deveres dos beneficiários, ferramentas de avaliação, mapeamento dos processos de concessão e manutenção, papéis e responsabilidades dos colaboradores envolvidos diretamente no processo, entre outros.
Liliane Aparecida Pellegrini Pereira Psicóloga, mestre em Comunicação, pósgraduada em Marketing, com MBA em Gestão e Empreendedorismo Social e com mais de 20 anos de experiência na área filantrópica.
Luciana Paula Ferreira Fernandes Bacharel em Análise de Sistemas e Administração, com pós-graduação em Business Intelligence, mestranda em Marketing Digital. Experiência de mais de 17 anos na área de CEBAS/Filantropia.
EaD dispara 700% em uma década, mas precisa de melhorias
por Comunicação ANEC
O avanço das ferramentas tecnológicas transformou a realidade de todas as áreas da sociedade, incluindo a educação no Ensino Superior. Uma das provas disso foi o aumento de 700% no número de cursos de graduação na modalidade de Educação a Distância (EaD), entre 2012 e 2022, de acordo com o Censo da Educação Superior de 2022.
Segundo o Censo, o ano 2000 foi o primeiro em que houve registro de alunos estudando a distância. Desde então, o número de graduandos na modalidade foi de 1,6 mil, em 2000, para 4,3 milhões, em 2023.
Evandro Tuka Ribeiro, coordenador de EaD do Claretiano, afirma, em entrevista à EducANEC, que, em um país continental e desigual, como o Brasil, iniciativas, como a Educação a Distância, têm o poder de alterar os rumos da sociedade.
“A EaD, pela sua natureza, é vista como uma grande ferramenta de inclusão social e de promoção e acesso ao ensino superior no país”, diz.
Ele argumenta, ainda, que a pandemia acelerou o crescimento da modalidade e deu “maturidade às instituições de ensino, quebrando paradigmas e o preconceito que ainda havia”.
O aumento da EaD também é um reflexo da digitalização da sociedade. Luciane Pedro, coordenadora do curso de Pedagogia na modalidade a distância do Centro Universitário São Camilo, pontua que a democratização da internet e dos dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores, foi um dos fatores determinantes para que as pessoas pudessem estudar de maneira on-line
“Outro marcador desse momento histórico que também impulsiona a EaD é que nossa vida está cada vez mais corrida e demandada pelo mundo do trabalho. Por consequência, nosso cotidiano exige cada vez mais flexibilidade nos horários de estudos para que possamos conciliá-lo com as demais demandas. E a EaD oferece essa flexibilidade, permitindo que os estudantes determinem seus próprios horários de estudo”, acrescenta.
Luciane diz que a EaD permite não apenas que pessoas que moram no interior tenham uma gama maior de cursos e programas educacionais, mas cidadãos das próprias metrópoles também. Ela lembra que quem mora nas zonas periféricas costuma levar horas para se deslocar pela cidade, sendo que, no modelo EaD, a pessoa acaba tendo mais chance de acessar o conhecimento.
A coordenadora de Ciências Humanas e professora na PUC Minas, Carla Ferretti Santiago, elenca mais um benefício.
“Estas instituições que têm feito a EaD crescer exponencialmente oferecem cursos de EaD a um custo bastante reduzido. Dado o perfil socioeconômico da população brasileira, este é um motivo bastante significativo”.
EaD: utopia ou necessidade?
Apesar de todos os benefícios, a Educação a Distância também tem gargalos, principalmente em instituições privadas. De acordo com o Censo da Educação Superior 2022, enquanto, no ensino público presencial, há 12 alunos para cada professor, na EaD, nas faculdades privadas, são 171 alunos para cada educador em média. Em alguns casos, a proporção chega a mais de 500 estudantes por professor, o que certamente compromete a qualidade dos cursos.
Outro indicador mostrado no levantamento é que há uma alta taxa de evasão dos alunos que estudam a distância. Quase 60% dos universitários desistiram da graduação EaD em 2022, um percentual que assusta os especialistas.
Luciane Pedro argumenta que os debates sobre EaD ressaltam que o método pode não ser tão efetivo quanto a interação face a face e que os alunos podem ter problemas de disciplina e motivação, o que explicaria, em partes, a evasão. Outro ponto levantado é que há um grande desafio para oferecer infraestrutura tecnológica para que os estudantes tenham plenas condições de aprender.
Outra crítica recorrente feita à EaD é que, teoricamente, o ensino seria de mais baixa qualidade do que o realizado presencialmente. Carla Ferretti Santiago afirma que, para a EaD funcionar, é preciso investir no engajamento dos estudantes.
Nesse contexto de críticas à EaD, as Instituições de Ensino Superior (IESs) Católicas apontam soluções de melhoria para o cenário. De acordo com um levantamento da ANEC, na EaD das instituições católicas, a proporção alunos-curso é de 10 alunos por curso.
As IESs Católicas também têm contrariado o cenário nacional ao apostarem nas licenciaturas presenciais. Os próprios alunos que procuram IESs Católicas já vão com o pensamento de optar pela educação presencial, já que 64% dos ingressantes são em cursos presenciais e apenas 36% são em EaD.
A ANEC não é contrária aos cursos a distância, mas defende medidas de aprimoramento, para que a modalidade possa formar profissionais mais qualificados. A Associação defende, por exemplo, medidas que visam tornar mais rigoroso o processo de avaliação, supervisão e abertura de novos cursos EaD.
EaD será tema do novo conselho do MEC
Em junho, a secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, Marta Abramo, comunicou a reativação do CC-Pares, o Conselho Consultivo do Programa de Aperfeiçoamento dos Processos de Regulação e Supervisão da Educação Superior. Este conselho, extinto em 2018 durante a gestão de Michel Temer (MDB), tinha a função de discutir políticas de regulação e supervisão do Ensino Superior com representantes do setor. A ANEC foi designada a compor o Conselho, como representante titular das instituições confessionais, por meio do presidente do Conselho Superior da associação, Pe. Sérgio Mariucci.
De acordo com entrevista da secretária ao jornal Estadão, uma das principais questões a serem discutidas na retomada do CC-PARES será a regulação dos cursos de Ensino Superior a Distância (EAD). A Portaria n. 528/2024 estabelece que os processos de autorização e credenciamento de cursos EaD que já tenham superado a fase de visita in loco irão continuar, mas novos pedidos não serão mais aceitos até março de 2025, quando deverá exisitr uma nova política regulatória da Educação à Distância e um novo marco avaliativo dos cursos.
Além das sugestões dos aspectos regulatórios da Educação Superior no Brasil, a ANEC sugere mais debates sobre a EaD e a mercantilização do ensino, o reconhecimento de experiências inovadoras da EaD, a reconstrução do processo avaliativo da EaD e a criação de um indicador de empregabilidade para que se conheça o real efeito da Educação a Distância na vida de um aluno.
Das 10 melhores universidades privadas do Brasil, 7 são católicas, diz levantamento realizado pelo Inep; confira os principais indicadores!
Das 95 Instituições de Ensino Superior Católicas credenciadas no MEC, 36% estão avaliadas nas faixas 4 e 5 dos indicadores de qualidade de ensino. Para a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, esse resultado é fruto do investimento feito pelo ensino católico em infraestrutura e na formação integral dos estudantes. Confira!
por Comunicação ANEC
No mês de abril, o Ministério da Educação (MEC) divulgou o resultado dos indicadores de qualidade da Educação Superior brasileira, medidos, anualmente, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Dentre os dados obtidos, destacou-se o desempenho das Instituições de Ensino Superior Católicas, que estão à frente em diversos quesitos de avaliação.
Para o levantamento, foram considerados, especialmente, os dados do Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD), do Índice Geral de Cursos (IGC) e do Conceito Preliminar de Curso (CPC). No ranking IGC, entre as 10 melhores universidades privadas, 7 delas são universidades católicas: PUC Rio, PUC RS, PUC SP, Unisinos, UFN, UCB e PUC PR.
Com base nesses dados, frutos da análise e da comparação dos resultados do ciclo avaliativo do
Enade encerrado em 2022, a Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) elaborou o relatório “Indicadores de Qualidade das Instituições de Ensino Superior Católicas 2022”, evidenciando a relevância dos indicadores e a implementação de novas abordagens estratégicas.
“Pensando que estamos vivendo em um ambiente educacional cada vez mais competitivo e dinâmico, é fundamental desenvolver a capacidade de responder, de forma ágil e fundamentada, às tendências e aos desafios na área”, destaca Pe. João Batista, presidente da ANEC.
A escala de classificação vai de 1 a 5, sendo um marcador fundamental para medir a qualidade do ensino superior no Brasil e influenciando decisões governamentais nos processos de regulação e supervisão e também nas políticas públicas. O nível 5 é o mais elevado, concedido às instituições que se
destacam no ensino, na pesquisa e na satisfação dos estudantes.
Para um curso ser classificado na faixa mais elevada, por exemplo, ele precisa exibir um padrão de excelência em todas as áreas avaliadas. Isso não se restringe à qualidade do ensino, pois engloba a infraestrutura para os alunos, a qualificação dos professores e a relevância do projeto pedagógico.
Nesta pesquisa, é possível verificar o resultado do empenho realizado pelas Instituições de Ensino Católicas, nos últimos anos, em investir em uma educação integral dos alunos – oferecendo infraestrutura de qualidade e oportunidades para os estudantes. Conforme demonstra o levantamento, das 95 IESs Católicas credenciadas no MEC, 36% dos cursos estão presentes nas faixas 4 e 5 do IDD.
Para o presidente da ANEC, essa predominância de cursos nas faixas de excelência (Faixa 5 com 9% e Faixa 4 com 27%) reflete, positivamente, na qualidade geral da educação proporcionada por essas instituições, alinhando-se com as expectativas de desempenho superior.
Tradição como garantia de excelência
Além do ótimo desempenho no IDD, as IESs Católicas também se destacam no IGC, em que aparecem em segundo lugar, com 60% das instituições na faixa de excelência. Esses resultados não podem ser subestimados, pois fornecem uma visão valiosa sobre o estado atual da educação superior no país.
De acordo com Pe. João Batista, é possível atrelar essa predominância e esse impacto positivo ao desenvolvimento do ensino superior nos últimos anos, e, principalmente, a algumas características associadas a instituições de orientação religiosa, como a tradição acadêmica, o investimento em infraestrutura e recursos, bem como no desenvolvimento integral do estudante.
“Ao aliar tradição e inovação, as IESs Católicas fomentam um desenvolvimento mais abrangente dos alunos, o que inclui a integração de conhecimento acadêmico tradicional com novas práticas de ensino, como a aprendizagem baseada em projetos, a edu-
cação híbrida e o uso de tecnologias emergentes, posicionando a instituição como moderna e adaptável”, explica o presidente da ANEC.
Além disso, destaca a variedade de programas de extensão e atividades extracurriculares, a qualidade das instalações físicas e o cuidado com o bem-estar dos alunos como diferenciais oferecidos pelas IESs Católicas, que impulsionaram o desempenho desses cursos no levantamento sobre a Percepção dos estudantes no CPC 2022.
“Este cuidado é agora quantificado nestes indicadores de satisfação, evidenciando a riqueza de uma educação que valoriza cada aspecto da vida do estudante. Em um mundo cada vez mais focado em resultados imediatos e tangíveis, as IESs Católicas se destacam por cultivar uma abordagem mais holística e com visão de longo prazo para o sucesso e bem-estar de seus alunos”, afirma o presidente da ANEC.
No ranqueamento das Universidades sem fins lucrativos, dentre as 10 IESs com melhor nota no IGC contínuo, 7 são católicas. De acordo com o ranking geral das IESs Católicas, as Universidades Pontifícias (PUCs) se destacam como grandes centros produtores de conhecimento, com pesquisas de ponta desenvolvidas em numerosos programas de mestrado e doutorado.
Por fim, para o Pe. João Batista, o relatório fornece uma visão abrangente do desempenho das IESs Católicas com base nos indicadores, além de ressaltar a importância de uma abordagem reflexiva e orientada por dados na gestão e na qualidade educacional.
“Ao fazer isso, aspiramos não apenas a celebrar as conquistas dessas instituições, mas, também, identificar oportunidades para o crescimento contínuo e a excelência no ensino superior católico”, conclui o Pe. João Batista.
Leia o relatório na íntegra aqui.
Como as políticas públicas são essenciais para a evolução da Educação Básica no Brasil
Especialistas ressaltam o quanto formular novas diretrizes para a Educação Básica é fundamental para formar cidadãos éticos e responsáveis
por Comunicação ANEC
A Educação Básica (EB) tem sido tema de intensos debates em relação às perspectivas de grade curricular, financiamento, garantia ao direito à formação inicial, gestão da qualidade etc. Em entrevista à EducANEC, Zuleica Reis Ávila, vice-presidente do Conselho Estadual de Educação de Minas Gerais (CEEMG) e coordenadora do Fórum Estadual de Gestores da ANEC MG, falou sobre como os conselhos de educação são importantes para concretizar novas políticas para a Educação Básica e, particularmente, o Ensino Médio (EM).
De acordo com ela, as nações estão revisando os currículos e as abordagens educacionais para se adaptar às exigências contemporâneas, como pensamento crítico e competências digitais.
“Além disso, há um foco crescente na personalização do ensino, permitindo que os estudantes escolham áreas de interesse e sigam caminhos educacionais mais flexíveis. Essas mudanças visam preparar os estudantes não apenas para o ingresso no Ensino Superior, mas também para o mercado de trabalho e para uma participação ativa na sociedade”, salienta.
As discussões acerca da educação carregam várias complexidades, que vêm da própria natureza do ato de ensinar. No caso do Brasil, a dificuldade é ainda maior devido à defasagem histórica que acomete o sistema de ensino.
Zuleika comenta que, dentre os desafios mais complexos, estão a necessidade de atualizações dos currículos e a equidade no acesso a uma educação de qualidade. Ela complementa citando o desafio de motivar alunos e oferecer uma infraestrutura adequada, já que há vários obstáculos financeiros.
“No entanto, há também diversas oportunidades para aprimorar o Ensino Médio, por exemplo. Isso inclui a possibilidade de utilizar tecnologias educacionais para promover uma aprendizagem mais interativa e personalizada, a integração de habilidades do século XXI no currículo, como pensamento crítico, comunicação e colaboração, e o fortalecimento das parcerias entre escolas, comunidades e empresas para proporcionar experiências de aprendizagem práticas e relevantes”.
O presidente do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais e Distrital de Educação (FONCEDE), Ricardo Tonassi, que também conversou com a EducANEC, levanta outro ponto importante. Ele argumenta que a implementação do ensino técnico no Ensino Médio é, ao mesmo tempo, um desafio e uma grande oportunidade do país.
“Não é possível que os nossos meninos e meninas saiam do EM sem nenhuma oportunidade de trabalho. Existe um contingente gigantesco de jovens que abandona a escola porque precisa trabalhar. A verdade é que o melhor dos mundos seria se eles pudessem concluir o Ensino Superior, mas o Ensino Superior, ao mesmo tempo que é uma vocação, muitas vezes, não oferece oportunidades reais porque não há vagas para todos”, diz.
A ANEC sempre contribuiu com reflexões e estudos acerca de assuntos, como o Novo Ensino Médio (NEM), por exemplo. Sobre isso, a Associação elaborou a Contribuição Técnica Posicionamento e Contribuições da ANEC sobre a implantação do Novo Ensino Médio, que foi entregue ao ministro da Educação, Camilo Santana.
Além do material técnico, a ANEC realiza articulação política com parlamentares em defesa da pauta de interesse da educação católica, participa de fóruns e comissões sobre o tema, monitora e compartilha informações sobre o NEM. Também promove uma série de webinários de formação continuada para professores.
Zuleica Reis Ávila parabeniza o protagonismo da ANEC no debate sobre a educação no país e ressalta que a Associação é essencial na defesa de políticas públicas que apoiam a liberdade de ensino e a preservação da identidade católica nas escolas.
“No cenário educacional contemporâneo, onde se discute constantemente a importância da educação integral e da formação de cidadãos éticos e responsáveis, a ANEC desempenha um papel fundamental ao oferecer uma proposta educacional que busca integrar os valores religiosos com o conhecimento acadêmico, preparando os estudantes para serem agentes de transformação na sociedade”, afirma a vice-presidente do CEEMG.
“Todo mundo reconhece a qualidade das escolas católicas e a ANEC representa esta junção de todo este grupo que coloca à disposição uma educação de qualidade no Brasil. Eu acho fundamental que a ANEC seja um farol também para as escolas confessionais e privadas”, acrescenta o presidente do FONCEDE.
Com a volta às aulas, a utilização das novas tecnologias pelos alunos volta a ser tema de discussão. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, as escolas chegaram a proibir a utilização de chatbots, como o ChatGPT, há alguns anos. No entanto, depois de capacitações e treinamentos dos professores, a ferramenta voltou a ser utilizada como um apoio à aprendizagem. É preciso conversar com as crianças e os adolescentes sobre IA em vez de negá-la e as escolas precisam explorar novas formas de aprendizado que convivam com essa tecnologia.
O ChatGPT e outros bots já revolucionam a educação e provocam mudanças irreversíveis nas rotinas das crianças e dos jovens. A ideia de que as tecnologias provocam “trapaças” é incompleta, já que elas também podem melhorar a forma como aprendemos e ensinamos.
Antigamente, quando o professor pedia ao aluno um trabalho escrito, uma redação ou uma pesquisa, as preocupações eram com o conteúdo, a forma culta, a pertinência e o aprofundamento do tema.
Atualmente, quando nossos estudantes contam com ferramentas que criam conteúdos diversos, como textos, vídeos e imagens, o papel do educador é o de fazer com que os estudantes sejam autores críticos e criativos de conteúdo gerado por máquinas, que percebam caminhos inovadores e inéditos e que sejam conscientes do papel social consigo e com os outros. As preocupações de hoje vão além da autoria e autenticidade: precisamos apoiar e fomentar a criatividade da pesquisa, criticidade em relação ao tema e inovação ao explorá-lo, ou seja, em reconhecer as habilidades humanas por trás das ferramentas digitais.
Assim, é preciso repensar as formas de interação e facilitação nos espaços de aprendizagem para inserir e conscientizar quanto ao uso das tecnologias, em especial a IA, e repensar as formas como as produções são solicitadas, enfatizando cada vez mais habilidades e competências humanas: críticas, emocionais e de ação consciente. É um novo desafio para os educadores, que já foi vivido anteriormente, com a chegada da calculadora, do celular, da internet etc.
Para os especialistas do prestigioso Massachusetts Institute of Technology (MIT), a compreensão do funcionamento dessas ferramentas já pode – e deve – ser considerada uma forma básica de alfabetização. Devemos lembrar que a construção dos algoritmos e a rodagem dos programas são a base do funcionamento e conhecê-las é importante tanto para quem usa, como para quem as cria. Para o usuário, esse conhecimento permite ampliar e qualificar rotinas e produções. Aos criadores, permite entender os mecanismos, as linguagens e os códigos, bem como saber como inseri-los de forma respeitosa e consciente na sociedade.
Estamos diante de um paradoxo interessante para a educação: utilizar as novas tecnologias ao mesmo tempo que trabalhamos e fomentamos habilidades mais humanas e menos mecanizadas. Não queremos aprendizes que decorem e repitam, mas que sejam críticos, inteligentes, criativos e estejam preocupados com a sociedade em que vivem e atuam. Queremos cidadãos que saibam refletir e saibam utilizar as informações no momento correto e responsável.
O uso dos chatbots é inevitável na educação e fora dela. Precisamos estimular habilidades críticas para que os estudantes de hoje sejam os tomadores de decisões do futuro. O papel da escola é o de animar os jovens a sentirem curiosidade por essas ferramentas e motivar um futuro moldado da maneira mais responsável possível.
Percebe-se que o ensino, principalmente em instituições franciscanas, baseia-se no preceito, como dizia Fr. João Mannes, de que “a humildade de querer aprender mais e de servir ao próximo é ‘a porta da sabedoria’” . Todavia, durante o percurso formativo, é comum que os acadêmicos apresentem como características o individualismo exacerbado e a sen-
no mercado de trabalho. Dessa forma, entende-se que é preciso ofertar aos discentes atividades que visem à acolhida, à doação e ao serviço ao próximo, visto que, de acordo com a visão cristã, o propósito essencial de cada ser humano é amar, cuidar, servir às pessoas .
A humildade de querer aprender mais e de servir ao próximo é a porta da sabedoria
sação de autossuficiência. Aspectos esses que podem obstar o exercício da convivência fraterna, do diálogo e da partilha de experiências entre os pares, bem como afetar o processo de aprendizado, as relações interpessoais e, consequentemente, a postura
Logo, uma alternativa que coopera para a alteração da conjuntura dos estudantes é a promoção de atividades voluntárias pela Pastoral Universitária. Define-se como trabalho voluntário o conjunto de ações que são inteiramente dedicadas ao próprio
trabalho, sem nenhuma espécie de remuneração, e que são oferecidas a instituições que não visem ao lucro, regulamentado no Brasil pela Lei n. 9.608/1998. A partir dele, os acadêmicos podem desenvolver uma personalidade comprometida com causas humanitárias, capaz de doar seu tempo e disposição para ajudar a construir um mundo melhor, assim como podem fomentar o encontro com outras experiências
voluntárias, tais como escrita de textos e mensagens de acolhida, visita a escolas e hospitais, produção de conteúdo pastoral, oficinas, entre outras, visando permitir aos discentes a abertura ao projeto de Deus com a finalidade de que cada um, por meio de uma resposta livre e responsável, realize seu projeto pessoal. Princípio esse que corrobora que, no voluntariado, “precisamos nos arriscar a sermos levados”.
O trabalho voluntário é uma ferramenta que possibilita a socialização, a partilha de experiências e saberes, a prática do trabalho em grupo, o desenvolvimento do senso de liderança, entre outros aspectos.
sociais e culturais significativas e o encontro e diálogo para que cada pessoa possa confrontar as suas próprias convicções e opiniões.
Ainda sobre o serviço voluntário, o Papa João Paulo II menciona na exortação apostólica Pastores Dabo Vobis de 1992 que “o desenvolvimento, tão rico e vivo em muitos jovens do nosso tempo, de numerosas e variadas formas de voluntariado presente nas situações mais esquecidas e difíceis da nossa sociedade, representa hoje um recurso educativo particularmente importante, porque estimula e ajuda os jovens a um estilo de vida mais desinteressado, aberto e solidário com os pobres. (PASTORES DABO VOBIS, n. 9).
Partindo dessa inspiração, semestralmente, a Pastoral Universitária da FAE - Centro Universitário de Curitiba promove a formação de voluntários. Nessa ocasião, são apresentados aos participantes os pilares que caracterizam determinada atividade como trabalho voluntário e a sua regulamentação, bem como conselhos referentes à postura esperada dos voluntários nas ações. Observa-se que os acadêmicos chegam à formação com o desejo de se colocar a serviço do próximo, porém com dificuldades para descobrir suas potencialidades na interação social, evidenciando que o ser humano não é uma coisa acabada e completa.
Entretanto, após serem inseridos no ambiente pastoral, acolhidos por outros voluntários e participarem das ações, tornam-se conscientes das próprias habilidades e sentem-se motivados a desenvolverem novas capacidades. Isso é possível porque a Pastoral Universitária oferta diversos tipos de ações
Ou seja, evidencia que é necessário que os voluntários se abram às experiências proporcionadas pelas ações, para que descubram as próprias potencialidades escondidas.
Além disso, o trabalho voluntário é uma ferramenta que possibilita a socialização, a partilha de experiências e saberes, a prática do trabalho em grupo, o desenvolvimento do senso de liderança, entre outros aspectos.
Assim, é relevante destacar que a Pastoral Universitária, por meio da promoção do voluntariado, contribui para que os participantes, além de fazerem o bem ao próximo, desenvolvam-se em diversas dimensões, cooperando, desse modo, para a mudança de perspectivas e oferecendo reais acréscimos à experiência profissional dos acadêmicos.
Kelly Aparecida Maidanchen Vilcheskn Acadêmica de Letras da FAE Centro Universitário e voluntária da Pastoral Universitária FAE.
Luiz Michel Vieira da Rosa Coordenador de Pastoral da FAE Centro Universitário, graduado em Ciências Biológicas, especialista em Microbiologia e acadêmico de Processos Gerenciais.
Em um mundo cada vez mais marcado pela polarização e intolerância, a educação católica se vê desafiada a promover o diálogo como essência de sua missão
Vivemos em uma sociedade marcada pela polarização, pobreza e violência. A alergia ao outro e o discurso de ódio são sintomas de uma sociedade monológica, que sofre com a falta de diálogo e a consequente adoção de posturas defensivas e agressivas. Posicionamentos ideológicos transformam-se rapidamente em verdades imutáveis naquilo que os pesquisadores Felipe Nunes e Thomas Traumann chamaram de “cristalização” do pensamento. Mergulhados em nossas bolhas de conteúdo digital, vamos nos submergindo, enquanto nossas habilidades sociais e nosso espírito de coletividade se atrofiam, afinal, a lógica instaurada é: quem pensa como eu penso ou crê como eu creio é digno de respeito; já quem pensa ou crê diferentemente de mim deve ser eliminado.
Também na Igreja, enfrentamos disputas internas,
encolhimento das comunidades e uma desimportância social crescente. A cultura “hiperreligiosa” em que vivemos adotou um modelo de crença bem adaptado ao subjetivismo. Longe de uma religião que gera compromissos, nestas teologias contemporâneas, o eu é tão imperativo que até mesmo Deus deve submeter-se a suas vontades soberanas. Além disso, influenciadores digitais católicos difundem ideias muito destoantes do Evangelho com valor de verdade eterna e pregam que há um jeito de ser católico verdadeiro e outro falso. Obviamente que, neste discurso, o verdadeiro catolicismo é o que eles imaginam - triunfalista, clericalizado, moralista e proselitistaenquanto que uma fé aberta, acolhedora, comprometida social e ambientalmente com a realidade é um desvio grave da verdade. A polarização de eclesiologias reflete uma urgência de se recuperar os aspectos essenciais da fé católica, como intuiu o Papa
Francisco na exortação Evangelii Gaudium, de 2013. Essas cristalizações do pensamento, que polarizam visões de mundo em nome de estratégias políticas, seja na sociedade, seja na Igreja, dificultam o trabalho dos educadores. Nas escolas brasileiras, sejam públicas ou privadas, o retorno após a pandemia e um clima de muita tensão política revelou situações de violência, desrespeito com professores e entre estudantes e uma enorme capacidade de dialogar. Em tempos como os nossos, falar de diálogo, inclusive, pode soar démodé ou estranho, mas certamente é necessário. E no contexto específico das escolas e universidades católicas, dialogar não é questão de escolha, mas de identidade.
Em um documento de 2022, o Dicastério para Educação Católica propõe que a identidade das escolas católicas seja toda arquitetada em torno do diálogo
cial adotar atitudes críticas, como a valorização da divergência e o reconhecimento do lugar de fala do outro. Em geral, na Igreja, somos acostumados a ouvir mais que falar ou, ainda, a ouvir e nunca dialogar. Quando se propõe que os espaços de evangelização sejam pautados pelo diálogo, é comum se deparar com um espanto ou uma inabilidade dos animadores pastorais, afinal, estamos acostumados a “pregar” e não a conversar. Assim, é muito comum pressupor que o outro sabe de algo ou crer que o que imagino que esteja sentindo ou pensando é, de fato, uma verdade. Ou, ainda, usar da posição de autoridade para “castrar” a ideia do outro simplesmente porque ela diverge da minha. Por isso, em uma pastoral dialógica, o diálogo deve ser qualificado espiritualmente, apoiado na experiência de fé e aberto à sabedoria do outro. Há sempre algo novo a se descobrir nos pontos de vista que não são os meus.
Jesus é o exemplo máximo de pastoral dialógica, como visto nos encontros com a Samaritana, o jovem rico e os discípulos de Emaús.
como meta e como método. Enquanto sujeito eclesial, estas instituições teriam o dever de propagar a “gramática do diálogo” dando às crianças e jovens e também às suas famílias ferramentas, condições e consciência do que significa dialogar e do quão importante é estar aberto a quem é diferente de mim no mundo plural e diverso que vivemos.
Importante protagonista na construção de uma “cultura do diálogo” na escola e universidade católica é o setor de Pastoralidade. Uma pastoral dialógica contrasta com a evangelização monológica. A primeira, comunica a verdade do Evangelho de maneira compreensível, parte da vivência da pessoa, e vê no outro um interlocutor. Já a segunda, se pauta pela autoridade e pela fixação da crença. No dialogismo pastoral, não há temor quanto a questionamentos e dúvidas na medida em que propõe o Evangelho como uma proposta de vida. Já o monologismo pastoral entende que a verdade deve ser aderida e que a fé é algo fechado, que não admite nem perguntas nem modificações.
Para construir uma pastoral dialógica, é essen-
Jesus é o exemplo máximo de pastoral dialógica, como visto nos encontros com a Samaritana, o jovem rico e os discípulos de Emaús. Nesses episódios, Jesus nem sempre inicia a conversa, mas sempre a direciona. Como o primeiro evangelizador, Jesus sabia que, se anunciasse sua mensagem como uma aula ou um sermão, certamente teria uma adesão menor ou superficial. O modo como se envolve com a mulher samaritana no capítulo 4 de João nos revela que a Palavra de Deus deve tocar nossa existência: um evangelizador jamais pode transformar o amor de Deus em um conceito. É preciso dar ao interlocutor contato com a concretude desse amor, como Jesus fez ao tocar as feridas afetivas e emocionais daquela mulher.
Por outro lado, o episódio do jovem rico narrado em Mateus 19 e Lucas 18 nos mostra que as perguntas que surgem num diálogo devem ser respondidas com firmeza e determinação, sem escamotear o Evangelho. Jesus não adocica o Evangelho para atrair o jovem, pelo contrário, ele diz a verdade de maneira franca e direta: para ser feliz no Reino de Deus é preciso desapegar-se dos bens. A reação do jovem ao ir embora triste e cabisbaixo mostra que a
evangelização dialógica toca a consciência de maneira decisiva. Se buscarmos sempre a aprovação do interlocutor ou se tentarmos direcionar a reação do outro com algum subterfúgio retórico, eliminaremos a liberdade de aderir ou não ao Evangelho. Impor a fé não permite sequer abandoná-la porque, de alguma forma, nunca houve uma adesão real.
Já o caso dos discípulos de Emaús nos mostra como evangelizar pelo diálogo é um gesto exigente para o evangelizador. É preciso apropriar-se do “chão existencial” do outro antes de trazer qualquer mensagem. Com empatia, abraçar suas dores e frustrações. Com delicadeza, expor um caminho de vida e de mudança. O diálogo na estrada para Emaús traz,
locutores um ponto que conecte. Por exemplo, falar do amor de Deus Pai a um jovem que não faz a experiência do amor com seu próprio pai é algo muito distante. Mas falar para este jovem a partir do amor entre amigos ou mesmo do amor entre namorados pode ser mais efetivo.
Quando nos colocamos no trajeto do diálogo, acabamos nos expondo ao risco de ouvir algo inesperado ou ainda de sermos questionados. Ouvir o que o outro tem a dizer sem julgamentos, mesmo quando testa nossa paciência, é um passo fundamental pois, é a partir daí, que se constrói a confiabilidade da relação pastoral. Muitas pessoas abandonam a Igreja porque, ao dialogar com um sacerdote ou uma lide-
A pastoral dialógica é vital para a educação católica no tempo das polarizações.
ainda, o componente dos limites de compreensão do outro. Numa pastoral dialógica, a sensibilidade para notar o estado de ânimo e as capacidades cognitivas é fundamental pois, só assim, é possível usar uma linguagem acessível. O diálogo, nesses casos, conecta e engaja, mostrando a importância de abrir espaço, interessar-se genuinamente pelo outro e conectar-se com suas buscas.
prática em ambientes educativos
Dados da pesquisa Ensino Religioso e Pastoral Escolar nas escolas católicas do Brasil, publicada pela ANEC, em 2023, mostram que a maioria das atividades pastorais nas escolas católicas envolve espiritualidade (75%), voluntariado (45%) e grupos - de jovens, de crianças, de catequese ou de pais (30%), indicando uma base sólida para a implementação de práticas dialógicas. Nesses espaços, os evangelizadores das escolas e universidades podem se conectar com seus interlocutores e apoiá-los na descoberta da fé.
Ferramentas úteis para o diálogo incluem encontrar pontos em comum, fazer perguntas genuínas, escutar sem julgamentos, validar o pensamento do outro e exercer paciência. De fato, sem o estabelecimento de um ponto convergente, é impossível dialogar, e o evangelizador, por ser mais experiente, deve ser aquele a encontrar na trajetória dos inter-
rança leiga, teve sua visão desqualificada ou recebeu uma palavra violenta e castradora em troca. É verdade que, enquanto católicos, temos visões objetivas sobre problemas subjetivos, como os ligados à sexualidade e aos relacionamentos. Contudo, antes de falar a verdade, é preciso acolher o outro em sua fragilidade e jamais explorá-la para obter alguma vantagem.
A pastoral dialógica é vital para a educação católica no tempo das polarizações. Ela promove um ambiente de acolhimento, reflexão e engajamento, necessário para enfrentar os desafios contemporâneos e construir uma comunidade educativa mais inclusiva e participativa. A adoção dessas práticas pode transformar a Pastoral Escolar, tornando-a um verdadeiro caminho de encontro e construção de paz, como sugerido pelo Papa Francisco: “O diálogo é o oxigênio da paz”.
em Comunicação. Coordenador do Setor de Animação Pastoral e gerente da Câmara de Ensino Superior da ANEC
“A política é a construção do destino comum”
Em 2022, a união de entidades ligadas a grupos eclesiais lançou um projeto de formação política continuada denominado Encantar a Política. Liderado pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil, pelo Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara, pela Comissão Brasileira de Justiça e Paz, pelo Movimento Nacional de Fé e Política e pelo Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, entre várias outras entidades nacionais e regionais, o projeto tinha como objetivo atuar na formação do eleitorado brasileiro, por meio de uma metodologia de leitura crítica da realidade sociopolítica e econômica, apontando para o exercício de uma cidadania ativa, com vistas à defesa e à consolidação da democracia. A iniciativa buscava uma formação e uma consciência política permanentes no período das eleições e para além do período eleitoral.
Inspirado nos principais documentos do magistério do Papa Francisco, o projeto teve o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ao longo de 2022, atingiu inúmeros organismos, paróquias, movimentos e coletivos eclesiais., assim como mobilizou uma ampla rede de escolas de fé e política, além de instituições de ensino, sindicatos e movimentos sociais.
O projeto utiliza materiais de mobilização social, formação política e comunicação, como vídeos, podcasts e cards, para as redes sociais. Um curso sobre estratégia de campanha eleitoral foi oferecido para candidatos de segmentos populares e a publicação
de um Caderno de Estudos sobre a participação política foi um dos instrumentos para a mobilização social e trabalho de base do projeto.
Mas por que (re)encantar a política? Porque a política passa por um processo de criminalização e desencanto. E a criminalização da política produziu não somente uma negação à política por parte da população, como, também, o afastamento da vida pública e da vida política dos cidadãos.
O distanciamento do cidadão da vida pública e da política, inclusive do envolvimento no processo eleitoral, acabou redundando numa apropriação dos espaços políticos por pessoas que foram eleitas com o discurso da antipolítica. Muitos desses eleitos (para cargos no Executivo e Legislativo) são pessoas que não têm interesse pelas coisas públicas e só estão ocupando espaços públicos de poder para defender ideais de grupos e corporações privados.
Da Câmara dos Vereadores até o Congresso Nacional, observamos uma geração de políticos que não têm nenhum compromisso com os princípios basilares da democracia, do Estado de direito, com a defesa da igualdade, da dignidade humana, justiça e paz social. Políticos eleitos que surfaram na onda da antipolítica e chegaram ao poder político conduzidos por cidadãos que passaram a desacreditar de tudo o que é relacionado à ideia de Estado, política pública, democracia, direitos humanos etc., inclusive usando e manipulando o discurso religioso.
Em 2024, o projeto Encantar a Política retoma suas ações com outros desafios
Reestruturado e ampliado neste ano eleitoral, o projeto Encantar a Política estabeleceu uma importante parceria com a Revista Casa Comum. Com o lema “Cuidar de si, do outro e do planeta”, a Revista Casa Comum é uma iniciativa de comunicação do Sefras – Ação Social Franciscana, com coordenação editorial do Estúdio Cais – Projetos de Interesse Público e em parceria com uma série de atores do campo socioambiental.
A proposta é articular e convergir as ações e as agendas de incidência política de organizações, coalizões, movimentos, coletivos e redes que atuam em defesa de direitos humanos e ambientais, a partir do valor franciscano do diálogo. A perspectiva é o fortalecimento das ações populares, produção de conteúdo crítico e disseminação de informações qualificadas, a fim de gerar conhecimento e incentivar o engajamento e a mobilização social em torno de temas urgentes do país.
Assim, em parceria com o projeto Encantar a Política, o conteúdo da 8ª edição da Revista Casa Comum foi construído de maneira colegiada. Com o tema geral “Reencantar a política: pela mobilização das urnas e das ruas”, as reportagens, os artigos, os infográficos e as fotos dessa edição contam histórias impactantes e trazem contribuições para compreender a democracia como um processo a ser construído de modo permanente, sob a ótica da justiça, igualdade e equidade, além da importância de ocuparmo-nos da política como exercício de construção de uma sociedade fraterna, que cuida e defende todos os seres, inclusive os não humanos.
A ideia é trazer pistas práticas de mobilização para o processo eleitoral de forma crítica, comprometida e mobilizadora na família, na vizinhança, na comunidade, na escola, na empresa, na igreja, nas praças e em qualquer espaço do dia a dia.
Além da produção da revista impressa, a parceria conta, ainda, com a criação do curso “Mutirão pela Democracia” para multiplicadores e multiplicadoras do conteúdo da revista em seus territórios.
Para os educadores e as educadoras que tenham interesse em aprofundar a discussão sobre a participação política no cotidiano, a Revista disponibiliza, também, o encarte Trilha de Saberes, um roteiro formativo que apoia na exploração do conteúdo da revista em momentos de encontros, rodas de conversa e formações, incentivando a reflexão e o engajamento de cidadãos e cidadãs em iniciativas de transformação social.
A perspectiva é refletir sobre como a política de cada dia não começa – e, muito menos, termina –com as eleições, mas se dá no momento de busca por uma vaga na escola; na continuação do tratamento de saúde; na conquista de uma oportunidade de emprego; na determinação dos preços dos produtos no mercado; na conquista da casa própria; entre muitos outros aspectos.
Outros conteúdos, em diferentes formatos, poderão ser conferidos ao longo de todo o ano no site da revista – www.revistacasacomum.com.br –, assim como nas redes sociais – @revistacasacomum.
A edição especial em parceria com o Encantar a Política pode ser acessada em: bit.ly/AbaEdições, assim como a Trilha de Saberes, em: bit.ly/TrilhaDeSaberes8ed. As instituições de ensino que desejarem receber a revista podem enviar um e-mail para: contato@revistacasacomum.com.br
Robson Sávio Reis Souza
Doutor em Ciências Sociais, com especialização em Teoria e Prática da Comunicação Social. É professor da PUC Minas, onde coordena o Núcleo de Estudos Sociopolíticos e assessor do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Câmara. Faz parte do Grupo de Análise Sociopolítica da CNBB e da equipe de coordenação nacional do projeto Encantar a Política.
Daniele Próspero Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, jornalista e especialista em Jornalismo Social e em Educação Comunitária. É sócia-fundadora e diretora da Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação (ABPEducom) e sócia-diretora do Estúdio Cais – Projetos de Interesse Público. É editora da Revista Casa Comum.
A sociedade atual é marcada pela valorização excessiva da expressão individual, da exposição de ideias próprias e da busca por ser ouvido. Nesse contexto, a arte de ouvir e de compreender o outro fica relegada a um segundo plano. A promoção do diálogo e da escuta ativa colabora para o crescimento verdadeiro e nos faz ter o melhor de nós mesmos. A escuta ativa nos ajuda a compreender os outros e, também, a crescer espiritualmente, nos impulsionando a sermos melhores, mais fraternos e humanos.
Rubem Alves, teólogo e escritor brasileiro, certa vez, apresentou um texto um tanto quanto audacioso, que tem por título “Escutatória”. Nele, o autor afirma: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mun-
do quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil…”.
O texto de Rubem Alves apresenta uma crítica pertinente sobre a sociedade contemporânea e o sistema educacional. Ao observar a prevalência dos cursos de oratória em contraste com a ausência de cursos de “Escutatória”, o autor aponta para uma lacuna significativa em nossas habilidades de comunicação.
O autor ressalta que todos desejam aprender a falar, mas poucos estão dispostos a aprender a ouvir. Esse desinteresse e essa falta de capacidade de escuta afetam nossas interações sociais, nossos re-
lacionamentos pessoais e até mesmo a construção do conhecimento. Ser uma pessoa comprometida com o outro e praticar a escuta com empatia são fundamentais para os professores, especialmente quando se trata da relação com os alunos e da realidade educacional em que estão inseridos.
É preciso cultivar a empatia, principalmente com aqueles que são excluídos ou desvalorizados. É essencial buscar compreender a perspectiva, as experiências e os desafios dos alunos. Colocar-se no lugar deles, tentando enxergar o mundo pelas lentes deles. Esse processo ajudará a criar uma conexão mais significativa e a adaptar o ensino às necessidades individuais de cada aluno.
A escuta ativa deve propor uma atenção voltada para os estudantes sobre aquilo que eles desejam e querem manifestar. O educador, nesse processo,
reconhecer e valorizar as diferentes culturas e experiências de cada estudante. Isso só será possível mediante um diálogo construtivo, que abarque todos. Somente por meio da escuta atenta e respeitosa, poderemos construir uma sociedade mais inclusiva, empática e harmoniosa, na qual a beleza e a humanidade de cada indivíduo sejam verdadeiramente reconhecidas.
A dificuldade em ouvir é atribuída à nossa arrogância e vaidade. Em vez de simplesmente escutar o que o outro tem a dizer, muitas vezes, interrompemos com nossas próprias opiniões, nossos julgamentos e nossas palavras, misturando o que foi dito com o que queremos dizer. Essa atitude revela uma falta de humildade e empatia, pois não permitimos que as vozes dos outros sejam ouvidas e valorizadas. Ao negligenciarmos a escuta atenta dessas vozes, perdemos a oportunidade de compreender a
Ao negligenciarmos a escuta atenta dessas vozes, perdemos a oportunidade de compreender a diversidade de experiências e perspectivas que enriquecem a humanidade como um todo.
deve fazer perguntas abertas e norteadoras para encorajar o desenvolvimento intelectual dos estudantes e dar espaço para a diversidade de ideias e opiniões.
Para isso, é crucial que o professor seja sensível às necessidades de cada um. Cada aluno tem habilidades, estilos de aprendizagem e ritmos próprios. A abordagem do processo de ensino-aprendizagem deve buscar compreender e se adaptar às necessidades de cada grupo ou indivíduo.
Ao escutar, compreendemos o outro, acolhemos as experiências e perspectivas, bem como estabelecemos vínculos mais profundos e significativos. A escuta nos conecta com a humanidade compartilhada, nos ensina empatia e nos possibilita encontrar soluções colaborativas para os desafios que enfrentamos.
Na realidade da vida e no caminho do desenvolvimento do ensino-aprendizagem, é necessário
diversidade de experiências e perspectivas que enriquecem a humanidade como um todo.
Ao adotar uma abordagem comprometida com o outro e cultivar a escuta com empatia, os professores podem criar um ambiente de aprendizado mais significativo e inclusivo. Isso fortalece a relação entre professor e aluno, bem como facilita o crescimento e o desenvolvimento dos estudantes, de forma a permitir que eles se sintam valorizados, compreendidos e apoiados na jornada educacional.
Robson Ribeiro de Oliveira Castro Chaves
Teólogo, historiador e filósofo. Mestre em Teologia. Professor de Teologia e de Ensino Pesquisador sobre o Pacto Educativo Global, Viktor Frankl e temas voltados para a educação humanizada
por Comunicação ANEC
Com o tema “Plano Nacional de Educação (20242034): política de Estado para a garantia da educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”, a CONAE 2024 avaliou os problemas e as necessidades educacionais do país, visando à elaboração de novas metas e estratégias para a superação das desigualdades e garantia do direito à educação de qualidade para todos.
A ANEC participou efetivamente de todas as etapas e trouxe para a final uma delegação de 29 delegados, representantes das associadas nos estados e no Distrito Federal, nos sete eixos e na plenária final da CONAE extraordinária. As contribuições ao novo PNE vêm sendo debatidas desde setembro de 2023, nas conferências estaduais, municipais e distrital, até chegar à etapa nacional, que ocorreu em janeiro, em Brasília.
O evento contou com a presença de milhares de delegados, professores e estudantes que participaram das etapas estaduais, municipais e intermunicipais articuladas e coordenadas pelo FNE.
Em entrevista exclusiva para a ANEC, o coordenador do Fórum Nacional de Educação (FNE), Heleno Araújo, referindo-se à participação da ANEC na CONAE 2024, agradeceu aos delegados e delegadas que se comprometeram em propor soluções para a educação na próxima década.
“A visão que nós temos da Educação é a que está na Constituição Federal, e de todas as secretarias de educação pública, privada e confessional, e a contribuição da ANEC foi muito forte. Fizeram uma atividade permanente em todas as fases de elaboração da conferência. E deixo aqui o nosso agradecimento à ANEC, por essa grande contribuição”, disse.
Ao longo da Conferência Nacional da Educação (CONAE), representantes da Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) conduziram dois colóquios importantes para o futuro da educação no Brasil: Educação de Qualidade Social: superação do racismo, de todas as formas de preconceito e discriminação e pelo desenvolvimento de políticas de equidade orientadas para a inclusão e construção da justiça social e outro de tema Desafios da ecologia integral: efetivação do PNE como indutor de políticas públicas de enfrentamento às desigualdades, a pobreza e a exterminação da vida no planeta.
O papel fundamental dos delegados na representação dos interesses das associadas
Os 29 delegados representantes da ANEC atuaram efetivamente nos sete eixos do debate de construção do PNE.
Para a delegada que representou a ANEC no Eixo 3, professora Cláudia Lima, em um país com tantas desigualdades sociais de acesso à educação, construir um Plano de Educação com metas tangíveis e que fortaleça a educação do Brasil deveria ser o maior objetivo de todos os delegados participantes.
O Ir. Roberto Carlos Ramos, um dos delegados da ANEC que atuou no Eixo 1, ressaltou a importância de incluir políticas públicas e gestões que visem à superação do cenário, requerendo a consolidação do SNE e do PNE como elementos fundantes para uma efetiva política de Estado, que vise à equidade e à igualdade”.
O delegado da ANEC com atuação no Eixo 2, Prof. Sérgio Renato Martins, pontuou que seu objetivo no evento foi encontrar meios de garantir um padrão de qualidade na Educação brasileira como um todo e não apenas nas Instituições de Ensino Privado.
Senadora Tereza Leitão enaltece participação da ANEC no CONAE 2024
Ao participar da Conferência Nacional de Educação (CONAE), a senadora Tereza Leitão (PT-PE) comentou sobre a participação da ANEC no evento.
“É muito importante que a gente tenha, em um fórum que debate o foco da educação pública, entidades da rede privada de educação. E uma rede, sobretudo, uma rede confessional católica, é uma rede que tem escolas muito sérias, muito comprometidas com a qualidade da educação”, declarou a parlamentar pernambucana.
Segundo Tereza, há uma “pendência” no Brasil em relação a “como incluir o setor das escolas privadas no Sistema Nacional de Educação”. “É um sistema que ainda está sendo construído e tem muito debate em relação a isso”, disse.
“Eu conheço a associação das escolas católicas há muitos anos, nunca fui professora da rede privada, mas como liderança sindical, sempre tive uma boa relação e acho que a presença da ANEC aqui nos dá essa garantia de olhares diversificados, que é isso que o fórum tem defendido, que sejam também considerados, que a gente possa ouvir a todos e a todas com essa experiência, com esse compromisso secular, para que a gente discuta como a gente vai fazer. O debate foi reivindicado por tantos da regulamentação”, declarou.
por Comunicação ANEC
O Comitê Misto sobre Inclusão, coordenado pela Associação Nacional de Educação Católica (ANEC), se reuniu, em maio, para debater sobre educação inclusiva, conhecer alguns exemplos de inclusão nas escolas e definir o plano de ação para 2024-2025. A reunião contou com representantes de instituições associadas, parceiros e órgãos, como: a Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (SASE/ MEC), o Conselho Nacional de Educação (CNE), o Fórum Nacional dos Conselhos de Educação (FONCED) e a Campanha pela Educação.
O Irmão Paulo Fossati, conselheiro da ANEC e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), enalteceu a importância do Comitê para elaborar ações que sirvam de base para educação inclusiva, além de servir de parâmetro para as normativas que são analisadas e criadas pelo CNE e pelo Ministério da Educação. “Temos que trabalhar agora, entender e modular políticas públicas. Espero que esse grupo ajude a chegar em um lugar de prevenção, ação e de uma inclusão mais assertiva. O objetivo da ANEC é contribuir com uma educação de qualidade social para nosso país”, disse.
Logo no início, os participantes apresentaram as suas expectativas em relação ao encontro e ressaltaram a importância de construir algo que “fortaleça a educação inclusiva”, além de sair com “ações concretas para uma educação melhor, justa, solidária e fraterna”.
Representantes do Colégio Nossa Senhora de Fátima de Brasília, referência na educação inclusiva de crianças e jovens, apresentaram o modelo pedagógico e de acolhimento que é feito na instituição para integrar os estudantes com necessidades educacionais especiais em salas de aula regulares.
Segundo a psicopedagoga do Colégio, é feita uma
adaptação curricular individualizada na sala de recurso com todas as crianças e todos os adolescentes que foram indicados a partir de uma avaliação diagnóstica. A instituição também promove diálogo e acolhimento, especialmente com as famílias dos estudantes; campanhas de inclusão, como no Dia do Autista e da Síndrome de Down; e formação contínua para a equipe pedagógica, docentes e colaboradores sobre educação inclusiva no início de cada semestre letivo.
A função, as atribuições e a formação do acompanhante para o estudante de inclusão também foram assuntos discutidos durante a reunião.
A professora Erenice Soares, do Conselho de Educação do Distrito Federal, apresentou, na reunião, as normativas que tratam da educação inclusiva e os seus desafios. Inicialmente, ela apresentou o entendimento consensual sobre “sistema educacional inclusivo”, com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN) e na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CBPcD).
Segundo a professora Erenice, as normativas do Distrito Federal trazem vários pontos importantes para a implantação da educação inclusiva, desde a definição do público, que são estudantes com deficiência, altas habilidades, superdotação e Transtornos Globais de Desenvolvimento (TEA), como também a exigência de profissionais qualificados.
Em relação aos desafios das normativas, a professora citou a sustentabilidade dos atos, a formação docente para regência e atendimento educacional especializado (AEE), acessibilidade ao estudante, participação da família, profissional de apoio escolar, judicialização, redes de apoio para inclusão, insufici-
ência de salas de recursos multifuncionais, entre outras dezenas de desafios.
Erenice citou, inclusive, a interferência de profissionais da saúde no processo educacional e, principalmente, a falta de definições sobre os profissionais e apoio escolar. Em entrevista à ANEC, ela ressaltou que, para ampliar a educação inclusiva, é necessário “trabalhar as atitudes, a acessibilidade e o acolhimento do aluno para que ele não seja aquele estranho ou aquela pessoa diferente para desafiar a escola”.
“Inclusão significa estar e agir com essa pessoa. Ele precisa ser conhecido, porque se a sua intenção é oferecer oportunidades para o aluno, você não pode fazer isso se não conhecer. Você tem que ouvi-lo e definir medidas de apoio, complementação, daquilo que a escola traz e aquilo a mais que ele possa precisar. É importante dar oportunidade real e não uma oportunidade falsa, pouco fundamentada. A rede regular de ensino tem que se capacitar para fazer essa inclusão”, disse a professora.
Os pareceres do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre a inclusão de estudantes TEA e o atendimento a estudantes com altas habilidades ou superdotação foram apresentados pela conselheira e representante do CNE, a professora Suely Menezes.
De acordo com a conselheira Suely, a Política Nacional de Educação Inclusiva ainda vivencia muitas dificuldades, como indicadores de avaliação não efetivos, condição de oferta do AEE e insuficiência de pessoas qualificadas.
Projetos de Lei sobre educação inclusiva no Congresso Nacional
No segundo dia da reunião, foram apresentados cerca de 14 projetos de lei sobre educação inclusiva que tramitam na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e que podem impactar a comunidade escolar.
Entre as propostas, consta o PL n. 953/22, o qual estabelece que a oferta de profissionais de apoio escolar alcançará todos os níveis e modalidades da educação básica, da educação profissional e tecnológica e da educação superior, em instituições de ensino públicas e privadas, bem como considerará as necessidades e potencialidades do estudante e pro-
moverá a autonomia e a independência.
Também foram mencionados os projetos que dispõem sobre a oferta de profissionais de apoio escolar especializados nas salas de aula para o atendimento aos alunos com deficiência, exigindo determinadas formações.
Na avaliação dos participantes, as escolas podem contribuir na elaboração das propostas legislativas, visando um ambiente acolhedor, que beneficie tanto o aluno como toda a equipe pedagógica envolvida.
Plano de ação prevê medidas com propostas concretas
Ao fim do encontro, os participantes do comitê elaboraram o plano de ação com seis ações importantes a serem realizadas pelo Comitê Misto de Inclusão. Uma das ações será a construção de um documento de referência de ações de inclusão, com questões pedagógicas e jurídicas para práticas da escola.
O grupo também sugeriu a elaboração de um Protocolo para Saúde Mental na Escola e a criação de um Plano de Comunicação da ANEC sobre gestão de crise para assuntos virtuais, midiáticos e presenciais que tratem de inclusão.
As outras ações preveem a produção de notas técnicas sobre nomenclaturas, funções e formação do profissional de apoio e a formação continuada na perspectiva inclusiva para todos os cursos de licenciatura. Por fim, sugeriram a reanálise do documento dos Projetos de Lei com o acréscimo da legislação vigente para amparar o posicionamento da ANEC.
Na avaliação do advogado Matheus Martins, professor da UCSAL e assessor externo da ANEC, o encontro do comitê e a elaboração do plano de ação foram positivos. “Os desafios não são poucos, mas é o combustível que nos move a buscar soluções e conseguir concretizar os resultados para atender essa demanda. Saímos com propostas concretas, depois de muito diálogo, transparência e de conhecer boas práticas que dão resultados. Acredito que isso vai render frutos replicáveis e vamos levar aos outros estados para garantir um olhar de dignidade humana que as pessoas com deficiência merecem e necessitam”, declarou à ANEC.
No primeiro semestre de 2024, o Pe. Sérgio Mariucci assumiu a Presidência do Conselho Superior da ANEC para a gestão 2024-2028. Em entrevista exclusiva para a Revista EducANEC, Pe. Sérgio compartilha suas visões, seus desafios e planos para o futuro da educação católica no Brasil.
1. Pe. Sérgio, quais são suas principais expectativas e objetivos para esta gestão de 2024 a 2028?
A Irmã Iraní Rupolo, que me antecedeu, fez um excelente trabalho e muito contribuiu para o fortalecimento da ANEC com serenidade, seriedade e lucidez. Pretendo seguir nesse caminho, pois acredito que a colegialidade fortalece a nossa identidade confessional. As pessoas que compõem comigo o Conselho Superior me dão a expectativa de que em muito poderemos assegurar à Presidência da ANEC a segurança institucional necessária para bem atender as filiadas e corresponder ao que a sociedade, o Estado brasileiro e a Igreja esperam da Associação Nacional da Educação Católica.
2. Qual é a sua visão para a educação católica no Brasil nos próximos quatro anos?
No próximo ano, iremos celebrar 80 anos de fundação, enquanto entidade representativa da educação católica junto à Conferência dos Bispos do Brasil e à Conferência dos Religiosos do Brasil. Nascemos como entidade num contexto em que a Igreja, sob a liderança de Dom Helder Câmara, se redescobria na sinodalidade, hoje reforçada pelo Papa Francisco. O exercício de olhar para os próximos anos desta década desafiadora exige firmeza na fé e no amor. Temos muito a colaborar com o Brasil por meio da educação que oferecemos. A qualidade das nossas instituições é um serviço que prestamos à Igreja e ao Brasil. Temos a responsabilidade de corresponder aos que nos antecederam nesses 80 anos e nos projetar para que esses quatro anos fortaleçam os nossos passos no caminho da Boa notícia e de boas notícias para o nosso país.
3. Como pretende alinhar as ações da ANEC com a missão de promover uma educação de qualidade social, fundamentada nos valores cristãos?
Essa missão corresponde, hoje, ao que sempre fizemos como educação católica no Brasil. A história da educação católica no Brasil se mescla com a história da vida religiosa em nosso país. A nossa atuação em educação sempre esteve fundamentada nos valores cristãos e em comunhão com a Igreja. Ressalto, ainda, que a nossa credibilidade junto à sociedade pressupõe a qualidade no serviço como instituições educativas. Fortalecer os processos que asseguram uma educação de qualidade supõe mantenedoras e instituições atualizadas nos modelos de gestão e liderança, assim como constante atualização didático-pedagógica, o que inclui uma pastoralidade dinâmica e integrada ao currículo. Supõe, também, uma aguçada interlocução da ANEC com os entes do poder público e entidades parceiras. Supõe contínuo diálogo e vívida comunhão eclesial.
4. Quais são, na sua opinião, os maiores desafios enfrentados pelas instituições educacionais católicas atualmente?
Permita-me responder a essa questão ampliando um pouco o espectro de visão sobre os desafios enfrentados pelas instituições educacionais católicas na atualidade. Considero que este primeiro lustro desta década tem arrefecido os tensionamentos que fazem da paz um sonho distante. Somos, de todos os lados, ameaçados. Mas não perdemos a esperança. As guerras, o desequilíbrio ambiental, a desconstrução das bases do estado democrático e de direito e a obsessão pelo progresso econômico, mesmo que às custas da própria felicidade e do desastre alheio, são cenários que em muito desafiam a educação. Compreender o nosso tempo exige alcance no olhar, capacidade de escuta e reflexão e, sobretudo, profundidade na argumentação. Superar a superficialidade que predomina e retomar a gramática acadêmica parece ser um bom desafio. Isso requer revisitar com maior atenção a tradição do método científico, o valor
da ciência como avanço civilizatório, sobretudo no diálogo convergente com a fé. A educação que projetamos como ANEC incide como esperança de que a civilização, com paz e justiça, irá prevalecer. Assim, podemos retomar, também, outro desafio, que é o de que, por meio da educação, busquemos a transformação das pessoas, das estruturas e da sociedade. Isso implica resgatar tesouros do humanismo, tais como buscar na literatura, na ciência e nas artes o fundamento para elevar o nível dos debates. Isso seria um dos maiores desafios a serem enfrentados pelas instituições católicas. Outro grande desafio é a formação de lideranças capazes de transformar a si mesmas e o país por meio da cultura, da arte e dos valores cristãos e humanistas, transformando os avanços tecnológicos em condições de vida melhor, inclusiva e justa para todos. Prefiro olhar esses desafios que nos posicionam num horizonte maior do que os desafios operacionais de gestão, legislação e outros de natureza doméstica. Nossas instituições têm o desafio de formar cidadãos de envergadura tal que sejam capazes de aliar a inteligência artificial ao desenvolvimento integral, inclusivo e sustentável da sociedade.
5. Como a ANEC pode ajudar as escolas e universidades católicas a enfrentarem esses desafios?
Primeiramente, preservando a nossa comunhão com a Igreja. As escolas e universidades católicas são expressões da Pastoral da Igreja. Por meio da sala de aula, dos laboratórios, gabinetes, bibliotecas e demais espaços de convivência e aprendizagem, a Igreja anuncia Jesus Cristo por meio do rigor e amor, da disciplina e afeto, da seriedade e alegria que compõem o cotidiano dos processos de ensino e aprendizagem, bem como a pesquisa e extensão. O pior que poderia acontecer é fomentar expressões de um proselitismo raso e imediatista. Ou cair na ilusão de querer agradar a todos e se deixar ameaçar, eventualmente, por vozes estridentes que usurpam a sensibilidade religiosa para impor perspectivas falaciosas que se autorreferenciam de atributos religiosos. Aqui, mais uma vez, a comunhão com a Igreja nos ajuda a ter lucidez para responder com amor aos desafios que nos motivam a aprimorar sempre mais a qualidade do nosso serviço.
6. Como a ANEC pode contribuir para o alcance de melhores resultados das instituições associadas?
Os eventos realizados pela ANEC vêm crescendo em participação e em relevância. O último congresso nacional foi um momento forte de aprendizagem, fortalecimento dos nossos propósitos e muita cooperação em torno de práticas eficazes com impacto positivo em processos de gestão, de práticas pedagógicas, soluções de gestão escolar, curricular e oportunidades de consolidação e melhora de resultados. Além do Congresso, a ANEC promove fóruns para gestores, diretores, reitores e presidentes de mantenedoras. Esses espaços de discussão têm sido eficazes em inspirar, apoiar e fortalecer nossas associadas. Para além desses espaços, a ANEC atua com forte incidência política junto ao Ministério da Educação e, por meio das regionais da ANEC, nas Secretarias Regionais de ensino, bem como no Conselho Nacional de Educação e muitos dos Conselhos Estaduais de Educação. Desse modo, a ANEC atua tanto do ponto de vista de produção do conhecimento e cooperação entre as associadas como também na representação da Educação Católica junto ao poder público e entidades afins.
7. Qual mensagem gostaria de deixar para os educadores, gestores e estudantes que fazem parte da rede de educação católica no Brasil?
Eu falo aqui do Rio Grande do Sul. Tivemos, aqui, a experiência das enchentes que devastaram cidades inteiras. A dor por tantas perdas e devastação foi remediada pela solidariedade. Entendo, a partir dessa experiência, que a educação católica tem muito a contribuir na ressignificação do que entendemos por “progresso” e “desenvolvimento econômico”. A sustentabilidade sempre esteve entre os objetivos do nosso modelo de educação. Agora, tendo vivenciado a fúria de uma natureza agredida, creio que a nossa proposta de educação pode significar esperança de que podemos formar uma geração de cidadãos empreendedores, criativos, inovadores e profundamente comprometidos com um desenvolvimento justo e sustentável.
Rede de solidariedade da educação católica: ANEC e instituições associadas se mobilizam para fazer a diferença para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul
Tocada pela dor dos gaúchos, a ANEC promoveu uma grande corrente humanitária para organizar doações, viabilizar atendimentos psicológicos e discutir ações políticas para auxiliar quem foi afetado de alguma forma pelas enchentes no estado
Os meses de abril e maio de 2024 marcaram a população do estado do Rio Grande do Sul pela maior tragédia ambiental de sua história. Com um volume de chuvas sem precedentes, as enchentes deixaram pelo menos 179 mortos, 33 desaparecidos, 806 feridos, 10,7 mil desabrigados e mais de 422 mil pessoas desalojadas, de acordo com a Defesa Civil.
Ainda segundo os dados do órgão público, 478 cidades gaúchas foram afetadas, o que indica que mais de 96% das cidades foram atingidas pelos problemas causados pela água. Uma vez que, quase a totalidade do estado foi atingido, cerca de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas de alguma forma.
No meio desta crise humanitária, a Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) e instituições associadas se uniram em um grande círculo de fé e solidariedade para auxiliar as vítimas, que ainda sofrem uma série de consequências da tragédia, como o desabastecimento, por exemplo.
Tocada pela dor coletiva dos irmãos gaúchos, a ANEC uniu esforços para contribuir com as famílias
que ainda sofrem com a falta de itens básicos, como roupas e alimentos. Em carta, a associação expressou sua disposição em colaborar para que a dor dos afetados seja amenizada, para que as vidas voltem ao normal dentro do possível e para que o Rio Grande do Sul seja reconstruído.
A carta da ANEC também promoveu uma campanha de arrecadação de fundos para as vítimas, que foi organizada pela Regional Sul 3 da CNBB, e convidou os cristãos, pessoas de boa vontade e associados a se unirem nesta corrente humanitária.
O significado da solidariedade na fé católica
Todo o esforço da ANEC e das associadas para mitigar pelo menos um pouco o sofrimento do povo gaúcho foi baseado nos princípios de solidariedade da fé católica.
O ato de ser solidário é um esforço em direção a uma sociedade mais justa, com menos conflitos e
menos sofrimento. A ajuda ao próximo — que, como dito, não é exclusiva em relação a bens materiais, mas também em ordem espiritual — serve como um alento para quem mais precisa e é uma compaixão para quem doa seu tempo, bens físicos ou apoio moral.
Afinal de contas, a solidariedade não é representada exclusivamente pela questão material, como nos ensina o Catecismo, no número 1942. “A virtude da solidariedade vai além dos bens materiais. Ao difundir os bens espirituais da fé, a Igreja favoreceu, por acréscimo, o desenvolvimento dos bens temporais, o que, muitas vezes, abriu novos caminhos. Assim se verificou, ao longo dos séculos, a Palavra do Senhor: ‘Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo’”.
Círculo de solidariedade promove rede de ações pelos atingidos
Guiada pelo espírito da solidariedade e se baseando nos preceitos da fé católica, a ANEC se comprometeu na busca de soluções para ajudar as comunidades afetadas no Rio Grande do Sul.
Entre as ações feitas pela ANEC em prol das associadas localizadas no RS, foi proposta uma reunião periódica com o Fórum de Gestores do RS, visando
A Universidade Franciscana (UFN), por exemplo, doou cerca de 2 mil peças íntimas infantis e adultas para as vítimas das enchentes em Santa Maria e Região Central. Iniciada pelo curso de Design de Moda da Universidade no início de maio, a campanha teve como objetivo oferecer conforto
entender a realidade e as necessidades da comunidade diante da catástrofe e desenvolver ações estratégicas e emergenciais em conjunto para apoiá-las.
Para comunicar as ações de solidariedade e desenhar estratégias, foi criado, ainda, o Comitê de Comunicação da ANEC Rio Grande do Sul, que também tem como objetivo planejar estratégias que conscientizem sobre a importância das ações sociais. Além disso, o comitê deu, ainda, visibilidade para as ações realizadas pela educação católica.
O presidente da ANEC, Pe. João Batista, explica que a corrente de ajuda serviu para mostrar a importância de todos neste processo. “Cada ato de solidariedade conta bastante e é sentido por quem recebe esse apoio. E essa organização foi essencial para que as necessidades e realidades de cada comunidade fossem mapeadas e levadas para reuniões do Fórum de Gestores de RS”, diz.
“Outra preocupação é a comunicação efetiva destas ações, já que pretendemos gerar um efeito cascata e incentivar cada vez mais pessoas a se unirem à causa”, acrescenta.
e dignidade às famílias que perderam tudo devido à catástrofe climática. Até o dia 12 de junho, foram produzidos 900 itens e arrecadados mais de R$15 mil em doações.
Outra iniciativa de destaque foi realizada pela UFN, por meio do curso de Design, que desenvolveu um projeto para construir balcões de cozinha para os atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul. O móvel emergencial é de fácil montagem, pois utiliza um sistema de encaixe e é produzido com uso consciente de materiais e ferramentas. A iniciativa leva o
nome de ERCOM (Emergencial, Redesign e Comunidade).
Após a definição dos detalhes do projeto e da criação do protótipo, teve início a produção dos móveis. Na primeira fase, a expectativa é entregar 115 balcões para várias famílias de Santa Maria e da Quarta Colônia, bem como para profissionais que atuaram na linha de frente dos resgates. Além dos balcões, o grupo também já está produzindo outros tipos de móveis, como mesas, bancos e armários, que serão destinados aos atingidos.
Articulação social e política da ANEC é reconhecida pelo Governo Federal
O Padre Sérgio Mariucci, presidente do Conselho Superior da ANEC e reitor da Unisinos, esteve na linha de frente e relatou a articulação inicial das principais iniciativas realizadas em prol das vítimas. “Na madrugada do dia 4 de maio, fui acionado para abrir a Unisinos e acolher desabrigados. Imediatamente, dissemos sim e, a partir daí, os ginásios esportivos ficaram lotados. Não parou de chegar gente durante todo o dia”, lembrou o padre. Ele destacou que o apoio da ANEC foi imediato e contínuo. “Logo na segunda-feira, a ANEC já estava perguntando como poderia ajudar, constituindo uma rede enorme de solidariedade.”
A estrutura montada na Unisinos para acolher os desabrigados incluiu diversas facilidades essenciais. “Dentro do abrigo, havia Enfermaria para emergências, um serviço de saúde mental com voluntários, uma farmácia, uma área específica para atendimento a idosos e até um espaço para pets, com veterinários e ração”, explicou o padre. Além disso, cozinhas foram montadas para preparar milhares de refeições diárias, tanto para os desabrigados quanto para os profissionais de saúde e defesa civil.
A articulação com as autoridades locais e estaduais foi fundamental para o sucesso das operações. “A abertura do abrigo dependeu muito da articulação com a prefeitura e o governo estadual. Sem isso, não teria sido possível”, afirmou. O resultado das demandas surgidas nos encontros e reuniões de gestores da educação católica foi entregue em formato de lista de reivindicações ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
A entrega foi feita pessoalmente, no dia 15 de maio, pelo Pe. Sérgio Mariucci durante uma visita do presidente às pessoas que estavam abrigadas na Instituição, localizada no município de São Leopoldo (RS). Para o presidente do Conselho Superior, a presença do presidente Lula no abrigo foi um momento de reconhecimento importante. “A visita do presidente da República foi uma honra e uma demonstração de humanidade e sensibilidade com os desabrigados”, comentou.
A IES Católica acolheu mais de 1.500 pessoas em suas instalações, oferecendo abrigo, comida e dignidade em um momento tão crítico. O esforço do Pe. Sérgio e da comunidade da Unisinos foi reconhecido pessoalmente pelo presidente, que demonstrou sua gratidão durante o discurso e pediu uma salva de palmas para o presidente do Conselho da ANEC.
Além do encontro pessoal com Lula, a ANEC e suas associadas realizaram articulações políticas para defender os interesses e necessidades das instituições de ensino católicas do Rio Grande do Sul. A Universidade La Salle, localizada em Canoas (RS) também acolheu cerca de 1.300 pessoas, enquanto a UBRA chegou a contar com mais de 7.500 abrigados.
Em maio, foram realizadas reuniões da ANEC com autoridades, como o ministro da Educação, Camilo Santana; o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Roberto Curi; o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manoel Palácios, e a Secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES/MEC), Marta Abramo.
O objetivo dos encontros foi encontrar soluções que minimizassem todos os problemas que as enchentes causaram para os estudantes não só das instituições educacionais católicas, mas de todo o Rio Grande do Sul.
No dia 17/5, escolas e universidades católicas do Brasil se uniram em oração pelo estado. A iniciativa, proposta pela ANEC, foi um sinal vivo de esperança e comunhão espiritual por meio da convocação de um Dia de Oração e Solidariedade, com a iniciativa de “5 minutos pelo RS” e contou com o engajamento de diversas instituições.
A ANEC lançou, ainda, um novo site dedicado a apoiar as vítimas e, principalmente, a divulgar as ações realizadas pelas instituições educacionais católicas. Projetado para facilitar o engajamento e a colaboração de todos os interessados, o site é uma central de recursos e informações.
No canal, os visitantes encontram materiais para download e documentos oficiais da ANEC relacionados às ações de apoio. A seção de notícias manterá todos atualizados com as últimas informações sobre as atividades de suporte realizadas pelas escolas e universidades católicas. Para aqueles que desejam contribuir, a seção “Como Ajudar?” oferece diversas maneiras de participar.
Os visitantes podem encontrar informações sobre como fazer doações financeiras e materiais, inscrever-se como voluntários para ajudar diretamente nas instituições necessitadas, obter contatos e endereços de centros de acolhimento e distribuição de donativos, e se envolver em campanhas de arrecadação em parceria com outras organizações de apoio.
Uma das iniciativas disponíveis é a campanha “Juntos fazemos a diferença”, promovida pela Rede Notre Dame, que visa arrecadar materiais escolares que serão entregues aos estudantes nesta volta às aulas.
Outra é da PUC Goiás, que anunciou a campanha “A Fraternidade pede ação”. Os interessados podem colaborar por meio do Pix da doação de produtos de higiene pessoal, materiais de limpeza, garrafas de água, alimentos não perecíveis, roupas de cama e cobertores. Os pontos de coleta são as Secretarias das Escolas.
A Rede de Escolas Proneves também lançou uma campanha contínua para arrecadar doações financeiras via PIX, com o intuito de apoiar a comunidade das Filhas do Amor Divino no Rio Grande do Sul, que está ajudando os profissionais locais afetados pelas enchentes e reconstruindo as obras danificadas.
Já a Unisinos, por meio do Programa Bilíngue Unisinos Education e do Instituto de Inovação para Educação, lançou a campanha “Doe livros e ajude a reconstruir sonhos nas escolas gaúchas”, visando reconstruir o acervo literário das escolas do Rio Grande do Sul. A iniciativa surgiu da percepção da Universidade sobre sua atuação em rede, conectando doadores às escolas necessitadas e acolhendo e distribuindo as doações.
A campanha visa expandir para mais municípios, começando por São Leopoldo, onde 18 bibliotecas escolares foram afetadas por inundações, prejudicando mais de 9 mil estudantes.
Conheça o site e confira as diversas iniciativas realizadas pelas instituições educacionais católicas. www.juntospeloriograndedosul.anec.org.br Ou leia o QR Code abaixo:
ANEC promove rede de apoio à saúde mental das pessoas afetadas pelas enchentes
Em meio aos desafios, outro ponto não pode ser esquecido: a saúde mental dos afetados. Reconhecendo a necessidade urgente de assistência psicológica, a ANEC tem se dedicado a indicar profissionais qualificados para oferecer suporte especializado à comunidade educativa do Rio Grande do Sul.
“Além de atender as necessidades de itens básicos, os afetados pelas enchentes também precisam de um apoio que cuide e preze pela saúde mental.” Nesse sentido, a associação criou uma rede de psicólogos e terapeutas que estão atendendo quem necessita de apoio em um momento de tantas perdas.
A iniciativa visa proporcionar um atendimento adequado e humanizado às vítimas, oferecendo apoio necessário para que possam enfrentar traumas e recuperar o sistema emocional. “Nos comprometemos com o bem-estar da comunidade, fortalecendo a rede de apoio e promovendo a resiliência em tempos de crise”, afirma Pe. João Batista.
Reconstrução, cuidado com o meio ambiente e união
Sobre os planos de reconstrução do estado, Pe. Sérgio destacou que as universidades continuarão a prestar assistência e suporte técnico para a população. “Estamos assessorando o governo estadual e as prefeituras nos planos de reconstrução, além de oferecer serviços técnicos para a avaliação de materiais e edificações.”
Ao refletir sobre os aprendizados dessa tragédia, ele enfatizou a importância da solidariedade e da consciência ambiental. “Aprendemos muito sobre a necessidade de uma consciência ambiental honesta e uma cultura de desenvolvimento sustentável. Precisamos ver o rio como uma bênção de Deus, não como uma ameaça”, ressaltou o presidente do Conselho Superior da ANEC.
Ele também transmitiu uma mensagem de esperança, inspirada pelo Papa Francisco, tendo como base os direcionamentos do Laudato Sí e a importância do cuidado com a Casa Comum. “Na dor, nos curamos com solidariedade. Devemos cuidar do meio ambiente e entender que o progresso deve ser integrado e sustentável”.
Por fim, Padre Sérgio deixou uma mensagem inspiradora para o povo gaúcho, ressaltando a força e a resiliência diante das adversidades. “E o que eu diria para o povo gaúcho é que nossa fé seja vigorosa e que a força, a tradição, a grandeza da história do povo gaúcho possam agora se manifestar em uma tremenda força de amor ao estado, a esta terra e na capacidade de seguir-nos adiante e refazer a nossa vida e tornar este estado ainda mais bonito e vigoroso.”
Ele concluiu dizendo que, apesar da catástrofe, do medo, da chuva e da dor, a fé, a esperança e a criatividade dos gaúchos permitirão que todos se reergam, aprendam a conviver melhor com a natureza e estejam melhor preparados para eventos futuros.
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por Comunicação ANEC
Durante o mês de maio, a Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) promoveu diversas ações para celebrar o Dia Internacional da Educação Católica, marcado pelo dia 9/5 em 2024. Anualmente, na quinta-feira que antecede a solenidade da Ascensão do Senhor, celebra-se a data, estabelecida pela OIEC (Organização Internacional de Educação Católica), órgão vinculado ao Dicastério para Cultura e Educação da Santa Sé. A programação incluiu uma live no YouTube e uma campanha com instituições educacionais em todo o país.
O evento virtual, realizado no próprio dia 9 de maio e presidido por Gregory Rial, coordenador do setor de Animação Pastoral da ANEC, contou com a presença de Dom Agamenilton, bispo de Rubiataba-Mozarlândia e secretário do Regional Centro-Oeste da CNBB, Irmã Claudia Chesini, da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), e Padre João Batista, presidente da ANEC. Três representantes de
redes de educação católica também participaram: Irmã Charli Philippe, da Rede Anastasia Dominicana; professora Patricia Stein, da Rede Salvatoriana; e professor Mateus Alves, da Rede Marista.
Tema e reflexões
O tema deste ano foi Educação Católica: fermento de fraternidade para uma nova sociedade. Gregory Rial abriu o painel e passou a fala para Dom Agamenilton, que destacou a educação como parte essencial da missão da Igreja Católica, afirmando: “A educação humaniza as pessoas, eleva suas potências, a educação põe as pessoas de pé”.
Irmã Claudia Chesini refletiu sobre a adaptação dos religiosos às mudanças sociais e a importância da ANEC, afirmando: “enquanto contarmos com organizações como a ANEC, teremos mais força, mais esperança e mais entusiasmo”. Ela destacou a necessidade da mediação cultural da fé na educação.
Padre João Batista enfatizou a inclusão de crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais e em situação de vulnerabilidade, destacando três pontos fundamentais da educação católica: qualidade do ensino, valores humanos e espiritualidade. “Nosso ensino é feito com qualidade técnica e valorização do ser humano”, disse.
Irmã Charlimène Philippe falou sobre o projeto de Escola em Pastoral da Rede Anastasia Dominicana, destacando o Projeto Biblio. Patricia Stein, da Rede Salvatoriana, ressaltou a visibilidade que a ANEC traz ao trabalho das escolas confessionais. Já o professor Matheus Alves, da Rede Marista, falou sobre a organização pastoral nas escolas, visando uma educação integral.
Além da live, a ANEC promoveu uma campanha abrangente com as instituições educacionais católicas, que incluiu diversas atividades significativas, como um trabalho de mídia, incentivando postagens nas redes sociais das instituições educacionais sobre o diferencial da educação católica. Conteúdos desenvolvidos pela ANEC para essa campanha destacaram a formação espiritual, a excelência acadêmica, a formação integral da pessoa humana, a filantropia e a responsabilidade social como elementos fundamentais que tornam ímpar a missão da educação católica perante a sociedade.
A campanha repercutiu positivamente e centenas de publicações foram realizadas pelas instituições, que marcaram a ANEC por meio da hashtag #somoseducacaçãocatólica Acesse a hashtag no Instagram e confira algumas das postagens realizadas.
Além da campanha, a ANEC propôs diversas ações, fornecendo subsídios para celebrar a data nas instituições, entre elas, realização de uma Celebração Eucarística; momentos de espiritualidade envolvendo educadores, estudantes e familiares; exibição das ações relacionadas à identidade confessional das instituições em murais; atividades com estudantes para refletir sobre o crescimento pessoal; leitura de uma mensagem especial ao fim das missas da Ascensão do Senhor; lançamento e divulgação do livro Como fermento na massa, sobre o impacto das redes escolares católicas; e distribuição de releases para a imprensa local sobre o trabalho das escolas e universidades católicas.
Assembleia Geral: reflexões e debates pela educação nacional reúnem gestores de associadas de todo o Brasil
por Comunicação ANEC
Nos dias 21 e 22 de março, o Fórum Nacional de Educação Católica e Assembleia Geral, promovido pela ANEC, reuniu, aproximadamente, 500 pessoas, entre gestores, autoridades e convidados, em um evento marcado por reflexões e diálogos sobre os rumos da educação católica no Brasil. Realizado no hotel Royal Tulip, em Brasília/DF, o evento, de tema Em saída, ao encontro – Educação Católica em movimento no tempo das transições, contou com uma programação que abordou temas desde a transição religiosa até os desafios tecnológicos e socioambientais enfrentados pela sociedade contemporânea na educação.
O primeiro dia do evento iniciou com uma Celebração Eucarística, presidida por Dom Gregório Paixão, arcebispo da Arquidiocese de Fortaleza e presidente da Comissão Episcopal para Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Também estiveram presentes na ce-
lebração Dom Denilson Geraldo, bispo auxiliar de Brasília; Dom Carlos Lema, bispo auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade, entre outros sacerdotes.
Após a celebração, a Cerimônia de Abertura, mediada pela presidente do Conselho Superior da ANEC, Ir. Iraní Rupolo, e pelo presidente da ANEC, Pe. João Batista, deu início oficial aos debates e às atividades do Fórum, que contaram com representantes da CNBB, da CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil), parlamentares, como o deputado federal Odair Cunha, e representantes do Ministério da Educação, como Maurício de Holanda, secretário de Articulação Intersetorial e com os Sistemas de Ensino (SASE), e Rafael Furtado, secretário substituto da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, do Ministério da Educação (SERES).
Na ocasião, o deputado federal foi homenage-
ado em reconhecimento ao notável compromisso e contribuição para a educação católica no Brasil. Por isso, recebeu o prêmio do Mérito Educacional Católico.
Religiosa, Socioambiental e Tecnológica: desafios e oportunidades no 1º dia do evento
A mesa-redonda sobre transição religiosa, socioambiental e tecnológica trouxe à tona importantes reflexões, conduzidas por Alyne Costa, da PUC-Rio, e Sandson Rotterdan, do Colégio Santa Doroteia, de Belo Horizonte/MG. Os conferencistas dialogaram sobre os impactos dessas transições na educação católica, bem como as possíveis ações a serem tomadas para enfrentar esses desafios.
Fóruns Temáticos
Durante a tarde, os participantes tiveram a oportunidade de se aprofundar em diferentes temas, por meio dos fóruns voltados para os representantes das Mantenedoras, que dialogaram sobre Os novos modelos de gestão para a nova economia, liderados
por Izabela Murici (Falconi). Os gestores das Instituições de Ensino Superior aprofundaram o diálogo sobre o tema Ressignificar a Educação Superior no Brasil: os próximos passos, com a contribuição de Ulysses Teixeira (Inep), Ir. Paulo Fossatti (CNE e conselheiro da ANEC) e Pe. Pedro Rubens (CRUB/ UNICAP). Já a Educação Básica discutiu sobre Autodesenvolvimento para uma Gestão de Excelência, tema liderado por Ir. Vanderlei Siqueira e José Leão Filho (Grupo Marista). Os coordenadores e agentes de Pastoral conversaram sobre a Evangelização Coerente: explorando a Pastoralidade com Inteligência, tema conduzido por Ir. Paulo Soares (Rede Marista Brasil).
O primeiro dia do evento foi encerrado com uma inspiradora conferência ministrada por Gui Rangel, da empresa What The Future?!, que provocou reflexões sobre as atitudes necessárias para construir uma educação católica relevante e inovadora para o futuro.
Voltado para os gestores de Educação Básica, o Fórum Nacional de Gestores da ANEC também se reuniu acerca do tema Ressignificando a Educação Básica no Brasil, com a presença de Alexsandro do Nascimento Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do MEC.
2º dia do evento conta com reflexões e Assembleia Geral
Após um primeiro dia repleto de debates e reflexões, o Fórum Nacional de Educação Católica e Assembleia Geral prosseguiu no dia 22 de março com uma programação igualmente enriquecedora e significativa.
O segundo dia teve início com um momento de espiritualidade, em que os participantes se reuni-
ram para a Oração da Manhã, fortalecendo os laços de comunhão e reflexão. Dom Leomar Brustolin, da Arquidiocese de Santa Maria/CNBB, proferiu uma conferência sobre a jornada além do legado, explorando os desafios e as oportunidades que se apresentam para a educação católica no contexto atual.
Após a conferência, deu-se início à Assembleia Geral Ordinária, momento importante para a discussão e deliberação de temas relevantes para as associadas à ANEC, com a apresentação da prestação de contas da Associação às instituições.
No período da tarde, teve lugar a instauração da Assembleia Geral Eletiva. Por meio dela e em conformidade com o Estatuto Social da ANEC, a equipe da nova gestão, referente ao quadriênio 20242028, foi eleita e empossada. A equipe da gestão anterior recebeu um especial agradecimento e uma homenagem por toda contribuição e pelo comprometimento ao longo do triênio passado, e a nova equipe foi acolhida pela então presidente do Conselho Superior, Ir. Iraní Rupolo.
O Fórum Nacional de Educação Católica e Assembleia Geral chegou ao fim, deixando um legado de aprendizado, colaboração e inspiração para todos os envolvidos. A partir das discussões e decisões tomadas ao longo do evento, abre-se um horizonte promissor para a educação católica no Brasil, sustentado pelos valores e princípios que a norteiam.
“Que momento ímpar, cheio de significado, profundidade e leveza. Desde as informações e divulgação do evento, à acolhida e alegria em nos receber, celebração eucarística e momento de oração, as palestras nos levando a adentrar no cotidiano escolar, as salas temáticas, na qual participei da Pastoral, as trocas, as partilhas entre as diversas escolas, e a Assembleia Geral, realizada com tanta leveza e compromisso daqueles que assumiram mais uma jornada e dos participantes que os acolheram com a mesma intensidade ao abraçá-los, dizendo que estamos aqui para caminharmos juntos”, comentou Ir. Regiane, integrante do Conselho Estadual da ANEC Piauí.
Ao longo do evento, os participantes puderam desfrutar de momentos de networking e interação
durante os intervalos, além de visitar a ExpoANEC, espaço que reuniu diversas empresas líderes de mercado, voltadas para soluções e tendências do mercado educacional.
Confira os registros do Fórum Nacional de Educação Católica e Assembleia Geral no nosso álbum de fotos no Flickr. Para isso, basta escanear o QR Code ao lado.
Leia mais sobre cada temática abordada no site do Fórum: forum.anec.org.br
Lançamento do VII Congresso Nacional de Educação Católica
Durante o evento, os participantes também puderam conhecer o destino do VII Congresso Nacional de Educação Católica, por meio de um vídeo cheio de diversidade e cultura. O Congresso será realizado em 2025, na cidade de Fortaleza/Ceará, e reunirá milhares de gestores e educadores acerca de temas pertinentes para o futuro da educação nacional. Acompanhe nossos canais e saiba mais!
No dia 22 de março, a equipe da nova Gestão da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, referente ao quadriênio 2024-2028, foi eleita e empossada durante a VIII Assembleia Geral Eletiva da ANEC.
Conduzindo o início dos procedimentos, a então presidente do Conselho Superior da ANEC, Irmã Iraní Rupolo, destacou a importância do evento. Em conformidade com o artigo 28 do Estatuto Social, a eleição dos membros da Diretoria Nacional e do Conselho Superior, que ocorria a cada três anos, passa a ocorrer a cada quatro anos, em Assembleia Geral especificamente convocada para esse fim e com a participação dos representantes legais, que
são os presidentes de Mantenedoras, reitores e diretores das Instituições de Ensino Superior ou seus procuradores e os delegados da Educação Básica, indicados pelos Conselhos Estaduais da ANEC.
Durante a Assembleia, foram comunicados importantes detalhes do processo eleitoral, como o procedimento de registro de chapa para a nova composição da Diretoria e do Conselho Superior, assim como a data limite para tal inscrição. Ir. Iraní reforçou que, até a data estabelecida para as inscrições, havia apenas uma única chapa para eleição, a qual foi apresentada para voto de anuência pelos representantes, e o resultado foi positivo. Confira!
Diretora
Diretora
Pe. Sérgio Eduardo
Presidente
Dom João Justino de Medeiros Silva Conselheiro
Ir. Adair Aparecida
Conselheira 1ª Vice-presidente
Maria Amalia Pie Abib Andery Conselheira
Maria Aparecida
Ir. Paulo Fossatti
Por meio da eleição e posse da nova Diretoria e do Conselho Superior, a Associação reafirma o compromisso com a excelência educacional e com os valores cristãos, buscando contribuir, de forma significativa, para o desenvolvimento integral dos estudantes e para o avanço da sociedade como um todo.
por Comunicação ANEC
Nos primeiros meses deste ano, educadores de todo o Brasil se reuniram para os tão esperados Dia ANEC, promovidos pela Associação Nacional de Educação Católica (ANEC). A formação, realizada em todos os estados, consolida-se como um marco significativo para atualização dos profissionais da educação católica, reunindo-os para momentos de reflexão, troca de experiências e preparação para os desafios do novo ano letivo.
Renomados especialistas fo-
ram convidados para palestrar, trazendo conhecimentos e percepções significativas de acordo com a realidade e necessidade de cada estado. Momentos de debate e troca de experiências foram promovidos para discutir os desafios atuais da educação. Educadores puderam compartilhar suas vivências, dialogar sobre problemas comuns e buscar soluções coletivas, fortalecendo a rede de apoio entre os profissionais.
Além das atividades pedagógicas, o evento também reservou
momentos para a espiritualidade, com celebrações e momentos de oração, reafirmando a importância da formação integral que une conhecimento acadêmico e desenvolvimento espiritual.
Os Dia ANEC deste ano reafirmaram o compromisso da ANEC com a excelência na educação católica, proporcionando aos educadores as ferramentas necessárias para formar cidadãos conscientes, críticos e comprometidos com os valores cristãos.
https://castelomacae.com.br/2024/03/11/estudantes-refletem-campanha-da-fraternidade-2024/
por Comunicação ANEC
Em fevereiro, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) realizou um workshop sobre a Campanha da Fraternidade de 2024, visando à formação teórica para os educadores e agentes de Pastoral Escolar sobre Fraternidade e Amizade Social, tema da campanha deste ano.
O encontro foi promovido pelo PastoLAB (Laboratório de Pastoralidade), programa da ANEC que visa à formação continuada dos coordenadores e agentes de Pastoral das instituições educacionais católicas do Brasil, e apresentado por Gregory Rial, coordenador de Animação Pastoral da ANEC.
Tendo como enfoque a campanha, que este ano completa 60 anos no Brasil, o workshop contou com a participação de representantes da Associação que, além de introduzir o tema da CF, se aprofundaram em
questões pedagógicas que a englobam. A abertura do evento foi realizada pelo Frei Mário José Knapik, diretor pastoral da ANEC.
Todos os anos, a campanha recebe um tema e um lema, os quais são escolhidos a partir de três objetivos permanentes. “O primeiro trata sobre despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo em particular os cristãos na busca do bem comum”, explicou o diretor pastoral da ANEC.
O segundo objetivo, conforme citou o Frei Mário, é o de educar para a vida em fraternidade a partir da justiça e do amor, tendo como centro o Evangelho. O terceiro e último objetivo é renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
Sobre a escolha para 2024, o diretor pastoral da ANEC relembrou duas frases do Papa Francisco, que traduzem o tema da campanha deste ano. O Pontífice afirmou que a fraternidade é a capacidade de nos unirmos e trabalharmos juntos, com um horizonte partilhado de possibilidades, enquanto a amizade social é uma fraternidade aberta, que permite conhecer, valorizar e amar todas as pessoas independentemente da proximidade.
Para Frei Mário, a amizade social permite acolher, valorizar e amar todas as pessoas, independentemente de cultura, classe social, religião, profissão, idade e assim por diante – sendo o antídoto para a superação do hiperindividualismo, entre outras formas de isolamento social. “Para que a Fraternidade e Amizade Social se tornem cada vez mais uma realidade entre nós, na sociedade geral e no mundo, é fundamental praticar o que nos ensina o lema: vós sois todos irmãos e irmãs (cf. Mt 23,8).”
Roberta Guedes, gerente da Câmara de Educação Básica da ANEC, também participou da abertura do evento, no qual ressaltou a importância da Pastoral para a gestão das instituições católicas. “Uma escola em pastoral deve respirar e transpirar a Campanha da Fraternidade, não só na Quaresma, mas todos os dias”, explica a gerente. “Em um tempo em que temos ouvido muito sobre o ódio, sobre a guerra, sobre a destruição e a indiferença, não podemos nos acostumar com a barbárie (…) Acredito que a Campanha da Fraternidade traz elementos concretos para enfrentar tudo isso. Vamos esperançar!”, concluiu a gerente.
Segundo um levantamento realizado pela ANEC, 99% das escolas católicas trabalham a Campanha da Fraternidade em algum espaço — seja na sala de aula, em projetos ou na Pastoral. Com a participação do Pe. Julio Cesar Rezende, assessor da Comissão Episcopal para Cultura e Educação da CNBB, a professora Vandeia Lúcio Ramos e o Pe. Diego Andrade iniciaram as discussões sobre “Como levar a amizade social para a sala de aula?”.
Segundo o Pe. Julio, a Campanha da Fraternidade sempre escolhe um tema que esteja relacionado com
a realidade do país e suas necessidades, visando trazer soluções sob a luz de Cristo. “Ao longo destes 60 anos, é possível ver a forte contribuição da Campanha da Fraternidade para a evolução da sociedade brasileira como um todo.”
Neste ano, a ANEC propôs um projeto pedagógico pastoral interdisciplinar que percorra esses 60 anos da Campanha da Fraternidade, visto que ela perpassa diversos âmbitos da ação educativa e das áreas do conhecimento — dando oportunidade para tratar as várias dimensões do tema de 2024.
No entanto, diferentemente dos anos anteriores, a ANEC decidiu mudar a estratégia, visando abordar o tema e toda sua complexidade de maneira que o impacto superasse os limites das salas de aula. Dessa maneira, a proposta de ações para as escolas foi estruturada visando diversos eventos ao longo do ano, que aproximassem os alunos das vivências da fraternidade.
Segundo o Pe. Diego Andrade, o tema deste ano é muito mais abrangente, mais “vivencial do que visível”. “A amizade social não vai tratar de um problema específico, mas de tudo que engloba suas vivências, dentro e fora da escola – incluindo as dificuldades com a aceitação de grupos entre os adolescentes”, explica.
Apesar de o tema ser muito propício para trabalhar as relações interpessoais nos ambientes escolares, principalmente o bullying, o Pe. Júlio ressalta que as instituições não podem desconsiderar que o assunto é muito mais amplo que isso, pois estariam negligenciando o propósito.
Conforme ressaltou a professora Vandeia Lúcio Ramos, frente ao cenário de polarização no Brasil, as escolas têm a oportunidade de promover discussões saudáveis e construir espaços que permitam e incentivem a pluralidade, não como um defeito, mas como um dom de Deus. “O lugar mais oportuno para promover a reconciliação nas famílias e nas comunidades é a escola.”
A professora ainda destaca que, muitas vezes, as escolas possuem uma mentalidade tecnicista e a campanha propõe uma nova leitura para a educação,
visando olhar o trabalho e a realidade das escolas pelo viés da amizade social e do cuidado do outro. Ela ainda afirma que é um desafio encontrar o equilíbrio e a perspectiva dentro do contexto das instituições, de maneira que o tema vá além do tempo da Quaresma, como algo que traga sentido, propósito, significado e uma dinâmica diferente da sala de aula, propondo um novo caminho para os estudantes.
Gregory Rial reforça a fala da professora ao afirmar que a sala de aula é um local fecundo. “Precisamos trazer o diálogo e olhar para nós, educadores. Precisamos ser ferramentas de argumentação e
construção de conhecimento quando nossos estudantes tiverem questionamentos.”
“Nossas diferenças no ser, no pensar e no agir não nos podem dividir ou separar. Nossas diferenças são riquezas e oportunidade de crescimento”, conclui Frei Mário.
Visando auxiliar educadores e associadas, a ANEC disponibilizou uma série de materiais de apoio no site, desde indicações pedagógico-pastorais para tratar o tema da CF 2024 até ações da gestão educacional em prol da campanha.
Fórum
por Comunicação ANEC
A Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) deu início a um novo momento de colaboração e troca de ideias com a formação do Fórum Nacional de Comunicação e Marketing. O grupo, que se reúne mensalmente, integra gestores de Comunicação e Marketing de instituições associadas de diversos estados, tanto da Educação Básica quanto do Ensino Superior, assim como Mantenedoras, em um ambiente de diálogos e partilhas.
Os objetivos do Fórum de Comunicação e Marketing da ANEC visam estabelecer um espaço estratégico e contínuo de diálogo entre os gestores de Comunicação e Marketing das instituições, assim como a troca de ideias, de boas práticas e de estratégias inovadoras, enfatizada como fundamental para enfrentar os desafios da área. Proporcionar momentos de formação aos profissionais e elaborar documentos norteadores também são premissas desse projeto.
O primeiro encontro do Fórum foi realizado em fe-
vereiro e a abertura foi marcada pela apresentação da ANEC, de projetos e potencialidades e da importante atuação da área de Comunicação e Marketing nas instituições, feita pelo secretário-executivo, Guinartt Diniz. A gerente de Comunicação e Marketing da ANEC, Anna Catarina Fonseca, abordou a abrangência nacional da Associação, assim como a missão da ANEC e as formas de conexão com a área de Comunicação. Em seguida, como ponto alto do encontro, uma dinâmica organizou os participantes em Educação Básica, Ensino Superior e Mantenedoras em grupos, o que proporcionou a discussão e a partilha dos desafios em comum e temáticas fundamentais para o sucesso da Comunicação e do Marketing educacional católico. Como resultado, os participantes construíram insights significativos para a condução e o embasamento dos próximos encontros.
O Fórum se reúne periodicamente, com o principal objetivo de fortalecer e potencializar a educação católica, destacada pela formação integral e pela qualidade social.
partilha
No âmbito do projeto Gestão em Foco, iniciativa promovida pela Câmara de Mantenedoras da ANEC, uma série de atividades têm sido desenvolvidas com o intuito de fomentar boas práticas de gestão e estimular reflexões sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelas instituições associadas. Uma das vertentes do projeto envolve visitas estratégicas, as quais proporcionam conhecimento das práticas e dos processos de gestão adotados pelas empresas.
Em fevereiro, mantenedores e gestores visitaram o Centro de Serviços Compartilhados (CSC) da Rede Damas, em Recife/PE. Durante a manhã, os presentes foram apresentados ao espaço e conheceram os avanços realizados em uma linha do tempo de conquistas. Ir. Marcela Sarmento, diretora-presidente da Rede Damas, liderou a apresentação, acompanhada das gestoras da Rede, Ir. Maria Ivanise, diretora-administrativa e financeira, da Ir. Alcilene Fernandes, diretora-geral do Colégio Damas e diretora da Faculdade Damas, e da Ir. Vanessa Montenegro, coordenadora de Pastoral do Colégio Damas.
A apresentação destacou os avanços alcançados desde a implementação do CSC, ressaltando os esforços em manter a representatividade de cada unidade, bem como os ganhos obtidos por meio da otimização da gestão, unificação de sistemas e automação de procedimentos. As apresentações detalhadas de cada setor proporcionaram uma visão abrangente das operações do CSC e dos progressos alcançados pela Rede Damas, promovendo uma valiosa troca de experiências entre os participantes.
Durante a tarde, a visita foi direcionada ao Cen-
tro de Serviços Compartilhados da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), uma empresa controlada pela Eletrobras, que atua, principalmente, na geração, transmissão e comercialização de energia elétrica. Liderado por Newdson Aquino, o CSC da CHESF impressionou os visitantes pela clareza nas informações sobre missão e valores, além da integração entre os setores e o comprometimento com a qualidade e a melhoria contínua dos processos.
Essas visitas proporcionaram uma compreensão mais ampla das operações e da estrutura dos Centros de Serviços Compartilhados, tanto da Rede Damas quanto da CHESF, bem como permitiram aos participantes do projeto Gestão em Foco conhecerem de perto as práticas e os processos dessas importantes referências na área de gestão.
A vice-presidente da Rede Verzeri, Ir. Carla Dias, expressou a satisfação com a experiência, destacando a relevância das visitas para aprimorar a gestão e impulsionar o progresso das instituições. “As visitas técnicas proporcionadas pela ANEC são uma oportunidade enriquecedora de partilha de experiências e, como diz o Papa Francisco, ‘de uma Igreja de saída’. Nós saímos da nossa realidade, do nosso dia a dia, para imergir na realidade, na cultura do outro. E, assim, aprender com o outro e ensinar, quem sabe, falando sobre nossa experiência. Quanto mais unidos estivermos, quanto mais fortalecidos estivermos como educação católica, mais nós poderemos atingir a excelência na nossa performance e no nosso profissionalismo. Obrigada, ANEC, por essa iniciativa!”, acrescentou.
ANEC realiza audiências privadas com ministros do STF para discutir julgamento de ações envolvendo Instituições de Ensino Superior
Em março, a ANEC realizou audiências privadas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir o julgamento de ações judiciais que afetam as instituições católicas de Ensino Superior. Representando a ANEC, estiveram presentes o presidente Pe. João Batista, o secretário-executivo, Guinartt Diniz, e o gerente da Câmara de Ensino Superior, Gregory Rial. Participaram, também, o presidente da Associação Brasileira de Universidades Comunitárias (ABRUC), Cláudio Jokowski, e o diretor-presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB) e reitor da Universidade Católica do Pernambuco, Padre Pedro Rubens.
Durante as audiências, a ANEC teve a oportunidade de discutir diretamente com o ministro Cristiano Zanin e a ministra Carmen Lúcia temas relevantes, como o julgamento da Ação Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) n. 81 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n. 7187. Essas ações têm suscitado debates frequentes no meio jurídico, pois abordam questões fundamentais para as IESs católicas, especialmente no que diz respeito à abertura de cursos de Medicina fora do processo editalício do programa Mais Médicos, e impactam diretamente as atividades das instituições de ensino. Nesse contexto, a ANEC buscou esclarecer posicionamentos e preocupações diante dos referidos processos judiciais, a fim de promover um diálogo construtivo com os ministros do STF.
A expectativa é a de que esses encontros contribuam para uma maior compreensão mútua e para o avanço de um ambiente jurídico favorável ao desenvolvimento da educação superior no Brasil.
A Associação Nacional de Educação Católica (ANEC) realizou uma importante reunião na PUC Campinas, com a participação do Cardeal José Tolentino de Mendonça, no mês de março. Entre os presentes, estavam a presidente do Conselho Superior da ANEC, Irmã Iraní Rúpolo, o padre Charles Lamartine, reitor da Faculdade Católica do Rio Grande do Norte, o reitor Germano Rigacci Júnior, reitor da PUC Campinas, o secretário-executivo, Guinartt Diniz, e o gerente da Câmara de Ensino Superior, Gregory Rial.
O encontro abordou diversos aspectos relacionados às instituições católicas de educação no Bra-
sil, incluindo a realidade pastoral e administrativa, bem como as articulações políticas da ANEC. Além disso, foi uma oportunidade para convidar o Cardeal José Tolentino para o VII Congresso Nacional de Educação Católica, que celebrará os 80 anos de fundação da ANEC, em 2025.
A presença do Cardeal Tolentino em Campinas foi motivada pelo Colóquio Fé, Ciência e Paz, realizado em comemoração pelos 10 anos de fundação do Núcleo de Fé e Cultura da PUC Campinas, o que demonstra a importância do diálogo entre diferentes áreas do conhecimento e instituições.
no primeiro semestre
ANEC promove cursos no primeiro semestre com foco em Identidade, Evangelização, CEBAS-Educação e Saúde Mental
Durante o primeiro semestre do ano, a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) ofereceu uma série de cursos voltados para o desenvolvimento profissional de educadores e líderes de instituições católicas. Os cursos abordaram variados temas, desde a identidade confessional das escolas até a importância da saúde mental dos profissionais da educação. Confira os cursos realizados.
Identidade Confessional para diretores de Escolas Católicas
O Curso oferecido pelo PastoLAB - o Laboratório
de Pastoralidade da ANEC, foi especialmente desenvolvido para diretores de escolas católicas, com o objetivo de fortalecer a identidade confessional das instituições, trouxe Roberta Guedes e Gregory Rial, gerente da Câmara de Educação Básica da ANEC e coordenador do setor de Animação Pastoral da ANEC, respectivamente, conduzindo aulas focadas na importância da identidade católica na gestão escolar, abordando como os valores e princípios da fé católica podem ser integrados de forma eficaz nas práticas diárias de gestão e no ambiente escolar. Os participantes discutiram estratégias para promover uma cultura institucional que reflita a missão e os
valores católicos.
O curso do PastoLAB foi direcionado à evangelização das juventudes, um tema de grande relevância para a educação católica. Pe. Paulo Veríssimo e Vanessa Araújo Correia lideraram os encontros, oferecendo uma abordagem prática e inovadora para a evangelização de jovens. O curso explorou métodos criativos para engajar os jovens na fé, destacando a importância de uma linguagem e abordagem que ressoem com as novas gerações. Os participantes tiveram a oportunidade de desenvolver projetos práticos voltados para a pastoral juvenil.
Em sua terceira edição, o curso sobre CEBAS-Educação foi conduzido por Liliane Pellegrini e Luciana Fernandes, que detalharam os procedimentos e exigências para a obtenção e manutenção da Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) na área da educação. As facilitadoras ofereceram uma visão abrangente dos aspectos legais, administrativos e financeiros envolvidos no processo, ajudando os participantes a entenderem melhor as obrigações e benefícios associados à certificação.
A importância da saúde mental: cuidando dos profissionais da Educação Básica Católica
Reconhecendo a crescente importância da saúde mental no ambiente escolar, a ANEC ofereceu um curso focado no bem-estar dos profissionais da educação básica católica. Aldi Roldão, especialista em saúde mental, conduziu as aulas, destacando a importância de cuidar da saúde mental dos educadores para garantir um ambiente de ensino saudável e produtivo. O curso abordou técnicas de autocuidado, estratégias para lidar com o estresse e a importância de criar uma cultura institucional que valorize e apoie a saúde mental dos seus profissionais.
Série de lives realizadas pela ANEC trazem diversidade de temas, como Educação, Liderança e Inclusão
Além dos cursos, a ANEC também promoveu diversos encontros on-line, proporcionando um espaço para discussão de ideias e apresentação de novos materiais educativos, com a participação de especialistas e líderes da área educacional. Confira alguns dos principais temas discutidos nas lives
Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social
A primeira live do semestre abordou a Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) na área da educação. As especialistas Liliane Pellegrini e Luciana Fernandes discutiram os critérios para a obtenção da certificação, as responsabilidades das instituições e os benefícios que a CEBAS traz para as entidades educacionais. A formação virtual destacou a importância do cumprimento dos requisitos legais e a transparência na gestão dessas instituições.
Liderança feminina – oportunidades e diferenciais da Gestão
Outro tema de grande relevância foi a liderança feminina, focando nas oportunidades e diferenciais que as mulheres trazem para a gestão educacional. A discussão enfatizou a importância de criar ambientes de trabalho inclusivos que promovam a igualdade de gênero e permitam que as mulheres alcancem posições de liderança. As palestrantes Ana Paula Melim, Irmã Vania Duque Sobrinho e Karen Ambra compartilharam suas experiências e abordaram estratégias para superar os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho.
Laudate Deum e o Currículo da Educação Básica
Em uma live dedicada à encíclica “Laudato Si’” do Papa Francisco, discutiu-se a integração dos princípios da ecologia integral no currículo da educação básica. Os especialistas Aleluia Heringer e Mário Tito exploraram sobre como a educação pode fomentar uma consciência ambiental nas crianças e nos jovens, incentivando práticas sustentáveis e uma visão holística do mundo.
A digitalização da educação foi o foco de uma live que abordou como o currículo da educação básica pode ser adaptado para incluir competências digitais. Dom Carlos Lema Garcia foi o especialista convidado a falar sobre a importância de preparar os estudantes para um mundo cada vez mais tecnológico, abordando tanto os benefícios quanto os desafios da integração da tecnologia na sala de aula.
Comemoração ao Dia do Assistente Social
Em comemoração ao Dia do Assistente Social, a ANEC promoveu uma live que destacou a importância desses profissionais no contexto escolar. O diálogo conduzido pelo especialista Napoleão Alves Coelho e mediado pela Cristiane Ferreira Michette focou no papel do assistente social em promover a inclusão, apoiar alunos em situações de vulnerabilidade e contribuir para um ambiente escolar mais justo e equitativo.
Currículo antirracista e a Educação Católica: a necessidade de um novo contrato social
Uma das lives mais impactantes abordou a necessidade de um currículo antirracista dentro da educação católica. Ir. Carolina Mureb, Janine Rodrigues e Rosemary Francisca Neves Silva discutiram sobre como as escolas podem adotar práticas pedagógi-
cas que promovam a igualdade racial e combatam o racismo estrutural. A live destacou a urgência de um novo contrato social que valorize a diversidade e promova a justiça social.
Lançamento dos Cadernos de Ensino Religioso para Educação Infantil e Ensino Médio
O semestre foi encerrado com o lançamento dos Cadernos de Ensino Religioso para a Educação Infantil e Ensino Médio. Esses materiais visam enriquecer o Ensino Religioso nas escolas católicas, oferecendo recursos atualizados e alinhados com as diretrizes da ANEC. A live de lançamento contou com a participação de Francine Ortiz, Frei Gilberto Garcia, Marilac Loraine e Sérgio Junqueira, que discutiram a importância do Ensino Religioso na formação integral dos alunos.
Os cursos e as lives promovidos pela ANEC neste primeiro semestre reforçam o compromisso contínuo com a inovação, a inclusão e a qualidade na educação social. Ao abordar temas variados e relevantes, a ANEC contribui significativamente para o desenvolvimento profissional dos educadores e para a melhoria das práticas educativas nas escolas católicas de todo o Brasil.
Para acompanhar a agenda de formações da ANEC, acompanhe o site e as redes sociais da associação.
Conselho Superior e Diretoria da ANEC realizam primeira série de reuniões da gestão que inicia este ano e vai até 2028
Nos dias 16 e 17 de maio, os novos membros do Conselho Superior e da Diretoria da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) realizaram a primeira reunião na sede da instituição, em Brasília. O encontro, realizado de forma híbrida (on-line e presencial), foi conduzido com o propósito de estabelecer diretrizes e traçar planos para a nova gestão.
Durante a programação, foram abordadas diversas pautas de relevância para a ANEC e as associadas, como a análise da tragédia vivenciada pela comunidade do Rio Grande do Sul, em que foram desenvolvidas ações, a fim de minimizar os impactos no estado. Para cumprir com os regimentos interno e estatutário da ANEC, foi deliberada a composição das Câmaras de Educação Básica, de Ensino Superior e de Mantenedoras, assim como do Setor de Animação Pastoral. Foi definido, ainda, o calendário de reuniões do Conselho Superior para o ano e realizada a apresentação do orçamento e do planejamento para 2024 pela nova gestão.
Na sede da ANEC, no primeiro dia de reunião, esteve presente o deputado Odair Cunha, e a equipe pôde compartilhar sugestões de mudanças na Lei de Diretrizes e Bases, além de outras pautas de interesse.
Reuniões e visitas externas
Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB)
Na quarta-feira, 15 de maio, a ANEC visitou a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) para parabenizá-la pelos 70 anos de fundação, comemorados em 2024. A visita destacou a colaboração entre as duas organizações no fortalecimento da educação católica no Brasil. O presidente da ANEC, Pe. João Batista, e o secretário-executivo, Guinartt Diniz, foram recebidos pela presidente da CRB, Ir. Eliane Ribeiro.
Ministério da Educação
Com o foco em representar os interesses das instituições associadas e buscar respostas a cenários que impactam a educação católica, a ANEC também se reuniu com autoridades, ao longo da semana, por meio dos membros do Conselho Superior, da Diretoria Executiva e do Escritório Nacional.
A rodada de reuniões iniciou na quarta-feira, 15/5, entre a secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior – SERES/MEC, Marta Abramo, e o presidente da ANEC, Pe. João Batista; o vice-presidente, Pe. Charles Lamartine; o secretário-
-executivo, Guinartt Diniz, e o gerente da Câmara de Ensino Superior, Gregory Rial.
Na pauta, foram tratados assuntos relevantes para o Ensino Superior, como o fluxo dos processos regulatórios, o atendimento às IESs católicas pela SERES, a participação da ANEC nos Grupos de Trabalho do Ministério, as especificidades do setor sem fins lucrativos nos editais de Medicina, Educação a Distância e Cursos de Licenciatura e o sistema e-CEBAS. Às demandas apresentadas, a secretária Marta Abramo se mostrou receptiva, dando retorno a cada uma delas e afirmando que muitas das pautas sugeridas serão tratadas como prioridade na gestão que inicia agora.
Já no dia 16 de maio, a reunião ocorreu com o ministro da Educação, Camilo Santana. A ocasião foi marcada pela apresentação dos novos membros do Conselho Diretor e da Diretoria e pela entrega do Prêmio Mérito Educacional Católico ao ministro pelas mãos do Pe. João, além da partilha de diversas pautas relevantes para o cenário educacional, incluindo a situação desafiadora vivenciada pelo estado do Rio Grande do Sul.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
No dia 17 de maio, o diálogo da ANEC em prol das associadas foi com o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manoel Palácios. Durante o encontro, a ANEC discutiu questões importantes sobre a classificação das Instituições de Ensino Superior no Brasil, solicitou a continuidade das distinções no Censo da Educação Superior (Censup) e abordou a situação de emergência no estado do Rio Grande do Sul, solicitando, inclusive, isenção da taxa de inscrição do Enem para os estudantes gaúchos.
O presidente do Inep reconheceu o apoio da ANEC nas produções técnicas e na articulação, principalmente em uma pesquisa realizada pela Diretoria de Avaliação da Educação Básica (DAEB), e considerou a possibilidade da isenção da taxa de inscrição para estudantes do Rio Grande do Sul.
Já no período da tarde, durante a reunião com o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Luiz Curi, a ANEC levantou questões relacionadas à implementação de novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e regulamentações recentes.
A Associação expressou preocupações das instituições católicas sobre a Resolução n. 2/2019, que entraria em vigor após 20 de março, e o impacto dela nas visitas in loco e em processos avaliativos. O presidente do CNE esclareceu que, uma vez homologada uma nova resolução pelo ministro, a anterior se torna obsoleta.
Além disso, a ANEC abordou desafios enfrentados por instituições no que diz respeito à dupla entrada em cursos de Educação Física e manifestou forte apoio aos Pareceres CNE/CP n. 50/2023 e n. 51/2023, que estabelecem diretrizes inclusivas para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e altas habilidades/superdotação. A Associação elogiou essas resoluções, por promoverem a diversidade, a inclusão e uma formação docente continuada e especializada, além de valorizarem a relação entre família e comunidade educativa no atendimento a esses estudantes.
Essa primeira série de reuniões marca o início da nova gestão. Com um corpo diretivo comprometido e alinhado com a missão, a ANEC reafirma o papel fundamental na promoção de uma educação de qualidade social.
No dia 25 de junho, a ANEC se reuniu com a presidente da CAPES, Denise Pires de Carvalho. O presidente do Conselho Superior da ANEC, Pe. Sérgio Mariucci, e Ir. Iraní Rupolo, vice-presidente da ANEC, destacaram a importância de consolidar a aproximação com a CAPES e fortalecer as Instituições de Ensino Superior (IES) confessionais católicas, que também são comunitárias e desempenham papel fundamental na pesquisa científica e produção de conhecimento no país. Um reconhecimento especial foi feito à CAPES pela criação do censo da pós-graduação, instituído pela Portaria n. 99/2024, de 10 de abril de 2024. A ANEC pediu a segmentação dos dados das IES comunitárias no censo, justificando que estas instituições são protagonistas significativas no Sistema Nacional de Pós-graduação, realizando grande parte dos programas de pós-graduação no setor privado e, portanto, merecem visibilidade adequada. A presidente da CAPES informou que esta segmentação já está em fase de estudos.
A ANEC também destacou a necessidade de se corrigir o repasse da taxa às IES no PROSUC e PROEX, mencionando que, desde 2017, não há reajuste nas taxas escolares, resultando em um índice acumulado de mais de 50%, conforme o FOPROP. As IES comunitárias e confessionais têm sido gravemente afetadas por esta defasagem. A presidente da CAPES reconheceu a defasagem orçamentária, afirmando que a prioridade será ajustar as bolsas
no exterior, mas que considerará a recomposição das taxas.
Foi discutido, ainda, o fortalecimento dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) das IES comunitárias gaúchas, especialmente diante do estado de calamidade pública. Após relatos dos reitores e pró-reitores sobre as perspectivas da pós-graduação e os desafios enfrentados devido a perdas de infraestrutura e equipamentos, a presidente manifestou intenção de visitar o RS para propor programas de mobilidade acadêmica para os estudantes afetados e apoiar os estudantes gaúchos que estão no exterior.
Por fim, a reunião abordou o apoio da CAPES à iniciativa de regulação da Lei n. 12.881, a Lei das Comunitárias. A ANEC ressaltou a importância da regulamentação sugerida pelo CNE, que garantiria o repasse de verbas às ICES e sua participação nos convênios com o poder público. A presidente da CAPES comprometeu-se a estudar e dialogar sobre o tema com o CNE.
A reunião foi um passo significativo para a consolidação das IES confessionais católicas e comunitárias no cenário da educação superior brasileira, destacando a necessidade de ajustes e reconhecimento para garantir sua continuidade e impacto positivo no país.
Em defesa da Educação, de obras sociais e dos hospitais filantrópicos, ANEC realiza reuniões acerca da Imunidade
Na primeira semana de julho, a ANEC realizou uma série de reuniões fundamentais para defender os interesses da educação filantrópica e de outras instituições que compõem o terceiro setor. A associação, juntamente com diversas organizações que apoiam o setor filantrópico, participou de reuniões com deputados, buscando esclarecer e defender os interesses dessas instituições perante os representantes do parlamento. O objetivo é garantir que instituições educacionais sem fins lucrativos, hospitais filantrópicos e obras sociais continuem a operar sem as pressões tributárias que podem comprometer suas missões e, principalmente, o atendimento à população em vulnerabilidade social, que é a principal beneficiária das atividades dessas entidades.
Entre as reuniões realizadas, destacam-se os encontros com o Deputado Federal Diego Garcia, Presidente da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana (REPUBLICANOS – PR), e o Deputado Federal Luiz Felipe Baleia Tenuto Rossi (MDB – SP).
A ANEC segue empenhada em assegurar que as instituições de ensino filantrópicas mantenham a imunidade tributária, permitindo que continuem
a oferecer educação de qualidade para todos, assim como reconhece o papel essencial dos hospitais filantrópicos na prestação de serviços de saúde à comunidade e das obras sociais, que desempenham um papel vital em nossas comunidades, oferecendo suporte e recursos para aqueles que mais precisam.
Juntos, podemos fazer a diferença e garantir que a educação, os hospitais filantrópicos e as obras sociais continuem a transformar vidas!
A entrega do título de Doutor Honoris Causa ao Cardeal Dom José Tolentino de Mendonça ficará marcada na história da Universidade Católica de Pernambuco. O panegírico, discurso feito ao homenageado, ficou a cargo do membro da Academia Brasileira de Letras, o jurista e escritor José Paulo Cavalcanti Filho, em uma solenidade prestigiada por representantes da Igreja, autoridades, intelectuais e jornalistas de várias partes do Brasil.
O reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, fez o discurso de abertura. Compuseram a mesa de honra, também, o embaixador de Portugal, Luís Faro Ramos, a reitora da UPE, Socorro Cavalcanti, o vice-reitor da Unicap, Padre Lúcio Flávio Cirne, a pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Valdenice José Raimundo, e o diretor da Escola de Educação e Humanidades, Danilo Vaz-Curado. Também marcaram presença no evento o Arcebispo Emérito de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido; o Bispo Emérito de Palmares, Dom Genival Saraiva de França; o jornalista da Globo News, Gerson
Camarotti, ex-aluno de Jornalismo; o presidente da Academia Pernambucana de Letras, Lourival Holanda; a presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano, Margarida Cantarelli, dentre outras personalidades.
Um momento marcante foi a entrega solene da vestimenta honorífica a Dom Tolentino, realizada pela aluna do curso de Serviço Social da Unicap, Adriana Melo, do povo Xucuru, que confeccionou a renda renascença que adornou as vestes talares, acompanhada de Carmem Fulni-ô, do povo potiguara de Brasília.
No discurso, o novo Doutor Honoris Causa da Unicap abordou os conceitos e sentidos de gratidão a partir de seus estudos em torno de São Paulo e Tomás de Aquino. Ele também relembrou que sua primeira biblioteca foi a avó, que não sabia ler, e a única palavra que conseguia escrever, com enorme dificuldade, era o próprio nome.
“Com minha avó analfabeta, aprendi o que meus anos de estudo confirmaram mais tarde: que a palavra escrita é inseparável da voz humana. Que todos os textos do mundo preservam nos vestígios de uma voz. Que a literatura nada mais é do que uma fantástica concha acústica, na qual podemos encontrar a interminável conversa que os seres humanos mantêm entre si e consigo próprios, na qual podemos ouvir os seus solares assobios felizes ou o seu dilemático e noturno grito”.
A passagem de Dom Tolentino por Pernambuco foi bem movimentada. Ao lado do reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, ele visitou o túmulo de Dom Helder Camara, na Catedral da Sé, em Olinda, onde fez um minuto de silêncio. Logo depois, ele presidiu uma missa no Convento de São Francisco, também na cidade histórica. No dia seguinte, o cardeal foi o conferencista do Colóquio Internacional de Educação Superior e Educação Básica, promovido pelo Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras na Unicap. O evento contou com a participação da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Perfil – Professor visitante da Católica, Dom Tolentino é poeta, ensaísta, filósofo e teólogo português com diversos livros publicados. Tolentino é prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação da Cúria Romana, um cargo equivalente ao de ministro, já que o Vaticano é um Estado independente. Antes de ser nomeado como prefeito do Dicastério, Dom Tolentino foi diretor da Biblioteca Apostólica Vaticana e Arquivista. No fim do ano passado, ele foi o vencedor do Prêmio Pessoa 2023, uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos que visa reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país. Os membros do júri consideraram que Tolentino de Mendonça é “uma das vozes fundamentais da poesia contemporânea portuguesa e europeia”, que, além das suas funções eclesiásticas, tem se destacado “no ensino universitário, no ensaio de reflexão teológica e filosófica e na poesia”.
A relação de Dom Tolentino com a Unicap vem desde 2009, quando ele começou a dar cursos e ministrar palestras na Universidade. Em agosto de 2015, por iniciativa do reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, a Universidade, em parceria com a Editora
Paulinas, lançou o primeiro livro de Tolentino no Brasil: A Leitura Infinita – A Bíblia e a sua interpretação. Em 2017, Dom Tolentino voltou à Unicap para lançar o livro Libertar o Tempo durante a Semana de Estudos Bíblicos, promovida pelo Programa de Pós-Graduação e pela Graduação em Teologia da Católica.
O lançamento contou com a presença do jurista e imortal da Academia Pernambucana de Letras, José Paulo Cavalcanti Filho, que fez a apresentação da obra. Dos nove livros do cardeal editados no Brasil, três foram lançados pela Unicap (A Leitura Infinita – A Bíblia e a sua interpretação, A Construção de Jesus e Libertar o Tempo). Padre Pedro fez o prefácio dos dois primeiros. O texto de Dom Tolentino pode ser visto, ainda, em outra publicação no Brasil. Ele assina a apresentação da obra A Mesa de Deus (Editora Record, 2022), de autoria da pesquisadora gastronômica Maria Lectícia Monteiro Cavalcanti, esposa de José Paulo Cavalcanti.
Roma – Em setembro de 2019, o Papa Francisco anunciou a nomeação do então arcebispo português e professor visitante da Unicap como cardeal. Na ocasião, Padre Pedro Rubens comemorou a notícia sobre a nomeação. “Dom Tolentino é um amigo de fé, um poeta de Deus, um homem apaixonado pela Igreja. Desde o nosso primeiro encontro em Lisboa, em 2009, ficamos grandes amigos. Ganhei um de seus livros, que devorei na viagem e nunca mais deixei de ler os seus textos”, destacou. Padre Pedro conta que o Papa Francisco convidou Dom Tolentino para pregar um retiro no Vaticano e logo percebeu que, “para a transformação que ele vem suscitando na Igreja, precisava também de um poeta místico”. Em 2020, o Cardeal Tolentino fez, por meio remoto, a abertura oficial da 18ª Semana de Integração (Siucs) da Unicap. Na palestra A fraternidade como chave do futuro, o cardeal português falou sobre a Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco.
Glória Maria – Quando a jornalista da TV Globo, Glória Maria, faleceu, em fevereiro do ano passado, o colega e também jornalista Pedro Bial prestou uma homenagem à amiga ao citar versos de Dom Tolentino no encerramento do programa Fantástico. Ao saber da doença de Glória, Bial a presenteou com o livro Elogio da sede, que tem prefácio do Papa Francisco, com a intenção de ajudá-la a lidar
com o problema de saúde. Eis os versos recitados por Bial na TV: “Ensina-me, Senhor, a rezar a minha sede, a pedir-te não que a arranques de mim, ou a resolvas. Ensina-me a beber da própria sede de ti, como quem se alimenta mesmo às escuras da frescura da nascente. Que a sede me obrigue a preferir a estrada, a estalagem, e o aberto da confiança ao programado do cálculo. Que esta sede se torne o mapa e a viagem, a palavra acesa e o gesto que prepara a mesa onde partilhamos o tom. E quando der de beber aos teus filhos, seja não porque tenha a posse da água, mas porque partilho com eles o que é a sede”.
Biografia – Dom José Tolentino de Mendonça nasceu em Machico, no Arquipélago da Madeira. O também exegeta foi ordenado padre em 1990 e realizou seu doutorado em Teologia Bíblica. Ganhador de mais de dez prêmios por sua obra literária, Tolentino Mendonça foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant’lago da Espada por Aníbal Cavaco Silva, presidente da República de Portugal, em 2015. Também é professor e foi vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa até a sua nomeação episcopal em junho de 2018 e, na mesma universidade, atuou como diretor da Faculdade de Teologia.
Veja os livros de Dom José Tolentino de Mendonça publicados no Brasil
• Elogio da sede. Ed. Paulinas. 2018.
• A construção de Jesus: a dinâmica narrativa de Lucas. Ed. Paulinas & Unicap. 2018.
• Libertar o tempo. Para uma arte espiritual do presente. Ed. Paulinas. 2017.
• Um Deus que dança: itinerários para a oração. Ed. Paulinas. 2016.
• A mística do instante: o tempo e a promessa. Ed. Paulinas. 2016.
• A Leitura Infinita: Bíblia e Interpretação. Ed. Paulinas & Unicap. 2015.
• Nenhum caminho será longo. Ed. Paulinas. 2013.
• Pai nosso que estás na terra. O Pai-nosso aberto a crentes e não crentes. Ed. Paulinas. 2013.
• O tesouro escondido: para uma busca interior. Ed. Paulinas. 2012.
Com o parecer do Ministério da Educação (MEC), publicado no Diário Oficial da União (DOU), no último dia 9 de abril, a Faculdade Frassinetti do Recife, mantida pela Congregação de Santa Doroteia do Brasil - Rede Doroteias, consolida-se como Centro Universitário Frassinetti do Recife, UniFAFIRE, mantendo a nota máxima, conceito 5, em seu processo de transformação e excelência acadêmica.
Este marco histórico ocorre no ano em que a instituição celebra 84 anos de trajetória dedicada à educação e ao desenvolvimento humano e social.
A UniFAFIRE reafirma seu compromisso de oferecer uma educação integral de qualidade, católica, promovendo a formação humana e profissional dos seus alunos.
A nova designação como centro universitárioUniFAFIRE - reflete o reconhecimento da excelência acadêmica e da dedicação constante em fornecer uma educação de ponta, comprometida com os valores éticos, cristãos e com a intuição pedagógica de Paula Frassinetti, fundadora da congregação.
A UniFAFIRE orgulha-se de contribuir para a construção de uma sociedade justa e fraterna, guiada por princípios que visam o desenvolvimento integral do indivíduo e o progresso da comunidade.
Este momento representa um presente significativo para toda a comunidade acadêmica e reafirma o compromisso da UniFAFIRE em ser um agente de transformação e inovação no cenário educacional.
Site: www.fafire.br
Sobre a UniFAFIRE:
A UniFAFIRE é um centro universitário comprometido com a excelência acadêmica e a formação integral dos seus alunos, inspirado nos valores éticos, cristãos e na intuição pedagógica de Paula Frassinetti. Com 84 anos de história, a instituição oferece uma educação de qualidade, promovendo o desenvolvimento humano e contribuindo para a construção de uma sociedade justa e fraterna.
“Começam a teologia aqui no Convento de Taubaté os revdos (sic) Fr. José Poggel, Paulo Kramer, Alberto Jacobs e Sebastião Rademaker”. No canto direito da página, fonte desta citação, se encontra a data: 15/02/1924. Essa anotação está inscrita num livro raro, preservado sob os cuidados do memorial dos Dehonianos. É inimaginável pensar que o cronista de então pudesse considerar a longevidade do que foi tão suscintamente descrito. A história da, hoje, denominada faculdade Dehoniana é “con-fundida” com a centenária presença dos Dehonianos na Diocese de Taubaté (comemorada no ano 2019) e com a, igualmente, centenária história do Convento Sagrado Coração de Jesus, carinhosamente conhecido como Conventinho, celebrada no ano de 2023. De fato, a Faculdade Dehoniana é herdeira de uma história longeva.
Essa trajetória pode ser lida e “vista” no site da Dehoniana, especialmente preparado para a celebração deste memorável evento.
Durante muitos anos, na antiga “Chácara dos Padres Alemães”, como era conhecido o Conventinho, foram ministradas as aulas de Teologia, dirigidas exclusivamente à formação de religiosos e sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus. Aos poucos, as dioceses da região do Vale do Paraíba e outras congregações religiosas foram integrando os quadros de estudantes.
Na década de 1970, ocorreu a ampliação das instalações físicas, para que o espaço dedicado ao estudo (Instituto Teológico) e a residência dos religiosos (Convento) estivessem claramente distintos.
Ancorados, desde a origem, na busca da verdade e na formação integral do ser humano, ao longo das décadas seguintes, esses estudos iniciais progressivamente foram se estruturando e se erguendo ao grau maior de sofisticação educacional até receber o reconhecimento civil na qualidade de Instituição de Ensino Superior (IES) pelo Ministério da Educação (MEC) em 2001.
A missão
O que faz uma instituição celebrar 100 anos? Como durar um século? Por certo, há inúmeras razões, e algumas merecem especial olhar.
O senso de realidade
Há inúmeras instituições de ensino, com fundações mais recentes, que ostentam números aparentemente mais impressionantes. Um olhar imediatista ou pragmático poderia sugerir que a Faculdade Dehoniana não obteve tanto êxito. Afinal, depois de 100 anos, sob determinados aspectos, a Dehoniana não é muito maior do que fora no passado.
Entretanto, esse não é o olhar mais adequado. Seja como for, a razão fundamental da existência da Faculdade Dehoniana continua sendo a mesma que motivou a primeira aula dada neste lugar. Há um profundo reconhecimento do senso de realidade que tem orientado as gerações de diretores desta instituição a sempre priorizarem sua missão primeira, que é a de colaborar fecundamente com a formação do povo de Deus, e, mais especificamente, dedicar-se à formação do Clero. A fidelidade histórica a essa missão é uma das causas da longeva existência.
De fato, a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus não se caracteriza por uma determinada obra, mas pelo amor reparador com que assume e desenvolve diversas missões em sintonia com as necessidades da Igreja. A Congregação atua nos mais diversos segmentos educacionais, do infantil ao superior. Entretanto, permanece a certeza de que padre Dehon sente um orgulho especial em relação à Dehoniana. Não só porque ele é o patrono, mas, e principalmente, porque nela se realiza um projeto muito vivo em padre Dehon: a dedicação de seus religiosos à formação do Clero.
Em 100 anos, muitas coisas acontecem. A realidade muda substancialmente. Claro que a teologia (curso mais longevo) e a filosofia passaram por amplos processos de transformação. Essa é uma instituição que pode ser analisada na perspectiva anterior e posterior ao Concílio Vaticano II. Um olhar sobre a história da teologia ensinada na Faculdade Dehoniana revela um senso de equilíbrio. Caminhando com a Igreja, é possível dizer que os professores que aqui estiveram, ainda que atingidos, sob diversos aspectos, pela realidade própria de cada tempo, se mantiveram numa linha de equilíbrio constante. E equívocos constatados foram corrigidos a seu tempo. Sempre atentos à realidade, é da natureza institucional não se deixar levar por modismos filosóficos, teológicos, acadêmicos, tecnológicos. Essa sensibilidade, também, tem garantido a longevidade.
A Dehoniana dura no tempo porque foi acolhida por tantas pessoas que colaboraram e colaboram com os objetivos dessa obra. Inúmeros professores e professoras partilharam e continuam partilhando essa experiência carismática. Esta abertura oportuniza a pluralidade de ideias e múltiplas perspectivas de saberes. Tudo isso é enriquecedor.
Muito importante é o empenho dos colaboradores que, muito rapidamente, entendem que mais que um trabalho, participam de um carisma. Por isso, acrescentam ao carisma fundamental suas dedicadas competências. Além disso, a Faculdade Dehoniana caminha em sintonia com as casas de formação diocesanas e religiosas que compõem o Instituto Teológico e Filosófico Sagrado Coração de Jesus – ITEFISC, a interface canônica da Dehoniana.
A interação constante com os bispos, superiores e formadores faz com que a missão obtenha o necessário equilíbrio e a necessária fecundidade.
Desde o remoto início, a Congregação não mede esforços para formar religiosos para a docência
em teologia e filosofia e para a gestão. O estudo demanda empenho e o itinerário do stricto sensu é bastante exigente e sacrificante. E não tem faltado, nessas longas décadas, religiosos, que, motivados pelo carisma, aceitam trilhar o caminho do aperfeiçoamento, sobretudo, filosófico e teológico, com o intuito de colaborar nesta obra.
Além disso, é preciso reconhecer da parte da Província, representada nos seus superiores, o enorme investimento feito nos religiosos que se dedicam aos estudos. A Província costuma dispor, não sem sacrifício, das melhores condições para dar a necessária segurança aos religiosos estudantes. No passado e no presente, os professores que aqui ensinam são formados nas melhores universidades do Brasil e do mundo. Além dos religiosos Dehonianos dedicados ao magistério e à gestão, a Dehoniana sempre contou com outros professores, sacerdotes e leigos que têm contribuído, ao longo do tempo, com dedicação e competência.
Por fim, e não menos importante, há que considerar nossos formandos/estudantes. Não há como construir um século de história sem a confiança do
alunado. Os tempos mudam e as exigências também. Um tanto dos que aqui estudaram, hoje, são professores, formadores e continuam depositando sua confiança na missão que a Dehoniana realiza. Nosso alunado, quando avança para as respectivas missões, tem obtido êxito nas atuações.
É dito que, pelos frutos, se reconhece a árvore. É verdade. Muitos são os testemunhos positivos, recolhidos em diversas partes do Brasil e no exterior, de pessoas que manifestam sua gratidão pela formação recebida na Dehoniana e que se alegram em partilhar as suas memórias, recordando, com saudades, os professores das respectivas épocas.
A atual comunidade acadêmica é privilegiada por fazer parte deste momento simbólico da história da Faculdade Dehoniana. Ela colhe os frutos do passado, com a responsabilidade de cultivar criativamente os canteiros onde se semeia o futuro.
DETRATORES
NEUTROS PROMOTORES
Métrica adotada pela instituição é semelhante à utilizada para medir satisfação de clientes na área de serviços e está sendo implementada da Educação Básica à Superior
A União Brasileira de Educação Católica (Grupo UBEC), por meio da Agência de Inovação (IDE-UBEC), implementou, na rede educacional, uma metodologia de avaliação da satisfação dos alunos conhecida como CSAT – Customer Satisfaction Score.
A métrica, que tradicionalmente é usada no setor de serviços para medir a satisfação do cliente, foi adaptada para o contexto educacional, de maneira a permitir aos estudantes avaliar a qualidade das aulas e do ensino em tempo real.
A aplicação da avaliação está sendo utilizada pelo Grupo na Educação Básica, abrangendo o Fundamental II e o Ensino Médio, e na Superior, para os estudantes de graduação. “Na educação básica, a adoção dessa métrica é particularmente pioneira, considerando a opinião dos estudantes como um
elemento crucial para a avaliação da qualidade do ensino. Na educação superior, a implementação do CSAT representa uma inovação na autoavaliação institucional, por ser uma ferramenta ágil e responsiva, que permite ajustes contínuos ao longo do ano letivo”, destaca o Head de Inovação da IDE-UBEC, Mauricio Henrique Beccker.
Como funciona?
Ao fim de cada aula, os professores apresentam um QR Code aos estudantes. Esse código visual direciona os estudantes para uma plataforma de avaliação, na qual podem fornecer um retorno imediato sobre a qualidade da aula e do ensino. “Essa prática permite aos professores receberem feedback em tempo real. Isso significa que os educadores têm a oportunidade de implementar melhorias nas aulas
com base nas opiniões e sugestões dos estudantes de forma contínua, em vez de esperar avaliações semestrais ou anuais”, complementa Beccker.
Os feedbacks dos estudantes sobre a Educação Básica e o Ensino Superior revelam uma série de fatores que impactam, significativamente, a experiência de aprendizado. Na Educação Básica, os cinco pontos mais importantes para os estudantes foram:
• Dinâmica de Aula: estudantes preferem aulas que são dinâmicas e envolventes, com críticas a aulas que são consideradas paradas ou monótonas.
• Relação Professor-Estudante: a importância da relação entre professores e estudantes é destacada, com ênfase em professores que compreendem, ajudam e dão suporte contínuo aos estudantes.
• Afinidade com a Matéria: estudantes expressam apreço por professores que conseguem despertar o interesse e o amor pela matéria, usando métodos de ensino que engajam e inspiram.
• Atenção Individual: a atenção individual aos estudantes, a preocupação com o bem-estar e o desempenho escolar de cada um é um as pecto valorizado.
• Qualidade de Ensino e Explicação: dantes valorizam professores que explicam bem a matéria, de forma clara e lúdica, facili tando o entendimento do conteúdo.
Já no Ensino Superior, os cinco pontos de mais relevância para os graduandos foram:
• Qualidade do Debate: aulas que promovem debates de qualidade, participação ativa e colaboração cognitiva.
• Didática Acessível: dade da explicação do professor são desta cadas como pontos positivos.
• Aprendizado Prático: experiências práticas, com exemplos concre tos e aplicações reais do conteúdo, são bem recebidas.
• Competência do Professor: conhecimento e a habilidade do professor em conduzir a aula são altamente valorizados.
• Dinâmica de Aula: aulas dinâmicas, com di
ferentes formas de interação e atividades, são bem avaliadas.
Boas práticas pedagógicas
O Head de Inovação explica que, após esse levantamento, o Grupo UBEC se propôs a multiplicar as boas práticas pedagógicas. “A partir das aulas mais bem avaliadas, selecionou-se professores para entrevistas utilizando abordagens de UX Research. As informações coletadas serviram para desenvolver processos formativos e um guia de boas práticas, visando disseminar as técnicas e estratégias bem-sucedidas para toda a instituição”.
De forma complementar, alguns estudantes indicados também foram entrevistados para que a instituição pudesse entender quais elementos contribuem para uma experiência educacional de alta qualidade, com o intuito de garantir que as práticas pedagógicas alcancem resultados acadêmico-pedagógicos e, ao mesmo tempo, agradem os estudantes.
A unidade, de caráter social, oferece bolsas de estudos integrais
O Colégio Santa Maria Minas (CSM Minas), primeira instituição de ensino de Belo Horizonte, com 120 anos de fundação, inaugurou sua 14ª Unidade Escolar, o Colégio Santa Maria Minas – Unidade Ribeirão das Neves, em 30 de janeiro. Inicialmente, foram oferecidas 110 vagas aos estudantes do 1º ao 5º Ano/EF, divididas nos turnos da manhã e tarde, com bolsa de estudo integral. A nova Unidade, localizada na região de Justinópolis, na rua Pedro Leopoldo, 2300, bairro Botafogo, dispõe de uma equipe pedagógica altamente qualificada e de infraestrutura especialmente projetada para atender às necessidades de estudantes da Educação Básica. Está localizada em um amplo espaço verde, decretado Patrimônio Histórico e Cultural de Ribeirão das Neves.
A cerimônia de inauguração contou com a presença de membros da Sociedade Mineira de Cultura (mantenedora do CSM Minas), autoridades do município de Ribeirão das Neves, sacerdotes e funcionários da rede de colégios. Dentre os presentes no evento, estavam a diretora-geral pedagógica do CSM Minas, Juliana de Carvalho Moreira; o diretor-geral religioso, padre Márcio Ribeiro de Souza, que também é diretor da Unidade Ribeirão das Neves; o coordenador administrativo-financeiro, Ricardo Lúcio de Assis; e a coordenadora pedagógica da nova Unidade, Lilian Patrícia Estevam Tobias.
O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Júlio César Gomes Moreira, referencial para a Região Episcopal Nossa Senhora da Conceição; a assistente episcopal do Vicariato Episcopal
para Ação Social, Política e Ambiental, Fernanda Flaviana, diretora da Providens – Ação Social Arquidiocesana; e a gerente administrativo-financeira da instituição, Regina Malta, também participaram da cerimônia.
Para a diretora-geral pedagógica do CSM Minas, Juliana Moreira, a Unidade Ribeirão das Neves demonstra a sólida história de 120 anos da instituição na Educação Básica. “Estamos muito felizes por estarmos ao lado de pessoas que tanto valorizam a educação, atendendo a comunidade local”. O prefeito de Ribeirão das Neves, Junynho Martins, que também é professor, acrescentou que a população do município se alegra por receber o CSM Minas, uma instituição que oferece ensino de qualidade, com a chancela da Arquidiocese de Belo Horizonte.
E esse é o propósito da Arquidiocese de Belo Horizonte ao se fazer presente na região de Justinópolis, explica padre Márcio Ribeiro, “fazer a diferença na Educação Básica, transformando vidas de crianças e jovens”. A coordenadora pedagógica da Unidade, Lílian Patrícia Tobias, reforça a missão do colégio em oferecer uma educação de excelência, visando uma formação humanista-cristã de pessoas comprometidas com uma sociedade justa, fraterna e sustentável.
“Para tanto, contamos com uma equipe dedicada, que busca conhecer cada aluno e oportunizar a participação ativa na construção do conhecimento. Reconhecemos que o acolhimento e o respeito às individualidades são diferenciais no processo ensino-aprendizagem e buscamos, continuamente, promover reflexões sobre a importância do diálogo na resolução de conflitos e em prol da cultura da paz. Dessa maneira, contribuímos para a formação de seres humanos críticos, seguros e responsáveis”, acrescenta.
Presente na inauguração, a conselheira tutelar de Ribeirão das Neves – Justinópolis, Simone Cristina Pereira, moradora da região há 37 anos, diz estar muito feliz com a chegada do colégio. “Vivi minha infância nesse espaço, quando frequentei o Convivium São José. Agora volto e vejo um Colégio. É de aquecer o coração, de deixá-lo cheio de alegria, de esperança, em saber que as crianças da comunida-
de terão a oportunidade de alcançar seus sonhos e objetivos, por meio da Educação”.
Adriano Rodrigues de Almeida e Ediléa Maria de Oliveira, pai e mãe de Emanuel Oliveira Rodrigues, aluno do 1º Ano/EF da Unidade Ribeirão das Neves, optaram por matricular o filho no colégio por acreditarem no poder transformador da educação. “Ficamos cheios de orgulho e esperança ao ver os olhinhos do nosso filho brilharem ao contar como foi o dia de aula. Ele chega todo empolgado para contar e mostrar as atividades. Um dia trouxe um desenho colorido de Santa Paulina e me explicou que ela é a protetora da turma dele”, acrescentam os pais.
Para Lucilene Costa, mãe da aluna do 2º Ano/EF, Isabelle Chalub Costa, a inauguração da Unidade Escolar levou esperança para a região, tendo em vista a qualidade de ensino e infraestrutura da rede de colégios. “Com certeza, o CSM Minas irá contribuir para o desenvolvimento social das crianças de Ribeirão das Neves”. Sabrina Teixeira de Oliveira, mãe da estudante do 3º Ano/EF, Lízia Valentina Oliveira Prado, destaca, ainda, a solidez do CSM Minas, uma instituição que completou 120 anos levando a Educação Básica a milhares de crianças e jovens.
Fundado em 20 de julho de 1903, quando Belo Horizonte tinha apenas cinco anos, o CSM Minas possui 14 Unidades Escolares, localizadas em Belo Horizonte, Betim, Contagem e Nova Lima. É referência na Educação Básica e alcança altos índices de aprovação em instituições de Ensino Superior. O colégio tem como mantenedora a Sociedade Mineira de Cultura, a mesma da PUC Minas, e conta com mais de 12 mil estudantes, dos quais 2.304 são bolsistas.
A Unidade Ribeirão das Neves é a 5ª social da rede de colégios. As outras estão próximas a regiões de maior vulnerabilidade infantil e juvenil, em Belo Horizonte. São o CSM Minas – Unidade Medianeira e o Colégio Santa Maria Minas Providência – Unidades Conjunto Taquaril, Jardim Vitória e Santa Efigênia.
Jornalista: Adriana Duarte
Fotos: Reginaldo Mesquita e arquivo do CSM Minas
A escola precisa judicializar os conflitos?
Depois de um ano marcado pelo aumento significativo no número de ataques a escolas e pelo suicídio de crianças e adolescentes, foi sancionada a legislação conhecida como Lei da Criminalização do Bullying e do Cyberbullying. Na verdade, a amplitude dessa legislação vai além da tipificação desses eventos, introduzindo medidas essenciais de proteção à infância e à adolescência contra a violência. No entanto, no que diz respeito à criação dos crimes de bullying e cyberbullying, a lei parece, em certo sentido, mais ter efeito midiático. Ela destaca um tema de alta relevância e gera discussões necessárias. No entanto, do ponto de vista jurídico e pedagógico, apresenta falhas. Parece que o legislador não considerou o fato de que tais atos são predominantemente praticados por menores, que não podem ser sujeitos a condenações penais.
Os atos praticados por crianças e adolescentes têm consequências previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), não no Código Penal. Assim, a criação dos crimes de bullying e cyber-
bullying parece ser mais uma medida para chamar atenção do que para abordar efetivamente o problema, dado que raros são os casos dessas práticas cometidos por maiores de idade.
Ademais, há a complexidade de identificar e delimitar o bullying, uma vez que, na escola, muitas vezes, o “agressor” também desempenha o papel de “vítima” e vice-versa. Essa dualidade vítima/agressor pode contribuir para reforçar estereótipos e impor significantes que aderem à pele dos alunos ao longo do tempo – como “o garoto problema” ou “a menina agressora”.
Não estamos negando a importância de combater a violência nas escolas, mas a solução para o problema é complexa. Quem determinará se uma situação é bullying? Onde reside o limite entre bullying e as complexidades das relações humanas, que envolvem emoções, como raiva, amor e ódio? A imposição de penalidades mais severas resolverá as transgressões e reduzirá a criminalidade?
Um componente crucial da lei é a exigência do Legislativo para que o Executivo se prepare melhor em relação a diferentes formas de violência. Isso inclui a criação de protocolos, envolvendo órgãos de segurança pública, saúde e a comunidade escolar, para estabelecer medidas de proteção. Nesse ponto, cabe lembrar que não há uma “fórmula mágica” para lidar com o bullying. Por isso, é fundamental que esses protocolos incluam a escuta dos envolvidos na situação, de forma a reconhecer que cada caso é único e requer uma abordagem individualizada.
Em um cenário de aumento da violência, é importante que as instituições de ensino ofereçam, de forma intencional, espaços de escuta e de fala para a comunidade escolar. Ao conhecermos uns aos outros, compreendendo nossas vulnerabilidades e diferenças, as chances de recorrermos à violência são reduzidas. Precisamos pensar em maneiras de endereçarmos os conflitos naturais de uma escola por meio da linguagem e da palavra, evitando que escalonem para episódios de agressão.
A noção de pacto social está cada vez mais distante das escolas e é crucial lembrar que o problema da violência contra crianças e adolescentes não é isolado. A escola é sintoma de uma sociedade mais agressiva. Restabelecer os laços sociais não será alcançado pela judicialização e terceirização de conflitos e dilemas. É necessário um esforço coletivo para promover uma cultura de respeito nas instituições de ensino, visando à construção de um ambiente seguro para todos.
Caio Lo Bianco CEO e idealizador do Laboratório Inteligência de Vida
João Paulo Prado Vice-presidente do Grupo Salta Educação
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